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Beijo no trabalho provoca demissão

Comerciária foi dispensada porque beijou namorado na boca enquanto trabalhava em PE


FÁBIO GUIBU
Da Agência Folha, em Recife
A comerciária Neuma Simone Andrade trabalho, Neuma Leal recebeu indenizações trabalhistas a que fizesse
Leal, 26, foi demitida pela empresa Lojas um comunicado da empresa direito. Segundo o subdelegado do
Brasileiras por Cinco dias depois, em 11 avisando que estava suspensa Trabalho de Petrolina, Paulo Mendes,
de abril, Neuma Leal recebeu uma nova por um dia. A justificativa era a nada impede que uma empresa privada
carta da empresa, desta vez avisando de que ela havia cometido "erros demita um funcionário quando quiser. "O
que estava demitida, sem justa causa. gravíssimos", ao beijar "boca a que podemos fazer é só observar se os
Em texto de seis linhas, as Lojas boca com alguém do sexo direitos dela serão garantidos", declarou
Brasileiras comunicavam que seu causa oposto". A comerciária decidiu o subdelegado. Para Paulo Mendes,
de um beijo. Ela trabalhava como caixa então procurar o Sindicato dos houve "excesso de moralismo" da
da empresa em Petrolina (a 760 Km de Comerciários e a Subdelegacia gerência das Lojas Brasileiras ao tratar
Recife-PE) e estava em serviço quando do Trabalho. Houve negociação do caso. Neuma Leal, que recebia R$
beijou o namorado Amilton dos Santos. e a empresa decidiu cancelar a 103,00 mensais agora está
"Foi só uma bitoquinha, de leve" afirmou punição. Brasileiras desempregada, disse que não pensa em
ela. O beijo aconteceu quando Santos a comunicavam que seu contrato reivindicar na Justiça seu retorno à
visitou na loja, na tarde de 5 de abril de trabalho estava rescindido e empresa.
passado. No dia seguinte, ao retornar ao que ela receberia as

FOLHA DE S. PAULO
Terça-feira, 25 de abril de 1995.

1 - Ao ler o lide ( no 1º parágrafo, cuja função é introduzir o leitor à matéria ) houve interesse de sua parte em ler a reportagem
até o final ? Por quê ?
2 - No início do texto, logo após o nome da comerciária, aparece o número 26 que indica
a) (__) o dia em que a moça foi demitida.
b) (__) a idade da comerciária.
c) (__) o número do seu registro na loja.
3 - A expressão "excesso de moralismo" significa
a) (__) exagero na conclusão que o gerente tirou do fato.
b) (__) falta de moral da moça.
c) (__) imoralidade do gerente.
4 - Qual é o Estado brasileiro citado no texto que tem a sigla PE?
5 - Se você fosse o gerente daquela loja, agiria da mesma forma? Justifique.
6 - Você acha que há diferença entre beijo e "bitoquinha" ? Explique.
7 - Observe que vários trechos do texto estão entre aspas. Copie esses trechos e justifique por que as aspas foram usadas.
8 - Para escrever essa reportagem, o jornalista estava no local do fato ou colheu informações com as pessoas envolvidas?
Justifique sua resposta.
9 - Um título nem sempre está de acordo com o conteúdo do texto, pois muitas vezes é tendencioso e tenta, a partir do jogo
de poder, de intenções e de interesses, escolher ou destacar o que convém ao jornal. Assinale o verdadeiro motivo da
demissão de Neuma Leal.
a) (___) Havia cometido um erro gravíssimo.
b) (___) Denunciou a empresa no Sindicato dos Comerciários.
c) (___) Houve excesso de moralismo.
d) (___) É contra a lei beijar alguém em lugares públicos.
10 - Assinale as opções que justificam a intenção do autor no título: "Beijo no trabalho provoca demissão" .
a) (___) Chamar a atenção para a reportagem.
b) (___) Provocar a revolta dos trabalhadores.
c) (___) Despertar o interesse para a venda do jornal.
d) (___) Divulgar a empresa.
e) (___) Proteger a imagem da empresa.
11 - Responda. Quando o empregado deve recorrer ao seu sindicato? Por quê?
12 - O título do texto vai contra a imagem da funcionária. Escreva um outro título bem criativo que a favoreça.
13 - Crie um novo título, mais exagerado, usando uma linguagem apelativa como se fosse para um jornal bem popular. Não
esqueça que esse jornal é dirigido ao leitor mais simples, menos culto e que se interessa por notícias sensacionalistas.
Leia o texto seguinte:
UM NOVO ALUNO NA CLASSE
Neste semestre apareceu um cara novo na classe. É de Mato Grosso, Goiás, coisa assim. Agora veio
estudar em São Paulo. Eu também não fui com a cara dele, sei lá, a primeira coisa que eu pensei foi o que todo
mundo deve ter pensado. Ele é escuro, cara de índio ou de mulato. E grandão, e no primeiro dia de aula que ele
chegou na classe já foi fazendo pergunta pra professora de Geografia e ela até gostou das perguntas dele e todo
mundo achou que ele era um crioulo metido.
Mas hoje ele fez um negócio que me deixou encucado. Deixou mesmo. Nos primeiros dias, o pessoal ainda
não tinha maior intimidade, mas depois de uma semana, já começaram as brincadeiras.
O Tadeu, que gosta de sacanear os outros, mas ainda se é novo na classe, forrou a carteira dele com papel
preto, até no assento da carteira. Tudo. Inteirinha de luto. Todo mundo rindo e doido pra ver como é que o “crioulo”
ia reagir.
Ele chegou, todo mundo rindo. Ele olhou pra carteira, olhou pra gente. Sério e calado. E em vez de gritar
ou rasgar o papel, que era o que a gente esperava, ele sentou e começou a assistir aula. As seis aulas e ele
sentado lá, copiando a matéria, como se nem tivesse percebido a carteira de preto.
No começo, um e outro ainda ria, gritava “A coisa tá preta”, algo assim. Depois, eu sei que foi dando
vergonha no pessoal. A aula acabou ficando um inferno, porque todo mundo prestava mais atenção na carteira
preta do que na aula, e se algum professor estranhava, pelo menos não disse nada, acho que meio sem graça, ele
é aluno novo, sei lá que doidice era. Só sei que a classe inteira nem conseguiu assistir aula direito, porque ela
senta na fileira, e todo mundo só conseguia grudar os olhos na carteira forrada de preto, dele.
Na saída, o Tadeu e o Beto criaram coragem e tentaram falar com ele.
- Olha, João – o nome dele é João. – É o seguinte. A gente...
Ele nem deu chance do pessoal falar. Levantou, pegou o material, interrompeu:
- Você não copiou a aula? Eu anotei tudo. Se quiser, eu passo depois pra vocês.
E saiu.
Nunca vi o Tadeu daquele jeito. Ele arrancou todo o papel preto da carteira, mas com uma raiva, raiva
mesmo, e eu sei que todo mundo acabou a aula com uma coisa que nunca teve.
Não sei, mas gostei dele. Gostei mesmo do que ele fez.

