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Resumo: A Aventura Liberal numa ordem patrimonialista

Larissa Moreira
Matrícula: 157.701
Período: Noturno

2021

Resumo: A Aventura Liberal numa ordem patrimonialista

A história do Brasil vem de um longo período de dominadores e dominados. Os


primeiros, na era das grandes plantações, eram os donos de terra e de escravos, mas com a
transição para a fase da indústria, juntamente com a implantação do liberalismo político, esses
antigos proprietários de terra se tornaram os donos de comércios e indústrias.

A revista estudada traz um pensamento de Max Weber identificando que, na realidade


brasileira, “O poder estatal seria (...) o dono das terras e o regulador da economia” (FAORO,
1993, p. 16.) A forma de dominação do Patrimonialismo é uma variação da tradicional (aquela
conferida pelo respeito à tradição) que inclui o patriarcalismo e da gerontocracia.

O Patrimonialismo brasileiro tem sua origem ainda na Península Ibérica, na dinastia Avis
(séc. XIV). Mais adiante, podemos observar o Estado português ainda como recurso do Rei, o
modelo patriarcal sempre esteve presente, sendo extensão da casa para o reinado. Tal modelo
político foi herdado pelos brasileiros durante a colonização. Em síntese, o Brasil colônia viveu
momentos marcantes de economia centralizada, mas experimentou descentralizações
importantes. Uma forma de entender como o modelo de dominação estudado sempre esteve
presente no Brasil, é a própria transformação de Colônia em Estado Portugues, com a monarquia
dupla de dois centros de poder (Rio de Janeiro e Lisboa).

Durante esse processo, a Aristocracia cooperava com o Estado, quando este lhe dava
privilégios, e marcava oposição quando já não tinha nada a ganhar. No momento em que a Elite
passou a recusar a intervenção da Metrópole e da Igreja, ocorreu a tentativa de implantar o
Liberalismo Político. Mas, observa-se que ele nunca foi de fato inserido, pois a Aristocracia não
tinha interesse em abrir mão de suas regalias. O sociólogo Gilberto Freyre pensa a iniciativa
privada brasileira com esse teor aristocrata. Essa Elite teria se micigendado com negros e índios,
dando início ao mito da democracia racial.
Assim sendo, é fato que o Brasil atual ainda encontra heranças do Patrimonialismo,
sendo um dos poucos países que nunca realizou uma reforma agrária relevante (segundo dados
da Oxfam, menos de 1% dos proprietários agrícolas possui 45% da área rural do país). Aponto
que o principal legado do modelo patrimonial foi marcar a desigualdade social como ponto
chave da história do povo brasileiro, pois onde o poder central comanda a economia, o exército
e o próprio aparelho burocrático, o pensamento de Caio Prado Júnior nos esclarece a realidade:
Desde a colonização temos uma dicotomia vigente, a dualidade entre classes.
Referências:

FAORO, R. A aventura liberal numa ordem patrimonialista. Revista USP, [S. l.], n. 17, p. 14-29,
1993. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.v0i17p14-29. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/revusp/articl e/view/25950. Acesso em: 16 maio. 2021.

CAPETTI, P. Concentração no campo bate recorde e 1% das propriedades rurais tem quase
metade da área no Brasil. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/25950. Acesso em 24 maio. 2021.

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