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Índice

Introdução.....................................................................................................................................2
Síntese das unidades 13 até 24...................................................................................................3
A Explosão Cultural no Período Contemporâneo: Novo Realismo..............................................3
O Novo Realismo (conceito).........................................................................................................3
Contextualização..........................................................................................................................3
Os seus representantes e suas principais obras.........................................................................3
2. O Colonialismo e a Estruturação Social em África...................................................................3
Causas da fixação dos Europeus em África................................................................................3
Conferência de Berlim..................................................................................................................4
A Partilha de África.......................................................................................................................4
Causas dos Conflitos Europeus em África...................................................................................4
As Grandes Potências Intervenientes no Processo da Partilha de África....................................5
As Teorias da Partilha..................................................................................................................5
O Modelo Centro - Periferia..........................................................................................................5
O Modelo Centro – Periferia (Conceitos).....................................................................................5
Características Da periferia:.........................................................................................................6
A Periferia (Incorporação Resistência, Adaptação).....................................................................6
Incorporação e Adaptação...........................................................................................................7
O Indigenato e o seu papel na demarcação dos espaços sociais: a especificidade sul africana 7
A Especificidade Sul Africana.......................................................................................................7
Caso do Apartheid........................................................................................................................7
O INDIGENATO E O SEU PAPEL NA DEMARCAÇÃO DOS ESPAÇOS SOCIAIS: A
ESPECIFICIDADE MOÇAMBICANA...........................................................................................8
A Especificidade Moçambicana....................................................................................................8
Factores do desenvolvimento da Cidade de Maputo...................................................................8
Caso Indiginato / Civilizado na Cidade de Maputo.......................................................................8
Reformas sociais em Moçambique e seu significado..................................................................8
Educação colonial em Moçambique.............................................................................................9
Processo de Assimilação.............................................................................................................9
Ensino técnico profissional.........................................................................................................10
O papel da igreja no ensino........................................................................................................10
A Educação e sua contribuição na mobilidade Social em Moçambique....................................11
Escola de São Benedito (Localização Geográfica da Escola)...................................................11
A Fundação da Escola...............................................................................................................11
Objectivos da Escola..................................................................................................................11
Funcionamento da Escola..........................................................................................................11
Penetração Branca (colonatos)..................................................................................................12
Reflexos Sociais de sua Implementação...................................................................................12
Caso colonato de revué..............................................................................................................12
Localização Geográfica do Colonato de Revué.........................................................................12
Planos de Fomento....................................................................................................................12
A essência dos planos do fomento.............................................................................................13
Características físicas – Geográfico – Populacionais do Colonato de Revué...........................13
Objectivos da Implantação do Colonato de Revué....................................................................13
Impacto Sócio Cultural do Colonato de Revué..........................................................................13
Impactos positivos......................................................................................................................14
Impactos negativos.....................................................................................................................14
Associação dos Naturais como Projecta Social em África. (Caso da África central).................14
Caso da África Central...............................................................................................................14
Contexto Histórico em que Surgem as Associações dos Naturais............................................14
Impacto das associações culturais.............................................................................................15
Associacão dos Naturais como Projecto Social em Africa e em Moçambique..........................15
Caso de Moçambique zona Sul..................................................................................................15
O Lugar da Negritude e Nativismo na Socialização em África...................................................15
A Negritude.................................................................................................................................15
O Surgimento da Ideia de Pertença a Raça Negra....................................................................15
O Renascimento Negro Americano............................................................................................16
Precursores e suas obras...........................................................................................................16
A Negritude na Europa...............................................................................................................16
Causas do Surgimento da Negritude.........................................................................................16
Objectivos da Negritude.............................................................................................................17
Ideologia da negritude................................................................................................................17
Reflexos da Negritude em África................................................................................................17
A Negritude nos países Africanos de expressão Portuguesa....................................................17
Impacto da Negritude em África.................................................................................................18
O nativismo (conceito)................................................................................................................18
Conclusão...................................................................................................................................19
Referências Bibliográficas..........................................................................................................20
Introdução
Síntese das unidades 13 até 24
2. O Colonialismo e a Estruturação Social em África
Causas da fixação dos Europeus em África
Têm sido apresentadas várias explicações no sentido de esclarecer a concorrência desenfreada dos
europeus por colónias que assolou a África no último quartel do século XIX, e que só terminou
praticamente quando todo o continente foi partilhado entre alguns estados europeus.
No entanto, um outro argumento apresentado na época pelos propagandistas coloniais europeus,
não se conjuga com a explicação de que a partilha se deveu a rivalidades europeias. “Ninguém
contesta que a questão do Congo levou directamente à primeira conferência europeia sobre a
partilha de África; a conferência de Berlim 1884/5” (FAGE, 1995:338).