Atividades
1 – Que motivos fizeram com que o narrador e a classe não gostassem do aluno novo?
2- Por que podemos afirmar que esses motivos são preconceituosos?
3- Que palavras utilizadas no texto para se referirem ao novo aluno estão carregadas de preconceito? Justifique
sua resposta.
4- Que expressão popular foi empregada pelos alunos com parte da “brincadeira”? O que o uso dessa expressão
faz você pensar?
5- Por que a aula “acabou ficando um inferno”?
6- Que fato provocou mal-estar nos alunos?
7- Por que Tadeu ficou com raiva?
8- O narrador da história também é um personagem? Justifique sua resposta com algum trecho do texto.
9- Descubra no texto uma prova de que o narrador é do sexo masculino.
10- O narrador começa, confessando: “Eu também não fui com a cara dele ... “ e termina o relato afirmando: “Não
sei, mas gostei dele. Gostei mesmo do que ele fez”. Por que ele mudou de idéia a respeito do novo aluno? Que
significado você imagina que teve para o narrador a atitude de João?
11- O que faz você pensar o fato de o nome do novo aluno aparecer só no final do texto? Qual a intenção do autor
ao fazer isso?
12- Depois de uma leitura, conseguimos diagnosticar cada personagem através de seus atos. A partir disto trace
as características físicas e psicológicas de cada personagem.
Leia um trecho de uma dessas aventuras em que Pedrinho, Emília e o Visconde vão pra a Grécia Antiga, viver
uma grande aventura com Hércules, um grande herói grego. Para isso, utilizam o pó de pirlimpimpim. Troque
ideias com seus colegas sobre o que esse pó faz.
Preparativos
Pedrinho explicou ao Visconde os seus planos de nova viagem pelos tempos heroicos da Grécia Antiga.
“Vamos nós três, eu, você e a Emília.”
(…)
— Que quantidade de pó quer? — indagou o Visconde.
— Um canudo bem cheio.
O pó de pirlimpimpim era conduzido num canudinho de taquara-do-reino, bem atado à sua cintura. Ele tomava
todas as precauções para não perder o precioso canudo, pois do contrário não poderia voltar nunca mais. Mas
como em aventuras arrojadas a gente tem de contar com tudo, o Visconde sugeriu uma ideia ditada pela
prudência.
— O melhor é levarmos três canudos, um com você, outro comigo e outro com a Emília. Desse modo ficaremos
três vezes mais garantidos.
(…)
No terceiro dia pela manhã já tudo estava pronto para a partida.
Pedrinho deu uma pitada de pó a cada um e contou: Um… dois e … TRÊS! Na voz de Três, todos levaram ao
nariz as pitadinhas e aspiraram-nas a um tempo.
Sobreveio o fiun e pronto.
Instantes depois, Pedrinho, o Visconde e Emília acordavam na Grécia Heroica, nas proximidades da Neméia.
Era para onde haviam calculado o pó, pois a primeira façanha de Hércules ia ser a luta do herói contra o leão da
lua que havia caído lá.
O pó de pirlimpimpim causava uma total perda dos sentidos, e depois do desmaio vinha uma tontura da qual os
viajantes saíam lentamente. Quem primeiro falou foi Emília:
— Estou começando a ver a Grécia, mas tudo muito atrapalhado ainda… Parece que descemos num pomar…
LOBATO, M. Os Doze Trabalhos de Hércules. São Paulo: Brasiliense, 19ª edição, 1995.

