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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS


FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO
CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

APC&F Curso de Licenciatura em Administração Pública, Comércio e Finanças

Módulo de Matemática I

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Autores: Ildefonso Alves,


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Maria Chaves, Tomásio Januário


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Revisor Linguístico:
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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................2
Objectivos do módulo ..................................................................................................................2
Recomendações para o estudo......................................................................................................3

UNIDADE I: LÓGICA MATEMÁTICA ....................................................................................4


Introdução .....................................................................................................................................4
Objectivos da unidade ..................................................................................................................5
Recurso de aprendizagem.............................................................................................................6

UNIDADE II: TEORIAS DE CONJUNTOS ............................................................................30


Introdução ...................................................................................................................................30
Objectivos da unidade ................................................................................................................30
Recurso de aprendizagem...........................................................................................................30

UNIDADE III: EXPRESSÕES ALGÉBRICAS, POLINOMIAIS e TRANSCENDENTES 47


Introdução ...................................................................................................................................47
Objectivos da unidade ................................................................................................................47
Recurso de aprendizagem...........................................................................................................48

UNIDADE IV: EQUAÇÕES, INEQUAÇÕES E SISTEMAS DE EQUAÇÕES ..................66


Introdução ...................................................................................................................................66
Objectivos da unidade ................................................................................................................66
Recurso de aprendizagem...........................................................................................................67

UNIDADE V:FUNÇÕES ............................................................................................................93


Introdução ...................................................................................................................................93
Objectivos da unidade ................................................................................................................93
Recurso de aprendizagem...........................................................................................................93
INTRODUÇÃO

Bem-vindo ao módulo de Matemática I!

A Matemática I para os Juristas, Gestores e Financeiros assume um papel de lógica,


onde os fenómenos sociais são interpretados na base de fundamentação de lógica, com
o objectivo concreto a ser atingido. O raciocínio matemático, é a capacidade de
encadear e criticar raciocínios de maneira lógica, rigorosa e consistente sobre modelos
abstractos, formais ou numéricos, extremamente relevantes para as diferentes
ciências de índole social.

A Matemática I, é um instrumento auxiliar para a fundamentação dos rigores na


exposição e desenvolvimento da teoria científica na qual as Ciências Sociais usam para
verificar a consistência lógica de raciocínios e técnicas de lógicas. A Matemática a
ser dada, baseia- se na matemática geral e o programa do curso destaca o uso de
elementos desta disciplina na literatura.

Objectivos do módulo

No fim deste módulo o estudante deve ser capaz de:


 Efectuar diversas operações elementares, aplicando problemas
concretos de lógica e de teoria de conjuntos;
 Interpretar conjuntos e gráficos reflectindo situações concretas;
 Conhecer, classificar e operar com expressões algébricas;
 Resolver funções, equações, inequações e sistemas de equações usando
diversos métodos;
 Usar e aplicar conhecimentos da Matemática nos cálculos específicos;
 Interpretar resultados numéricos na base de modelos matemáticos.

2
Recomendações para o estudo

Para um bom aproveitamento no presente modulo, é necessário que o estundante:


 Promova hábitos de pensamento e de representação em que se
procure a generalização, sempre que possível;
 Trate os números e as operações algebricamente – prestar atenção às
relações existentes, (e não só aos valores numéricos em si), como aos
objectos formais para o pensamento algébrico;
 Promova o estudo de padrões e regularidades, a partir do 1.º ciclo.

3
UNIDADE I - LÓGICA MATEMÁTICA

Introdução

Nesta unidade, você vai adquirir os conhecimentos sobre os elementos da Lógica


Matemática que irã permitir-le desenvolver as suas habilidades lógicas para a
compreensão e interpretação dos problemas do seu dia-a-dia.

Para se comunicarem entre si, o principal processo utilizado pelos homens é o uso
de uma linguagem, falada ou escrita. Na Matemática, quando se escreve «dois mais
um é igual a três» está a utilizar-se uma escrita fonética, mas quando se escreve
«2+1=3» utiliza-se uma escrita ideográfica geralmente designada por escrita
simbólica da matemática.

A Lógica tem como objectivo, estudar as regras que permitem atingir a clareza e o
rigor, tanto do pensamento, como da linguagem. Quando, porém, utiliza técnicas
matemáticas e incide sobre o pensamento matemático, denomina-se Lógica
Matemática.

A lógica matemática, em síntese, pode ser considerada como a ciência do raciocínio


e da demonstração. Este importante ramo da matemática, desenvolveu-se no século
XIX, sobretudo através das ideias de George Boole (matemático inglês), criador da
Álgebra Booleana, que utiliza símbolos e operações algébricas para representar
proposições e suas inter-relações.

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Objectivos da unidade

No fim desta unidade, o estudante deve ser capaz de:

 Utilizar correctamente os termos e proposições;


 Explicar e efectuar as operações lógicas (negação,
conjunção, disjunção, implicação e equivalência material);
 Provar em tabelas de verdade, as propriedades estudadas; e,
 Interpretar conjuntos e gráficos reflectindo situações concretas.

5
Recurso de aprendizagem

1.1. Termos e Proposições


A Matemática, tal como toda a ciência, usa a linguagem corrente para se exprimir.
Uma expressão pode ser definida como sendo um conjunto de sinais ou símbolos
elementares.

 Letras, acentos e outros, na linguagem corrente;


 Algarismos, sinais das operações e outros, na linguagem matemática.

Das expressões mais simples apresenta-se a seguir, alguns exemplos em linguagem

corrente matemática
Nampula 15
João Paulo 4+3
sapato
{1,3,5}
1.1.1. Termos (nomes ou designações)
Definição 1.1. Chama-se termo, ou designação, a uma expressão cujo papel é nomear,
ou designar alguma coisa. As designações servem para indicar determinados objectos
matemáticos (números, pontos, conjuntos, funções, operações, figuras geométricas e
outros, também podem indicar cidades, pessoas, coisas, qualidades e outros.

Exemplo 1.1

 O menor número primo maior que 5;


 Ana, Gato;

  
8
7, 3  4, 2   , 2  ( y  5).

1.1.1.1. Designações equivalentes


Definição 1.2. São aquelas que designam ou nomeiam o mesmo ser, e para indicar se
que dois termos designam o mesmo ente, escreve-se entre eles o sinal de igualdade =.

Exemplo 1.2
20
 3 2 
4

6
3 6
 
5 10
1.1.2. Proposições (ou frases)
Definição 1.3. Chama-se proposição a uma expressão que traduz uma afirmação na
qual se pode associar um dos valores de verdade, isto é, pode-se dizer se é verdadeira
ou falsa.

As proposições podem ser classificadas em: simples e


compostas
 Proposição Simples – é aquela que não contém nenhuma outra como parte
integrante dela e é também, chamadas de atómica.

Exemplo 1.3
 O João Paulo é estudante do curso de Direito;
 Pemba é a capital de Moçambique;
 2 é um número par;
 4 +5=9 (quatro mais cinco é igual a nove).

 Proposição Composta – é a composição de duas ou mais proposições simples e


é também, chamada de molecular.
Exemplo 1.4
 O João Paulo é estudante do curso de Direito e Pemba é capital de
Moçambique.
 Serei aprovado na cadeira de Matemática I se, e somente se, eu estudar.

Na lógica matemática, as proposições devem satisfazer a dois princípios (ou


axiomas) fundamentais:

(i) Princípio de não contradição: Uma proposição não pode ser simultaneamente
verdadeira e falsa.
(ii) Princípio do terceiro excluído: uma proposição ou é verdadeira ou é falsa
isto é, não há um terceiro caso.
Observação 1.1. O valor lógico de uma proposição é verdadeiro se a proposição for
verdadeira (V ou 1) e falso se a proposição for falsa (F ou 0). O universo dos valores

7
lógicos é o conjunto L = {V, F} ou L = {1, 0}. Por isso se diz lógica bivalente; são
apenas dois valores lógicos: verdadeira e falsa.

Observação 1.2. Os possíveis valores lógicos de uma proposição simples podem ser
representados por meio de uma tabela ou como uma árvore de possibilidades, conforme
ilustração a seguir:

Observação 1.3. Para indicar proposições são usadas letras minúsculas (p, q, r, s, etc.)
Exemplo 1.5
 A república de Moçambique é um Estado de Direito: p
 Moçambique é vulnerável aos desastres naturais: q
 A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é de 180°: r
 Todo criminoso deve ser condenado: s
 459:t
Observação 1.4. Toda proposição apresenta três característica
obrigatórias:
 Sendo oração, tem sujeito e predicado;
 É declarativa (não é exclamativa nem interrogativa);
 Tem um, e somente um, dos dois valores lógicos: ou é verdadeira (V) ou é falsa
(F).

O valor lógico de uma proposição composta é definido em função dos valores lógicos
das proposições simples que a compõe e levando-se em consideração os conectivos
empregados. Geralmente utiliza-se uma estrutura conhecida como tabela de verdade.

Definição 1.4. Uma tabela de verdade é uma tabela que descreve os valores lógicos de
uma proposição em termos das possíveis combinações dos valores lógicos das
proposições componentes e dos conectivos usados.
1.1.2.1. Proposições equivalentes
Definição 1.5. São equivalentes duas proposições que têm o mesmo valor lógico, isto
é, são ambas verdadeiras ou ambas falsas.
Assim, são equivalentes
 4+5=9; (V)
 A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é de 180°;
(V) Bem como
5  4  6  15 (F ) e 5  4  6  15
(F )
1.2. Operações Lógicas (Conectivos)
Tanto na linguagem usual (corrente) como na linguagem matemática é frequente
associar proposições simples para formar proposições compostas. Este tipo de operação
8
chama-se operação lógica.
Expressões como: não, e, ou, se…então…, …se e só se…são utilizadas muitas vezes
para formar novas proposições (compostas).

Na aritmética, partindo dos números e utilizando as operações (adição, subtracção, …),


obtemos novos números. Na lógica matemática, partindo de proposições simples e
definindo as operações, obtém-se novas proposições.

Definição 1.5. Chamam-se conectivos as palavras ou símbolos usados para formar


novas proposições a partir de proposições dadas.
Os conectivos fundamentais da lógica matemática são: não, e, ou, se…então…, …se e só
se…

1.2.1. Negação (ou Modificador)


Símbolo Leitura Operação Lógica Alternativas
~ “Não” Negação ,

Definição 1.6. A negação de uma proposição é uma nova proposição que é verdadeira se
a primeira for falsa e é falsa se a primeira for verdadeira.

A negação da proposição p representa-se por ~p e lê-se “não p” ou ``não é verdade que p´´.
O valor lógico da negação pode deduzir-se do valor lógico da proposição dada através
da tabela abaixo, chamada tabela de verdade da negação.

p ~p p ~p
V F 1 0
F V 0 1

Exemplo 1.6. Vejamos alguns exemplos:


 4  3 é a negação da proposição 4 = 3;
Então: ~ ( 4 3 ) significa o mesmo dizer que 4 = 3 (F);
 2  2  5(F ) ;
Negando esta proposição fica: É falso que 2  2  5 ,ou seja, 2  2  5 (V);
 2  5 (V)
A negação desta proposição será: ~ (2  5) é o mesmo que 2  5 (F)
 q : 2 Z
~ q : 2 Z
Observação 1.5. A operação de negação é unária(contem só uma proposição e um
símbolo ~)

1.2.2. Conjunção (ou produto lógico de duas proposições)

Símbolo Leitura Operação Lógica Alternativas


 “E” Conjunção &, *

Definição 1.7. Chama-se conjunção de duas proposições à operação lógica que dá


origem a uma nova proposição que é verdadeira se e só se (essas) ambas
proposições dadas forem verdadeiras.

No caso geral, podemos pensar em duas proposições quaisquer p e q e construir uma


nova proposição, a que chamaremos de conjunção de p com q, que designaremos por
p
^q, e que leremos “p e q”. A questão que se põe é:

Observação 1.6. O número de linhas de uma tabela verdade é 2 n (para n variáveis).


Assim, para duas proposições ( n  2 ) são 22 = 4 linhas; para 3 proposições são 23 = 8;
etc.

Ora vejamos, conhecidos os valores lógicos de p e de q, qual é o valor lógico da sua


conjunção (p ^ q)?

p q pq

Exemplo 1.7
a) p : 12 2  2 144  168 b) p: 27  2  29
q : (2  1) 2  3 2 (1) 2  1
p  q : 12 2  2 144  168  (2  1) 2  3 2 ; p  q : 27  2  29  (1) 2  1;

1.2.3. Disjunção (ou Soma lógica de duas proposições)

Símbolo Leitura Operação Lógica Alternativas


 “Ou” Disjunção +

A palavra “ou” utiliza-se para obter a disjunção de duas proposições, mas esta, pode
se usar de duas maneiras diferentes:

1.2.3.1. Disjunção Inclusiva


Definição 1.8. Chama-se disjunção inclusiva de duas proposições à operação lógica
que, aplicada a duas proposições, da origem a uma nova proposição que é falsa sse as
proposições dadas forem ambas falsas. Ou seja, que é verdadeira quando pelo menos
uma das proposições for verdadeira.
Se forem p e q duas proposições, o resultado da disjunção é uma terceira proposição
que se designa por p  q e lê-se “p ou q”.
O valor lógico de p  q determina-se pela tabela de verdade:

p q pq
V V V
V F V
F V V
F F F

Exemplos 1.8
 10  4  6  2  10; (V) porque a primeira proposição é verdadeira;

 122  2 144  168  (2  1) 2  3 2 ; (V) porque ambas são verdadeiras;

 27  2  29 (1) 2  1; (F) porque ambas são falsas;




1.2.3.2. Disjunção Exclusiva


Definição 1.9. Chama-se disjunção Exclusiva de duas proposições p e q, a uma nova
proposição que é verdadeira se uma das proposições dadas for verdadeira e a outra
falsa (ou quando p e q tiverem valores distintos).

Se forem p e q duas proposições, o resultado da disjunção exclusiva é uma terceira


proposição que se designa por p  q e lê-se “ou p ou q”.O valor lógico de p  q
determina-se pela tabela de verdade:

p Q
pq
V V F
V F V
F V V
F F F

Exemplos 1.9
 p: compro CD;
 q: compro DVD.
p  q Ou compro CD ou compro DVD. O seu valor lógico, dependerá da acção do
comprador; se realizar ou não as duas acções, evidentemente que será p  q falsa.

1.2.4. Implicação Material (ou Condicionalização)


Símbolo Leitura Operação Lógica Alternativas
“Se… , então…” Implicação  , 

Definição 1.10. A implicação entre duas proposições p e q (a primeira o antecedente e


a segunda o consequente) é uma nova proposição que é falsa no caso em que
 O antecedente é verdadeiro e o consequente é falso.
O resultado da operação de implicação entre duas proposições p (antecedente) e q
(consequente),é uma terceira proposição p q que se lê “p implica q’’ ou ``Se p, então
q’’ou “de p resulta q’’

p q p q
V V V
V F F
F V V
F F V

Exemplo 1.9. Consideremos duas proposições a e b:


a : 5  2 a: 7  3
b : 2 Z 3  6  2
a b : 5  2 2 Z a b : 7  3 3  6  2
Exemplo 1.10. Consideremos duas proposições p e q:
p: Sebastião é maior de 18 anos;
q: Sebastião tem direito de voto.

Ligando estas duas proposições pelo sinal de implicação ficaremos com a seguinte
proposição:
p q: Se Sebastião é maior de 18 anos, então Sebastião tem direito a voto.

Esta proposição é verdadeira visto que se considera que uma implicação só é falsa se o
antecedente for verdadeiro e o consequente for falso.
Convém notar que o significado que aqui se está a atribuir a palavra implicação difere
por vezes da linguagem corrente. Por exemplo, pode escrever-se
«As galinhas têm dentes hoje chove»
e afirmar-se que é uma proposição verdadeira.

Mas dizer em linguagem corrente


«Se as galinhas têm dentes, então hoje chove»
já nos parece despropositado e sem sentido.

É por esta razão que em Lógica Matemática se diz não apenas implicação, mas sim
implicação material.

1.2.5. Equivalência Material

Símbolo Leitura Operação Lógica Alternativas


 “Se e só se’’, “é equivalente a” Equivalência , 

Definição 1.11. A equivalência entre duas proposições p e q é uma nova proposição


que é verdadeira, quer no caso em que ambas forem verdadeiras ou no caso em que
estas forem falsas, isto é, é verdadeira se ambas tiverem o mesmo valor lógico.

p q p
q
V V V
V F F
F V F
F F V
Exemplo 1.11. Considerando as proposições abaixo:

Definição 1.12. Chama-se tautologia ou proposição logicamente verdadeira toda


fórmula cujo valor logico é sempre a verdade, independente do valor lógico das
proposições simples que a compõe.
Exemplo 1.12. ( p ~ p) (q 
p)

p ~p Q ( p  ~ p) (q  p) ( p ~ p) (q  p)
V F V F V V
V F F F V V
F V V F V V
F V F F F V

O caso oposto ao de uma tautologia, chamado contradição, consiste em fórmulas que


são sempre falsas para quaisquer valores das proposições simples componentes.

Definição 1.13. Contradição ou proposição logicamente falsa é toda proposição


composta P(p, q, r, ...) cujo valor lógico é sempre F (falsidade), quaisquer que
sejam os valores lógicos das proposições simples componentes p, q, r, ..
Exemplo 1.13. ( p  q)  ( p ~ q)
p q ~q ( p q) ( p ~ q) ( p q)  ( p ~ q)
V V F V F F
V F V F V F
F V F V F F
F F V V F F

Observação 1.7. As fórmulas que não se constituem em tautologias nem em


contradições são chamadas de contingências.

1.2.6. Propriedades das Operações lógicas

1) Propriedades da Conjunção
a) Comutatividade:
p  q  q  p;
b) Associatividade:
( p  q)  r  p  (q  r );
c) V é elemento neutro:
p  V  p;
d) F é elemento absorvente:
p  F  F;
e) Idempotência:
p  p  p.

2) Propriedades da Disjunção
a) Comutatividade:
pq  q p
b) Associatividade:

( p  q)  r  p  (q  r )

c) F é elemento neutro:
p F  p
d) V é elemento absorvente:
p V  V

e) Idempotência:
p p  p

1) Propriedades mistas da Conjunção e Disjunção


a) A conjunção é distributiva em relação à disjunção:
p  (q  r )  ( p  q)  ( p  r )

14
b) A disjunção é distributiva em relação à conjunção:
p  (q  r )  ( p  q)  ( p  r )

2) Propriedades da Negação
a) A dupla negação é afirmação:
~ (~ p)  p
b) Qualquer que seja a proposição p é: p ~ p  F (o que traduz simbolicamente
o principio da não contradição) p ~ p  V (o que traduz o principio do
terceiro excluído).
c) Quaisquer que sejam as proposições p e q, tem-se:
~ ( p  q)  ~ p ~ q

~ ( p  q)  ~ p ~ q
Estas duas fórmulas traduzem as chamadas primeiras Leis de Morgan (chamadas leis
do pensamento). Que dizem o seguinte:
 Negar que duas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras, equivale
afirmar que uma pelo menos é falsa;
 Negar que pelo menos uma de duas proposições é verdadeira equivale a
afirmar que as duas são simultaneamente falsas.

d) A negação de ambos membros das expressões que traduzem as Leis de Morgan


conduz aos resultados:
p  q  ~ ( ~ p ~ q)

p  q ~ ( ~ p ~ q)

Que mostram, o primeiro, que a conjunção se pode definir a partir da negação e da


disjunção; o segundo, que a disjunção se pode definir através da negação e da
conjunção.

Observação 1.8. Sobre o conjunto dos valores lógicos, podemos escrever o seguinte:
~ V  F; V  F  F;
~ F V; V  F  V;

5) Propriedades da Implicação material

A implicação está relacionada com a conjunção e com a disjunção. Utilizando uma


tabela de verdade é fácil verificar que se tem sempre:
p q ~ p  q

Da relação (1) pode-se afirmar que p é falsa ou q é verdadeira. Aplicando esta


propriedade, é possível exprimir a disjunção na implicação.

15
p  q ~ p q

A partir das primeiras Leis De Morgan podem-se obter facilmente a negação de uma
implicação.
~ ( p q)  p ~ q

Dizer que p não implica q, é o mesmo que afirmar que p é verdadeira e q é falsa.
Então, por outro lado têm-se também:
p q ~ q ~ p

que facilmente pode ser demonstrado utilizando uma tabela de verdade.

Nota 1.1 A implicação é uma operação não comutativa: p pq p

6) Propriedades da Equivalência Material

A expressão de equivalência de p  q é a abreviação de ( p q)  (q


p);

Dado que as proposições acima referenciadas são ambas verdadeiras (ou ambas falsas),
isto é, são equivalentes.
Então, pode-se escrever:
p  q  (p q)  (q p);
p Q pq (p q) (q p) (p q)  (q
p)
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V

Exprimindo as implicações em disjunções, vem:


p  q  (~ p  q)  (~ q  p);

Aplicando as primeiras Leis De Morgan, tem-se:


~ ( p  q)  ( p ~ q)  (q ~ p);

1.2.7. Princípio da Dualidade Lógica


O princípio da Dualidade Lógica diz o seguinte: “As propriedades da conjunção e da
disjunção são formalmente idênticas, podendo passar-se de umas para as outras por
simples mudança das operações de  em  e dos valores lógicos de V em F e
reciprocamente”
1.3. Expressões com Variáveis
Na linguagem matemática, é muito cómodo utilizar variáveis. As variáveis são
símbolos que podem ser substituídos por qualquer designação de um determinado
conjunto de designações, chamado domínio da variável (ou universo da variável). Por
exemplo,
«x é a capital de Moçambique»
« n2  n  2  0 »
Na primeira expressão, aparece a variável x e na segunda a variável n. Claro que
deveríamos indicar precisamente o domínio das variáveis em questão. Para fixar ideias
digamos, por exemplo, que o domínio da variável x é o conjunto das cidades africanas
e da variável n é o conjunto IN dos números naturais. Isto significa que podemos
substituir, em cada uma das expressões anteriores, cada uma das variáveis
intervenientes por um qualquer valor do seu domínio. As expressões com variáveis
podem ser de dois tipos:

1.3.1. Expressões Designatórias


Definição 1.13. são aquelas que se transformam em designações quando se substituem
as variáveis por termos convenientes (valores concretos).

