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O tutor:
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Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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;
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 6
Conclusão ...................................................................................................................................... 15
Bibliografia .................................................................................................................................... 16
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Introdução
Este trabalho tem por objetivo analisar, em sentenças isoladas da língua corrente, as referências
de tempo e aspecto dos tempos verbais, utilizando os conceitos de tempo de fala, tempo de
evento e tempo de referência, propostos por Reichenbach (apud ILARI, 1997), que localizam o
evento no tempo, e elaborar através de diagramas a representação temporal das sentenças,
utilizando o conceito de intervalo de tempo, que permite calcular o tempo de duração do evento.
Serão analisadas, ainda, as referências de tempo e aspecto dos adjuntos adverbiais e sua
contribuição semântica para o significado da sentença. Para classificar o valor aspectual dos
morfemas verbais e dos advérbios de tempo, serão utilizados os conceitos propostos por Vendler
(apud GODOL, 1997) e TRAVAGLIA (1994).
Objectivo Geral:
Objectivos Especificos:
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1 Tempo e Aspecto gramatical
Tem sido difícil entender, ou melhor, estabelecer claramente a distinção entre tempo e
aspecto, uma vez que ambos parecem referir-se a um mesmo conceito. Na verdade, eles são
bem distintos
Entretanto, qualquer falante do Português quando ouve ou lé frases como as que se seguem,
interprete-as, obviamente, como descrevendo situações localizadas no passado, no presente
e no futuro:
i. O Presidente visitou a EM.PRESA
ii. O Presidente visita a EMPRESA.
iii. O Presidente visitará a EMPRESA.
Embora a situação descrita por cada uma das frases seja a mesma (a visita do Presidente a
EMPRESA), as frases podem ter valores de verdade diferentes devido à localização temporal da
situação induzida pelo tempo gramatical utilizado.
Em i. a situação está localizada num intervalo de tempo anterior ao ponto da fala ou momento da
enunciação. Em ii. A situação descrita sobrepõe-se ao ponto de fala, uma vez que o intervalo de
tempo em que se localiza o ponto de evento e o ponto da fala têm momentos comuns. Em iii. a
situação descrita está localizada num intervalo de tempo posterior ao ponto da fala.
Embora as duas situações descritas se encontrem localizadas no passado é diferente o modo como
são apresentadas a sua estrutura interna.
Com efeito, em a) a situação descrita ocorre no intervalo de tempo denotado por às nove horas
localizado no passado.
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de uma das entidades envolvidas) e o ponto resultante (neste caso, a maçã estar comida). A
descrição apresentada em b. focaliza apenas o processo preparatório.
Os casos (i, ii, iii) e (a, b) mostram claramente não só as diferenças entre a categoria linguística,
tempo e a categoria aspecto, mas também os pontos comuns entre elas.
É importante, todavia, perceber que, apesar da diferença entre as duas categorias linguísticas, elas
partilham sempre pontos de contacto, na medida em que podem operar com o mesmo tipo de
conceitos temporais, o de intervalo. Por outro lado, certos advérbios podem funcionar com valor
aspectual ou temporal, o mesmo acontece com alguns tempos verbais que podem introduzir
alterações aspectuais.
Em suma, o tempo e o aspecto são elementos que ajudam a construir um texto ancorado
emcpontos de referência temporais e aspectuais.
Esse ponto de referência associa-se ao tempocda enunciação e, assim, poderemos identificar num
texto (ou aplicar se formos os autores)cos valores temporais de simultaneidade se o que
escrevemos se situa no mesmo tempo queclhe serve de ponto de referência, de anterioridade e de
posterioridade se a situação descritacnão coincide com o tempo da enunciação.
Em linguística, o aspecto é uma propriedade dos verbos e circunlóquios verbal, para indicar se a
acção que expressam não foi concluída ou no instante indicado na referência de frase, ou seja,
refere-se aos diferentes estágios de desenvolvimento da acção expresso pelo verbo. (Campos &
Xavier, 1991).
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adverbiais e a natureza sintáctico-semântica dos sintagmas nominais, em particular dos que
constituem complementos sub categorizados.
