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A Revolução Burguesa no Brasil:

Ensaio de Interpretação Sociológica

• Autor: Florestan Fernandes

Docente: Profª Drª Ana Maria Leite Lobato


Discentes: Leonardo Andrade e Rony Guedes
Sobre o autor
Florestan Fernandes foi um sociólogo,
antropólogo, escritor, político e professor
brasileiro.

De origem humilde, o intelectual brasileiro


trilhou os primeiros 20 anos de sua carreira
na Universidade de São Paulo até o ano em
que foi exilado por conta da promulgação
do AI-5. 

Fernandes dedicou-se, no início de sua carreira, ao estudo


etnológico dos índios tupinambá. Após a década de 1950, o
sociólogo passou a estudar os resquícios da escravidão, o
racismo e a difícil inserção da população negra na sociedade
altamente dominada por pessoas brancas.
Contexto histórico da obra
❑ O livro começa a ser escrito em 1966, como resposta ao golpe
militar, mas é publicado em 1975.

● Recebido à época como uma tentativa de explicação das origens


e fundamentos do Estado autoritário, o livro tornou-se, com o
decorrer do tempo, um dos clássicos da sociologia histórica
brasileira.
Parte 3: Revolução Burguesa e
Capitalismo Dependente
⮚De que tipo de revolução burguesa estamos tratando?

Revolução Burguesa denota um conjunto de transformações


econômicas, tecnológicas, sociais, psicoculturais e políticas que
só se realizam quando o desenvolvimento capitalista atinge o
clímax de sua evolução industrial.

No entanto, o processo de mudanças burguesas que ocorreram no


Brasil não implica em um processo semelhante ao das
revoluções burguesas que determinados países europeus
tiveram, como os casos clássicos da Revolução Francesa, da
Revolução Inglesa, ou mesmo da Revolução Estadunidense
Parte 3: Revolução Burguesa e
Capitalismo Dependente

⮚Florestan entende que é possível


uma revolução burguesa sem
revolução. Ou seja, é possível
chegar ao capitalismo monopolista
(maduro) sem a mesma via
funcional vista em outras nações,
como as da Europa.

Florestan esclarece, novamente, que sua intenção é explicar o


processo de transformação capitalista nos países periféricos,
ressaltando que não se pode repetir nesse caso o mesmo modelo
utilizado na interpretação das revoluções burguesas nos países
centrais.
Parte 3: Revolução Burguesa e Capitalismo
Dependente

⮚ A revolução burguesa no Brasil não segue seu curso “clássico”,


ou liberal-democrático. Aqui, ela tem início com a abolição da
escravidão e a proclamação da República.
Parte 3: Revolução Burguesa e
Capitalismo Dependente

⮚O que seria esse Capitalismo Dependente?

Basicamente, refere-se a dependência ou


subordinação do Brasil ao capital
estrangeiro, principalmente, nos dias de
hoje, aos Estados Unidos.

No Brasil, apesar da Burguesia brasileira instaurar o processo


capitalista, foi um processo de capitalismo dependente, ou seja,
não teve autonomia, não conseguiu libertar-se das amarras de
ser um país colonial.
Parte 3: Revolução Burguesa e
Capitalismo Dependente
É possível coexistir tempos históricos diferentes em uma mesma
formação histórico-social
⮚ A questão das relações de trabalho que ainda
hoje em alguns lugares permanecem análogas a
escravidão:
Trabalhadores da agropecuária aqui no norte do
país;

Grifes de shopping que utilizam trabalhadores


de outros países da América latina em tais
condições de trabalho no Brasil.
Parte 3: Revolução Burguesa e
Capitalismo Dependente
Florestan, em sua análise, conclui que duas dimensões são cruciais
para entender as particularidades do Brasil como pais
capitalista dependente na economia mundial:

1. Processos muito específicos de exploração do


trabalho.
Por exemplo:
Na ditadura, durante o milagre econômico
brasileiro, a maioria dos trabalhadores que
recebiam salário mínimo estavam na indústria e
não em setores mais modernos como era
pregado pelo governo vigente.
Parte 3: Revolução Burguesa e
Capitalismo Dependente

