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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

As Principais variações Económicas e suas Consequências no Contexto Politico-


Económico em Moçambique

Discente: Oliveira Lucas Friel Código: 708213771


Turma: “N”

Nampula, Abril
2024
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

As Principais variações Económicas e suas Consequências no Contexto Politico-


Económico em Moçambique

Discente: Oliveira Lucas Friel Código: 708213771

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Cadeira: Geografia Regional

Ano de Frequência: 4º Ano

Tutor: MSc. Marcelino Rui José

Nampula, Abril
2024
FOLHA DE FEEDBACK

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota /
Máxima tutor Subtotal
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Estrutura Aspectos  Introdução 0.5
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5
Contextualização (indicação
clara do problema) 1.0
Introdução Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao 2.0
objecto do trabalho
Conteúdo Articulação e domínio do
Análise discurso académico (expressão 2.0
discussão escrita cuidada, coerência/coesão
textual).
Revisão bibliográfica nacional e
internacional revelantes na área 2.0
de estudo.
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0
Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho de 1.0
gerais letra, paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
6a ed. e citações Rigor e coerência das citações/ 4.0
e bibliografia referências bibliográficas
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 4

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.1.1. Objectivo Geral................................................................................................................. 4

1.1.2. Objectivos Específicos ..................................................................................................... 4

1.2. Metodologias ....................................................................................................................... 4

2. As Principais variações Económicas e suas Consequências no Contexto Politico-Económico


em Moçambique ......................................................................................................................... 5

2.1. Conceitos fundamentais ............................................................................................... 5

2.2.1. Caracterização macroeconómica de Moçambique na SADC ........................................... 7

2.3. Papel do sector empresarial no desenvolvimento económico em Moçambique ................. 7

2.3.2. Consequências no Contexto Politico-Económico em Moçambique ................................ 9

3. Programa de Reabilitação Económica e Social em Moçambique .......................................... 9

3.1. Impacto do PRE na Sociedade Moçambicana ..................................................................... 9

4. Conclusão ............................................................................................................................. 10

4. Referência Bibliográfica ....................................................................................................... 11


1. Introdução
O tema deste estudo é as principais mudanças econômicas e suas consequências no contexto
político-econômico de Moçambique. Ele está relacionado à cadeira de geografia regional. A
maioria das pessoas vê a experiência econômica de Moçambique como um bom exemplo de
como acelerar o crescimento, estabilizar o país e reduzir a pobreza. A taxa de variação, ou o
ritmo pelo qual a pobreza diminui e a economia cresce, mostra o grau e a robustez do sucesso
econômico do Moçambique.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral


 Conhecer as Principais variações Económicas e suas Consequências no Contexto
Politico-Económico em Moçambique.
1.1.2. Objectivos Específicos

 Definir as variações Económicas;


 Apresentar as Principais variações Económicas;
 Descrever as Consequências no Contexto Politico-Económico em Moçambique;
1.2. Metodologias
A metodologia usada para a realização do trabalho em estudo, foi o método de pesquisa
bibliográfica, cingida através da leitura de livros, Módulos e artigos científicos, e o estudo foi
feito de forma qualitativa através de consulta em autores que abordam os conteúdos
relacionados com o tema.

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2. AS PRINCIPAIS VARIAÇÕES ECONÓMICAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO
CONTEXTO POLITICO-ECONÓMICO EM MOÇAMBIQUE

2.1. Conceitos fundamentais

 Variações Económicas

Segundo portal do governo, Moçambique independente herdou uma estrutura económica


colonial caracterizada por uma assimetria entre o Norte e o Sul do País e entre o campo e a
cidade. O Sul mais desenvolvido que o Norte e a cidade mais desenvolvida que o campo.

As características mais notáveis dessa assimetria foram a opressão extrema da mão-de-


obra e a falta de integração econômica. O Estado regula e estimula os setores sócio-econômicos
mais significativos e cria um ambiente de negócios favorável ao crescimento da empresa
privada. Isso é feito por meio da aplicação de sua política orçamental.