Segundo Fage, idem: 407, a confrontação em Fachoda ( no alto Nilo ) em 1898, e a conquista da
república africânder nos três anos que se seguiram, foram os últimos incidentes da partilha de
África feita pelos europeus.

Conferência de Berlim
Nas duas últimas décadas do século XX, as potências europeias apressaram-se a dividir o mapa de
África entre si. Contudo, a implementação da divisão no terreno não foi rápido nem indolor. A
posse generalizada de armas, os códigos de honra militar e a hostilidade de longa data ao controlo
governamental, levaram a que a resistência popular em África se pautasse por conquistas mais
espectaculares do que na Índia por exemplo.

A Partilha de África
Causas dos Conflitos Europeus em África
A lenta penetração europeia em África no século XIX entrou numa escalada de lutas pela posse de
territórios no final da década de 1870, por várias razões. Uma foi uma iniciativa francesa no
Senegal em1876 por um novo governador, Briere de L’Isle. Faidherbe tinha seguido uma política
expansionista no país vinte anos antes mas a sua partida em 1865 e a derrota da França pela
Prússia em1871 fizera-a abrotar.
Acima de tudo a conferência determinou que as futuras reivindicações europeias quanto ao
território africano deveriam ser mais substanciais que predomínio informal de que a Inglaterra
gozava até então através do seu poder naval e comercial. A divisão subsequente foi ditada pelas
tentativas da Inglaterra para defender as suas pretensões mais valiosas, quer as posições
estratégicas que protegiam as rotas marítimas para a Índia quer áreas de comércio particularmente
extensivas como a Nigéria.

As Grandes Potências Intervenientes no Processo da Partilha


de África
O primeiro foi dado um dia depois de a conferência de Berlim ter terminado, quando Bismarck
anunciou a existência de um protectorado numa parte do território de Zanzibar, onde aventureiros
alemães tinham conseguido fazer alguns tratados.
A Inglaterra ocupou também a Rodésia do norte (Zâmbia) e Niassalândia (Malawi), desafiando as
reivindicações de Portugal na região mas reconhecendo as fronteiro de Moçambique e de Angola.
No entanto, a questão de ouro na república sul-africana foi uma decepção.
De recordar que neste processo de ocupação, dois obstáculos tinham até então confinado o poder
europeu ao litoral africano excepto no norte e sul. Um era a doença em especial a malária, que no
princípio do século XIX matou num ano cerca de metade de europeus chegados á África ocidental.

As Teorias da Partilha
Segundo Cossa, a partilha de África pode-se assegurar dentro das suas principais teorias em quatro
grandes domínios a saber: a) económica; b) psicológica (Darwinismo social, cristiaismo
envangelico, atavismo social); c) diplomática (prestigio nacional, equilíbrio de forças, estratégia
global); d) Da dimensão africana.

O Modelo Centro - Periferia


O Modelo Centro – Periferia (Conceitos)
O centro é a Europa (Ocidente), a partir da idade média; com o fim do império romano do
Oriente, o centro desloca-se para o ocidente, passa a gerir a economia e a Civilização.
O Centro do Centro – Refere-se aos EUA. Começa com a 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945),
durante a guerra, os EUA, vendiam armamentos, medicamentos, vestuários alimentos e mais,
quando os países envolvidos na Guerra já estavam cansados, empobrecidos e endividados, nessa
altura, com o fim da guerra, o centro do centro passa a destacar-se, ditando a política mundial.
Periferia da Periferia: Refere-se aos países miseráveis do Sul do globo, que vivem a custa das
doações do centro e do centro do centro.
Contextualização
O conceito de periferia é reduzido ao distante, mas na cidade contemporânea não tem apenas um
centro. Hoje o termo periferia diz respeito a lugares e sujeitos objetos de abandono das políticas”,
constata o pesquisador. Actualmente o conceito de periferia é cada vez mais vinculado à ordem
social e ao poder. “O termo periferia está muito marcado pela questão social. Os grandes centros
urbanos usam o termo periferia para caracterizar as áreas ao redor do centro que foram sendo
ocupadas pelos poderes populares”.

