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AULA 05
Período de 1956 a 1964
Balanço e Conclusões:
Importante redução das pressões sobre a balança comercial do ponto de vista da composição das
importações (abriu-se espaço para a importação de bens intermediários e de bens de capital em
detrimento das importações de bens de consumo);
Principais legados:
o Em 1944, a indústria já tinha participação no PIB similar à parcela da agricultura (diferença próxima a
1 pp);
o Estado Novo (Vargas) => Consolidou o Estado como indutor do processo de desenvolvimento
industrial (e, consequentemente, do crescimento econômico);
Duas características principais:
JK, Jânio Quadros, João Goulart => Dos “anos dourados” de JK à crise não resolvida
Contexto:
OBS: seriam tais pressões sobre o saldo de transações correntes as grandes fragilidades que interromperiam o
crescimento da economia a partir da segunda Crise do Petróleo (1979);
Plano de Metas => plano de acelerar o desenvolvimento econômico via manutenção da industrialização;
Canalização de parte significativa dos investimentos da economia para a atividade industrial;
Discurso “desenvolvimentista”;
Anos 1950 -> Brasil com grande população, mas ainda um país rural;
o A população urbana superou definitivamente a população rural em algum momento entre os anos
1960 e 1970; A chegada de imigrantes atraídos por oportunidades de trabalho no setor industrial
contribuiu para o aumento da urbanização;
o O Plano de Metas foi um grande plano de investimento estatal (o Estado utilizava-se de suas políticas
tarifárias, cambiais e fiscais para induzir o crescimento do setor industrial). O Plano consolidou o processo
de substituição das importações (tornou a indústria brasileira mais completa e com maior densidade
produtiva); Todavia, embora tenha sido muito bem desenhado e bem-sucedido, o Plano de Metas foi mal
gerenciado, principalmente do ponto de vista fiscal. Desse modo, além de ter inaugurado uma nova
perspectiva de crescimento econômico via consolidação industrial, o plano econômico de JK deixou
prejuízos em relação às contas públicas, as quais geraram inflação e instabilidade (cenário que contribuiu
para a posterior eclosão do Golpe de 1964);
o Ex..: consolidação da região do ABC/São Paulo (produção de bens de consumo duráveis) -> base industrial
relacionada ao fornecimento de peças de automóveis (Estado) + investimento da Ford (investimento
privado);
Resultados e consequências;
PIB:
Entre 1957-60 Aceleração do PIB;
Em 1962 Inflexão;
Em 1963 Reversão;
Crescimento econômico, e, consequentemente, aceleração da Inflação (1956: 12% => 1960: 35%);
o Lembrar: A inflação já tinha dois dígitos desde os anos 1940; já havia desafios quanto ao controle da
inflação desde o governo Dutra (devido à transição de uma política econômica ortodoxa para uma
menos ortodoxa, adotada no final do governo, cujo foco passou a ser o crescimento e não a questão
da inflação); Na segunda metade dos anos 1950, a inflação quase triplicou;
Piora das finanças públicas déficit do governo federal (1956-60: 30% => 1961-63: 50%);
o Grande parte dos gastos com o plano de metas não estavam presentes no orçamento.