Definição 1.14. Chama-se Domínio de uma expressão designatória ao conjunto dos


valores da variável para os quais a expressão tem significado (num dado universo).
Exemplo 1.13
 Triplo de x, (com x um número real);
 x 2  2x  1; (com domínio IR);
 x  6; (com domínio [6,  [ )
 Chefe da turma do curso de x (com x qualquer curso do ISGECOF);

Observação 1.9. Sempre que a variável aparecer mais de uma vez na expressão, a sua
substituição (concretização) tem de ser feita pelo mesmo valor.

Observação 1.10. Se na mesma expressão aparecer mais de uma variável,


podemos atribuir valores iguais ou diferentes às variáveis, desde que esses valores
pertençam aos respectivos domínios.

Exemplo 1.14.
x 9
 ; (com domínio IR diferentes de 6);
x6
x 9
 ; (com domínio o conjunto dos pares ordenados (x, y), com x  IR e y um
y

17
número real diferente de zero.

1.3.2. Expressões Proposicionais (ou Condições)


Definição 1.15. São aquelas que se transformam em proposições (verdadeiras ou
falsas) quando se substituem as variáveis por termos convenientes do seu domínio.

São exemplos de expressões proposicionais ou condições as equações, inequações e os


sistemas de equações ou inequações.

Exemplo 1.15.
 x 2  x  2  0 ,(O domínio é IR);
 n 2  3n  27 , (O domínio é IN);
Para alguns valores do domínio da variável, a proposição será verdadeira e para outros
será falsa.
 Um número é maior que 5.
No entanto, a expressão transforma-se numa proposição verdadeira quando
substituirmos «um número» por um termo, como 7 e numa proposição falsa quando
substituímos por 4;
 a 2  2a  1  0 , (sendo a um número real);
 3x  y  xz;
As expressões proposicionais (ou condições) também se chamam de funções
proposicionais. É usual representar as funções proposicionais por:
p( x), b(n), q(a, b, c), etc e por p( x, y) a uma função proposicional de variáveis x e y, etc.

1.3.3. Classificação de uma condição num dado universo


Consideremos, em IR, a seguinte condição:
3x  6  0
Se concretizarmos a variável, fazendo x  5 , obtemos uma proposição verdadeira.
Diz-se então que 5 satisfaz ou verifica a condição ou ainda que 5 é solução da
condição. Já o número dois não verifica a condição, porque fazendo x  2 , obtemos
uma proposição falsa.

1.3.3.1. Condições Impossíveis


Definição 1.15. São aquelas que para toda a concretização das variáveis, se
transforma numa proposição falsa. Conclui-se no entanto que, uma condição
impossível não tem nenhuma solução no universo considerado.

Exemplo 1.15. Consideremos em IR, as condições


x  x 1 e x2 1  0
Trata-se de duas equações, ambas sem solução para o universo considerado.

1.3.3.2. Condições Possíveis

18
Definição 1.16. São aquelas que para toda a concretização das variáveis se
transformam numa proposição verdadeira.

Exemplo 1.16. Consideremos em IR, as condições


x2 1  0 e x2 1  0
A primeira condição x  1  0 é possível e universalpois origina proposições
2

verdadeiras para qualquer substituição da variável.


A segunda condição x 2  1  0 é possível, mas não universal. Com efeito para x=1 (p.
verdadeira) e x=3 (p. falsa).

Observação 1.11. Num dado universo, uma condição diz-se possível mas não
universal, se no universo existe pelo menos um valor que a transforma numa
proposição verdadeira e outro numa proposição falsa.
1.3.4. Operações com Condições
1.3.4.1. Negação
Definição 1.17. Chama-se negação duma condição, p( x) à condição que se obtém
antepondo – lhe o símbolo « ~ », que se lê: «não é verdade que». A condição ~ p( x)
também é chamada de condição contrária ou complementarde ~ p( x).
Exemplo 1.17. Encontre a negação de cada uma das seguintes condições
1. No universo U dos seres humanos, consideremos a condição:
p(x): x é homem.
~ p(x) : não é verdade que x é homem ou ~ p(x): x não é homem

2. Considere as seguintes condições em IR:


a) x< 3 b) x – 1 = 0
A negação de cada uma delas é respectivamente:
a) ~ (x < 3) = x  3; b) ~(x – 1= 0) = x – 1 # 0

Observação 1.12. A negação duma condição num universo, corresponde ao


complementar do conjunto definido por essa condição nesse universo.
1.3.4.2. Disjunção
Consideremos as condições a e b seguintes definidas no universo dos homens:
a: x é jurista eb: x é professor
A disjunção das duas condições «a ou b» determina no mesmo universo, o conjunto de
juristas ou professores.
A disjunção de condições corresponde a reunião de conjuntos

Exemplo 1.18. A disjunção, em IR: {x: x > 1 ou x < 6} corresponde à reunião de


conjuntos
{x IR: x > 1} U {x IR: x < 6}

19
1.3.4.3. Conjunção
A conjunção de duas condições só é verificada pelos elementos que satisfazem
simultaneamente, as duas condições.
A conjunção «a e b» , x é jurista e x é professor, determina o conjunto de homens que
são simultaneamente juristas e professores.
A conjunção de condições corresponde à intersecção de conjuntos.

Exemplo 1.19. À conjunção em IR:{x: x < 2 e x > -3} corresponde a seguinte


intersecção de conjuntos:
]- , 2[ ]-3, + [ = ] – 3, 2[

1.4. Quantificadores
Para além das operações lógicas por nós consideradas, existem mais duas que se
aplicam somente para expressões com variáveis. São elas: a quantificação universal e a
quantificação existencial.

1.4.1. Quantificador Universal

! "# $ % $ !& "' ( # $) #"* +



 !" # $ Pi

,  

Consideremos em IN, a condição universal


x0
Para traduzir em linguagem corrente que esta proposição é universal, escreve-se:
«Todo o número natural é maior do que zero.»
Em linguagem simbólica com o mesmo significado, escreve-se:  x  IN , x  0

Por meio deste símbolo a condição de que partimos, transformou-se numa proposição
(verdadeira).
O símbolo referido a uma variável define uma operação lógica que transforma uma
condição nessa variável numa proposição.

A esta operação chama-se quantificação universale ao respectivo símbolo


quantificador universal.

Definição 1.18.Chama – se quantificador universal ao símbolo  que aplicado a uma


condição numa variável, dá origem a uma proposição verdadeira se a condição for
universal e falsa nos outros casos.
Exemplo 1.19
a) n  IN : 2n  1  0 (proposição verdadeira);
b) x  IR : x  1  2 (proposição falsa);

20
Quando existir mais de uma variável, escreve-se: x, y : p( x, y)

Observação 1.13. Uma condição com mais de uma variável pode ser quantificada
parcialmente. Por exemplo: x : p( x, y)
que se lê «qualquer que seja x : p( x, y) é verdadeira»,
Em geral, uma variável que esta precedida de um quantificador diz-se variável ligada
ou muda; caso contrário diz-se livre.

Observação 1.14. Uma função proposicional p(x) diz-se uma condição universal ou
propriedade universal (no domínio da sua variável) se a proposição x : p( x) for
sempre verdadeira.

Em contrapartida, se a proposição for sempre falsa, p(x) diz-se uma condição


impossível; se for verdadeira apenas para alguns valores do domínio de x diz-se
possível mas não-universal.

Observação 1.15. Num universo finito o quantificador universal traduz-se por


conjunções sucessiva de proposições. Sendo A  {2, 4, 6}, dizer que
2é par  4 é par  6 é par, é o mesmo que dizer: «Todo o elemento do conjunto A é
par», ou simbolicamente,  x  A : x e' par.

1.4.2. Quantificador Existencial

Símbolo Leitura Operação Lógica Alternativas


 “Existe pelo menos Quantificação Existencial
um”;

Consideremos a expressão proposicional x  1  0, sendo IR o domínio da variável x


Substituindo x por 1, obtemos a proposição falsa, pois 1  1  0;
Substituindo xpor −1, obtemos a proposição verdadeira, pois 1  1  0; .

A partir da expressão proposicional x  1  0, podemos construir a seguinte proposição:


«Existe uma designação no domínio da variável x tal que x  1  0. » ou «Existe pelo
menos um número real que verifica a condição x  1  0. »

Trata-se de uma proposição verdadeira, porque existe pelo menos um elemento do


domínio da variável x que, quando substituído na expressão proposicional x  1  0,
transforma numa proposição verdadeira.
Em noção matemática (linguagem simbólica) escreve-se: x IR : x  1  0
O símbolo referido a uma variável, define uma operação lógica que transforma uma
condição nessa variável numa proposição. 
A esta operação chama-se quantificação existenciale ao respectivo símbolo
quantificador existencial

Definição 1.19. Chama – se quantificador existencial ao símbolo que aplicado a uma


condição numa variável, dá origem a uma proposição verdadeira se a condição for
possível, e falsa se for impossível.

Exemplo 1.20.
a)  x  Q : 2 x  1  0.5 (proposição verdadeira);
b)  n  IN : n  5 (proposição verdadeira);
c)  x  IR : x 2  1  0 (proposição falsa).

Observação 1.16. Num universo finito o quantificador existencial traduz-se por


disjunção sucessiva de proposições. Sendo B  {2,  1, 0}, dizer que: -2+1=0  -
1+1=0  0+1=0, é o mesmo que dizer: «há pelo menos um elemento de B cuja soma
com 1 é igual a zero», ou simbolicamente,  x  B : x  1  0.

1.4.3. Quantificação Múltipla


Consideremos em IR, a condição y  x
A partir desta condição, para obtermos uma proposição, há que utilizar dois
quantificadores, o que chamaremos de quantificação múltipla.
 Utilizando duas vezes o quantificador universal
 x  IR y  IR :y  x  x, y  IR : y  x.
ou
Quaisquer dois números reais são iguais: proposição falsa
 Utilizando duas vezes o quantificador existencial.
 x  IR y  IR :y  x ou  x, y  IR : y  x.
Existem pelo menos dois números reais que são iguais: proposição verdadeira.
 Utilizando quantificadores diferentes
1) x  IR y  IR : y  x
Para todo o número real, existe pelo menos um outro número real igual a ele:
proposição verdadeira.
2) x  IR y  IR :y  x

Existe pelo menos um número real que é igual a todos os outros números reais:
proposição falsa
Quando se utilizam quantificadores diferentes e se troca a sua ordem, obtém-se
proposições diferentes que podem ter ou não o mesmo valor lógico.

22
1.4.4. Segundas Leis De Morgan

Consideremos, no conjunto C dos alunos da turma, as proposições:


 x  C : x estuda Matemática;
 x  C : x visitou Cape Town.
Em linguagem usual traduzem-se, respectivamente, por:
 Todos os alunos da turma estudam Matemática;
 Existe pelo menos um aluno na turma que visitou Cape Town.
A negação destas proposições em linguagem usual é:
 Nem todos os alunos da turma estudam Matemática;
 Nenhum aluno da turma visitou Cape Town.
Traduzindo em linguagem simbólica:
 x  C : x não estuda Matemática;
 x  C : x não visitou Cape Town.
Portanto:
 ~ (x  C : x estuda Matemática)  x  C : x não estuda Matemática;
 ~ (x  C : x visitou Cape Town)  x  C : x não visitou Cape Town.
Isto leva-nos a afirmar:

(i) A negação transforma o quantificador universal em quantificar o


existencial seguido de negação, isto é, ~    ~

(ii) A negação transforma o quantificador de existencial no quantificador


universal segundo a negação, isto é, ~    ~
Estes dois enunciados são conhecidos por Segundas leis De Morgan.

Leituras Obrigatórias

Recomenda-se aos estudantes as seguintes bibliografias:


1. GelsonIezzi e Carlos Murakami. Fundamentos de Matemática Elementar, 1º
Volume. Atual Editora, 1977. [Páginas 1-A à16-A];

2. Maria Augusta Ferreira Neves, Maria Teresa Coutinho Vieira, Alfredo Gomes
Alves.
Exercícios de matemática, 1º Volume, 10º ano, Porto Editora Lda. [Páginas 5-20, 39-43,
74-76, 191-198];

3. Beirão, João Carlos e Morgadinho, Stela. Introdução à Análise Matemática.


Texto Editores, Lda. - Moçambique, 2005.[Páginas 6-23];

4. Momade, SaideIssufo e Ossofo, AbudoAtumane. Lógica e Teoria de Conjuntos.


23
Programa de cooperação em EAD, UAB/UP Brasil – Moçambique, 2011.
[Páginas 19-56];

5. Sydsaeter, knut e Hammond, Peter. Matemáticaessencial paraAnálise


Económica (Parte I); Moçambique Editora, Lda, 2005.[Páginas 70-72];

LipsChutz, Seymour. Teorias e Problemas da Matematica Finita (Tradução de


Adalberto Panobianco Bergamasco). Editora MCGRAW-HILL, Brasil, 1972.[Páginas
1-29].

24
Resumo da Unidade

Nesta unidade, aprendeste os conceitos básicos relacionados com a Lógica Matemática.

Abordamos os seguintes conceitos: Termos e Proposições, Operações lógicas (negação,


conjunção, disjunção, equivalência e a implicação) demonstradas com recurso às tabelas
de verdade e as Propriedades das Operações lógicas.

Vimos também, expressões com variáveis: Expressões proposicionais e designatórias e


aprendemos como usar correctamente os quantificadores universal e existencial.

Por último, aprendemos a usar as Segundas Leis de Morgan para negar certas
proposições:

(i) A negação transforma o quantificador universal em quantificador


d e existencial segundo a negação
~   ~

(ii) A negação transforma o quantificador de existencial no quantificador


universal segundo da negação
~  ~

Tarefas

1. Seja p “Mike lê jornal’’, seja q “Mike lê livro’’ e seja r “Mike lê revista’’. Escrever
cada uma das seguintes sentenças (proposições) em forma simbólica:
a) Mike lê jornal ou Livro, mas não revista;
b) Mike lê jornal e Livro ou ele não lê jornal e revista;
c) Não é verdade que Mike lê jornal, mas não revista;
d) Não é verdade que Mike lê revista ou livro, mas não jornal.
Resolução:
a) Mike lê jornal ou Livro, mas não revista;
( p  q) ~ r
b) Mike lê jornal e Livro ou ele não lê jornal e revista;
( p  q) ~ ( p  r )
c) Não é verdade que Mike lê jornal, mas não revista;
~ ( p ~ r )
d) Não é verdade que Mike lê revista ou livro, mas não jornal.
~ (r  q) ~ p 

2. Determinar a tabela de verdade de cada uma das seguintes proposições:


a) ~ (~ p ~ q);
b) ( p ~ q)  r.

25
Resolução
a)

(~ p ~ q) ~ (~ p ~ q)
, , - - - ,
, - - , - ,
- , , - - ,
- - , , , -

b)
p q r ~ ( p  ~ q) ( p  ~ q)  r
q
V V V F F V
V V F F F F
V F V V V V
V F F V V V
F V V F F V
F V F F F F
F F V V F V
F F F V F F
3. Demonstrar as primeiras leis
de Morgan (usando a tabela de verdade):
a) ~ ( p  q)  ~ p ~ q;
b) ~ ( p  q)  ~ p ~ q;

Resolução

a)

P q pq ~ ( p  q) ~p ~q ~ p ~ q
V V V F F F F
V F F V F V V
F V F V V F V
F F F V V V V

b)
p q pq ~ ( p  q) ~p ~q ~ p ~ q
V V V F F F F
V F V F F V F
F V V F V F F
F F F V V V V
4. Simplifique cada uma das seguintes proposições
a) ~ ( p ~ q)  ~ p ~ (~ q) ~ p  q;

b) ~ (~ p  q)  ~ (~ p) ~ q  p  ~ q;

c) ~ (~ p ~ q)  ~ (~ p) ~ (~ q)  p  q

Auto-avaliação
1. Determine os valores lógicos das seguintes proposições:
a) ISGECOF fica na Cidade de Maputo e 2  3  5 ;
b) 7 é um número primo e 9 é um número primo;
c) 7 é um número primo ou 9 é um número primo;
d) 3 é um divisor comum de 9e 12;
e) 9 não é primo nem par;
f) 2 2  4 e 2 2  4 e 2 2  4 ;
g) Se 5 <3, então -3 <-5;
h) Se 12 divide-se por 6, então 12 divide-se por 3;
i) Se 11 divide-se por 6, então 11 divide-se por 3;
j) Se 15 divide-se por 3, então 15 divide-se por 6;
k) Não é verdade que 1 +1= 2, sse 3+4=5;
l) 12 divide-se por 6 sse 12 divide-se por 3;
m) 11 divide-se por 6 sse 11 divide-se por 3;
n) Um triângulo é isósceles sse tem dois ângulos iguais.

2. Seja p “Ana fala Francês”, seja q “Ana fala Changana”. Dar uma sentença
verbal simples, que descreva cada uma das proposições seguintes:
a) ( p  q); ; b) p ^ q; c) p ^ ~ q;
d) ~ p v ~q; e) ~(~p); f) ~ (~ p ~ q);

3. Determinar a tabela de verdade de cada uma das seguintes proposições:


a) ~ p  q; b) p ^ ~ q; c) ~ (~ p ~ q);
d) (~ p  q) p; e) q  (~ qp) ; ( p  ~ q) (~ pq) ;
g) ~ p  (q^ ~ r ); f)

4. Simplificar cada uma das seguintes afirmações:


5.
a) a  (~ a  b) b) p  ( p  q) c) (a b)  b
d) (p v q) ^ ~p; e) p v (p^q) f) ~(p v q) v (~p ^ q);
g (~ a  b) b

27
6. Utilize as primeiras leis de Morgan para encontrar proposições cujo valor de
verdade é o opostodo das seguintes:
a) 2 é simultaneamente maior e menor que 10;
b) Vou ao cinema ou como pipocas;
c) O Carlos e o João gostam de nadar;
d) O Filipe não sabe ler ou está distraído.

7. Para cada uma das expressões proposicionais seguintes encontre, se possível,


substituições de variáveis que as transformem em proposições verdadeiras e em
proposições falsas. Quer x e y são variáveis reais.
x 2  3x  4;
% x 2  xy;
' . / 0 1 .2
3 x 2  1  0;
x  1  x  1.

& ' ( !" ) ( " ) * +


 3  x  5; % x  2  x  1.

& ' )" " " " ,- . / / / / 0& 1 2 ) " " $ (


2 "2" * +
34 2 " 5 " 5 $ " ) 4/ 4 6 - 7&
% 8!" 4 9 5 :5 " 4/ 4 ; - 7&

&< )" 4 5 6 6 6 6 6 786 ) = 5 ( ( 5 " ) " $ " "( "+


a ) n  IN : n  3  7; b) n  IN : n  1  n.

10. Nas expressões seguintes, diga quais as variáveis livres e quais as mudas:
a) xé múltiplo de y;
b) x  IR : x  0  x;
c)  y  IR : x  y  0;
d) x  IN : x  3  2.

11. Considere em IR, a condição: x  y  0. Utilize, para a transformar numa


proposição, dois quantificadores
a) Universais;
b) De existência;
c) Um universal e um de existência;
d) Um de existência e um universal.

28
Chave de correcção
1. a) V; b) F; c) V; d) V; e) V; f) F; g) V; h) V; i) V; j) F; k) V; l) V; m) V; n) V.

2. a) Ana fala Francês ou Changana;


b) Ana fala Francês e Changana;
c) Ana fala Francês mas não Changana;
d) Ana não fala Francês ou Ela não fala Changana;
e) Não é verdade que Ana não fale Francês;
f) Não é verdade que Ana não fale Francês, nem Changana.

3. a) FFVF; b) FVFF; c) VFFF; d) VVFF; e) VVFF; f) VFVV; g) FVFFVVVV.

4. a) a  b ; b) p ; c) a  b ; d) ~ p  q ; e) p; f) ~p; g) a  b .

5. a) ~ (10  2  10) ~ (2  10  2  10)  2  10  2  10;


b) Não vou ao cinema e não como pipocas;
c) O Carlos ou o João não gostam de nadar;
d) O Filipe sabe ler e Ele não esta distraído.

6. a) A expressão será verdadeira para x=4 e x=-1; b)Será Verdadeira para


x=y=1); c) F; d)Verdadeira para x  IR : x 2  1  0 ; e) F

7. a) x  3  x  5; b) x  2  x  1

8. a) x  B : 2 x  1  9; b) x  B : x  15  0

9. a) x  3  x  5; b) x  2  x  1

29
UNIDADE II: TEORIA DE CONJUNTOS

Introdução

As ideias essenciais da teoria dos conjuntos foram introduzidas por G. Cantor, na parte
final do Século XIX. Desde então, a teoria dos conjuntos não deixou de desenvolver-se
intensamente, de tal forma que hoje pode dizer-se que todos os ramos da Matemática
foram profundamente influenciados e enriquecidos por essa teoria.

Todos nós sabemos o que é um objecto e o que é uma colecção (ou um conjunto) de
objectos. Em Matemática, onde a linguagem tem de ser completamente precisa, não basta
estarmos convencidos de que sabemos o que é um objecto ou um conjunto de objectos,
precisamos de formalizar esses conceitos.

Nesta unidade, iremos apresentar o conceito de conjunto, subconjuntos, operações entre


conjuntos e as propriedades que actuam sobre elas e também, iremos apresentar os
conjuntos numéricos (conjunto dos números naturais, inteiros, racionais e reais).

Objectivos da unidade
No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:
 Definir os conceitos de conjuntos e elementos de um conjunto;

 Realizar as operações entre conjuntos;

 Identificar as relações de pertença e de inclusão;

 Distinguir, relacionar e efectuar operações entre conjuntos numéricos.