Características Da periferia:
 Bairros de lata, de construção precária
 Falta de infra-estrutura (como energia elétrica, água encanada, esgoto, coleta de lixo, etc.);
 Casas de alvenaria;
 Equipada de centros culturais e de saúde;
 Existência de infraestruturas, rede electrica, sistemas de esgoto;
 Residentes com rendas médias e altas.
O Centro (Hegemonia, Crescimento e Diferenciação)
Limitados pela inferioridade tecnológica, os africanos foram obrigados a decidir se lutavam ou
negociavam com os invasores que procuravam converter a decisão no papel em poder no terreno.
Tratava-se de uma questão de táctica, porque o objectivo dos africanos era o mesmo nos dois
casos: manter, quanto possível a independência e o poder naquelas circunstâncias.
Ao escolherem a táctica a seguir, os africanos viram-se forçados a considerar a situação no seu
conjunto. Os que já tinham experiência do poder bélico dos europeus poderiam pensar que seria
inútil resistir.

A Periferia (Incorporação Resistência, Adaptação)


Segundo Fage (1995), a primeira parte do período colonial até 1914, ou nalguns casos mesmo até
aos anos vinte, foi, portanto, aquela em que os principais esforços visaram assegurar um domínio
apropriado das colónias, conquistá-las e organizá-las. Foi igualmente a época em que todas as
administrações coloniais enfrentaram o dilema fundamental: havia poucas possibilidades de
receber impostos em África, e de a maior parte do continente poder interessar a alguém a não ser a
alguns aventureiros, especuladores e evangelizadores europeus, antes de se exercer um domínio
efectivo e de se ter instalado as infra-estruturas necessárias à sua actuação.
Neste processo de administração e ocupação, não se deixou de parte a incorporação das
sociedades africanas. Frederic Lugard tornou-se num protótipo característico da administração
colonial britânico exemplar nessa matéria quando em 1897, as operações militares ao passaram a
ser da responsabilidade do ministério das colónias foram a si encarregues.

Incorporação e Adaptação
Os primeiros historiadores de África têm opiniões divergentes quanto ao período colonial. Para
uns este período foi apenas um episódio no fluxo contínuo da história africana. Para outros, ele
destruiu uma antiga tradição política que existia desde o tráfico de escravos.
O desacordo existe em parte porque uns pensaram na região ocidental da Nigéria e outros no
Congo Belga, já que o impacto colonial variou de lugar para lugar. As opiniões diferem também
porque a mudança colonial foi contraditória e subtil.

O Indigenato e o seu papel na demarcação dos espaços


sociais: a especificidade sul africana
A Especificidade Sul Africana
Em África os sindicatos tardaram a surgir devido ao atraso económico e as políticas das potências
colonizadoras que impediam a industrialização de África evitando a concorrência com as
indústrias das metrópoles. (...) os sindicatos lutavam pela melhoria das condições de trabalho,
redução das horas de trabalho, por um código de trabalho, e para exigirem trabalho e igual salário
entre brancos e negros, como também chegaram a pôr em causa o próprio colonialismo, a partir de
todos os problemas que enfrentavam.

Caso do Apartheid
A primeira vez que se encontra registada a palavra apartheid foi num discurso de Jan Smuts, que
se tornou primeiro-ministro em 1919 (depois de Louis Botha).
Segundo ILIFFE, (1994:361/8), em 1948, o eleitorado maioritariamente branco foi confrontado
com uma opção a seguir. O national party de Malan propôs o apartheid. Uma palavra recente que
designava uma segregação mais rígida e centralizada, confinando cada raça a áreas específicas,
distribuindo africanos por fazendas ou cidades mas prometendo também que cada raça poderia pôr
em prática a sua própria cultura e seguir os seus próprios principios.
Os principais lideres Nacionalisas que lutaram veementimente contra o apartheid foram:
Nelson Mandela, Walter Sisulu, Gavan Mbequi, Oliver Tambo, Duma Nokwe).