Assim como o baixo crescimento no início dos anos 60, decorreu dos desequilíbrios desse processo;
JK entregou a seus sucessores uma economia maior e mais desenvolvida;
Porém, com piora de indicadores macroeconômicos significativos;
Síntese:
Aspectos positivos => crescimento do PIB; redução do analfabetismo e da mortalidade infantil; aumento
expectativa de vida (46 para 53 anos);
Aspectos negativos => piora da inflação; déficit público; e piora situação externa;
Destaques (do ponto de vista de composição industrial): crescimento dos bens de capital (20,3%) e dos bens
duráveis (18,2%); O setor que menos cresceu foi o de bens de consumo, o qual já havia se expandido em grande
medida durante os anos 1930, 1940 e início dos anos 1950;
Se por um lado o Plano de Metas se destacou pelo crescimento da indústria de bens de capital, por outro, o II
PND, posteriormente adotado, seria direcionado para a expansão da indústria de bens intermediários;
Lembrar:
FBKF (participação dos investimentos sobre o PIB) => 13,5% do PIB; Em 1955 => 15,7%;
OBS:
Muito do crescimento de 11,6% ao ano (entre 1952 a 1961) se deve ao aumento do estoque de capital e da
produtividade da economia;
Políticas Econômicas: são ferramentas utilizadas pelo governo para diferentes fins;
Política Fiscal (tributos / gastos) => o governo se utiliza de seu poder de Pol. Fiscal vs Pol. Monetária
tributação e do seu poder de gerar demanda para desacelerar ou acelerar
a economia; Na política fiscal, o
governo intervém de forma
o Ex. quanto aos tributos: ↓ nível de tributos = ↑ (acelera) o direta, gerando crescimentos
crescimento da economia (pois, o pagamento de menos tributos ao específicos. Já na política
governo incentiva a produção privada e o consumo, o que resulta monetária, o governo intervém
em um melhor desempenho econômico); indiretamente. O controle da
oferta de moeda (no Brasil,
o Ex. quanto aos gastos do governo (cada governo elabora um plano): inicialmente via SUMOC e,
planos de aceleração do crescimento; Minha Casa Minha Vida; posteriormente, pelo Bacen)
Plano de Metas de JK; II PND no governo Geisel etc.; altera, em última instância, as
taxas de juros e
,consequentemente, as
Política Monetária (moeda / taxas de juros) => o governo expande ou decisões de consumo e a taxa
contrai a oferta de moeda, o que impacta diretamente na composição das de câmbio;
taxas de juros cobradas na economia;
Quando o governo
expande os gastos, não
Política Cambial (foi o principal instrumento do Plano de Metas) =>
significa que ele esteja
alteração das taxas de câmbio, ou criação de taxas múltiplas para
injetando dinheiro na
importações e exportações (como Vargas fez), ou controle do comércio
economia (pois o controle de
(tarifas, quotas e impostos; ex.: tarifas sobre as importações);
moeda é realizado na política
fiscal), mas sim gerando
o Taxas de câmbio Tarifas / Quotas / Impostos;
demanda (↑ gastos do gov. =>
geração de orçamento => ↑
Políticas de Desenvolvimento; Decisões pensadas sobre a trajetória do demanda por bens e serviços
desenvolvimento; pelo governo);
OBS: A Política cambial foi o instrumento principal do Plano de Metas, pois a política fiscal não era viável (dada a
situação fiscal desfavorável do país à época), nem a política monetária, pois o Bacen não existia (logo, a política
monetária dificilmente poderia ser operacionalizada).
JK - Política Cambial
(principal instrumento de política econômica)
A Política Cambial Possibilita a manutenção dos Investimentos (aumento capital), sem pressão sobre mercado
de divisas (em outras palavras, o governo consegue captar investimentos externos diretos –IEDs- sem precisar
compra-los no exterior com dólares);
o Controles de importação -> Antes da instrução 70, para Conteúdo cobrado com
importar, era necessário obter junto ao Banco de Brasil uma frequência no TPS!
autorização;
Dica do professor: o
o Câmbios múltiplos -> As próprias taxas de câmbio incentivariam candidato que desejar
ou não as importações. A ideia era favorecer as importações de aprofundar-se na questão
bens de capital e de bens intermediários para dar sequencia ao das instruções da SUMOC
processo de industrialização e dificultar a entrada de bens de podem pesquisar sobre o
consumo na economia; tema no site do
CPDOC/FGV;
Instrução 113 (SUMOC – 1955) Facilitação da importação de bens de
capital
o Em outras palavras, o investimento externo direto seria contabilizado pela melhor taxa de câmbio
do ponto de vista do investidor. Ou seja, a entrada ou saída do capital sempre seria contabilizado
a favor do investidor para evitar risco cambial. Já o retorno dos lucros ocorria na menor taxa de
câmbio (cruzeiro estivesse mais apreciado);
o Lembrar: taxa de câmbio baixa => possibilita a troca de dólares por uma menor quantidade de
moeda interna; Ex.: taxa 10/1 -> para cada 10 reais, 1 dólar. Quando a moeda doméstica fica
valorizada, será necessário menos reais para comprar 1 dólar (ex.: taxa 5/1);
o Logo, buscava-se maximizar o IED em moeda estrangeira. As trocas com os menores preços
possíveis acabaram por atrair muitos investidores;
OBS: Naquele período, a economia operava com déficits significativos na balança de pagamentos, pois o Brasil
contava com a entrada de divisas na economia via mercado de ativos (poupança externa). Ou seja, a economia
brasileira dependia da oferta de divisas de outros países (em forma de IED) para conseguir abastecer o mercado
interno na forma de divisas.
