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Na década de 30 o brasil começou um processo de industrialização por substituição,

que tem como sua maior característica ser um processo fechado, devido aos problemas
econômicos externos
Era necessário ser uma industrialização fechada para proteger o mercado interno,
pois o atendimento deveria priorizar o mercado e interno e não produzir para exportar, pois
não havia quem pudesse comprar. Assim aumentava a concorrência dos produtos externos
O processo é gerado a partir de um estrangulamento externo que devido a crises em
países que normalmente compravam os produtos brasileiros estão em crise e sua demanda
por tais produtos é suprimida. Tal realidade leva as exportadoras se voltarem ao mercado
interno e sanar a demanda deste. Gerando aumento da Renda Nacional e da Demanda
agregada.
O investimento no mercado interno abriu a necessidade de matéria prima e
equipamentos, que acabaram por seu exportados. Já que não havia grande demanda
externa pelo produto brasileiro, mas alta demanda por essas importações, logo criou-se
uma nova crise.
O estrangulamento externo é algo recorrente pois se repetia durante o processo de
substituição, e relativo pois é impossível ter um desequilíbrio externo absoluto, pois é
necessário a todos os países que exportam, assim os investimentos internos não iriam
depender somente do capital e demanda interna. Assim os estrangulamentos funcionam
como estímulo ao investimento industrial, que ditava o crescimento econômico do país e
substituindo a principal atividade econômica, a Agroexportação.
A falta de importações de certos bens levou ao investimento da produção dos
mesmos, incentivando a pluralidade de produtos industrializados do brasil. Isso mostra que
a industrialização de um país pode ser feita de duas maneiras, uma mais suave onde os
setores industriais são desenvolvidos ao mesmo tempo e modo, gerando um equilíbrio de
mercado, porém as fases iniciais são fracas pois apresentam uma eficácia de suprir a
demanda existente. Outro Método é criando um setor após o outro, que normalmente dá
preferência aos bens de consumo não duráveis e terminando no bens de capitais, o que
gera desequilíbrio na demanda atendida ed um setor em relação ao outro.
O PSI é uma iniciativa a construção nacional a partir do desenvolvimento e autonomia
através da industrialização, assim superando o estrangulamento externo e suas restrições.
Então a indústria abrange cada vez mais setores o que diminui as importações.
Para combater a crise cambial o governo realizou uma desvalorização real do câmbio
o que desvalorizou a taxa nominal de câmbio, o que aumentou o preço dos produtos
importados em comparação com os internos, protegendo o mercado interno. Porém o
problema desse sistema era o preço das importações e equipamentos importados
aumentam, dificultando assim os processos de desenvolvimento e investimento.
O governo realizou o controle do câmbio, com o mesmo fim, se tratava do controle de
licenças para comprar moeda estrangeira, para assim diminuir as importações. Houve a
prática de licenças por essencialidade, que dava a possibilidade de gerar investimento na
indústria com importações de equipamentos importados com baixo custo.
E por fim o governo eleva as tarifas sobre as importações para diminuí-las. podendo,
como no controle cambial, baratear certos produtos que são custos de investimentos.Todos
esses métodos foram para proteger o mercado interno.
A tendência ao desequilíbrio externo gerou grande dificuldade ao PSI, pois dificultava
a exportação do nosso maior polo, a agropecuária, e dificultava a inserção de produtos
industrializados na competição externa, pois ainda precisavam da importação para produzir
seus produtos.
O desequilíbrio externo é causado pela política cambial, que visava o investimento
industrial por meio do “confisco fiscal” dos agricultores assim diminuindo a quantidade de
produtos agrícolas exportados. Também pela indústria sem competitividade que devido ao
protecionismo o mercado interno não gerou grande concorrência e deixou o produto fraco
para a competição internacional. E por fim a elevada demanda por importação que se
formou devido ao investimento industrial que gerou emprego e aumentou a renda.
O governo brasileiro decidiu participar do desenvolvimento do país alterando o modelo
de desenvolvimento do país. Utilizaram instrumentos como a política cambial, tarifária e
creditícia para conduzir a industrialização. O Estado também interfere na regularização
entre os trabalhadores e industriais com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT). Apesar de os trabalhadores terem evidentes ganhos, as regulações minaram
possíveis reivindicações políticas e trabalhistas,com objetivo de desenvolver a indústria.
Junto a investimentos externos o governo assumiu a responsabilidade de gerar a
infraestrutura básica, transporte e energia assim dando mais condições de a indústria
funcionar e desenvolver. A criação do BNDE foi resultado da iniciativa do Governo de captar
e distribuir a poupança para gerar crédito a longo prazo, desse modo o sistema financeiro
público controlava boa parte da poupança nacional e sua aplicação.
O Governo teve que suprir a necessidade que a iniciativa não tinha como suprir ou por
investimento ou por não entregar no tempo imposto pelo estado. A iniciativa privada não
tinha essas condições devido a crise de 29, pois antes havia o financiamento a partir de
títulos, bonds, debêntures, etc. porém com a crise esse mercado retraiu-se.
O êxodo rural aumentou devido a falta de investimentos na agricultura, que acabou
por gerar poucos empregos e nem direitos trabalhistas, que eram exclusivo aos
trabalhadores urbano. Com isso a quantidade de mão de obra aumentou diminuindo
salários na indústria. Gerando uma má distribuição de renda. Porém sem a concorrência
devido ao alto protecionismo, refletiu em preços elevados com grandes lucros aos
industriais. Como as indústrias brasileiras devem operar para o mercado interno somente,
acabou-se criando cartéis e conluios devido a poucas empresas operando com economias
de escalas para obterem maiores ganhos, o problema é que se criou acúmulo de lucros.
A maior crítica a esse processo de industrialização pode estar no excessivo
protecionismo e na falta de concorrência, que leva ao não ajustamento das indústrias. Se o
protecionismo for para a “indústria nascente” a qual é disposto um período de tempo para
empresas se adequarem e competirem no mercado, porém essas mesmas empresas
acabam por utilizar dessa vantagem para sugar a renda. Ou seja, a crítica não é ao
protecionismo, mas sim o mau uso desse sistema por um tempo longo ou indefinido.

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