O INDIGENATO E O SEU PAPEL NA DEMARCAÇÃO


DOS ESPAÇOS SOCIAIS: A ESPECIFICIDADE
MOÇAMBICANA
A Especificidade Moçambicana
O reconhecimento efectivo da Baia de Maputo (Baia da lagoa) da-se em 1544. Foi elevada a Vila
em 1875 e a 10 de Novembro de 1887 foi elevada a cidade. Em 1898, a capital da colónia foi
transferida da ilha de Moçambique para Maputo.

Factores do desenvolvimento da Cidade de Maputo.


 Factor Geográfico – que facilitava o escoamento dos produtos do interland.
 A transferência da capital para Maputo vai elevar o nível populacional e de trabalhadores.
 A construção do porto de Maputo.
 A construção da linha férrea Maputo Transvaal e a de Maputo Suazilândia.
 Assim, a cidade de Maputo desenvolve-se em termos políticos, económico e social.

Caso Indiginato / Civilizado na Cidade de Maputo.


O desenvolvimento da cidade vai começar na área Oriental, onde era uma área seca e terá a cidade
de cimento e de caniço, onde na cidade de cimento haverá construções de alvenarias, com ruas
bem projectadas e esgotos de saneamento.
As zonas da Machava e Matola foram planificadas como zonas industriais que produziam para
alimentar o centro e viviam os trabalhadores das industrias.
As zonas de Zimpeto, Costa do Sol, Malanga, etc. eram zonas não exploradas, onde vivia a
população.

Reformas sociais em Moçambique e seu significado


O Trabalho Indígena
Os indígenas não eram considerados cidadãos e eram expostos a trabalhos forçados e duros e não
podendo abandonar o país, eram controlados pelos responsáveis. Os indígenas deviam ser
registados em livretes que serviam para o controle dos mesmos e do seu trabalho nas cidades e
através deste cartão não podiam abandonar o trabalho.

Educação
Educação Tradicional
A educação é um processo de transmissão de natureza cultural de geração para geração e
consequentemente a integração dos mais novos na sociedade. Cada sociedade na África negra
estava organizada em clã, tribo reino que apresentava uma educação específica e adequada
produzindo deste modo a herança cultural orientada para as necessidades existentes em cada
sociedade. Portanto, o sistema de educação em Moçambique é informal e baseado no
funcionalismo e correspondia a vida tradicional das diferentes comunidades. (GOLIAS, 1993:17).
Assim, é indiscutível que mesmo antes da penetração dos asiáticos em Moçambique já existia
educação. Em cada sociedade, por mais pequena que fosse podia instruir, treinar para o trabalho e
para a vida da comunidade. Sabe-se que a educação tradicional visava uma tripla integração do
indivíduo: integração pessoal; integração cultural; integração social.

Educação colonial em Moçambique


Os europeus não admitiam a ideia de que pudessem existir culturas que não fossem europeias, eles
pensavam na vida cultural das outras sociedades como estados arcáicos de único processo cultural,
na qual Europa representava o estado mais completo (CASTIANO at all, 2005: 53).

Processo de Assimilação
O governo procurou implantar nas suas colónias o sistema da assimilação, este consistia em
europeizar os povos dominados, quer pela escola, quer através de outros meios de propaganda do
seu meio ideológico.
Foi em pleno período republicano que a assimilação e o indiginato tiveram a sua expressão legal,
sobre tudo, a partir de 1917, que se determinou a divisão da sociedade em três extractos: os não
indígenas, os assimilados e os indígenas. Em situação colonial a assimilação é o processo que leva
o indígena a tornar-se semelhante pelos usos e costumes ao civilizado, como forma de adquirir a
cidadania (ROCHA, 2002:206).
Tipos de Ensino
Desde 1880 o ensino esteve confiado as igrejas portuguesas e não portuguesas (protestantes) e ao
estado colonial monárquico, em que existiam muitas barreiras para o acesso do nativo na educação
devido o legado do racismo e as politicas de exploração que o colonialismo tinha em vista.