OBS: Bibliografia utilizada: GIAMBIAGI;
Ademais, houve a adoção de tarifas ad valorem sobre importações (0% a 150%) para bens similares;
o Ou seja, os impostos de importação eram um percentual do valor dela, e não um valor fixo por
quantidade.
Principal objetivo da Lei 3244 acelerar substituição de Bens de Capital (frente aos bens de consumo), pois
a crescente produção interna poderia ter como gargalo a falta de bens de capital na economia. Em outros
termos, a lei serviu para a atração cada vez maior de bens de capital (máquinas e equipamentos em geral)
para a produção de máquinas e equipamentos industriais próprios do Brasil;
JK - Políticas de Desenvolvimento
Objetivos:
Objetivo: Identificação de setores e suas relações com crescimento econômico (investimentos nos
setores que apresentassem boa relação insumo x produto para a economia e que tivessem potencial de
inserção no mercado internacional);
Criação do Plano de Metas: segundo Lessa (1981), a “mais sólida decisão consciente em prol da
industrialização da história do país”;
PLANO DE METAS
Foco no combate aos pontos de estrangulamento em paralelo à implantação de pontos de germinação =>
geração de demandas derivadas (BSB);
Em outras palavras, a ideia era proporcionar uma relação setorial complexa dentro do plano, de modo que um
setor retroalimentasse outro (dinâmica industrial sustentável);
o Bens importados necessários => pagava-se as menores tarifas de importação (câmbio favorecido =>
reserva de mercado);
3) Reserva de mercado (Lei do Similar Nacional);
o Importante para atrair os investimentos estrangeiros e garantir que o tempo de maturação desse
investimento garantisse bons lucros para o investidor externo;
Estrutura vs financiamento:
O “desenho” do plano em termos estruturais era muito bem desenvolvido (em relação, por exemplo, aos
setores, à ação junto à iniciativa privada, e à política cambial). Todavia, o mesmo não ocorria do ponto de vista
do financiamento (Lessa: “procurar sua solução ao longo da execução do programa”);
Domésticas: Estrangeiras:
O Banco do Brasil emprestava recursos ao Tesouro para cobrir déficits via emissão de moeda;
Resultado: Inflação => extração de poupança forçada da economia;
i. Estrutura tributária arcaica; resistência do empresariado (que se recusava a pagar mais impostos);
ii. Via atraso de pagamentos (qualquer atraso do Bacen no pagamento de seus fornecedores gerava
ganho real de receita, pois o valor era corroído pela inflação);
iii. Emissão de títulos públicos limitada pela Lei da Usura - que fixava os juros nominais a uma taxa
máxima de 12% ao ano. Como a inflação estava maior que essa taxa, não compensava comprar tais
títulos;
Ou seja, não havia uma gestão macroeconômica bem desenhada que fornecesse outras opções de financiamento
para a grande expansão dos gastos do governo com o Plano de Metas;
o Efeito em cadeia A abertura setorial favoreceu diversas metas do programa. Com isso, era possível
retroalimentar o processo;
Crescimento do PIB per capita real em 2% ao ano (efetivo: 5% ao ano); Brasil como uma das principais
economias industriais nos anos 1960;
Redução do coeficiente de importações de 14% para 10% do PIB (efetivo: 8% do PIB); Ou seja, a produção
doméstica cresceu a tal ponto que as importações chegaram a apenas 8% do PIB;
Por outro lado, havia um problema estrutural inflação de 13,5% ao ano (efetivo: 25% ao ano);
Necessidade de ajustes econômicos para compatibilizar metas antagônicas
Medidas para combater diminuir a pressão sobre a inflação o governo buscou obter crédito junto ao
Eximbank e ao FMI;
o Buscava-se fontes externas de financiamento para evitar o uso de recursos domésticos (que significava
mais emissão de moeda);
Contenção dos gastos públicos, gastos com créditos e realização de ajustes salariais;
Fim dos planos de compra do café (que geravam gastos fiscais pesados);
Estabeleceu 4 recomendações:
o Base monetária: montante de moeda da economia (naquele período, controlada pela SUMOC;
atualmente, o Bacen a controla);
o Embora no curto prazo pudesse haver algum desequilíbrio, no longo prazo, o setor público seria
realinhado, pois a diferença entre gasto e arrecadação seria freada (o que resultaria em diminuição da
inflação);
o O aumento da arrecadação de impostos das estatais levaria o Tesouro (proprietário de tais empresas)
a melhorar o nível de sua receita, o que beneficiaria o pagamento de salários públicos (pagos pelo
Tesouro);
4) Correção do desequilíbrio do Balanço de Pagamentos (eliminação das restrições sobre as importações,
eliminação de subsídios cambiais etc);
Porém...