Outro exemplo: No passado recente de


crescimento da economia brasileira, a
maioria dos empregos gerados foram
com salários até 2 salários mínimos.
Parte 3: Revolução Burguesa e
Capitalismo Dependente

2. Processos de expropriação dos trabalhadores


Os trabalhadores não possuem outra maneira de subsistir a não ser,
necessariamente, pela venda da sua força de trabalho, seja em que
condição for.
Parte 3: Revolução Burguesa e Capitalismo
Dependente

Frações
burguesas
dominantes
Produção (externas)
(extração de
mais-valia)
extraída dos
trabalhadores
brasileiros
Frações
burguesas
locais
Parte 3: Revolução Burguesa e
Capitalismo Dependente
INTRODUÇÃO

● Esta análise permite detectar um drama


crônico que é típico do capitalismo
dependente.
● As impossibilidades históricas formam
uma cadeia, uma espécie de círculo-
vicioso

● Como não há ruptura definitiva com o passado, a cada


passo este se reapresenta na cena histórica e cobra o seu
preço.
Parte 3: Revolução Burguesa e
Capitalismo Dependente
INTRODUÇÃO

● Dessa forma, Florestan chega a


conclusão de que ao contrário do
pensamento eurocêntrico e
evolucionistas, no Brasil, nós tivemos
revoluções burguesas processuais

● Com especificidades que tornaram o Brasil um país


profundamente estruturado com uma formação econômica e social
em que as frações burguesas dominantes estão articuladas ao
imperialismo, não como vítimas, mas como sujeitos.
Capitulo 5: A concretização da Revolução
Burguesa
⮚ Quem eram os burgueses do Brasil no início do capitalismo
brasileiro?

▪ O contexto político-social brasileiro no período pós-


independência, estava marcado pela tensão entre duas forças
sociais, aparentemente antagônicas, mas que acabaram, mais
tarde, conjugando-se:

Representantes da elite
Os grupos sociais
dominante agrária (lutavam
em ascensão
pela manutenção da ordem
(Burguesia)
política tradicional)
Capitulo 5: A concretização da Revolução
Burguesa

 A medida que o Brasil começa a se construir como nação


independente de Portugal, a produção agrária passa a atender as
demandas do mercado interno Brasileiro

 Muitos “senhores de terra” deixaram o isolamento rural e se


estabeleceram no cenário dinâmico das cidades

 Diversificaram as suas atividades profissionais, investindo em


comércio, indústria, bancos e etc.
Capitulo 5: A concretização da Revolução
Burguesa

• Essa burguesia brasileira define a si


própria, em face de seus papéis
econômicos, sociais e políticos, como
se fosse a equivalente de uma
burguesa revolucionária, democrático
e nacionalista

• Portanto, estamos diante de uma burguesia dotada de moderado


espírito modernizador e que, além do mais, tendia a circunscrever
a modernização ao âmbito empresarial e às condições imediatas
da atividade econômica ou do crescimento econômico
Capitulo 5: A concretização da Revolução
Burguesa

 A convergência de interesses burgueses internos e externos fazia


da dominação burguesa uma fonte de estabilidade econômica e
política

 Vista como um componente essencial para o tipo de crescimento


econômico, que ambos pretendiam, e para o estilo de vida política
posto em prática pelas elites
Capitulo 5: A concretização da Revolução
Burguesa

• Portando, a dominação burguesa se associava a procedimentos


autocráticos, herdados do passado ou improvisados no presente

• Era quase neutra para a formação e a difusão dos procedimentos


democráticos alternativos, que deveriam ser instituídos

• Entre as elites das classes dominantes havia um acordo tácito


quanto à necessidade de manter e de reforçar o caráter
autocrático da dominação burguesa
Capitulo 5: A concretização da Revolução
Burguesa

• Os conflitos que surgiram, a partir de certos setores radicais das


classes médias e a partir de setores insatisfeitos da grande
burguesia, se acabaram com a monopolização do poder pela
velha oligarquia. Também deram a esta a oportunidade de que
precisavam para a restauração de sua influência econômica,
social e política
Capitulo 5: A concretização da Revolução
Burguesa

• O modo pelo qual se constituiu a dominação burguesa e a parte


que nela tomaram as concepções da velha e da nova oligarquia
converteram a burguesia em uma força social naturalmente
ultraconservadora e reacionária

• No caso brasileiro, a burguesia se moldou sob o tipo de


capitalismo competitivo que nasceu da confluência da economia
de exportação com a expansão do mercado interno e da produção
industrial para esse mercado
Capitulo 6: Natureza e etapas do
desenvolvimento capitalista
• A dominação indireta não foi uma realidade passageira na
história do Brasil, mas sim uma condição estrutural
permanente que assumiu diferentes formas(...)

