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Grupo: Felipe Lara

Kizzi Stigert

Ricardo Schmitt

Atividade 1 - Aula 1

Prospecção Tecnológica

Avaliação do texto: Desindustrialização setorial e estagnação de longo prazo da


manufatura brasileira.
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Visão Geral
O texto faz uma avaliação do processo de desindustrialização a partir de
peculiaridade dos diferentes setores e da maturidade social e do nível de desenvolvimento
baseados nos indicadores de PPC (Paridade de poder de compra). O texto apresenta uma
análise sobre a qualidade da desindustrialização e a normalidade e expectativa desse
processo frente aos diferentes estágios de desenvolvimento das economias, e os respectivos
impactos dos modelos de desindustrialização para o desenvolvimento futuro.
A seguir apresentamos nossas análises do texto frente aos questionamentos colocados pelo
PROFNIT como exercício da 1a. aula da matéria de Prospecção Tecnológica.

Questões:
1. Qual seria o significado da desindustrialização para a indústria brasileira e para os
setores intensivos em P&D?
Comparativamente a outros países, o processo de desindustrialização do Brasil, de
forma geral, aconteceu de forma prematura. Esse processo traz muitas preocupações, pois o
setor manufatureiro é um setor importante para o desenvolvimento/crescimento econômico,
geração de renda e manutenção da competitividade e produtividades de nossa economia em
um mercado cada vez mais global (onde economias baseadas em serviços - principalmente
serviços de uso de baixa tecnologia - são mais difíceis de serem comercializados em escala
global).
O setores intensivos em P&D, que são os setores que hoje tem ganhado relevância
na participação do PIB das nações, pela sua ligação direta com os ganhos de produtividade
necessários para a competitividade no mercado global, foram os setores que menos
cresceram em nossa economia em relação a evolução da renda do país e ao crescimento da
população em idade ativa (PIA). Os setores intensivos de P&D foram os principais setores
que influenciaram os indicadores que demonstram uma desindustrialização do país.
Sendo um dos poucos setores, em todo o mundo, que ainda consegue incluir a
indústria como fator de desenvolvimento econômico, a sua relativa estagnação e
prematuridade se apresenta como um fator de dúvida sobre a capacidade de
desenvolvimento futuro de nosso país.

2. A desindustrialização foi generalizada ou concentrada setorialmente, isto é, se no


nível setorial houve comportamentos distintos do agregado da indústria de
transformação?
A desindustrialização do Brasil se deu de forma diferente para os diferentes setores
da economia, apesar de toda a indústria ter perdido participação relativa na importância da
economia nacional, e segundo as regras e padrões da economia, os tipos de setores tem
interferência direta nesse padrão e velocidade de desindustrialização.
Devido as características específicas de cada setor (relacionada a: tecnologia,
elasticidade-renda da demanda, dinamismo do comércio internacional, ligações
intersetoriais, intensidade em trabalho qualificado e não qualificado, grau de montagem,
grau de comercialização com o exterior e sensibilidade à taxa de câmbio) cada setor da
economia reage de uma forma diferente e possui taxas de desindustrialização distintas.
Assim como os diferentes setores possuem taxa de desindustrialização distintas, sua maior
ou menor taxa de desindustrialização causa impactos diferentes na economia. Aqueles
setores que se caracterizam pelo uso intensivo de capital intelectual tendem a ter uma
desindustrialização menor e ter uma contribuição importante para a geração de renda e
desenvolvimento econômico, enquanto que outros setores mais intensivos em mão-de-obra
não qualificada acabam tendo pouca competitividade global e normalmente apresentam
uma taxa de desindustrialização mais rápida.

3. Os setores mais desindustrializados são de alta ou baixa intensidade tecnológica?


O fator de desindustrialização dos setores tem interferência direta do nível de renda
de uma nação devido ao fato de que, de acordo com o aumento do nível de renda, a
demanda relacionada com o setor vai alterando. Um exemplo colocado pelo texto faz
referência a indústria de alimentos, roupas, calçados e moradia que, a baixo nível de renda,
essas indústrias tem demanda concentrada. À medida que a renda aumenta, as demandas
vão migrando para outros setores mais elásticos de renda e de maior tecnologia aplicada,
como automóveis, produtos de informática e viagens, onde podemos observar a diferença
no perfil de desindustrialização. O que se observa no Brasil é que os picos de renda
relacionados com a estagnação da indústria foram menores que os picos de outros países, e
que boa parte disso se deve a questões econômicas e pouco investimento em tecnologia e
inovação que poderiam postergar o processo de desindustrialização. Assim, pode-se dizer
que apesar de termos visto um processo de desindustrialização majoritariamente atrelado a
setores de baixa intensidade tecnológica, em termos relativos, todos os setores sofreram
com a desindustrialização apesar do setor de baixa dependência tecnológica ter tido uma
taxa de desindustrialização maior.
4. Os setores manufatureiros desindustrializaram no mesmo período de manufatura
agregada? Os setores manufatureiros seguem uma trajetória normal ou prematura de
desindustrialização para o estágio de desenvolvimento em que o Brasil se encontra?
Os setores manufatureiros desindustrializaram em períodos distintos da manufatura
agregada. O texto apresenta os casos específicos da indústria de vestuário, couros, calçados
e têxtil como exemplos importantes de setor manufatureiro que começou a perder
participação do PIB em anos e ritmos bem distintos daquela apurada para a manufatura
agregada. O texto também apresenta uma visão de como os setores de maior intensidade de
conhecimento e tecnologia não tiveram uma tendência clara de desindustrialização.
Mas uma coisa é clara em relação a desindustrialização do Brasil: esse processo se
deu de forma prematura - podemos dizer em todas as indústrias - onde destacamos uma
grave prematuridade para alguns setores da economia, tais como química e petroquímica,
setor automobilístico e outros equipamentos de transporte. Do outro lado, setores que
normalmente atingem maturidade rápida, como o setor de alimentos e bebidas tiveram um
comportamento diferente do esperado, tendo alcançado um índice de maturidade bem
acima da média global. Um dos fatores apresentados pelo texto para explicar essa realidade
do setor de alimentos está relacionada com a má distribuição de renda de nosso país - fruto
de nossas políticas econômicas- e que pode ter reflexos e ser visualizado como a causa dos
desvios encontrados tanto do caso do setor de alimentos e bebidas - de baixa intensidade
tecnológica- como para os setores de química, petroquímica, automóveis e outros
equipamentos de transporte - de alta intensidade tecnológica.

Referências:
MORCEIRO, Paulo César; GUILHOTO, Joaquim José Martins. Desindustrialização setorial e
estagnação de longo prazo da manufatura brasileira. In: Anais do IV Encontro Nacional de
Economia Industrial e Inovação. São Paulo: Blucher , 2019. ISSN 2357 7592, DOI 10.5151/iv enei
2019 1.3 022.

http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east1.amazonaws.com/engineeringproceedings/enei2019/1.3
022.pdf

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