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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS


FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO
CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

GRH CURSO DE LICENCIATURA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

Módulo de Higiene e Segurança no Trabalho

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Autor: Michaque F. Tembe


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Revisor Linguístico:
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ÍNDICE

INTRODUÇÃO..........………………………………………………………………….4
Objectivos do módulo…………………………………………………………………...6
Recomendações para o estudo…………………………………………………………..6
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AOS FUNDAMENTOS DE HIGIENE E
SEGURANÇA NO TRABALHO…..............................................................................8
Objectivos da unidade I………………………………………………………………..10
Recurso de aprendizagem……………………………………………………………...11
Resumo da Unidade……………………………………………………………………18
CAPITULO II: ACIDENTES E DOENÇAS DE TRABALHO………………......22
Objectivos da unidade……………………………………………………………….....23
Recurso de aprendizagem……………………………………………………………...24
Resumo da Unidade……………………………………………………………………38
UNIDADE III: GESTÃO DE RISCOS E SEGURANÇA NO TRABALHO
................................................................................................…………………………44
Objectivos da unidade………………………………………………………………….45
Recurso de aprendizagem……………………………………………………………...46
Resumo da Unidade……………………………………………………………………56
UNIDADE IV: ERGONOMIA NO TRABALHO..............................................…………60
Objectivos da unidade……………………………………………………………….....61
Recurso de aprendizagem……………………………………………………………...62
Resumo da Unidade ..………………………………………………………………….77
UNIDADE V:PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS EM OPERAÇÕES DE
RISCOS COM MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
INDUSTRIAIS......................................……………………………………………….82
Objectivos da unidade………………………………………………………………….83
Recurso de aprendizagem……………………………………………………………....84
Resumo da Unidade .……………………………………………………………….......90
UNIDADE VI: INCÊNDIOS E EXPLOSÕES.........................................………......94
Objectivos da unidade…………………………………………………………….........95
Recurso de aprendizagem……………………………………………………………....96
Resumo da Unidade…………………………………………………………………...100
UNIDADE VII: SEGURANÇA EM ACTIVIDADES DE CONSTRUÇÃO
CIVIL.........................................................................................……………………..104
Objectivos da unidade …………………………………………………………..........106
Recurso de aprendizagem…………………………………………………………….106
Resumo da Unidade…………………………………………………………………..113

1
INTRODUÇÃO

Caríssimo estudante!

Seja bem-vindo a este espaço acadêmico, onde nos propomos interagir à volta das
matérias do módulo de Higiene e Segurança no Trabalho.

Para o alcance do sucesso neste módulo, conte caro estudante com a total
disponibilidade dos formadores/tutores para apoio, consultas e esclarecimentos de
dúvidas que for encarando ao longo do processo de aprendizagem. Para que tal
aconteça, é importante a participação activa do caro estudante, ou seja, será factor
do seu sucesso neste módulo, a motivação,disponibilidade total para interagir com
os formadores/tutores na colocação de questões ou dúvidas sobre a matéria e
disponibilidade de tempo para estudar osconteúdos, assim como na realização de
todas actividades ou tarefas sugeridas e as auto-avaliações propostas.

Depois da leitura destas breves mas importantes palavras, certamente deve estar a
questionar do porquê estudar Higiene e Segurança no Trabalho no curso que está
a frequentar. A resposta é simples, e está certamente ao seu alcance para perceber.

Ora, nos módulos anteriores, foram abordados actividades e matérias voltadas


para o suprimento dos recursos humanos necessários à organização; recrutamento
e selecção de pessoal, sua aplicação em postos de trabalho: descrição e análise de
cargos e avaliação do desempenho, sua manunteção dentro de um espirito
construtivo e salutar: renumeração dentro de padrões objectivos, equitativos e
motivadores, e, por fim, planos de beneficios socias destinados a satisfazer uma
cadeia de serviços e necessidades doscolaboradores.

Todas estas actividades, dentro do contexto organizacional, são importantes para a


obtenção, aplicação e manunteção de habilidades e atitudes capazes de assegurar
eficiência organizacional. Todas elas devem ser desenvolvidas, articuladas
continuamente. Outras actividades paralelas, no entanto, são também e igualmente
necessárias para assegurar a disponibilidade das habilidades e atitudes da forma

2
de trabalho. Os programas de higiene e segurança no trabalho constituem algumas
dessas actividades paralelas importantes para a manunteção das condições físicas
e psicológicas do pessoal.

Assim, do ponto de vista da Gestão de Recursos Humanos, a saúde e a segurança


dos colaboradores constituem uma das principais bases para a preservação da
força de trabalho adequada.
De modo genérico Higiene e Segurança no Trabalho, constituem duas actividades
intimamente relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e matérias de
trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos colaboradores. Tem carácter
eminentemente, preventivo porque o seu objectivo é a segurança, saúde e conforto
do colaborador.
O módulo de Higiene e segurança no Trabalho integra-se no curso de licenciatura
de Gestão de Recursos Humanos ministrado no ISGECOF.É suportado na Internet
e recorre à plataforma informática Moodle sendo desenvolvido em regime de
ensino a distância on-line na Web (e-learning), com tutoria activa, permanente,
através de fóruns de discussão.

Omódulo de Higiene e segurança no Trabalho, engloba matérias de natureza


interdisciplinar que devem integrar os princípios de desenvolvimento
organizacional, visando o aumento da qualidade de vida no trabalho pela redução
dos acidentes e das doenças profissionais, e o aumento da competitividade das
organizações e pela melhoria dos serviços prestados e da sua produtividade e da
qualidade dos produtos.

Este módulo aborda matérias muito diversas que interessam a todas as actividades
laborais, quer as que se situam no domínio da indústria, quer no do comércio,
quer ainda no domínio da prestação dos serviços.

Os conteúdos do módulo estão estruturados em sete temas, sendo que o primeiro


que iráintroduzir os fundamentos de higiene e segurança no trabalho, o segundo
tema irá discutir sobreacidentes e doenças de trabalho, o terceiro tema irá tratar da
gestão de riscos e segurança no trabalho, por sua vez o quarto tema será sobre
Ergonomia no Trabalho. O módulo sobre HST, irá prosseguir com o quinto tema

3
sobreprevenção e controle de riscos em operações com máquinas, equipamento e
instalações industriais, antes de terminarmos com a discussão do estudo
dosincêndios e explosões falaremos dasegurança em actividades de construção
civil.

Cada Tema está organizado de forma autónoma em unidades didácticas, com os


seus objectivos próprios, conteúdose actividades deauto-avaliação.

Objectivos do módulo

No final do módulo de Higiene e segurança no Trabalhoos estudantes devem ter


adquirido conhecimentos e desenvolvidas capacidades que lhes permitam:

• Enunciar as intervenções a desenvolver nas organizações, tendo em


vista a redução dos acidentes e doenças no local de trabalho;

• Identificar e interpretar a legislação nacional mais relevante sobre


Higiene e segurança noTrabalho.

• Identificar e avaliar riscos profissionais em locais de trabalho;

• Fazer avaliação de riscos profissionais no laocal de trabalho;

• Contribuir na criação de acções que visam desecorajar o uso


perante dos EPIs;

• Promover comportamentos seguros e a utilização correcta dos


equipamentos de trabalho e de protecção;

• Promover o interesse e a cooperação dos trabalhadores nas acções


preventivas;

• Elaborar propostas de medidas de prevenção e de medidas de


protecção para a eliminação, ou minimização, de riscos nos locais
de trabalho, visando sempre um aumento da segurança e do
conforto no trabalho e uma diminuição das doenças profissionais.

4
Recomendações para o estudo

Lembre-se caro estudante que:


Nesta modalidade de ensino, a aprendizagem ocorre de forma independente e
separada do formador ou tutor, sendo importante que o estudante desenvolva
algumas características comoindependência, organização e auto-estudo.

Para o sucesso da aprendizagem, contará como afirmamos atrás, com apoio


permanente dos formadores/tutores. E, para melhor alcançar os objectivos de
aprendizagem neste módulo, recomendamos que:

• Faça leitura individual dos conteúdos disponibilizados ou de outras fontes


recomendadas sobre os mesmos temas,e reflicta sobre os mesmos;

• Partilhe o estudo e as reflexões feitas com os colegas do curso;

• Solicite esclarecimentos de dúvidas ou de outras questões pertinentes nos


fóruns moderados pelos formadores/tutores e,

• Realize as actividades ou tarefas propostas.

A leitura e a reflexão individuais, devem acontecem ao longo de todo o processo de


aprendizagem. Sem a leitura e a reflexão individuais o formando ficará muito
limitado na sua participação nos fóruns previstos, assim como também dificilmente
poderá realizar com sucesso as actividades programadas.

Para que consiga terminar este módulo com sucesso, deverá dedicar, pelo menos,
12 horas de estudo por semana das quais, estão incluídas as horas da participação
no fórum de debate e as dedicadas à sessão de chat professor/estudante e
estudante/estudante.

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UNIDADE I: INTRODUÇÃO AOS FUNDAMENTOS DE HIGIENE E
SEGURANÇA NO TRABALHO
Introdução
Nesta primeira unidade do módulo de higiene e segurança no trabalho (HST),
iremos fazer uma abordagem introdutória sobre os fundamentos de higiene e
segurança no trabalho, iremos procurar abordar alguns conceitos que farão parte
das discussões até ao final deste módulo, assim como procuraremos fazer um
enquadramento teórico e prático do papal que as matérias de HST ocupam na
vida das organizações, das pessoas, na sociedade e não só.

Sabendo-se que hoje em dia, onde imperfeito como é o mundo onde vivemos,
alguns acidentes são indubitavelmente inevitáveis, mas muitos outros não
teriam necessidade de ocorrer se não fosse por neglegência do homem.
Particularmente, no local de trabalho, não deveriam ocorrer quaisquer acidentes
de trabalho. Se esta visão pertence a um mundo ideal, como alguns poderão
referir, um objectivo mais realista seria, pelo menos, a redução drástica do
número de acidentes de trabalho, que é um dos objectivos da higiene e
segurança no trabalho.

A importância de manter um espaço de trabalho, livre de doenças e acidentes,


proporciona melhores resultados em termos de produtividade e fortalece um
clima de trabalho desejável, reduzindo deste modo o absetismo nas
organizações.

O papel do Gestor de Recursos Humanos para garantia das condições de HST, é


de maior importância uma vez que, sendo portador do domínio teórico sobre as
matérias, melhor pode contribuir para materialização de um ambiente livre de
doenças e acidentes no local de trabalho.

Estas e outras vantagens vamos discutir mais adiante. Por hora, iremos tratar
nesta unidade dos conceitos básicos de higiene e segurança no trabalho,
asseguir falaremos da importância do estudo da disciplina de Introdução a HST,
seguir- se – á um breve historial sobre a HST, e depois falaremos do Papel da
OIT no desenvolvimento das normas e regras de HST, depois iremos falar da
Relação de HST com outras áreas do saber e, vamos terminar falando dos

6
objectivos quer da higiene do trabalho, quer dos objectivos da segurança do
trabalho.

A prevenção de acidentes e doenças no local de trabalho para ser bem-sucedida,


exigem a colaboração e há mais participação tanto de empregadores como dos
trabalhadores nos programas de saúde e segurança, obrigando a equacionar
questões relacionadas com a medicina do trabalho, a higiene no trabalho, a
toxicologia, a educação, a formação, a engenharia de segurança, a ergonomia, a
psicologia, etc.
As questões relacionadas com a saúde no trabalho têm sido objecto de menor
atençãodo que as questões relacionadas com a segurança no trabalho, porque
as primeirassão geralmente mais difíceis quer na sua identificação, na
dificuldade da elaboraçãodo seu diagnóstico, e no estabelecimento da relação
de causa a efeito . No entanto, quando abordamos o tema da saúde, abordamos
igualmente o da segurança, pois um ambiente saudável é, por definição,
também um local de trabalho seguro.
No entanto,o inverso pode não ser verdade – um local de trabalho considerado
seguro não é necessariamente um local de trabalho saudável. O importante é
frisar que as questões da saúde e da segurança no trabalho/local de trabalho
devem ser identificadas em todos os locais de trabalho. De modo geral, a
definição de saúde e de segurança no trabalho engloba quer a saúde, quer a
segurança, nos seus contextos mais alargados.

As condições deficientes podem igualmente afectar o ambiente onde os


trabalhadores vivem, uma vez que o ambiente de trabalho e de vida são muitas
vezes o mesmo para diversos trabalhadores. Tal significa que os perigos
consequência de condições de trabalho não seguras e saudáveis, podem ter
consequências graves para os trabalhadores, para as suas famílias e para outras
pessoas da comunidade, bem como para o ambiente físico que envolve o local
de trabalho.
Um exemplo clássico consiste na utilização de pesticidas no trabalho agrícola.
Os trabalhadores podem ser expostos a produtos químicos tóxicos através das
diversas formas incorrectas de aplicação dos pesticidas, podem inalar os

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produtos químicos durante e após a sua aplicação devido a não uso de EPI,
esses produtos podem ser absorvidos através da pele, e os trabalhadores podem
inclusivamente ingeri-los, caso comam, bebam ou fumem, sem lavar
previamente as mãos, ou caso ingiram água contaminada.
As famílias dos trabalhadores podem, também, ser expostas por diversas
formas: inalar os pesticidas que se mantenham no ar, podem ingerir água
contaminada, ou ser expostas a resíduos existentes no vestuário do trabalhador.
Para além dos trabalhadores e das suas famílias os que residem na comunidade
poderão ser igualmente expostos pela mesma via.

Quando os produtos químicos são absorvidos pelo solo ou filtrados para os


lençóis de água subterrâneos, os efeitos nocivos provocados no ambiente
natural podem tornar-se permanentes.
Generalizando: os esforços na saúde e segurança no trabalho devem ter como
objectivo prevenir os acidentes e as doenças profissionais e, ao mesmo tempo,
reconhecer a ligação entre a saúde e a segurança do trabalhador, o local de
trabalho, e o seu ambiente exterior.

Objectivos da unidade

No fim desta unidade temática os estudantes devem ser capazes de:


• Definir Higiene e Segurança no Trabalho;
• Indicar a importância do estudo da disciplina de Introdução a HST
• Descrever de forma Breve o Historial sobre a HST;
• Descrever o papel da OIT no desenvolvimento das normas e regras de
HST
• Indicar os objectivos da Segurança no Trabalho

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Recurso de aprendizagem
Conceito de Higiene e Segurança no trabalho Higiene do trabalho

A Higiene do Trabalho refere se a um conjunto de normas e procedimentos que


visa à protecção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos
riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são
executadas. A higiene do trabalho está relacionada com o diagnóstico e com a
prevenção de doenças ocupacionais a partir do estudo e controle de duas
variáveis: o homem e seu ambiente de trabalho segundo CHIAVENATO (2004).
Segundo o conceito emitido pela Organização Mundial de Saúde, a saúde é um
estado completo de bem-estar físico, mental e social e que não consiste somente
na ausência de doença ou de enfermidade.

Segurança do trabalho

É o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas


utilizadas para prevenir acidentes seja eliminando condições inseguras do
ambiente, seja instruindo ou convencendo as pessoas da utilização de práticas
preventivas. Ela é indispensável ao desempenho satisfatório do trabalho,
(Chiavenato, 2004:352). E é cada vez maior o número de organizações que criam
seus próprios serviços de segurança. Dependendo do esquema da organização da
empresa e das actividades, os serviços de segurança têm a finalidade de
estabelecer normas e procedimentos, pondo em prática os recursos possíveis para
conseguir a prevenção de acidente e doenças profissionais e controlando os
resultados obtidos. Muito serviço de segurança não obtém resultados, e até
mesmo fracassam porque não estão apoiadas em diretrizes básicas delineadas e
compreendidas pela direção da empresa ou porque não foram devidamente
desenvolvidas em seus vários aspectos. O programa de segurança deve ser
estabelecido partindo do princípio de que a prevenção de acidentes é alcançada
pela aplicação de medidas de segurança adequadas a um determinado risco e que
só podem ser bem aplicadas por meio de um trabalho de equipa. Em rigor,
Segurança é uma responsabilidade de linha e função de staff. Em outros termos,
cada chefe é responsável pelos assuntos de segurança da sua área embora exista
na organização um órgão de segurança para assessorar as chefias em relação a

9
esse assunto.

A segurança do trabalho propõe-se combater, do ponto de vista não médico, os


acidentes de trabalho, quer eliminando a condição, inseguras do ambiente, quer
educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.

Para, além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho


constituem o fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos
profissionais e contribuem, na empresa, para o aumento dacompetitividade com
diminuição da sinistralidade.

Importância do estudo da disciplina de Introdução a HST

O trabalho desempenha um papel fulcral nas vidas das pessoas, considerando que
a maioria dos trabalhadores passa pelo menos oito horas por dia no local de
trabalho, quer seja numa plantação, num escritório, numa fábrica, etc.

Desta forma, os ambientes laborais devem ser seguros e saudáveis. Mas na


verdade, não é essa a situação para muitos trabalhadores. Todos os dias,
trabalhadores de todo o mundo expostos a múltiplos riscos param a saúde, tais
como:

• Poeiras;

• Gases;

• Ruído;

• Vibrações;

• Temperaturas extremas.

Infelizmente, alguns empregadores assumem poucas responsabilidades


relativamente à protecção da saúde e da segurança dos seus trabalhadores, muitas
vezes porque olha para este assunto como um custo e ão como um investimento a
curto e longo prazo. De facto, os empregadores, em algumas situações nem sequer
têm conhecimento de que têm responsabilidades, muitas vezes, legal, de proteger

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os trabalhadores. Como resultado dos perigos e da falta dessa responsabilização
com a saúde e segurança dos trabalhadores, ( que deverá ser entendida como uma
prioridade), os acidentes e as doenças profissionais são frequentes em todo o
mundo.

Breve abordagem histórica


Frequentemente, pensamos que as condições respeitantes à segurança e saúde no
trabalho são recentes mas, tais preocupações remontam aos tempos em que o
homem começou a utilizar instrumentos para trabalhar.
Hoje, sabemos que foi o trabalho da pedra que contribuiu de forma acentuada para
o desenvolvimento da inteligência humana. A forma dos objectos e dos
instrumentos evidencia que, nos primeiros tempos da humanidade, o desejo de
assegurar a segurança e o bem-estar já se encontravam latentes.
A introdução progressiva do cobre e do estanho e, posteriormente, a produção do
ferro facilitaram o desenvolvimento de certos objectos, destinados
prioritariamente a permitir a protecção pessoal. Muitos são os exemplos da
preocupação do homem com a sua protecção.

Seguem se algumas exemplos que testemunham a preocupação do homem desde


os tempos passados, com a sua segurança e saúde:
• Na civilização Greco-Romana, Aristóteles cuidou das enfermidades dos
mineiros e tentou evitá-las.
• Hipócrates (considerado o pai de medicina) viveu entre 460 a 370 antes
de Cristo. Ele é considerado um dos homens mais importantes na história
da medicina. Foi pioneiro em muitas descobertas, entre elas, a
identificação na origem das doenças relacionadas ao trabalho com as
minas de estanho. Foi provavelmente o primeiro médico a pôr o enfoque
no papel do trabalho, a par da alimentação e do clima, na génese de
algumas doenças.

• Século XVI – Paracelsus estudou as infecções dos mineiros.

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• 1700 - Bernardini Ramazzini publicou sua obra “As doenças dos
trabalhadores” em que descreve inúmeras doenças relacionadas a algumas
profissões existentes na época. O trabalho dele foi a base de estudo que
iluminou o trabalho de grandes mentes da medicina ao longo dos séculos.
Ė considerado o ̏pai da medicina do trabalho″.

• Em torno de 1760 surge a Revolução Industrial na Inglaterra,


caracterizado pelo aparecimento das máquinas de tecelagem movidas a
vapor (tear mecânico), que começavam a substituir o artífice, numa
produção muitíssimo superior à do Homem. A mão de obra de necessária
para manipulação das máquinas era facilmente garantida pelas famílias
pobres, sendo aceites para esses trabalhos, Homens, Mulheres e Crianças,
não importando a saúde nem quaisquer outros requisitos.

O empregador, ansioso por obter um suprimento inesgotável de mão de obra


barata, aceitavam crianças deficientes. Neste cenário, não só os acidentes se
sucederam, mas também enfermidades típicas ou agravadas pelo ambiente
profissional. Nessa época, surgiram as primeiras leis de proteção ao trabalho na
Inglaterra, França, Alemanha e Itália.

Em Moçambique existe atualmente diversa legislação especifica a cada ramo de


actividades, que permite uma proteção eficaz de quem integra actividades nessas
organizações, devendo a sua aplicação ser entendida como o melhor meio de
beneficiar simultaneamente as organizações e os colaboradores na salvaguarda
dos aspectos relacionados com as condições ambientais e de segurança de cada
posto de trabalho.

Papel da OIT no desenvolvimento das normas e regras de HST


A Organização Internacional do Trabalho tem como principal objectivo garantir a
todas as pessoas o direito ao trabalho digno, trabalho em liberdade, e em
segurança - o que inclui o direito a um ambiente saudável e seguro.
A OIT adoptou uma abordagem integrada que visa conjugar todos os seus meios
de acção, incluindo as actividades normativas, os códigos e as directrizes, a

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cooperação técnica e internacional, as análises estatísticas e a divulgação de
informação, para que os Estados-Membros sejam mais eficazes na implementação
de medidas de segurança e saúde no trabalho.
Uma cultura de segurança no local de trabalho engloba todos os valores, sistemas
e práticas de gestão, princípios de participação e comportamentos laborais que
favoreçam a criação de um ambiente de trabalho saudável e seguro.
A Convenção da OIT n°135 sobre segurança e saúde dos trabalhadores, de 1981,
proporciona um enquadramento adequado de apoio a uma cultura de segurança e
de saúde no trabalho.
Embora o desenvolvimento de uma cultura de segurança deva iniciar-se logo na
educação das crianças desde tenra idade, a prevenção eficaz dos acidentes de
trabalho e das doenças profissionais começa na empresa.
A prevenção requer a participação dos governos e das organizações de
empregadores e de trabalhadores. A adopção de formas de organização no
trabalho, a formação e informação aos trabalhadores e as actividades de inspecção
são instrumentos importantes para promover uma cultura de segurança e saúde.
As empresas que dispõem de sistemas de gestão da segurança e da saúde obtêm
melhores resultados, tanto no que respeita à segurança como à produtividade. Por
outro lado, aos inspectores do trabalho que estão ao serviço das autoridades
governamentais cabe um papel fundamental.130 Estados-Membros ratificaram a
Convenção n°81 sobre a Inspecção do Trabalho, de 1947, um dos instrumentos da
OIT com maior número de ratificações.
As Directrizes da OIT relativamente aos sistemas de gestão da segurança e da
saúde no trabalho (ILO-OSH2001 são um instrumento poderoso para
desenvolver uma cultura de segurança e saúde sustentável nas empresas e
mecanismos para continuar a melhorar o ambiente de trabalho.