De acordo com Campos e Xavier (1991) eventos (chegar, atingir, nascer, morrer, almoçar, pintar,
etc.) são actividades dinâmicas que têm um fim delimitado, que pode ser instantâneo («O João
chegou cedo») ou prolongado («O João leu o livro em duas horas»).
Entretanto, os eventos podem ser télicos ou atélicos. Cada tipo pode ter ou não duração. Os
eventos télicos, por seu tumo, podem ser chamados processos culminados e culminações. Por
outro lado, Faria (1996) afirma que estados são situações não dinâmicas que não têm princípio
nem fim («O João está doente»; «A Joana gosta de maçãs»).
E por conseguinte, os estados lexicais têm pontos de contactos com os eventos (processos), mas
se distinguem destes por não serem dinâmicos, não admitem pausa (intervalo) no todo
homogêneo. Os estados podem ser: faseáveis e não faseáveis. Os primeiros podem ocorrer em
construções progressivas (estar a + Infinitivo) e os segundos não.
Todavia, segundo Covane (2017, p.53) “os pontos são eventos temporalmente indivisíveis e que
se distinguem das culminações por não admitirem um estado resultante”. Para compreender
melhor, interprete as frases que se seguem.
Os estados lexicais têm algo em comum com os processos, pois são também atélicos, não
delimitados por natureza e homogêneos. No entanto, distinguem-se dos processos por não. serem
dinâmicos. Acresce que os estados não admitem qualquer tipo de pausa (intervalo) no todo
homogêneo, enquanto os processos as admitem.
i. A Maria trabalhou.
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Repare que enquanto estar doente não admite qualquer pausa, sob pena de deixar de ficar doente,
trabalhar admite pequenos intervalos na actividade sem que isso ponha em causa o próprio
processo.
Pode-se definir tempo linguístico como tempo da situação referida a algum outro tempo,
normalmente, o momento da fala. O tempo não é marcado de forma explícita, pois o tempoverbal
é tomado como indicação de um determinado tempo em relação ao presente.
Nessa figura, podemos observar que o tempo é apresentado como uma linha reta na qual o
passado se encontra à esquerda e o futuro, à direita do ponto (0), sendo que esse ponto zero
representa o presente.
Segundo Travaglia (2006, p. 39), a categoria de tempo situa o momento de ocorrência da situação
a que nos referimos em relação ao momento da fala como anterior (passado), simultâneo
(presente) e posterior (futuro). É considerada uma categoria dêitica pelo autor, pois serve para
expressar distinções que dizem respeito ao tempo em que ocorre o ato de fala.
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Para o autor, tempo é uma categoria dêitica porque estabelece a localização no tempo, e aspecto é
uma categoria não dêitica, pois seu significado não remete ao momento da enunciação. Na
mesma linha de raciocínio, Comrie (1976) indica uma diferenciação entre tempo e aspecto ao
enunciar que a expressão “constituição temporal interna” trata-se de uma compreensão em termos
da oposição proposta entre “tempo interno da situação”, que diz respeito a aspecto, e “tempo
externo da situação”, que se refere a tempo.
A noção de aspecto pode ser tratada pelo menos de dois pontos de vista: o lexical e o gramatical.
Um dos autores que trouxe uma importante discussão a respeito do aspecto lexical é Vendler
(1967), o qual propõe uma classificação para as classes acionais. Segundo o autor, existem quatro
classes:
a) Os verbos estativos, que seriam os verbos em que se observam um evento sem final evidente,
mas com certa duração.
Exemplo: “amar”
b) Os verbos de atividade, que seriam aqueles com final arbitrário atingindo apenas
Exemplo: “caminhar”
d) os verbos achievements, que são aqueles em que se observa apenas o desfecho final
Além disso, teríamos outra forma de classificarmos o aspecto, que é denominado aspecto
gramatical. Ou seja, ao vislumbrarmos frases como “Eu estudei a matéria” e “Eu estudavaa
matéria todos os dias”, percebemos que as duas têm, como tempo, o passado. A diferença entre
elas reside na noção aspectual.
Nos dois casos, respectivamente, temos: –Ø– no pretérito perfeito (estude–Ø–i), em que –Ø– é
um morfema zero que indica tempo passado e aspecto perfectivo. Já em “estudava”, temos o
morfema –va-, no pretérito imperfeito (estuda –va– Ø), indicando que o tempo está no passado e
o aspecto está no imperfectivo.