Recurso de aprendizagem

2.1. Conceito de Conjunto


Definição 2.1. Um conjunto é uma lista ou colecção de objectos com características
idênticas. Os objectos em um conjunto podem ser qualquer coisa (pessoa, rios, números,
letras, plantas, animais, etc.).

Os objectos que fazem parte de conjunto são chamados elementos.

30
Geralmente os conjuntos indicam-se por letras maiúsculas e os seus elementos por letras
minúsculas.

Exemplo 2.1.

1) O conjunto das cidades de Moçambique;


2) O conjunto dos alunos do ISGECOF;
3) Os números 1,3,5,7 podem ser vistos como elementos de um conjunto, digamos A
= {1, 3, 5,7}
4) As soluções da equação x 2  3x  2  0 são elementos do conjunto B={1, 2}. O
conjunto B chamado de conjunto solução da equação.

2.1.1. Simbologia

Símbolo Leitura Representação


 Pertence a D
 não pertence b D
= Igual AC
 Diferente AD
 Contido A D
 não contido A D
 Contém A B

 não contém A D
 Vazio {}
# Cardinal #{2,6,3}=3

Exemplo 2.2. Seja C={1,2,3,4,5,6}, podemos afirmar que:

 1 C ;
 3 C;
 7  C;
 12  C

2.1.2. Formas de representação de um conjunto


A definição (ou representação) de um conjunto pode ser feita de três maneiras, a saber:

a) Definição por extensão: quando enumeramos, entre chavetas, os elementos que o


formam.
Nota- se que os elementos são separados por vírgula. Por exemplo, A={1, 3, 5,7}

b) Definição por compreensão: quando indicamos, também entre chavetas, uma


propriedade que seja verificada por todos os elementos do conjunto.
Por exemplo, B={x: x é um inteiro, x>0} que se lê «B é o conjunto dos x, tais que x é

31
um número inteiro e x é maior que zero» indica o conjunto B, cujos elementos são os
inteiros positivos.

c) Representação Geométrica ou Diagrama de Venn: consiste em representar um


conjunto através de linhas curvas e fechadas. Os elementos separam-se por pontos.

Figura 2.1. Diagrama de Venn

Sendo A um conjunto finito, podemos representar os seus elementos sob a forma de


pontos dentro de uma curva fechada. Por exemplo, se o conjunto A={1,7,9} pode
representar-se da seguinte forma:

Figura 2.2. Diagrama de Venn

2.1.3. Conjuntos Finitos e Infinitos


Os conjuntos podem ser finitos ou infinitos. Um conjunto é finito se se consistir
exactamente de n elementos diferentes, onde n é algum inteiro e caso contrário é infinito.

Observação 2.1. Um conjunto só pode ser definido por extensão se for constituído por
um número finito de elemento, caso contrário a definição só pode ser por compreensão.

Exemplo 2.3. Seja C={2,4,6,8,…} Então, C é infinito.

Exemplo 2.4. Seja D={x: x é um rio da Terra}. Apesar de ser difícil encontrar o número
de rios da Terra, D é um conjunto finito.

2.1.4. Igualdade de Conjuntos


Definição 2.2. Dois conjuntos A e B dizem-se iguais quando são constituídos exactamente
pelos mesmos elementos. A relação de igualdade entre conjuntos representa-se por A=B e
a sua negação por A  B.
Exemplo 2.5. Seja E={x: x 2  3 x  2  0} , F={2, 1} e G={1, 2, 1, 2, 4/2}.

Então, E=F=G.
Observação 2.2. Um conjunto não depende da maneira pela qual seus elementos são
mostrados, porque um conjunto não se altera se alguns elementos são enumerados mais do

32
que uma vez.

Definição 2.3. Chama-se conjunto unitário, aquele que possui um único elemento.

Exemplo 2.6. Conjunto das soluções da equação 3 x  1  13

Observação 2.3. Um conjunto não depende da maneira pela qual seus elementos são
mostrados, porque um conjunto não se altera se alguns elementos são enumerados mais do
que uma vez.

2.1.5. Conjunto Vazio


Definição 2.4. Étodo aquele conjunto que não contem nenhum elemento. Ele é indicado
por  , é considerado finito e subconjunto de todos os outros conjuntos. Então, para
qualquer conjunto A, tem-se:   A 
U

Exemplo 2.7. Seja A o conjunto formado por todas pessoas com 950 anos de vida na
Terra. De acordo com as estatísticas conhecidas, A é o conjunto vazio.
Exemplo 2.8. O conjunto formado pelas soluções da equação x  1  0.
2

2.1.6. Conjunto Universal


Definição 2.5. Diz-se que um conjunto é universal ou universo se ele contiver todos os
subconjuntos de um determinado caso em estudo.

Exemplo 2.9. Nos estudos sobre a população humana, o conjunto universo consiste em
todas as pessoas do mundo.

2.1.7. Subconjunto
Definição 2.6. Um conjunto A é um subconjunto de um conjunto B e indica-se
A  B ou B  A, sse, cada elemento de A também pertence a B; isto é, x  A x  B.
Podemos também dizer que A está contido em B ou que B contém A

A  B  {x : x  A  x  B}

Figura 2.3. A contido em B

Exemplo 2.10. Consideremos os conjuntos


A={1, 2, 3, 4, 5} e B={1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}. O conjunto A é subconjunto do conjunto B, ou
seja, A  B.

33
2.1.8. Conjunto das Partes
Frequentemente, os elementos de um conjunto também são conjuntos. Por exemplo, cada
recta em um conjunto de rectas é um conjunto de pontos.

Definição 2.7. Chama-se conjunto das partes de um dado conjunto A e designa-se por
P(A),o conjunto formado por todos subconjuntos A, incluindo o vazio e o  próprio A.
Simbolicamente temos:
P( A)  {x : x  A}
Assim,

para A={a} é P(A)={  , A} que têm 2  21 elementos,

para A={a, b} é P(A)={  ,{a}, {b}, A} que têm 4  2 2 elementos,

para A={a, b, c} é P(A)={  , {a}, {b}, {c}, {a,b}, {a,c}, {b,c}, A} que têm 8  2 3
elementos.

Observação 2.4. Se A for finito e possuir n elementos, então P (A) terá 2 n elementos.

2.1.9. Cardinal de um Conjunto


Definição 2.8. Cardinal de um conjunto A, que indica-se por “#A” ou “ n( A) ”, é o número
de elementos que este conjunto possui.

Por exemplo, se A={1, 3, 5, 9}; n( A)  4.

# {n  IN : 1  n  700}  700. #   0.

2.1.10. Produto Cartesiano


O produto cartesiano de dois conjuntos A e B é o conjunto A  B formado pelos pares
ordenados que têm 1º termo em A e 2º termo em B. AxB   x, y  / x  A e y  B

Se o conjunto A tem m elementos e o conjunto B, n elementos, então o produto cartesiano


A  B terá m  n pares ordenados.
Exemplos:
1) Dados os conjuntos A = {1 , 2} e b = {3 , 4 , 5}, vamos formar os produtos cartesianos
abaixo:
A  B = {(1,3), (1,4), (1,5), (2,3), (2,4), (2,5)} 6 elementos
B  A = {(3,1) , (3,2) , (4,1) , (4,2) , (5,1) , (5,2) } 6 elementos
2)Dados os conjuntos A = {5,6} e B = {2,3,4}, vamos determinar o produto cartesiano
AXB;

a) Forma tabular:
AXB = {(5,2), (5,3), (5,4), (6,2), (6,3), (6,4)}

34
b) forma gráfica:

2.2. Operações com Conjuntos

< 5" " " / ( 5 6 6 6 8 9 5 6 6 6 86 " ) : 5 6 6 6 78; 3 !"/$ 5" )


( "2 * +

Definição 2.9. Chama-se reuniãode dois conjuntos A e B, ao conjunto formado pelos


elementos que pertencem a A ou B,

A  B  {x : x  A  x B}

Figura 2. 4. Reunião de A comB.

Exemplo 2.11.
1) A  B  {1, 2, 3, 4, 5, 6 }
2)     

43 # )# A A  A
< )# ) #$ A   A

< )# + $* )# A U  U

(++ '" #"* ( A  B)  C  A  ( B  C )

= # #"* A B  B A
Definição 2.10. Chama-se intersecção de dois conjuntos A e B, ao conjunto formado
pelos elementos que pertencem simultaneamente a A e B,

A  B  {x : x  A  x B}

Figura 2.5. Intersecção de dois conjuntos Figura 2.6. Intersecção de A com B, (A contido emB).

Exemplo 2.12. A  B  {3, 4}

Propriedades da Intersecção
(Idempotente) A  A  A (Elemento
neutro) A U  A (Elemento
absorvente) A   

(Associativa) ( A  B)  C  A  ( B  C )

(Comutativa) A B  B A

Definição 2.11. Quando A  B   , isto é, quando os dois conjuntos não tiverem


elementos em comum, A e B são denominados conjuntos disjuntos.

Propriedades Mistas

A  ( A  B)  A
A  ( A  B)  A

A  ( B  C )  ( A  B)  ( A  C ) (distributiva da reunião em relação a intersecção)

A  ( B  C )  ( A  B)  ( A  C ) (distributiva da intersecção em relação a reunião)

Definição 2.12. Chama-se diferença de A e B, indicada por “ A \ B ” ao conjunto formado


pelos elementos que pertencem a A, mas que, não pertencem a B:

A \ B  {x : x  A, x B}
Figura 2.7. Diferença de A com B.

Exemplo 2.13. A \ B  {1, 2}

Definição 2.13. Chama-se complementar de um conjunto B, indicado por “ B ” ao


conjunto dos elementos que pertencem a U, mas que, não pertencem a B:
B  {x : x  U , x  B}

Exemplo 2.14. A  { 5, 6, 7, ...}

Figura 2.8. Complementar do conjunto B.

Observação 2.5. Dados dois conjuntos A e B, tais que B  A ,o complementar de B em


relaçãoa a A também pode ser escrito da seguinte forma:

C AB  A  B

= )# A A U A  A  
( A)  A   ;
U
A\ B  A B  U
! "+ 3 > $ ) ( A  B)  A  B ( A  B)  A  B

Observação 2.6. Sejam A, B e C trêsconjuntos quaisquer, então tem - se:


1) n( A  B).  n( A)  n( B)  n( A  B)

2) n( A  B  C).  n( A)  n(B)  n(C)  n( A  B)  n( A  C)  n(B  C)  n( A  B  C)

Exemplo 2.15. Numa escola de 630 alunos, 250 deles estudam Matemática, 210estudam
Inglês e 90 deles estudam as duas disciplinas. Pergunta-se:
a) Quantos alunos estudam apenas Matemática?
b) Quantos alunos estudam apenas Inglês?
c) Quantos alunos não estudam nenhuma das duas disciplinas?
d) Represente esta situação num diagrama de Venn.
Resolução
a) x  n(M )  n(M  I )
 250  90 R%: 160 alunos estudam apenas Matemática
 160

b) y  n( I )  n(M  I )
 210  90 R%: 120 alunos estudam apenas Inglês
 120

c) Para sabermos o número de alunos que não estudam nenhuma das duas disciplinas
( n(M  I ) ), devemos antes realizar os seguintes cálculos, a saber:

i) É necessário conhecer o número total de alunos que estudam as duas disciplinas no


universo considerado;

M  I )  n(M )  n( I )  n(M  I )
 250  210  90
 370

Utilizar a relação

U )  n(M  I )  n(M  I ) n(M  I )  n(U )  n(M  I )  630  370


n(M  I )  260

R%: 260 alunos não estudam as duas disciplinas.

2.3. Conjuntos Numéricos

2.3.1. Conjunto dos números naturais - IN

Definição 2.14. Chama-se conjunto dos números naturais ao conjunto dos números
que se obtém pela operação de contagem e representa-se por compreensão.

Assim, dado um natural a  0 , o simétrico de a não existe em N.

2.3.2. Conjunto dos números inteiros –


Definição 2.15. Chama-se conjunto dos números inteiros o seguintes conjunto:

Neste conjunto distinguimos três subconjuntos notáveis:

 Conjunto dos números inteiros não negativos:

 Conjunto dos números inteiros não positivos:

 Conjunto dos números inteiros não nulos:

Neste conjunto, também são definidas as operações de adição e multiplicação. Quando


a for divisor de b dissemos que “b é divisível por a” ou “b é múltiplo de a”.

Observação 2.7. Os números inteiros podem ser representados sobre uma recta
orientada através do seguintes procedimento:

1) Sobre a recta estabelecemos um sentido positivo e um ponto O (origem) que


representa o inteiro 0 (zero);
2) A partir de 0, no sentido positivo, marcamos um segmento unitário u  0 cuja
extremidade passará a representar o inteiro 1;

O resultado é este:

.3.3. Conjunto dos número racionais -


Definição 2.16. Chama-se conjunto dos números racionais ao conjunto dos pares
n
ordenados (ou fracções) , onde n  Z e m  Z * e representa-se da seguinte forma:
m

n
Observação 2.7. Na fracção , n é numerador e m o denominador. Se n e m forem
m
n 2 3 7
primos entre si, dizemos é uma fracção irredutível. Assim, as fracções , e são
m 3 7 15

39
6
irredutíveis mas não é.
10

No conjunto dos irracionais destacamos os subconjuntos:

2.3.4. Conjunto dos números reais -



Definição 2.17. Chama-se conjunto dos números reais ao conjunto formado por todos
números com representação decimal (que são números racionais) e as décimas não
exactas e não periódicas (chamadas números irracionais). é composto pelos números
racionais e pelos irracionais.

Assim, todo racional é um real Q   e além dos racionais, estão em  números


como:

Chamadosnúmeros irracionais.
Se quisermos outros irracionais, poderemos obtê-los, por exemplo, através da expressão
p , onde p é primo positivo. 3 , 5 , 7 , etc.

Os conjuntos numéricos podem ser representados esquematicamente:

Figura 2.9. Relação entre os conjuntos numéricos


2.3.5. Intervalos
Dados dois números reais a e b, com a  b , definimos:

a) Intervalo aberto de extremos a e b é o conjunto: ]a, b[ {x   : a  x  b}


b) Intervalo fechado de extremos a e b é o conjunto: [a, b]  {x   : a  x  b}
c) Intervalo fechado à esquerda de extremos a e b é o conjunto: [a, b[ {x   : a  x  b}

40
d) Intervalo fechado à direita de extremos a e b é o ]a, b]  {x   : a  x  b}
conjunto:

Leituras Obrigatórias

Recomenda-se aos estudantes a seguinte bibliografia:


1. FAGILDE, Sarifa A. Magide. Manual de Matemática para o 11º ano. 1ª Edição,
Maputo, 2006. [Páginas 32-44];

2. Maria Augusta Ferreira Neves, Maria Teresa Coutinho Vieira, Alfredo Gomes
Alves.
Exercícios de matemática, 1º Volume, 10º ano, Porto Editora Lda. [Páginas 5-20, 39-43,
51-76];

3. BEIRÃO, João Carlos e Morgadinho, Stela. Introdução à Análise Matemática.


Texto Editores, Lda. - Moçambique, 2005.[Páginas 24-26];

4. MOMADE, SaideIssufo e OSSOFO, AbudoAtumane. Lógica e Teoria de


Conjuntos. Programa de cooperação em EAD, UAB/UP Brasil – Moçambique,
2011. [Páginas 69-92];

5. SYDSAETER, knut e Hammond, Peter. Matemáticaessencial paraAnálise


Económica (Parte I); Moçambique Editora, Lda, 2005. [Páginas 79-85];

6. LIPSCHUTZ, Seymour. Teorias e Problemas deMatemática Finita (Tradução de


Adalberto Panobianco Bergamasco). Editora MCGRAW-HILL, Brasil, 1972.
[Páginas 39-56].

Resumo da Unidade
Nesta unidade, aprendeste os conceitos básicos da Teoria de Conjuntos.

Aprendeu a definir os conceitos de: conjunto e de elemento de um conjunto; relação


existente entre elemento e conjunto ( m  F ).

Aprendeu: as diferentes formas de representação de conjuntos (compreensão, extensão e

41
diagrama de Venn); subconjuntos e a relação entre eles; conjunto vazio, universal e
partes de um conjunto. Todos estes conceitos foram acompanhados de exemplos
concretos.

Aprendeu também, a definir e distinguir as operações sobre conjuntos e a aplicar as suas


propriedades na resolução de problemas concretos.

Tarefas

1. Determine, por extensão os seguintes conjuntos:


a) Conjunto do alfabeto latino;
b) Conjunto dos números naturais;
c) Conjunto dos números pares compreendidos entre 1 e 9.
Resolução
a) A={a, b, c, d, …, y, z};
b) B={1, 2, 3, 4, 5, …};
c) C={2, 4, 6, 8}.
2. Determine usando reticências os seguintes conjuntos:
a) Conjunto dos números ímpares maiores que 2;
b) Conjunto dos números pares compreendidos entre 1 e 503;
c) Destes conjuntos, indique o finito e o infinito procurando justificar para cada caso.
Resolução
a) D={3, 5, 7, 9, 11, 13, …}; Infinito
b) E={2, 4, 6, 8, …,500, 502}; Finito
3. Define por compreensão os seguintes conjuntos:
d) F={7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20};
e) G={boi, cabrito, cão, gato, perú, ganso, burro};
f) H={5}
Resolução
a) F  {n  IN : 6  n  21};
b) G={x: x é um animal doméstico};
c) H={x: x é impar maior que 4 e menor que 6}.

4. Coloque V, verdadeiro ou F, falso para as seguintes afirmações referentes aos conjuntos


no nº 3.
a) 1  F (F) b) leão  G (F) c) gato F (V) d) 20  F (V) e) 5  H (V).

5. Dado os seguintes conjuntos:

A={ Números inteiros não positivos ímpares compreendidos entre -5 e -21} e


B={ Números inteiros não positivos ímpares compreendidos entre -1 e -9}
a) Defina em extensão representando por chavetascada um dos conjuntos;

42
b) Represente num diagrama de Venn estes dois conjuntos.
Resolução:
g) A={ -5;-7;-9;-11;-13;-15;-17;-19; -21} e B={-1;-3;-5;-7;-9}
?

6. Um conjunto universal é composto por 16 subconjuntos. Determine o número dos seus


elementos.
Resolução:

n[P(U)] = 16 mas n[P(U))=2n e 16 = 2*2*2*2 =24


2n = 16  2n = 24  n = 5 O Conjunto U, tem 4 elementos.
7. Determine o produto cartesiano A  nos casos:
B
a) A  {5, 7, 9} e B  {4, 5}
b) A  [1, 5] e B  [4, 5]

Solução:

8. Num Centro de formação Linguística, são leccionadas três disciplinas, Português, Inglês e
Filosofia. Feito um inquérito sobre a preferência de alunos em certas disciplinas constatou-se:
Disciplina P I F PeI IeF PeF P, I e F Nenhuma
Preferência 120 75 80 30 45 25 12 8
a) Represente esta situação num diagrama de Venn;
b) Quantos alunos preferem exclusivamente uma só disciplina?
c) Quantos alunos responderam o inquérito?
d) Determine n(I  F ).
Resolução
a) Representando em um diagrama fica:

43
b) P=77, I=12 e F=22

c) n(P  I  F )  n( P)  n(I )  n( F )  n(P  I )  n( P  F )  n( I  F )  n(P  I  F )


 120  75  80  30  25  45  12
 187

n( P  I  F )  8
Então, o número de alunos que responderam o inquérito será:
n( P  I  F )  n( P  I  F )  187  8  195

d ) n(I  F ).  n(I )  n( F )  n(I  F )


 75  80  45
 110

Auto-avaliação

1. Definir, extensivamente, o conjunto - solução de cada uma das seguintes


proposições:
p : x 2  3x  2  0; q : x  2  5;
2. Dado os conjuntos:
A = {2,4,6,8}; B={4,6} e C={4,6,8,10}
Determine:

a) B  A;
b) B  C;
c) C \ A;
d) A \ B;
e) A  (C  B).

3. Assinalar no diagrama ao lado, um de cada vez, os seguintes conjuntos:


a) ( B \ A);
b) A  B;
c) B
A; d) B
A;

44
e) A  B;
f) A B.

4. Um levantamento socioeconómico entre os habitantes de uma cidade revelou que


exactamente: 17% têm casa própria; 22% têm automóvel; 8% têm casa própria e
automóvel. Qual é a percentagem dos que não têm casa própria nem automóvel?

5. Em uma empresa, 60% dos funcionários lêem a revista A, 80% lêem a revista B, e
todo funcionário é leitor de pelo menos uma dessas revistas. A percentagem de
funcionários que lêem as duas revistas é?

6. Foi realizada uma pesquisa numa indústria X tendo sido feitas a seus operários
apenas duas perguntas. Dos operários, 92 responderam sim a primeira; 80
responderam sim a segunda; 35 responderam sim a ambas e 33 não responderam a
perguntas feitas. Pode-se concluir então que, o número de operários da indústria é:

7. Numa escola de Formação Superior são consumidos dois tipos de refrigerantes, A


e B. Feita uma pesquisa de mercado sobre a preferência dos alunos no consumo de
refrigerantes. Os resultados da pesquisa são mostrados na tabela abaixo:

Tabela de pesquisa
Refrigerantes A B AeB Nenhum dos dois
Nº de alunos consumidores 250 330 100 80
a) Represente esta situação num diagrama de Venn;
b) Determine o número dos alunos que só tomam refrigerante A;
c) Quantos alunos só tomam um tipo de refrigerante;
d) Determine o número total de alunos existentes nesta escola;

8. Dada a figura abaixo, determine:


a) Quantos elementos pertencem exclusivamente ao A,
B e C?
b) Número de elementos que pertencem à cada
conjunto?
c) Número de elementos que pertencem a A e B, B e C
e
A e C?
d) Número de elementos que pertencem
simultaneamente aos três conjuntos?
e) Número de elementos que não pertencem a nenhum
dos 3?
f) O número de elementos do universo?