Interdisciplinaridade de Higiene e Segurança no trabalho

(Relação de HST com outras áreas do saber)

Com vista ao estudo da prevenção de doenças e acidentes de trabalho, a Higiene e


Segurança no trabalho, se relaciona com outras áreas do saber técnicas, cientificas
e profissionais, nomeadamente:

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• Direito – A HST fornece subsídios técnicos para solução de conflitos
laborais envolvendo condições de trabalho etc. Igualmente, no campo
jurídico/legal, os dados de avaliação de exposição a riscos ambientais e
outros, auxiliam na concessão de reforma e/ou indemnização por
incapacidade e/ou doenças profissionais.
• Engenharia – A Engenharia está presente em todas as etapas de desenho e
apetrechamento do local de trabalho, que de modo decisivo irá influenciar
na operação de um programa de HST. Esta ciência também é essencial no
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos no local de trabalho.
• Ergonomia – A HST não visa apenas a detectar actividades e/ou
operações insalubres e inseguras, mas também na melhoria do conforto e
qualidade de vida do trabalhador no seu ambiente de trabalho.
• Saneamento e meio Ambiente – A importância da HST, ou seja, a
avaliação e controle de riscos ocupacionais ultrapassam os limites do
ambiente de trabalho; não só este é parte do meio ambiente em geral, mas
através da prevenção adequada dos riscos ocupacionais, o impacto
negativo da industrialização no meio ambiente pode ser apreciavelmente
reduzido.
• Psicologia e Sociologia – A psicologia e sociologia tratam de harmonizar
as relações entre o processo produtivo, o ambiente de trabalho e o homem.
A HST, através de suas etapas, fornece dados essenciais para melhor
interpretação do universo do trabalho.
• Medicina do Trabalho – O controle biológico, por meio de exames
médicos, é um dos parâmetros utilizados para verificar a eficiência e
subsidiar um programa de controlo de riscos no ambiente de trabalho.
• Toxicologia – A toxicologia fornece dados técnicos sobre os
contaminantes do ambiente de trabalho, facilitando o reconhecimento dos
riscos ambientais nos locais de trabalho. Pode-se então afirmar que a
toxicologia, na maioria das vezes, antecede as etapas clássicas de um
programa HST.
Segurança do Trabalho – A higiene do trabalho, mediante análise dos agentes
agressivos nos postos de trabalho, muitas vezes previne também riscos

14
operacionais capazes de gerar acidente do trabalho.

Assim, a HST, por se tratar de uma ciência que tem como objectivo principal a
relação entre o homem e o ambiente de trabalho, necessita para o bom
desenvolvimento e prática, de acções multidisciplinares de educação dos
trabalhadores, no sentido de prevenir riscos no ambiente de trabalho obtendo-se
melhor organização do trabalho.

Objetivos da Higiene do trabalho

A higiene do trabalho tem como objectivos, combater, do ponto de vista não


médico, as doenças profissionais, identificando os factores que podem afectar o
ambiente do trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos
profissionais (condições inseguras de trabalho que podem afectar a saúde,
segurança e bem estar do colaborador).
Os principais objectivos são:
• Eliminação das causas das doenças profissionais.
• Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em
pessoas doentes ou portadoras de deficiência física.

Entre outros objetivos principais da higiene do trabalho, segundo BAPTISTA


citado por CHIAVENATO (2004), estão:

• Eliminação das causas das doenças profissionais;


• Redução dos efeitos prejudica provocados pelo trabalho em pessoas
doentes ou portadoras de deficiência físicas;
• Prevenção de agravamento de doenças e de lesões; e
• Manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por
meio de controle do ambiente de trabalho.

Para BAPTISTA, esses objetivos poderão ser obtidos:

• Pela educação dos colaboradores, chefes, gerentes etc., indicando os


perigos existentes e ensinando como evitá-los;

15
• Mantendo constante estado de alerta contra os riscos existentes na fábrica;
• Pelos estudos e observações dos novos processos ou matérias a serem
utilizados.
A higiene e segurança no trabalho envolvem também estudo e controle das
condições de trabalho, que são as variáveis da situação que influenciam
poderosamente o comportamento humano.

O objectivos da Segurança do trabalho

Os principais objetivos da Segurança do trabalho é o estudo, avaliação e controlo


dos riscos ligados ao trabalho por forma a prevenir acidentes de trabalho.

Leituras Obrigatórias

CHIAVENATO,- Recursos humanos, o capital das organizações, Editora Atlas


SA, 8ª Edição. São Paulo, 2004.- Páginas 348 a 349.

Manual de formação PME. Higiene e segurança no Trabalho. AEP. Páginas 4 a


6.

DA CAMARA, P. GUERRA, P. e RODRIGUES, J. - Humanator; Recursos


Humanos e Sucesso Empresarial, Publicações Dom Quixote, Lisboa. 1997.
Páginas 72 a 78.

Lei de trabalho n.º 23/2007 de 1 de Agosto. Artigos 222 e seguintes.

Decreto n.º 62/2009 de 8 de Setembro, sobre o Estatuto Geral dosFuncionários e


Agentes do Estado. Artigo 82 e suas alíneas.

Resumo da Unidade

De modo genérico Higiene e Segurança no Trabalho, constituem duas


actividades intimamente relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais
16
e matérias de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos colaboradores.
• Segurança do trabalho é o estudo, avaliação e controlo dos riscos de
acidentes de trabalho.
• Higiene do trabalho visa identificar e controlar as condições de trabalho
que possam prejudicar a saúde do trabalhador provocando doenças.
• Doença Profissional, situação de doença que o trabalhaor esta exposto no
seu local de trabalho em que o trabalho é determinante para o seu
aparecimento.
• Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa, provocando lesãocorporal ou perturbação funcional que
cause a morte.
• Com vista ao estudo da prevenção de doenças e acidentes de trabalho, a
Higiene e Segurança no trabalho, se relaciona com outras áreas do saber
técnicas, científicas e profissionais.

Tarefas

• Depois de termos discutido de forma separada o conceito de Higiene do


Trabalho e segurança do trabalho, que definição da sua autoria consegue
elaborar respeitante ao conceito de Higiene e Segurança no Trabalho?

• Faça uma reflexão e apresente uma explicação que evidencia que as


actividades do(a) Gestor(a) de Recursos Humanos estão directamente
relacionadas às actividades de HST.

• Mencione pelo menos três objectivos da Higiene do trabalho.


• Mencione pelo menos três objectivos da segurança do trabalho.

Auto-avaliação
Ao longo desta unidade discutimos o conceito de Higiene e Segurança, e um dos
aspectos que podemos estabelecer é que os dois termos, tem significados
17
diferentes no entanto, seus significados concorrem para a preservação do bem-
estar do trabalhador, havendo uma relação entre ambos. Tendo em conta este
ponto de partida, procure consolidar aprendizagem havida respondendo a
seguintes questões:
• Defina Higiene e Segurança no trabalho.

• Explique Porque é importante as organizações, investirem na Higiene e


Segurança do Trabalho.

• Pelo número de acidentes de trabalho que ocorrem em algumas


organizações, podemos considerar que os gestores de Higiene e
segurança no trabalho nessas mesmas organizações, não desempenham
cabalmente o papel que lhes cabe. Concorda com afirmação? Justifique a
sua resposta.

• Imagine e reporte um caso na área de Higiene e segurança no Trabalho,


cuja resolução dependa da contribuição da disciplina de Pedagogia.

Chave de correcção
• A Higiene Segurança no Trabalho, pode ser considerada como todas
medidas ou acções que visamprevenira ocorrência de doenças e/ou
acidentes de trabalho. (É importante lembrar que existe várias
alternativas de resposta, sendo importante que em qualquer delas, se
inclua o elemento preventivo).

• Bom, uma das razões é a de que é mais fácil e barato prevenir do que
concertar ou curar, a outra razão é que, mantendo trabalhadores seguros e
saudáveis, certamente estarão em melhores condições para produzir ou
prestar melhores serviços, evitando dessa forma, custos ou prejuízos que
normalmente os acidentes ou doenças, acarretam quer para os
colaboradores quer para a própria organização.

• Sim concordo com a afirmação. Porque, se afirmamos que um dos


objectivos da Higiene e segurança no Trabalho é a prevenção da
ocorrência de doenças e acidentes de trabalho nas organizações, então, se
se reportam doenças e acidentes significa que o objectivo de prevenção
18
não está a ser alcançado, e por via disso, os gestores responsáveis pela
matéria, não desempenham cabalmente o papel que lhes cabe

• A Higiene e segurança no Trabalho, pode se apoiar na Pedagogia (que


significa técnica ou ciência prática de educação)através da identificação de
melhores métodos ou técnicas de ensino ou treinamento dos
colaboradores sobre como prevenir doenças ou acidentes de trabalho.

19
UNIDADE II: ACIDENTES E DOENÇAS DE TRABALHO
Introdução
Hoje em dia, pode-se afirmar que um dos pilares da gestão organizacional é o
desempenho em matéria de higiene e segurança no trabalho, sendo que uma
das suas dimensões principais são os custos decorrentes dos acidentes de
trabalho.

A lógica subjacente a esta questão é de que a prevenção da sinistralidade


laboral, ou seja, o investimento em segurança e higiene do trabalho, diminuirá
consideravelmente os custos com os acidentes de trabalho (Richardson, 2005).
Esta discussão e outras discussões, serão aprofundadas nesta unidade.
Para o efeito, a unidade está estruturada em nove tópicos, o primeiro a ser
discutido será sobre o conceito teórico e legal de acidente de trabalho, irá se
seguir a classificação dos acidentes de trabalho, depois discutiremos os tipos
de acidente de trabalho, causas dos acidentes de trabalho e consequências dos
acidentes de trabalho.
A abordagem desta segunda unidade irá prosseguir tratando seguidamente o
conceito legal de doenças profissionais e agentes causadores de doenças
profissionais. Antes do final da unidade com a abordagem das consequências
das doenças profissionais, vamos debater os tipos de doenças profissionais.
Petersen (2002) afirma que os gestores são os primeiros interessados em saber
como as ideias a por em prática pelos profissionais de segurança se relacionam
com os lucros das organizações. Isto é, o que é que a organização recebe em
troca pelo dinheiro que está a investir na segurança dos seus colaboradores.
Mesmo que os gestores da organização entendam na perfeição as questões
relacionadas com os índices de sinistralidade, os indicadores financeiros
devem também ser usados, pelo que os técnicos de segurança devem ter este
factor bem presente para clarificar as vantagens financeiras do investimento na
segurança.

Acidentes e Doenças do trabalho são actividades interligadas que repercutem


directamente sobre a continuidade da produção esobreo moraldosempregados.

Objectivos da unidade
Objectivos:
20
No fim desta unidade temática os estudantes devem ser capazes de:
• Distinguir o conceito Teórico do conceito legal de acidente de
Trabalho;
• Classificar os Acidentes de Trabalho;
• Tipificar Acidente de Trabalho;
• Apontar as Causas dos Acidentes de Trabalho;
• Apontar as Consequências dos Acidentes de Trabalho;
• Conceituar Doença Profissional
• Indicar os Agentes Causadores de Doenças Profissionais;
• Tipificar as Doenças Profissionais;
• Indicar as Consequências das Doenças Profissionais;

Recurso de aprendizagem

• Conceito de acidente de trabalho

Em termos teóricos, alguns autores como CHIAVENATO (1997:354)


conceituam acidente de trabalho, como o que decorre do trabalho, provocando
directa ou indirectamente, lesão corporal, perturbação funcional ou doença que
determine a morte, a perda total ou parcial permanente ou temporária da
capacidade para o trabalho. A palavra acidente, significa acto imprevisto e
perfeitamente evitável na maioria dos casos. As estatísticas de acidentes do
trabalho, por lei, englobam também os acidentes de trajecto, ou seja, aqueles que
ocorrem no trajecto do trabalhador de sua casa para a organização, e vice-versa.

Em termos legais, o conceito de acidente de trabalho abrange algumas situações


quer se trate do contexto da lei de trabalho (Lei n.º 23/2007de 1 de Agosto), quer
se trate do regulamento geral dos funcionários e agentes de estado (Decreto n.º
62/2009 de 8 de Setembro).

Assim a a Lei nº.23/2007, de 1 de Agosto, Lei de trabalho nos nº. 1 e 2, do Artigo


222 considera:

21
• Acidente de trabalho, é o sinistro que se verifica, no local e durante o
tempo do trabalho, desde que produza, directa ou indirectamente, no
trabalhador subordinado lesão corporal, perturbação funcional ou doença
de que resulte a morte ou redução na capacidade de trabalho ou de ganho.
Considera-se ainda acidente de trabalho o que ocorra:
• Na ida ou regresso do local de trabalho, quando utilizado meio de
transporte fornecido pelo empregador, ou quando o acidente seja
consequência de particular perigo do percurso normal ou de outras
circunstâncias que tenham agravado o risco do mesmo percurso;
• Antes ou depois da prestação do trabalho, desde que directamente
relacionado com a preparação ou termo dessa prestação;
• Por ocasião da prestação do trabalho fora do local e tempo do trabalho
normal, se verificar enquanto o trabalhador executa ordens ou realiza
serviços sob direcção e autoridade do empregador;
• Na execução de serviços, ainda que não profissionais, fora do local e
tempo de trabalho, prestados espontaneamente pelo trabalhador ao
empregador de que possa resultar proveito económico para este.

continuando, no nº. 3 do mesmo artigo explica que:


• Se a lesão resultante do acidente de trabalho ou doença profissional não
for reconhecida imediatamente, compete à vítima ou aos beneficiários
legais provar que foi consequência dele.

Por sua vez, o regulamento geral dos funcionários e agentes de estado, considera
que é acidente de trabalho o que:

Acidente de trabalho – É o sinistro verificado no local e durante o tempo de


serviço, desde que produza, directa ou indirectamente, ao funcionário ou agente
do Estado, lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte na
morte ou redução na capacidade de trabalho ou de ganho.

1. Classificação dos Acidentes de Trabalho


22
Para AYRES e CORRÊA (2001), a extensão e gravidade dos acidentes,
determinam a gravidade das lesões que sofrem os trabalhadores, estes irão
depender da natureza do acidente. Basicamente, é possível dividi-las em duas
categorias, nomeadamente Lesões imediatas e Lesões mediatas.

Lesões Imediatas
São aquelas que os traumas físicos ou estados patológicos se observam
imediatamente, ou no espaço de algumas horas, após a ocorrência do acidente. É
o caso, por exemplo, das lesões traumáticas como, cortes, fracturas e escoriações,
das queimaduras e choques eléctricos e também das intoxicações agudas com
substâncias nocivas.
Convém observar, que as intoxicações agudas com substâncias tóxicas no
trabalho podem levar rapidamente a estados patológicos que também devem ser
considerados doenças profissionais. Em tais casos passam a constituir lesões
imediatas.

Lesões Mediatas
São aquelas em que os estados patológicos demoram meses, as vezes anos, para
se manifestarem. É o caso das intoxicações crónicas e da maioria das doenças
profissionais que decorrem de exposições constantes e prolongadas e agentes
ambientais agressivos.
Exemplos bastante conhecidos são: a silicose, que resulta da exposição a poeira
de sílica livre e cristalina, o benzolismo, que resulta da exposição a vapores de
benzeno, entre outros.

Para CHIAVENATO (2004), classifica os acidentes de trabalho em acidentes sem


afastamento e acidente com afastamento.

Acidentes sem afastamento


Após o acidente, o trabalhador continua a trabalhar. Este tipo de acidente não é
considerado nos cálculos dos coeficientes de frequência e de gravidade, embora
deva ser investigado e anotado em relatório, além de exposto nas estatísticas
mensais.
23
Acidente com afastamento
Para o autor, acidente com afastamento, é aquele que pode resultar em:
a)Incapacidade temporária
É a perda total da capacidade para o trabalho durante o dia do acidente ou
que se prolongue por período menor que um ano. No retorno,o trabalhador
assume sua função sem redução da capacidade. Em caso de acidentes em
afastamento onde ocorra agravamento da lesão que determine o
afastamento,o acidente receberá nova designação, isto é, será considerado
acidente com afastamento e o período de afastamento será iniciado no dia em
que se constatou o agravamento da lesão. Neste caso, será mencionado no
relatório.

b)Incapacidade permanente
parcial

É aredução permanenteeparcialdacapacidadeparaotrabalho,ocorridano
mesmo dia ou que se prolongue por período menor deumano. A
incapacidade permanente parcial é motivada por:
• Perda de qualquer membro ou parte do mesmo.

• Redução dafunção dequalquer membro oupartedomesmo.

• Perda da visão.

• Perda da audição ou redução funcional de um ouvido.

• Quaisquer outras lesões orgânicas,perturbações funcionais ou psíquicas


que resultem, na opinião do médico,em redução de menos de três quarto
da capacidade do trabalho.

c)Incapacidade total
permanente

É aperda total,emcarácter permanente,da capacidade de trabalho. A incapacidade


24
total permanente é motivada por:

• Perda anatómica ou impotência funcional demais de um membro de


suas partes essências (mão ou pé).

• Perda da visão, simultânea à perda anatómica ou impotência funcional


de uma das mãos ou de um pé.

Perda da audição de ambos os ouvidos ou,ainda,redução em mais da metade de


sua função.Quaisquer outras lesões orgânicas,perturbações funcionais ou
psíquicas, permanentes, que ocasionem sob opinião médica, aperda de três
quartos ou mais da capacidade para o trabalho.
• Morte do acidentado.

Doença profissional – toda a situação clínica que surja localizada ou


generalizada no organismo, de natureza tóxica ou biológica, que resulte de
acidente profissional e directamente relacionada com ele, devidamente
comprovada pela entidade de saúde competente.

1. Tipos de acidente de trabalho

Os acidentes de trabalho podem ser tipificados como asseguir indicado:

Típico

Este é o tipo de acidente mais comum, e acontece dentro da empresa durante o


horário de expediente. É o caso, por exemplo, de quando o trabalhador cai de
uma escada ou se machuca ao manusear umequipamento pesado.

De trajecto

Acontece durante o percurso do trabalhador de sua casa até o local de trabalho,


tanto no início e final do expediente quando no horário de almoço.

25
Atípico (ou doença do trabalho)

São os acidentes que acontecem dentro ou fora da empresa, devido ao exercício


do trabalho.

Atípico

• Os acidentes de trabalho atípicos são:

• Doenças profissionais;

• Doença do trabalho;

• Acidentes que, embora não tenham sido a única causa,


contribuíram directamente para a morte ou perda da capacidade
laboral;

• Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por colega de


trabalho ou terceiro;

• Imprudência, negligência ou imperícia de colega de trabalho ou


terceiro;

• Acto de pessoa privada do uso da razão;

• Desabamento, inundação, incêndio e outras fatalidades;

• Contaminação acidental durante o trabalho;

• Acidente sofrido na execução de ordem ou realização de serviço


fora do horário e local de trabalho;

• Viagem a mando da empresa, inclusive para estudo e capacitação


quando financiada pelo empregador;

• Acidente durante os períodos destinados a alimentação e descanso.

Causas dos Acidentes de Trabalho


Para a explicação das causas que estão por detrás dos acidentes de trabalho,
26
vários autores discutem o assunto de várias perspectivas, sendo portanto um tema
em que se está longe de consenso.

Teoria de Dominó (Heinrich)


Entre os vários estudos desenvolvidos no campo da segurança do trabalho,
encontramos a teoria de Dominó (Heinrich) (1950). Para Heinrich, o acidente e
consequentemente a lesão são causados por alguma coisa anterior, ou seja, a lesão
ou dano é invariavelmente causada(o) por um acidente e este, por seu turno é
sempre o resultado do factor que imediatamente o precede. Ele nunca acontece
por um acaso.
É causado porque o homem não se encontra devidamente preparado e comete
actos inseguros, ou então existem condições inseguras que comprometem a
segurança do trabalhador, portanto, os actos inseguros e as condições inseguras
constituem o factor principal na causa dos acidentes. Heinrich, imaginou partindo
da personalidade, demonstrar a ocorrência de acidentes e lesões com o auxílio de
cinco pedras de dominó; a primeira representando a personalidade; a segunda as
falhas humanas, no exercício do trabalho; a terceira as causas de acidentes (actos
e condições inseguras); a quarta, o acidente e a quinta, as lesões ou danos:

Personalidade:
Ao iniciar o trabalho em uma empresa, o trabalhador traz consigo um conjunto de
características positivas e negativas, de qualidades e defeitos, que constituem a
sua personalidade. Esta se formou através dos anos, por influência de factores
hereditários e do meio social e familiar em que o indivíduo se desenvolveu.
Algumas dessas características (irresponsabilidade, irascibilidade, temeridade,
teimosia, etc.) podem se constituir em razões próximas para a prática de actos
inseguros ou para a criação de condições inseguras.

Falhas humanas:
Devido aos traços negativos de sua personalidade, o homem seja qual for a sua
posição hierárquica, pode cometer falhas no exercício do trabalho, do que
resultarão as causas de acidentes.
27
Causas de acidentes:
Estas englobam, como já vimos, as condições inseguras e os actos inseguros.

Acidente:
Sempre que existirem condições inseguras ou forem praticados actos inseguros,
pode-se esperar as suas consequências, ou seja, a ocorrência de um acidente.

Lesões (danos):
Toda vez que ocorre um acidente, corre-se o risco de que o trabalhador venha a
sofrer lesões embora nem sempre os acidentes provoquem lesões, pode haver
danos materias ou do património.

Desde que não se consegue eliminar os traços negativos da personalidade,


surgirão em consequência, falhas no comportamento do homem no trabalho, de
que podem resultar actos inseguros e condições inseguras, as quais poderão levar
ao acidente e as lesões, quando isso ocorrer, caindo a pedra "personalidade" ela
ocasionará a queda, em sucessão de todas as demais. (Veja figura abaixo)

28
Considerando-se que é impraticável modificar radicalmente a personalidade de
todos que trabalham, de tal sorte a evitar as falhas humanas no trabalho deve-se
procurar eliminar as causas de acidentes, sem que haja preocupação em modificar
a personalidade de quem quer que seja, para tanto, deve-se buscar a eliminação
tanto das condições inseguras, apesar da avareza, do desprezo pela vida humana
ou quaisquer outros traços negativos da personalidade de administradores ou
supervisores como também, deve-se procurar que os operários, apesar de
teimosos, desobedientes, temerários, irrascíveis, não pratiquem actos inseguros, o
que se pode conseguir através da criação nos mesmos, da consciência de
segurança, de tal sorte que a prática da segurança, em suas vidas, se transforme
em um verdadeiro hábito.

Eliminadas as causas de acidentes os administradores, supervisores e


trabalhadores continuarão, cada um com a sua personalidade, de que resultarão
falhas no comportamento no trabalho, mas o acidente e as lesões não terão lugar.
A teoria dominó de Heinrichconstitui ainda hoje, uma base para a maior parte dos
técnicos de investigação de acidentes indústrias.