2.2. Economia em Moçambique

Segundo world bank (2023), “a economia está a recuperar da prolongada desaceleração dos
últimos anos, com uma taxa de crescimento que atingiu 4,4% no primeiro semestre de 2022.
Moçambique teve a sua primeira contracção económica em quase três décadas em 2020, com
um adicional de 250.000-300.000 pessoas que vivem em meio urbano a serem empurradas para
níveis de pobreza estruturalmente elevados”.

O sector que mais contribui para o Produto Interno Bruto (PIB) continua sendo a
agricultura, que tem crescido lentamente, com uma média anual de cerca de 20% nos últimos
vinte anos. Ao longo deste tempo, o governo e os planos de desenvolvimento do país têm
priorizado o desenvolvimento da agricultura (Governo de Moçambique).

Uma das principais características do padrão de crescimento económico em


Moçambique é a dependência em relação a fluxos externos de capitais em forma de
investimento directo estrangeiro (IDE) e créditos comerciais no sistema financeiro
internacional.

De acordo com o relatório World Bank’s Mozambique Economic Update de 2023, as


perspectivas económicas a médio-prazo são positivas, prevendo-se que o crescimento acelere
para 6% entre 2023 e 2025, impulsionado pela recuperação contínua dos serviços, pelo aumento
da produção de GNL e pelos elevados preços das matérias-primas.

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 Variações de Crescimento Económico em Moçambique

No momento em que regressou à paz no início da década de 1990, Moçambique era


predominantemente uma economia agrícola, mais de 80% da força de trabalho identificou a
agricultura como a sua ocupação primária, sendo praticamente toda ela uma agricultura de
pequenos agricultores ou camponeses e não actividades comerciais de maior escala.

Ao longo do tempo, a estrutura económica tem havido variações limitada na estrutura


da economia, afastando-se da agricultura. Os movimentos de mão-de-obra da agricultura têm-
se dirigido em grande parte para o sector dos serviços privados, incluindo o comércio e os
transportes, que representam actualmente 22% de todo o emprego. Contudo, o valor
acrescentado dos serviços privados tem permanecido estável ao longo do tempo, indicando que
os novos trabalhadores neste sector tendem a ser menos produtivos do que os trabalhadores
existentes.

De acordo com Tarp et al. (2002). “A estrutura da economia moçambicana enfrenta variações,
tanto em termos de produção como de emprego, sugere como uma série de factores de
crescimento diferentes têm funcionado durante o período do pós-guerra. São visíveis três fases
principais de crescimento”.

a) Primeira fase Variação de Crescimento Económico

Desde meados da década de 1990 até ao início da década de 2000, Moçambique aproveitou
com sucesso os dividendos da paz, conseguindo a estabilização e recuperação pós-conflito (ver

b) Segunda fase Variação de Crescimento Económico

Uma segunda fase, iniciada no final da década de 1990, está associada a um forte
crescimento do sector transformador, dominado por investimentos intensivos de capital em
grande escala, particularmente na fundição de alumínio Mozal. Este período, que durou até ao
final da década de 2000, registou igualmente um crescimento robusto do sector dos serviços, a
par de uma contribuição sustentada e substancial da agricultura (a 2 pontos percentuais), ou
mais de um quarto do crescimento agregado por ano.

a) Terceira fase Variação de Crescimento Económico

No entanto, no final da década de 2000, assistiu-se a uma mudança para uma terceira
fase, caracterizada por uma ênfase no sector dos recursos naturais (extracção mineira),

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impulsionada por grandes aumentos no investimento directo estrangeiro (IDE) em carvão e, em
seguida, no desenvolvimento dos campos de gás natural. Isto coincidiu com uma expansão do
sector financeiro (sector bancário), que aumentou de 2% do PIB em meados da década de 2000
para mais de 6% no período mais recente.

No mesmo período assistiu-se também a um declínio tendencial na contribuição da


agricultura para o crescimento, mas a um forte crescimento dos serviços privados. Neste
período, fortes taxas de crescimento em múltiplos sectores, incluindo a agricultura, reflectiram
uma combinação de regresso dos deslocados às suas casas, reconstrução de infra-estruturas
privadas e públicas, apoiadas pela ajuda externa, e investimento privado (interno e externo).