Ensino técnico profissional


Todos cursos são acompanhados por matéria de cultura geral adequada a uma educação
intelectual, moral e cívica.
Em 1960, devido a pressão da comunidade internacional, sobretudo pelos avanços dos
movimentos de libertação em África, o governo português aplicou mais reformas no ensino,
visando a aceleração do acto económico e duma política mais valiosa de assimilação. Essa reforma
que decorreu 1964 culminou com a abolição do estatuto indígena, substituiu o ensino indígena
pelo ensino de adaptação, o ensino pré primário neste período visava a aquisição correcta da
língua portuguesa e corrigia-se a presumível deficiência do ensino missionário no tocante a
didáctica da língua portuguesa.

O papel da igreja no ensino


No que diz respeito ao ensino das massas predominavam para a maior parte deste período as
missões cristas não portuguesas (protestantes), que estabeleceram após 1880 apartar de sedes nos
territórios vizinhos. Desde 1881, os missionários metodistas da junta americana fundaram várias
missões na província de Inhambane e Manica, em 1982 missionários protestantes anglicanos
trabalham na província do Niassa.
Características do ensino colonial
a) Carácter discriminatório restabelecia dois tipos de ensino, 1 destinado população negra e
dirigido pelas missões e outro reservado a alianças europeias assimilados confiado ao estado e a
instituição privada. Limitava o ingresso na escola primária e o ensino superior de escolarização.
b) Unidade entre a religião e o ensino - a organização, direcção do controlo do ensino para o
endigena estava confiada aos missionários
c) Carácter fictício da escolarização obrigatória – tinha limitações de ingresso na escola, na base
da idade, existência de uma rede escolar insuficiente e inadequada nas áreas ocupação colonial
d) Carácter urbano de rede escolar – as escolas oficiais localizam-se nos centros urbanos e eram
bem equipadas, enquanto os postos escolares localizavam-se nas zonas rurais para a maioria da
população e estavam mal equipadas.
e) Carácter paternalista – o complexo de superioridade em relação ao negro, era bem patente em
livros de leitura usada nas escolas primárias para os indígenas.

A Educação e sua contribuição na mobilidade Social em


Moçambique
Escola de São Benedito (Localização Geográfica da Escola).
A Escola São Benedito, localiza-se na província de Sofala, cidade da Beira, no Bairro da Manga.
Actualmente é chamada escola João XXIII, da Manga. A mesma funcionava numa igreja ou
missão católica.

A Fundação da Escola
Foi fundada em 22 de Agosto de 1947, pelo Bispo Dom Sebastião Suares de Resende.

Objectivos da Escola
 Os seus objectivos eram ensinar a ler e escrever;
 Preparar a mão-de-obra;
 Incutir no indígena o espírito de servir o colonizador;
 Incutir no indígena o espírito patriótico e o amor por ter nascido em terras portuguesas.

Funcionamento da Escola
Nesta escola havia alunos assimilados, indígenas e brancos na mesma sala, pois o Bispo Dom
Sebastião Suares de Resende, procurava transparecer que não havia descriminação racial na sua
missão pois pregava a igualdade de todos perante a Deus. Entretanto, havia diferenças no
tratamento dentro da sala, pois os assimilados e brancos não tinham castigos só os indíginas.
O aluno começava a estudar com 18 anos, e fazia 6 anos, podendo sair com 23 anos e ser usado
como mão-de-obra por exemplo nos CFMs.
Segundo Nivel, compreendia 4 classes (1ª, 2ª, 3ª, e 4ª classes).
Para além das disciplinas curriculares realizavam-se as actividades extra curriculares como
actividades manuais (corte e costura, bordados, culinária, para as meninas) produção agro –
pecuária para ambos sexos.
Os meninos aprendiam a carpintaria, seralharia, mecânica etc.
Os indígenas depois de fazer a 4ª classe recebiam os seus Certifricados e eram empregados.
Os assimilados podiam fazer exame de admissão para o liceu. Que era Pedro Anaia, actual escola
secundária da Manga, ou na actual Escola secundaria Mateus Sansão Mutemba.

Penetração Branca (colonatos)


Reflexos Sociais de sua Implementação
Caso colonato de revué
Colonato é uma forma de organização económica e social, rural na qual o trabalhador arrenda uma
porção de terra de outro, sob condição de destinar parte de sua produção ao seu proprietário. Uma
outra forma de colonato é reservar um ou mais dias da semana para dedicar- se ao cultivo da terra
do proprietário.