• 1) a ruptura com a dependência em relação aos centros


hegemônicos de dominação imperialista;

• 2) a completa desagregação do antigo regime e suas formas


pré-capitalistas de produção, troca e circulação;

• 3) a superação do subdesenvolvimento resultante da


satelização imperialista da economia interna e da
concentração de riqueza.
Capitulo 6: Natureza e etapas do
desenvolvimento capitalista

TRÊS FASES:

• Mercado capitalista moderno (1808 – Meados séc. XIX)

• Mercado capitalista competitivo (Meados séc. XIX – 1950)

• Mercado capitalista monopolista (1950 – tempos atuais)


Capitulo 6: Natureza e etapas do
desenvolvimento capitalista

Emergência e expansão do mercado capitalista moderno:

● É caracterizada como uma fase de transição neocolonial, que


ocorreu do início do século XIX até meados do século XIX,
marcada pela abertura dos portos e pela crise do sistema
escravista.
Capitulo 6: Natureza e etapas do
desenvolvimento capitalista
● estabelece três conexões fundamentais:

● A relação com o mercado mundial e o mercado externo


hegemônico (especialmente a Inglaterra

● A ligação com as cidades

● A conexão com o sistema de produção escravista, que foi


transformado pela atuação desse novo mercado.
Capitulo 6: Natureza e etapas do
desenvolvimento capitalista

Emergência e expansão do mercado capitalista


competitivo:

● Nações como a Inglaterra, França e Alemanha, às quais


começa a se juntar os Estados Unidos, voltavam seus olhos
para as reservas de recursos e as potencialidades visíveis
de um país continental como o Brasil.

● Elas estavam, de fato, concorrendo para algo novo, que era


a construção de uma economia capitalista dependente nos
trópicos.
Capitulo 6: Natureza e etapas do
desenvolvimento capitalista
• O que se buscava não era impor controles internos indiretos à
organização e ao funcionamento das economias capitalistas
emergentes(...)

• Como a aristocracia agrária e o alto comércio, as nações


hegemônicas estavam muito empenhadas em manter a economia
brasileira como uma economia articulada, não só no plano
mundial, mas também e principalmente ao nível nacional.

• É nesse quadro amplo, que se estende à crise de 1929 e à


Revolução de 1930, que se esbatem os efeitos sociais
construtivos, desencadeados pela metamorfose do mercado, sob
a consolidação
• do capitalismo competitivo.

• Dupla articulação
Capitulo 6: Natureza e etapas do
desenvolvimento capitalista

• Quando a economia competitiva atinge uma fase de


integração nacional do mercado e de diferenciação do
sistema de produção industrial, as substituições de
importações se tornam não só uma realidade banal,
como um processo de longa duração, com tendência a
aumentar continuamente
Capitulo 6: Natureza e etapas do
desenvolvimento capitalista

Emergência e expansão do mercado capitalista monopolista

● se caracteriza por conta da “reorganização do mercado e do


sistema de produção, através das operações comerciais,
financeiras e industriais da grande corporação” . Período
compreendido entre final da década de 1950, ganhando
consolidação na pós “Revolução de 1964”.

