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Belvência Florêncio

Ester Mujovo
Rosa Nhamas

Regimes Especiais de Tributação do IVA


História Política e Gestão Pública

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2021
Belvência Florêncio
Ester Mujovo
Rosa Nhamas

Regimes Especiais de Tributação do IVA

O presente trabalho será entregue na


cadeira de Fiscalidade para efeitos
de avaliação sob orientação do docente:
Mestre Luís Cumbe

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2021
Índice
0. Introdução........................................................................................................................................4
0.1. Objectivos....................................................................................................................................4
0.1.1. Objectivo geral:.......................................................................................................................4
0.2. Metodologia.................................................................................................................................4
1. O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).....................................................................................5
1.1. IVA em Moçambique..................................................................................................................5
1.2. Regime especial aplicável às empreitadas e subempreitadas de obras públicas...........................5
1.3. Regime aplicável às agências de viagens e organizadores de circuitos turísticos.........................6
1.3.1. Âmbito de aplicação............................................................................................................6
1.3.2. Facto gerador e exigibilidade...............................................................................................6
1.3.3. Valor tributável....................................................................................................................7
1.3.4. Direito a dedução.................................................................................................................7
1.3.5. Apuramento do imposto devido...........................................................................................7
1.4. Regime aplicável aos bens em segunda mão................................................................................7
1.4.1. Âmbito de aplicação............................................................................................................7
1.5. Regime aplicável aos organizadores de vendas em sistema de leilão...........................................8
Conclusão....................................................................................................................................................9
Referências Bibliográficas.........................................................................................................................10
0. Introdução

O imposto é uma forma de arrecadar fundos para a materialização dos objectivos da


colectividade, ou seja, para estancar as necessidades da colectividade. Em Moçambique existem
uma vasta gama de Regimes especiais de tributação do imposto, entretanto, interessa essa
pesquisa desenvolver os Regimes Especiais de Tributação do IVA.

0.1. Objectivos

0.1.1. Objectivo geral:

 Analisar aspectos que regulam os Regimes Especiais de Tributação do IVA


0.1.2. Objectivos específicos:
 Caracterizar o imposto sobre o valor acrescentado (IVA);
 Descrever os regimes especiais de tributação do IVA;
 Explicar a aplicação, a exigibilidade, o valor a tributar, o direito a tributar e o apuramento
do Imposto em alguns regimes especiais;

0.2. Metodologia

Esta pesquisa é de carácter qualitativa, pois se utilizou o método qualitativo na vertente


da revisão bibliográfica e documental, que consiste em estudo sistematizado, desenvolvido com
base em material publicado em decretos e outros artigos de carácter científico. Neste caso,
recorremos aos decretos: Decreto n.º 7/2008 de 16 de Abril e Decreto n.º 27/2000 de 10 de
Outubro.
1. O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

1.1. IVA em Moçambique


O IVA em Moçambique caracteriza-se em: (i) Similaridade ao IVA da UE (CIVA de
Moçambique muito semelhante ao CIVA de Portugal), mas adaptado à realidade moçambicana;
(ii) Relativamente simples; (iii) Modelo IVA tipo consumo; (iv) Imposto geral sobre bens e
serviços; (v) Incide em todas as fases do circuito económico; (vi) Limitação do universo de
contribuintes do regime normal e criação de regimes especiais para pequenas e médias empresas;
(vii) Economicamente neutro; (viii) De elevado rendimento; (ix) Administrativamente eficiente;
(x) Liquidação e cobrança, método do crédito de imposto; (xi) Imposto de taxa única e taxa zero
para exportações; (xii) Adopção do método do reporte do imposto como regra geral; (xiii)
Tributação no destino para as operações internacionais; (xiv) Existência de três níveis de
enquadramento dos sujeitos passivos: regime geral, regimes de pequenos contribuintes e regimes
específicos (Palma, 2012, p.5).

1.2. Regime especial aplicável às empreitadas e subempreitadas de obras públicas


De acordo com artigo n.º 1 e 2 do Decreto n.º 27/2000 de 10 de Outubro, o Regime
Especial de Exigibilidade do Imposto sobre o Valor Acrescentado aplica-se às empreitadas e
subempreitadas de obras públicas em que é dono da obra o Estado (administração Estatal e seus
serviços locais). O imposto é no entanto é exigível no momento do recebimento total ou parcial
do preço, pelo montante recebido, com IVA incluído na factura ou documento equivalente
emitida pelo transmitente dos bens ou dos serviços (n.º 1 do artigo 3 do Decreto n.º 27/2000 de
10 d e Outubro). Ademais, o imposto é ainda exigível quando o recebimento total ou parcial do
preço preceda o momento da realização das operações tributáveis serviços (n.º 4 do artigo 3 do
Decreto n.º 27/2000 de 10 de Outubro).

