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CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA

CURSO DE HISTÓRIA - EAD

HISTÓRIA DA AMÉRICA

Professor: Cosme Almeida

RIO DE JANEIRO
2023
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ADVALTO CUSTÓDIO DE VARGAS JÚNIOR

A RELAÇÃO ENTRE ESPANHÓIS E POVOS NATIVOS NA AMÉRICA

A PARTIR DO SÉCULO XV

História da América

Professor: Cosme Almeida

RIO DE JANEIRO

2023
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SUMÁRIO

A Relação Entre Espanhóis e Povos Nativos na América a Partir do Século XV…………...……3

Primeiro Contato e Encontro de Culturas …..…………………………………….………………4

Processo de Dominação...…………..……………………………………………………………..4

Estratégias Adotadas pelos Espanhóis ……………..……………………………………………..5

Resistência dos Povos Nativos ……………………..……………………………………………..5

Bibliografia ……………………………………………………………………………………….7
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A Relação Entre Espanhóis e Povos Nativos na América a Partir do Século XV

A história da América Latina é marcada por uma das mais significativas e complexas relações
interculturais da humanidade: a interação entre os espanhóis e os povos nativos que habitavam o
continente a partir do século XV. Esse encontro entre mundos tão distintos resultou em uma série
de transformações sociais, culturais e econômicas que moldaram o curso da história do
continente.

Chegada de Cristóvão Colombo à América

Fonte: https://imaginacionalpoder77.blogspot.com/2015/10/lo-que-nos-une-algo-mas-que-la-historia.html?zx=f3f32f5942bb0dea
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Primeiro Contato e Encontro de Culturas:

Quando Cristóvão Colombo chegou às ilhas do Caribe em 1492, ele estabeleceu o primeiro
contato entre europeus e povos nativos das Américas. Esse primeiro contato foi caracterizado por
uma profunda incompreensão mútua. Os espanhóis acreditavam que haviam chegado às Índias, o
que levou ao uso do termo "índios" para se referir aos nativos, enquanto os nativos, por sua vez,
não compreendiam as intenções dos estrangeiros. Esse encontro de culturas revelou diferenças
profundas em termos de língua, religião, tecnologia e sociedade. A chegada dos espanhóis às
terras americanas no final do século XV representou um choque de culturas e sistemas de
valores. Os conquistadores, em busca de riquezas e terras para a coroa espanhola, impuseram seu
domínio sobre os povos nativos que já habitavam o continente. A colonização trouxe consigo o
estabelecimento de instituições espanholas, como a Igreja Católica e o sistema de encomiendas,
que tinham o objetivo de converter os nativos ao cristianismo e explorar seus recursos naturais.

Processo de Dominação:

Nesse contexto, é possível identificar diferentes fases da relação entre espanhóis e povos nativos.
Inicialmente, os espanhóis se mostraram interessados nas riquezas da América, como o ouro e a
prata, o que levou a exploração desenfreada desses recursos e ao deslocamento forçado de
comunidades indígenas. Os espanhóis rapidamente perceberam o potencial de riquezas da
América, em particular o ouro e a prata. Isso os motivou a estabelecer colônias e a explorar
intensamente os recursos naturais. Eles impuseram o sistema de encomiendas, que permitia a
conquistadores e colonos explorar o trabalho dos nativos em troca de proteção e evangelização.
A exploração foi frequentemente brutal, resultando na morte de muitos nativos devido à fome,
doenças e maus-tratos.
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Estratégias Adotadas pelos Espanhóis:

Os espanhóis utilizaram estratégias militares superiores, como o uso de cavalos, armas de fogo e
táticas de guerra que eram desconhecidas para os povos nativos. Além disso, aproveitaram
divisões entre grupos indígenas para formar alianças com alguns deles contra outros. A
introdução de doenças europeias, como a varíola, também dizimou grande parte da população
indígena.

Resistência dos Povos Nativos:

Os povos nativos responderam à dominação espanhola de várias maneiras. Alguns optaram por
resistir militarmente, como os astecas e os incas, que lutaram contra os espanhóis, embora
tenham sido derrotados. Outros, como os maias, adotaram uma abordagem mais passiva,
evitando conflitos diretos. Houve também casos de assimilação, nos quais os nativos se
adaptaram à cultura e à religião espanhola. A resistência indígena também se manifestou em
formas de revolta e rebeliões ao longo dos séculos. Contudo, à medida que o processo de
colonização avançava, surgiam vozes críticas à forma como os nativos eram tratados. Padres e
teólogos, como Bartolomé de las Casas, denunciaram os abusos cometidos contra os indígenas e
defenderam seus direitos. Esse movimento de defesa dos povos nativos levou à promulgação das
"Leis Novas" em 1542, que visavam proteger os indígenas e limitar a exploração dos
encomenderos. Embora essas leis tenham tido um impacto limitado na prática, elas
representaram um passo importante na evolução da relação entre espanhóis e nativos.

Além das questões econômicas, a colonização também teve profundas implicações culturais. Os
espanhóis impuseram sua língua, religião e sistema de governo, o que levou à assimilação de
muitos elementos da cultura europeia pelos povos nativos. Ao mesmo tempo, houve um
intercâmbio cultural, com os espanhóis incorporando elementos da cultura indígena em suas
próprias práticas e tradições. É importante notar que a relação entre espanhóis e povos nativos foi
extremamente diversa ao longo do continente, variando de acordo com a região e as
circunstâncias locais. Em algumas áreas, houve uma convivência mais pacífica e colaborativa,
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enquanto em outras, houve conflitos constantes. Os diferentes grupos indígenas também


reagiram de maneiras diversas à presença espanhola, desde a resistência armada até a adaptação
às novas circunstâncias.

O processo de colonização espanhola na América Latina deixou um legado complexo e


multifacetado. Por um lado, trouxe avanços tecnológicos e culturais, mas, por outro, resultou na
destruição de civilizações inteiras e na exploração desumana de povos nativos. A relação entre
espanhóis e nativos é um exemplo poderoso das complexidades da história e das consequências
profundas das interações interculturais.

Em conclusão, a relação entre espanhóis e povos nativos na América Latina a partir do século
XV foi caracterizada por um choque de culturas, interesses econômicos e diferentes perspectivas
sobre a civilização. Essa interação moldou profundamente o curso da história do continente e
deixou um legado duradouro que ainda se faz sentir nos dias de hoje. É crucial analisar essa
relação a partir de diversas perspectivas, como as apresentadas pelos autores citados, a fim de
compreender a complexidade desse processo e suas implicações para a América Latina
contemporânea.
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BIBLIOGRAFIA:

ALENCAR, F. L. Bases da história da América Latina. Curitiba: Intersaberes, 2020.

ESTEFAN, R. História da América Latina: Das culturas pré-colombianas até o presente. Porto
Alegre: EdiPUCRS, 2017.

PINSKY, J. [et. al.]. História da América através de textos. 11ed. São Paulo: Contexto, 2010.

PROBST, M. História da América: da era pré-colombiana às independências. Curitiba:


Intersaberes, 2016.

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