O Plano de Estabilização Monetária (1958) foi executado de modo mais gradual do que o FMI havia sugerido (o
qual propunha um “tratamento de choque”). Com isso, as respostas ao combate da inflação foram baixas;
Questão política -> Disputa junto ao presidente do BB, que se recusava a cortar a concessão de créditos
(grandes empresários pressionavam);
Economia aquecida vs preços estáveis era incompatível buscar a estabilidade de preços mantendo-se,
paralelamente, um alto nível de investimentos;
Desse modo, o Plano de Estabilização Monetária (PEM) foi abandonado no 1º semestre 1959;
Resultados:
A dívida externa era quase o triplo da arrecadação de moeda estrangeira naquele ano (2,7x as
exportações de 1960); Ou seja, era evidente que apenas a corrente de comércio não seria o suficiente
para acomodar os déficits das transações correntes;
Além da sustentação dos investimentos, o governo teve grandes gastos com a construção de Brasília e
com a manutenção da compra dos excedentes de Café;
Final do gov. JK -> economia com forte crescimento; mudança do patamar industrial do país (maior densidade
industrial); Reflexos negativos: piora das contas externas e piora da inflação (consequências do
superaquecimento + gestão fraca das fontes de financiamento do Plano de Metas);
Crescimento de 50% do PIB (entre 1956 – 1960); Crescimento da Indústria de 60% (mesmo período);
Porém, com importantes desajustes macroeconômicos:
o OBS: Os déficits no BP perduraram por cerca de 50 anos, chegando até o Plano Real;
Políticas ortodoxas visavam à contenção dos gastos públicos com uma política monetária contracionista e
restrição da capacidade de concessão de créditos. O objetivo era “esfriar” a atividade econômica e reduzir o nível
geral dos preços (inflação);
Medidas:
Unificação mercado de câmbio (Instrução SUMOC 204) = fim do câmbio múltiplo de JK;
Contenção gastos públicos = O montante de gastos do governo dentro de seu orçamento evitaria a
emissão de moeda, o que diminuiria a inflação;
o As medidas adotadas pelo governo sinalizavam que o país teria capacidade de pagar os novos
empréstimos;
Tancredo Neves assumiu como Primeiro Ministro; e Walter Moreira Salles, como ministro da Fazenda;
1961:
O PIB cresceu 8,6%, (ainda como reflexo da maturação dos investimentos da era JK);
Mas a inflação piorou: 30,8% => 47,8% entre 1960 e 1961;
OBS: Vale lembrar que a contenção do aumento do nível dos preços (melhora os indicadores de inflação)
para retomar o crescimento econômico é uma política contraditória, pois o aumento dos preços reflete uma
economia aquecida.
“...contra a ortodoxia dos monetaristas, esposada e imposta pelo FMI, que era possível conduzir a economia com
relativa estabilidade sem impor-lhes a purga recessiva.”
-Celso Furtado
Acreditava-se que a contenção dos gastos públicos e o controle do crédito (medidas do plano ortodoxo do
governo anterior) seriam maléficos para o Brasil, pois imporiam menores taxas de crescimento em um país
com potencial (o Brasil se modernizava, passava por um importante êxodo rural e já tinha questões sociais
relevantes). Logo, com o novo plano, o governo João Goulart buscou retomar o crescimento econômico de
forma mais sustentável, mesmo que, de modo contraditório, também buscasse diminuir a inflação.
Embora fosse um plano ambicioso, acabou sendo frustrado devido à instabilidade política da época.