. Os sujeitos passivos podem optar pela aplicação das regras de exigibilidade do imposto
previstas nos artigos 7 e 8 do Código IVA às operações previstas no artigo 1 ou os sujeitos
passivos poderão voltar a aplicar as regras de exigibilidade do imposto previstas neste regime
especial, mediante a apresentação de um requerimento nesse sentido, sendo-lhe aplicável o
disposto nos n.°s 2 e 3 deste artigo (n.ºs 1 e 4 do artigo 4 do Decreto n.º 27/2000 de 10 de
Outubro).
Para efeitos da aplicação do disposto nos artigos 17 e 18 do Código IVA, o imposto
respeitante às operações a que se refere o artigo 1 só poderá ser deduzido desde que o sujeito
passivo tenha na sua posse os recibos de pagamentos referidos nos n.º 2 e 3 do artigo 7, passados
em forma legal (artigo 5 do Decreto n.º 27/2000 de 10 de Outubro).

De acordo com n.º 1 do artigo 7 do Decreto n.º 27/2000 de 10 de Outubro, as facturas


relativas a operações abrangidas pelo artigo 1 devem ser numeradas seguidamente numa série
especial, convenientemente referenciada, e conter a menção "IVA exigível e dedutível no
pagamento. Porém, pode-se dizer que nos pagamentos das prestações de serviços de empreitadas
e subempreitadas de obras públicas e, bem assim, nos recebimentos previstos no n.º 4 do artigo
3, o imposto considera-se incluído no recibo a que se referem os n.°s 2 e 3 do artigo 7 para
efeitos da sua exigência aos adquirentes dos serviços (artigo 7 do Decreto n.º 27/2000 de 10 de
Outubro). No geral, do Código IVA será aplicável em tudo o que não se revelar contrário ao
disposto no presente regime (artigo 11 do Decreto n.º 27/2000 de 10 de Outubro).

1.3. Regime aplicável às agências de viagens e organizadores de circuitos


turísticos

1.3.1. Âmbito de aplicação


Quanto a actuação das agências de viagens ou dos organizadores de circuitos turísticos,
abrange operações que consistem na prestação de um conjunto combinado de serviços ao cliente,
e que este adquire por um preço único sem que haja discriminação no preço final da parte que
corresponde a cada um dos serviços competentes ou se faça em nome de outrem, são aplicáveis
as disposições gerais do Código do IVA. Sempre que a realização da viagem ou circuito turístico
sejam efectuados com meios próprios da agência de viagens ou do organizador ou circuito, não é
aplicável este regime mas sim as disposições gerais do Código do IVA. Tratando-se de viagens
que utilizem em parte meios próprios e em parte meios alheios, o regime especial é aplicável
apenas à parte que utilize meios alheios. (n.ºs 2 e 3 do artigo 38 do Decreto n.º 7/2008 de 16 de
Abril).

1.3.2. Facto gerador e exigibilidade


Segundo o n.ºs 1 e 2 do artigo 40 do Decreto n.º 7/2008 de 16 de Abril, a prestação de
serviços considera-se efectuada no acto do pagamento integral da respectiva contraprestação ou
imediatamente antes do início da viagem ou alojamento, consoante o que se verificar primeiro. É
considerado início de viagem a altura em que é efectuada a primeira prestação de serviços ao
cliente.

1.3.3. Valor tributável


O valor tributável das prestações de serviços efectuadas pelos sujeitos passivos referidos
no artigo 38 deste Regulamento é a respectiva margem bruta. A margem bruta referida no
número anterior resulta da diferença entre o total da contraprestação devida pelo cliente, excluído
o IVA que onera a operação, e o custo efectivo, com IVA incluído, suportado nas transmissões
de bens e prestações de serviços efectuadas por terceiros para benefício directo do cliente (n.ºs 1
e 2 do artigo 41 do Decreto n.º 7/2008 de 16 de Abril).

1.3.4. Direito a dedução


Os sujeitos passivos abrangidos não têm direito à dedução do IVA que onerou as
transmissões de bens ou prestações de serviços referidos no artigo anterior. Todavia, o imposto
suportado ou devido pela agência em relação a bens e serviços que não os fornecidos por
terceiros para benefício directo do cliente, adquiridos ou importados no exercício da sua
actividade comercial é dedutível, nos termos gerais previstos no Código do IVA (n.ºs 1 e 2 do
artigo 42, do Decreto n.º 7/2008 de 16 de Abril).

1.3.5. Apuramento do imposto devido


Ao montante das contraprestações, com IVA incluído, respeitante às operações
tributáveis registadas no período, deduz-se o montante, igualmente com inclusão do IVA, dos
custos registados no mesmo período relativos às transmissões de bens e prestações de serviços
efectuadas por terceiros para realização da viagem e que resultem em benefício directo do cliente
(alínea a do artigo 43, do Decreto n.º 7/2008 de 16 de Abril).