29
Teoria de Campos
Para CAMPOS acidente é uma repentina perturbação no sistema homem-
máquina e ambiente, através da qual a transformação de energia química ou física
entre substâncias e/ou pessoas, produz danos não planeados que total ou
permanentemente reduzem o valor e/ou a função de pelo menos um dos
componentes do sistema.

Teorias mais recentes tendem a introduzir Gestão, melhor dizendo, o erro da


Gestão, como factor determinante na génese do acidente. Assim, por detrás de
uma causa próxima do acidente (acto e/ou condição perigosa) estão as práticas de
Gestão no que diz respeito a política, prioridades, estrutura organizativa, decisão,
quantificação e controlo administrativo. Outros modelos de casualidade foram,
entretanto desenvolvidos tais como modelo de comportamento, de factores
humanos, sistémicos, epidemiológicos etc.

Teoria de Petersen

Um dos modelos de comportamento com particular interesse é o de PETERSEN,


citado por (Miguel, 2005), também designado por modelo de motivação-
satisfação.

Para PETERSEN, o desempenho do trabalhador, em termos de segurança


depende do seu nível de motivação e da sua capacidade. Essa é a função da
selecção e do grau de formação. A motivação é contudo, bastante mais complexa,
dependendo de vários factores tais como; o clima e o estilo da organização na
perspectiva do trabalho (influenciado pela entidade empregadora, pela direcção
da empresa, pelo pessoal ligado à segurança) a sua própria personalidade (ego), o
facto de se sentir realizado ou não no trabalho que executa, factores de motivação
inerentes ao próprio trabalho (promoção, responsabilidade) grupo de trabalho e
sindicato, ao desempenho segue se a recompensa (positiva ou negativa) de
influenciar o seu grau de satisfação em relação a tarefa executada.

A recompensa é atribuída pela entidade patronal, pelo grupo de trabalho, pelo


sindicato e pela sua própria sensibilidade em relação a tarefa cumprida

30
(recompensa intrínseca). O trabalhador estabelece então, a comparação entre a
recompensa e aquilo que esperava receber, daí resultando um determinado grau
de satisfação ou não que influencia o seu nível demotivação para o desempenho
com segurança de uma nova tarefa.

Teoria de Reason
Para REASON citado por MIGUEL (2005),- o erro humano não pode ser visto
como uma simples falha provocada por um individuo, mais sim como o produto
de um sistema de trabalho que permitiu a existência e a combinação de
determinada prática que seja insegura.

Ainda segundo REASON, os operários não são os principais ”instigadores’’ dos


acidentes, mas antes herdeiros das deficiências de um sistema gerado por um
design deficiente, instalações incorrectas, manutenção defeituosa ou má decisão
de Gestão. Em síntese, há que distinguir os erros humanos produzidos em
diferentes níveis da organização.

Os erros produzidos ao nível mais elevado não se tornam necessariamente


visíveis e permanecem geralmente em estado latente, mas aliado a erros de
desempenho contribuindo para o desencadear de um acidente.

O erro humano assume, pois um papel decisivo em ambiente de trabalho cada vez
mais complexo e exigente em termos de capacidade intelectual e cognitivo.

Consequências dos Acidentes de Trabalho

Os acidentes de trabalho acarretam enúmeros custos tanto para a organização


como para os colaboradores, na medidada em que ambos sofrem, tanto danos
materiais como financeiros.

Os acidentes de trabalho acarretam inúmeras consequências para os trabalhadores


afectados e suas famílias, que podem ser temporárias ou permanentes, de nível
pessoal e/ou profissional demonstradas no quadro 1 seguinte.
O trabalhador vítima de acidente de trabalho sofre inúmeras consequências
decorrentes da lesão ou lesões sofridas, nomeadamente a dor e o sofrimento, a
31
eventual perda de futuros ganhos, de investimentos efetuados a nível profissional,
e por exemplo, tempo perdido na reabilitação física. Estas consequências podem
ser enumeradas em consequências de natureza profissional, moral, social e
familiar e verifica-se que os vários impactos estão, muitas vezes,
interrelacionados.
E, durante o tempo de reabilitação do trabalhador, a empresa/organização fica
com o difíce do pessoal/de recursos humanos, facto que contribui para a
diminuição da produtividade como também de valores monetários que a empresa
vai pagar as despesas hospitalares.
A empresa sai a perder também, nos casos em que há perda da capacidade
produtiva do funcionário, facto que pode lavar ao afastamento deste das suas
actividades, criando situação de vacatura cujo o seu preenchimento acarenta
custos com o processo de Recrutamento/Selecção, Integração/Socialização,
Formação/Capacitação.

Quadro 1. Consequências dos Acidentes de Trabalho


Intervenientes Plano Humano Plano material

Sacramento Físico
Perda de salário
Sofrimento Moral
Acidentado Baixa do seu Potencial
Diminuição do seu Profissional
Potencial de Trabalho

Sofrimento Moral
Família Dificuldades económicas
Preocupações

Mal-estar Perda de Tempo

Colegas Inquietação Excesso de Trabalho

Por vezes Pânico Formação de um substituto

Entidade Baixa do Clima Equipamentos

32
(Organização) Psicológico Atrasos na Fabricação

Má Reputação para a Formação de substitutos


Entidade
Perturbações Técnicas

Preços de Custo Maior

Baixa de Potencial Recuperação do Acidentado


País
Humano Perda de producao

Fonte: Adaptado de: (Pernas, 2012)

Apesar dos vários impactos estarem intimamente relacionados, podem ser


agrupados em seis categorias:
• Impactos físico-funcionais;

• Impactos profissionais;

• Impactos económicos;

• Impactos psicológicos e morais;

• Impactos familiares e sociais;

• Impactos na qualidade de vida.


Os acidentes de trabalho conduzem efectivamente a inúmeros impactos quer
para o trabalhador lesionado, quer para todos os outros intervenientes e
implicados no processo de recuperação, desde os prestadores de cuidados de
saúde, aos empregadores, aos colegas de trabalho, aos amigos, vizinhos e
familiares.
Os impactos físico-funcionais, apesar de muito específicos para cada
lesão/doença profissional, implicam não só desvios/prejuízos nas funções e
estruturas do corpo como também restrições ao nível das actividades e
participação do indivíduo nos seus vários contextos. Muitas lesões e doenças
afectam não só o nível de participação no contexto Profissional, como também
no contexto do lar e da vida diária.
33
No que diz respeito aos impactos profissionais, verifica-se que as
lesões/doenças profissionais afectam a identidade profissional do trabalhador, o
que tem consequências ao nível da sua realização pessoal e do seu reportório
emocional face ao valor e sentido do trabalho. As relações com os colegas e
com os superiores hierárquicos são também muitas vezes afectadas, sendo
fundamental o apoio destes para uma reintegração profissional rápida e
satisfatória. As expectativas futuras relativamente ao desenvolvimento do
percurso profissional podem ser alteradas, sendo observáveis sentimentos de
indignidade, inutilidade e desqualificação perante a percepção de
impossibilidade de progressão na carreira, e de um correto desempenho das suas
funções.

Relativamente aos impactos económicos que os trabalhadores e suas famílias


têm de suportar, em caso de não estarem assegurados e/ou para o caso de não
estarem inscritos no instituto de segurança social (INSS). Apesar das
companhias de seguros serem responsáveis pela cobertura dos danos
decorrentes dos acidentes e eventuais indemnizações, no entanto, pode haver
redução do rendimento, no que diz respeito à realização de horas extraordinárias
e perda de eventuais subsídios.

Os impactos psicológicos e morais são diversos, manifestando-se, em muitos


casos, em mudanças significativas dos indivíduos, quer em traços de
personalidade, como por exemplo a introversão, quer em estados de humor e em
todo o estado emocional que o indivíduo vai apresentando, nomeadamente a
culpa, a revolta, a perda de confiança, o sentimento de solidão. Destacam-se
ainda nestes impactos o luto, a depressão, a ansiedade, etc.

No que diz respeito aos impactos familiares e sociais verifica-se que as


repercussões decorrentes dos acidentes de trabalho e doenças profissionais
ultrapassam as fronteiras do local de trabalho e da casa da vítima, alastrando-se
até outros contextos sociais, nomeadamente aos hospitais, aos tribunais e à
comunidade envolvente, abarcando assim diferentes indivíduos e grupos,
diferentes estruturas e instituições. Finalmente, ao nível da qualidade de vida,
34
destacam-se vários impactos nomeadamente mudanças na qualidade das
relações interpessoais, na capacidade de autonomia pessoal, de participação nos
contextos de vida e de mobilização dos recursos da comunidade. A nível mais
individual são evidentes sentimentos de insegurança, instabilidade e stresse
psicológico bem como uma diminuição da auto-estima.

Como se pode observar, existe uma imensa rede de consequências relativas aos
acidentes de trabalho, a maioria destes impactos económicos indirectos e
dificilmente quantificáveis, pelo que haverá sempre dificuldades na obtenção
dos custos totais reais dos acidentes de trabalho. A imagem seguinte mostra as
seis dimensões dos impactos da sinistralidade laboral:

Conceito legal de Doença Profissional


De acordo Lei de Trabalho (Lei n.º 23/2007 de 1 de Agosto), nos nºs 1,2,3 e 4,
do artigo 224, Doença profissional é toda a situação clínica que surge localizada
ou generalizada no organismo, de natureza tóxica ou biológica, que

resulte de actividade profissional e directamente relacionada com ela.


• São consideradas doenças profissionais, nomeadamente as resultantes de:
• Intoxicação de chumbo, suas ligas ou compostos, com consequências
directas dessa intoxicação;
• Intoxicação pelo mercúrio, suas amálgamas ou compostos, com as
consequências directas dessa intoxicação;
• Intoxicação pela acção de pesticidas, herbicidas, corantes e dissolventes
nocivos;
• Intoxicação pela acção das poeiras, gases e vapores industriais, sendo
como tais considerados, os gases de combustão interna das máquinas
frigoríficas;
• Exposição de fibras ou poeiras de amianto no ar ou poeiras de produtos
contendo amianto;
• Intoxicação pela acção dos raios X ou substâncias radioactivas;
• Infecções carbunculosas;
• Dermatoses profissionais.

35
• A lista de situações susceptíveis de originar doenças profissionais
constantes do número anterior é actualizada por diploma do Ministro da
Saúde.
• As indústrias ou profissões susceptíveis de provocar doenças profissionais
constam de regulamentação específica.

Por sua vez, o regulamento geral dos funcionários e agentes de estado, considera
doença profissional:

Doença profissional – toda a situação clínica que surja localizada ou


generalizada no organismo, de natureza tóxica ou biológica, que resulte de
acidente profissional e directamente relacionada com ele, devidamente
comprovada pela entidade de saúde competente.

É toda a lesão resultante da exposição prolongada e repetida a riscos profissionais


habitualmente só perceptivéis ao fim de algum tempo e difícil de caracterizar,
Textos de Leopoidina Graça, att all, p:41-45

Da comparação dos dois conceitos, constatamos que a doença profissional resulta


invariavelmente de um acidente de trabalho.

Exemplo:

Um funcionário pode contrair uma gripe, por contágio com colegas de trabalho.
Essa doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente de trabalho, não é
considerada doença profissional nem do trabalho, porque não é ocasionada
pelos meios de produção ou de trabalho ou porque não esta directamente ligada
aos risco de doenças existentes na sua área de actuação/ não esta ligada as
actividades que desempenha. Contudo, se o trabalhador contrair uma doença ou
lesão por contaminação acidental, no exercício de sua actividade, temos aí um
caso equiparado a um acidente de trabalho. Por exemplo, se um trabalhador de
uma serralharia se queima ao soldar uma peça, isso é um acidente do trabalho.

Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem
36
protecção auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo
trabalho executado junto a uma grande oficina por exemplo, isso caracteriza
igualmente uma doença de trabalho.

Agentes Causadores de Doenças Profissionais

São consideradas agentes causadodores de doenças profissionais,


nomeadamente,as resultantes de:
a) Intoxicação de chumbo, suas ligas ou compostos, com consequências directas
dessa intoxicação;
b) Intoxicação pelo mercúrio, suas amálgamas ou compostos, com as
consequências directas dessa intoxicação;
c) Intoxicação pela acção de pesticidas, herbicidas, corante e dissolventes
nocivos;
d) Intoxicação pela acção das poeiras, gases e vapores industriais, sendo como
tais considerados, os gases e combustão interna das máquinas frigoríficas;
e) Exposição de fibras ou poeiras de amianto no ar ou poeiras de produtos
contendo amianto;
f) Intoxicação pela acção dos raios X ou substâncias radioactivas;
g) Infecções carbunculosas;
h) Dermatoses profissionais.
3. A lista de situações susceptíveis de originar doenças profissionais constantes
do número anterior é actualizada por diploma do Ministro da Saúde.
As indústrias ou profissões susceptíveis de provocardoenças profissionais
constam de regulamentação específica.

Leituras Obrigatórias

AYRES, Dennis de Oliveira; CORRÊA, José Aldo Peixoto. Manual de prevenção


de acidentes do trabalho: aspectos técnicos e legais. São Paulo: Atlas, 2001. Pág. 44
a 56.
CHIAVENATO, I. In “Recursos Humanos’’ Edição Compacta, 4ª Edição, Editora
Atlas-1997,P.354,
37
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O capital humano das organizações.Edição
Compacta, 8ª edição, Editora atlas-2004.Pag254

LEI DE TRABALHO (Lei n.º 23/2007 de 1 de Agosto)

MIGUEL,A.S.S.R.,ManualdeHigieneeSegurançado Trabalho;2005.8ª Edição,Porto-


Editora, 2005. 71 a 77.

PETERSEN, D. Safety Management: A Human Approach. 3ª Edição. Des Plaines:


American Society of Safety Engineers.2005.
REGULAMENTO GERAL DOS FUNCIONÁRIOS E AGENTES DE ESTADO
(Decreto n.º 62/2009 de 8 de Setembro).

RIKHARDSSON, P. Accounting for Health and Safety costs: Review and


comparison of selected methods. In Business Strategy and the Environment
Conference. University of Leeds, September 2005.Pag 433.

Resumo da Unidade

Nesta unidade diferenciamos o conceito teórico e legal de acidente de trabalho. Na


primeira condição, acidente de trabalho como o que decorre do trabalho,
provocando directa ou indirectamente, lesão corporal, perturbação funcional ou
doença que determine a morte, a perda total ou parcial permanente ou temporária
da capacidade para o trabalho.

Por sua vez a Lei de trabalho e o Regulamento geral dos funcionários e agentes de
estado, regulam que acidente de trabalho é o sinistro que se verifica, no local de
trabalho e durante o tempo do trabalho, desde que produza, directa ou
indiretamente, no trabalhador subordinado lesão corporal, perturbação funcional ou
doença de que resulte a morte ou redução na capacidade de trabalho ou de ganho.

Vimos também que os acidentes podem se classificar em mediatos e imediatos,


podendo se caracterizar em acidentes com afastamento e sem afastamento.

Em termos de tipologia, os acidentes podem ser típicos, de trajecto e atípicos.


38
Quanto a discussão de causas de acidentes, vimos que os mesmos podem ser
abordados segundo algumas teorias, nesse sentido, a teoria de Dominó (Heinrich),
o acidente e consequentemente a lesão são causados por alguma coisa anterior, ou
seja, a lesão ou dano é invariavelmente causada(o) por um acidente e este, por seu
turno é sempre o resultado do factor que imediatamente o precede.

Ele nunca acontece por um acaso. É causado porque o homem não se encontra
devidamente preparado e comete actos inseguros, ou então existem condições
inseguras que comprometem a segurança do trabalhador, portanto, os actos
inseguros e as condições inseguras constituem o factor principal na causa dos
acidentes. Heinrich, imaginou partindo da personalidade, demonstrar a ocorrência
de acidentes e lesões com o auxílio de cinco pedras de dominó; a primeira
representando a personalidade; a segunda as falhas humanas, no exercício do
trabalho; a terceira, as causas de acidentes (actos e condições inseguras); a quarta, o
acidente e a quinta, as lesões ou danos:
Em relação às consequências de acidentes de trabalho, vimos que o trabalhador
vítima de acidente de trabalho sofre inúmeras consequências decorrentes da lesão
ou lesões sofridas, nomeadamente a dor e o sofrimento, a eventual perda de futuros
ganhos, de investimentos efetuados a nível profissional, e por exemplo, tempo
perdido na reabilitação física. Estas consequências podem ser enumeradas em
consequências de natureza profissional, moral, social e familiar e verifica-se que os
vários impactos estão, muitas vezes, interrelacionados.

Tarefas
• Defina acidente de trabalho.

• Na classificação de acidentes, há uma abordagem que nos apresenta


acidentes sem afastamento e acidentes com afastamento. O que os
distingue?

• Na discussão das causas de acidentes de trabalho, temos varias teorias que


abordam o assunto. Apresente as causas de acidentes de trabalho na

39
perspectiva de Reason.

• Quais as consequências dos acidentes de trabalho que consegue prever para


as empresas ou organizações?

• Como define doença profissional?

Auto-avaliação
Aqui chegados caro cursante, lembre-se que nesta unidade abordamos a temática de
acidentes de trabalho. Definimo-los e trouxemos a classificação dos mesmos. Sobre
as causas de acidentes de trabalho, vimos que contrariamente ao que habitualmente
temos a tendência de dizer, afinal de contas os mesmos não são produto de "azar"
aprendemos algumas abordagens teóricas que procuram explicar as causas de
acidentes, sendo portanto possível havendo boa Gestão, proceder de modo a tornar
quase nulo a sua ocorrência.

Não terminamos a unidade sem falarmos das graves consequências que os


acidentes de trabalho podem acarretar ao trabalhador, às organizações e à sociedade
em geral, sendo que é quase impossível, quantificar totalmente as consequências
que os acidentes podem acarretar, dai a pertinência para sua prevenção.

Antes de terminar a unidade, vimos que o conceito de doença profissional pode ser
definido na perspectiva não apenas teórica, mas também na perspectiva legal, sendo
que em termos legais a actual lei de trabalho e o regulamento geral dos
funcionários e agentes de estado, trazem o conceito do mesmo em termos de lei.
Ainda sobre a doença profissional, vimos na última parte da unidade, as situações
em que uma doença contraída por um trabalhador, pode ser considerada
profissional.

Para consolidar estes conteúdos tem asseguir, algumas questões para resolveres.

• Apresente as palavras-chaves que estão presentes na definição do acidente


de trabalho quer se trate do conceito teórico quer se trate do conceito legal.

• Apresente a classificação de acidentes de trabalho segundo a perspectiva de

40
AYRES e CORRÊA (2001),

• Para a explicação das causas que estão por detrás dos acidentes de trabalho,
vários autores discutem o assunto de várias perspectivas, sendo portanto um
tema em que se está longe de consenso. Apresente as causas de acidentes de
trabalho segundo a teoria de Dominó (Heinrich).

• Aponta as consequências de acidentes de trabalho no plano humano e


material quando os intervenientes são os trabalhadores.

• Será correcto afirmar-se que doença profissional é também acidente de


trabalho?

• Um trabalhador desvia sua atenção do trabalho por fracção de segundo,


ocasionando um sério. Além do próprio trabalhador são atingidos mais dois
colegas que trabalham ao seu lado. O trabalhador tem de ser removido
urgentemente para o hospital e os dois outros trabalhadores envolvidos são
atendidos no posto de saúde da empresa.
• Analise a situação anterior e diga se pode ser considerada acidente de
trabalho, não se esqueça de justificar a sua resposta.
• acidente
• Das alternativas que se seguem, diga qual (ou quais) podem ser necessário
(s) para que uma doença possa ser considerada doença Profissional:

• Ter sido provocada pelo trabalho e conste da lista de doenças Profissionais;

• Ter sido provocada pelo trabalho e não conste da lista de doenças


Profissionais;

• Os colegas de trabalho terem classificado essa doença como doença


profissional;

• Qualquer das anteriores.

Chave de correcção
• Acidente de trabalho, é o sinistro que se verifica, no local e durante o
41
tempo do trabalho, desde que produza, directa ou indirectamente, no
trabalhador subordinado lesão corporal, perturbação funcional ou doença
de que resulte a morte ou redução na capacidade de trabalho ou de ganho.

• Acidente sem afastamento é o que, após o acidente,otrabalhador continua


a trabalhar.Estetipodeacidente não éconsiderado
noscálculosdoscoeficientesdefrequênciaede
gravidade,emboradevaserinvestigadoeanotado emrelatório,além de
exposto nasestatísticasmensais. Por sua vez, acidente com afastamento,
após o acidente, o acidentado, não retoma no imediato as actividades,
podendo resultar na Incapacidade temporária,Incapacidade permanente
parcial,Incapacidade total permanente ou na morte do acidentado.

• Para REASON citado por MIGUEL (2005),- o erro humano não pode ser
visto como uma simples falha provocada por um individuo, mais sim
como o produto de um sistema de trabalho que permitiu a existência e a
combinação de determinada prática que seja insegura.
Ainda segundo REASON, os operários não são os principais ”instigadores’’
dos acidentes, mas antes herdeiros das deficiências de um sistema gerado por
um design deficiente, instalações incorrectas, manutenção defeituosa ou má
decisão de Gestão.
Em síntese, há que distinguir os erros humanos produzidos em diferentes
níveis da organização. Os erros produzidos ao nível mais elevado não se
tornam necessariamente visíveis e permanecem geralmente em estado latente,
mas aliado a erros de desempenho contribuindo para o desencadear de um
acidente. O erro humano assume, pois um papel decisivo em ambiente de
trabalho cada vez mais complexo e exigente em termos de capacidade
intelectual e cognitivo.


Interveniente Plano Humano Plano material

Empresa ou Baixa do Clima Equipamentos


organização Psicológico
Atrasos na

42
Má Reputação Fabricação
para a Entidade
Formação de
substitutos

Perturbações
Técnicas

Preços de Custo
Maior

Doença profissional – toda a situação clínica que surja localizada ou generalizada


no organismo, de natureza tóxica ou biológica, que resulte de acidente
profissional e directamente relacionada com ele, devidamente comprovada pela
entidade de saúde competente.

43
UNIDADE III: GESTÃO DE RISCOS E SEGURANÇA NO TRABALHO
Introdução
Os riscos têm evoluído juntamente com a humanidade e, devido a esta
associação, a eliminação total deles é praticamente impossível. Da mesma
forma, é totalmente possível gerir e controlar os riscos de maneira a reduzir as
lesões, incapacidades, mortes e danos materiais para níveis mínimos aceitáveis.

Os riscos nos locais de trabalho estão relacionados com as características do


processo de trabalho, seu ambiente e organização. A Prevenção de riscos, é
certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as possibilidades de
ocorrerem problemas de segurança com o Trabalhador, esse acto, consiste na
adopção de um conjunto de medidas de protecção, na previsão de que a
segurança física do operador possa ser colocada em risco durante a realização
do seu trabalho.

Para melhor entendimento destas matérias, iremos discutir nesta unidade os


conceitos de risco, perigo e prevenção de riscos, significado e importância da
prevenção, as razões para gestão de risco e os elementos chave para gestão de
risco.

