Discente: Marcilene Maiara Moreira de Oliveira I UNIDADE
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO I (Atividade em Grupo – VALOR – 1,0): CRISE
DE TRANSIÇÃO DA DÉCADA DE 1920. Cap3 Argemiro Brum. 1) Quais os fatores que contribuíram para o esgotamento do modelo agrário- exportador brasileiro no início do século XX? Comente-os. A quebra da Bolsa de Valores de Nova York abalou a economia mundial e brasileira em 1929, gerando impacto negativo sobre o principal produto exportado do Brasil – o café. Os EUA era o principal comprador dos produtos brasileiros e fazia a ponte com o comércio mundial, dessa forma houve uma grande desvalorização do preço do café, não sendo mais atrativo para investimento. Tendo em vista que os negócios eram fechados na Bolsa de Nova York, e os países consumidores estavam em crise, então a exportação de café despencou. O outro fator crucial para esse esgotamento, foi o processo de industrialização que ocorreu após a Primeira Guerra Mundial, pois o Brasil ficara livre para produzir as mercadorias, quase sem a concorrência dos produtos importados. Dessa forma a demanda do mercado interno impulsionou a industrialização para produção interna do país. 2) Como o centro dinâmico da economia brasileira foi se deslocando de uma economia eminentemente voltada para o mercado externo, para uma economia em direção ao mercado interno? A crise econômica brasileira ocasionada pela baixa na exportação de café, determinou importantes mudanças, pois a crise do café veio para deixar claro que a monocultura exportadora desse produto sendo a única fonte da economia, era algo inviável, pois o país ficava refém do sucesso de um único produto, que naquele momento de crise mundial, tinha perdido seu valor de mercado e o Brasil ficara encurralado com uma superprodução sem vasão para exportar o café. Então se viu a necessidade de criar novas fontes de riqueza, que naquele momento a indústria era o setor mais promissor, até mesmo para modernização do país. E para atender a demanda interna no período de crise, os comerciantes destinaram suas finanças para atividades industriais para suprir a nova demanda, direcionando os recursos para o mercado interno.
3) Em que consistia a política de garantia de preços mínimos, adotada pelo
governo em benefício dos cafeicultores? A produção do café excedeu a venda do produto e a superprodução se tornou um grande problema para economia brasileira, pois os estoques estavam lotados, e com a crise os preços despencaram e as vendas estagnaram. Por esse motivo em 1906 os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, pressionados pelos os cafeicultores, se uniram para buscar uma solução para a crise do café. E nessa reunião levantou-se a ideia de que o governo poderia passar a comprar e estocar o café que não fosse vendido, para que fosse comercializado no futuro, quando a crise acabasse, no intuito de valorizar o preço do café, mantendo-o em alta. Mais em contrapartida os cafeicultores não poderiam expandir suas lavouras, tendo em vista que já havia uma superprodução. A partir dessas ideias foi firmado o acordo de Taubaté, entre os cafeicultores e o governo, no Convênio de Taubaté em 1906. Onde o governo foi levado a adotar uma política de garantia de preços, se utilizando de recursos públicos. A Política de Garantia de Preços Mínimos é uma importante ferramenta para diminuir as oscilações na renda dos produtores rurais, lhes assegurando uma remuneração mínima, atuando como limitador da oferta de alimentos, afim de garantir a regularidade do abastecimento nacional. Porém lá em 1906, os cafeicultores não cumpriram a sua parte no acordo e continuaram expandindo suas fazendas, pois sabiam que tinham o preço e o comprador garantido para suas produções.
4) Caracterize a crise de transição da década de 1920 no Brasil no seu aspecto
político e social e comente as principais transformações no campo sociocultural e o sentido dessas transformações. Explique o despertar do nacionalismo brasileiro no início do século XX. Foram diversas transformações importantes que se deram em diferentes níveis, desde o processo de industrialização que ganhou impulso no país após a guerra, onde cresceu o comercio e os serviços, e aumentou o êxodo rural, também ao surgimento de novas classes sociais, burguesia e proletariado que advieram do cenário social e político da época, bem como os questionamentos sobre a legitimidade do sistema político que era dominado pela aristocracia agrária exportadora, e ainda houve as mudanças ideológicas, que geram vários debates entre as elites intelectuais, sobre os problemas nacionais e os novos rumos para o país, e também surgiu uma nova concepção artística e literária voltada para a descoberta e origem do Brasil para fundamentar as raízes nacionais. Alguns acontecimentos marcantes dessa fase geraram mudanças importantes no futuro: Semana de Artes Modernas: foi uma manifestação artístico-cultural que aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, em fevereiro de 1922, houve um rompimento com a arte acadêmica, contribuindo para uma nova estética que para o Movimento Modernista no Brasil, bem como a apresentação de uma arte “mais brasileira”. A fundação do Partido Comunista do Brasil: em março de 1922 houve a tentativa de organização política que visava promover revolução proletária no Brasil e conquistar o poder político para realizar a passagem do sistema capitalista para o sistema socialista. Criação do Centro Dom Vital: é uma associação de leigos católicos fundada no Rio de Janeiro em 1922 pelo advogado e jornalista Jackson de Figueiredo, por iniciativa do então cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Sebastião Leme, com o objetivo de congregar a intelectualidade católica brasileira, através da distribuição da revista “A Ordem” com um esforço para renovação espiritual do povo. A revolta do Forte de Copacabana: Em julho de 1922, ocorreu a conhecida Revolta dos dezoito do Forte, e foi a primeira ação do movimento tenentista contra a República Velha. A Revolta tinha por finalidade derrubar o governo vigente e demonstrar insatisfação com a maneira que ocorreu a eleição para presidente.
O despertar do nacionalismo brasileiro aconteceu após o impacto
causado pela Primeira Guerra Mundial, onde percebeu a completa dependência em vários aspectos econômicos e ainda a percepção do grande atraso e vulnerabilidade do país. Com tais fatos renasceu o nacionalismo brasileiro, mais maduro e comprometido com a transformação da realidade. O nacionalismo do século XX estava fundamentado em três aspectos nessa nova fase: nacionalismo literário- artístico-cultural (Movimento Modernista); o nacionalismo cívico- político (Alvo principal a juventude) e o nacionalismo econômico (Industrialização do país, sob liderança da empresa nacional), onde todos estavam intimamente integrados e faziam parte do contexto global, e se orientavam no sentido de afirmação do Brasil e dos valores da nacionalidade.