Você está na página 1de 7

F1

Importância da fonética das línguas bantu

A fonética das línguas Bantu desempenha um papel crucial na compreensão dessas línguas e na
preservação de suas tradições linguísticas e culturais. ( Derek, 1999).

Com base nas citações acima, compreende se que fonética é um factor importantíssimo quer no
domínio da pronúncia como na preservação da identidade de um povo e manutenção da relações
com outros povos com línguas da mesma origem.

Ngunga (2014) afirma que, a fonética é vista como uma ferramenta fundamental para
compreender a estrutura e os padrões sonoros das línguas Bantu. Ela investiga os sons
individuais (consoantes, vogais e tons) e suas possíveis combinações nas palavras e frases. Além
disso, a fonética também estuda os aspectos prosódicos, como o ritmo, a entoação e a
intensidade da fala nas línguas Bantu.

A fonética também desempenha um papel na preservação e documentação das línguas Bantu.


Muitas línguas Bantu estão ameaçadas devido à globalização e à influência de línguas
dominantes.

Ao estudar a fonética dessas línguas, os linguistas podem ajudar a preservar e valorizar o


patrimônio linguístico e cultural das comunidades Bantu.
Referências bibliográficas

NGUNGA, Armindo. Introdução à linguística bantu. 2.ed. Maputo: Imprensa

universitária, 2014.

Derek. Aspecto e Questões Relacionadas nas Línguas Bantu. 2a Ed.1999

Módulo de linguística bantu

F2

MODOS E PONTOS DE ARTICULAÇÃO

Articulação é o processo de produção dos sons, o que envolve algum ponto e algum modo ou

apenas maneira.

MODO DE ARTICULAÇÃO

É o conjunto dos processos articulatórios (mecanismos e direcção do ar, comportamento e forma


dos órgãos da fala) para a produção de um determinado som.

Na produção de consoantes, o ar sofre diferentes tipos de obstrução ao longo do seu percurso.


Assim, as consoantes podem ser:
Oclusivas – na realização deste tipo de consoantes ocorre uma oclusão (fechamento) da
cavidade bucal seguido dum relaxamento súbito que faz “explodir” o ar para o exterior. São
também chamadas de explosivas. Ex: p, t, d, k, g, m, ny, ng´.

Fricativas - para as quais acontece uma ligeira fricção do ar contra as paredes da cavidade bucal,
produzindo assim um ligeiro ruído. Ex. f, v, s, z…

Nasais - na sua pronúncia, parte ou totalidade do ar escapa-se pelas fossas nasais. Ex. m, n, ny,
ng´.

Africadas – que começam como oclusivas e acabam como fricativas, quer dizer, na sua
pronúncia acontece uma oclusão da cavidade bucal seguida dum relaxamento lento e
progressivo desse mesmo ar (como no caso das fricativas). Ex. pf, bv, c, j…

Implosivas/glotalizadas – para a sua realização ocorre uma oclusão da glote simultaneamente


com a pronúncia do som. Ex. b, d.

Laterais – o ar passa por um, ou pelos dois lados da língua. Ex. l, lh.

Vibrantes – são articuladas mediante a vibração de um articulador, como a coroa da língua em


alguns casos, e a úvula noutros. Ex. r.
Semi – vogais – se for produzido com uma duração e uma abertura da cavidade bucal inferiores
ds vogais. Ex. w, y.

PONTOS DE ARTICULAÇÃO

Este conceito designa ao mesmo tempo os órgãos da fala que participam na produção dum
determinado som, assim como o lugar do canal respiratório onde isto acontece. Assim, temos as
consoantes seguintes:

Bilabiais – pronunciadas a nível dos lábios. Ex. p, b, m. Lábio-dentais – na pronúncia das quais
os dentes incisivos superiores entram em contacto com o lábio inferior. Ex. f, v.

Alveolares – formadas pelo contacto da ponta da língua com os alvéolos dos dentes incisivos
superiores. Ex. t, d, n, l, s, z, r.

Palatais - formadas pelo contacto do dorso da língua com o palato duro ou céu da boca. Ex. ny,
j, c. etc. Velares – formadas pelo contacto da parte posterior da língua com o palato mole ou véu
palatino. Ex. k, g, ng´.

QUANTO AO PAPEL DAS CORDAS VOCAIS

Em relação ao papel das cordas vocais as consoantes podem ser surdas ou sonoras.

Surdas – nas quais não ocorre uma vibração das cordas vocais. Ex: p, t, c, k, f, s.

Sonoras – para as quais ocorre uma vibração das cordas vocais. Ex: b, d, j, g, v, z, l, r, etc.
Referencias

dr. William Zona(2013) Linguística Bantu, Pp 30,31,32.

F3

Estrutura do Verbo

A complexidade da estrutura verbal das línguas Bantu pode ser apresentada de várias maneiras.
Ngunga (2004: 148) refere que esta estrutura pode adaptar-se a qualquer língua

Bantu.

A complexidade estrutural do verbo nas LB, em que informaçoes dadas noutras línguas

por elementos lexicais são dadas por morfemas, faz com que sejam consideradas línguas

aglutinantes, (cf. Nurse & Philippson, 2003; Ngunga, 2004; Andrade, 2007; Nurse, 2008,

entre outros).

Como se viu, nas LB a formação do verbo, tipicamente, consiste numa sequência de

morfemas afixais ligados à raiz, marcando as categorias flexionais como a categoria TMA,

por exemplo.
Não é obrigatório que toda a língua Bantu tenha todos os elementos apresentados no esquema.
Assim, nas línguas em que existam, o PI é geralmente marca de negação, o MT marca do tempo,
que as vezes podem ser sufixo e ocorre depois da raiz.

Quando presente a MO marca de objecto é o único morfema cuja posição é fixa na estrutura da
forma verbal, ocorrendo imediatamente antes da raiz. É por esta razão que o macro-tema inclui a
MO e o tema flexionado.

Raiz Verbal

Denomina-se raiz verbal ao constituinte da palavra que contém o significado básico e não inclui
sufixos derivacionais ou flexionais ( Xavier e Mateus 1992: 321)

Exemplo:

Changana

-famb- “andar”

-von- “ver”

-hlanb- “ tomar banho”

Shona
-bat- “ agarrar”

-taur- “falar”

Você também pode gostar