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CONTEÚDO: FONOLOGIA
A Fonética e a Fonologia são ramos complementares da Linguística que têm como objetivo investigar
e estudar os sons da fala (fonema).
A FONÉTICA estuda os aspectos físicos envolvidos na produção do som: o aparelho fonador, os
movimentos dos lábios e da língua, os pontos de articulação, a obstrução do ar etc. Além disso, investiga as
características físicas dos sons que permitem a sua articulação e recepção auditiva.
A FONOLOGIA/FONÊMICA estuda a organização dos sons em sistemas sonoros, entendendo
suas funções e o papel linguístico que desempenham numa determinada língua. Considera apenas as
variações sonoras que podem afetar a compreensão da mensagem.
LETRA
É cada um dos caracteres gráficos de que se compõe o alfabeto utilizado para a representação escrita
de fonemas. O alfabeto português constitui-se de 26 letras que, isoladas ou combinadas entre si, representam
graficamente a maioria dos fonemas.
Em certos casos, a letra pode representar mais de um fonema e em outros pode simplesmente ajudar na
pronúncia de um fonema.
Cabe ressaltar que nem sempre uma letra corresponde a um fonema. Por exemplo, a letra “X”
pode representar vários sons diferentes, tais como: X (enxame), Z (exame), S (têxtil) e KS
(sexo – representa dois fonemas – K e S = KS). Ou seja, uma letra pode representar mais de
um fonema. Então quer dizer que, nem sempre, em uma mesma palavra, teremos o mesmo
número de fonemas e letras.
MÓDULO 1 – LÍNGUA PORTUGUESA (Conteúdo: Fonologia)
FONEMA
É o objeto de estudo da fonologia e suas variações. É a menor unidade sonora da palavra e exerce
duas funções: formar palavras e distinguir uma palavra da outra. Ademais, os fonemas são representados
por duas barras transversais (/.../).
ALOFONE
É a variação de realizações fonéticas (ou seja, articulatórias e fisiológicas) que um fonema pode vir a
ter em situações específicas. Pensemos no fonema /d/. Em determinadas regiões do país, esse fonema, antes
das vogais /e/ e /i/, ganha uma nova forma articulatória. Alguém de São Paulo, por exemplo, poderá
realizar a palavra dia como [‘dji a], enquanto alguém do Rio Grande do Norte poderá fazê-lo como [‘di a].
Nos dois casos, temos a mesma palavra, o mesmo sentido. Os fones [d] e [dj] não são distintivos, ou seja,
não ocasionam mudança de sentido numa sequência sonora. Portanto, são variações de um mesmo
fonema, o fonema /d/ e não fonemas distintos.
VOGAIS
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca.
Em nossa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Assim, isso significa que em toda sílaba há
necessariamente uma única vogal. Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais
podem ser:
SEMIVOGAL
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Isso ocorre quando aparecem apoiados em uma
vogal, formando com ela uma só emissão de voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são chamados de
semivogais. A diferença fundamental entre vogais e semivogais está no fato de que estas últimas não
desempenham o papel de núcleo silábico.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-pai. Na última sílaba, o fonema vocálico
que se destaca é o “A”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “I” não é tão forte quanto ele. É a semivogal.
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A letra “A” sempre será vogal; as letras “E, I, O, U”, dependendo da tonicidade da pronúncia,
podem ser vogais ou semivogais.
Os fonemas /i/ e /u/ podem aparecer representados na escrita por" E", "O" E "M".
Ex.: pães /pãis/ - mão /mau/ - cem /cēi/
CONSOANTES
Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar
pela cavidade bucal. Isso faz com que as consoantes sejam verdadeiros "ruídos", incapazes de atuar como
núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam ("soam
com") as vogais.
Exemplos de fonemas: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/
DITONGO
Encontro de uma VOGAL com uma SEMIVOGA (ou vice-versa) numa mesma sílaba.
Pode ser:
a) Decrescente
É quando a sequência específica é VOGAL + SEMIVOGAL.
Ex.: pai (a = vogal, i = semivogal).
b) Crescente
É quando a sequência específica é SEMIVOGAL + VOGAL.
Ex.: sé-rie (i = semivogal, e = vogal).
c) Oral
É o ditongo pronunciado pela boca sem que o som passe pela narina.
Ex.: viu, boi.
d) Nasal
É o ditongo cujo som passa pela narina.
Ex.: não, muito.
Os grupos vocálicos IA, IE, IO, UA, UE, UO finais átonos, seguidos ou não de S, podem ser
considerados ditongos ou hiatos, visto que ambas as pronúncias ocorrem no nosso idioma.