9. Dado os seguintes conjuntos:


F={1, 2, 3, 4} G={André, Moniz, Gerson} H={ }

45
a) Determinar o cardinal de cada conjunto isto é, n(F), n(G) e n(H)
b) Calcular as partes de cada conjunto P(F), P(G) e P(H)
10. Um conjunto universal possui 64 subconjuntos, determinar o número de elementos
que possui este conjunto.

11. Dados os conjuntos M = {1,3,5} e N = {2,4}, determinar o produto cartesiano M X N


e N X M nas formas tabular.

12.São dados os conjuntos: I=] 1 ; 7] e J= ] -oo; 2 [


Efectue as seguintes operações no eixo orientado.
a) I \ J b) I J.

13. Dados os conjuntos


P  {x  IR : 2 x  2}; Q  {x  IR : x  3  x  1} represente na forma de intervalos:

a) P \ Q e P \ Q; b) P  Q e P  Q.

Chave de correcção

1. p( x) :{1,2} e q( x) :]  ,3[
2
6. . / / / 0> % . / 0> . 0> ) . > 0> . > > 0& 4. 69% 5. 40%.
. a) 170.

7. a)
8. b) 150 alunos só tomam refrigerante A e 230 alunos só tomam refrigerante B; c)
Na escola existem 480 alunos .

9.a) A=50, B=40 e C=30; b) n( A)  80 ; n( B)  68 e n(C )  53 . c) n( A  B)  20,


n( B  C )  13, n( A  C )  15. d) n( A  B  C )  5. e) n( A  B  C )  20.

f) 186 elementos.

10. O Conjunto tem 6 elementos.


11. M  N  {(1, 2), (1, 4), (3, 2), (3, 4), (5, 2), (5,4)} e
N  M  {(2,1), (2, 3), (2, 5), (4,1), (4, 3), (4,5)}
12.a) ] 2 , 7] b) ]1, 2[ .
13. a)[1, 3]e ]  ,  1[ ; b) [1, 1[]3,  [ e ]  ,  1[[1, 3]

46
UNIDADE III - EXPRESSÕES ALGÉBRICAS, POLINOMIAIS e TRANSCENDENTES

Introdução

Caro Estudante! Seja Bem-vindo (a) à Unidade III da disciplina de Matemática I.


Estas notas de ensino, constituem a terceira unidade e para o estudo da mesma, o
discente é proposto a usar 48 horas distribuídas da seguinte maneira:

Os exercícios e trabalhos práticos servem para o discente consolidar o conhecimento


dos tópicos apresentados nesta unidade. Estes trabalhos, não são submetidos ao
Instituto, o Instituto, apenas, fornece as soluções dos trabalhos de auto- avaliação para
lhe ajudar nos estudos, mas chamando atenção ao Estudante de dever resolver os
exercícios de auto- avaliação antes de consultar as soluções fornecidas. A avaliação
encontra-se no final desta unidade

A unidade é válida por 6 meses. Os estudantes que não tenham sido aprovados na
disciplina (tenham interrompido o curso ou reprovado), devem contactar o Instituto.
Esta recomendação, prende-se ao facto de os materiais serem revistos e actualizados
com vista a acomodar as mudanças do dia-a-dia e providenciar uma maior percepção
aos nossos discentes. Especificamente, esta unidade faz uma revisão dos
fundamentos básicos de Matemática que o estudante deve saber.

Objectivos da unidade

No fim desta unidade, o discente deve ser capaz de:

 Identificar e classificar as expressões algébricas;

 Realizar operações de polinómios;

 Resolver diferentes tipos de equações e inequações;

 Entender os métodos de classificação e cálculo algébrico para vários


tipos de sistemas de equações.

47
Recurso de aprendizagem

De
3.1.Variável
nú finição 3.1. Uma variável é uma letra ou símbolo usado na álgebra para representar
mmeros. A finalidade do uso de variáveis é de permitir a realização de generalizações em
atemática. Isto é útil, porque:
 Ela permite aritméticas, equações (e desigualdades) a ser indicado como leis (tais
como a + b = b + a) e, portanto, é o primeiro passo para o estudo sistemático das
propriedades do sistema de número real;
 Permite fazer referência aos números que não são conhecidos. No contexto de um
problema, uma variável pode representar um certo valor que ainda não é conhecido,
mas que pode ser encontrado através da formulação e manipulação de equações.
 Permite também, a exploração de relações matemáticas entre quantidades (como
“vender bilhetes x, então seu lucro será de 3 x - 10 dólares”).

3.2. Expressões Algébricas e transcendentes


3.2.1. Expressões Algébricas
Definição 3.2. Chama – se expressão algébrica, à toda expressão constituída por uma ou
várias grandezas (letras e números) unidas pelas operações elementares (adição, subtracção,
multiplicação, divisão, potenciação e radiciação) num número infinito de vezes e
Eventuais parênteses.
x 1
Exemplo 3. 1: 2, x  1,7 x 2 y  zx 2  y 2 , x 3  x 2  x  1, 3
x3
42 x 2
x  3; y 2  2 x  3; z 7  a(b  x 3 )  ; ; x  1.
y x 1
3.2.1.1. Classificação de Expressões Algébricas
As expressões algébricas classificam-se em dois grandes grupos a saber:
Definição 3.3. Expressões Algébrica Racionais: são aquelas em que a variável não aparece
sob forma de radical e podem ser:
a) Expressões Algébricas Racionais Inteiras: quando a variável não aparece
no denominador.
xz
Exemplo 3.2: x 2  1 ,  5 y  4,2
3
b) Expressões Algébricas Racionais Fraccionárias: quando a variável
aparece no denominador.
x2 1 1
Exemplo 3.3: ,y ,
x y ( x  2)100
Definição 3.4.Expressões Algébricas Irracionais: são aquelas em que a variável aparece
sob forma de radical.

48
x 1 x 1
Exemplo 3.4: x , , 51
x 3 x
Resumindo teremos:
Inteira
Racional
Expressão Algébrica Fraccionaria
Irracional

3.2.2. Expressões transcendentes


Chama-se expressão transcendente, à toda expressão matemática que não seja algébrica,
como é o casos das expressões: trigonométricas, logarítmicas, exponenciais, etc.

3.3. Domínio de Existência


Definição 3.5. Chama – se domínio de existência (DE) ou de expressão, ao conjunto de
valores para os quais tem sentido uma dada expressão. Achar o domínio de existência de uma
expressão, significa contornar a situação em que esta fica desprovida de sentido.

Observação 3.1. Se a expressão for racional inteira, o seu DE será todo o conjunto IR.
Observação 3.2. Se a expressão for racional fraccionária, o seu DE será todo o conjunto IR
excepto os valores que anulam o denominador.
Observação 3.3. Se for Irracional, teremos duas situações a considerar:
i) Se o radical for um numerador isolado:
n
P( x)  0; n par
P( x)
x  R; n impar
ii) Se o radical for um denominador
Q( x) P( x)  0; n par
n P( x)
P( x)  0; n impar

3.4. Monómios
Antes de definirmos o que são monómios, consideremos o seguinte:
A Ana tinha x meticais num mealheiro e ela deu a metade à irmã e 5 ao irmão. Então, a Ana
x
ficou com x   5 . Cada um destes termos denomina-se de monómio, isto é, os monómios
2
x
são: x, e 5.
2
Definição 3.6. Um monómio é uma expressão constituída por um número ou uma letra, ou
por um produto de números e letras com expoentes naturais. Num monómio, distinguem-se
o coeficiente (os números que aparecem associados às letras) e a parte literal (que são as
letras).

49
Note que um monómio é constituído por um único termo, isto é, não há adições nem
1 2 5
subtracções. Exemplos de monómios: 3x, -5ab, x yz , 8ab y
7

3.4.1. Monómios Semelhantes


Dois ou mais monómios são semelhantes se tiverem a mesma parte literal.
Exemplo 3.5. São semelhantes os seguintes monómios:
 3xyz e  2 xyz ,

 -5a e 11a
Nota 3.1. Monómios semelhantes com coeficientes simétricos são denominados de
monómios simétricos.
Exemplo 3.5: 3ab 2 e  3ab 2
3.4.2. Grau de um Monómio
Definição 3.7. O grau de um monómio é a soma dos expoentes da parte literal.
Exemplo 3.6:
 O monómio 3x; tem a parte literal x e x tem expoente um. Por isso é do 1° grau.
 O monómio 3xytem a parte literal xye a soma dos expoentes desta parte literal é igual
a 2. Por isso é do segundo grau.
 -5ab – O grau é 2(1+1)
1 2
 x yz - O grau é 4 (2+1+1)
7
 8ab 5 y - O grau é 7(1+5+1)

3.5. Polinómios
Definição 3.8. Chama-se polinómio à soma algébrica de monómios.
Note que, na soma algébrica de monómios temos de ter em conta os termos semelhantes
(monómios semelhantes).
Pode também ser considerado como sendo uma expressão de expoente natural que pode ser
escrita na forma:
k
P( x)  a 0  a1 x  a 2 x 2  ...  a n x n  
a n x n , onde a 0 , a1 , a 2 ,..., a n  IR e n  IN
n0
Os valores a 0 , a1 , a 2 ,..., a n  IR são chamados coeficientes.
Às parcelas que compõem um polinómio chamam-se termos do polinómio. Cada termo é
constituído pela parte numérica e pela parte literal.

Observação 3.4. Um polinómio diz-se completo quando é composto por todos os termos

50
desde o termo de maior grau até ao termo independente (sem a parte literal).

Observação 3.5. Um polinómio diz-se ordenado e reduzido quando os seus termos não
semelhantes, de coeficientes não nulos, estão ordenados por ordem decrescente dos seus
expoentes.
Exemplo 3.7.
 0x5  3x 2  x  7 , é um polinómio incompleto e ordenado do 2º grau.
 2 x 4  3x 3  0 x 2  x  8 , é um polinómio do 4º grau, ordenado, completo porque o
coeficiente do termo em x2 é nulo.
 0 x 2  0 x  1 , é um polinómio não nulo de grau zero.
 0 x 2  0 x  0 , é um polinómio nulo e diz-se que tem grau indeterminado.

3.5.1. Valor Numérico de um Polinómio


Se observarmos um polinómio qualquer P(x) = 5x4 – 3x3 + x2 – x + 2, para acharmos o seu
valor numérico que é o valor de P(x), temos de ter um valor para a incógnita x.
Então, se dissermos que x = 2 o valor que encontrarmos para P(2) quando substituirmos x
por 2 será o valor numérico do polinómio.
P(2)  5  2 4  3  2 3  2 2  2  2  80  24  4  2  2  60
Concluímos que, o valor numérico do polinómio P(x) = 5x4 – 3x3 + x2 – x + 2,
quando
x = 2 será P(2) = 60.

3.5.2. Raiz ou Zero do Polinómio


Se pegarmos num polinómio qualquer P(x) = - 2x3 + 5x2 – x + 1 = 0, a raiz dele será
um número qualquer b se, somente se, o valor numérico do polinómio for zero quando x = b.

Exemplo 3.8:P(x) = x2 - 1, para calcularmos o zero da função, devemos colocar P( x)  0 ,

então x 2  1  0  x 2  1  x 1  x  1
 
Concluímos que -1 e +1 são as raízes do polinómio P( x)  x  1
2

3.5.3. Grau de um Polinómio


Um polinómio é formado por vários monómios separados por operações, então o grau de um
polinómio corresponde ao monómio de maior grau, ou seja, o grau de um polinómio é
o expoente mais alto que nele figura. O único polinómio que não possui grau é o
polinómio

51
nulo P(x) = 0
Exemplo 3.9
 P( x)  x 3  x 2  2x  3 na expressão existem 3 monómios que possuem grau, o
que tem maior grau é x3, então, o polinómio tem o mesmo grau que ele.
 P( x)  x 3  x 2  2x  3 é do 3º grau.
 P(x) = 5x0 é do grau zero.

3.5.4. Classificação de Polinómios Quanto ao Número de Termos


Quanto ao número de termos, um polinómio pode ser:
Monómio – Se tiver um único termo: x,3x 3 ,2x 1000

Binómio – Se tiver dois termos: x  1, y 2  3 y, z 25  6 z

Trinómio – Se tiver três termos: x 2  3x  5, y 5  2 y 4  6 y


De quatro termos em diante diz – se polinómio com “x” número de termos.
Por exemplo: ax 3  bx 2  x  1, z 6  z 5  z 4  5z 2  3z  5

3.5.5. Polinómios Idênticos ou iguais


Polinómio identicamente nulo (ou simplesmente polinómio nulo) é aquele cujo valor
numérico é igual a zero para todo valor da variável x . Indicamos P = 0 (polinómio nulo).
Para um polinómio P(x) ser um polinómio nulo é necessário e suficiente que todos os seus
coeficientes sejam nulos (iguais a zero) .
Definição 3.8. Polinómios idênticos são polinómios iguais, isto é, se P e Q são polinómios
idênticos, escrevemos P = Q. É óbvio que se dois polinómios forem idênticos, então os
seus coeficientes dos termos correspondentes serão iguais, ou seja, dois ou mais polinómios
dizem
- se idênticos se os coeficientes dos seus respectivos monómios semelhantes forem iguais.

A expressão P = Q é denominada identidade.


Exemplo 3.9. Sendo P( x)  Q( x)  x  x  1 e sabendo que 2 é raiz de P(x) e 1 é raiz de
2

Q(x) , calcule o valor de P(1) - Q(2) .


Solução: Ora, se 2 é raiz de P(x), então sabemos que P(2)  0 e se 1 é raiz de Q(x) então
Q(1)  0 . Temos então substituindo x por 1 na expressão dada:

P(1)  Q(1)  12  1  1  0  1  1  1  3 . Então P(1) = 3. Analogamente, poderemos escrever


: P(2)  Q(2)  2 2  2  1  Q(2)  7 , logo Q(2)  7 Q(2) = -7. P(1)  Q(2)  3  (7)  10

52
Resp:10
3.5.6. Operações com Polinómios
Nas situações envolvendo cálculos algébricos, é de extrema importância a aplicação de
regras nas operações entre os monómios. As situações aqui apresentadas, abordarão: a
adição, a subtracção e a multiplicação de polinómios.

3.5.6.1. Soma Algébrica (adição e subtracção)


Para adicionar ou subtrair dois polinómios é necessário adicionar ou subtrair os coeficientes
dos termos com o mesmo grau
Exemplo 3.10. Considere os polinómios A( x)  2 x  5x  2 e B( x)  3x  2 x  1 .
2 3 2

Vamos efectuar a adição e a subtracção entre eles.


1) Adição
(2 x 2  5x  2)  (3x 3  2x  1) eliminar os parênteses realizando assim, o jogo
de sinal

 2 x 2  5x  2  3x 3  2 x  1 reduzir os termos semelhantes


 3x 3  2 x 2  3 ordenar as potências de forma decrescente

2) Subtracção
(2 x 2  5x  2)  (3x 3  2 x  1) eliminar os parênteses realizando assim, o jogo
de sinal

 2 x 2  5x  2  3x 3  2 x  1 reduzir os termos semelhantes


3x 3  2 x 2  3x  1 ordenar as potências de forma decrescente

3.5.6.2. Multiplicação de Polinómios


Para calcular o produto de dois polinómios, multiplica-se cada monómio de um polinómio
pelos monómios do outro, isto é, multiplica- se cada termo do primeiro com todos os termos
do segundo (propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição) e reduzem se os
termos semelhantes.
Exemplo 3.11: 3x 2  (5x 3  8x 2  x) aplicar a propriedade distributiva da multiplicação

15 x 5  24 x 4  3x 3
Exemplo 3.12: ( x  1)( x 2  2 x  6)

x 2 ( x  1)  2 x( x  1)  6( x  1) aplicar a propriedade distributiva da multiplicação

x 3  x 2  2 x 2  2 x  6x  6 reduzindo os termos semelhantes


x 3  x 2  8x  6

53
Exemplo 3.13 :Calcule o quadrado do binómio (2x  5) 2 .

(2 x  5) 2  (2x  5)(2 x  5)  2 x(2x  5)  5(2 x  5)  4x 2  10x  10x  25  4 x 2  20x  25

3.5.6.2.1. Casos Notáveis na Multiplicação de Polinómios


Produtos notáveis, são produtos de expressões algébricas que possuem uma forma geral
para sua resolução.
Os produtos abaixo são exemplos, em forma geral, de produtos notáveis:
( x  y) 2  x 2  2 xy  y 2 - Quadrado da soma
( x  y) 2  x 2  2 xy  y 2 - Quadrado da diferença
( x  y)( x  y)  x 2  y 2 - Produto da soma pela diferença
( x  y) 3  x 3  3x 2 y  3xy 2  y 3 - Cubo da soma
( x  y) 3  x 3  3x 2 y  3xy 2  y 3 - Cubo da diferença.
( x 3  y 3 )  ( x  y)( x 2  xy  y 2 ) - Soma de Cubos.
( x 3  y 3 )  ( x  y)( x 2  xy  y 2 ) - Diferença de Cubos

3.5.6.2.2. Lei do Anulamento do Produto


Duas ou mais expressões podem ser anuladas se o seu produto for igual a zero. A Lei do
anulamento do produto consiste em igualar a zero cada uma das expressões. Para
compreender melhor a lei do anulamento do produto, consideremos dois exemplos:
( x  1)(x  3)  0
x 1  0  x  3  0
x  1  x  3
Note que, a Ana procedeu de forma correcta o anulamento do produto porque o
anulamento do produto só tem lugar se o produto das expressões for igual a zero.

Observação 3.4. Verifica se que para anular um produto é necessário primeiro decompor
em factores, segundo igualar a zero e em seguida anular o produto. Daí, o anulamento de
um produto é igualar a zero à cada um dos seus factores.
Exemplo 3.14: x 2  2 x  0  x( x  2)  0  x  0  x  2  0  x  0 
x2
Exemplo 3.15: x 2  16  0  ( x  4)( x  4)  0  x  4  0  x  4  0  x  4  x
 4
3.5.6.2.3. Importância de Anulamento do Produto
A decomposição de um polinómio em factores pode ajudar a resolver equações pela
aplicação da lei do anulamento do produto. O anulamento do produto, só é aplicável
quando o produto dos factores for igual a zero.

3.5.6.3. Divisibilidade de Polinómios

54
Existem várias maneiras de dividir polinómios nomeadamente: o algoritmo da divisão,
teorema do resto e a regra de Ruffini. Note que, nesta unidade vamos estudar cada uma das
maneiras de dividir polinómios.
Efectuar a divisão de um polinómio P(x) por outro polinómio D(x) não nulo , significa
determinar um único par de polinómios Q(x) e R(x) que satisfazem às condições:
1) P( x)  D( x)  Q( x)  R( x) . (Analogia: 46  6  7 e resto 4, isto é, 46  6  7  4 ) .
2) gr R(x) <gr D(x), onde gr indica o grau do polinómio.

3.5.6.3.1. Algoritmo da Divisão


Para dividir polinómios aplicando o algoritmo da divisão, deve-se procurar uma expressão
que, quando multiplicada com o monómio de grau máximo do divisor, dê a expressão do
monómio do grau máximo do dividendo. Em seguida, multiplica-se todos os monómios do
divisor, colocando os resultados em baixo do polinómio do dividendo (cada monómio por
baixo do seu semelhante), assim sucessivamente. O processo só termina quando o resto for
uma expressão de menor grau que o divisor.

Nota: Se os polinómios estiverem incompletos devem se completar (quer o dividendo assim


como o divisor).

Exemplo1: Determine o quociente e o resto da divisão dos seguintes polinómios:


12 x 3  4x 2  8x por x

Resolução:

Exemplo2: 10 x 2  43x  40 por 2x  5

55
Exemplo3: 6x 4  10x 3  9 x 2  9x  5 por 2 x  4 x  5
2

Exemplo4: 12 x 3  19 x 2  15x  3 por 3x 2  x  2

3.5.6.3.2. Teorema do Resto


O teorema do resto diz que um polinómio G(x) dividido por um binómio x – a terá resto R
igual a P(a), para x = a

Exemplo: Determine o resto da divisão dos seguintes polinómios

a) x  4x  3 por x  3
2

x – 3 = 0, logo x = 3. Nessa ordem de ideias, o resto será dado por P(3)


P(3)  3 2  4  3  3  9  12  3  0
b) x  5x  2 por x  1
3

x – 1 = 0, logo x = 1. Nessa ordem de ideias, o resto será dado por P(1)


P(1)  13  5 1  2  1  5  2  2

3.5.6.3.3. Teorema de D’Alembert


O teorema de D’Alembert é uma consequência imediata do teorema do resto, que são

56
voltados para a divisão de polinómios por binómio do tipo x – a. O matemático francês
D’Alembert provou, levando em consideração o teorema citado acima, que um polinómio
qualquer Q(x) será divisível por x  a , ou seja, o resto da divisão será igual a zero (R = 0) se
P(a)  0 .
Esse teorema, facilita o cálculo da divisão de um polinómio qualquer pelo binómio x  a ,
dessa forma, não sendo preciso resolver toda a divisão para saber se o resto é igual ou
diferente de zero.
Exemplo 1: Calcule o resto da divisão ( x 2  3x  10) : ( x  3) .
Como diz o Teorema de D’Alembert, o resto (R) dessa divisão será igual a:
R  P(3)  3 2  3  3  10  9  9  10  8
Portanto, o resto dessa divisão será 8.

Exemplo 2:Verifique se x 5  2 x 4  x 3  x  2 é divisível por x  1 .


Segundo D’Alembert, um polinómio é divisível por um binómio se P(a)  0 .

