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Grupo I - Oralidade
http://videos.sapo.pt/5CboZt8RbshOBzgOM9ks
1. Seleciona a opção que melhor completa o sentido de cada frase, de acordo com o vídeo.
1.3. A opção da Câmara Municipal por Mia Couto esteve associada ao facto de o escritor
Texto A
Lê, com atenção, o texto relativo a livros escritos por Mia Couto.
https://www.fronteiras.com/ativemanager/uploads/arquivos/produtos_culturais/49d377500041d04c2bc8eaaa0bb34fd3.pdf
(adaptado)
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1. Associa cada elemento da coluna A ao único elemento da coluna B que lhe corresponde, de
acordo com o sentido do texto.
Escreve as letras e os números correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma
vez.
COLUNA A COLUNA B
a) Romance inspirado num dos períodos
mais negros da história de Moçambique, 1) Vozes anoitecidas
não esquecendo as tradições do país.
2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1. a 2.4.), a única opção que permite obter uma
afirmação adequada ao sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
2.1. Os textos apresentados a propósito das obras de Mia Couto têm em comum o facto de
todos incluírem
(A) a data de publicação da obra e o nome da personagem principal.
(B) o nome do autor e as datas dos livros.
(C) o título, data e a referência ao número de edição.
(D) a data de publicação da obra referida e o seu título.
2.2. Das seis obras apresentadas, aquela que destaca a mulher como objeto é
(A) A Confissão da Leoa.
(B) Estórias Abensonhadas.
(C) A Confissão da Leoa.
(D) O Fio das Missangas.
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2.4. O antecedente do pronome relativo “que” (linha 4) é
(A) “histórias”.
(B) “personagens”.
(C) “ponto de vista marginal”.
(D) “personagens esfarrapados”.
Texto B
Lê o excerto de um livro de um conhecido escritor moçambicano, Mia Couto.
Minha doença piorou: já não me levanto da cama. Mais grave: não posso dormir sequer.
Mal palpebrejo, a dobra do lençol se converte em água e, no instante seguinte, tudo se
avermelha e eu desaguo em rios de sangue. Se durmo me afogo, se vigio me foge o juízo. Me
faz falta o sonho, tudo quanto queria era sonhar.
Ouço o ruído na porta. Devem ser ladrões, mas já isso não me importa. Que roubem o
nada que eu tenho, me tirem a pouca vida que me resta. Até seria bem. Mas é Luarmina que
espreita na porta.
- Venho-lhe visitar, Zeca.
- Verdade?, sorrio, incrédulo.
- Você sempre me visitou. Hoje sou eu a vir ter consigo.
Luarmina desembrulha um lençol novo. Ordena que a ajude a mudar as roupas da cama.
- Essas estão ensopadas, como é possível transpirar-se tanto?
Eu queria dizer-lhe que aquilo não era suor, era o próprio mar me castigando. Mas não
entrei em atalho, fui direto no assunto:
- Ainda bem que veio, Luarmina. É que estou quase a morrer.
- Não fale disparate, Zeca. Você ainda me há de atirar umas pazadas.
Pedi à vizinha o mesmo que o velho Celestiano pedira em seu último momento: que ela
ficasse junto ao meu leito só para eu me distrair nos olhos dela.
- Lhe peço, vizinhinha: quero desfalecer a olhar os seus olhos.
Luarmina sorriu, indulgente como se eu me tivesse acriançado de vez.
- Se você continua com essa conversa, vou-me embora daqui.
- Então me faça um favor, Dona. Me conte uma história.
- Uma história, eu?
- Sim, eu já lhe contei tantas, vizinha.
- Mas eu não tenho história, eu tive pouca existência.
- Como é possível?
- Minha vida é muito pobre. Eu vivi tão poucochinho que já tenho pouco para morrer.
- Dona Luarmina, faça um esforço. É uma vergonha para um homem, mas eu queria que
me embalasse até chegar a um sonho. É que preciso sonhar, preciso tanto sonhar!
Luarmina levantou-se, atrapalhada. Rondou para trás e para diante como se procurasse
não uma ideia, mas coisa que estivesse perdida na desarrumação do quarto. De repente, parou
junto à cama e deu uma estranha ordem:
- Levante-se, Zeca.
Me admirei. E recusei, incapaz de meximento. Mas ela insistiu, me repuxou,
alavanqueando-me pelas axilas.
- Mas eu não aguento. Me deixe na cama.
- Deixe as conversas e me ajude a levantar-se, Zeca.
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- Mas o que me quer fazer, Dona?
- O que eu quero fazer? Eu quero dançar consigo, homem.
Ironia do destino: toda a vida sonhei dançar com aquela mulher. Agora, que ela queria, eu
não podia.
Couto, Mia, Mar me quer, 20.ª edição, Caminho, 2000
5. Mia Couto é conhecido por “brincar” com as palavras e criar neologismos. Explica o
sentido das palavras destacadas nas frases, tendo em conta o contexto e a base da
palavra.
a) “Mal palpebrejo (pálpebra), a dobra do lençol se converte em água [...]” (l. 2)
b) “[...] me repuxou, alavanqueando-me (alavanca) pelas axilas.” (l. 37)
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3. Divide e classifica as orações subordinadas.
a) Logo que Luarmina chegou, o narrador sentiu-se melhor.
b) O narrador, que estava bastante doente, apenas tinha um desejo.
c) O narrador pediu a Luarmina que lhe contasse uma história.
Grupo IV – Escrita
Escolhe apenas um tema.
Tema A
Escreve uma PÁGINA DE DIÁRIO , na perspetiva de um dos herói
Tema B
“Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz
com que o mundo pareça um deserto.”
Francis Bacon
Escreve um texto no qual expresses a tua opinião sobre a importância dos amigos na
nossa vida, apresentando razões que sustentem o teu ponto de vista e exemplos
ilustrativos.
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Deves escrever entre 160 e 240 palavras.