O livro analisa a revolução burguesa no Brasil e a transição para a ditadura militar de 1964. Florestan argumenta que a burguesia brasileira era dependente e incapaz de estabelecer um capitalismo autônomo. A revolução burguesa ocorreu por meio de uma conciliação entre burgueses e latifundiários, não pela via clássica. A ditadura de 1964 representou uma "contrarrevolução preventiva" contra a crescente pressão por ampliação democrática.
O livro analisa a revolução burguesa no Brasil e a transição para a ditadura militar de 1964. Florestan argumenta que a burguesia brasileira era dependente e incapaz de estabelecer um capitalismo autônomo. A revolução burguesa ocorreu por meio de uma conciliação entre burgueses e latifundiários, não pela via clássica. A ditadura de 1964 representou uma "contrarrevolução preventiva" contra a crescente pressão por ampliação democrática.
O livro analisa a revolução burguesa no Brasil e a transição para a ditadura militar de 1964. Florestan argumenta que a burguesia brasileira era dependente e incapaz de estabelecer um capitalismo autônomo. A revolução burguesa ocorreu por meio de uma conciliação entre burgueses e latifundiários, não pela via clássica. A ditadura de 1964 representou uma "contrarrevolução preventiva" contra a crescente pressão por ampliação democrática.
SÍNTESE REVOLUÇÃO BURGUESA NO BRASIL DE FLORESTAN FERNANDES,
POR RODRIGO CHAGAS
O livro em comento traz uma análise conjuntural da transformação no capitalismo
brasileiro, com foco nas classes dominantes e na dominação de classes. Do mesmo modo, busca a compreensão dos fundamentos sociais que conduziram a ditadura militar em 1964. Florestan traz uma harmonia entre Weber, Mannheim e Marx. Publicado no ano de 1975, Florestan aponta para o caráter dependente e subalterno da nossa formação social, evidencia também o caráter tardio do capitalismo nacional e a dependência externa. Isto porque a estrutura agrária, subordinada à dinâmica externa do capital, passa a representar uma burguesia incapaz de constituir um capitalismo autônomo. Entende a revolução burguesa como um processo de modernização. Para isto, compreende que a história do Brasil está dividida em uma era colonial, que vai até 1808, uma era neocolonial, que vai até 1880 e uma era burguesa, que é caracterizada como competitiva até 64, e posteriormente como monopolista. Ao sair da era neocolonial, há uma conciliação entre burgueses e latifundiários, deste modo a revolução burguesa não se dá pela via clássica. Já o momento de transição da burguesia concorrencial para a monopolista, é caracterizado por uma democracia restrita, com modernização e dominação ainda oligárquica. O período de 1930 a 1964 é marcado por uma industrialização sem precedentes, o que ocasionou movimentos não burgueses, em prol da ampliação democrática, isto é o que Florestan considera como pressão dentro da ordem. Como contenção desta pressão, chega a ditadura, considerada por Florestan como contrarrevolução preventiva. De outro modo, Florestan tece mais informações a respeito do Brasil. Mostra que a economia do Brasil não se estrutura em bases próprias e nacionais e sim em razão de objetivos de países dominantes. Deste modo, conclui que a história do Brasil é determinada por elementos exógenos. Há uma dominação externa associada à expansão da civilização moderna e a estratificação da sociedade de classe se apresenta ao nível das estruturas de apropriação econômica e dominação política. Há uma modernização conservadora, a partir de fora. Para Florestan, o brasil é marcado por uma extração dual do excedente, mediata pela burguesia, que coloca sobre si dois fatos, a hegemonia do poder político e a hiperacumulação de poder político pelo Estado, caracterizando o que Florestan chama de autocracia burguesa.