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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANDAS - DCHI


DOCENTE: FELIPE ESTRELA
DISCENTE: MARCOS DIAS
DISCIPLINA: ENONOMIA BRASILEIRA

Este trabalho foi elaborado a partir do artigo ”Escravidão e capitalismo na


América portuguesa: uma invenção ou uma anomalia necessária?” escrito
por Carlos Otávio Zamberlan. Além disso, é fundamental salientar que ele,
Zamberlan, usou como referencias teóricas Caio PradoJr, Florestan Fernandes,
dentre outros, para com isso, melhor esclarecer o entendimento a respeito do
surgimento do capitalismo no Brasil durante e/ou pós o sistema escravocrata.

Então o autor inicia o artigo trazendo questionamentos no que tange a


coexistência dos regimes capitalistas e da escravidão no inicio da
“redescoberta” da nação brasileira e, sobretudo, mostrando que, de fato, a
escravidão foi uma realidade no Brasil. Assim, ele objetiva verificar e mostrar
que houve, durante o processo escravocrata à brasileira, um capitalismo que
dialogava com a colônia afim decriar um sistema de objetificação dos corpos
originários (indígenas) e os corpos oriundos do continente africano. Outro ponto
importante que Carlos Otávio busca criar inquietação é a respeito da mudança
do sistema feudal tido por Caio Prado com uma revolução no sistema de
exploração, sendo que, para Florestan Fernandes, não houve essa
descaracterização como revolução porque, para ele, a mudança de regime
feudal para o colonial se deu de uma forma muito lenta.

Zamberlan, no revela também que a sociedade feudal era composta de


diversas camadas, as quais se dividiam entre os senhores feudais (clero e
nobreza), e a outra camada, era agrupada por trabalhadores “livres” e servos.
Porem, os servos eram administrados pelo regime de serviços exaustivos
porque eles trabalhavam em terras que não às pertenciam. Além disso, eles
eram forçados a dar a parte maior do que eram produzidos aos senhores que
não faziam nada braçal. Ou seja, para os servos restavam apenas o bastante
para comer!

Silva e Bastos relata que houve um momento da história que ficou conhecida
como “as primeiras cruzadas”. Que era o inicio da relação comercial entre a
África, Europa e Ásia. Estas também eram conhecidas como “rotas” e foram
criadas as chamadas feiras medievais, que eram aonde os comerciantes
vendiam seus objetos. Então essas feiras foram dando formas às cidades que,
inclusive, eram chamadas de “burgos” (onde moravam os burgueses). Salienta-
se que nas feiras/cidades existiam corporações e que elas eram quem
determinavam os preços e limites das produções, a qual buscava adequar a
produção com o consumo, assim, evitando “superprodução” e buscando
equiparação dos preços.

Assim, o capitalismo foi criando forma e se firmando como um sistema e


acompanhando a ampliação das cidades. Portanto, nessa perspectiva, as
“trocas monetárias” foram se cambiando nas possibilidades de acúmulos de
capital. Então se percebe que o capitalismo tem apresso pelo sistema de
economia de mercado, ou seja, se relaciona com as trocas monetárias, busca
acúmulo de riqueza e, sobretudo, faz questão de manter relações de produção
intermediada pela lógica do salário.

Segundo Otávio, existiram dois momentos na história que foram cruciais para a
configuração capitalista no Brasil. O primeiro foi a questão da “independência”
que, inclusive, Florestan acredita ser o “marco histórico da era colonial”. Já o
segundo foi à substituição da mão de obra escravizada para o assalariado, com
isso mostra a graduação do sistema capitalista. Contudo, Caio Prado trás outro
ponto, não menos importante, que foi o trabalho escravo para a permanência e
força da colônia. Pois, para Prado, não haveria condições de trabalho livre no
sistema feudal, por isso que havia mãos de obras bastantes para manter a
colônia.

Uma questão importante é que, no Brasil colônia, o Pau-brasil era tido como a
principal forma de renda. E para a “coleta” era utilizada a mão de obra
indígena, tendo em vista que os primeiros escravizados foram eles. Salienta-se
que posteriormente, por questões diversas (sensibilidade às doenças dos
brancos europeus), os indígenas foram trocados pelas pessoas oriundas de
África.

Depois da exploração do Pau-brasil, os europeus exploraram a cana de açúcar.


Como a visão principal do capitalismo que é o lucro, os espanhóis e
portugueses produziram em larga escala usando a mão de obra escravizada
como a ferramenta principal. Então, as pessoas escravizadas eram tidas,
também, como mercadoria, inclusive de troca dentro do mercado capitalista,
explorador e racista.

Portanto, o Brasil do século XV, detinha as principais características do


capitalismo a fim de manter o acumulo de riqueza sem a preocupação da
garantia de direitos. Inclusive, muitas das práticas deste período, eram
defendidas pelos religiosos que buscaram catequizar os indígenas e africanos
com a finalidade de manter o monopólio ideológico além do capital. Então se
conclui que o capitalismo tem na sua origem maldade e exploração entre os
povos e que sempre existiu no Brasil dês do sistema colônia.

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