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A lenda do preguiçoso

Diz que era uma vez um homem que era o mais preguiçoso que já se viu debaixo do céu
e acima da terra. Ao nascer nem chorou, e se pudesse falar teria dito:

"Choro não. Depois eu choro".

Também a culpa não era do pobre. Foi o pai que fez pouco caso quando a parteira
ralhou com ele: "Não cruze as pernas, moço. Não presta! Atrasa o menino pra nascer e
ele pode crescer na preguiça, manhoso".

E a sina se cumpriu. Cresceu o menino na maior preguiça e fastio. Nada de roça, nada
de lida, tanto que um dia o moço se viu sozinho no pequeno sítio da família onde já não
se plantava nada. O mato foi crescendo em volta da casa e ele já não tinha o que comer.
Vai então que ele chama o vizinho, que era também seu compadre, e pede pra ser
enterrado ainda vivo. O outro, no começo, não queria atender ao estranho pedido, mas
quando se lembrou de que negar favor e desejo de compadre dá sete anos de azar...

E lá se foi o cortejo. Ia carregado por alguns poucos, nos braços de Josefina, sua rede de
estimação. Quando passou diante da casa do fazendeiro mais rico da cidade, este tirou o
chapéu, em sinal de respeito, e perguntou:

"Quem é que vai aí? Que Deus o tenha!"

"Deus não tem ainda, não, moço. Tá vivo."

E quando o fazendeiro soube que era porque não tinha mais o que comer, ofereceu dez
sacas de arroz. O preguiçoso levantou a aba do chapéu e ainda da rede cochichou no
ouvido do homem:

"Moço, esse seu arroz tá escolhidinho, limpinho e fritinho?"

"Tá não."

"Então toque o enterro, pessoal."

E é por isso que se diz que é preciso prestar atenção nas crendices e superstições da
ciência popular.
H á muitos Anos atrás, quando ainda não havia transporte na região de Caxias, um
padre e seu sacristão saíram em desobrigas para um povoado vizinho, onde ia rezar
uma missa. Na volta de sua desobriga, eles passaram por um lugar chamado Inhamum.
Lá havia um brejo com um sumidouro, eles sumiram, e até hoje o povo reconhece o
lugar como o “Sumidor do Padre “.

A menina Vena
Era uma criação por nome Vena, seu pai casou-se e deu pra ela uma madrasta, passado o tempo a
menina já tinha sete anos e conversava tudo. Um dia a menina disse ao pai que sua madrasta tinha
um namorado, a madrasta irada pediu ao marido para que ele fosse a uma caçada.

E nessa saída a madrasta aproveitou e matou a menina com a mão de pilão, cortou a
menina em pedacinhos, colocou no pilão e pisou a te virar lama, depois enterrou a
lama no quintal.
Suruquabrachin

E sta é uma das lendas mais conhecidas de nossa cidade. Conta-se que
no Rio Itapicuru aparecia um monstro mitológico, antropomórfico de
quatro braços, metade peixe, que emergia em noite de lua cheia. A lenda
diz que certa vez uma noite chuvosa e rio transbordante naufragou uma
embarcação repleta de passageiros. Noite cheia de vapor, pois
misteriosamente os tripulantes foram devorados por esse monstro, restou
apenas um dos passageiros que contou ter visto o monstro, que além dos
quatro braços também tinha três olhos.
Conta-se que até hoje o monstro aparece a quem toma banho no rio à
noite, e durante o dia se a pessoa banhar pela primeira vez no rio ele solta
um odor de peixe e cobra na água, avisando que essa pessoa tome cuidado
e deixe seu rio.
No dia seguinte, o pai chega e pergunta pela filha e a madrasta diz que
ela está por aí brincando. Na mesma noite, ela vem em sonho dizer ao
pai: foi morta, cortada e pisada. Já estou encantada, meu nome que era
Vena agora vai ser Veneza, corpo de dor vai ser alegria, lágrimas de
sangue vai ser água mineral, carne pisada vai ser lama de cura para curar
a pele dos doentes. Meu pai não vingue a minha morte, pois cada dia que
passa mais bela eu vou ficar. Sou cenário das crianças para os jovens, sou
fonte de prazer, e a Veneza é o encanto de Caxias.

O encanto do Brada Luz

E ra uma vez uma menina que foi para o riacho, e lá pegou um peixinho, colocou-o
dentro de uma latinha e começou a brincar com ele. O peixinho disse estou triste porque
estou preso, em poucas gotas de água, não ouço o canto das sereias e não vejo o brilho da
lua nas águas do rio.

Minha Linda Rosa, era o nome que o peixe chamava a menina, e ela
denominou o peixinho de Brada Luz.

Um certo dia ela foi para a roça, e o irmão mais velho dela, que se chamava Camilo, levou
o peixinho e colocou-o nas águas do rio. Quando ela chegou em casa sentiu falta do peixe
e começou a chorar, o irmão ao vê-la chorar, briga e lhe promete uma pisa. Nesse momento
ela vai para o riacho tomar banho, quando de repente ela escuta um som como se fosse
encantado, que dizia: hei, “Brada Luz” vem ver quem te criou, já vou Linda Rosa, vou ver
o meu amor, nas águas onde nasce alguém me colocou. Ela começou a cantar e ele veio
se aproximando do poço, colocou as asas de fora e disse: linda Rosa eu não posso mais
voltar, porque a sereia, a mãe d’água, não me permite mais, quem é da terra permanece na
terra, quem é das águas permanece ao mar. Todas as vezes que você ver água corrente, as
ondas do mar prateadas, chuva, pode dizer Linda Rosa é o Brada Luz que está chorando
para te ver.
Já vou minha Linda Rosa, já Minha Flor, pois nas águas do riacho está o encanto do meu
amor.

A Alma do Gemedor

“A Lenda da Alma do Gemedor da Usina Elétrica do Bairro Cangalheiro”

Era uma vez um homem chamado Raimundo Balsa, que jogava lenha na caldeira da usina
de luz, e numa certa noite, sexta-feira 13 do mês de agosto, ele caiu dentro da fornalha e
virou chama, deu um gemido tão alto que as luzes da cidade apagaram, ele saiu com a
alma em tocha viva, entrando de porta em porta para queimar o dedo do pé direito dos
meninos que faziam xixi na rede. Se a casa tivesse uma cruz benta na entrada, o gemedor
não entrava e passava a noite gemendo, e só saia quando o dono da casa rezava um terço
e oferecia para as almas do fogo do purgatório, de um modo especial para o gemedor. Esta
lenda foi contada desde 1900 até os dias de hoje, e de acordo com a cultura popular ela
deixou três lições de vida:
1. quem brinca com fogo, se queima;
2. quem faz xixi na rede possui preguiça do mal;
3. quem reza o terço ajuda a salvar as almas sofridas do purgatório.
O

Sumidor do Padre

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