Interpretação do problema da Inflação (por Celso Furtado);
Melhorar a arrecadação;
Redução gastos públicos;
Controlar o crédito;
o Visto que, embora o Brasil já houvesse consolidado sua base industrial, ainda havia gargalos
relevantes de produção;
o Reforma agrária;
o Distribuição de renda;
Reescalonamento da dívida externa - ampliação dos prazos de pagamento, o que permitiria certa “folga”
na quantidade de divisas dentro da economia brasileira;
Porém...
Baixa receptividade do governo dos EUA à missão Santiago Dantas => fracasso;
o Pedido de US$ 600 milhões e liberação de US$ 84 milhões;
OBS: A questão política influenciou no fracasso da missão (contexto: Guerra Fria, revoluções chinesa e cubana
etc). A ideia de proporcionar uma reforma agrária no Brasil, por exemplo, não agradou aos norte-americanos;
Outros motivos:
o Lei de remessa de Lucros (1962), que limitava em 10% a remessa de lucros das empresas estrangeiras
no Brasil a suas matrizes (inclusive, empresas norte-americanas); Era uma forma de impedir o
escoamento de divisas;
o Independência da Política Externa - PEI (aproximação com Cuba por Jânio Quadros);
o Desapropriação dos bens da ITT (Brizola) – Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Brizola
estatizou empresas estrangeiras, dentre as quais, a norte-americana International Telephone and
Telegrap (ITT);
o Brasil reatou relações diplomáticas com União Soviética;
Diante do fracasso da missão internacional, João Goulart abandonou a ortodoxia do ajuste da inflação;
OBS: Lembrando que a ortodoxia quanto à inflação dizia respeito ao excesso de gastos públicos e ao controle
“frouxo” da concessão de créditos;
Diante do fracasso da missão, João Goulart buscou maior apoio dentro do país. Medidas:
Aceleração da inflação;
Reformas de Base (agrária, universitária e do capital estrangeiro) vs Marcha pela Família com Deus pela
Liberdade (base conservadora);
OBS: As tentativas de retomada de planos econômicos no contexto do Estado Democrático fracassaram, como
reflexo da instabilidade política que perdurava desde meados dos anos 1950 no país;
A vitória de Jânio Quadros pressupunha uma mudança de rotas quanto aos dois malefícios macroeconômicos
oriundos do Plano de Metas de JK, o déficit em transações correntes e a inflação. Todavia, o Plano Trienal acabou
sendo contaminado pela polarização política, que impediu a obtenção de divisas junto aos EUA.
“A tragédia dos últimos meses do governo Goulart pode ser apreendida pelo fato de que a resolução dos
conflitos pela via democrática foi sendo descartada como impossível ou desprezível por todos os atores políticos. A
direita ganhou os conservadores moderados para sua tese: só uma revolução purificaria a democracia, pondo fim à
luta de classes, ao poder dos sindicatos e aos perigos do comunismo.”
Plano de Metas: virtuosa combinação => crescimento acelerado + transformação estrutural + liberdades
democráticas;
Sucesso como reflexo das missões que diagnosticaram os gargalos da economia do país;
Plano muito bem desenhado, cujo foco foi a consolidação da matriz industrial do Brasil;
Crescimento econômico acelerado e mudança estrutural da economia dentro do ambiente
democrático;
Porém, fracasso quanto ao financiamento do grande projeto (o qual se transformou em problemas
inflacionários e na balança de pagamentos, que foram herdados pelos governos posteriores);
OBS: Deve-se levar em consideração que a economia já era bastante modernizada do ponto de vista de estrutura
produtiva, mas havia problemas institucionais a serem resolvidos. Era difícil executar um plano de investimentos
do porte do Plano de Metas com o precário sistema tributário da época, e com um sistema monetário em que o
BB era tanto emissor créditos quanto de controlador da inflação (dado que a SUMOC era subordinada a ele);
2) Jânio e Jango:
Difícil avaliação:
LEITURAS:
Leitura obrigatória: BAUMANN, R. (2016). Capítulo 4, item 4.6, 4.7; GREMAUD, A.P; VASCONCELLOS, M. A.S; TONETO
JUNIOR, R (2007), capítulo 15
Leitura complementar: GIAMBIAGI, F; BARROS DE CASTRO, L., VILLELA, A.A., HERMANN, J. (2016). Capítulo 1, 2
Leitura avançada: ABREU, M.P (2014), capítulo 6, 7, 8