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1. CONCEITO DE OBRIGAÇÃO
O conceito de obrigação é frequentemente usado para corresponder ao lado passivo da relação obrigacional.
Caracteriza-se pela circunstância de determinada pessoa se encontrar adstrita a realizar uma prestação especifica
(posi va ou nega va) no interesse de outra, determinada ou indeterminável, nos termos do art 511.
A prestação não necessariamente tem de ter um valor pecuniárias, mas tem de corresponder ao interesse
legí mo do credor, digno de proteção legal. 398/2
Cons tui um vínculo jurídico a qual nasce uma relação de débito e de crédito entre os sujeitos.
QUANTO AO VÍNCULO
Temos as obrigações:
NATURAIS -> ou imperfeitas, o credor pode apenas pretender o respe vo cumprimento, dado que não são
judicialmente exigíveis, pois assentam num mero dever de ordem moral ou social
CIVIS -> ou perfeitas, o credor pode exigir judicialmente o respe vo cumprimento e executar o património do
devedor – 817/2. São judicialmente exigíveis, pois vigora o princípio da coercibilidade
QUANTO AO SUJEITO
Obrigação plural – quando obriga várias pessoas para com outra (pluralidade passiva) ou quando
obriga uma pessoa para com outras (pluralidade a va) ou várias pessoas para com outras
(pluralidade mista)
Exemplo pluralidade passiva - Eduardo, por vínculo contratual, é credor de Abel e Carlos
Exemplo pluralidade a va – Daniel e Fernando são credores de Abel
Exemplo pluralidade mista – Abel, Carlos e Daniel são devedores de Eduardo e Fernando
QUANTO AO OBJETO
São obrigações genéricas em que o objeto se encontra determinado apenas quanto ao género
ou quan dade – 539
Exemplo: António vende a Berta 5 kg de arroz. António vende a Berta um automóvel.
São obrigações especificas aquelas que incidem sobre algo concretamente individualizado,
tanto quanto ao género ou a espécie.
Exemplo: António vende a Berta 5 kg de arroz jasmim. António vende a Berta o Jaguar da
coleção do seu pai.
Obrigações alterna vas compreendem duas ou mais prestações, ficando o devedor livre para
aa entrega da prestação que desejar. Na falta de es pulação ao contrário, a escolha pertence ao
devedor.
Exemplo António compromete-se a entregar a Berta o Jaguar herdado do pai ou o seu
veleiro par cular
Obrigações cumula vas pressupõe que o devedor está adstrito a prestação de todas as
prestações constantes da obrigação.
Exemplo: António compromete-se a entregar a Berta o Jaguar herdado do seu pai e o seu
veleiro par cular.
OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS
São aquelas em que a prestação é paga em dinheiro, visando proporcionar ao credor o valor
nominal – que corresponde ao valor facial ou ao valor expresso no tulo de acordo com o
princípio nominalista que as respe vas espécies possuem. 550
OBRIGAÇÕES DE JUROS
Juros é a remuneração que o credor pode exigir do devedor por se privar de uma quan a em
dinheiro por um lapso de tempo. 559
Obrigações divisíveis as coisas divisíveis são as coisas que podem ser fracionadas sem
alteração da sua substância, diminuição de valor ou prejuízo para uso a que se des nam.
Igualmente as obrigações divisíveis admitem o respe vo fracionamento sem alteração da sua
substância. Presume-se serem iguais partes que os vários credores ou devedores possuem na
obrigação. 534/1
Exemplo: Dois devedores devem, conjuntamente certa quan a ao credor. Este pode exigir
o pagamento fracionado – na devida proporção de responsabilidade a cada um dos
devedores.
Obrigações indivisíveis Não admite fracionamento, seja imposto pela natureza do objeto, quer
por questões económicas ou pelo próprio negócio jurídico. 535/1
Exemplo: dois devedores assumem entregar ao credor um automóvel. Este não pode
exigir a entrega, fracionada, a cada um dos devedores. Ambos tem de cumprir a obrigação
em conjunto,
Prestações de meios o devedor está apenas obrigado a atuar com a diligencia máxima para que o
resultado seja a ngido. Exemplo: o mandatário que desenvolve todo o emprenho para obter a
procedência da causa.
Prestações de coisa possuem como objeto a entrega de uma coisa. Exemplo: se alguém adquirir um
bem, o alienante obriga-se a entregá-lo.879/b
Prestações de facto consistem na realização de uma determinada conduta posi va (facere) ou nega va
(omi ere). Exemplo: alguém obriga-se a zelar pelo jazigo de um parente – 1154
As coisas fungíveis determinam-se pelo seu género, qualidade ou quan dade 207.
As prestações fungíveis quanto ao objeto obrigam apenas a que se atenda ao género, qualidade e
quan dade, por exemplo a entrega de dinheiro
As prestações fungíveis quanto ao sujeito permitem que a prestação possa ser realizada tanto pelo
devedor como por terceiro, interessado (exemplo fiança – 627+644) ou não interessado (cessão de
créditos 577+590)
As prestações infungíveis quanto ao sujeito aquelas em que só o devedor pode realizar a prestação,
não sendo permi da a terceiros. A infungibilidade atende as qualidades pessoais do sujeito da prestação,
como talento do ar sta ou a experiência e especialidade de um mandatário judicial.