1.4. Regime aplicável aos bens em segunda mão

1.4.1. Âmbito de aplicação


O regime aplicável aos bens em segunda, aplica-se às transmissões de bens em segunda
mão efectuadas por sujeitos passivos revendedores, de acordo com a alínea g) do n.º 3 do artigo 3
do Código do IVA, quando não optem pela aplicação de regime geral do referido Código. Para
efeitos deste regime específico, são também considerados bens em segunda mão os objectos da
arte, de decoração e as antiguidades, tal como são definidos nas alíneas a) a f) do n.º 6 do artigo 3
do Código do IVA, porém, é obrigatória nas transmissões dos mesmos bens, efectuadas por
organizadores de vendas em leilão que actuem em nome próprio mas por conta de um comitente,
no âmbito de um contrato de comissão de venda (n.ºs 1 e 3 do artigo 47, do Decreto n.º 7/2008
de 16 de Abril).

1.5. Regime aplicável aos organizadores de vendas em sistema de leilão


São sujeitas a Imposto sobre o Valor Acrescentado, segundo o regime específico de
tributação da margem, previsto neste Regulamento, as transmissões de bens em segunda mão
efectuadas por organizadores de venda em leilão que actuem em nome próprio, nos termos de um
contrato de comissão de venda, e os bens tenham sido adquiridos no território nacional, a um
comitente que seja um particular, a um outro revendedor também sujeito ao regime específico da
margem ou um sujeito passivo que os transmita no âmbito da alínea e) do n.º 12 do artigo 9, ou
dos regimes especiais previstos nos artigos 35 e 42, todos do Código do IVA (n.º 1 do artigo 49,
do Decreto n.º 7/2008 de 16 de Abril). Essa transmissão de bens é facturada num montante
líquido pago ou a pagar ou o imposto por organizadores de vendas em leilão (alínea a) e b) do n.º
2 do artigo 49, do Decreto n.º 7/2008 de 16 de Abril).

Segundo o n.º 5 do artigo 49, do Decreto n.º 7/2008 de 16 de Abril, as facturas ou


documentos equivalentes emitidos pelos sujeitos passivos organizadores de vendas em leilão,
devem conter a menção "IVA-Regime específico de vendas em leilão", sem discriminar o
imposto sobre o valor acrescentado, o qual não é, pois passível de dedução pelo adquirente.
Entretanto, os organizadores de vendas em leilão a quem for transmitido o bem nos termos de
um contrato de comissão de venda em leilão devem apresentar, no prazo de cinco dias úteis
contados a partir da data de realização da venda em leilão, um relatório ao seu comitente, no qual
deve identificar os intervenientes no contrato e indicar, nomeadamente, o preço de adjudicação
do bem, deduzido o montante da comissão obtida ou a obter do comitente. O Relatório substitui a
factura que o comitente, no caso de ser sujeito passivo, deve entregar ao organizador da venda do
leilão do (n.º 6 e 7 do artigo 49, do Decreto n.º 7/2008 de 16 de Abril).
Conclusão
Este trabalho tinha como objectivo principal a análise de alguns aspectos que regulam os
regimes especiais do IVA. Entretanto, foram desenvolvidas apenas quatro regimes. Como forma
de exemplificarmos, vamos falar da “prestação de serviços da agência de viagens ou do
organizador de circuitos turísticos. Neste regime, considera-se efectuada aquando do pagamento
integral da contraprestação ou imediatamente antes do início da viagem ou alojamento,
consoante a que se verificar primeiro. Considera-se início da viagem o momento em é realizada a
primeira prestação de serviços ao cliente. Por exemplo, Os Estados-Membros aplicam um regime
especial de IVA às operações das agências de viagens em conformidade com o presente capítulo,
quando as agências actuarem em nome próprio perante os clientes e sempre que utilizarem, para
a realização da viagem, entregas de bens e prestações de serviços efectuadas por outros sujeitos
passivos. Para efeitos os organizadores de circuitos turísticos são considerados agências de
viagens.
Referências Bibliográficas

CONSELHO DE MINISTROS. Decreto n.º 7/2008 de 16 de Abril sobre o Código do Imposto


sobre o Valor Acrescentado, aprovado pela Lei n.º 32/2007, de 31 de Dezembro.

CONSELHOS DE MINISTROS. Decreto n.° 27/2000 de 10 de Outubro, impõe a criação de um


Regime Especial de Exigibilidade do Imposto nas Empreitadas e Subempreitadas de Obras
Públicas, aprovado pelo Decreto n.° 51/98, de 29 de Setembro Boletim da Republica. Serie
I, n.º 40, Suplemento. 10 de Outubro, 2000
PALMA, C. C. Estudos de IVA. II. Coimbra: Edições Almedina. 2012

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