Localização Geográfica do Colonato de Revué


O Colonato de Revué localizava-se na região Centro Sul da actual província de Manica, no vale do
rio Revué. Ao longo deste rio instalaram-se dois colonatos distintos e separados geograficamente:
 Colonato de Revué Central ou de Mavuzi, que se situava no sul do distrito de bondola, na
região de Macate, sendo este o primeiro a ser instalado naquela região da província de
Manica.

Planos de Fomento
A essência dos planos do fomento
Até a IIª Guerra Mundial estava assegurada em Portugal, as condições internas para repressão da
luta de classes, garantindo assim uma forte acumulação de capital. A guerra veio reforçar o
processo de aculação de capital da burguesia portuguesa. A não particição na guerra (posição
ambígua de Portugal face aos blocos em conflito), e o fluxo constante de divisas provenientes
externos das colónias, proporcionaram a Portugal um reforço do seu próprio comércio externo,
uma acumulação de reservas e a duplicação das receitas públicas (HEDGES, 1993:161).
Características físicas – Geográfico – Populacionais do
Colonato de Revué
Com a realização do golpe de Estado e militar em Portugal (1926), apoiado por vastos sectores da
burguesia portuguesa e a posterior subida ao poder de Salazar (1928), foram promulgadas leis que
revelaram a intenção de estreitar relações económicas entre colónias e a metrópole.
Isto se fez através de várias medidas, entre as quais a abolição do sistema de companhia
magistáticas e de arrendamento dos prazos. (HEDGES, 1993: 28/29).
Segundo Newitt (1997), publicaram se vários diplomas dentre os quais “ a lei de reforma
Ultramarina” (1933), que pos termo a quaisquer direitos administrativo ou quase soberano das
companhias concesscionárias e transformou as colónias, numa entidade legal única com a própria
metrópole.

Objectivos da Implantação do Colonato de Revué


Tinha por outro lado, o objectivo de estabelecer zonas que deviam constituir barreira ao avanço de
qualquer movimento nacionalista que, na altura, emergia por toda África, e dava em Moçambique
os primeiros passos. (IDEM).

Impacto Sócio Cultural do Colonato de Revué


A conquista e a montagem da administração coloniais foram justificadas ideologicamente pela
negação do homem africano. A raça e a segregação passaram estar latente na prática colonial, nas
leis para os “indígenas” e no “propósitos justificativo” de educar e civilizar. Foi assim “decretado”
o homem colonizado.
Fuga massiva da população- primcipalmente homems- com ideias activas para os paises vizinhos
devido ao trabalho forçado (chibalo) a que eram submetidos nas farmas, sem remuneração.

Impactos positivos
 O colonizador defendeu no seu interesse, a presença de algumas das estruturas tradicionais,
da divisão étnica e regional do espírito místico e religiosos e das tendências ao
conservadorismo.
 As realizações do SHER no campo social são avaliadas pelas infra-estruturais mais
disponíveis, designadamente um bairro habitacional apetrechado com mais moderno
equipamento de diversão e de lazer. A barragem de chicamba real, posteriormente
beneficiou os nativos assimilados (negros).

Impactos negativos
 Tentativas de criação, através da instalação de colonatos, de barreiras para o
desenvolvimento de movimentos nacionalistas moçambicanos emergentes.
 Impediu, por outro lado o desenvolvimento de muitas manifestações culturais e o
desabrochar de outras. Serra (2000: 463, 471)

Associação dos Naturais como Projecta Social em África.


(Caso da África central)
Caso da África Central
Segundo o vocabulário de História (S/d: 29) associação é um agrupamento de pessoas com
interesse comum que pretende atingir, assim mais facilmente do que o faria agindo cada um por si.
Elas podem ser de carácter Desportivo, Humanitário ou de carácter social (como sindicatos de
trabalhadores) ou políticos (como os partidos).

Contexto Histórico em que Surgem as Associações dos


Naturais
As associações dos naturais como um projecto social emergem no contexto da dominação colonial
europeia, na medida em que os colonizadores vão impor uma submissão a sua hegemonia cultural
como também vão impor outras formas de dinâmica em termos da construção das sociedades em
moldes capitalistas, com particular enfoque para a urbanização.