● Condições objetivas: concentração demográfica, não só em


cidades-chaves, mas em um vasto mundo urbano-comercial e
urbano-industrial; de renda per capita, [...] de capital
incorporado ou incorporável ao mercado financeiro [...], de
modernização tecnológica; de estabilidade política.
Capitulo 7: O modelo autocrático-burguês
de transformação capitalista
• A competição entre os países capitalistas
centrais no século XIX acirrou a busca
por novos mercados consumidores, o
que fez com que voltassem a atenção às
antigas colônias. Desse modo, o fim da
escravidão era uma reforma estrutural
necessária do ponto de vista econômico.
• Essa mudança econômica não foi acompanhada de uma
mudança política significativa no sentido da criação de uma
classe burguesa autônoma e nacional. Por conseguinte, o
fortalecimento da burguesia no Brasil, embora tenha implicado
uma rápida industrialização do país, manteve a subjugação
pelos países capitalistas centrais.
Capitulo 7: O modelo autocrático-burguês
de transformação capitalista
• Florestan desmente, então, a tese de que os países em
desenvolvimento estão em um estágio menos avançado do
capitalismo e que, assim que se criarem as condições
necessárias, a história repetir-se-á e esses tornar-se-ão tão
desenvolvidos quanto as nações hegemônicas.

• Demonstra, assim, que é do interesse das nações


desenvolvidas manter a relação de dominação dos países
periféricos. Ao mesmo tempo, porém, precisam permitir o
fortalecimento da burguesia nesses locais para conterem as
ameaças dos regimes socialistas.
Capitulo 7: O modelo autocrático-burguês
de transformação capitalista

• Nesse contexto, a dominação burguesa demonstra suas


características autocráticas, voltadas apenas a sua própria
manutenção, não importando que isso implique uma ditadura de
classe.

• A burguesia nos países periféricos detém o poder econômico e


político e controla o Estado, de modo que é impraticável usar o
espaço político e a ordem legal instituída para evidenciar as
contradições de classe.
Capitulo 7: O modelo autocrático-burguês
de transformação capitalista
• Ademais, ela não está só lutando para
manter privilégios de classe, mas
também pela sobrevivência do
capitalismo em nível global. Segundo
Florestan, tal fato acrescenta um
elemento político ao comportamento de
classe da burguesia nos países
periféricos e explica o crescente
afastamento entre a utopia burguesa e
a realidade criada por sua dominação.
• O autor deixa transparecer que esses são os ingredientes que
permitirão a junção de uma república parlamentar com o
fascismo, tal como se observa nas ditaduras sul-americanas.
Capitulo 7: Dominação burguesa e
transformação capitalista

▪ Florestan explica que a dupla articulação (ou seja, a


simultaneidade entre o desenvolvimento desigual interno e a
dominação imperialista externa) cria um modelo próprio de
transformação capitalista nos países de capitalismo dependente.

▪ Para o autor, uma característica da atuação da burguesia nacional


diz respeito a sua dependência de dominação da máquina estatal. O
Estado foi colocado no centro da evolução do capitalismo no Brasil,
o que também justifica a associação daquela com os militares e a
militarização estatal.
Capitulo 7: O modelo autocrático-burguês
de transformação capitalista

▪ Facilitaram esse processo a natureza autoritária do


presidencialismo e a identificação dos militares com os propósitos
burgueses, fazendo com que a burguesia “monopolizasse” o Estado,
dificultando sobremaneira sua conquista por outra classe.
Capitulo 7: O modelo autocrático-burguês
de transformação capitalista

▪ Florestan aponta as quatro décadas seguintes à 1ª Guerra Mundial


como o período de maturação da burguesia brasileira. Segundo
ele, não houve o surgimento de uma nova classe no Brasil, pelo
contrário, a burguesia brasileira se formou, inclusive, pela
adaptação da antiga aristocracia aos propósitos burgueses.
Capitulo 7: Contra-revolução prolongada e
“aceleração da história”

• A burguesia brasileira também precisava construir sua identidade,


dadas as particularidades históricas que a diferenciavam dos
burgueses europeus, como a forte tradição escravista. Além
disso, as diferenças locais impediam uma unificação nacional.