Continuaremos discutindo seguidamente avaliação e controlo de riscos, etapas


de avaliação de riscos, preparação do inventário de riscos, métodos de redução
de riscos e hierarquia das medidas de controlo de riscos. Mais adiante
continuaremos abordando sistema de trabalho seguro, identificação de perigos e
agentes perigosos eequipamentos de protecção individual (EPI) e colectivo
(EPCˋs).

Vamos finalizar com a temática da sinalização de segurança antecedido da


discussão sobre as partes essenciais do corpo a proteger.

A gestão de riscos, portanto, estuda processos e técnicas que visam aumentar a


segurança dos processos pela antecipação das condições inseguras por meio de
técnicas de identificação, análise e avaliação dos riscos

A chave da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho é a Avaliação do Risco.


Ela permite determinar a origem, a natureza e os efeitos dos riscos em presença

44
possibilitando a adopção de medidas de Controlo do Risco dos mesmos, que
deverão desenvolver-se a partir de um planeamento e programação coerentes,
conduzindo, se possível, à sua eliminação dos riscos ou à sua redução a níveis
aceitáveis, através de medidas de engenharia (técnicas), administrativas ou
outras.

Objectivos da unidade
Objectivos:
No fim desta unidade temática os estudantes devem ser capazes de:
• Conceituar risco, perigo e prevenção de riscos;
• Estabelecer importância da prevenção;
• Apontar as razões para gestão de risco;
• Caracterizar os elementos chave para gestão de risco;
• Saber avaliar e controlar Riscos;
• Identificar as etapas de Avaliação de Riscos;
• Elaborar o inventário de Riscos;
• Apontar os métodos de redução de riscos;
• Saber Hierarquizar as medidas de controlo de riscos;
• Sistematizar o trabalho Seguro;
• Identificar de Perigos e Agentes Perigosos;
• Caracterizar os Equipamentos de Protecção Individual (EPI) e
Colectivo (EPCˋs);
• Conhecer as Partes essenciais do corpo a proteger;
• Saber identificar a Sinalização de Segurança.

45
Recurso de aprendizagem
Conceituar risco, perigo e prevenção de riscos

Risco

Combinação da probabilidade e da(s) consequência (s) da ocorrência de um


determinado acontecimento perigoso (representa a probabilidade do perigo se
materializar).

Exemplo: para a mesma corrente eléctrica, se o condutor estiver mal isolado e for
fácil a um trabalhador entrar em contacto com ela, está-se perante uma situação de
risco que pode ainda aumentar ou diminuir em função de outras variantes tais
como idade, estado de saúde, meio húmido, etc.

Perigo

Fonte ou situação com um potencial para o dano em termos de lesões ou


ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, para o património,
para o ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destes.
Exemplo: a corrente eléctrica tem potencial para causar lesões ou até a morte, mas
se o condutor estiver isolado ou se por qualquer meio for impossível ao
trabalhador entrar em contacto com ela, essa corrente não representa risco.

Identificação do perigo

O processo de reconhecer a existência de um perigo e de definir as suas


características.

Prevenção de risco

É dispor antecipadamente, impedir que aconteça, etc., ou, como define a


legislação em vigor defende que, é a acção de evitar ou diminuir os riscos
profissionais através de um conjunto de disposições ou medidas que devem ser
tomadas no licenciamento e em todas as fases de actividade da empresa, do
estabelecimento ou do serviço.

A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as


possibilidades de ocorrerem problemas de segurança com o Trabalhador. A
46
prevenção consiste na adopção de um conjunto de medidas de protecção, na
previsão de que a segurança física do operador possa ser colocada em risco
durante a realização do seu trabalho.

O significado e importância da prevenção de riscos

A importância da Prevenção deve passar por:

Combater o Risco na origem, substituindo o que é perigoso pelo que é isento de


perigo (ou menos perigoso). Atenção para um erro recorrente na implementação
destas medidas que é a transferência de riscos, ou seja, para solucionar um perigo,
criamos outro perigo!

Priorizar as medidas de protecção colectiva e sempre que necessário utilizar as


medidas de protecção individuais como EPIs que chegam a reduzir o risco de um
acidente de trabalho em 80%;

Adaptar o trabalho ao indivíduo e ao progresso técnico;

Sensibilizar os trabalhadores para o perigo e para as medidas de prevenção e


fornecer-lhes instruções adequadas sobre as medidas de protecção e a sua
utilização.

Elemento chave para gestão de risco

Para a gestão de risco de acidentes de trabalho, deve se ter em conta os seguintes


elementos:

• Fazer uma avaliação cuidadosa das necessidades da organização


em função dos meios de que dispõe;

• Adaptar a HST aos resultados da avaliação;

• Assegurar que o sistema se concentra na eficácia das medidas de


prevenção e de protecção

• Não esquecer que o sistema é delineado mais para se aperfeiçoar

47
do que para se justificar;

• Assegurar que as auditorias contribuam para um processo de


melhoria contínua e não se tornem unicamente num mecanismo
para melhorar os resultados da própria auditoria;

• Lembrar que o nível de desempenho de um sistema de gestão da


SST funciona unicamente em função do suporte ou do programa
de SST existentes na organização

• Assegurar que os programas de HST se desenvolvam em


conformidade com o enquadramento legislativo nacional, devendo
a organização assegurar que o sistema inclua uma análise das
disposições regulamentares e que tais disposições sejam integradas
nos programas consoante a sua evolução;

• Providenciar para que a formação profissional em matéria de HST


para a implementação do programa de HST seja concretizada
numa base de continuidade a todos os níveis, desde os
administradores de topo até aos operários, e actualizada
regularmente, de modo a assegurar o conhecimento do sistema e o
acompanhamento das mudanças na organização;

• São necessários canais de comunicação entre os diferentes níveis


da organização para que o sistema se enfoque nas pessoas. As
informações e as preocupações em matéria de HST devem circular
nos dois sentidos, devendo dar-se a devida consideração às que são
transmitidas pelos operários e permitir que cheguem ao topo da
hierarquia;

• HST não pode funcionar devidamente sem que exista um diálogo


social efectivo (envolvimento e consulta directos). Deve ser dada
oportunidade aos trabalhadores e aos seus representantes de
participarem amplamente na gestão da HST na organização, seja
no contexto de comités de segurança e saúde ou de outros

48
mecanismos, tais como convenções colectivas.

• Um sistema só é bem-sucedido se forem atribuídas responsabilidades


definidas para a respectiva execução a todos os interessados.

• Os serviços de inspecção do trabalho são ainda, no que se refere às


relações laborais e a SST, o principal elo oficial entre o sistema nacional
de SST e as organizações.

• Com formação profissional adequada, poderiam ter um papel decisivo na


garantia de que os programas de SGSST, incluindo os mecanismos de
verificação, estejam em conformidade com a legislação e os regulamentos
nacionais.

Etapas de Avaliação de Riscos


A ocorrência frequente de acidentes de trabalho e doenças profissionais, em
patamares preocupante para os trabalhadores, demonstra que há insuficiência de
prevenção dos riscos nos locais de trabalho.
Esta situação não só é geradora de muitos casos de acidentes e doenças
profissionais, reconhecidos nas estatísticas oficiais, como incorpora as práticas
erradas na gestão dos riscos profissionais, na generalidade das empresas.
A situação também comprova o desconhecimento, ou alheamento, das causas e
dimensão da perigosidade dos riscos, é o farol que nos indica que qual o caminho
a percorrer, para se alcançar níveis satisfatórios de prevenção, faz-se com a
identificação, avaliação e controlo de todos os riscos, em todos os locais de
trabalho, em todas as empresas.

Nesse sentido, conhecer as potenciais causas dos riscos de acidentes e de doenças


profissionais e encontrar as formas e os meios para os evitar é uma obrigação das
empresas, é uma responsabilidade dos gestores e dos técnicos e exige dos
trabalhadores e dos seus representantes comportamentos adequados face às
medidas de prevenção.
Avaliação do risco é uma análise de todos os aspectos do trabalho, com vista a:

49
apurar o que poderá provocar danos na segurança e saúde dos trabalhadores; se é,
ou não, possível eliminar os perigos; e, no caso negativo, que medidas preventivas
ou de protecção podem ser tomadas para controlar os risco.
Os riscos nos locais de trabalho estão relacionados com as características do
processo de trabalho, seu ambiente e organização. Por isso, a primeira fase da
avaliação consiste na identificação dos perigos e das pessoas em risco.
Em cada empresa existem levantamentos e práticas que podem ajudar bastante,
em conjunto com as informações dos trabalhadores. É o caso, por exemplo, do
organigrama de produção da empresa, onde devem constar: os principais passos
para a fabricação dos produtos produzidos; a descrição das principais
características da organização do trabalho; equipas de trabalho; jornada de
trabalho; existência de turnos ou trabalho nocturno; descrição das principais
actividades realizadas pelos trabalhadores; descrição das instalações,
equipamentos e capacidades de produção; listagem das principais matérias-
primas, dos produtos em processo e acabados; resíduos produzidos ao longo dos
processos de fabricação, assim como o seu destino final e formas de tratamento.

Etapas da avaliação de riscos


A avaliação de riscos deve ser estruturada e realizada em cinco etapas

• Identificação dos perigos e das pessoas em risco - Identificar os perigos


que ocorrem no trabalho e avaliar os riscos a eles associados, por forma a
determinar que medidas devem ser tomadas para proteger a saúde e a
segurança dos trabalhadores. Facilita os registos e posteriorimente faz a
definição das medidas a serem adptadas de ferma a classificar os riscos de
acordo com a sua natureza ou com os agentes geradores de riscos como:
agentes físico, quimico, biológico/natural.

• Identificar quem esta exposto e definir situações perigosas - Devendo


para cada risco identificar, definir/descrever situações perigosas.

• Avaliação dos riscos - Avaliar os riscos, para melhor estabelecer as

50
prioridades de prevenção e protecção dos trabalhadores, seja na segurança
do trabalho com máquinas e outro equipamento de trabalho, ou na
utilização de substâncias químicas perigosas, ou nos métodos de organizar
o trabalho e os processos tecnológicos, tendo em vista proteger os
trabalhadores de outros riscos ambientais. Faz-se a quantificação dos
riscos, considerando-se o risco como uma função da probabilidade da
ocorrência da situação perigosa ou da ocorrência à exposição ao risco.

• Decisão sobre medidas preventivas - Garantir, sem margem para


dúvidas, quetodos os factores pertinentes para a segurança no trabalho
foram tidos emconta e que foi feita uma avaliação correcta dos riscos e das
medidas necessárias para controlo dos mesmos.

• Adopção de medidas - Assegurar que as medidas de prevenção, aplicadas


nasequência da avaliação de riscos, foram as adequadas para o nível de
protecção da saúde e segurança dos trabalhadores e foram aplicadas de
acordocom as prioridades de cada momento.

• Acompanhamento e revisão - Sempre que se proceda à avaliação de


riscose subsequente aplicação de medidas de controlo, é preciso ter em
atençãose, para resolver um problema, se estará a criar outro. É essencial o
acompanhamento das medidas em curso. Por exemplo, num novo processo
de produção, a introdução de novos equipamentos ou de novas matérias-
primas, que
Arrastam novas situações de riscos no trabalho, requer que a avaliação
deriscos seja revista.

Hierarquia das medidas de controlo de riscos

Como vimos já vimos, os acidentes são evitados com a aplicação de medidas


específicas de controlo de riscos, seleccionadas de forma a estabelecer maior
eficácia na prevenção da segurança. As prioridades para o controlo de riscos são:

Eliminação do risco

51
Significa torná-lo definitivamente inexistente. (exemplo: uma escada com piso
escorregadio apresenta um sério risco poderá ser eliminada com a colocação de
um piso antiderrapante).

Neutralização do risco
O risco existe, mas está controlado, esta opção é utilizada na impossibilidade
temporária ou definitiva da eliminação de um risco. (exemplo: as partes móveis
de uma máquina como polias, engrenagens, correias etc., devem ser neutralizados
com anteparos de protecção, uma vez que essas peças das máquinas não podem
ser simplesmente eliminadas.
Por outro lado, em situações que tal se justifique, pode ser aconselhável o uso de
equipamento de protecção individual (EPI) ou o equipamento de protecção
colectivo (EPC).

Sinalização do risco
É a medida que deve ser tomada quando não for possível eliminar ou isolar o
risco. (exemplo: máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com placas de
advertência; locais onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados.

Sistema de trabalho Seguro


As premissas que estão por detrás do Sistema de trabalho Seguro, são as de que,
aoefectuar uma tarefa, deve-se respeitar o sistema de autorização de trabalho,
compreender e aplicar medidas preventivas de avaliação de riscos. Devendo para
o efeito:
• Assegurar que a tarefa foi validada.
• Assegurar que existe uma autorização de Trabalho aprovada.
• Assegurar que compreende completamente a tarefa e todos os passos de
trabalho envolvidos.
• Assegurar que conhece os procedimentos operacionais relacionados com a
tarefa.
• Não se deve trabalhar sem uma Autorização de Trabalho.
• Não Executar tarefas caso haja quaisquer diferenças entre a tarefa real e o
conteúdo da tarefa descrito na Autorização de Trabalho.

52
Identificação de Perigos e Agentes Perigosos
De acordo com cada tipo de organização ou cada actividade desenvolvida dentro
das organizações, podemos encontrar vários agentes perigosos ou geradores de
riscos, como os agentes Fisico, Quimico, Biologico e Natural. Estes representam
perigo aos colaboradores, onde depois de serem identificados, há necessidades de
serem controlados ou de se criarem medidas de prevenção.
A identificação de produtos perigosos para o transporte rodoviário é realizada por
meio da simbologia de risco, composta por um painel de segurança, de cor, e um
rótulo de risco.
Estas informações obedecem aos padrões técnicos definidos na legislação do
transporte de produtos perigosos.
As informações inseridas no painel de segurança e no rótulo de risco, conforme
determina a legislação, abrangem o Número de Risco e o Número da ONU, no
Painel de Segurança, e o Símbolo de Risco e a Classe/Subclasse de Risco no
Rótulo de Risco.

Equipamentos de Protecção Individual (EPI) e Colectivo (EPCˋs)


As medidas de protecção colectiva, através dos equipamentos de protecção
colectiva (EPC), devem ter prioridade, conforme determina a legislação.
Os equipamentos de protecção colectiva (EPC), beneficiam todos os
trabalhadores, indistintamente, devem ser mantidos nas condições que os
especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que
apresentarem qualquer deficiência. Vejamos alguns exemplos de aplicação de
EPCs :
• Sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes
do local de trabalho;

• Enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído


excessivo;

• Extintores de incêndio

53
• Sinalização de segurança

• Cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a


esforços, caso venham a se desprender, etc.

Quando não for possível adoptar medidas de segurança de ordem geral, para
garantir a protecção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-
se utilizar os equipamentos de protecção individual, conhecidos pela sigla EPI.

São considerados equipamentos de protecção individual, todos os dispositivos de


uso pessoal destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador.

Os EPI'snão evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz com a protecção


colectiva. Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes.
Existem EPI's para protecção de praticamente todas as partes do corpo.

Veja alguns exemplos:

• Cabeça e crânio: capacete de segurança contra impactos, perfurações,


acção dos agentes meteorológicos etc.
• Olhos: óculos contra impactos, que evita a cegueira total ou parcial e a
conjuntivite. É utilizado em trabalhos onde existe o risco de impacto de
estilhaços e limalhas.
• Vias respiratórias: protector respiratório, que previne problemas
pulmonares e das vias respiratórias, e deve ser utilizado em ambientes com
poeiras, gases, vapores ou fumos nocivos.
• Face: máscara de solda por exemplo, que protege contra impactos de
partículas, respingos de produtos químicos, radiação (infravermelha e
ultravioleta) e ofuscamento.
• Ouvidos: Auriculares, que previnem a surdez, o cansaço, a irritação e
outros problemas psicológicos. Deve ser usada sempre que o ambiente
apresentar níveis de ruído superiores aos aceitáveis, de acordo com a
norma regulamentadora.
• Mãos e braços: luvas, que evitam problemas de pele, choque eléctrico,
queimaduras, cortes e raspões e devem ser usadas em trabalhos com solda

54
eléctrica, produtos químicos, materiais cortantes, ásperos, pesados e
quentes.
• Pernas e pés: botas de borracha, que proporcionam isolamento contra
electricidade e humidade. Devem ser utilizadas em ambientes húmidos e
em trabalhos que exigem contacto com produtos químicos.
• Tronco: aventais de couro, que protegem de impactos, gotas de produtos
químicos, choque eléctrico, queimaduras e cortes. Devem ser usados em
trabalhos de soldagem eléctrica, oxiacetilénica, corte a quente
A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho,
mediante certificados de aprovação.
As empresas devem fornecer os EPI's gratuitamente aos trabalhadores que deles
necessitarem. A lei estabelece também que é obrigação dos empregados usar os
equipamentos de protecção individual onde houver risco, assim como os demais
meios destinados à sua segurança. Mas, há casos em que os trabalhadores não
usam esses equipamentos por várias razões como: a perda do prestígio e da
imagem do trabalhador; a ausência se exemplos de utilização pelos resposáveis;
incomodidade fisica provocada pelo uso de EPIs; oposição a movimentações
livres; inadequação de alguns equipamentos a estatura do utilizador;
indisponibilidade para utilização no local e no momento adequado do material
necessário. Sobre esta matéria, consultei na obra: Revista Dirigida, do IEFP,
textos de Leopoldina , Luís Graça, Maria Cristina Neves, Maria Isabel Lúcio e
Margarida Rasteiro, com o Título Segurança Higiene e Saúde no Local de
Trabalho, na Mediateca do BCI)

Sinalização de Segurança

No interior e exterior das instalações das organizações, devem existir formas de


aviso e informação rápida, que possam auxiliar os elementos das mesmas, a actuar
em conformidade com os procedimentos de segurança.
Com este objectivo, existe m conjunto de símbolos e sinais especificamente
criados para garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a
cumprir nas diversas situações laborais que podem ocorrer no interior de uma

55
Empresa ou em lugares públicos. Em seguida dão-se alguns exemplos do tipo de
sinalização existente e a ser aplicada nas Empresas.
Sinais de Perigo
Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no
sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e
procedimentos, etc.. Têm forma triangular, o contorno e pictograma a preto e o
fundo amarelo.

Exemplo:

Perigos Vários Perigo de incêndio

Sinais de Proibição
Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no sinal.
São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc..
Têm forma circular, o contorno vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.

P
Proibido fumar Proibido lavar as mãos

Sinais de Obrigação
Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido no
sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e
procedimentos, etc.. Têm forma circular, fundo azul e pictograma a branco.

Protecção obrigatória nos pés Protecção obrigatória nas mãos

56
Sinais de Emergência
Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido no
sinal. São utilizados em instalação, acessos e equipamentos, etc.. Têm forma
rectangular, fundo verde e pictograma a branco.

Posto de primeiros socorros Saída de emergência à esquerda

Leituras Obrigatórias

SISTEMA DE GESTÃODA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO.


Organização Internacional do Trabalho: Um instrumento para uma melhoria
contínua. Primeira edição 2011. Pág., 19

Resumo da Unidade
A gestão de riscos, portanto, estuda processos e técnicas que visam aumentar a
segurança dos processos pela antecipação das condições inseguras por meio de
técnicas de identificação, análise e avaliação dos riscos

A chave da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho é a Avaliação do Risco. Ela


permite determinar a origem, a natureza e os efeitos dos riscos em presença
possibilitando a adopção de medidas de Controlo do Risco, que deverão
desenvolver-se a partir de um planeamento e programação coerentes, conduzindo,
se possível, à eliminação dos riscos ou à sua redução a níveis aceitáveis, através
de medidas de engenharia (técnicas), administrativas ou outras.

A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as


possibilidades de ocorrerem problemas de segurança com o Trabalhador.
A prevenção consiste na adopção de um conjunto de medidas de protecção, na

57
previsão de que a segurança física do operador possa ser colocada em risco
durante a realização do seu trabalho.
Nestes termos, pode-se acrescentar que as medidas a tomarno domínio da higiene
industrial não diferem das usadas na prevenção dos acidentes de trabalho.
Por outro lado, vimos que os riscos podem ser prevenidos por adopção de uma
seria de medidas tais como:
Eliminação do risco
Neutralização do risco e,
Sinalização do risco.
Ainda relacionado com a discussão anterior, vimos que as medidas de protecção
colectiva, através dos equipamentos de protecção colectiva (EPC), devem ter
prioridade, conforme determina a legislação.
Os equipamentos de protecção colectiva (EPC), beneficiam todos os
trabalhadores, indistintamente, devem ser mantidos nas condições que os
especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que
apresentarem qualquer deficiência.
Quanto a sinalização,vimos que no interior e exterior das instalações das
organizações, devem existir formas de aviso e informação rápida, que possam
auxiliar os elementos das mesmas, a actuar em conformidade com os
procedimentos de segurança.
Com este objectivo, existe m conjunto de símbolos e sinais especificamente
criados para garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a
cumprir nas diversas situações laborais que podem ocorrer no interior de uma
Empresa ou em lugares públicos.

Tarefas
• Fale da importância de prevenir riscos de acidente de trabalho numa
organização.

• Apresente três elementos chaves para gestão de risco de acidente.

• Quais são as etapas da avaliação de riscos de acidentes de trabalho numa


organização.

58
• Apresente a importância de sinalização no ambiente organizacional.

Auto-avaliação
Nesta unidade trouxemos o conceito de risco. Vimos que o risco sendo uma
probalidade de ocorrência de um acidente, é algo iminente no nosso dia a dia, para
avaliação da sua ocorrência, existe elementos para a sua gestão e etapas que
devem ser percorridas como, por exemplo: identificação dos perigos, avaliação,
decisão sobre medidas preventivas, adopção de medidas e acompanhamento e
revisão de modo a que de forma hierárquica, ou possamos eliminar, neutralizar ou
não sendo possíveis as duas situações, sinalizar o risco para que não coloquem em
risco os trabalhadores.
Depois de abordarmos o sistema de trabalho seguro que basicamente, consiste na
premissa de que ao efectuar uma tarefa, deve-se respeitar o sistema de autorização
de trabalho, compreender e aplicar medidas preventivas de avaliação de riscos.
Asseguir vimos a identificação de perigos e agentes perigosos, tendo seguido o
estudo dos equipamentos de protecção individual (Epi) e colectivo (Epcˋs).
Terminamos a unidade discutindo a questão de que sinalização de segurança que
devem existir no interior e exterior das instalações das organizações, sinais que
possam auxiliar os trabalhadores e não só, a actuar em conformidade com os
procedimentos de segurança.
Para tanto, vimos que existem conjunto de símbolos e sinais especificamente
criados para garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a
cumprir nas diversas situações laborais que podem ocorrer no interior de uma
empresa ou em lugares público.
Para dar consistência a compressão desta unidade, propomos ao caro estudante,
algumas questões que se seguem como forma de consolidar aprendizagem desta
unidade.