P(1)  15  2 14  13  1  2  1
Como P(1)  0 , o polinómio não será divisível pelo binómio x  1 .
Exemplo 3:Calcule o valor de m de modo que o resto da divisão do polinómio
P( x)  x 4  mx 3  5x 2  x  3 por x  2 seja 6.
Temos que, R  P(2)  6

24  23 m  5  2 2  2  3  6
16  8m  20  1  6
 8m  6  35
 8m  29
29
m
8
Exemplo 4:Calcule o resto da divisão do polinómio 3x 3  x 2  6 x  7 por 2x  1 .
3 2
1 1 1 1 3 1
RP   3    6   7     3 7
2 8 4
2 2 2
3 2 80 79
R 
8 8
3.5.6.3.4. Regra de Briot -Ruffini
Briot e Ruffini, desenvolverão um algoritmo para divisão entre polinómios, onde o divisor é
do tipo ( x  a ), com base no Teorema: “ Se o polinómio P(x) é igual a zero para x  a , isto
é, P(a) = 0, então P(x) é divisível exactamente por x  a .

57
Este dispositivo simplifica bastante a divisão entre polinómios onde o divisor é um
monómio do tipo ( x  a ).
O dispositivo: Vamos supor a divisão ( a 0 x n  a1 x n 1  a 2 x n 2  a 3 x n 3  ...  a n ) : ( x  a )
1) Traçar uma horizontal longa e uma vertical próxima e além do inicio da
horizontal

 


2) Em cima, à direita da vertical colocar com espaço os coeficientes do polinômio


que é o dividendo e abaixo e à esquerda da vertical, o valor a ( valor que
colocado no lugar de x no divisor ( x – a ), faz com que ele fique zero.)
a0 a1 a2 a3 a4 a5 ..... an
 
a
3) Repetir abaixo da horizontal o primeiro termo que está acima.
a0 a1 a2 a3 a4 a5 .... an
 
aa0

4) Multiplicar o número que está em baixo à esquerda da vertical com o numero


que esta em baixo e à direita da vertical. O resultado somamos com o termo
seguinte que está acima da vertical e o resultado colocamos abaixo deste último.

a0 a1 a2 a3 a4 a5 ....an
 
aa0 a.a0 + a1
5) Multiplicamos o número que esta abaixo e a esquerda da vertical com o último
Resultado encontrado e o resultado somamos com o termo seguinte que está
acima da horizontal e o resultado, colocamos abaixo deste último.
a0 a1 a2 a3 a4 a5 ....an
 
aa0 a.a0 + a1 a(a.a0 + a1) + a2
6) Repetimos o 6) até chegarmos ao último elemento acima da horizontal. Este
último será o resto da divisão, portanto se for zero, significa que a divisão é exata
de grau igual a um menos que o dividendo com coeficientes que estão abaixo da
horizontal a direita da vertical.

58
Exemplo: ( x 5  10 x 4  16 x 3  8 x 2  80 x  128 ) : ( x  2 )
1 -10 16 -8 80 -128
 
2 1 -8 0 -8 64 0
x4 -8x3 0x2 -8x 64 resto
Resposta: x 4  8x 3  8x  64 .

3.5.6.4. Factorização de um Polinómio


Para factorizar um polinómio é necessário decompor em factores, procurando os divisores
do último termo independente.
Exemplo: Factorize os polinómios:
a) x 3  2 x 2  x  2
Os divisores de 3 são: (  1,2 )
Substituindo cada um dos números podemos encontrar que -1, 1 e 2 darão resto zero. Então
o polinómio tomará a forma: x  2 x  x  2  ( x  1)( x  1)( x  2)
3 2

3. 5.6.5.Operações com fracções Racionais


As expressões algébricas fraccionárias são aquelas em que o denominador possui letras, isto
é, termos variáveis no denominador. Veja os exemplos:
x 3 8 x 2 16 2 y 2 10 y y 9
 ; 
x 2  4 x 2  4x y 5 y7
As operações de adição, subtracção, multiplicação, divisão e potenciação de fracções
algébricas são exactamente iguais às operações realizadas com fracções não algébricas.

3. 5.6.5.1. Adição e Subtracção


Tanto na adição como na subtracção de fracções, devemos obter o m.m.c. dos
denominadores.
Exemplos:
3 1 6 y x
a)   ; mmc de 2x e4y é 4xy.
2x 4 y 4 xy
x2 2 y 24 x 4 y  16x  3 y 3
    ; M.m.c. entre y, 3xy 2 e 8x 2  24x 2 y2
y 3xy 2 8x 2 24x 2 y 2

59
a a y 1
 2  Procuramos escrever os denominadores na forma factorizada:
a y a y 2
ay

a 2  y2  a  y a  y   produto notável


Assim teremos:
a a y 1 a 1 1 a(a y ) (a y) (a y)
      
a  y a  y a  y  a  y a  y a  y a  y (a  y)(a  y)
a 2  ay  2a  2 y

(a  y)(a  y)
3. 5.6.5.2. Multiplicação e Divisão
A multiplicação e divisão de fracções algébricas é exatamente igual à de frações numéricas,
ou seja, não é necessário obter o mmc dos denominadores. Multiplica-se numerador por
numerador e denominador por denominador para a multiplicação e para dividir duas
fracções, multiplica-se a primeira pelo inverso da segunda.
Exemplos:
2 2y 1 4y 4
a)   2  2 
x 3 y 3xy 3xy
4

x 4 3 12 12
b)  2  
2
x y x x y x y
1 2
x3 y
3

3. 5.6.6.Multiplicidade de uma raiz


Na resolução da equação do 2º grau x 2  6 x  9  0 , encontramos duas raízes iguais a 3.
Factorizando o polinómio obtemos: x 2  6 x  9  ( x  3)( x  3)  ( x  3) 2
Nesse caso, dissemos que, 3 é raiz de multiplicidade 2 ou raiz dupla da
equação. Dessa forma, se num polinómio factorizado resultar a seguinte expressão:
P( x)  ( x  5) 3 ( x  4) 2 ( x  2)
Podemos dizer que:
x  5 é raiz com multiplicidade 3 ou raiz tripla da equação P( x)  0
x  4 é raiz com multiplicidade 2 ou raiz dupla da equação P( x)  0
x  2 é raiz com multiplicidade 1 ou raiz simples da equação P( x)  0
De maneira geral, dizemos que r é uma raiz de multiplicidade n, com n 1, da equação
P( x)  0 , se: P( x)  ( x  r ) m  Q( x); com Q(r )  0
Observe que p(x) é divisível por ( x  r ) m e que a condição Q(r )  0 significa que r não é
raiz de Q( x) e garante que a multiplicidade da raiz r não é maior que m.

Exemplo 1. Resolva a equação x 4  9 x 3  23x 2  3x  36  0 , sabendo que 3 é raiz dupla.

60
Solução: considere p(x) como sendo o polinómio dado. Assim: P( x)  ( x  3) 2  Q( x)
Note que q(x) é obtido fazendo a divisão de p(x) por (x – 3)2.
Fazendo a divisão pelo dispositivo prático de Briot – Ruffini, obtemos:

Após a realização da divisão, vemos que os coeficientes do polinômioq(x) são 1, -3 e -4.


Assim, q(x) = 0 será: x  3x  4  0
2

Vamos resolver a equação acima para determinarmos as demais raízes.


x 2  3x  4  0
  (3) 2  4 1  (4)  9  16  25
(3)  25 3 5
x 
2 1 2 Portanto, S = {-1, 3, 4}
3 5 3 5
x  4 x   1
2 2
Exemplo 2. Escreva uma equação algébrica de grau mínimo tal que 2 seja raiz dupla e – 1,
raiz simples.
Solução: Temos que:
( x  2) 2 ( x  1)  0
( x 2  4x  4)( x  1)  0
x3  x 2  4x 2  4x  4x  4  0
x 3  3x 2  4  0

Tarefas

1.Classifique cada uma das seguintes expressões algébricas


3 (4 a)(3 b) e) 1
a) x  4 b) ( x  3) 2 c) 5x  x  1 d)
2

4 (a  b) 4 x
1
4
a) Irracional; b) Racional Inteira; c) Racional Inteira; d) Racional Fraccionária;
e)Irracional
2.Considere os polinómios:

61
A( x)   x 2  2 x  1
B( x)  3x 3  x 2  2 x  3.
Deter min e : a) A  B b) A  B
 
a) A  B   x 2  2 x  1  3x 3  x 2  2x  3  3x 3  4 x  2
b) A  B   x 2  2 x  1  x 3

 x 2  5x  3   x 3  2 x 2  7 x  4
& 3 ( "2 * +
10x  20x  15x
4 3 2
10x 4  20x 3 15x 2
  
5x 3 5x 3 5x 3 5x 3

2 x 4 4 x 3 3x 2 2 x 3 x 3 x 2 3
 3  3  3  3
 4 1  2  2x  4 
x x x x x x x

28x 4 y3  7x 3 y 4 28x 4 y3 7x 3 y4
%  
7x 2 y2 7x 2 y2 7x 2 y2

4 x  x 2 y 2 y 1 1x x
2
y y2 2 2
   4x y  xy 2  4x 2 y  xy 2
x 2  y 2 1.x 2  y 2

2 2y 1 x  4y  4
 
3 y2 3xy 2 3xy
4
4 3 12 12
) x2   2  1 2  3
x y x x y x y x y
3

3x 1 x 1

2x  2 x  1
3x 1 x 1 3x 1 2( x 1) 3x 1 2 x 2 x 1 1
    
2x  2 x 1 2x  2 2x  2 2( x  1) 2
(1) ( 2)

y 1 y 1 4y
  2
y 1 y 1 y 1
y 1  y 1  4y ( y  1)( y  1)  ( y  1)( y  1)  4 y  y 2  2 y  1  y 2  2 y  1  4 y
  2   
y 1 y 1 y 1 y 2 1 y 2 1
( y 1) ( y 1) (1)

2 y  4 y  2 2( y 2  2 y  1)
2
2( y  1) 2 2y  2
   
y 1
2
y 1
2 ( y  1)( y  1) y 1

A B 4x 3
4. Calcular A e B de que + = .
x  2 x  2 x2  4
A B 4 x 3
  2  A( x  2)  B( x  2)  4 x  3
x2 x2 x 4
( x  2) ( x2 ) 1

Ax  2 A  Bx  2B  4x  3
A B  4 A  4B
( A  B) x  (2 A  2B)  4 x  3
2 A  2B  3
8  2B  2B  3
5 11
A  4  A 
4 4

4B  5 5 5
B B
4 4
5. Determine o valor de a sabendo que 2 é raiz de P( x)  2 x 3  ax  4 .
P(2)  2  2 3  a  2  4  20  2a
P(2)  0 20  2a  0
2a  20
a  10

Leituras Obrigatórias

Recomenda-se aos estudantes a seguinte bibliografia:


ABRANTES, Paulo & CARVALHO, Raul Fernando. O Novo Manual do 11º ano. 1ª
Edição, Lisboa, 1991.
DOMINGOS, M. Engrácia, FERNANDES, Télio T. Eu e a Matemática, Livro Guia 5.11º
ano - 2º Edição. Volume 1 Edições ASA, Porto, 1998.
FAGILDE, Sarifa A. Magide. Manual de Matemática para o 11º ano. 1ª Edição, Maputo,
2006.
GARCIA, Madalena, OSÓRIO, Alfredo & RUIVO, António. Compêndio de Matemática.
11ºano - 1º Volume, Porto Editora, 1991.
JEQUE, João. Texto de Apoio a 11ª Classe. Escola Secundária Josina Machel. Maputo,
2007.
MOMADE, Saide& OSSOFO, Abudo. Lógica e Teoria de Conjuntos. Universidade
Pedagogica. Rio de Janeiro, 2010.
NEVES, Armando, AUGUSTO, Maria e GUERREIRO, Luís. Matemática: Álgebra,
Geometria e Números. 1ª e 2ª Partes, 8º Ano, Porto Editora 1ª Edição, 2008.
VARELA, Alvarino. Manual de Matemática II. Monitor InternationalSchool, Maputo,
2008.
63
Resumo da Unidade

Nesta unidade, você aprendeu os conceitos básicos de expressões algébricas, definição de


polinómios, assim como a sua aplicação prática, resolução de equações e Inequações e
finalmente a resolução e a classificação de sistemas de equações.
Os polinómios representam a soma algébrica de monómios. Chamam se termos semelhantes
à aqueles que têm a mesma parte literal. Os polinómios são Idênticos se os coeficientes dos
seus respectivos monómios semelhantes forem iguais.
O grau de um monómio é a soma dos expoentes da parte literal enquanto o grau de um
polinómio é determinado pelo grau máximo do seu respectivo monómio.

É possível dividir polinómios, se o dividendo for de grau igual ou superior ao divisor, assim
dois polinómios são divisíveis se o resto da divisão for igual a zero. Aplica se a regra de
Ruffini, o teorema do resto e o algoritmo da divisão não só para dividir polinómios mas
também para saber se os polinómios são ou não divisíveis.
Para multiplicar polinómios, é necessário aplicar a propriedade distributiva da multiplicação
em relação à adição algébrica (somando termos semelhantes após a multiplicação). A lei do
anulamento do produto só pode aplicar-se se o produto das expressões ou polinómios for
igual a zero.

Auto-avaliação

1) Efetue as operações:
a) (2x 2  3x  1)  (2 x  3)  (4 x 2  5) b) (2x 2  6x  5)  ( x 2  3x  5) c)
( x  3 y)( x 2  3xy  y 2 ) d) (3x 1)( x  2)  ( x  2) 2 e) 2( x  2) 3  ( x  2) 2  3( x  2) f)

( x  2 y) 3 g) (3 y  2)(3 y  2)
2) Efetue as divisões:
a) 6 x 2  x  2 por 3x  2 b) 4 x 4  10 x  9 x 2  10 por 2x  3
c) 16 x  5x 3  4  6 x 4  8x 2 por 2 x  4  3x 2 d) x 3  8 por x  2
3) Factorize:
a) 2 x 2  10 x b) 2x 2 y 12xy 2 c) a( x  y)  b( x  y) d) ax  ay  bx  by

64
2
y
e) x  x  x  1 f) a 1 g) x  2xy  y
3 2 4 2 2
h) 4a  20ab  25b
2 2
i) 9x  3xy 
2

4
4) Simplifique as frações:

x 3 8( y 5) 2 2 x 2 ( x 7) x 2 2 x


a) b) c) d)
( x  3) 2 2( y  5) 6 x( x  7) 3 2x  4

x 2 9 4 x 2 9 y 2 x 2 xy 3x 3 y 6 x 3 28x 2 10 x


e) f) g) h)
x 2  6x  9 4 x 2 y  6 xy 2 xy  3 y 12 x 3  4 x 2
4 x 12 2 x 6 5 2
i)  j) 
4 x( x  3) 4 x( x  3) 6( x  1) 9( x  1) 2

5. Encontre m e n sabendo que (3x 2  x  2)(mx  n)  6x 3  5x 2  5x  2 .

6. Dividindo-se o polinómio p(x) por x2 + 4x + 7, obtém-se x2 + 1 como quociente e x – 8


como resto. Qual o coeficiente do termo de grau 2?

Chave de correcção
1. a) 6 x 2  x  3 b) x 2  3x c) x 3  6 x 2 y  10 xy 2  3 y 3 d) 2 x 2  9 x  6

e) 2 x 3  13x 2  25 x  18 f) x 3  6x 2 y  10 xy 2  3 y 3 g) 9 y 2  4

2.a) Q( x)  2 x  1 e R4 b) Q( x)  2 x 3  3x 2  5 e R5

c) Q( x)  2 x 2  3x  2 e R  4 d) Q( x)  x 2  2 x  4 e R0

3. a) 2 x( x  5) b) 2 xy( x  6 y) c) ( x  y)(a  b) d) ( x  y)(a  b) e) ( x 1)( x 2  1)

y
f) (a 2  1)(a  1)(a 1) g) ( x  y) 2 h) (2a  5b) 2 i) (3x  ) 2
2

1 x x x 3 2 x 3 y x y


4. a) b) 4( y  5) c) d) e) f) g)
( x  3) 3( x  7) 2
2 x3 2 xy y

x 5 1 15x 11


h) i) j)
2x 2x 18( x  1) 2

5. m =2 e n = 1

6. 8

65
UNIDADE IV - EQUAÇÕES, INEQUAÇÕES E SISTEMAS DE EQUAÇÕES

Introdução

Caro Estudante! Seja Bem-vindo (a) à Unidade IV da disciplina de Matemática I. Estas notas
de ensino, constituem a quarta unidade. Para o estudo desta unidade, o discente é proposto a
usar 36 horas distribuídas da seguinte maneira:

Os exercícios e trabalhos práticos servem para o discente consolidar o conhecimento dos


tópicos apresentados nesta unidade. Estes trabalhos, não são submetidos ao Instituto, o
Instituto, apenas, fornece as soluções dos trabalhos de auto - avaliação para lhe ajudar nos
estudos, mas chamando atenção ao Estudante de dever resolver os exercícios de auto -
avaliação antes de consultar as soluções fornecidas. A avaliação encontra - se no final desta
unidade

A unidade é válida por 3 meses. Os estudantes que não tenham sido aprovados à
disciplina (tenham interrompido o curso ou reprovado), devem contactar o
Instituto. Esta recomendação prende-se ao facto de os materiais serem revistos e actualizados
com vista a acomodar as mudanças do dia-a-dia e providenciar uma maior percepção
aos nossos discentes. Especificamente, esta unidade faz uma revisão dos fundamentos
básicos de Matemática que o estudante deve saber.

Objectivos da unidade

No fim desta unidade, o discente deve ser capaz de:

 Resolver diferentes tipos de equações e inequações;

 Entender os métodos de classificação e cálculo algébrico para vários tipos de


sistemas de equações

66
Recurso de aprendizagem

4.1. Equações lineares em uma variável


Os
mais simples para resolver equações são equações lineares que têm apenas uma variável.
El
es contêm apenas os números constantes e uma única variável sem um expoente.
E
quação: é toda sentença matemática aberta, representada por uma igualdade, em que exista
u
uma ou mais letras que representam números desconhecidos.

4.1.1.Equações do 1º grau com uma variável


Forma geral: ax  b  0 , em que x representa a variável (incógnita) e a e b são números
racionais, com a  0. Dissemos que a e b são os coeficientes da equação. (ax = b, é a forma
mais simples da equação do 1º grau)
Por exemplo: 2x  4  12 .
A técnica central é adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir ambos os lados da equação pelo
mesmo número (principio de equivalência) de modo a isolar a variável de um lado da
equação. Uma vez que a variável é isolado, o outro lado da equação é o valor da variável.
Por exemplo, subtraindo 4 a partir de ambos os lados na equação acima:
2x  4  4  12  4 pode-se simplificar para: 2x  8
2x 8
Dividindo ambos lados por 2:  simplifica para a solução: x  4 .
2 2
c b
O caso geral, ax  b  c segue o mesmo procedimento para se obter a solução: x 
a
Exemplos:
1.A soma das idades de André e Carlos é de 22 anos. Descubra as idades de cada um
deles, sabendo-se que André é 4 anos mais novo que Carlos.
Solução: Primeiro passamos o problema para a linguagem matemática. Vamos tomar a letra
c para a idade de Carlos e a letra a para a idade de André, logo a  c  4 . Assim:
c  a  22
c  (c  4)  22 2c  4  22
2c  26  c  13
Resposta: Carlos tem 13 anos e André tem 13-4=9 anos.
4. A população de uma cidade A é o triplo da população da cidade B. Se as duas cidades
juntas têm uma população de 100.000 habitantes, quantos habitantes tem a cidade B?
Solução: Identificaremos a população da cidade A com a letra a e a população da cidade B
com a letra b. Assumiremos que a  3b . Dessa forma, poderemos escrever:
a  b  100000
3b  b  100000
4b  100000  b  25000
Resposta: Como a  3b , então a população de A corresponde a: a =3×25.000=75.000
habitantes.

4.1.1.1. Inequações
Chama-se inequação do 1º grau, à toda a desigualdade em que o expoente da variável é a
unidade, ou seja, a uma desigualdade envolvendo polinómios do primeiro grau.
Exemplos:
m 4 2m
1) 5x  8  3x  16 2) 6( x  5)  2(4 x  2)  100 3)  
2 3 3

4.1.1.1.1. Resolução de inequações de 1º grau


Os processos algébricos utilizados para a resolução de inequações de 1º grau são os mesmos
utilizados para a resolução de equações de 1º grau, isto é, usamos os princípios de
equivalência (princípios aditivo e multiplicativo).
No entanto, devemos estar atentos a uma questão: quando multiplicamos uma desigualdade
que envolve (>) ou (<) por (-1), devemos substituir o símbolo (>) por (<) e o símbolo (<) por
(>) para manter o sentido da desigualdade. Por exemplo, sabemos que 5 > - 3. Ao
multiplicarmos ambos os membros dessa desigualdade por (-1), obtemos 5 . (-1) > -3 . (-1),
que, sem substituir o símbolo (>) por (<) ficaria, -5 > 3, que é uma proposição falsa.
Substituindo o símbolo (>) por (<), a nova desigualdade -5 < 3 é equivalente a primeira 5 > -
3.
Exemplos: Resolva as inequações abaixo:
m 4 2m
a) 5x  8  3x  16 b) 6( x  5)  2(4 x  2)  100 c)  
2 3 3
(3) (2) ( 2)

5x  3x  16  8 6 x  30  8x  4  100 3m  8  4m
2 x  24  2x  66 3m  4m  8
x  12 x  33 m 8
x ]12,[ x  [33,[ m  8
m ]  ,8]

4.1.2. Equações do 2º Grau


Denomina –se equações do 2º grau ou equações quadráticas às da forma
ax 2  bx  c  0 , em que a, b e c são números reais e a  0 .a é o coeficiente de x2, b é o
coeficiente de x e c é o termo independente.
ax2 + bx + c = 0; a, b, c IR e
Exemplos:

a  2 x2  5  0 a 1
2x  3x  6  0
2
b  3 ou b0
c  6 x 2  0x  5  0 c5

x2
x 0 a  1
3 a 1
3 1
b  1  x  9x   0 b9
2
ou
3
1 2 c0 c  1
x  x  0  0 3
3

Uma equação diz-se completa se b e c forem diferentes de zero e no caso contrário,


temos uma equação incompleta. Quando uma equação do 2º grau tiver a forma ax 2  bx 
c  0 , diz-se que está na forma canónica.
Exemplo:
 x2- 5x + 6 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = -5 e c = 6.
 6x2 - x - 1 = 0 é um equação do 2º grau com a = 6, b = -1 e c = -1.
 7x2 - x = 0 é um equação do 2º grau com a = 7, b = -1 e c = 0.
 x2 - 36 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = 0 e c = -36.