• Todavia, essa chance se perdeu e a burguesia nacional assimilou


para si o papel subserviente no capitalismo mundial em expansão,
crendo que o subdesenvolvimento era apenas uma etapa e
aceitando a ideologia norte-americana do “desenvolvimento com
segurança”. Aqui, portanto, a burguesia não criou um caráter
revolucionário nacionalista, adotando como utopias a defesa da
“democracia”, da “civilização cristã”, da “ordem mundial capitalista”
etc.
Capitulo 7: Contrarrevolução prolongada e
“aceleração da história”

• Os conflitos entre as classes eram postos fora da ordem legal, de


modo que defender a ordem era defender a burguesia. A
Nação Burguesa se sobrepunha à Nação Legal. É esse
deslocamento da ordem que Florestan vai chamar de
contrarrevolução, que implica a manutenção das desigualdades
internas e da dominação externa.
Capitulo 7: Contrarrevolução prolongada e
“aceleração da história”

• A contrarrevolução burguesa no Brasil é uma resposta


autocrática (ditadura) às transformações também burguesas
no sentido de uma democracia de participação ampliada,
com conquistas sociais, políticas e econômicas das classes
trabalhadoras (como vinha acontecendo no governo de João
Goulart). Ela é prolongada pois visa à manutenção de certos
estratos da burguesia no poder.
Capitulo 7: Contrarrevolução prolongada e
“aceleração da história”

• A revolução burguesa brasileira se pautou nas mudanças


econômicas e relegou as mudanças políticas, diferente do
ocorrido nas revoluções burguesas clássicas.

• A revolução burguesa conduziu o Brasil, portanto, à


transformação ao capitalismo monopolista, mas não à esperada
revolução nacional e democrática.
Capitulo 7: O modelo autocrático-
burguês de transformação capitalista
Estrutura política da autocracia burguesa

• Não houve uma situação pré-revolucionária de rebelião das


classes assalariadas contra a burguesia. No entanto, a situação
existente era potencialmente pré-revolucionária devido à
desagregação e desorientação da dominação burguesa, que foi
exposta de forma contínua desde a segunda década do século
até a "revolução institucional" de 1964, através de um processo
constante de erosão interna.

• Os conflitos não colocavam em risco a dominação burguesa,


mas sua falta de resolução rápida e definitiva limitava a
capacidade política do poder burguês, tornando-o instável e
ineficaz.
• Foi a própria expansão da economia capitalista e do sistema de
classes que gerou pressões políticas que estimularam a
solidariedade entre as classes burguesas

• 1- Essas pressões surgiram de grupos burgueses que buscavam


se proteger ou obter privilégios dentro da ordem estabelecida.

• 2- O Estado nacional, com sua intervenção abrangente, se


transformou em uma poderosa ordem administrativa, graças aos
seus funcionários e técnicos, e em uma importante força
socioeconômica devido às empresas estatais e aos programas
governamentais em várias áreas.

• 3 - A industrialização intensa e o surgimento do capitalismo


monopolista causaram um rápido aumento das influências
externas sobre o desenvolvimento capitalista interno. o que levou
as classes burguesas a buscar novas formas de se adaptar e
controlar essas influências.
Capitulo 7: O modelo autocrático-
burguês de transformação capitalista

● Persistência ou colapso da autocracia burguesa?

● Estava em curso um processo de consolidação da autocracia


burguesa. Entretanto, a ocorrência de manifestações contra a
ordem, sobretudo em razão dos anseios da nova classe média
crescente.

● O Estado autocrático burguês, seria uma variante


subdesenvolvida e modernizada do fascismo

● Democracia de cooptação, a partir da qual seriam abertos


pequenos espaços às classes “de baixo” para se manifestarem,
mas sem permitir sua articulação a ponto de ameaçar todo o
sistema. Seria uma “democracia dentro da autocracia”.
Capitulo 7: O modelo autocrático-
burguês de transformação capitalista

Resumindo, para Florestan era inviável e fadado ao fracasso o


processo de associação entre a aceleração do desenvolvimento
capitalista e a autocratização da ordem social competitiva,
promovido pelas classes burguesas que sustentam o capitalismo
dependente. O que surgiria depois poderia ser o advento de um
capitalismo de Estado ou do socialismo.
REFERÊNCIAS
FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil: Ensaio de
Interpretação Sociológica. Rio de Janeiro. 1974.

PORFÍRIO, Francisco. "Florestan Fernandes“. Brasil Escola.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/florestan-
fernandes. Acesso em 27 de maio de 2023.

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