• Apresente as diferenças entre o conceito de Risco e Perigo. Para


consolidar a sua ideia socorra-se de um exemplo.

• Apresente quatro elementos chave para gestão de risco.


59
• Como Gestor (a), se lhe fosse pedido um concelho sobre a compra
de equipamento de proteção, qual das opções que se seguem,
recomendaria. Não se esquece de justificar a sua resposta.

• Compra de equipamento de proteção individual.

• Compra de equipamento de proteção colectivo.

• Compra de equipamento de proteção individual e equipamento de


proteção colectivo.

• Nenhuma das alternativas atrás referidas.

• As etapas da avaliação de riscos são cinco processos. Diga é a que


te parece mais importante. Justifica a sua resposta.

• Quais são as características de um sinal que indicativa de


obrigação.

Chave de correcção

• A prevenção de riscos permite que degradação das condições de


trabalho, a que se associa uma maior probabilidade de ocorrência de
acidentes de trabalho, doenças profissionais e desmotivação dos
trabalhadores. Seja evitada.

• Para a gestão de risco de acidentes de trabalho, deve se ter em conta


os seguintes elementos por exemplo:

• Fazer uma avaliação cuidadosa das necessidades da organização em


função dos meios de que dispõe;

• Adaptar a HST aos resultados da avaliação;

• Assegurar que o sistema se concentra na eficácia das medidas de


prevenção e de proteção.

60
• A sinalização éimportante e necessária independentemente do
ambiente de trabalho. permite em grande medida, para a diminuição
de acidentes. por isso, é preciso que os trabalhadorestenham
conhecimento sobre o significado dos sinais colocadas e devem
saber com preceder em cada ocasião.

61
UNIDADE IV: ERGONOMIA NO TRABALHO
Introdução
Uma discussão sobre a importância da ergonomia, possibilita contextualizar o
trabalho humano, de modo a encontrar as condições de trabalho que permitam a
melhor integração do trabalhador do ponto de vista do conforto e segurança,
assim como da confiabilidade e eficiência do sistema produtivo. Este é o
principal objectivo desta unidade que irá centrar esforços na abordagem da
Ergonomia do trabalho.

Para o alcance dos objectivos desta unidade, os temas estão alinhados de modo
que nos primeiros três temas, iremos abordar sobre os conceitos e significado
de Ergonomia, objectivos e importância da Ergonomia no contexto de HST e
sobre breve o historial da Ergonomia. Prosseguiremos com a unidade
abordando os tipos de Ergonomia e a relação da ergonomia com HST.

Na penúltima discussão o Stress Ocupacional será o debate central, antes de


terminarmos com os aspectos ambientais de Ergonomia nos locais de trabalho.

As organizações procuram ser cada vez mais competitivas, e para isso cuidam
do seu capital humano e intelectual, a fim de garantir sua produtividade e
segurançaNesse contexto a história da segurança do trabalho tem seu início no
século XIX, momento onde se estabeleceram as primeiras leis de protecção aos
trabalhadores. Em alguns países da Europa ocorreram verdadeiros massacres
contra os trabalhadores que sofriam com o calor, gases, poeiras minerais, fibras
vegetais, ruídos e baixos níveis de iluminação (JUNIOR, 2006).
Uma visão panorâmica da ergonomia possibilita contextualizar o trabalho
humano, de modo a encontrar as condições de trabalho que permitam a melhor
integração do trabalhador do ponto de vista do conforto e segurança, assim
como da confiabilidade e eficiência do sistema produtivo.

O termo Ergonomia, deriva do grego “ergon” que significa trabalho e “nomos”


que significa leis ou regras, atribuindo se a sua denominação a MURREL, um
Engenheiro Inglês, no ano de 1949. Mas, foi na revolução industrial que a
ergonomia começou a surgir. Nas grandes guerras ela teve uma importância
fundamental no desenvolvimento de armas e equipamentos bélicos que

62
deveriam ser precisos e habilitados a serem usados por soldados de vários
países com medidas antropométricas diferentes.

Objectivos da unidade
No fim desta unidade temática os estudantes devem ser capazes de:
• Conceituar Ergonomia;
• Conhecer os objectivos e importância da Ergonomia no contexto de
HST;
• Conhecer de forma breve, o historial da Ergonomia;
• Tipificar Ergonomia;
• Relacionar Ergonomia com HST;
• Conceituar Stress Ocupacional;
• Enumerar os aspectos ambientais dos locais de trabalho que
afectam a higiene e segurança no trabalho.

Recurso de aprendizagem
Conceito de Ergonomia

“A Ergonomia, é um conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e


necessários para conceber os utensílios, máquinas e dispositivos que possam ser
utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia.” WISNER(1991)

”A Ergonomia, é uma ciência interdisciplinar que compreende a psicologia do


trabalho, antropologia e a sociologia de trabalho. O alvo prático da Ergonomia é
adaptação do posto de trabalho, dos utensílios,das máquinas, dos horários e do
ambiente às exigências do homem. A realização dos seus alvos a nível industrial
dá lugar a uma facilitação do trabalho e a um aumento do rendimento do esforço
humano” GRANDJEAN (1998).

“A Ergonomia, é uma disciplina científica que estuda o funcionamento do homem


em actividade profissional”. ALAVILLE(1978)

63
“A Ergonomia é uma ciência que visa o máximo rendimento reduzindo os riscos
do erro humano ao mínimo, ao mesmo tempo que trata de eliminar dentro do
possível os perigos para o trabalho. Estas funções são realizadas com ajuda de
métodos científicos e tendo em conta, simultaneamente, as possibilidades e as
limitações humanas devido à anatomia fisiológica e psicológica’’. OMS (1972)

Objectivos e importância da Ergonomia no contexto de HST

De facto a Ergonomia, procura estudar a optimização as condições de trabalho,


segundo critérios de eficiência, conforto e segurança, e proporcionar ao homem
condições de trabalho que sejam favoráveis, com o intuito de torná-lo mais
produtivo por meio de ambiente de trabalho saudáveis e seguros, que solicite dos
trabalhadores menor exigência e, por consequência, concorra para um menor
desgaste e um maior resultado. Ergonomia é um campo do conhecimento, cujo
objectivo é analisar o trabalho, de forma a poder contribuir com a concepção e/ou
transformação das situações e dos sistemas de trabalho. A análise do trabalho real
permite à ergonomia de terminar as informações que um operador dispõe para
realizar seu trabalho, definindo as características essenciais de uma nova situação
de trabalho: os dispositivos técnicos, os meios de trabalho, o ambiente e a
organização de trabalho, além das competências e das representações dos
operadores.

Em princípio, a ergonomia está voltada para aspectos que se enquadram numa


perspectiva baseada na fisiologia e na psicologia cognitiva. As questões tratadas
têm como ponto de partida aquilo que pode ser explicado por estudos que
privilegiam aspectos antropométricos, biomecânicos, consumo de energia, órgãos
sensoriais, entre outros.

Mais recentemente, com o desenvolvimento de conhecimentos provenientes da


psicologia cognitiva, assim como a sua aplicação nos mais variados projectos, o
campo da ergonomia tem-se transformado significativamente.

Na procura de uma síntese entre os diversos aspectos humanos com relação ao


trabalho, a ergonomia tem estudado o ser humano em situação de trabalho,
utilizando metodologias e teorias voltadas para a compreensão da acção, do fazer.

64
Este facto tem aproximado significativamente essa área do conhecimento das
ciências humanas, mais especificamente da antropologia e da sociologia, não
incorporando na sua abordagem questões subjectivas que dizem respeito aos
sentimentos, à identidade, ao sofrimento e ao prazer, que são do âmbito do
psíquico.

A ergonomia está preocupada com os aspectos humanos do trabalho em qualquer


situação em que seja realizado e, assim sendo, as suas duas finalidades básicas são
o melhoramento e a conservação da saúde dos trabalhadores, e o funcionamento
satisfatório do sistema técnico do ponto de vista da produção e segurança. As
características de um ambiente de trabalho reflectem, de maneira expressiva, as
qualidades do trabalhador. Um local de trabalho deve ser sadio e agradável, que
proporcione o máximo de protecção, sendo o resultado de factores materiais ou
subjectivos, e deve prevenir acidentes, doenças ocupacionais, além de
proporcionar melhor relacionamento entre a empresa e o colaborador. Desta
forma, a ergonomia tem sua base centrada no ser humano, e esta
antropocentricidade pode resgatar o respeito ao homem no trabalho, de forma a se
alcançar não apenas o aumento da produtividade, mas, sobretudo, melhor
qualidade de vida. A Ergonomia se ocupa de aspectos tão diferentes como as
características antropométricas da população e aspectos organizacionais.

Breve historial sobre a Ergonomia

Foi na segunda Guerra Mundial que os aliados agrupados com os mais diferentes
biótipos, jamais visto num exército, que começaram a perceber que o armamento
precisava ser projectado, montado, desmontado e usado em função do "tamanho"
do soldado ou serviço de engenharia.

Como podemos notar, a ergonomia surgiu em função da necessidade do ser


humano, cada vez mais querer aplicar menos esforço físico e mental, nas
actividades diárias.

O Computador, a calculadora, são dois exemplos de produtos ergonómicos


diminuindo o esforço mental. Podemos aplicar estudos ergonómicos no lar, no
transporte, no lazer, na escola e, principalmente no trabalho, ou seja no nosso dia-

65
a-dia.

Tipos de Ergonomia

Área da
Objectivos Temas relevantes
Ergonomia

Interessa se pelos processos Carga de trabalho mental,


mentais como a
Tomada de decisões, interacção
Percepção, memoria, raciocínio, homem maquina, fiabilidade
e resposta motora humana, stress laboral.

Cognitiva Na medida em estes afectam as


interacções entre

Seres humanos, e outros


elementos envolventes.

Interessa se pelas características Postura de trabalho,


anatómicas, antropométricas, movimentos repetitivos,
Física fisiológicas e biomecânica manuseio de carga, lesões
humana quando em actividade músculo-esquelético, desenho
física. dos postos de trabalho e HST.

Optimização de sistemas Comunicação, GRH, desenho


sociotécnicos, incluindo de cargos, turnos de trabalho,
Organizacional
estrutura organizacional, organização de trabalho.
politicam e processos.

Diz respeito ao envolvimento Participação dos trabalhadores,


dos trabalhadores, na existência de uma base forte de
Participativa implementação de participação dos trabalhadores.
procedimentos Ergonómicos no
posto de trabalho.

Fonte:Internacional Ergonomicas Association (2000); NORO (1999)

Relação da Ergonomia com HST

Intervenção de Ergonomia na higiene e segurança no trabalho

Tendo por base toda avaliação realizada, quer sobre as variáveis que influenciam
66
os sistemas de trabalho e do correspondente impacto na saúde e bem-estar do
trabalhador, quer sobre a própria actividade de trabalho no domínio da higiene e
segurança no trabalho a intervenção Ergonómica visa:

• Desenvolver estratégias de melhoria das condições de trabalho.

• Definir e divulgar critérios e acções para o desenvolvimento da educação


sanitária e de uma atitude de prevenção.

• Promover aplicação de normas relativas à higiene de trabalho.

• Projectar alterações tendentes a melhorar o funcionamento do sistema


organizacional no âmbito da higiene e segurança no trabalho.

No conceito Ergonómico, a execução de tarefas deve ser feita com mínimo de


consumo energético de modo a sobrar “atenção” para o conjunto das tarefas e dos
produtos, assim como para protecção do próprio trabalhador. Se não existir esse
ajuste, teremos a presença de agentes ergonómicos que causam doenças e lesões
no trabalhador.

Os agentes ergonómicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados


com:

• Existência de esforço físico intenso,

• Levantamento e transporte manual de pesos,

• Postura inadequada no exercício das actividades,

• Exigências rigorosas de produtividade,

• Períodos de trabalho prolongados ou em turnos,

• Actividades monótonas ou repetitivas.

Movimento repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tranco
produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças
inflamatórias, curáveis em estágios iniciais, mas complicados quando não tratados
a tempo, chamadas genericamente de lesões por esforços repetitivos.

67
As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam se por causar fadiga
muscular, que gera fortes dores e dificuldades de movimentar os músculos
atingidos.

Há registos de que essas doenças já atacavam os escribas e notários, a anos. Hoje


afectam diversas categorias de profissionais como funcionários bancários,
metalúrgicos, costureiros, pianistas, telefonistas, operadores informáticos,
empacotadores, enfim, todos os profissionais que realizam movimentos
automáticos e repetitivos.

Contra os males provocados pelos agentes ergonómicos, a melhor arma como


sempre é a prevenção, o que pode ser conseguido a partir de:

• Rotação do pessoal.

• Intervalos mais frequentes.

• Exercícios compensatórios frequentes param trabalhos repetitivos.

• Exames médicos periódicos.

• Evitar esforços superiores a 25kgs para homens e 12 kgs para as


mulheres.

• Postura correcta sentado, em pé, ou carregando e levantando pesos.

Outros factores de risco ergonómico podem ser encontrados em circunstâncias


aparentemente impensáveis, como:

• Falha de projecto de máquinas,

• Equipamentos, ferramentas, veículos e prédios,

• Iluminação excessiva ou deficiente,

• Uso inadequado de cores.

A Ergonomia é assim uma forma de adaptar o meio envolvente às dimensões e


capacidades humanas onde máquinas, dispositivos, utensílios e o ambiente físico
sejam utilizados com máximo de conforto, segurança e eficácia.
68
A análise e intervenção ergonómica traduz se em:

• Melhores condições de trabalho

• Menores riscos de incidentes e acidentes

• Menores custos humanos

• Formação com objectivo de prevenir

• Maior produtividade

Optimizar o sistema homem/trabalho

Stress Ocupacional

O stresse ocupacional é o desequilíbrio entre as demandas existentes no trabalho e


sua habilidade e/ou possibilidade para enfrentá-las. Os factores desencadeadores
do stresse ocupacional podem ser detectados.
Esses problemas podem ser por medo de fracassar, cansaço físico e emocional,
por apoio inadequado das pessoas que o cercam, sensação de ser mal interpretado
ou não apreciado, orientação ou gerenciamento inadequado de seus superiores. E
igualmente por ambientes de trabalho altamente competitivos, não
reconhecimento do trabalho executado ou falta de compreensão clara de como
conduzir-se no ambiente.

A jornada longa ou actividades estafantes, apreensão em relação a aumentos de


salários ou promoções, receio de ser demitido, desinformação ou ansiedade
quanto à avaliação do desempenho, insegurança e mudanças imprevistas, entre
outros.

A resposta ao stresse é individual e se houver persistência do estímulo stressor, o


organismo entra em uma fase de esgotamento. Importante entender que o stresse é
um mecanismo normal, necessário e benéfico ao organismo para o ser humano
ficar mais atento e sensível diante de situações de perigo ou de dificuldade.

Aspectos ambientais dos locais de trabalho que afectam a higiene e segurança


no trabalho.

69
Como vimos anteriormente, o trabalho é profundamente influenciado por um
conjunto de elementos que temos a nossa volta, tais como iluminação,
temperatura, ruído (condições ambientais de trabalho).

Encontramos igualmente condições de tempo (duração do trabalho, trabalho por


turnos,horário de trabalho, tempo de descanso, folgas etc.) e condições sociais
(stress, tipo de liderança, relacionamento profissional, assédio sexual, consumo de
drogas e bebidas, violência física e mental, etc.)

A higiene e saúde do trabalho, ocupa se das condições ambientais de trabalho,


embora não se descuide totalmente dos outros dois grupos. CHIAVENATO
(2004) define, condições ambientais de trabalho, como sendo às circunstâncias
físicas que envolvem o colaborador/ trabalhador enquanto ocupante de um cargo,
na organização. Ė o ambiente físico que envolve colaborador/ trabalhador
enquanto ele desempenha um cargo.

Iluminação

A iluminação refere- se à quantidade de luminosidade que incide no local de


trabalho. Não se trata da iluminação em geral, mas a quantidade de luz no ponto
focal do trabalho.

Assim, os padrões de iluminação são estabelecidos de acordo com o tipo de tarefa


visual que o trabalhador deve executar; quanto maior a concertação visual do
trabalhador em detalhes e minúcias tanto mais necessária a luminosidade no ponto
focal de trabalho.

A má iluminação causa fadiga á vista, prejudica o sistema nervoso, concorre para


a má qualidade do trabalho e é responsável por razoável parcela dos acidentes.
Um sistema de iluminação deve possuir os seguintes requisitos:

• Ser suficiente de modo que cada foco luminoso forneça toda


quantidade de luz necessária a cada tipo de trabalho.

• Ser constante e uniformemente distribuída de modo a evitar a


fadiga dos olhos, decorrente das sucessivas acomodações em
70
virtude das variações da intensidade da luz. Devemos evitar
contrastes violentos de luz e sombra e as oposições de claro e
escuras.

Veja os níveis mínimos de iluminação para tarefas visuais:

Classes Luxes(*)

• Tarefas visuais variáveis e simples 250 a 500

• Observação continua de detalhes 500 a 1000

• Tarefas visuais continuas e de precisão 1000 a 2000

• Trabalhos muito delicados e de detalhes + de 2000

(*) Corresponde a unidade de medição de luz.

Segundo BROADBENT, D.S., citado por Chiavenato (2004), distribuição


da luz pode ser:

• Iluminação directa: faz a luz incidir directamente sobre a


superfície iluminada. Ė a mais económica e a mais utilizada para
grandes espaços.

• Iluminação indirecta: faz a luz incidir sobre a superfície a ser


iluminada por meio da reflexão sobre a parede e tectos. Ė a mais
dispendiosa. A luz fica oculta da vista por alguns dispositivos ou
anteparos opacos.

• Iluminação semi-indirecta: combina os dois tipos anteriores, pelo


uso de globos translúcidos para reflectir a luz no tecto e nas partes
superiores das paredes, que a transmitem para a superfície a ser
iluminada (iluminação indirecta). A luz é difundida directamente
pelo globo (iluminação directa), havendo, portanto, dois efeitos
luminosos.
71
• Iluminação semi-directa: é aquela em que a maior parte da luz é
dirigida directamente à ser iluminada (Iluminação directa),
havendo, todavia, alguma luz que é reflectida por intermédio das
paredes e do tecto.

Recomenda se pois, uma cuidada manutenção em todas instalações e redes de


iluminação de modo a permitir que forneçam iluminação ajustada às necessidades
do trabalho e/ou outras tarefas. De acordo com MIGUEL (2005:483), a
manutenção da rede de iluminação deve ser cuidadosamente planeada por razões
de ordem técnica e económica. Um primeiro e importante cuidado a ter é a
limpeza periódica das lâmpadas, a fim de que o rendimento das mesmas não seja
afectado pela acumulação de poeiras. Também o estado das paredes e tectos
deverão ser regularmente verificado. Os custos de uma eventual lavagem ou
pintura são certamente compensados pelos ganhos na qualidade de iluminação. É
igualmente importante a existência de uma boa ventilação.

Outro aspecto importante a considerar é o da substituição em grupo das lâmpadas


fluorescente, o momento ideal para a substituição global das mesmas ocorre ao
atingirem 60% a 75% da sua vida útil provável, a partir desse valor, a sua
fiabilidade decresce rapidamente.

Ruído
Quando um de nós se encontra num ambiente e não consegue ouvir perfeitamente
a fala das pessoas do mesmo recinto, isso é uma primeira indicação de que o local
é demasiado ruidoso. O ruído, constitui uma causa de incómodo para o trabalho,
um obstáculo às comunicações verbais e sonoras, podendo provocar fadiga geral
e, em casos extremos, trauma auditivo e alterações fisiológicas extra-auditivas.

Do ponto de vista físico pode definir-se o ruído como toda a vibração mecânica
estatisticamente aleatória de um meio elástico. Do ponto de vista fisiológico, será
todo o fenómeno acústico que produz uma sensação auditiva desagradável ou

72
incomodativa.

Assim, o ruído para além de poder alterar o equilíbrio fisiológico das pessoas
pode, do mesmo modo, alterar o equilíbrio psicológico. Um local de trabalho
ruidoso concorre no sentido de aumentar as tensões a que o indivíduo está
normalmente sujeito. Pode ocasionar irritabilidade em indivíduos normalmente
tensos e agravar os estados de angústia em pessoas predispostas a depressões.
Digamos que, em certos tipos de actividades, o ruído poderá influenciar
negativamente a produtividade e a qualidade do trabalho do trabalhador.

A irritabilidade e a fadiga geral que o ruído pode provocar são factores


directamente ligados a ocorrência de acidentes na medida em que o ruído influi na
audição de eventuais sinais de perigo.

As medidas administrativas ou organizacionais têm em vista a redução dos


níveis de ruído do tempo de exposição como por exemplo, a planificação da
produção com vista à eliminação de postos de trabalho sujeitos a elevados níveis
de ruído, adopção de uma política de aquisição de equipamentos em que o factor
nível de ruído seja considerado, rotação periódica de pessoal exposto, realização
de trabalhos ruidosos em horas em que haja menor número de trabalhadores
expostos. Associadas ao ruído, podem estar presentes as vibrações.

Segundo CHIAVENATO (2004:354) ruído é considerado um som ou barulho


indesejável. As perdas de audição são derivadas da frequência e intensidade do
ruído. A fadiga evidencia se por uma menor acuidade auditiva. As ondas sonoras
transmitem-se tanto pelo ar como por matérias sólidos.

Quanto maior for a densidade do meio condutor, menor será a velocidade de


propagação do ruído som tem duas características principais: a frequência e a
intensidade.

A frequência do som é o número de vibrações por segundo, emitidas pela fonte


de ruído, e é medida por ciclos por segundo. A intensidade do som é medida por
decibéis (db).

A evidência e as pesquisas feitas mostram que o ruído não provoca diminuição


73
no desempenho no trabalho. Todavia, a influência do ruído sobre a saúde do
trabalhador e, principalmente, sobre a sua audição é poderosa. A exposição
prolongada a níveis elevados de ruído produz, de certa forma, perda de audição,
proporcional ao tempo de exposição. Quanto maior o tempo de exposição ao
ruído, maior o grau de perda de audição, segundo TIFFIN(1975).

O efeito desagradável dos ruídos depende é influenciado por:

• Intensidade do som.

• Variação dos ritmos ou irregularidades.

• Frequência ou tom do ruído.

A intensidade do som varia enormemente. A menor vibração sonora audível


corresponde a 1 decibel (1db), enquanto os sons extremamente fortes costumam
provocar sensação dolorosa a partir dos 120 db.

O nível máximo de intensidade de ruído permitido legalmente em ambiente


fabril é de 85 decibéis. Acima disso o ambiente é considerado insalubre. Os
ruídos ente 85 e 95 decibéis podem produzir danos auditivos crónicos,
directamente proporcionais às intensidades, frequência e tempos de exposição.

O controlo dos ruídos visa à eliminação, ou, pelo menos, à redução dos sons
indesejáveis. Genericamente os sons indústrias podem ser :

• Contínuos (como máquinas, motores, ou ventiladores).