4.1.2.1. Equações Completas


Como foi referido, temos uma equação completa se b e c forem diferentes de zero. Este
tipo de equação, resolve-se através da fórmula resolvente, que permite obter, mais
rapidamente, as soluções de qualquer equação do 2º grau.
Exemplos:x² - 9x + 20 = 0 e -x² + 10x - 16 = 0 são equações completas.
b  b 2 4ac
x1 / 2  e   b 2  4ac
2a
É chamado o binómio descriminante. Sendo muito útil para determinarmos quantas
soluções têm as equações de 2º grau.

0 A equação não tem soluções reais.


 0 A equação tem uma só solução real (solução dupla).

 0 A equação tem duas soluções reais e diferentes.

Exemplos: x 2 3x 4  0
 (3) 2 4 1  (4)  9  16  25

(3)  25 3 5
x 
2 1 2 Portanto, S = {-1, 4}
3 5 3 5
x  4 x   1
2 2
a 1
x 4x  3  0 b  4
2

c3

b  b 2 4ac
x 
2a
4  42 4.1.3
x 
2.1
4  16 12
x
2
4  4
x
2
42
x  3
4 2 2
x S = {1, 3}
2 4 2 2
x   1
2 2
4.1.2.2.Equacoes Incompletas
Uma equação do 2º grau será incompleta se se verificar um dos três casos como possíveis.
ax 2  0, com b  c  0 , ax 2  c  0, com b  0 e ax 2  bx  0, com c  0
Exemplos:
 x² - 36 = 0  x² - 10x = 0  4x² = 0
(b = 0) (c = 0) (b = c = 0)

x 2 16  0  ( x 4)( x  4)  0  x 4  0  x  4  0  x  4  x  4 . S ={-4, 4}

x 2 2 x  0  x( x 2)  0  x  0  x 2  0  x  0  x  2 . S = {0, 2}
9
3x 2  9  0  x 2   x 3.
3

4.1.2.2. Inequações
Para resolver inequações do 2º grau é necessário:
1 – Determinar as raízes da equação correspondente;
2 – Representar graficamente a função a partir dos pontos determinados com o cálculo das
raízes e com a análise do coeficiente a;
3 – Aplicar os conceitos de estudo do sinal;
4 – Analisar os resultados e obter a resposta da inequação.
Exemplos: Resolva as seguintes inequações:
a)  2 x 2  4 x  30  0 .

1º passo: Determinar as raízes (zeros).

Aplicando a Fórmula Resolvente à equação “  2 x 2  4 x  30  0 ”…

4  (4) 2  4 2 (30) 4  16  240 4  256


x  x x x = –5  x = 3
2(2) 2(2) 4

Factorizando:  2x 2  4 x  30  2( x  5)( x  3)

2º passo e 3º passo: Fazer o esboço e o estudo do sinal da função

Características do gráfico:
 A parábola é aberta para baixo, pois o coeficiente de “ x 2 ’’ é negativo.
 A parábola corta o eixo dos xx’ nas abcissas “– 5 “ e “3” (raízes da equação).
4º passo: Escrever o conjunto solução.

 2 x 2  4x  30  0  x ]  ,5[]3,[

b) 3x 2  18 x  21  0
1º passo: Determinar as raízes (zeros).

Aplicando a Fórmula Resolvente à expressão “ 3x 2  18 x  21  0 ”…

 18  (18) 2  4  3   18  324  252  18  576


x  x  x 
(21) 23 6
2(3)
18 24
x x = –7  x = 1
6

Factorizando: 3x 2  18x  21  3( x  1)( x  7)

2º e 3º passos: Fazer o esboço e o estudo do sinal da função.

Características do gráfico:
 A parábola é aberta para cima, pois o coeficiente de “ x 2 ’’ é positivo.
 A parábola corta o eixo dos xx’ nas abcissas “– 7 “ e “1” (raízes da equação).
4º passo: Escrever o conjunto solução.

3x 2  18x  21  0  x ]  ,7]  [1,[

4.1.3. Equações do Terceiro Grau


Em Matemática, uma equação cúbica ou equação do terceiro grau é uma equação
polinomial de grau três, isto é, toda a igualdade que pode ser escrita na forma
ax 3  bx 2  cx  d  0 em que a  0

Exemplo: 2x3 − 4x2 + 3x − 4 = 0


Observe que, como sempre é possível dividir a equação por a, pode-se supor que o
coeficiente de x 3 é igual a 1.Para a resolução deste tipo de equações podemos considerar os
seguintes casos:
Se d = 0 a equação tomará a forma ax 3  bx 2  cx  0
 põe-se x em evidência;
 lei do anulamento do produto;
 fórmula resolvente.

Se c = 0 a equação tomará a forma ax 3  bx 2  d  0


 regra de Ruffini;
 fórmula resolvente.
Se b = 0 a equação tomará a forma ax 3  cx  d  0
 regra de Ruffini;
 fórmula resolvente.

Se b = 0 e c = 0 a equação tomará forma ax 3  d  0


 resolve-se da forma usual.
Se b = 0 e d = 0 a equação tomará a forma ax 3  cx  0
 põe-se x em evidência;
 lei do anulamento do produto;
 se c > 0 então a equação é impossível
e se c < 0 então a equação tem duas soluções.

Se c = 0 e d = 0 a equação tomará a forma ax 3  bx 2  0


 põe-se x 2 em evidência;
 lei do anulamento do produto;
 resolve-se da forma usual.
Se b = 0, c = 0 e d = 0 a equação tomará a forma ax 3  0
 resolve-se da forma usual.
Se b, c, d  0 a equação tomará a forma ax 3  bx 2  cx  d  0
 regra de Ruffini;
 lei do anulamento do produto;
 fórmula resolvente.
4.1.4. Equação biquadrada
Chama – se Equação Biquadrática é aquela que pode ser definida na forma
ax 4  bx 2  c  0 ,
em que a  0 . O seu modo de resolução consiste em introduzir uma nova variável que toma
a forma x  y .
2

Deste modo teremos: ay 2  by  c  0 , que é uma equação do segundo grau. Após resolvê-
la, acham-se y1 e y 2 . As raízes da equação biquadrática serão obtidas por x 2  y1 e x 2  y 2 .
Do mesmo modo, para qualquer equação ax  bx  c  0 , pode-se usar x  y , obter as
2n n n

raízes da equação ay 2  by  c  0 e obter x n  y1 e x n  y 2 . Se n for par, suas soluções reais


serão x   n y e se n for ímpar, elas serão x  n y
Exemplos:
Determine as raízes da equação biquadrada x 4  13x 2  36  0 .
Solução: Substituindo x4 por y2 e x2 por y, temos:
y2- 13y + 36 = 0
Resolvendo essa equação, obtemos:
y'=4 e y''=9
Como x2= y, temos:

Logo, temos para conjunto verdade: V={ -3, -2, 2, 3}.

Exemplo2:
Determine as raízes da equação biquadrada x4 + 4x2 - 60 = 0.
Solução: Substituindo x4 por y2 e x2 por y, temos:
y2 + 4y - 60 = 0
Resolvendo essa equação, obtemos:
y'=6 e y''= -10
Como x2= y, temos:

Logo, temos para o conjunto verdade: .

4.1.5. Equações Irracionais


Observe que todas elas apresentam variável ou incógnita no radicando. Essas equações são
chamadas irracionais, ou seja, equação irracional é toda equação que pelo menos uma
variável ou incógnita aparece no radicando.

4.1.5.1. Resolução de Equações Irracionais


A resolução de uma equação irracional, deve ser efectuada procurando transformá-la
inicialmente numa equação racional, obtida ao elevarmos ambos os membros da equação a
uma potência conveniente (geralmente ao índice da raiz).
Em seguida, resolvemos a equação racional encontrada e, finalmente, verificamos se as
raízes da equação racional obtidas satisfazem ou não à equação irracional dada (verificar a
igualdade).
É necessária essa verificação, pois, ao elevarmos os dois membros de uma equação a uma
potência, podem aparecer na equação obtida raízes estranhas à equação dada.

4.1.6. Equações e Inequações Exponenciais


4.1.6.1. Equações Exponenciais
Chamamos de equações exponenciais, toda equação na qual a incógnita aparece em
expoente.
Exemplos:
1) 3x =81 (a solução é x=4)
2) 2x-5 =16 (a solução é x=9)
3) 16x-42x-1 -10=22x-1 (a solução é x=1)
4) 32x-1 -3 x-3x-1 +1=0 (as soluções são x’=0 e x’’=1)

Para resolver equações exponenciais, devemos realizar dois passos importantes:


1º) Redução dos dois membros da equação à potências de mesma base;
2º) Aplicação da propriedade: am  an m  n (a  1 e a  0)

Exemplos:
a)3 x=81
Resolução: Como 81=34 , podemos escrever 3x = 34
E daí, x = 4.

b)23x-1 = 322x
Resolução: 23x-1 = 322x 23x-1 = (25 )2x 23x-1 = 210x; daí 3x-1=10x, de onde x=-1/7.
c)Resolva a equação 32x–6.3 x–27=0.
Resolução: vamos resolver esta equação através de uma transformação:
32x–6.3x–27=0 (3 x)2-6.3 x–27=0
Fazendo 3x=y, obtemos: y2 -6y–27=0 ; aplicando Bhaskara encontramos y’=-3 e
y’’=9
Para achar o x, devemos voltar aos valores para a equação auxiliar 3x=y:

y’=-3 3 x’ = -3 não existe x’, pois potência de base positiva é positiva


y’’=9 3 x’’ = 9 3x’’ = 32 x’’=2. Portanto a solução é x=2

4.1.6.2. Inequações Exponenciais


Chamamos de inequações exponenciais à toda inequação na qual a incógnita aparece
em expoente.
Exemplos:
Para resolver inequações exponenciais, devemos realizar dois passos importantes:
1º) redução dos dois membros da inequação à potências de mesma base;
2º) aplicação da propriedade:

a>1 0<a<1
am>an m>n am>an m<n
(as desigualdades têm mesmo (as desigualdades têm sentidos
sentido) diferentes)

4.1.7. Equações e Inequações Logarítmicas


Chamamos de equações logarítmicas à toda equação que envolve logaritmos com
a incógnita aparecendo no logaritmando, na base ou em ambos.

Exemplos de equações logarítmicas:


log3x=5 (a solução é x=243)
log(x 2-1) = log 3 (as soluções são x’=-2 e x’’=2)
log2 (x+3) + log2 (x-3) = log2 7 (a solução é x=4)
logx+1(x2 -x)=2 (a solução é x=-1/3)

4.1.7.1. Propriedades Operatórias de Logaritmos


Observação: Existem outras propriedades de logaritmos que são consequência das
propriedades acima descritas. Os exemplos abaixo aplicam as propriedades dos logaritmos.

4.1.7.2. Equações Logarítmicas


As equações logarítmicas resolvem-se usando as propriedades operatórias dos
logarítmos.

Exemplos: Determine o conjunto solução (ou o conjunto verdade) das seguintes equações
logarítmicas.

1) log3(x+5) = 2
Resolução: condição de existência: x+5>0 => x>-5
log3 (x+5) = 2 => x+5 = 3 2 => x=9-5 => x=4
Como x=4 satisfaz a condição de existência, então o conjunto solução é S={4}.

2) log2(log4 x) = 1
Resolução: condição de existência: x>0 e log4 x>0
log2 (log4 x) = 1 ; sabemos que 1 = log2(2), então
log2 (log4 x) = log2 (2) => log4 x = 2 => 42 = x => x=16
Como x=16 satisfaz as condições de existência, então o conjunto solução é S={16}.
3) log5(log2x) = 0
50 = log2x Condições de Existência (C.E)
log2x = 1 x>0
x = 21
x = 2; S = {2}

4.1.7.3. Inequações Logarítmicas


Chamamos de inequações logarítmicas à toda inequação que envolve logaritmos com
a incógnita aparecendo no logaritmando, na base ou em ambos.

Exemplos:
1) log2x> 0 (a solução é x>1)
2) log4 (x+3) 1 (a solução é –3<x1)
Para resolver inequações logarítmicas, devemos realizar dois passos importantes:
1º) redução dos dois membros da inequação a logaritmos de mesma base;
2º) aplicação da propriedade:
a>1 0<a<1

loga m>logan m>n>0 loga m>loga n 0<m<n


(as desigualdades têm mesmo (as desigualdades têm sentidos
sentido) diferentes)

Exemplos:
1) log2(x+2) > log2 8
Resolução: Condições de existência: x+2>0, ou seja, x>-2 (S1)
Como a base (2) é maior que 1, temos: x+2>8 e, daí, x>6 (S2)
O conjunto solução é S= S1 S2 = {x  IR| x>6}.

2) log2(log3 x)  0
Resolução: Condições de existência: x>0 e log3 x>0
Como log2 1=0, a inequação pode ser escrita assim: log2 (log3 x) log2 1
Sendo a base (2) maior que 1, temos: log3 x  1.
Como log3 3 = 1, então, log3 x log3 3 e, daí, x  3, porque a base (3) é maior que 1.
As condições de existência estão satisfeitas, portanto S={x IR| x  3}.

4.2. Equações e Inequações Modulares


4.2.1. Equações Modulares
As equações modulares são resolvidas através da aplicação de algumas propriedades que
estarão definidas a seguir, dando continuidade às propriedades citadas anteriormente:
M7 x a xa ou x 
a M 8 x  y x y ou x
 y M 9 x  a  x 2  a2
M 10 x  y x2 
2
y

Para justificarmos as propriedades M9 e M10 é necessário que lembremos da seguinte


propriedade:

aba 2
 b 2 , a, 
R 

De modo semelhante podemos justificar ambas propriedades, lembrando que x 2  x 2 e

que a  0 , então teremos:

x  a  x 2  a2  x 2  a2

Observação:
Se a  0 x  a  x  a ou x  a, e Se a  b  a  b ou a 
b

4.2.2. Inequações Modulares


Para resolver as Inequações modulares aplicam-se algumas propriedades do módulo que
serão definidas a seguir:
M 11 Dado a R temos :
x  a  a  x 
a
M 12 Dado a R temos :
x  a  x  a ou x 
a

Ou para definição mais completa das propriedades utilizadas podemos demonstrá-las assim:
M 11' x  a  a  x 
a x  a  a  x
a
M 12 ' x  a  x  a ou x 
a x  a  x  a ou x 
a

4.3. Sistema de Equações


Nesta secção, falaremos de sistemas lineares de duas equações à duas incógnitas e três
equações a três incógnitas. Antes porém veja em seguida a definição de sistema de equações
e depois a de sistemas lineares de equações.

Definição
Sistemas lineares são conjuntos de equações lineares. Uma equação linear, por sua vez, é
toda equação que pode tomar a forma: anxn + an - 1xn - 1 + ... + a3x3 + a2x2 + a1x1 = b.
Por exemplo, 5x + 2y + z = 12 ou 0,2x - 15y = 0. Na equação linear sempre aparecem
coeficientes e variáveis. No primeiro exemplo, os coeficientes são 5, 2 e 1 (implícito), e as
variáveis são x, y e z.
As equações lineares podem ter um grupo de valores que, substituindo as variáveis, as
tornam verdadeiras. Por exemplo:
O conjunto de valores (2,1,0) torna essa equação verdadeira:
Os valores que tornam a equação linear verdadeira são chamados soluções da mesma.
O sistema linear é composto por duas ou mais equações, geralmente apresentadas

f ( x, y, z,...)  0
no seguinte formato: g ( x, y, z,...)  0
........

Para estas equaçõe, podem haver um conjunto de valores que só serão a solução do sistema
se forem solução de cada equação. Assim, o sistema abaixo chama-se

4.3.1.Sistema de equações do 1º grau a duas incógnitas


ax  by  c
a1 x  b1 y  c1
Exemplos:
x y 5 3x  y  10
a) b)
2x  y  9 x  y  18
O par ordenado que verifica ao mesmo tempo as duas equações é chamado solução do
sistema. A solução de um sistemas de equações é um conjunto de pares ordenados que são
indicados por S.
x  y  10
Por exemplo, o par (7,3) é solução do sistema
x  3 y  2

7  3  10
Pois verifica as duas equações. Ou melhor:
7  3.(3)  2

4.3.1.1.Resolução de Sistemas de Equações do 1° Grau


Os processos ou métodos mais comuns são: o método da substituição, método da adição,
método da comparação, além do método gráfico.
4.3.1.1.1.Método da Substituição
Este método, consiste em isolar uma das incógnitas numa das equações e substituir na outra.
x y 7
1º exemplo: Resolver o sistema
x  y 1
1º passo: Isola-se uma das incógnitas em uma das equações. Vamos isolar x na 1ª equação:
x y 7 x 7y

2º passo: Substitui-se, a expressão encontrada no passo 1, na outra equação. Obtemos


então uma equação do 1º com apenas uma incógnita
x  y 1
(7  y)  y  1
7  y  y 1
7  2y 1
3º passo: Resolvemos a equação obtida no 2º passo:
7  2y 1
2 y  1  7
2 y  6
6
y
2
y3

Obtendo, assim, o valor de y.


4º passo: (Para encontrarmos o valor de x) Substitui-se o valor encontrado no 3º passo em
qualquer uma das equação iniciais.
x y 7
x  (3)  7
x  7 3
x4
5º passo: Por último, escrevemos a solução do sistema: S = {(4,3)}.
x  2y
Exemplo 2: Resolva o sistema
2x  5 y  3
Passo1 : x  2 y
Passo 2 :
2x  5 y  3 2(2 y)  5 y  3 4y  5y  3 1y  3
Passo 3 :  y  3 y  3
Passo 4 : x  2 y
x  2.(3)
x  6
A solução do sistema é: S  {(6, 3)}

4.3.1.1.2.Método da Comparação
Este método consiste, basicamente, em isolar a mesma variável nas duas equações e
compará-las.
x  y 1
1º exemplo: Resolver o sistema a)
x  3 y  3
1° passo) Isolando x na 1ª equação: x  y  1 x  1 y 1
2º passo: Isolando x na 2ª equação:
x  3 y  3 x  3  3 y 2
3º passo) Comparando 1 e 2, vem:
xx
1  y  3  3 y
y  3 y  3 1
2 y  4
4
y
2
y2
4º passo) Como x = 1+y, temos: x = 1+(2) onde x = 3
Conjunto-Solução: S = {(3,4)}
x  5y
Eexemplo2: Resolver o sistema
x  3 y  16
1º Passo: x = 5y 1
2º passo: Isola-se x na 2ª equação
x  3 y  16
x  16  3 y 2
3º passo: Comparando 1 e2, vem
5y = 16 – 3y
5y + 3y =16
8y = 16
y=2
4º passo: Como x = 5y, temos: x  5  2  10 . A solução é S = {(10,2)}
4.3.1.1.3.Método da Adição Ordenada
O método, consiste em somar as duas equações, mas isso deve ser feito sempre de modo a
eliminar uma das variáveis na nova equação obtida. ou seja, é preciso chegar a uma só
equação, com uma só incógnita. Para que isso ocorra, é necessário que existam termos
opostos nas duas equações (em relação a uma mesma letra...).
5x  3 y  15
Exemplo 1: Considere o sistema
2x  3y  6

Observe que a equação 1 tem o termo -3y, e a equação 2 tem o termo +3y (oposto de -3y).

Esse fato nos permite obter uma só equação sem a incógnita y, somando as duas equações
membro a membro.
5x  3 y  15 Como  3 y  3 y  0, o y desaparece.