Impacto das associações culturais


Foi notório o impacto das associações do qual podemos destacar:
 Promover o ajustamento e integração dos indivíduos recém chegados na cidade, facilitando a
sua adaptação e enquadramento;
 Serviram de elo de ligação entre o mode de vida da aldeia e da cidade;

Associacão dos Naturais como Projecto Social em Africa e em


Moçambique
Caso de Moçambique zona Sul.
A multiplicação de associações surge no contexto do colonialismo e visa responder as inquietações
dos africanos nascidos ou não em África, mas também são a resposta da multiplicação de
identidade e interesses do homem moderno.

O Lugar da Negritude e Nativismo na Socialização em África.


A Negritude
As primeiras tentativas de definição são atribuídas a Leopoldo Sedar Senghor, o qual definiu-lhe
como património cultural, os valores e sobretudo o espírito da civilização negro – africano ou
como conjunto dos valores culturais do mundo negro. Senghor citado por FERREIRA, (1989:57).

O Surgimento da Ideia de Pertença a Raça Negra


Durante séculos, os negros colaboraram no comércio dos seus semelhantes com uma nítida
convicção de actuar ao mesmo nível dos mercadores europeus.
Nesta ordem de ideias, o desenvolvimento da ideia africana divide se em três períodos.
 Primeiro período compreende os escritos dos autores do séc. XVIII, empenhados na luta anti-
esclavagistas;
 O segundo, iniciado na segunda metade do séc. XIX, com Blyden, durante o qual o conceito da
personalidade africana foi elaborado, formando se uma noção funcional do movimento
Nacionalista;
 O terceiro período, iniciado com as independências africanas. (CARRILHO, 1975:66-67).

O Renascimento Negro Americano


A negritude lançou as suas raíses até aos movimentos culturais protagonizados por negros, brancos
e mestiços que desde as décadas 10, 20, 30, vinha pugnando por um renascimento negro (busca e
valorização das raízes culturais africana, criolas e populares); principalmente em três países
americanos, Aiti, Cuba e EUA, mais também um pouco por todo o lado (LARANJEIRA,
1995:27).

Precursores e suas obras


Edward Wilmot Blayden. Nasceu nas Antilhas em 1937. É o primeiro intelectual negro de
notoriedade internacional a dar uma forma ao sentimento de pertença a raça negra. Influenciado
pelas correntes humanitárias que tinham, proporcionado a fundação de Serra Leoa (1784) e da
Libéria (1822) com os escravos libertos levados da América e da Inglaterra. Blayden idealizava
um retorno maciço dos ex – escravos ao continente africano, onde poderiam fundar nações
avançadas, caracterizadas pela síntese de duas civilizações.
Du Bois, “Era da opinião que as pessoas de cor só podiam esperar um futuro diverso mediante
uma efectiva integração no contexto americano, já que séculos de escravidão passados na
América as tinham ligado solidamente ao novo continente, deixando as suas marcas nas diversos
campos da vida americana” (CARRILHO, 1975:70).

A Negritude na Europa
Os Africanos em Paris: paris era o lugar mais propício da Europa para acolher o nascimento de um
movimento como a negritude. O ambiente era favorável do ponto de vista cultural e político. A
nova arte estava na moda, o exótico, o cubismo propusera a arte africana com a atenção do mundo
intelectual. A dança e a musica afro-americana o jazz, blues, eram a grande novidade. (…) París
tinha se tornado o ponto de encontro das duas vanguardas Anglófona e francófona.

Causas do Surgimento da Negritude


Como foi referenciado a cima, os estudantes africanos encontravam na Europa, principalmente em
Paris, um ambiente radicalmente diferente dos que estavam habituados a frequentar. Paris era
como o centro do mundo, no plano não só cultural, cidade cosmopolita por excelência, sofisticada
que atraia intelectuais e artistas de todo o Mundo.
Por estas razões surgem os homens da negritude, dispostos a conhecerem a sua história, de África
e do mundo, para poderem afirmar se na real e inteira verdade da sua condição e lutar para que
este estado de coisas mude.