Responda:

1. Localize no texto: 11. Você conhece outra aventura vivida pela turma
a) O nome das personagens que aparecem na do sítio com alguma personagem bem conhecida
história. como Hércules?
b) O local onde essas personagens estavam e o 12. Observe e marque os verbos dos trechos abaixo:
local para onde elas foram. a) Pedrinho explicou ao Visconde os seus planos de
c) Como as personagens conseguiram chegar lá. nova viagem pelos tempos heroicos da Grécia
d) Quem elas iriam encontrar lá. Antiga.
2. Quem era o principal responsável pelo pó? b) “Vamos nós três, eu, você e a Emília”.
3. O que aconteceria se eles perdessem o pó? c) O pó de pirlimpimpim era conduzido num
4. O que as personagens fazem para evitar perder o canudinho de taquara-do-reino (...).
pó? d) No terceiro dia pela manhã já tudo estava pronto
5. Explique o sentido do trecho: para a partida.
“Mas como em aventuras arrojadas a gente tem de e) Pedrinho deu uma pitada de pó a cada um e
contar com tudo, o Visconde sugeriu uma ideia contou: Um… dois e … TRÊS!
ditada pela prudência.” f) Instantes depois Pedrinho, o Visconde e Emília
6. Quando uma pessoa aspirava o pó, o que sentia? acordavam na Grécia Heroica (...).
7. Qual seria a primeira aventura de Hércules que as g) O pó de pirlimpimpim causava uma total perda
personagens iriam presenciar? dos sentidos, (...).
8. O que você acha que as personagens sentiram h) Quem primeiro falou foi Emília:
quando viram Hércules lutando contra o leão? i) — Estou começando a ver a Grécia, (...).
9. Você acha que Hércules conseguiu derrotar o j) Parece que descemos num pomar…
leão? Por quê?
10. Faça a correspondência entre as personagens e
a sua principal característica:
Pedrinho * * esperta, atrevida
Visconde * * corajoso
Emília * * sábio, prudente
Notícia
01) O que há de tão interessante na história de César
Magalhães que o fez virar notícia no jornal? Justifique sua
resposta com fragmentos do texto:
02) A notícia afirma que “a história de César começou
quando seu pai, José Ronaldo, tinha sua idade. Explique
essa afirmativa:
03) O que há de notável, incomum, na história do pai de
César?
04) César conta na notícia como encara o estudo.
Transcreva do texto o trecho que mostra isso:
05) Qual a importância do estudo para você? Como você se
dedica? O que espera do futuro?
06) Em “Lula entrega prêmios a alunos”, explique por que o
termo em destaque não está no plural:
07) Identifique, na notícia, um exemplo de discurso direto:
08) Redija uma narrativa contando uma emoção que você
tenha tido na vida:
09) Explique por que a expressão “só para saber como foi a
prova” está entre aspas no meio do texto do redator e
também o sentido da mesma:
10) Observe o trecho da notícia: “...recebeu uma das 300
medalhas de ouro entregues...” e diga qual é o sujeito do
verbo “recebeu”:
11) O estudante César Magalhães afirma que procura “não
enxergar apenas o trivial”.
a) O que significa isso?
b) Como isso pode ser feito?
12) O que lhe vem à cabeça ao ler o título da notícia?
13) Você conhece outros alunos prodígios? Comente:
14) Se fosse você, no lugar de César Magalhães, o que diria
aos alunos da escola pública do Brasil?
15) Que elementos do texto o caracterizam como uma
notícia?

(Fonte: 16/04/09 – Jornal O Globo)

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