• Intermitentes (como prensas, ferramentas, pneumáticos, forja).

• Variáveis (como pessoas que falam, manejo de ferramentas ou matérias).

Os métodos utilizados para o controle dos ruídos na indústria podem ser


incluídos em uma das cinco classificações a seguir:

• Eliminação do ruído no elemento que o produz, mediante a reparação ou


novo desempenho da máquina, engrenagem, polia correias etc.

74
• Separação da fonte do ruído, mediante anteparos ou montagem das
máquinas e demais equipamentos sobre molas, feltros ou amortecedores
de ruídos.

• Encerramento da fonte do ruído dentro de paredes à prova de ruídos.

• Tratamento dos tectos, paredes e solos em forma acústicos param absorção


de ruídos.

• Equipamentos de protecção individual, como protector auricular.

Os ruidos tem alguns efeitos na saude dos trabalahdores (Alberto Sérgio


S.R.Miguel, Manual de Higiene e Segurança no Trabalho, 7ª.edição, consultado
na Madiateca do BCI No Sistema Nervoso Central – Pertubação nas reacções
psicometricas; -. Apatia, mau humor, medo, insónia. No Equilibrio – vertigens;
perda do equilibrio; naúseas, Lapsos. Na visão – Dificuldade em distinguir cores;
diminuição de velocidade de percepção visual; dificuldades de adapatção ao
escuro. No Sistema Cargo-Vascular – Aceleração do pulso; aumento da tensão
arterial; condenação nos vasos sanguíneos. No Aparelho Digestivo – Dores
gástrico

Temperatura

Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para


um ambiente frio ou vice- versa, também são prejudicais à saúde, segundo
GIAMPAOLI (1985). Nestes casos extremos, a insalubridade constitui a
característica principal destes ambientes de trabalho.

Os efeitos de calor ou frio sobre os trabalhadores podem causar estados


sucessivos de mal-estar psicológico e fisiológico que vão desde a sensação
puramente subjectiva de estar incomodado, a uma redução apreciável do
rendimento de tarefas que exigem destreza manualconsequentemente, uma
diminuição da capacidade de trabalho.

Nos ambientes onde há a necessidade de uso de fornos, maçaricos etc., ou


pelo tipo de material utilizado e características das construções (insuficiência de

75
janelas, portas ou outras aberturas necessárias a uma boa ventilação), toda essa
combinação pode gerar alta temperatura prejudicial à saúde do trabalhador.

Os ambientes térmicos podem ser classificados como:

• Quentes (fundições, cerâmicas, padarias),

• Frios (armazéns, frigoríficos,actividades piscatórias)

• Neutros (escritórios).

Ambiente térmico e produtividade

Para SILVA (2003), são várias as actividades efectuadas em ambientes quentes ou


em ambientes quentes e húmidos.

Como vimos antes, trabalhadores da indústria têxtil, lavandarias, siderurgias, de


vidro, cerâmicas, fundições, entre outras indústrias, estão sujeito a uma gama
variada de temperaturas, defrontando se diariamente com condições desfavoráveis
que representam perigo para a sua segurança, saúde e não só. Para além dos
exemplos citados, há ainda a considerar outras actividades sujeitos a este tipo de
ambientes, como por exemplo a construção civil, agricultura, a pesca, os
bombeiros, serviços de segurança ou protecção, etc.

Como consequência deste tipo de exposição, são frequentes alterações no


comportamento humano, aumento de distracção, aumento da fadiga,
desmotivação, perda de velocidade na realização de tarefas, diminuição do grau
de concertação e de precisão, aumento de absentismo. Salientam se ainda outros
problemas mais gravem como os já conhecidos choques térmicos, colapso
térmico, desidratação, e desmineralização, cujos efeitos são variados e conduzem
a situação como a diminuição da capacidade mental.

A diminuição da destreza, e o aumento do tempo de reacção (no caso da


desidratação), podendo ainda causar doenças crónicas e, em alguns casos a morte,
quando na presença de choque térmico.
76
O ambiente térmico é um dos factores mais importantes com impacto na
produtividade dos trabalhadores, como também na sua saúde e na sinistralidade
laboral. ZHAU (2009) desenvolveu um modelo que estabelece relação entre o
tempo de tolerância ao calor e a produtividade, tendo utilizado em laboratório,
uma câmara de ambiente controlado.

GIAMPOLI (1985), em estudos labotoriais e na indústria, comprovou a influência


do calor, tanto para a produtividade, como nos riscos de acidente. Segundo
SILVA (2003), com o aumento da temperatura, o rendimento cai, a velocidade do
trabalho e a concertação diminuem, as pausas tornam se maiores e mais
frequentes, e os erros e acidentes aumentam, sendo esse efeito claro a partir dos
30°c.

Frio
O corpo humano, quando exposto a baixas temperaturas, perde calor para o meio
ambiente, baixando a temperatura da pele e das extremidades.
Nessa situação, entra em acção o mecanismo termorregulador, que actua de forma
a manter o equilíbrio homotérmico do corpo. Se a temperatura interior do corpo
baixar de 36°C, ocorrerá redução as actividades fisiológicas, diminuição de Taxa
metabólica, frequência do pulso, entrando a pessoa na fase de tremor
incontrolável que procura, por meio da actividade muscular (contractura
muscular), a produção de calor visando obter o equilíbrio.
Esse fenómeno, denominado Hipotermia, pode ter consequências graves,
podendo chegar ao estado de sonolência, redução da actividade mental, redução
da capacidade de tomar decisões, perda da consciência, coma e morte.
A exposição ocupacional ao frio é comum nas indústrias alimentícias, produtos
farmacológicos, indústrias bioquímicas, frigoríficos com actividades frequentes
em câmaras frias. As principais doenças causadas pelo frio, que podem afectar a
saúde do trabalhador, quando não devidamente protegido, são:
· Ulcerações do frio – bolhas, feridas, rachaduras;
· Congelamento dos membros – pode provocar gangrena;
· Pés de imersão – acontecem quando os trabalhadores permanecem por longos

77
períodos com os pés imersos em água fria;
Outros – doenças reumáticas, respiratórias e ataques cardíacos.

Humidade

A humidade é consequência do alto grau de teor higrométrico do ar. Existem


condições ambientais de elevada humidade no local de trabalho, como é o caso
das indústrias de tecelagem, que exigem ambiente abundante em humidade para
tratamento de fios. Também existem condições ambientais de elevada humidade
no local de trabalho em lavandarias, lavagens a jacto, frigoríficos, cozinhas
indústrias, pesca, matadouros, etc.

Os ambientes húmidos propiciam a criação de mau cheiro, lodo, mofo. Podem


favorecer ao surgimento de doenças de pele e respiratórios porque a água em
forma de vapor, pode transportar agentes nocivos existentes no ar.

Vibrações

As vibrações produzem ruído, desencadeiam o desaperto de elementos de


equipamentos de trabalho e a quebra de peças e transmitem forças e movimentos
indesejados. São típicos de Todas aquelas actividades que apresentem um
contexto mais activo e operacional, em geral actividades industriais,
particularmente de construção civil, oficinais, restauração, carga e descarga,
transporte, entre outras.

Radiações

Actualmente, apesar da perigosidade associada, a radiação ionizante é pilar


fundamental de um vasto conjunto de técnicas médicas de diagnóstico e
tratamento.

Por outro lado, as radiações não ionizantes estão presentes em muitas das nossas
acções diárias, como é o caso da utilização de telemóvel. As radiações ionizantes
apresentam aplicações em actividades industriais, designadamente construção
civil e produção de energia bem como em investigação e na medicina.

78
As radiações ionizantes apresentam aplicações em actividades de
telecomunicações restauração, medicina, resíduos, entre outras.

Diferença entre Radiações Ionizantes e Radiações não Ionizantes:

Fundamentalmente, para além das suas aplicações, o que distingue as radiações


ionizantes das radiações não ionizantes é a superior capacidade destrutiva
apresentada pelas primeiras.

Radiações Ionizantes: São radiações que interagem com a matéria provocando


alterações.

Raios α Neutrões Raios X Raios β Protões Raios gama.

Radiações não Ionizantes:São radiações que não provocam alterações da


matéria, electromagnética visível radiofrequência de baixas frequência como:

Ultravioleta,

Infravermelho,

Microondas,

Raios Laser,

É necessária autorização para desenvolver actividades com radiações é


obrigatória a autorização prévia para as seguintes práticas susceptíveis de
envolverem risco de exposição a radiações ionizantes:

• Exploração e desactivação de instalações de combustível nuclear e de


minas de minério radioactivo;

• Produção, importação ou exportação de produtos médicos com adição de


substâncias radioactivas;

• Produção, importação ou exportação de bens de consumo com adição de


substâncias radioactivas; Administração intencional de substâncias
radioactivas para diagnóstico médico ou utilização de aparelhos de raios

79
X ou fontes radioactivas para, – Radiografia industrial; – Processamento
de produtos; – Investigação; – Diagnóstico e tratamento médico.
Veterinário, tratamento ou investigação;

Efeitos sobre a saúde resultantes da exposição às Radiações:

Radiações não Ionizantes

• Afecções do sistema nervoso central;

• Deficiências imunológicas;

• Efeitos nocivos sobre a pele e os órgãos visuais.

Radiações Ionizantes

• Náuseas; vómitos;

• Infecções, hemorragias, descamação da pele, cataratas;

• Alterações genéticas;

• Esterilidade e infertilidade;

• Destruição de células, tecidos e órgãos, gerando inúmeras doenças graves;

• Órgãos mais sensíveis, Cristalino (órgãos visuais), tiróide, mama, pele, genitais
e medula óssea.

Leituras Obrigatórias
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos, Edição Compacta, 8ª edição, Editora
atlas-2004. Págs. 249 a 254.

JUNIOR, M. M. C.; OS DESAFIOS DO ENGENHEIRO FRENTE A


SEGURANÇA DO TRABALHO. In: Simpósio de Engenharia de Produção, 13,
2006, Bauru. Anais... Bauru: SIMPEP, 2006. Disponível em
http://www.fahor.com.br/publicacoes/sief/2013/a_ergonomia_como.pdf. Acesso
80
em 10.12.16 as 21h44.

KROEMER e GRAMDIJEAN, Manual de Ergonomia. Adaptando o trabalho ao


homem. Bookman. 5ª Edição. Porto alegre. 2005. P. 29 a 33.

MIGUEL, Alberto Sérgio S. R., Manual de Higiene e Segurança do Trabalho;


2005. 8ª edição, Porto-Editora, 2005. Págs. 70 a 73.

OMS Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento.Editor: Artmed


Editora.1972.

WISNER, A.: Por dentro do trabalho: ergonomia, método e técnica. Tradução


Flora Maria Gomide Vezzá. São Paulo, FTD, Oboré, 1991. Págs. 100 a 133.

Resumo da UnidadeIV
Vimos nesta unidade que de facto a Ergonomia, procura estudar a optimização as
condições de trabalho, segundo critérios de eficiência, conforto e segurança, e
proporcionar ao homem condições de trabalho que sejam favoráveis, com o
intuito de torná-lo mais produtivo por meio de ambiente de trabalho saudáveis e
seguros, que solicite dos trabalhadores menor exigência e, por consequência,
concorra para um menor desgaste e um maior resultado.

Ergonomia é um campo do conhecimento, cujo objectivo é analisar o trabalho, de


forma a poder contribuir com a concepção e/ou transformação das situações e dos
sistemas de trabalho.

A análise do trabalho real permite à ergonomia de terminar as informações que


um operador dispõe para realizar seu trabalho, definindo as características
essenciais de uma nova situação de trabalho: os dispositivos técnicos, os meios de
trabalho, o ambiente e a organização de trabalho, além das competências e das
representações dos operadores.

Vimos por outro lado que os primórdios da Ergonomia, remontam da necessidade


do ser humano, cada vez mais querer aplicar menos esforço físico e mental, nas
actividades diárias. Em termos de classificação, vimos que existe Ergonomia

81
Cognitiva, Física, Organizacional e Ergonomia Participativa. Discutimos que a
Ergonomia se relaciona com HST pelo facto de que, a Ergonomia desenvolve
estratégias de melhoria das condições de trabalho, define e divulga critérios e
acções para o desenvolvimento da educação sanitária e de uma atitude de
prevenção, promove a aplicação de normas relativas à higiene e segurança do
trabalho e projecta alterações tendentes a melhorar o funcionamento do sistema
organizacional no âmbito da higiene e segurança no trabalho.

Antes de terminarmos abordamos Stress Ocupacional, e vimos que o mesmo, é o


desequilíbrio entre as demandas existentes no trabalho e sua habilidade e/ou
possibilidade para enfrentá-las.

Os factores desencadeadores do stresse ocupacional podem ser detectados. Esses


problemas podem ser por medo de fracassar, cansaço físico e emocional, por
apoio inadequado das pessoas que o cercam, sensação de ser mal interpretado ou
não apreciado, orientação ou gerenciamento inadequado de seus superiores.

E igualmente por ambientes de trabalho altamente competitivos, não


reconhecimento do trabalho executado ou falta de compreensão clara de como
conduzir-se no ambiente.

Terminamos a unidade abordando a ideia de que o trabalho, é profundamente


influenciado por um conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais como
iluminação, temperatura, ruído (condições ambientais de trabalho).

Encontramos igualmente condições de tempo (duração do trabalho, trabalho por


turnos,horário de trabalho, tempo de descanso, folgas etc.) e condições sociais
(stress, tipo de liderança, relacionamento profissional, assédio sexual, consumo de
drogas e bebidas, violência física e mental, etc.)
A higiene e saúde do trabalho, ocupa se das condições ambientais de trabalho,
embora não se descuide totalmente dos outros dois grupos. CHIAVENATO
(2004) define, condições ambientais de trabalho, como sendo às circunstâncias
físicas que envolvem o colaborador/ trabalhador enquanto ocupante de um cargo,
na organização.

82
Tarefas
• Defina Ergonomia

• Que importância atribui ao estudo da Ergonomia.

• Quais os objectivos da Ergonomia Organizacional.

• Conceitue Stress ocupacional

• O que entende por condições ambientais de trabalho.

Auto-avaliação
Nesta parte da unidade 4, procure caro estudante responder às questões que são
seguidamente colocadas. Lembrando que acabamos de aprender o conceito de
Ergonomia onde afirmamos que, seria a ciência que visa o máximo rendimento
reduzindo os riscos do erro humano ao mínimo, ao mesmo tempo em que trata de
eliminar dentro do possível os perigos para o trabalho.

Estas funções são realizadas com ajuda de métodos científicos e tendo em conta,
simultaneamente, as possibilidades e as limitações humanas devido à anatomia
fisiológica e psicológica segundo conceito da OMS.

A Ergonomia, surgiu em função da necessidade do ser humano, cada vez mais


querer aplicar menos esforço físico e mental, nas actividades diárias.

Ela se relaciona com HST pelo facto de que, desenvolve estratégias de melhoria
das condições de trabalho, define e divulga critérios e acções para o
desenvolvimento da educação sanitária e de uma atitude de prevenção, promove a
aplicação de normas relativas à higiene e segurança do trabalho e projecta
alterações tendentes a melhorar o funcionamento do sistema organizacional no
âmbito da higiene e segurança no trabalho.

Vimos que o Stress Ocupacional, é o desequilíbrio entre as demandas existentes


no trabalho e sua habilidade e/ou possibilidade para enfrentá-las.

Os factores desencadeadores do stresse ocupacional podem ser detectados. Esses


problemas podem ser por medo de fracassar, cansaço físico e emocional, por

83
apoio inadequado das pessoas que o cercam, sensação de ser mal interpretado ou
não apreciado, orientação ou gerenciamento inadequado de seus superiores.

E igualmente por ambientes de trabalho altamente competitivos, não


reconhecimento do trabalho executado ou falta de compreensão clara de como
conduzir-se no ambiente.

Por fim, discutimos os aspectos ambientais dos locais de trabalho que afectam a
higiene e segurança no trabalho, abordando a ideia de que o trabalho, é
profundamente influenciado por um conjunto de elementos que temos à nossa
volta, tais como iluminação, temperatura, ruído (condições ambientais de
trabalho).

Encontramos igualmente condições de tempo (duração do trabalho, trabalho por


turnos,horário de trabalho, tempo de descanso, folgas etc.) e condições sociais
(stress, tipo de liderança, relacionamento profissional, assédio sexual, consumo de
drogas e bebidas, violência física e mental, etc.)
A higiene e saúde do trabalho, ocupa se das condições ambientais de trabalho,
embora não se descuide totalmente dos outros dois grupos. CHIAVENATO
(2004) define, condições ambientais de trabalho, como sendo às circunstâncias
físicas que envolvem o colaborador/ trabalhador enquanto ocupante de um cargo,
na organização. Assim as questões que lhe propomos são as seguintes:

• Tendo em conta as diversas definições que foram trazidos por diferentes


autores que apresentamos atrás, elabore uma definição de Ergonomia da
sua autoria.

• "Pelo número crescente de problemas de saúde nos trabalhadores, é


possível afirmarmos que tal se deva em parte, à falta de atribuição de
importância à Ergonomia".

• Concorda com afirmação apresenta na alínea anterior? Justifique a sua


resposta.

• O que entende por Ergonomia Física. Apresente dois exemplos que


revelam sua importância.

84
• Como define agente stressor?

• Fale dos malefícios do ruído no ambiente laboral.

Chave de correcção

• A Ergonomia, é uma ciência interdisciplinar que compreende a


psicologia do trabalho, antropologia e a sociologia de trabalho. O alvo
prático da Ergonomia é adaptação do posto de trabalho, dos
utensílios,das máquinas, dos horários e do ambiente às exigências do
homem. A realização dos seus alvos a nível industrial dá lugar a uma
facilitação do trabalho e a um aumento do rendimento do esforço
humano.

• A importância da Ergonomia está no facto de estar voltada ou


preocupada com os aspectos humanos do trabalho em qualquer situação
em que seja realizado e, assim sendo, as suas duas finalidades básicas
são o melhoramento e a conservação da saúde dos trabalhadores, e o
funcionamento satisfatório do sistema técnico do ponto de vista da
produção e segurança.

• Conceitue Stress ocupacionalé o desequilíbrio entre as demandas


existentes no trabalho e sua habilidade e/ou possibilidade para enfrentá-
las. Os factores desencadeadores do stresse ocupacional podem ser
detectados. Esses problemas podem ser por medo de fracassar, cansaço
físico e emocional, por apoio inadequado das pessoas que o cercam,
sensação de ser mal interpretado ou não apreciado, orientação ou
gerenciamento inadequado de seus superiores. E igualmente por
ambientes de trabalho altamente competitivos, não reconhecimento do
trabalho executado ou falta de compreensão clara de como conduzir-se
no ambiente.

A jornada longa ou actividades estafantes, apreensão em relação a aumentos

85
de salários ou promoções, receio de ser demitido, desinformação ou
ansiedade quanto à avaliação do desempenho, insegurança e mudanças
imprevistas, entre outros

Condições ambientais de trabalho, são as circunstâncias físicas que envolvem o


colaborador/ trabalhador enquanto ocupante de um cargo, na organização, a
saber: iluminação, temperatura, ruído, radiações e vibrações.

86
UNIDADE IVPrevenção e controle de riscos em operações com máquinas,
equipamento e instalações industriais

Introdução
O objecto de estudo desta unidade, é sobre a Prevenção e controle de riscos em
operações com máquinas, equipamento e instalações industriais.

No seu decorrer iremos perceber que a gestão da HST passa por identificar os
riscos associados ao local de trabalho, instalações e ao desenvolvimento da sua
actividade, isto é, as situações que possam causar dano a si, aos seus
trabalhadores e a terceiros bem como decidir se está, ou não, a fazer o
suficiente para prevenir a sua ocorrência, uma vez que, diariamente, devido às
condições inseguras relacionadas, quer com o estado de operacionalidade dos
equipamentos de trabalho, quer com o desconhecimento dos procedimentos de
segurança a adoptar na utilização dos mesmos, ocorrem acidentes de trabalho.

Para concretização das intenções atrás expressas, a unidade está estruturada em


primeiro lugar, pela abordagem dos conceitos fundamentais sobre
equipamentos e máquinas, história de máquina durante a revolução industrial,
seguir-se á o estudo da identificação de riscos associados a cada tipo de
máquina/equipamento e depois abordaremos os princípiose regras de prevenção
de acidentes com máquinas industria.

O debate das matérias na unidade irá prosseguir com abordagem sobre a


temática do transporte, manuseamento, armazenamento e rotulagem dos
materiais, asseguir vamos trazer ao debate a soldadura eléctrica e a gás, antes de
finalizar a unidade iremos descrever os riscos associados a soldadura eléctrica e
finalizando com a caracterização de riscos associados a soldadura a gás.

Uma avaliação e controle de riscos deve consistir, fundamentalmente, em


identificar, as situações existentes, as necessárias medidas para controlar a
ocorrência de danos para a HST.

A contribuição dos trabalhadores acerca da identificação e controle dos perigos


associados ao local de trabalho, instalações e actividade é essencial, visto a

87
percepção destes ser significativa, face às principais questões que se colocam
nos locais de trabalho, podendo estes, inclusivamente, sugerir formas de
controlo dos riscos que sejam úteis e eficazes.

A avaliação e controle de deverá concentrar-se nos riscos reais, isto é, naqueles


cuja probabilidade de causar dano seja maior. Posteriormente à aferição da
eficácia das medidas de controlo, já implementadas, equacionar-se-á a
necessidade de implementar novas e mais adequadas medidas.

Objectivos da unidade
Objectivos:
No fim desta unidade temática os estudantes devem ser capazes de:
• Conhecer os conceitos fundamentais sobre equipamentos e máquinas;
• Conhecer a origem das máquinas (revolução industrial);
• Apontar os de riscos associados aos equipamentos e maquinas;
• Conhecer os cuidados a observar no transporte, manuseamento,
armazenamento dos materiais;
• Conhecer Soldadura eléctrica e a gás;
• Descrever os riscos associados a soldadura eléctrica.

Recurso de aprendizagem

Conceitos fundamentais sobre equipamentos e máquinas;


Diariamente, devido às condições inseguras relacionadas, quer com o estado de
operacionalidade dos equipamentos de trabalho, quer com o desconhecimento
dos procedimentos de segurança a adoptar na utilização dos mesmos, ocorrem
acidentes de trabalho.

As actividades referenciadas são todas aquelas que envolvam o contacto com


equipamentos de trabalho: actividades de construção civil, indústrias
transformadoras, agrícolas, telecomunicações, manutenção e reparação, entre
88
outras.

Equipamento de trabalho é qualquer máquina, aparelho, ferramenta ou


instalação utilizado no trabalho. Alguns exemplos:

• Escada portátil, torno mecânico, compressor, bomba de vácuo, etc.;


Berbequim, rebarbadora, multímetro, computador, etc.;

• Martelo pneumático, empilhador, porta-paletes, andaime, gerador, grua


torre, etc..