Tais encontros são chamados de instáveis ou ambíguos. Todavia, é preferível considerar tais
grupos ditongos crescentes e, consequentemente, paroxítonos os vocábulos em que ocorrem.
Exemplos.: se-cre-tá-rIA ou se-cre-tá-rI-A, mé-dIO ou mé-dI-O
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TRITONGO
HIATO
É a sequência de duas vogais (VOGAL + VOGAL) numa mesma palavra que pertencem a sílabas
diferentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa sílaba.
Exemplo: saída (sa-í-da) / poesia (po-e-si-a) / saúde (sa-ú-de).
GLIDE
DÍGRAFO
O nome já explica do que se trata: dupla grafia (di = dois + grafo = letra), formando, contudo, apenas
um fonema. Os casos são: RR, SS, CH, LH, NH, GU, QU, SC, XC, SÇ e as NASALIZAÇÕES
representadas pelas letras M e N. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos.
a) dígrafo consonantal: corre quando duas letras representam um único fonema consonantal, sendo a
consoante pronunciada.
"GU" e "QU" são dígrafos somente quando seguidos de "E" ou "I”. Representam os fonemas
/g/ e /k/: GUItarra, aQUIlo. Nesses casos, a letra "U" não corresponde a nenhum fonema. Em
algumas palavras, no entanto, o "U" representa um fonema semivogal ou vogal (agUENtar,
lingUIça etc.). Nesses casos, "GU" e "QU" não são dígrafos. Também não há dígrafos quando
são seguidos de "A" ou "O" (qUAse, averigUO).
b) dígrafo vocálico: são formados quando as vogais são sucedidas das consoantes 'M' ou 'N',
representando fonemas vocálicos nasalizados, isto é, quando as correntes de ar que saem dos pulmões passam
pelo nariz e pela boca. Sua formação consiste, basicamente, em A, E, I, O, U + M ou N na mesma sílaba.
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As letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC, XS não podem ficar na mesma sílaba.
Ex.: EX-CE-LEN-TE; GUER-RA; AS-SAS-SI-NO; NAS-CER
* Perceba que apenas os dígrafos consonantais iniciados por R, S e X são escritos em sílabas
separadas.
Os dígrafos consonantais inseparáveis, ou seja, que ficam na mesma sílaba são: CH, NH, LH,
GU, QU.
Ex.: CHU-VA; SO-NHO; FA-LHA; GUER-RA; E-QUI-PE
LETRA DIACRÍTICA
É a LETRA NÃO PRONUNCIADA nos DÍGRAFOS. Observe como a letra diacrítica aparece nos
dígrafos:
-nos dígrafos SC, SÇ e XC, a primeira letra é a diacrítica.
-nas nasalizações as letras M e N são as diacríticas.
-nos demais dígrafos, a segunda letra será a diacrítica.
No final das palavras, as formas AM, EM, EN e ENS passam a ser ditongo nasal, em que M e N
representam o som de uma semivogal.
DÍFONO
Ocorre quando existe uma única letra representando dois fonemas, ou seja, escreve-se uma letra,
mas pronuncia-se dois fonemas.
Ex.: a palavra “FIXO” – a letra X representa os fonemas / k / e / s /, “OXIGÊNIO” – a letra X representa
os fonemas / k / e / s /.
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É o encontro de consoantes pronunciadas, podendo estar na mesma sílaba ou não. Podemos agrupá-
los em dois tipos de encontros consonantais: perfeito e imperfeito.
Ex.: cratera, corte.
Há grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu,
gno-mo,psi-có-logo
É sempre importante perceber que em UMA SÍLABA SÓ PODE HAVER UMA VOGAL –
nunca mais do que uma, nunca menos do que uma. Então, em um ditongo, o que ocorre é o
encontro de uma vogal com uma semivogal e, no tritongo, de uma vogal com duas semivogais.
5.2 O número de fonemas de uma palavra pode ser menor que o número de letras.
Ex.: Hoje /oje/ = 4 letras e 3 fonemas
5.3 O número de fonemas de uma palavra pode ser maior que o número de letras.
Ex.: Táxi /taksi/ = 4 letras e 5 fonemas
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EXERCÍCIOS
A) inexorável e início
B) promessas e jovens
C) habitantes e cinismo
D) compreender e através
E) liberdade e prática
02.(EsPCEx) Um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes. A sequência de palavras
que ilustra esse conceito é:
A) 8e6–6e5–5e4–8e7
B) 7e6–6e5–4e4–8e8
C) 8e5–6e6–5e3–8e7
D) 8e7–5e6–4e5–8e6
A) régua
B) saúde
C) coroo
D) saída
E) raiz
A) disponível.
