Você está na página 1de 2

Sobre o artigo de Celso Furtado apresentado, porque este autor afirmou que o crescimento

da economia brasileira no século 19 e início do 20 não se dava a partir do crescimento da


produtividade do trabalho, como era o caso das economias industriais modernas? Por quê a
"economia colonial" (não confundir com o período colonial) brasileira entrará em crise e
quais foram os determinantes da diversificação produtiva brasileira? Discuta.

Escrito por:
Lucas Vila Nova de Queiroz
Gustavo Santos Borges
Gregory Matheus Moraes

Em seu artigo Celso Furtado argumenta que a economia brasileira era nesse ponto da
história dependente das economias industriais modernas, dado que a economia colonial
nesse período era extremamente dominante dentro do território nacional brasileiro, que não
possuía um mercado interno definido, e que toda a produção era focada em exportações de
alguns poucos bens primários, ou seja, enquanto as economias industriais modernas se
ampliavam utilizando de aumento de produtividade para ampliarem seus mercados internos
a economia brasileira crescia exclusivamente apoiada em envios ao exterior, e que essa é
uma característica muito importante da economia brasileira nesse período e que vários
fenômenos da estrutura econômica brasileira podem ser explicados a partir dessa
observação.

Como o crescimento da economia se dava pelas exportações não foi criado nenhum vínculo
entre o crescimento do país e suas taxas de produtividade, ou seja, não existia ligação entre
os níveis de salários reais e a produção nacional, entretanto no mesmo período em que a
economia se apoiava em exportações havia um aumento gradativo das taxas de câmbio
contra a moeda nacional, essa taxa de câmbio elevada criou uma pressão negativa contra
os salários reais. Levando em consideração que os bens de consumo elásticos eram
comprados no exterior, através das importações, pois o mercado industrial nacional não era
amplo, os salários reais eram corroídos pelas taxas de câmbio e essa depressão nos
salários reais explicam mais dois traços característicos da economia: a concentração de
renda na mão de pouquíssimos indivíduos e uma lentidão na formação do mercado interno.
Essas características foram fundamentais para que a economia se desenvolvesse de forma
extremamente lenta beirando a estagnação e que foi o que aconteceu até o fim do século
19.
Os acontecimentos do fim do século 19 como o abolição do trabalho escravo (1888), o fim
do regime monárquico (1889) e a crise econômica mundial de 1890 fez se sentir grande
impacto na economia brasileira que podem ser observados com a redução preço do café
que era o principal produto exportado do país em mais da metade entre 1890 e 1899 e a
taxa cambial que já estava em constante elevação dar um salto gerando uma perda de
setenta por cento do valor da moeda nacional em território estrangeiro.

Nesta conjuntura uma estrutura de economia colonial não seria sustentada facilmente,
como as importações ficaram excessivamente caras devido a taxa cambial alta era
indispensável a fabricação de produtos essenciais a subsistência da população dentro do
próprio país, com o fim do trabalho escravo a mão de obra livre começou a criar um
pequeno mercado interno que não era de grande poder aquisitivo entretanto muito amplo, o
baixo custo de mão de obra e facilidade de obtenção de algumas matérias primas
facilitaram a instalação de pequenas indústrias destinados aos mercados externos dessa
forma começa-se a desenvolver um pequeno núcleo industrial e se inicia uma diversificação
da economia brasileira.

Você também pode gostar