2 x 3 y 6 Aí , fica tudo mais fácil !
7 x  0  21
7 x  21
x3
Agora, é só substituir o valor de x em uma das equações do sistema:
5x  3 y  15
5.(3)  3 y  15
15  3 y  15
3 y  15 15
3 y  0
y0
A única solução do sistema é o par (3,0)
2 x  5 y  16
Exemplo 2: Vamos resolver o sistema
3x  2 y  2
Aqui, seria inútil somar imediatamente as equações. Como não observamos termos opostos
(que somados resulta 0), nenhuma letra desaparece, mas, podemos obter termos opostos.
Veja que o MMC entre 5 e 2 (coeficientes de x nas duas equações) é 10. Daí, multiplicamos
a 1ª equação por 2 e a 2ª equação por -5:

2 x  5 y  16  (2) 4 x  10 y  32
3x  2 y  2  (5) 15x 10 y  10
E como +10y –10y = 0, vem:
4x  10 y  32

15x 10 y 10
11x  0  22
11x  22
22
x
11
x  2

Agora, levamos x = -2 na 2ª equação para encontrar o valor de y:


3x  2 y  2
3(2)  2 y  2
6  2 y  2
2y  2  6
2y  8
y4
A solução é o par (-2,4).
3x  y  3
Exemplo 3: Resolva pelo método da adição o sistema
3x  4 y  30

Vamos tornar opostos (ou simétricos) os coeficientes em x. Para isso, basta multiplicar a
primeira equação por -1 (não mexer na 2ª):
3x  y  3 .(1) 3x  y  3

3x  4 y  30 .(1) 3x 4 y 30
3 y  27
De 3y = 27, tiramos y = 9.
Substituindo y = 9 na 1ª equação:
3x  y  3
3x  (9)  3
3x  3  9
3x  6
6
x
3
x  2
Nota importante: Podemos aplicar o método da adição de outra forma, neste caso
procurando eliminar a incógnita y multiplicando a 1ª equação por 4 e a 2ª por 1... e então
3x  y  3 .(4) 12 x  4 y  12

3x  4 y  30 .(1) 3x 4 y  30
 9x  0  18
18
De 9 x 18 , encontramos x   2 (Dá o mesmo resultado!). Portanto, pode-se usar o
9
processo da adição duas vezes seguidas
6a  5b  15
Exemplo 4: Resolver o sistema pelo processo da adição
7a  16b  13
Temos que o MMC(6,7) = 42. Então, multiplicamos a 1ª equação por 7 e a 2ª por 6, temos:
6a  5b  15 .(7) 42a  35b  105
7a  16b  13 .(6) 42a  96b  78
42a  35b  105

42a 96b 78
61b  183
183
b 3
61
Substituindo b = 3 na 2ª equação, vem:
7a  16b  13
7a  16.(3)  13
7a  48  13
7a  13  48
7a  35
35
a
7
a5

4.3.1.1.4. Método de Crammer


A solu ção de cada co mponent e do vector d e incógn itas é dad a pela relação de
i
dois determinantes: xi 

Onde:  = determinante d a matriz A
 i =determinante da matriz A com a i
é s i ma
colun a sub stituída pelo termo
ind ep en dente.

ax  by  c
Consid eremos o sis tema de equ ações à duas incó gn itas , os
a1 x  b1 y  c1

determin antes s erão dados po r:


a b c b a c
   a  b1  a1  b,  x   c  b1  c1  b e  y   a  c1  a1  c
a1 b1 c1 b1 a1 c1
x y
x e y 
 
2x  3 y  5
Exem plo 1: Res olver o sistema
3x  2 y  1

2 3 5 3 2 5
D   (4)  (9)  13, Dx   (10)  (3)  13 e D y   (2)  (15)  13
3 2 1 2 3 1
Dx 13 D y 13
Dx   1 e y   1
Dy  13 Dx  13

2x  y  7
Exemplo 2: Resolver o sistema .
x  5 y  2
2 1 7 1 2 7
A det A  11 A1  det A1  33 A2  det A2  11
1 5 2 5 1 2

det A2 11
 1: S  3,1
det A1 33
x  3 y 
det A 11 det A 11
x y 5
Exemplo 3: Resolver o sistema .
xy 2
1 1 5 1 1 5
A det A  0 Ax  det Ax  7 A y  det A y  7
1 1 2 1 1 2

det Ax 7 det A y 7


x  impossível y  impossível: S  
det A 0 det A 0

4.3.2.Sistemas de Três Equações a três Incógnitas


A regra de Crammer é empregada para resolver um sistema linear em que o número de
equações é igual ao número de incógnitas.
Seja o sistema de 3 equações e 3 incógnitas:

Considere:
 O determinante da matriz incompleta:
 Os determinantes DX,DY e DZ que se obtêm de DA substituindo, respectivamente, a
1ª coluna (dos coeficientes de x), a 2ª coluna (dos coeficientes de y) e a 3ª coluna
(dos coeficientes de z) pela coluna dos termos independentes.

x y z


Os valores são dados por: x  ,y  e z
  
x1  2 x 2  x3  0
Exemplo: Resolver o sistema 3x 1  4x 2  5x3  10 .
x1  x 2  x3  1
1 2 1
A  3 4 5 det A  4  10  3  4  5  6  12
1 1 1
0 2 1
A1  10  4 5 det A1  0  10 10  4  0  20  24
1 1 1
1 0 1
A2  3 10 5 det A2  10  0  3  10  5  0  12
1 1 1
1 2 0
A3  3  4 10 det A3  4  20  0  0 10  6  0
1 1 1
det A1 24 det A2 12 det A3 0
x1   2 x 2    1 x3   0
det A  12 det A  12 det A  12
S  2,1,0

4.3.2.1.Classificação de Sistemas
 Sistema Possível Determinado
Admite uma só solução (um único par ordenado verifica as duas equações
simultaneamente). D  0

 Sistema Possível Indeterminado


Admite uma infinidade de soluções (quando se obtém uma condição universal; as duas
equações transmitem a mesma informação – são equivalentes).
D0
e
D x  D y  ...  Dn  0
 Sistema Impossível
 Não admite nenhuma solução (quando se obtém uma condição impossível); não há
D0
soluções simultâneas para as duas equações. e
pelo menos um det .  0

determinado (solução única)


possível
Sistema indeterminado ( infinitas soluções )
impossível ( sem solução )
3x  my  2
Exemplo 1: Discutir o sistema .
x  y 1
3 m 2 m 3 2
A det A  3  m A1  det A1  2  m A2  det A2  1
1 1 1 1 1 1
Fazendo: det A  0 3  m  0 m  3 det A1  0 2  m  0 m  2
Resposta: SPD m  3 (sistema possível e determinado)
SPI m (sistema possível e indeterminado), pois det A2 = 1 para qualquer valor dem
SI m  3 (sistema impossível).
xy  2
Exemplo 2: Determinar m, de modo que o sistema x  my  z  0 seja incompatível.
x yz  4
1 1 0 2 1 0

A 1 m 1 det A  m  1 Ax  0 m 1 det Ax  2m  6


1 1 1 4 1 1
1 2 0 1 1 2
Ay  1 0 1 det Ay  4 Az  1 m 0 det Az  6m  6
1 4 1 1 1 4
Fazendo: det A  0 m 1  0 m  1 , det Ax  0 2m  6  0 m  3 e
det Az  0 6m  6  0
m  1
4 4 0
Para m = –1, teremos: x   (impossível), y   (impossível) e z  (indeterminado).
0 0 0
Resposta: SI m  1
3x  2 y  0
Exemplo 3: Verificar se o sistema é determinado ou indeterminado.
x y 0

3 2 0 2 3 0
A det A  5 Ax  det Ax  0 Ay  det Ay  0
1 1 0 1 1 0

Como det A  5  0 , o sistema é determinado.


det Ay
 0 S  0,0 
det Ax 0 0
Vamos achar a solução: x   0 e y 
det A 5 det A 5

Tarefas
1.Resolver as equações:
14
a) 2x  4  10  2x  14  x  7
2
b) 2y + 15 - y = 22
c) x  2  6
x 2  6  x 2  6  8 x  2  6  4
ou
V  8;4
d)
x  3  4x  1 x  3  4 x  1 ou x  3  (4 x  1)
 x  4 x  3  1 ou x  3  4 x  1
2 4
x ou x 
 3 5


2 4
V  ; 
3 5

a 5
e) 5x  x  0
2
b  1
c0

b  b 2 4ac
x 
2a
  1   12  4.5.0
x 
2.5
1  1 0
x
10
11  2 1
1  1 x   
x 10 10 5
10
1 1 0
x   0
10 10
1
Solução: x e x0
5
f) .

y2 - 3y = -2
y2 - 3y + 2 = 0
y'=1 e y''=2

g) x6 + 117x3 - 1.000 = 0.
Fazendo x3=y, temos:
y2 + 117y - 1.000 = 0
Resolvendo a equação, obtemos:
y'= 8 e y''= - 125

Logo, V= {-5, 2 }.

h) )9 x = 1
Resolução: 9 x = 1 9 x = 90 ; logo x=0.

i)logx(x + 6) = 2
x2 = x + 6 Condições de Existência (C.E)

x2 – x – 6 = 0 x+6>0 x>–6
= (– 1)2 – 4.1.(– 6) = 25 1 x>0

! "# $%&%"& & '( ) * +S = {3}.


2. Encontre o conjunto solução dos seguintes sistemas de equações usando os métodos
indicados:
a)Método de substituição.
2x  5 y  13 2 x  13  5 y
 2x  2x 7 y  23  13  5 y 12 y  36
 2x  7 y  23
2 x  7 y  23
36
y  3  2 x  13  5  3  y  3  x  1
12
1,3
b) ?@ ")" ) A 55 &
 x  4y  9
2x  4 y  6
1 4
   (1)(4)  2  4  4  8  4
2 4
9 4
x   9  (4)  (6)  4  36  24  12
6 4
1 9
y   (1)  (6)  2  9  6  18  12
2 6
x 12 y 12
x   3  y   3
 4  4
3,3

Leituras Obrigatórias

Recomenda-se aos estudantes a seguinte bibliografia:


ABRANTES, Paulo & CARVALHO, Raul Fernando. O Novo Manual do 11º ano. 1ª
Edição, Lisboa, 1991.
DOMINGOS, M. Engrácia, FERNANDES, Télio T. Eu e a Matemática, Livro Guia 5.11º
ano - 2º Edição. Volume 1 Edições ASA, Porto, 1998.
FAGILDE, Sarifa A. Magide. Manual de Matemática para o 11º ano. 1ª Edição, Maputo,
2006.
GARCIA, Madalena, OSÓRIO, Alfredo & RUIVO, António. Compêndio de Matemática.
11ºano - 1º Volume, Porto Editora, 1991.
JEQUE, João. Texto de Apoio a 11ª Classe. Escola Secundária Josina Machel. Maputo,
90
2007.
MOMADE, Saide& OSSOFO, Abudo. Lógica e Teoria de Conjuntos. Universidade
Pedagogica. Rio de Janeiro, 2010.
NEVES, Armando, AUGUSTO, Maria e GUERREIRO, Luís. Matemática: Álgebra,
Geometria e Números. 1ª e 2ª Partes, 8º Ano, Porto Editora 1ª Edição, 2008.
VARELA, Alvarino. Manual de Matemática II. Monitor InternationalSchool, Maputo,
2008.

Resumo da Unidade
Nesta unidade, você aprendeu os conceitos básicos de: resolução de equações, Inequações
e da resolução e classificação de sistemas de equações.

Sistema de Equações é um conjunto de equações que pode ter ou não uma solução comum.
Existem Problemas conducentes à sistemas de equações que segundo cada problema pode
ser resolvido por Sistemas de três equações e três incógnitas ou por Sistemas de duas
equações e duas incógnitas ou ainda por Sistemas não Lineares
Os conceitos estudados nesta unidade, poderão ser aplicados na vida prática, no seu ramo de
actividade e lhe ajudarão a compreender os conteúdos que serão leccionados nas unidades
seguintes.

Auto-avaliação

1) Resolva as equações:
i) Equações do 1º grau
x 3 7 x 1 y 1 1 y 1
4 x  5  3x  2 x  9  2 x     1 1 1
x x  x
1
4 2 3 1 y 2 1  y 15 5 30 3 15
112x  3  43x  2   4 2x  1  7
ii) Equações do 2º grau
ax 2  3ax  0
x a2  x a 2  4a 7 x 2  2x  3x 2  x 1 4x  3.4x  3  8x.x  2  17
a a
iii) Equações Exponenciais
x 1 1 2 x
3 9
3x-5
= 27 1-x
5 2x-1
=1 6.7 -x+2
= 294 = 4x = 3
32
2 4

91
iv) Equações Logarítmicas
logx729 = 3 log3(2x + 31) = 4 log5x+1 = log 52x–3 log32x + 7 + log3 x – 1 = 5 log5 x+10 = 1 +
log25 2x–5
log4x + 6 – log2x – 6 = 0
v) Equações Modulares
x 3 1
2x  1  x  2  1 sendo x  x 1  3
2x  1 2
2.Aplicando o método que achar conveniente, resolva os seguintes sistemas:
y
xy 3 x  y  10 3x  2
x  3y x  2y 2
a) b) c) d) e)
2x  y  9 x  2 y  10 2x  y  8 3x  5 y  55 x y
 1
3
x  2y  z  2 x  y  10  0
f) 2 x  y  3z  9 ( x z 5  0
3x  3 y  2z  3 y z 3  0
x y 1 mx  ny  1
3. Calcular m e n de modo que sejam equivalentes os sistemas: e
2x  y  5 nx  my  2
3x  my  2
4. Discutir o sistema
x  y 1

Chave de correcção

ii) a)0,3 b) a, a c) NTS d ) NTS


1
1. i) a)2 b)-29 c)3 d)
2

1 5
iii) a)2 b)0 c) d) iv) a)9 b)40 c)4) d )10 e)15 f ) NTS
3 6

1 4
v) a)  ,3 b)  2, c) 2,4

3 3
2. a)(4,1) b)(6,2) c)(6,4) d )(10,5) e)(1,2) f )(1,2,3) g )(6,4,1)

3. m = 0 e n = 1

4. SPD m  3 (sistema possível e determinado)


SPI m (sistema possível e indeterminado), pois det A2 = 1 para qualquer valor de m
SI m  3 (sistema impossível)

92
UNIDADE V: FUNÇÕES

Introdução
A Unidade V da disciplina de Matemática I trata das funções. Certamente que, você se
relaciona com colegas de escola, trabalho, vizinhos e igreja. Falar de uma função é o mesmo
que falar de uma relação ou relações.

Esta unidade, começa por fazer uma breve revisão das relações de modo que esteja a par do
que se está tratando, facilitando assim a sua compreensão.

Esta unidade, permite – lhe distinguir as funções, resolver exercícios, sistematizar e aplicar os
conhecimentos na sua vida diária.

Caro estudante, resolva os exercícios práticos, pois eles ajudarão na consolidação do


conhecimento.

Objectivos da unidade

No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:


 Identificar uma função real de variável real;
 Diferenciar as funções tendo em conta o estudo de cada;
 Aplicar os conceitos de funções na resolução de problemas concretos.

Recurso de aprendizagem

5.1. Noções de Funções


Vamos assumir que a Inês foi passar férias na praia de Xai - Xai e resolveu registar
temperaturas durante algumas horas do dia 17 de Dezembro 2011. Com os dados que obteve
construiu o seguinte diagrama.
Temperaturas em Xai - Xai (17 de Dezembro de 2011).

T(oC) 23 25 32 35
H(horas) 5 8 10 12
Estabeleceu-se aqui, uma correspondência entre os conjuntos H e T que se representou por f.
à esta correspondência chama-se função.

Definição 5.1. Dá-se o nome de função a uma correspondência entre um conjunto A e um


conjunto B que à cada elemento de x do conjunto A faz corresponder um e um só elemento de
93
y do conjunto B. Caso contrário, ela só será aplicação, mas não função.
Observação 5.1. Para que uma relação f : A  B seja considerada aplicação ou função, é
necessário que:
 Todo o elemento x  A 6 participe de pelo menos um par ( x, y)  f ;
 Cada elemento x  A 6 participe de apenas um único par ( x, y)  f ;
5.1.1. Domínio e Imagem
Considerando que toda função f : A  B é uma relação binária então, tem um domínio e
imagem. uma

Definição 5.2. Chama-se domínio, o conjunto dos elementos x  A para os quais existe y  B
tal que ( x, y)  f . Representa-se por D f . Pela definição de função temos que:
Domínio = Conjunto de partida. Isto é D f  A

Definição 5.3. Chama-se imagem ao conjunto dos elementos x  A para os quais existe
y  B tal que ( x, y)  f . Representa-se por Im. Então:
Im = Subconjunto do contradomínio. Isto Inn  B ;

Da figura 5.1, podemos afirmar o seguinte:


 Todos os elementos do primeiro conjunto estão envolvidos na correspondência;
 Cada elemento do primeiro conjunto tem um e um só correspondente no segundo
conjunto;
 O conjunto A – conjunto de partida – é o domínio da função;
 O conjunto B – conjunto de chegada da função – é o contradomínio da função;
 Os elementos do domínio designam-se por objectos e os respectivos elementos do
contradomínio designam-se por imagens;
 O conjunto Im(f) é o conjunto dos elementos de B aos quais foram associados
elementos Im( f )  {y  B : y f (x) para a lg um x  A} de A.

5.1.2. Modos de definir uma função


Uma função pode ser definida por uma tabela, por um gráfico, diagrama ou por uma

94
expressão analítica.
1) Tabela
Consideremos o vencimento mínimo de 1, 2, 3, 4 trabalhadores em Moçambique:
@ 3 #$ ? 3 $ +
, )'" )# & 5 & 5 & 5 & 5
2) Expressão Analítica
A função x ,x + 3 pode ser escrita da forma:
x f (x) = x + 3
x y = x + 3 ou f(x) = x + 3
.
1) Gráfico
Definição 5.4. O gráfico de uma função f : A  B, dada y  f ( x) , é o conjunto dos
como
pontos do plano cujas coordenadas no sistema cartesiano rectangular são dadas por ( x, f ( x))
, onde x  A . Para isto, construímos um quadro ( x, f ( x)) , atribuindo a x valores
convenientes.
Exemplo 5.1. Representar graficamente a função y  f ( x)  3  x, x  [0,3]
Resolução

.
f ( x)  3 x

2) Diagrama

5.1.3. Função Real de Variável Real


Definição 4.5. Chama-se função real de variável real a uma função cujos domínio e
contradomínio são conjuntos de números reais.
95
5.1.4. Zero de uma Função
Definição 4.6. Zero de uma função é todo o objecto que tem imagem nula.

5.2. Características das Funções


Depois de apresentar o conhecimento elementar sobre funções, agora vamos aprofundar o
estudo das funções. Nesta secção, começamos por definir a função, em seguida apresentamos
as diferentes características das funções, finalmente fizemos uma presentação detalhada dos
diferentes tipos de função. Especificamente, você vai aprender nesta secção, as funções do 1º
grau, 2º grau, exponenciais, logarítmicas, modulares e outras.

Definição 5.7. Chama-se função a qualquer aplicação em que todo elemento do conjunto de
partida corresponde a um só elemento do conjunto de chegada, isto é, cada objecto deve ter
uma única imagem.

5.2.1. Domínio e Contradomínio de Funções:


O domínio de uma função são valores, que fazem com que a função exista e tenha sentido. O
domínio depende do tipo de função.

1) Funções polinomiais: o domínio é sempre pertencente a IR, salvo se for condicionado, daí
a condição já o classificará IR.

2) Funções racionais fraccionárias: o domínio é feito de todos valores excepto os que


anulam o denominador.

3) Funções radicais: neste grupo de funções, o domínio depende do índice do radical:


 Quando o índice do radical for ímpar, o domínio será sempre IR.
 Quando o índice do radical for par, o domínio determinar-se-á protegendo que o
radicando seja maior ou igual a zero.

4) Funções exponenciais: o domínio é sempre IR.

5) Funções logarítmicas: o domínio determina-se protegendo o logaritmando para que seja


maior que zero.

6) Funções trigonométricas
 Função seno e co-seno: o domínio é sempre IR.
 Função tangente e co-tangente: o domínio é tal que depende da exclusão dos valores
que anulam o denominador.

Exemplo 5.2. Considerando os gráficos abaixo:

96
O estudo do domínio de funções não se restringe por aqui, será ainda tratado à medida que vai
se estudando cada uma das funções na sua especificidade. No estudo de funções, abordam-se
as diferentes maneiras de tratar as funções.
5.2.2. Monotonia de Funções
Seja I um intervalo qualquer da recta e f uma função definida em I. Sejam x1 e x 2 com x1  x 2
dois pontos quaisquer de I. Uma função diz-se monótona se for crescente ou decrescente.

Definição 4.8. Dissemos que f é uma função monótona crescente em I, quando


f ( x1 )  f ( x 2 ), ou seja, à medida em que aumenta o valor de x, dentro do intervalo I, as
imagens
correspondentes também aumentam.

Definição 4.9. Dissemos que f é uma função monótona decrescente em I quando


f ( x1 )  f ( x 2 ), ou seja, à medida em que aumenta o valor de x, dentro do intervalo I, as
imagens
correspondentes vão diminuindo. A figura 4.4 ilustra essas duas situações

Observação 5.2: Existem funções constantes. Estas funções, são aquelas que para qualquer
valor de xo valor correspondente do yé o mesmo ou vice-versa. Elas são paralelas ao eixo dos
xou ao eixo dos y.

97
5.2.3. Classificação de Funções
Definição 5.10. Uma função f diz-se injectiva se quaisquer dos elementos diferentes do seu
domínio tiverem imagens diferentes.
x1  x 2 f ( x1 )  f ( x 2 )
Geometricamente: Uma função é injectiva se ao traçarmos uma recta horizontal (paralela ao
eixo dos x) em qualquer ponto, esta recta intersectar o gráfico da função somente em um único
ponto.

Definição 5.11. Uma função diz-se sobrejectiva se o contradomínio da função coincider com o
conjunto de chegada.
CD f  c.chegada
Definição 5.12. Uma função diz-se bijectiva se for injectiva e sobrejectiva simultaneamente.

5.2.4 Paridade de Funções


Quanto à paridade, uma função pode ser par, ímpar ou nem par nem ímpar.

Definição 5.13. Uma função diz-se par se os objectos simétricos corresponderem à


mesma imagem.
f ( x)   f ( x)
e geometricamente, elas serão simétricas em relação ao eixo oy.

Definição 5.14. Uma função diz-se ímpar se os objectos simétricos corresponderem à


imagens também simétricas.
f ( x)   f ( x)
Geralmente, as funções ímpares são simétricas em relação à origem do sistema cartesiano
ortogonal (S.C.O) ou ainda, simétricas em relação aos bissectores (- primeiro e
terceiro quadrantes ou segundo e quarto quadrantes- . ).

5.2.5. Periodicidade de Funções


Definição 4.15. Uma função diz-se periódicase em intervalos iguais do seu domínio quando
ela toma o mesmo carácter. O valor do x terminal deste carácter, denomina-se por período e o
primeiro deles chama-se período principal.

5.3. Operações com funções


Sejam f e g duas funções definidas num mesmo conjunto.
1) Soma das funções:
A função s definida em A, tal que s( x)  f ( x)  g ( x) recebe o nome de função SOMA de f e
g

Exemplo 5.3. Seja f ( x)  x 3 e g ( x)  3x 2  2 , com x  IR , então a função s definida em


IR, tal que s( x)  x 3  x 2  2 é a soma de f e g.

2) Produto de funções:
A função p definida em A, tal que p( x)  f ( x)  g(x) recebe o nome de função PRODUTO de
fcomg.

Exemplo 4.4. Seja f ( x)  x 3 e g ( x)  3x 2  2 , com x  IR , então a função p definida em


IR, tal que p( x)  x 3  (3x 2  2)  3x 5  2 x 3 é o produto de f eg.