B) consultas.
C) interpretar.
D) sintomas.
E) publicando.
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A) temperatura.
B) campo.
C) laranja.
D) palha.
A) hoje.
B) caixa.
C) fixo.
D) guerra.
08. A letra “X” pode representar fonemas distintos. Em qual alternativa a sequência de palavras
apresenta o mesmo fonema:
09. Da relação a seguir, destaque a sequência que apresenta apenas ditongos crescentes.
11. Dígrafo é o grupo de duas letras formando um só fonema. Ditongo é a combinação de uma vogal
com uma semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Nas palavras “também” e “ontem”, observa-se que há,
para cada palavra, respectivamente,
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12. Considere as seguintes afirmações sobre a relação entre letras e fonemas nas palavras apresentadas.
A) Apenas I.
B) Apenas I e II.
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
A) aorta
B) miolo
C) vaidade
D) quatro
16. (EsSA) Qual das alternativas abaixo é formada por ditongos decrescentes?
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18. (NCE) “... uma vacina experimental atingiu as condições exigidas...” A letra em destaque no trecho
acima transcrito representa o mesmo som da letra destacada em:
A) tóxico
B) enxame
C) máximo
D) inoxidável
E) inexorável
A) 4 fonemas / 5 letras
B) 6 fonemas / 4 letras
C) 5 fonemas / 6 letras
D) 6 fonemas / 6 letras
E) 4 fonemas / 6 letras
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01. 2023/UFGRS
Assinale a alternativa que contém apenas palavras com dígrafos consonantais.
(A) Carducci (l. 01) – líquidos (l. 09) – caixa-baú (l. 13).
(B) chamava (l. 02) – indigente (l. 11) – Pappalardo (l. 11).
(C) conhecer (l. 04) – cheiro (l. 08) – pequenos (l. 18).
(D) gesto (l. 06) – tamanhos (l. 16) – Charles (l. 21).
(E) quadrangulares (l. 14) – garrafas (l. 27) – chapa (l. 32).
02. 2022/UFGRS
Sobre a relação entre letras e fonemas, associe corretamente o bloco inferior ao superior.
(A) 3 – 3 – 1 – 2 – 1 – 2.
(B) 2 – 3 – 1 – 3 – 1 – 1.
(C) 3 – 1 – 3 – 2 – 3 – 3.
(D) 2 – 1 – 1 – 1 – 2 – 2.
(E) 3 – 1 – 3 – 2 – 3 – 2.
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03. 2020/UFGRS
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo.
( ) As palavras linguística (l. 07), humana (l. 07) e cognitivo (l. 23) têm mais letras do que fonemas.
( ) As palavras classe (l. 10), corrompida (l. 27) e arquitetura (l. 30) têm mais letras do que fonemas.
( ) As palavras geneticista (l. 10), conhecimento (l. 24) e cromossomo (l. 29) têm mais fonemas.
do que letras.
( ) As palavras complexas (l. 19), neurotransmissores (l. 32) e sinapses (l. 61) têm mais
fonemas do que letras.
(A) F – V – V – F.
(B) V – F – V – F.
(C) F–F–V–V
(D) V – V – F – V.
(E) F – V – F – F.
04. 2019/UFGRS
As palavras experiente (l. 16), contribuído (l. 25), pararia (l. 31) e ideia (l. 39) têm, respectivamente,
05. 2018/UFGRS
Assinale a alternativa que apresenta apenas palavras que contêm dígrafos consonantais.
(A) reação (l. 04) – quaisquer (l. 25) – paradoxo (l. 49).
(B) chegar (l. 06) – rebaixada (l. 12) – deixar (l. 58).
(C) chegar (l. 06) – convicção (l. 35) – linguística (l. 60).
(D) chave (l. 11) – nenhuma (l. 30) – necessários (l. 37).
(E) exprimir (l. 17) – explicava (l. 34) – externos (l. 34).
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06. 2018/UFGRS
O autor fala da diferença de timbre das vogais tônicas (l. 38) entre olho (em sua forma singular) e
olhos (em sua forma plural). Assinale a alternativa que apresenta uma palavra cuja flexão de número
acarrete essa mesma diferença de timbre vocálico mencionado pelo autor.
Anotações
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GABARITO
EXERCÍCIOS
01. A 11. E
02. C 12. C
03. A 13. D
04. A 14. C
05. E 15. D
06. C 16. B
07. D 17. B
08. B 18. E
09. C 19. C
10. A 20. B
QUESTÕES UFRGS
01. C
02. E
03. E
04. C
05. D
06. A
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