2.2.1. Caracterização macroeconómica de Moçambique na SADC


O desenvolvimento económico é um dos efeitos esperados no processo de integração
económica que tem favorecido a melhoria dos indicadores económicos dos estados membros.

Moçambique é um dos países pioneiros das ideias de integração regional, na medida em


que esta pode representar uma alternativa para as economias pequenas, no sentido de ajudar a
enfrentar os constrangimentos impostos pela ordem económica internacional.

2.3. Papel do sector Empresarial no Desenvolvimento Económico em Moçambique


Segundo Timbane (2013), Diversa legislação tem sido produzida nos últimos tempos relativa
ao Sector Empresarial do Estado, mas a nova Lei das Empresas Públicas (Lei n.º 6/2012, de 8
de Fevereiro, adiante abreviadamente LEP), que entrou em vigor na data da sua publicação,
reveste-se de capital importância.

Segundo Maloa (2015), os parceiros comerciais externos têm motivos suficientes para
inspirarem uma grande confiança pelo País face à capacidade que as autoridades monetárias
têm conseguido manter volumes adequados de meios de pagamento sobre o exterior. As
reservas externas do Banco Central têm estado a situar-se acima dos seis meses de importação
de bens e serviços.

As reformas jurídicas no âmbito da legislação financeira, fiscal, laboral, comercial e da


terra levadas acabo pelo Governo contribuem significativamente para fortalecer esse bom
ambiente com a respectiva atracção do investimento privado nacional e externo.

2.3.1. Desafios do sector Empresarial em Moçambique

Segundo Santos (2018), os principais desafios no sector empresarial em Moçambique são:


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a) Redução da pobreza: fundamental acelerar o crescimento económico que tenha uma
base ampla de modo a provocar maiores e acelerados rendimentos na economia e, em
especial, daqueles que são pobres.
b) Aumento da produtividade da agricultura: uma vez que três-quartos da população
tem os seus rendimentos vindos da agricultura e esta população é maioritariamente
pobre, a solução da pobreza em Moçambique não pode ser alcançada caso não se
consiga melhorar drástica e aceleradamente a produtividade média da agricultura.
c) Melhoria do ambiente de negócios: a experiência mostra, na história da humanidade,
que os governos dinamizam o crescimento via políticas económicas, ambiente de
negócios e despesa pública, em particular investimento. A história mostra também que
é o sector privado tem um potencial enorme em termos de geração de rendimentos e
riqueza, e principalmente como esse rendimento é criado e transmitido via a expansão
do emprego e sua sustentabilidade.

O ambiente de negócios Moçambicano, deve ser simples, flexível e estimulante do


crescimento, ao mesmo tempo que deve estabelecer regras de competitividade, justiça
económica, financeira e social.

 Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)

O crescimento real do PIB tem aumentado nos últimos anos. Em 2010, o comportamento da
actividade económica do país cresceu significativamente, registando um PIB de 6.2%. O
contínuo crescimento do PIB real tem sido registado pela contribuição de todos sectores da
economia. Em 2011 o PIB real alcançou um crescimento médio de 7.2%, resultado do esforço
do governo na tentativa de atingir a meta de convergência das economias regionais da SADC.

 Perspectivas e desafios para a inserção de Moçambique na SADC

A SADC é prioridade na política externa de Moçambique porque é fundamental para a


segurança, atracção de investimentos e inserção do país no mercado global. No domínio da
segurança, o principal desafio de Moçambique é garantir a manutenção da estabilidade política
interna que, em certa medida, depende da segurança e da cooperação regionais.

Por exemplo, no período em análise, a existência de instabilidade política em alguns


países da SADC desviou as atenções dos países da região que deixaram de lado as questões de
desenvolvimento económico para priorizar questões políticas e de segurança No domínio
socioeconómico, a inserção de Moçambique no mercado regional depende da exploração das
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suas vantagens comparativas que podem advir da posição geo-estratégia e do seu potencial
energético. A Excelente localização geográfica (costa oriental africana no oceano indico) lhe
confere vantagem comparativa em relação aos países do hinterland no domínio dos transportes,
portos e caminhos de ferro.