As responsabilidades do Empregador constituem-se em:

• Assegurar que os equipamentos de trabalho são adequados ou


adaptados, ao trabalho a efectuar e garantem a segurança e saúde dos
trabalhadores durante a sua utilização;

• Atender, na escolha dos equipamentos de trabalho, às condições e


características do trabalho, aos riscos existentes, bem como aos novos
riscos, resultantes da sua utilização;

• Considerar os postos de trabalho e a posição dos trabalhadores durante


a utilização dos equipamentos de trabalho;

• Assegurar a manutenção adequada dos equipamentos de trabalho,


durante o seu período de utilização, de modo a respeitar os requisitos
mínimos de segurança e não provocar riscos para a HST;

• Tomar todas as medidas necessárias adequadas para minimizar os


riscos existentes.

Origem das máquinas (revolução industrial)


Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufactura no
período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação
incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por
máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de

89
produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente
da energia a vapor e o desenvolvimento das maquinas e ferramentas, além da
substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução
teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para outros lugares da
Europa e Estados Unidos.

A Revolução Industrial é um divisor de águas na história e quase todos os


aspectos da vida quotidiana da época foram influenciados de alguma forma por
esse processo. A população começou a experimentar um crescimento
sustentado sem precedentes históricos, com uma boa renda média.

Pela primeira vez na história o padrão de vida das pessoas comuns começou a
se submeter a um crescimento sustentado.

Nada remotamente parecido com este comportamento económico é mencionado


por economistas clássicos, até mesmo como uma possibilidade teórica

As primeiras maquinas a vapor oram construídas na Inglaterra durante o século


XVIII. Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e
fabricavam tecidos.

Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os


lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção. Por
isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.

As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças


tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução
Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se
transformaram, numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismos, da
cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou.

As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas de carvão. Eram
tão importantes quanto as máquinas que produziam tecidos.

As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham


de ser trocados durante o percurso. Um comboio da época alcançava 45 km/h e
podia seguir centenas de quilómetros. Assim, a Revolução Industrial tornou o
mundo mais veloz. Como essas máquinas substituíam a força dos cavalos,

90
convencionou-se em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse
ou cavalo forca)

Riscos associados aos equipamentos e máquinas


Muitos processos produtivos dependem da utilização de máquinas, pelo que é
importante a existência e o cumprimento dos requisitos de segurança
emmáquinas industriais ou a sua implementação no terreno de modo a garantir
a maior segurança aos operadores.
A maquina é todo o equipamento, (inclusive acessórioseequipamentos
desegurança), com movimento, (engrenagens), e com fonte de energia que não
a humana.
Os requisitos de segurançade uma máquina podem ser identificados,
nomeadamente o que diz respeito ao seu accionamento a partir de comandos:
• Devem estar visíveis e acessíveis a partir do posto de trabalho normal,
• Devem estar devidamente identificados em português ouentão por
símbolos.
• O comando de arranque: a máquina só entra emfuncionamento quando
se acciona este comando, não devendoarrancar sozinho quando volta a
corrente,
• O comando de paragem: deve sempre sobrepor-se aocomando de
arranque
• Stop de emergência: corta a energia, pode ter um aspectode barra botão
ou cabo.

Cuidados a observar no transporte, manuseamento, armazenamento dos


materiais
A movimentação manual de cargas faz parte do dia-a-dia, sendo transversal a
todas as actividades profissionais.
Todas as que apresentem um contexto mais activo e operacional, actividades de
restauração, hospitalares, carga e descarga, transporte, industriais, construção
civil, entre outras ou mais sedentário, actividades de comércio, escritório e de
serviços, com ou sem atendimento ao público, entre outras.

91
Operação de elevação, transporte ou sustentação de uma carga, por um ou mais
trabalhadores, que, devido às suas características ou a condições desfavoráveis,
comporte riscos para os mesmos, nomeadamente na região dorso-lombar.
As características da carga, influenciam o seu manuseamento na em que esta
pode:
• Ser demasiado volumosa e difícil de agarrar; • Ser instável e estar em
desequilíbrio;
• Ser demasiado pesada;
• Apresentar características exteriores que provoquem lesões (p.ex.
superfícies cortantes).
O esforço físico exigido na movimentação de cargas afecta a HST, uma vez que
este pode ser:
• Excessivo;
• Implicar movimentos de torção e inclinação do tronco;
• Implicar a movimentação brusca da carga;
• Induzir a adopção de posturas instáveis;
• Repetitivo e prolongado.
Na movimentação de cargas, deve se ter em conta que os factores individuais
influenciam a actividade principalmente: a idade, a aptidão e capacidade físicas,
a obesidade e a pré-existência de antecedentes clínicos dos trabalhadores. E, os
efeitos podem ser:
• Fadiga física e muscular
• Afecções do sistema cardiorrespiratório;
• Lesões músculo-esqueléticas dos membros inferiores e superiores:
• Desgaste de articulações, distensões, rotura de ligamentos, entorses, etc.
• Lesões na coluna vertebral: cervicalgias, lombalgias, dorsalgias, hérnia
discais, dor ciática, etc.

Soldadura eléctrica e a gás


A soldagem é um processo de soldadura a arco eléctrico, criado entre um
eléctrodo não consumível de tungsténio e o material a soldar, envolto numa
grande protecção gasosa. Essa protecção gasosa é constituída por um gás inerte

92
- hélio (He) ou argon (Ar).
Trata-se de um processo que surgiu da necessidade de processos eficientes de
soldagem para materiais difíceis, como o alumínio e magnésio, principalmente
na indústria aeroespacial e de aviação. Assim, com o seu aperfeiçoamento,
surgiu um processo de alta qualidade e relativo baixo custo, de uso em
aplicações diversas.
Com o decorrer do tempo, este tipo de soldadura tornou-se popular, não
deixando ao mesmo tempo, de ser caro e por isso, o gás hélio foi substituído
pelo gás árgon como gás de protecção, por ser economicamente mais barato. O
desenvolvimento da soldagem foi completado em 1941 e ficou conhecido como
processo 'Heliarc' ou "Tungsten Inert Gas", abreviado para processo TIG, isto
porque o processo utilizava um eléctrodo de tungsténio e hélio como gás de
protecção.
O processo foi considerado "perfeito", quando se começou a utilizar corrente
alternada com adição de alta frequência (HF), a partir da qual se conseguia um
arco estável que permitia soldar ligas de alumínio e magnésio com perfeição e
boa qualidade de soldadura

Riscos associados a soldadura eléctrica.

Embora existam vários processos de soldadura manual e semiautomática os


riscos presentes em cada um deles são praticamente os mesmos.

As maiores diferenças centram-se nos poluentes químicos emitidos para o meio


ambiente, a exposição a radiações (nem todos os processo de soldadura emitem
radiação ultravioleta), a exposição ao ruído e o risco de explosão (também não
estão presentes em todos os processos). Os principais riscos associados à
soldadura eléctrica são:

• Exposição a contaminantes químicos (fumos metálicos e gases,


nomeadamente monóxido de carbono, ozono e compostos nitrosos)

• Exposição a radiações não ionizantes (infravermelha e ultravioleta)

• Projecção de materiais (partículas incandescentes ou partes das peças a

93
trabalhar)

• Esmagamento

• Contacto com superfícies a temperaturas extrema

• Exposição ao ruído

• Associados à iluminação

• Riscos eléctricos

• Desrespeito pelos princípios Ergonómicos

• Contacto com materiais ou substâncias a temperaturas extremas

• Risco de incêndio e explosão

• Queda ao mesmo nível.

Leituras Obrigatórias
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - História, antecedentes, causas, resumo,
máquinaswww.suapesquisa.com. Acesso em 17.12.16 às 21h33. S/P.

CORDEIRO, T. C. e FREITAS, C.L. segurança e saúde do trabalho Guia para


micro, pequenas e médias empresas. Autoridade para as Condições do
Trabalho.Lisboa, Outubro 2013. Págs. 47 a 82.

94
Resumo da Unidade
Nesta unidade, vimos que diariamente, devido às condições inseguras
relacionadas, quer com o estado de operacionalidade dos equipamentos de
trabalho, quer com o desconhecimento dos procedimentos de segurança a adoptar
na utilização dos mesmos, ocorrem acidentes de trabalho. Por equipamento de
trabalho entende se como sendo qualquer máquina, aparelho, ferramenta ou
instalação utilizado no trabalho.

Abordamos a ideia de que, em muitos processos produtivos que dependem da


utilização de máquinas, é importante a existência e o cumprimento dos requisitos
de segurança.

Falamos ainda nesta unidade, dos cuidados a observar no transporte,


manuseamento, armazenamento dos materiais, sendo importante a ter em atenção
porque pode causar:

• Fadiga física e muscular

• Afecções do sistema cardiorrespiratório;

• Lesões músculo-esqueléticas dos membros inferiores e superiores:

• Desgaste de articulações, distensões, rotura de ligamentos, entorses, etc.

• Lesões na coluna vertebral: cervicalgias, lombalgias, dorsalgias, hérnia


discais, dor ciática, etc.

No outro momento da unidade, falamos da soldadura e dos riscos associados a


ela, onde, dentre outros riscos, destacamos:

• Exposição a contaminantes químicos (fumos metálicos e gases,


nomeadamente monóxido de carbono, ozono e compostos nitrosos)

• Exposição a radiações não ionizantes (infravermelha e ultravioleta)

• Projecção de materiais (partículas incandescentes ou partes das peças a


trabalhar)

95
• Esmagamento

• Contacto com superfícies a temperaturas extrema

• Exposição ao ruído

• Associados à iluminação

• Riscos eléctricos

• Desrespeito pelos princípios Ergonómicos

• Contacto com materiais ou substâncias a temperaturas extremas

• Risco de incêndio e explosão

• Queda ao mesmo nível.

Tarefas
• Porque é importante fadarmos dos cuidados nos trabalhos com máquinas.

• Que elementos podem ter influência na movimentação de cargas?

• Que equipamentos de protecção recomendaria ao utilizador de soldadura?

Auto-avaliação
Caro cursante, nesta unidade estivemos a abordar equipamentos e máquinas,
onde afirmamos que maquina seria todo o equipamento, (inclusive acessórios e
equipamentos de segurança), com movimento, (engrenagens), e com fonte de
energia que não a humana. Falamos ainda que o manuseamento de máquinas
requer o cumprimento dos requisitos de segurança de modo a garantir a maior
segurança aos operadores.

Abordamos num outro momento, os cuidados a observar no transporte,

96
manuseamento, armazenamento dos materiais pois nos ambientes ondem
ocorrem estas actividades, há o risco de lesões e outros acidentes afins.

Para terminarmos o módulo falamos de riscos associados á soldadura. Como


forma de consolidar as discussões havidas, convidamos o caro cursante a
responder as questões que se seguem:

• Indique alguns exemplos de equipamentos ou maquinas.

• Que cuidados devem ser tidos em conta no trabalho com máquinas ou


equipamentos?

• Apresente alguns exemplos de medidas a tomar, de modo a tornar as


maquinas mais seguras.

• Quais os principais riscos associados à soldadura eléctrica?

• Quais os factores individuais que podem influenciar a actividade de


manuseio de cargas?

Chave de correcção

• Ė importante falarmos de cuidados a ter na utilização de maquinas porque


devido às condições inseguras relacionadas, quer com o estado de
operacionalidade dos equipamentos de trabalho, quer com o
desconhecimento dos procedimentos de segurança a adoptar na utilização
dos mesmos, podem acarretar a ocorrência de acidentes de trabalho.

• Os elementos que podem ter influência na movimentação de cargas são:

• Ser demasiado volumosa e difícil de agarrar;

• Ser instável e estar em desequilíbrio;

• Ser demasiado pesada;

• Apresentar características exteriores que provoquem lesões (p.ex.

97
superfícies cortantes).

• Ao utilizador de soldadura, recomendaria a utilização de seguintes


equipamentos:

• Óculos ou máscara de proteção,

• Avental apropriado,

• Calcado para soldadura,

• Auriculares,

• Máscaras

• Luvas

98
CAPITULO VI: Incêndios e explosões

Introdução
Nesta parte do módulo discutiremos os incêndios e explosões. A impotência
desta discussão radica no facto de que, a protecção contra incêndio e explosão
revestir-se de particular importância no âmbito da segurança, uma vez que estes
fenómenos colocam em perigo a vida e a saúde dos trabalhadores, podendo
também provocar avultados danos materiais, ambientais e de natureza social.

Praticamente todas as actividades, tem o potencial e podem ser fustigadas por


incêndios e explosões designadamente,agrícolas, agro-pecuárias, indústrias
alimentar, do petróleo, do cimento, do papel, química, farmacêutica, automóvel,
unidades de saúde, laboratórios, construção civil, transformação metalúrgica e
siderúrgica, reprografia, tratamento de resíduos, actividades de comércio e de
serviços, entre outras.

Como forma de prevenir os incêndios e explosões as organizações devem


implementar um conjunto de medidas preventivas e de boas práticas que iremos
discutir mais a frente, de modo a prevenir os efeitos nocivos sobre a segurança
e a saúde que decorrem da ocorrência de um incêndio e de uma explosão.

Para aprofundarmos essa discussão nesta unidade, os temas estão estruturados


em cinco partes, iniciaremos com os conceitos de incêndios e explosivos, irá se
seguir os tipos e fontes de incêndios, depois iremos discutir as causas dos
incêndios e explosões, e as consequências dos incêndios no fim, iremos
apresentar as medidas de prevenção de incêndios e equipamentos de combate.

Ao longo da unidade irá encontrar caro estudante, indicções de leituras


obrigatórias, através das quais poderás consolidar os assuntos abordados nesta
unidade.

Apresentamos algumas tarefas resolvidas como forma de induzir seus estudos à


volta dos temas. Propomos lhe a seguir, algumas questões de auto-avaliação
como forma de reforçar suas leituras.

A protecção contra incêndio e explosão reveste-se de particular importância no

99
âmbito da segurança, uma vez que estes fenómenos colocam em perigo a vida e
a saúde dos trabalhadores, podendo também provocar avultados danos
materiais, ambientais e de natureza social.

Os incêndios são potencialmente possíveis de ocorrer praticamente em todas


actividades humanas, Praticamente todas as actividades, designadamente
agrícolas, agro-pecuárias, indústrias alimentar, do petróleo, do cimento, do
papel, química, farmacêutica, automóvel, unidades de saúde, laboratórios,
construção civil, transformação metalúrgica e siderúrgica, reprografia,
tratamento de resíduos, actividades de comércio e de serviços, entre outras.

A prevenção e o combate a incêndios, principalmente quando há equipamentos


e instalações valiosas a proteger, exigem um planeamento cuidadoso. Não
apenas um conjunto de extintores adequados, dimensionamento do reservatório
de água, sistema de detecção e alarme, como também o treinamento do pessoal
são pontos- chave. CHIAVENATO (2004:361).

Objectivos da unidade
Objectivos:
No fim desta unidade temática os estudantes devem ser capazes de:
• Conceituar incêndios e explosivos
• Tipificar as fontes de incêndios;
• Apontar as causas dos incêndios e explosões;
• Conhecer as consequências dos incêndios
• Apontar as medidas de prevenção de incêndios e equipamentos de
combate

100
Recurso de aprendizagem
Conceito de incêndio e explosivo
O incêndio é uma reacção de combustão (oxidação/redução) fortemente
exotérmica e que se desenvolve, de forma descontrolada quer no espaço quer no
tempo e é prejudicial ao homem. Designa-se fogo quando a reacção de
combustão (oxidação/redução) fortemente exotérmica se desenvolve, de forma
controlada e em beneficio do homem. Em ambos casos ocorre há emissão de
fumos e/ou chamas e gases de combustão. MIGUEL (2005:112).
Considera se agente explosivo a mistura de substâncias inflamáveis com o ar,
sob a forma de gases, vapores, névoas ou poeiras, na qual, após ignição, a
combustão se propaga a toda a mistura não queimada.

Tipos de fontes de incêndios


Identificam-se algumas fontes de ignição:
• Fogos, chamas, material incandescente ► Soldadura, cigarros, fornos,
caldeiras, motores;
• Superfícies quentes ► Condutas de fluidos, lâmpadas incandescentes,
superfícies de máquinas;
• Reacções químicas ► Incompatibilidade química, auto-aquecimento,
fermentação;
• Faíscas de origem eléctrica ► Soldadura, interruptores, curto-circuitos;
• Descargas de electricidade estática ► Transporte de sólidos e fluidos,
carga/descarga de tanques e de outros recipientes;
• Aquecimentos de origem mecânica ► Compressão de gases, atrito.

Causas dos incêndios e explosões


De entre o vasto conjunto de causas enumeram-se as mais comuns, no contexto
profissional:
• Utilização incorrecta de equipamentos alimentados a gás;
• Alimentados a energia eléctrica, causas de natureza eléctrica e
electricidade estática;
• Sobreaquecimento de circuitos, de equipamentos e de instalações;
• Curto-circuitos;
101
• Faíscas provocadas por interruptores. causas de natureza variada
• Falta de formação e informação dos trabalhadores sobre prevenção de
incêndio e explosão;
• Ausência de investimento na promoção da segurança contra incêndio e
explosão;
• Armazenamento de produtos incompatíveis;
• Armazenamento ou manipulação de substâncias perigosas em local com
deficiente ventilação;
• Fugas em circuitos de combustível;
• Ausência de manutenção e conservação de instalações eléctricas, de gás,
de combustível, de ventilação;
• Equipamentos de trabalho e máquinas (em especial se alimentados a gás
ou combustível);
• Áreas técnicas;
• Utilização indevida de cigarros.

Conhecer as consequências dos incêndios


Os incêndios provocam anualmente nas empresas enormes prejuízos materiais e
muitas vitimas quer por queimaduras e ferimentos, e quer por intoxicação.
Mesmo que não haja acidentes pessoais provocado pelo incêndio, resulta a
maior parte das vezes para o trabalhador a privação do seu trabalho habitual,
durante um período de tempo apreciável.
É, pois, necessário assegurar medidas visando impedir que o incêndio se declare
ou, quando tal acontece, impedir a sua propagação.
Por outro lado, é necessário providenciar todos os meios materiais e humanos
susceptíveis de controlar rapidamente um incêndio, desde o seu início.
As estatísticas disponíveis relatam que as causas mais frequentes dos incêndios
são por ordem decrescente:
• As instalações eléctricas.
• A utilização de chamas nuas e superfícies quentes.
• A presença inadequada de matérias inflamáveis designadamente
líquidos, gases.

102
• Os aparelhos electrodomésticos.
As áreas de armazenagem nas empresas são habitualmente mais atingidas que os
sectores da produção e a propagação de fogos nocturnos e fogos diurnos é
geralmente na razão de 2 para 1.
O estudo dos danos dos incêndios, bem como dos fenómenos associados à sua
propagação, revela se da maior importância para a sua prevenção e controlo.
É igualmente importante aprovação de regulamento e normalização em todos
sectores de actividade.
Porventura o elemento decisivo para a melhoria das condições de segurança
contra incêndios estará na formação de quadros e responsáveis das empresas e
na sensibilização e motivação de todos seus trabalhadores.
De modo geral, cada organização tem seu serviço de vigilância com
características próprias. Além disso, as medidas preventivas devem ser revistas
com frequência, para evitar a rotina que chega a tornar os planos obsoletos.

Medidas de prevenção de incêndios e equipamentos de combate


Os meios de primeira intervenção para o combate aos incêndios podem ser
agrupados em:
• Extintores;
• Boca-de-incêndio do tipo carretel;
• Recipientes com areia e pá;
• Mantas ignífugas.
Os tipos de extintores para o combate de incêndios são de:
• Água;
• Espuma;
• Pó químico;
• Produtos halogenados;
• Dióxido de carbono.
Como forma de prevenção de incêndios e explosões, podem ser tomadas
algumas medidas como:

Medidas gerais

103
• Garantir o cumprimento da legislação aplicável no âmbito da segurança
contra incêndio e da segurança contra explosão;
• Programa de prevenção, protecção e gestão da segurança contra
incêndio e explosão;
• Organização da resposta face a emergências;
• Instalação dos sistemas de detecção de incêndio;
• Instalação de sistemas de detecção, alarme e alerta de incêndio;
• Instalação de sistemas de controlo de fumos (se aplicável);
• Implantação da adequada sinalização de segurança;
• Avaliar e monitorizar a concentração de substâncias perigosas no ar
ambiente comoatmosferas explosivas, inflamáveis etc..

Medidas específicas
• Controlar as fontes de ignição;
• Medidas destinadas a evitar descargas electrostáticas;
• Medidas de segurança relacionadas com realização de trabalhos a
quente;
• Separação das instalações e/ou processos em que se utilizem substâncias
inflamáveis de zonas de armazenagem e de locais com presença
permanente de pessoas;
• Instalação de dispositivos para detecção de aumentos de pressão;
• Instalação de dispositivos para detecção de aumentos de temperatura;
• Monitorização de atmosferas inflamáveis para a avaliar a sua
perigosidade;
• Armazenagem em local Segregado e ventilado;
• Automatização de processos para minimização do contacto com
substâncias perigosas;
• Programas de inspecção e manutenção preventiva param todos os
equipamentos de trabalho;
• Sistemas de ventilação adequados à perigosidade das substâncias e das
tarefas,
• Ventilação geral;

104
• Manutenção, inspecção e limpeza periódicas dos sistemas de ventilação;
• Embalagens de substâncias perigosas rotuladas, sólidas, resistentes;
sistema de vedação;
• Concepção de processos de trabalho e controlos técnicos apropriados
para minimizar o risco;
• Aplicação de medidas de protecção colectiva na fonte;
• Sinalização de segurança Proibição, perigo, obrigatoriedade;
• Meios apropriados de recolha, armazenagem e eliminação dos resíduos.

Leituras Obrigatórias
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos, Edição Compacta, 4ª edição, Editora
atlas-1997. Pags.361.

MIGUEL, A. S.S.R.l; Manual de Higiene e Segurança do Trabalho; 8ª


edição;Porto-Editora. 2005. Pags.112.

Resumo da Unidade
A protecção contra incêndio e explosão reveste-se de particular importância no
âmbito da segurança, uma vez que estes fenómenos colocam em perigo a vida e
a saúde dos trabalhadores, podendo também provocar avultados danos materiais,
ambientais e de natureza social.

Os incêndios podem ter como fonte

• Fogos, chamas, material incandescente soldadura, cigarros, fornos,


caldeiras, motores;

• Superfícies quentes;

• Reacções químicas;

• Faíscas de origem eléctrica;

• Descargas de electricidade;

• Aquecimentos de origem mecânica.

105
Os incêndios provocam anualmente nas empresas enormes prejuízos materiais e
muitas vitimas quer por queimaduras e ferimentos, e quer por intoxicação.

Mesmo que não haja acidentes pessoais provocado pelo incêndio, resulta a
maior parte das vezes para o trabalhador a privação do seu trabalho habitual,
durante um período de tempo apreciável.

É, pois, necessário assegurar medidas visando impedir que o incêndio se declare


ou, quando tal acontece, impedir a sua propagação.