3) Divisão de funções:
/
Se g ( x)  0 para x  A . A função q definida em A, tal que q(x) = é o quociente de f e g.
0

Exemplo 4.5. Sejam f ( x)  x 3 e g ( x)  3x 2  5 com x  IR . A função q e definida em IR tal


x3
que q( x)  e o quociente das funções f e g.
3x 2  5

5.4. Funções do 1o Grau


Definição 5.16. Chama-se função do 1º grau a qualquer função polinomial em que a variável
é de grau não superior à unidade. Toda função que se representa na forma
y  f ( x)  ax  b
que é um polinómio de grau 1, onde a e b são parâmetros ( a, b IR ).
 Se a  0 a função é monótona crescente;
 Se a  0 a função é monótona decrescente e
 Se a  0 é constante.

O gráfico da função do 1º grau é uma linha recta.

5.4.1.Tipos de funções do 1º grau

Expressão Analítica Nome Gráfico da função

y  f ( x)  ax  b Função afim
y  f ( x)  ax, se b  0 Função linear

y  f ( x)  b, se a  0 Função constante

Exemplo 5.6. Investigue as características das seguintes funções:


a) y  f ( x)  2x
Resolução
Calculemos os pontos de intercessão com os eixos.
0
 Ox : y  0 2x  0 x  x0
2
 Oy : x  0 y  2  0 y  0 x  0
x 1 y  2 1 y  2 x 1 (1;2)

 Esboço

"

 Estudo:

1. Domínio e contradomínio: Df; x 1IR ; D’f; x1IR

2. Injectividade: É injectiva e sobrejectiva, portanto, é bijectiva.

3. Paridade: É ímpar: 2 2 2 (

4. Monotonia: a  2 ; a* + 3 2 émonótona crescente

5. Zeros da função: x = 0
6. Ordenada na origem: y = 0

x14 53 +62 7 +
7. Variação do sinal:
x14+3 562 *+

b) y  2x  5
9 9
 Ox : y = 0 2x -5 = 0 8 2x = 5 x= ( 3 +)
 Oy : x = 0 y = 2 + = 2.0-5 = -5 -5)
Esboço:

"

Estudo:

1. Domínio e Contradomínio:Df:x1IR e D’f: y1IR


2. Injectividade: É injectiva e sobrejectiva, portanto, é bijectiva (Note que cada objecto tem
sua imagem por isso ela é injectiva ; e todo objecto tem imagem daí que, ela é sobrejectiva).
3. Monotonia: a = 2: a *0 ; f(x) é monótona crescente
4. Variação do sinal:
9 9
X 1 : 53 ;2 7+ X1: 3 5; 2 *+

5. Paridade: f(- x) = 2.(- x) - 5= -2x -5. Não é par

5.5. Funções do 2º Grau


Definição 5.17. Chama-se função do 2º grau a qualquer função polinomial em que o grau não
é superior a 2. Toda função que se representa na forma
y  f ( x)  ax 2  bx  c
coma, b e c1 <= e a > +
 Se b ou c forem iguais a zero então a função diz-se incompleta.

O gráfico de uma função do segundo grau (quadrática) é uma parábola de concavidade


virada para cima se a  0 e virada para baixo se a  0 .
Exemp1o 5.7. A função y  f ( x)  2x 2 éincompleta para a  2; b  0 e c  0
Calculando os pontos de intercessão com os eixos teremos:
0
 Ox : y  0 2x 2  0 x 2  x 2   0 x0
2
 Oy : x  0 y  2  02 y  0 x  0
@A B CA C
Cv: ? = = 0 :? = f(? )= f(0 )= 2 .+ = 0
=
D ( D
Para D (D
x D E
Esboço:

Estudo:

1.Domínio e contradomínio: Df: x1IR : D’f : y1<=CA " #!

2. Injectividade: Não é injectiva; é sobrejectiva, não é bijectiva.


Para x 14 5 3 +6a função é monótona decrescente
3. Monotonia
Para x 14+3 56a função é monótona crescente

4. Zeros: =0
5. Coordenadas de vértice (CV) : ? +F ? =0

6. Ordenada na origem: y = 0.

7. Concavidade: se o valor de a*0( Positivo)– parábola virada para cima.

8. Eixo de simetria(x = ?) :x = 0.

f(-x) = 2. =

9. Paridade : f(-x) = f(x ) a função y = 2 é par.


$% & ' ' )" " ( B " ) !" g ( x)  x 2 1.

" '

a) Domínio e Contradomínio: D g : x IR ; CD g : y YV ; .


b) Zeros e Ordenada na origem:
 Ox : y  0  x 2 1  0  ( x 1)( x  1)  0 1 x  1 2 x  1
 Ox : x  0  y  g (0)  0 2 1  y  1
c) Monotonia:
X ] ,0[ 0 ] 0,  [
g ( x) -1

Variação do sinal:
X ] , 1[ -1 ]-1,1[ 1 ]1,  [
g ( x) + 0 - 0 +

d) Injectividade: Não é injectiva; é sobrejectiva, não é bijectiva.


Paridade: g (x)  (x) 2 1  x 2 1 h(x)  h( x) A função é par

!" h( x)  x  4
2
$% & ( ' )
a  1; b  0; c  4
" (
Estudo:
a) Domínio e Contradomínio: Dh : x  IR ; D´h : y  4; .

b) Zeros: x1  2 e x 2  3 . Ordenada na origem: y  4

c) Monotonia:
. ] ,0[ 0 C 0 /  D

h( x) 4

d) Variação do sinal:
. ] , 2[ ; C; / D ]2,  [
h( x) ; 6 ;

e) Injectividade: Não é injectiva; é sobrejectiva, não é bijectiva. Paridade:


h( x)  ( x) 2  4   x 2  4 h( x)  h( x) ; h( x) é par.

De uma forma resumida o gráfico de uma função do 2 º grau pode ter um dos seguintes casos:

" )

104
"

5.6. Função Exponencial


Definição 5.18.Chama-se função exponencialde base a, à toda aquela em que a variável
aparece sob a forma de expoente, ou a qualquer função que se representa na forma:
y  f ( x)  a x
com a  0 (um número positivo) e a  1 . O seu gráfico é uma hipérbole. A função:

 É crescentese a  1 ;
 É decrescentese 0  a  1 .
 Tem AH que é uma linha horizontal onde o gráfico tende a tocar mas nunca chega a
tocar o eixo das abcissas.

"

O conjunto imagem da função exponencial é o intervalo ]0,   [

Exemplo 5.10. Represente graficamente asseguintes funções:


a) y =
Resolução
Para representar graficamente esta função, é necessário antes construir uma tabela, escolhendo
valores arbitrários para a variável x, de seguida substituir na função,obter-se-á os valores de
y.
x -2 -1 0 1 2
y 1/4 ½ 1 2 4

Como é de notar, ela não admite valores negativos no eixo do yy. Isto mostra que estará

105
totalmente acima do eixo do x
Esboço:

" #

Estudo
1. Domínio e Contradomínio: Df: x1 IR; D’f ; y1 IR+
2. Injectividade: Não é injectiva; é sobrejectiva, não é bijectiva.
3. Monotonia: a* + f(x)G(é crescente).
4. Variação do sinal: totalmente positiva.
5. Paridade: f(-x) = - H a função não é par nem ímpar.
6. Zeros: não existem.
7. Ordenada na origem: y =1
8. Assímptota vertical: não existe.
9. Assímptota horizontal: y = 0.
x
1
b) f ( x) 
2
Resolução
Optamos por este exemplo porque as características de base ”a” são as que determinam se a
função é crescente ou decrescente.
Num domínio restrito teremos:
x -2 -1 0 1 2
y 4 2 1 1/2 1/4

Esboço

"

Estudo
1. Domínio e Contradomínio: Df: x  IR ; D´ f : y1 IR+.
2. Injectividade: Não é injectiva; é sobrejectiva, não é bijectiva.
3. Monotonia: 0 7 7 D f(x) é decrescente.
4. Variação do sinal: É sempre positiva.
H
5. Paridadef(-x) = não é par nem ímpar..
6. Zeros: não existem.
7. Ordenada na origem: y = 1
8. Assímptota vertical não existe.
9. Assímptotahorizontal: y = 0.

106
5.7. Função Logarítmica
A função logarítmica é a inversa da função exponencial.
Y = IJKL; a * + e a > D . Se a >1é crescente e se 0 < a < 1 é decrescente. O gráfico da
função logarítmica é uma hipérbole.
Exemplo 5.12. Faça o estudo completo das seguintes funções
a) y=IJK
x ¼ DMN 1 2 4
y -2 -1 0 1 2

Esboço

"

Estudo:y = IJK
1. Domínio e Contradomínio: Df; x1IR+; D’f ; y 1 IR
2. Injectividade:É injectiva; é sobrejectiva - é bijectiva.
3. Monotonia: é monótona crescente.
4. Variação do sinal:
x14+3 D62 7+ x 14D 3 56 2 *+
5. Paridade:f(-x) = IJK a função não é par nem ímpar.
6. Zeros: x =1.
7. Ordenada na origem: y =1.
8. Assímptota. AV ; x =0 ; AH ; y=não existe

b) y = IJK @
B

x ¼ 1/2 1 2 4
y 2 1 0 -1 -2
Esboço
y

2 x
-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Estudo:y = IJK @
B
1 .Domínio e Contradomínio:Df: x1IR+; D’f ; y 1 IR
2. Injectividade- é bijectiva.
3. Monotonia: 07 7 D f(x)
4. Variação do sinal:
x14+3 D62 * +x14D3 562 7+
H
3. Paridade: f(-x) = IJK@ a função não é par nem ímpar.
B
5. Zeros: x =1.
6. Ordenada na origem: não existe.
7. Assímptota
AV; x = 0 ; AH ; y = não existe
8. Ordenada na origem: y =1.

5.8. Funções Racionais Fraccionárias


O
Definição 5.19. Denomina –sefunção racional fraccionaria a toda função do tipoy= onde o
k>+.
O domínio destas funções são todos números reais excluindo o zero ( x> +). Podemos
verificar que quando ( C ; C ) pertence ao gráfico da função, também o ponto(- C ;- C )
O O
pertence ao gráfico da função; isto ese C então- C H P
Portanto os pontos( C ; C )e
P
(- C ;- C ) ficam em planos simétrico sem relação a origem do referencial ( I e III quadrantes),
isto quer dizer que o gráfico destas funções e simétrico em relação a origem das coordenadas.
Tendo em conta a simetria podemos construir um dos ramos do gráfico e a partir deste ramo
O
obter o outro. O gráfico da função do tipo y= chama – se hipérbole.

Q
Exemplo 5.13. Considere a função y = Ra tribuindo diferentes valores ao x tem –se
0X: y = 1 x = 1 (1;1) ; y=2 x=
0Y: x = 1 : y = 1 (1;1) ;x=2 y=

Esboço
Estudo

1.Domínio: Df: x1IR\ {0}

2.Zeros : não tem zeros

3.Variação do sinal para x*0 ; f(x) *0 Para x 70; f(x) 70

4.K *0 ; a função é decrescente

5.Paridade f não par nem ímpar

6. f é injectiva

7.AV: x=0 ; AH: y=0

5.9. Função homógrafa


L AS
Definição 5.20. Chama –se função homógrafa à toda função do tipo T AU
; com c> + e de
U
domínioDf = IR\V T
W. O estudo das funções homógrafas reduz –se ao estudo das funções do
O
tipo y= , por meio de transformações lineares. Fazendo uma translação horizontal
U L
emV T Wunidades (AH),seguida de outra vertical em V TWunidades(AV) .
L AS L O
A função T AU
pode ser transformada na forma T X
AY
A.
Exemplo 5.14.: H

A. C
Transformando H
tem – se y = 2 H
. .
0x: y = 0 8 2x + 4 = 0 8 x = -2 0y;x=08y= H8y=

109
Esboço

Estudo:

1 .Df =Z 1<=[ \ > +]3 2 <=^Z\]

2. Pontos de intercessão 0x: y = 0 8 2x + 4 = 0 8 x = -2


. .
0y ; x = 0 8 y = H
8y =

3. Zeros: 2x + 4 = 0 F x- 3 > +8 x = - 2

4. Variação do sinal f(x)*0 se x 14 53 4 _ 6\3 56f(x)70 se x14 3 \6

5 .Paridade : f não é par nem ímpar

6. f é injectiva f não é sobrejectiva f não é bijectiva


7. k*0; k=10 a função é decrescente
8. Assímptota: AV :x = 3 ;AH ; y = 2

5.21. Funções Modulares:


Definição 5.21. Chama –se função modular toda a função que se pode reduzir na formaf(x)=|
x|

De acordo com a definição do módulo de um número real pode – se escrever

` ab c +
2 V d 1 <=
` ab 7 +
A função modular e uma função definida por sentenças
Exemplo 5.15. f(x)=| x |
Separadamente traça-se o gráfico que representa cada sentença, por fim une os no mesmo

110
sistema.

Esboço

Estudo
1. Df =IR e D’f = IR+
2. Zeros x= 0
3. Variação do sinal : a função é positiva em IR\ Z+]
4. Monotonia : Parax 14 5 3 +4f(x) e
Para x16+ 3 56f(x) G
5. Extremos
A função tem um mínimo em x = 0
6. Injectividade: não é injectiva , é sobrejectiva , não bijectiva
7. Paridade f(-x) = f(x)
f(x) é par
Exemplo 2 f(x)= | x-2|

8V c
3 ab c+
Por definição | x – 2 |=V
3 ab 7+ 7
Esboço
y

0 2 x
Estudo :
1. Df = IR ; D’f = IR+
2. Zeros x = 2
3. Variação do sinal a função e positiva em todo IR\{2}
4. Monotonia:
para x 1 4 53 4 epara x 16 3 56 G
5 . Extremos:
A função tem um mínimo em x = 2
6 . È injectiva , não é sobrejectiva , não é bijectiva

111
7 . Paridade: f(-x)=-x-2 f(-x) >f(x)
2
Exemplo 5.16. f(x)= | x – 16|

Por definição | x2 – 16 | =E Df ab Df c + Df ab g NJh c N


8E
Df ab Df 7 + Df ab N7 7 N

Separadamente traça - se o gráfico que representa cada sentença, por fim une os no mesmo
sistema

Esboço:

*+%,- x2 + 16

f(x)=x2 – 16

f(x) = | x2 – 16|

112
Estudo:
1. Domínio Df = IR ; D’f = IR+
2. Zeros : x1 = -4 e x2 = 4
3. Monotonia: x 14 53 N4 _ 6+3 N4 ex16 N 3 +4 _ 6N3 56
4 .Variação do sinal:f(x)*0 em IR \ {-4; 4}

5. Paridade : |(-x)2 -16| = |x2 – 16 | f( -x) = f(x)

6.Injectividade: È sobrejectiva , não é injectiva , não é bijectiva

7. Extremos: A função tem um mínimo em x = -4 e x = 4

Literaturas Obrigatórias
Recomenda-se aos estudantes a seguinte bibliografia:
1. PARENTE , Eduardo .A .M ; DANI , Adolfo; CMARGO, João. A. R; BASSO ,Otar.

113
Matemática volume I, E.P.U São Paulo
[ Páginas53 –209];

2. CUAMBE, Vasco A ; UAMUSSE Alberto A


[Páginas 40 - 89];

3. NHEZE, I .Cassamo, Manual de Matemática Aplicada a Gestores,Administradores &


Auditoria [Páginas 1 -20];

4. Manual de Matemática I – Unidade I do Instituto Superior Monitor (ISM). [Páginas 25-


40].

Resumo da Unidade

Função, é uma relação entre membros de dois ou mais conjuntos, com determinadas
características. Elas podem se classificar em: lineares,quadráticas,exponenciais , logarítmicas
,racionais fraccionarias , irracional, modulares, ...

Função linear é toda função do tipo com > + , o gráfico da função é uma linha
recta
Para
* + 2hijkJ b lmbalbinb

7 + 2hijkJ b oblmbalbinb

Função quadrática é toda função do tipo l Jiob ` ` l 1 <= b > +,o


gráfico da função e uma parábola

O dominioe <=, o gráfico da função depende do valor de a,


se * + p mq JI ban rsm o p m lst 7 + p mq JI ban rsm o p m s J
@A B
As coordenadas do vértice são ? ; ? 2?

Função exponencial é toda função em que a variável aparece no expoente, ou qualquer função
que se representa na forma y = ; onde x 1•••R e * + ; > D Se * D é crescente e
se + 7 7 D é decrescente
O gráfico de uma função exponencial é uma hipérbole. A função exponencial tem assímptota
horizontal que é uma linha horizontal onde o gráfico tende a tocar mas nunca chega a tocar
no eixo das abcissas

A função logarítmica é a inversa da função exponencial.


Y = IJKL ; . * +e > D .Se * D é crescente e se+ 7 7 D é decrescente. O gráfico da
função logarítmica é uma hipérbole
Função modular é função do tipo f(x)=| x|

114
De acordo com a definição do modulo de um número real pode – se escrever
` ab c +
2 V d 1 <=
` ab 7 +
A função modular é uma função definida por sentenças
O
Função racional fracionária é a função do tipo y= .k> + . O dominio destas funções é x> +.
O gráfico desta função fica no I e III quadrantes, portanto são simetricos em relação à origem
O
O gráfico da função do tipo y= chama – se hipérbole

R Aw
Função homógrafa é toda função do tipo u xRAy
; com c> ze de dominioDf= IR\V W. O
x

estudo das funções homógrafas reduz –se ao estudo das funções do tipo y= Rp or meio de
transformações lineares

115
Tarefas

Exercício 1
1. A função x 2x + 3 pode ser definida ou identificada por f (x) =2x+3.
Escreva, de modo a identificar cada uma das funções:
x f(x) = x + 5 ; x g(x)= x - 3 ; x h(x)= + 2 ; x i(x) = (x + 2)

2. Determine os valores das letras a , b , c e d .


2.1 2.2 2.3
x f(x) x f(x) x f(x)
1 ;
111
,
%
A

'
%
)
f (x) = x + 2 f (x) = 3x – 2 f (x) =

3. Considere a função f assim definida:


f(x) = – 4 – x– 1 .
Calcule: f (0) ,f (1) , f (- 1) , f (2) e f (- 2) .

Respostas:
1. Escrevendo de modo a identificar cada uma das funções será:
g(x)= x + 5 h(x)= x- 3 i(x)= + 2 j(x)= x+ 2
2.1. a = 1 ; b = 2; c = 4 ; d = 9 .2.2. A= 1 B = 10 C = 5 D = 7 2.3. a = -1 c = 0 b = N
3. Substituindo as imagens (0, 1, -1, 2 e -2) teremos : f (0) = -1, f(1)= -5, f (- 1) = -5,
f (2)= -11 e f (- 2) = -23 respectivamente

Exercícios 2
1. Determine o valor do parâmetro m para que a função Y = (2m – 1) x + 1seja:
a. Crescentes
b. Decrescente
c. Constante
Resolução
Observação 4. Como o valor do declive determina a inclinação da recta e consequentemente a
monotonia, teremos:
Se a * + f(x) G(Monótona crescente)
Se a 7 + f(x) e (Monótona decrescente)
Se a = 0 f(x) é constante

116
Auto-avaliação

1. Seja f(x) = 2x + 3
a) Encontre i) 2 + ; ii) 2 \ ; iii) 2

| } ~"• €• &‚ % ~• #&|• ~ • €•2 D\

2. Seja 2 N f

a) Encontre i) 2 D ;ii) 2 D ; iii) 2



b)Mostre que 2 ƒ „ 2 e2 † 2 †

H
3.Seja 2 A

a) Encontre i)2 + ; ii) 2 D ; iii) 2 \

b) Mostre que 2ƒ „ 2 e 2ƒ „ /

9 ‡
4. Seja 2 . H9
mostreque 2

5 .Determina a função inversa das seguintes funções das seguintes :

a) 2 A
b) 2 b H
c) 2 d) 2 ˆ‚

e) 2 f) 2 ‚ ‰ \

6. Determina o domínio de cada uma das seguintes funções


a) N b) N c) . N d) A
B
H
e) f) g) h) ‚ \ i)
H A BA ŠA
B
H‹
‚ ‰9 A

j) ‚ ‰ H f k) ‚ ‰ H Œ D+

7. Dados os gráficos das funções f(x) = 2x e g(x) = x + 1


Para a função f(x) indique:
i) Domínio ii) Contradomínio iii) a Monotonia e Justifique as suas respostas.
H9
8.Dada a função Y= H
Indica as equações das assímptotasii)a Monotonia iii) Variação do sinal

117
9.Esboce os gráficos e indique o dominio e o contradominio de cada
.
a)2 D b)2 N c)2 • \• d)2
B
H. •
e)2 H
f)2 g)2 abi h)2 • • i)2

j)2 nK k)2 l)2 Ii m)2 ‚ ‰@


B

Chave de correcção

Soluções
1.i)2 + \ ii) 2 D DD iii) 2 D

b) x = 5
2.i)2 D \ ii) 2 D DD iii) 2 DŽ

3 .i) 2 + D ii) 2 D 5 iii)2 \ 5. 5.a)2 H ‚ ‰ b)


•• A
2H c)2 H

d)2 H b’ e)2 H f)2 H \

6. a) [ “ <= b) [ “ <=^Z 3 ] c) [ “ <= d) [ “ <=^Z \]

e) [ “ <=^Z D3 ] f) [ “ <=^Z D3 D] g) [ “ <=^Z \3 \]

h) 3 “ 4 \3 56 i) [ “ 4 53 6 _ 4f3 56

.
j) [ “ 4D3 \6^ V W k) [ “ : 3 5; ^Z ]

7. i) O Domínio da função é R. ii) O contradomínio também é R.

iii)A função f é monótona crescente pois o valor base é maior que a unidade (1).

8 .i ) As equações das assímptotas

U
AV: x = T
8 x= 1
L
AH: y=T 8 x = 3
A função é crescente
iii) Variação do sinal f(x)* 0

118
f(x)7

9.
, .,

, ,

119

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