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1.5 Da impropriedade de um quadro de aspectos compostos.
1.6 Preliminares
Chamamos de compostos aqueles aspectos que são caracterizados por mais de uma noção
aspectual. É o caso, por exemplo, do Perfectivo e Imperfectivo1 na definição que deles deram
Castilho (1967) e Comrie (1976). Aspectos simples serão aqueles caracterizados por uma única
noção aspectual.
No quadro estabelecido por Câmara Jr. (cf. item 1.3.8) encontramos alguns exemplos de aspectos
simples tais como o Inceptivo, o Inconcluso, o Pontual, entre outros.
Procuraremos demonstrar aqui não só que um quadro de aspectos simples permite uma análise
aspectual melhor, por ser mais simples e completa a análise com um menor número de
elementos; mas também uma série de impropriedades de análise que já deverão ser consideradas
quando da proposição do quadro aspectual e sua aplicação na análise.
Para Castilho (1967), o perfectivo se caracteriza pela noção de completamento que ele entende
como sinônima de acabamento uma vez que diz: “As nuanças decorrentes da ação totalmente
decursa permitem subdividir o perfectivo em três tipos” (CASTILHO, 1967, p.50).
Não há dúvidas quanto a isto já que Castilho o declara em diversas passagens: “Temos o aspecto
perfectivo se se indica uma ação cumprida, contrária à noção de duração” (CASTILHO, 1967,
p.14); “O perfectivo indica processo acabado” (CASTILHO, 1967, p.15).
O perfectivo, para ele, também “designa a ação-ponto” (CASTILHO, 1967, p.54), já que o
completamento “implica na indicação precisa do começo e do fim do processo, polos estes
separados por um lapso de tempo extremamente curto e não significativo.” (CASTILHO, 1967,
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p.50). Portanto o Perfectivo seria um aspecto composto caracterizado pelas noções de
completamento (= acabamento) e pontualidade.
O imperfectivo é, pelo mesmo autor, caracterizado como sendo marcado pelo valor fundamental
de duração (CASTILHO, 1967, p.49), indicando uma ação que dura (CASTILHO, 1967, p.41)
uma ação-linha (CASTILHO, 1967, p.54).
A duração apresentaria sempre um dentre três matizes (cf. item 1.3.9) que caracterizariam três
subtipos: os aspectos Imperfectivo Inceptivo (noções de duração + início) Imperfectivo Cursivo
(noções de duração + meio) e Imperfectivo Terminativo (noções de duração + fim).
Portanto o Imperfectivo seria um aspecto composto em qualquer dos três subtipos que
aparecesse. Deve-se notar que ao caracterizar o Perfectivo e o Imperfectivo, Castilho não diz que
este se caracteriza pelo não acabamento. Sua colocação faz pensar que ele opõe completamento
no Perfectivo a duração no Imperfectivo, ou seja, podemos dizer que explicitamente Castilho não
afirma que o Imperfectivo apresenta a ação como não acabada.
Entretanto, pela oposição entre Perfectivo e Imperfectivo, isto parece ficar implícito.
“Na sua voz irradiante começou logo a contar uma complicada história familiar, atravessada de
traições, de direitos e de deveres”. (Imperfectivo Inceptivo propriamente dito - p.63)
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Conclusão
No estudo do verbo no Português pouca atenção tem sido dada à categoria de aspecto. Evidência
disto é o fato de nossas gramáticas tradicionais, com raras exceções, quase não tratarem desta
categoria. A sua não consideração criou uma lacuna na descrição do sistema verbal português
cujo preenchimento, por si só, justifica a realização não „só deste, mas de muitos outros estudos
sobre aspecto.
Além disso a definição e descrição mais completa e exata do sistema verbal do Português fornece
melhores subsídios à Linguística Aplicada na elaboração de planos e métodos para o ensino de
nossa.
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Bibliografia
1. Campos, M. H., & Xavier, M. F. (1991). Conceitos básicos. Lisboa: Universidade Aberta.
3. COMRIE, B. (1976). Aspect: an introduction to the study of verbal aspect and related
problems. London: Cambridge University Press.
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