Objectivos da Negritude
Munanga (1988:83), aponta 3 objectivos principais da negritude,
 Buscar o desafio cultural do Mundo negro (a identidade negro africana);
 Protestar contra a ordem;
 Lutar pela emancipação de seus povos oprimidos e lançar o apelo de uma revisão das relações
entre os povos para que se chegasse a uma civilização não universal como a extensão de uma
regional imposta pela força – mas uma civilização do universal, encontro de todas as outras,
concertas e particulares.

Ideologia da negritude
Segundo Laranjeira, (1995:59) os povos negros eram considerados sem história e idólatras,
feiticeiros ou feitichistas, além de brutos, primitivos, incivilizados, cafres e selvagens. Carrilho
(1975:109) acrescenta que defensores da descriminação racial sustentavam que o negro era uma
criatura diversa do branco.

Reflexos da Negritude em África


Segundo (FERREIRA, 1989:59). A negritude surge com e como ressurgimento da consciência do
orgulho de ser negro, o que dará um importante surto do nacionalismo que desembocará nas
independências africanas dos anos 60. O renascimento negro é muito mais do que uma renovação
ou inovação cultural, culturista. Desencadeia um movimento muito amplo da consciência
histórica, cultural e política; propulsor de uma autêntica revolução política que leva o negro a
passar de vítima ao motor da história, pelo derrube da situação colonial tornada insustentável.
Nascido sob o signo do anticolonialismo, a negritude caracterizou-se pela negação, pela recusa,
pela africanização do ser, pretendendo sobretudo revelar e assumir o direito de valorizar o negro e
a sua cultura.

A Negritude nos países Africanos de expressão Portuguesa


Mas a verdade é que, quer em Angola, quer em Moçambique quer em Cabo verde a problemática
da Negritude nunca foi fora o objecto de discussão pública, defendiam-se simplesmente o projecto
de literaturas nacionais. Isto teria-se devido ao facto de o termo Negritude, subversivo e altamente
comprometedor, sem também na imprensa ou então porque os intelectuais não estavam muito
preocupados na sua discussão; ainda porque os produtores dos textos, homens e inspiradores
marxistas, progressistas antifascistas e patriotas mais sujeitos dos centros urbanos vivendo em
microcosmos culturais, influenciados pela cultura portuguesa, onde o mulatismo literariamente
fora um facto real. (FERREIRA: 1987/76-7).

Impacto da Negritude em África


 A Negritude permitiu a emancipação do negro, ao mostrar ao mundo que a África tinha sua
História e Civilização própria que faz parte da Civilização universal com um contributo
valioso.
 Permitiu a valorização e reconhecimento das línguas, culturas africanas.
 Foi importante ao despertar no africano a consciência de estar a ser explorado, e assim,
contribuir para a luta pelo seu lugar no mundo.
 Com os seus textos poéticos, a negritude eliminou os nacionalistas africanos no fortalecimento
do espírito nacionalista.

O nativismo (conceito)
Nativismo para a Antropologia é toda ação que procure valorizar a cultura de um lugar, em reação
à imposição de uma cultura externa, em geral dominante.
O nativismo faz-se sentir especialmente na hitória dos povos que foram colonizados por outros,
muitas vezes através de revoltas e motins, culminando mais adiante na própria emancipação - ou
na completa aculturação.
Conclusão
Referências Bibliográficas
1- BOHAEN, A. Adu. História Geral de África: África sob Dominação colonial 1880-1935. S.
Paulo: Ed. Ática, 1991.
2- COSSA, Hortêncio; MATARUCA, Simão. Moçambique e sua História.S/A.
3- FAGE, J. D. História da África, 1995.
4- FERNANDES, Dominguinhos. África e sua história. S/A.
5- GODINHO, Vitrino Magalhães, (Coord.). A história social: Problemas, Fontes e Métodos.
Lisboa, Edições Cosmo, 1967.
6- ILIFFE, John. Os africanos: História de um Continente. 1994.
7- KI-ZERBO. História da África Negra. VolII. 3ª ed. Mira Sintra, 1977.
8- LARANJEIRA, Pires. Literatura Africana de Expressão Portuguesa. Santa Maria da Feria: Ed.
Afrontamento, 1995.
9- MUNANGA, Kabengele. Negritude, Usos e Sentidos. 2ª ed. S. Paulo: Ed. Ática, 1988.

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