2.3.2. Consequências no Contexto Politico-Económico em Moçambique


A crise económica marcou uma conjuntura crítica que colocou Moçambique na rota das
instituições financeiras internacionais (Banco Mundial e FMI) que eram as únicas fontes onde
poderia obter as divisas. Assim, o Banco Mundial e o FMI alargavam a sua influência sobre as
políticas macroeconómicas (Meque, 2013).

3. Programa de Reabilitação Económica e Social em Moçambique


O Programa de Reabilitação Económica e Social (PRES) tinha objectivo de melhorar a
vida da população das zonas rurais e estava degradada devido a políticas não adequadas a
realidade, como o caso das aldeias comunais e as machambas Estatais.

A população rural tinha sido severamente atingida pela guerra civil, por calamidades
naturais sucessivas, inundações de 1977/78, 1984/85 e secas de 1981 e 1983, cujos efeitos se
traduzia na fome crónica e degradação das condições de vida e as dificuldades de alimentação
eram enormes. O Programa continha a componente de garantir o consumo mínimo a população
e limar os níveis de escassez total de alimentos (Meque, 2013).

3.1. Impacto do PRE na Sociedade Moçambicana


Na visão de Matsinhe (2011: 46 apud Magenge, 2019), o Programa de Reabilitação Económica
provocou para a sociedade moçambicana, mais desgraças do que benefícios. Contudo, dos
benefícios notáveis, refere-se que o PRE:
 Inverteu a tendência do declínio económico;
 Aumentou o fluxo de ajuda alimentar e cooperação internacional, reduzindo as
consequências da fome, a incapacidade por endividamento do país e amorteceu o colapso
do sector externo;
 Os mercados e as lojas começaram a ter bens para a venda e muitos produtos que, até então
existiam no mercado paralelo, passaram a ser vendidos.

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4. Conclusão

Terminado o trabalho, compreendeu-se que o Estado Moçambicano após a conquista da sua


independência adoptou um governo do modelo Socialista, caracterizado pelo Centralismo. A
opção da FRELIMO pelo modelo Socialista, circunscreveu-se no sentimento anticolonialista,
pelo que dá-se a entender que as raízes do socialismo moçambicano encontrava-se no período
de luta de libertação de Moçambique. É nessa perspectiva que, o um processo revolucionário
implicaria a negação da estrutura que o criou. A finalidade do esforço da guerra e dos esforços
consentidos se deveria materializar no acesso da população à gestão de uma nova realidade.
Portanto, tomando em conta que o sistema colonial regia-se pelo modelo capitalista, torna-se
evidente que o sentimento anticolonialista e da necessidade de implantação de uma nova
estrutura social diferente desta, desembocaria na opção pelo sistema Socialista.

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4. Referência Bibliográfica

Brito, L. (2017). Moçambique independente: o novo espaço político. Texto de apoio da


disciplina Moçambique Contemporâneo. Maputo, Moçambique.

Meque, A. M. (2013). A Influencia das Instituições de Bretton Woods nas Políticas Públicas de
Moçambique. Universidade Católica de Moçambique (UCM).
Maloa, T. M. (2015). O EMPRESARIADO MOÇAMBICANO: Linhas para Interpretação da
Gênese do Novo Empresariado em Moçambique. Maputo, Moçambique.

Portal do governo. (2016). Retrieved Abril 2023, from Economia:


https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Mocambique/Economia

world bank. (2023, Abril). Retrieved Abril 2023, from Moçambique: aspectos gerais:
https://www.worldbank.org/pt/country/mozambique/overview.

Tarp, F., et al. (2002). ‘Facing the Development Challenge in Mozambique: an Economy-Wide
Perspective’.Research Report 126. Washington, DC: International Food Policy Research
Institute (IFPRI).

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