Como forma de prevenir os incêndios e explosões, podemos recorrer a:

Medidas gerais

• Garantir o cumprimento da legislação aplicável no âmbito da segurança


contra incêndio e da segurança contra explosão;

• Programa de prevenção, protecção e gestão da segurança contra


incêndio e explosão;

• Organização da resposta face a emergências;

• Instalação dos sistemas de detecção de incêndio;

• Instalação de sistemas de detecção, alarme e alerta de incêndio;

• Instalação de sistemas de controlo de fumos (se aplicável);

• Implantação da adequada sinalização de segurança;

• Avaliar e monitorizar a concentração de substâncias perigosas no ar


ambiente comoatmosferas explosivas, inflamáveis etc..

106
Tarefas
• Como defines um incêndio?

• Apresente alguns exemplos de possíveis fontes de incêndio?

• Que medida recomendaria para a prevenção de incêndios?

Auto-avaliação
Conforme vimos ao longo desta unidade, a protecção contra incêndio e explosão
reveste-se de particular importância no âmbito da segurança, uma vez que estes
fenómenos podemcolocar em perigo a vida e a saúde dos trabalhadores, podendo
também provocar avultados danos materiais, ambientais e de natureza social.

Para consolidar os assuntos desta unidade, seguem se algumas questões param


resolveres.

• O que entende por mistura explosiva?

• Que tipo de extintores para o combate de incêndios conheces?

• Enumere três causas que contexto profissional, podem causar incêndios e


explosões.

Chave de correcção
• Incêndio é uma reacção de combustão (oxidação/redução) fortemente
exotérmica e que se desenvolve, de forma descontrolada quer no
espaço quer no tempo e é prejudicial ao homem. Designa-se fogo
quando a reacção de combustão (oxidação/redução) fortemente
exotérmica se desenvolve, de forma controlada e em benefício do
homem.

• Alguns exemplos de possíveis fontes de incêndio:

• Fogos, chamas, material incandescente ► Soldadura, cigarros, fornos,


caldeiras, motores;

107
• Superfícies quentes ► Condutas de fluidos, lâmpadas incandescentes,
superfícies de máquinas.

• Medidas para a prevenção de incêndios (algumas):

• Controlar as fontes de ignição;

• Medidas destinadas a evitar descargas electrostáticas;

• Medidas de segurança relacionadas com realização de trabalhos a


quente;

• Separação das instalações e/ou processos em que se utilizem


substâncias inflamáveis de zonas de armazenagem e de locais com
presença permanente de pessoas;

• Instalação de dispositivos para detecção de aumentos de pressão;

Instalação de dispositivos para detecção de aumentos de temperatura.

108
UNIDADE VII: SEGURANÇA EM ACTIVIDADES DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Introdução

Nesta unidade iremos abordar, a segurança em actividades de construção civil e


os aspectos relevantes em matérias de HST no sector.

Os trabalhos de construção estão na origem de um número significativo e


preocupante de acidentes de trabalho, quer graves, quer mortais, provocados,
essencialmente, por quedas em altura, esmagamentos, soterramentos, contacto
com a electricidade, atropelamento, entre outros. As actividades referenciadas
neste ramo de actividades, são todas aquelas que envolvam a realização de
trabalhos de construção e outros no domínio da engenharia civil, designadamente
estaleiros, móveis ou em edifícios, actividades industriais, de telecomunicações,
de transporte, de manutenção, de reparação, entre outras.

Para concretização das intenções referidas no primeiro parágrafo, estruturamos


esta unidade em quatro partes.Iniciaremos a discutir situando a estrutura dos
edifícios sob o ponto de vista de segurança, irá seguir os factores de risco em
obra de construção civil, depois iremos abordar em ultimo lugar, as medidas de
actuação em caso de ocorrência de acidente.

Ao longo da unidade irás encontrar caro estudante, indicções de leituras


obrigatórias através das quais, poderás consolidar os assuntos abordados nesta
unidade. Poderá igualmente, se guiar no resumo da unidade que consta
seguidamente.

Apresentamos algumas tarefas resolvidas como forma de induzir seus estudos à


volta dos temas. Propomos também, algumas questões de auto-avaliação como
forma de reforçar suas leituras.

A Segurança do Trabalho na Construção Civil é uma das maiores preocupações


de todos aqueles que trabalham diariamente em canteiros de obra, porque estão
na origem de um número significativo e preocupante de acidentes de trabalho,
quer graves, quer mortais, provocados, essencialmente, por quedas em altura,
esmagamentos, soterramentos, contacto com a electricidade, atropelamento,

109
entre outros.

Fazem parte deste ramo de actividades, todas aquelas que envolvam a realização
de trabalhos de construção e outros no domínio da engenharia civil,
designadamente estaleiros temporários, móveis ou em edifícios, actividades
industriais, de telecomunicações, de transporte, de manutenção, de reparação,
entre outras.

Os acidentes de trabalho no sector de Construção Civil, conduzem efectivamente


a inúmeros impactos quer para o trabalhador lesionado, quer para todos os outros
intervenientes e implicados no processo de recuperação, desde os prestadores de
cuidados de saúde, aos empregadores, aos colegas de trabalho, aos amigos,
vizinhos e familiares.

Os impactos físico-funcionais, apesar de muito específicos para cada


lesão/doença profissional, implicam não só desvios/prejuízos nas funções e
estruturas do corpo como também restrições ao nível das actividades e
participação do indivíduo nos seus vários contextos. Muitas lesões e doenças
afectam não só o nível de participação no contexto Profissional, como também
no contexto do lar e da vida diária.

No que diz respeito aos impactos profissionais, verifica-se que as lesões/doenças


profissionais afectam a identidade profissional do trabalhador, o que tem
consequências ao nível da sua realização pessoal e do seu reportório emocional
face ao valor e sentido do trabalho.

Objectivos da unidade

No fim desta unidade temática os estudantes devem ser capazes de:


• Situar a estrutura dos edifícios sob o ponto de vista de segurança;
• Apontar factores de risco em obra de construção civil;
• Apontar medidas de actuação em caso de ocorrência de acidente;
• Saber elaborar plano de Segurança e de Emergência

110
Recurso de aprendizagem

Estrutura dos edifícios sob o ponto de vista de segurança

Um dos elementos de segurança que se coloca com maior acuidade nos edifícios,
é a garantia da segurança dos seus utentes. Em grande medida, os perigos de
incêndios, são os que se colocam em muitas das situações.
Para salvaguardar a vida humana em caso de sua segurança ser posta em causa, é
necessário que as edificações possuam os matérias preventivos como extintores,
artigos de primeiros socorros e que sejam dotadas de meios adequados de fuga,
que permitam aos ocupantes se deslocarem com segurança para um local livre da
acção dos elementos causadores da insegurança.
Estas acções devem ser rápidas e seguras, e normalmente utilizam os meios de
acesso da edificação, que são as próprias saídas de emergência ou escadas de
segurança utilizadas para a evacuação de emergência,
Para isto ser possível as rotas de fuga devem atender, entre outras, as seguintes
condições básicas:
O número de saídas difere para os diversos tipos de ocupação, em função da
altura, dimensões em planta e características construtivas.
Normalmente o número mínimo de saídas consta de códigos e normas técnicas
que tratam do assunto.
A distância máxima a percorrer consiste na distância que se percorre entre o
ponto mais distante de um pavimento até o acesso a uma saída neste mesmo
pavimento.
Da mesma forma com a questão anterior, essa distância varia conforme o tipo de
ocupação e as características construtivas do edifício e a existência de chuveiros
automáticos como protecção.
Os valores máximos permitidos constam dos textos de códigos e normas técnicas
que tratam do assunto.
O número previsto de pessoas que deverão usar as escadas e rotas de fuga
horizontais é baseado na lotação da edificação, calculada em função das áreas
dos pavimentos e do tipo de ocupação.
As larguras das escadas de segurança e outras rotas devem permitir desocupar
todos os pavimentos em um tempo aceitável como seguro.
111
Isto indica a necessidade de compatibilizar a largura das rotas horizontais e das
portas com a lotação dos pavimentos e de adoptar escadas com largura suficiente
para acomodar em seus interiores toda a população do edifício.
As normas técnicas e os códigos de obras estipulam os valores das larguras
mínimas (denominado de Unidade de Passagem) para todos os tipos de
ocupação.
As saídas (para um local seguro) e as escadas devem ser localizadas de forma a
propiciar efectivamente aos ocupantes a oportunidade de escolher a melhor rota
de escape.
Para isto devem estar suficientemente afastadas uma das outras, uma vez que a
previsão de duas escadas de segurança não estabelecerá necessariamente rotas
distintas de fuga, pois em função de proximidade de ambas, em um único foco
de incêndio poderá torná-las inacessível.
A descarga das escadas de segurança deve se dar preferencialmente para saídas
com acesso exclusivo para o exterior, localizado em pavimento ao nível da via
pública.
Outras saídas podem ser aceitas, como as directamente no átrio de entrada do
edifício, desde que alguns cuidados sejam tomados, representados por:
1) Sinalização dos caminhos a tomar;
2) Saídas finais alternativas;
3) Compartimentação em relação ao subsolo e protecção contra queda de
objectos (principalmente vidros) devido ao incêndio e etc.
A largura mínima das escadas de segurança varia conforme os códigos e Normas
Técnicas, sendo normalmente 2,20 m para hospitais e entre 1,10 m a 1,20 m para
as demais ocupações, devendo possuir patamares rectos nas mudanças de
direcção com largura mínima igual à largura da escada.
As escadas de segurança devem ser construídas com materiais incombustíveis,
sendo também desejável que os materiais de revestimento sejam incombustíveis.
As escadas de segurança devem possuir altura e largura Ergométrica dos
degraus, corrimãos correctamente posicionados, piso antiderrapante, além de
outras exigências para conforto e segurança.

Escadas de segurança
112
Todas as escadas de segurança devem ser enclausuradas com paredes resistentes
ao fogo e portas corta-fogo. Em determinadas situações estas escadas também
devem ser dotadas de antecâmaras enclausuradas de maneira a dificultar o acesso
de fumaça no interior da caixa de escada.
As dimensões mínimas (largura e comprimento) são determinadas nos códigos e
Normas Técnicas.
A antecâmara só deve dar acesso à escada e a porta entre ambas, quando aberta,
não deve avançar sobre o patamar da mudança da direcção, de forma a prejudicar
a livre circulação.
Para prevenir que o fogo e a fumaça desprendidos por meio das fachadas do
edifício penetrem em eventuais aberturas de ventilação na escada e antecâmara,
deve ser mantida uma distância horizontal mínima entre estas aberturas e as
janelas do edifício.

Acessos
Quando a rota de fuga horizontal incorporar corredores, o fechamento destes
deve ser feito de forma a restringir a penetração de fumaça durante o estágio
inicial do incêndio. Para isto suas paredes e portas devem apresentar resistência
ao fogo.
Para prevenir que corredores longos se inundem de fumaça, é necessário prever
aberturas de exaustão e sua subdivisão com portas à prova de fumaça.
As portas incluídas nas rotas de fuga não podem ser trancadas, entretanto devem
permanecer sempre fechadas, dispondo para isto de um mecanismo de
fechamento automático.
Alternativamente, estas portas podem permanecer abertas, desde que o fecho
deve ser accionado automaticamente no momento do incêndio.
Estas portas devem abrir no sentido do fluxo, com excepção do caso em que não
estão localizadas na escada ou na antecâmara e não são utilizadas por mais de 50
pessoas.
Para prevenir acidentes e obstruções, não devem ser admitidos degraus junto à
soleira, e a abertura de porta não deve obstruir a passagem de pessoas nas rotas
de fuga.
O único tipo de porta admitida é aquele com dobradiças de eixo vertical com
113
único sentido de abertura.
Dependendo da situação, tais portas podem ser a prova de fumaça, corta-fogo ou
ambos.
A largura mínima do vão livre deve ser de 0,8 m.

Sistema de iluminação de emergência


Esse sistema consiste num conjunto de componentes e equipamentos que, em
funcionamento, propicia a iluminação suficiente e adequada para:
1) Permitir a saída fácil e segura do público para o
2) Exterior, no caso de interrupção de alimentação normal;
3) Garantir também a execução das manobras de interesse da segurança e
intervenção de socorro.
A iluminação de emergência para fins de segurança contra incêndio pode ser de
dois tipos:
1) Orientação;
2) Aclaramento.
A iluminação de orientação é aquela associada à sinalização de indicação de
rotas de fuga, com a função de orientar a direcção e o sentido que as pessoas
devem seguir em caso de emergência.
A iluminação de aclaramento se destina a iluminar as rotas de fuga de tal forma
que os ocupantes não tenham dificuldade de transitar por elas.
A iluminação de emergência se destina a substituir a iluminação artificial normal
que pode falhar em caso de incêndio, por isso deve ser alimentada por baterias
ou por moto-geradores de accionamento automático e imediato; a partir da falha
do sistema de alimentação normal de energia.
Dois métodos de iluminação de emergência são possíveis:
1) Iluminação permanente, quando as instalações são alimentadas em serviço
normal pela fonte normal e cuja alimentação é comutada automaticamente para a
fonte de alimentação própria em caso de falha da fonte normal;
2) Iluminações não permanentes, quando as instalações não são alimentadas em
serviço normal e, em caso de falha da fonte normal, são alimentadas
automaticamente pela fonte de alimentação própria.
Sua previsão deve ser feita nas rotas de fuga, tais como corredores, acessos,
114
passagens antecâmara e patamares de escadas.
Seu posicionamento, distanciamento entre pontos e sua potência são
determinados nas Normas Técnicas Oficiais.

Factores de risco em obra de construção civil


Os trabalhos de construção e engenharia civil estão na origem de um número
significativo e preocupante de acidentes de trabalho, quer graves, quer mortais,
provocados, essencialmente, por quedas em altura, esmagamentos,
soterramentos, contacto com a electricidade, atropelamento, entre outros.
As actividades de construção e engenharia civil referenciadas nesta temática são
todas aquelas que envolvam a realização de trabalhos de construção e outros no
domínio da engenharia civil, designadamente estaleiros temporários, móveis ou
em edifícios, actividades industriais, de telecomunicações, de transporte, de
manutenção, de reparação, entre outras.

Além do risco de acidentes, quem trabalha na construção civil está


constantemente exposto a agentes que podem causar sérios danos à sua saúde e
bem-estar. Conheça os principais factores de risco que podem prejudicar a
integridade física dos trabalhadores da área de construção civil:

Exposição a ruídos
Uma obra em andamento emite um elevado nível de ruídos causados por
maquinaria pesada e ferramentas. Esses barulhos são capazes de causar danos à
audição do trabalhador, levando à perda auditiva induzida por ruído.
Para evitar esse problema, é importante que o empregador
disponibilize protectores e auriculares a todos os funcionários que ficam em
ambientes barulhentos.

Queda de objectos e materiais


As quedas de objectos estão entre os acidentes mais frequentes da construção
civil. Para minimizar a ocorrência desse problema, é fundamental exigir atenção
redobrada por parte dos funcionários, além da utilização de capacetes de
protecção
115
LER
As lesões por esforço repetitivo (LER) são provocadas pela realização de
movimentos repetitivos e postura inadequada. Trata-se de um problema muito
comum na construção civil, pois os funcionários geralmente precisam realizar
esforços intensos e lidar com longas jornadas de trabalho.
Risco de queda
A queda de um funcionário é um acidente potencialmente grave e que
geralmente acontece por falta de atenção. Por isso, é fundamental que as
actividades sejam feitas com cuidado, evitando correr na obra e sempre
utilizando cinto de segurança durante a execução de trabalho em altura.
Picadas por insectos e bichos diversos
Os estaleiros de obras são um local em que é muito comum encontrar aranhas,
marimbondos, cobras e até escorpiões escondidos. Por isso, é fundamental que o
trabalhador esteja sempre atento aos locais em que pisa e utilize sempre botas de
segurança.
Cortes
Muitos dos equipamentos e ferramentas utilizados pelos trabalhadores da
construção civil são afiados ou pesados, podendo causar cortes e lacerações
graves.
O motivo pelo qual acidentes envolvendo esses dispositivos acontece é a falta de
treinamento dos funcionários para a correta utilização das ferramentas de
trabalho.

Medidas de actuação em caso de ocorrência de acidente


Socorrer um ferido poderá fazer a diferença entre a vida e a morte do
acidentado, sua invalidez temporária ou permanente, ou mesmo entre a rápida
recuperação e um longo período de internação hospitalar.

Alguns cuidados, no entanto, são exigidos daquele que presta os primeiros


socorros: é preciso ter certeza que não estará se expondo a novos riscos,
tornando- se a próxima vítima.

De maneira geral, a primeira providência é chamar os Serviços de emergência,


para casos de desmaios, convulsões, luxações e fracturas, intoxicações, cortes ou
116
perfurações.

Os Bombeiros também podem ser chamados, principalmente quando se tratar de


soterramentos.

A maioria dos acidentes de trabalho nas obras pode ser evitada quando normas
de segurança do Ministério do Trabalho forem respeitadas. Ou com o uso correto
dos equipamentos de protecção individual (EPIs).

Plano de Segurança e de Emergência

Como forma de fazer face a eventuais acidentes de trabalho, as organizações


devem ter um plano de segurança. Geralmente, um plano de segurança, envolve
os seguintes requisitos:

A segurança em si é uma responsabilidade de linha e uma função de staff em


face de sua especialização.

As condições de trabalho, o ramo de actividade, o tamanho, a localização da


empresa etc. determinam os meios materiais preventivos.

A segurança não deve ficar restrita somente à área da produção. O s escritórios,


depósitos etc. Também oferecem riscos cujas implicações afectam a empresa
toda.

O plano de segurança envolve necessariamente a adaptação da pessoa ao


trabalho (selecção de pessoal), adaptação do trabalho à pessoa (racionalização do
trabalho), além de factores sociopsicológicos, razão pela qual muitas
organizações vinculam a segurança ao órgão de RH.

A segurança do trabalho mobiliza todos os elementos para o treinamento e


doutrinação de técnicos e operários, controle de cumprimento de normas de
segurança, simulação de acidentes, inspecção periódica dos equipamentos de
combate a incêndios, primeiros socorros; e a escolha, aquisição e distribuição de
uma série equipamentos de protecção (óculos de protecção, luvas, botas etc...)
em certas áreas da empresa.
117
Leituras Obrigatórias
CORDEIRO, T. C. e FREITAS, C.L. Segurança e saúde do trabalho Guia para
micro, pequenas e médias empresas. Autoridade para as Condições do
Trabalho.Lisboa, Outubro 2013. Págs. 82 a 90.

Resumo da Unidade

A Segurança do Trabalho na Construção Civil é uma das maiores preocupações


de todos aqueles que trabalham diariamente em canteiros de obra, porque estão
na origem de um número significativo e preocupante de acidentes de trabalho,
quer graves, quer mortais, provocados, essencialmente, por quedas em altura,
esmagamentos, soterramentos, contacto com a electricidade, atropelamento,
entre outros.

Fazem parte deste ramo de actividades, todas aquelas que envolvam a


realização de trabalhos de construção e outros no domínio da engenharia civil,
designadamente estaleiros temporários, móveis ou em edifícios, actividades
industriais, de telecomunicações, de transporte, de manutenção, de reparação,
entre outras.

Os acidentes de trabalho no sector de Construção Civil, conduzem


efectivamente a inúmeros impactos quer para o trabalhador lesionado, quer
para todos os outros intervenientes e implicados no processo de recuperação,
desde os prestadores de cuidados de saúde, aos empregadores, aos colegas de
trabalho, aos amigos, vizinhos e familiares.

Um dos elementos de segurança que se coloca com maior acuidade nos

118
edifícios, é a garantia da segurança dos seus utentes. Em grande medida, os
perigos de incêndios, são os que se colocam em muitas das situações.
Para salvaguardar a vida humana em caso de sua segurança ser posta em causa,
é necessário que as edificações possuam os materias preventivos como
extintores, artigos de primeiros socorros e que sejam dotadas de meios
adequados de fuga, que permitam aos ocupantes se deslocarem com segurança
para um local livre da acção dos elementos causadores da insegurança.

Tarefas
• O que são actividades de construção e engenharia civil?

• Porque é importante velar pela segurança na construção civil?

• Quais os requisitos que um plano de segurança deve reunir?

Auto-avaliação
Para salvaguardar a vida humana em caso de sua segurança ser posta em
causa, vimos nesta unidade que é necessário que as edificações possuam os
materias preventivos como extintores, artigos de primeiros socorros e que
sejam dotadas de meios adequados de fuga, que permitam aos ocupantes se
deslocarem com segurança para um local livre da acção dos elementos
causadores da insegurança. As questões que se seguem, servirão para
consolidar as discussões sobre as actividades de construção civil, objecto de
discussão nesta unidade: Eis as questões.

• O que significa a expressão: "A segurança em si é uma


responsabilidade de linha e uma função de staff em face de sua
especialização"

119
• O que se designa de iluminação de emergência?

• Que acções devem ser tomadas em situações de emergência?

• No ambiente de trabalho na construção civil, além dos riscos de


acidentes, está constantemente exposto a agentes que podem causar
sérios danos à sua saúde e bem-estar. Refira se a alguns exemplos.

Chave de correcção
• Fazem parte deste ramo de actividades, todas aquelas que envolvam a
realização de trabalhos de construção e outros no domínio da
engenharia civil, designadamente estaleiros temporários, móveis ou
em edifícios, actividades industriais, de telecomunicações, de
transporte, de manutenção, de reparação, entre outras.

• Ėimportante velar pelos acidentes de trabalho no sector de Construção


civil, porque os mesmos conduzem a inúmeros impactos quer para o
trabalhador lesionado, quer para todos os outros intervenientes e
implicados no processo de recuperação, desde os prestadores de
cuidados de saúde, aos empregadores, aos colegas de trabalho, aos
amigos, vizinhos e familiares.

• Geralmente, um plano de segurança deve reunir os seguintes


requisitos:

• A segurança em si é uma responsabilidade de linha e uma função de


staff em face de sua especialização.

• As condições de trabalho, o ramo de actividade, o tamanho, a


localização da empresa etc. determinam os meios materias
preventivos.

• A segurança não deve ficar restrita somente à área da produção. O s


escritórios, depósitos etc. Também oferecem riscos cujas implicações
afectam a empresa toda.

120
• O plano de segurança envolve necessariamente a adaptação da pessoa
ao trabalho (selecção de pessoal), adaptação do trabalho à pessoa
(racionalização do trabalho), além de factores sociopsicológicos, razão
pela qual muitas organizações vinculam a segurança ao órgão de RH.

A segurança do trabalho mobiliza todos os elementos para o treinamento e


doutrinação de técnicos e operários, controle de cumprimento de normas
de segurança, simulação de acidentes, inspecção periódica dos
equipamentos de combate a incêndios, primeiros socorros; e a escolha,
aquisição e distribuição de uma série equipamentos de protecção (óculos
de protecção, luvas, botas etc...) em certas áreas da empresa.

121

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