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Direito Civil - Exame de Ordem

Obrigações:
Classificação
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Direito Civil - Exame de Ordem
Obrigações: Classificação

Apresentação
Olá estudante.

Meu nome é Reyvani Jabour Ribeiro, sou professora de Direito Civil, graduada
em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Sou Procuradora de Justiça
tendo ingressado no Ministério Público de MG em 1992. Atualmente atuo na Procuradora de
Direitos Difusos e Coletivos e palestrante, além de ministrar aulas de Direito civil em cursos
preparatórios para concursos públicos.

Para que você possa alcançar seu objetivo, desenvolvemos um guia de estudos com os princi-
pais tópicos de cada aula, de forma sintetizada e simples de todo o conteúdo abordado, a fim
de aprimorar seu aprendizado. Então, leia atentamente o material e acompanhe as videoaulas
que abordarão as principais questões e as polêmicas sobre cada tema. Mantenha o foco e
bons estudos!

Sumário

Das Obrigações – Livro I da Parte Especial.................................................................................................. 3

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Direito Civil - Exame de Ordem
Obrigações: Classificação

Das Obrigações – Livro I da Parte Especial

Obrigação simples Unicidade de sujeitos ou de objetos.

Obrigação composta Multiplicidade de sujeitos ou de objetos.

Objetivamente Compostas: as que apresentam duas ou Subjetivamente Compostas: as que


mais prestações → CAF apresentam dois ou mais sujeitos → DIS
1) Cumulativas (conjuntivas); 1) Divisíveis (obrigações fracionárias)
2) Alternativas (disjuntivas); 2) Indivisíveis
3) Facultativas; 3) Solidárias

a. OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS: (Art. 252 a 256, CC / Art. 800, CPC/15)


Características:
• Alternatividade de objetos;
• Duas ou mais prestações devendo uma delas alternativamente ser cumprida pelo
devedor;
• O devedor se desincumbe pagando qualquer uma das prestações ajustadas.
A previsão de mais de um objeto facilita o adimplemento, em razão disso, a regra legal
concede ao devedor a escolha no momento do adimplemento.

OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA X OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA

É uma obrigação composta É uma obrigação simples


(duas ou mais prestações); (com apenas uma prestação – objeto determinável)

Fórmulas necessárias quanto a perda da possibilidade da prestação.

Valor da prestação que por último


Culpa do devedor + impossibilida-
se impossibilitou + perdas e danos.
de de todas as prestações.
(Art. 254)
Escolha cabe ao devedor
Prestação subsistente ou valor da
Culpa do devedor + impossibilidade
prestação que se perdeu + perdas
de uma das prestações.
e danos. (Art. 255)

Culpa do devedor + impossibilidade Valor de qualquer uma das presta-


de todas as prestações. ções + perdas e danos. (Art. 256)
Escolha cabe ao credor
Sem culpa do devedor + impossibi-
Resolve-se a obrigação. (Art. 256)
lidade de todas as prestações

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b. OBRIGAÇÃO CUMULATIVA (CONJUNTIVA)


É uma obrigação de dar com multiplicidade de objetos  todos eles deverão ser pagos
para que ocorra o adimplemento. Haverá inadimplemento parcial na hipótese de algum
dos objetos não ser pago.
Não é tratado tipicamente pelo código civil e sim pela doutrina e jurisprudência.
Ex.: locação de imóvel urbano – obrigações cumulativas de locador e locatário – art. 22 e
23 Lei 8.245/91)
A perda do objeto na obrigação cumulativa será tratada exatamente à forma da obrigação
de dar, aplicando-se o regramento previsto nos artigos 234 a 240, do Código Civil.
c. OBRIGAÇÃO FACULTATIVA
Na obrigação facultativa o devedor se desobrigará pagando o objeto principal ou o subsi-
diário, à sua escolha. Porém, diante do descumprimento por parte do devedor, ao credor
só restará o direito de exigir o objeto principal.
Exemplo de obrigação facultativa é o contrato estimatório, ou contrato de consignação
(Art.534, CC).

PONTOS IMPORTANTE PARA A PROVA:

Para o devedor consignatário a obrigação é múltipla; mas para o credor consignante a


obrigação é simples.
O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, havendo perda do objeto
principal ainda que a ele não imputável, como roubo da coisa. (Art. 535, CC).
d. OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL ou fracionária: (Art. 257 a 263, CC)
Constituem a regra geral em se tratando de obrigações subjetivamente compostas: o objeto
da obrigação será dividido segundo o número de credores ou credores – (Art.257, CC).
Em caso de dúvida, deve-se optar pela divisibilidade da obrigação  a indivisibilidade e a
solidariedade são excepcionais. Não se podendo presumir hipóteses excepcionais. Por-
tanto → indivisibilidade e a solidariedade jamais serão presumidas.
e. OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL – (Art. 87, 88 e 258, CC)
Como dito, a indivisibilidade do objeto da obrigação é excepcional. Assim, a indivisibilidade
deve ser analisada não em relação às pessoas, mas em relação ao objeto da obrigação.
Quatro são as razões (ou fatores) que conduzem à indivisibilidade tem-se:

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a. Natureza (indivisibilidade física) - o fracionamento do objeto ocasiona a perda de sua essência;


b. Contrato (indivisibilidade convencional) - bens divisíveis podem se tornar indivisíveis por acordo
de vontades entre as partes;
c. Lei (indivisibilidade jurídica) - por interesses de ordem pública, alguns dispositivos legais esta-
belecem hipóteses de indivisibilidade de certos bens.
d. Ordem econômica: ainda que divisível, o bem considera-se indivisível em razão da perda econô-
mica que adviria da sua divisão (Ex.: pedras preciosas).

O grande problema nas obrigações indivisíveis surge quando vários devedores ou vários credores
forem obrigados ou tiverem direito respectivamente ao objeto insusceptível de divisão. Portanto,
veja os principais pontos que são cobrados em prova.

PONTOS IMPORTANTE PARA A PROVA:

• Pluralidade de Devedores na Obrigação Indivisível: Havendo dois ou mais devedores,


qualquer um deles poderá ser demandado ao pagamento da dívida por inteiro. Aquele que
pagar irá se sub-rogar nos direitos do credor, podendo cobrar então do outro devedor a
quantia equivalente ao seu quinhão na obrigação (Art. 259, CC). Trata-se de sub-rogação
legal, enquadrada no Art. 346, III, CC.
• Se a obrigação indivisível se converter em perdas e danos na hipótese de perda do objeto,
ocorrerá a extinção do caráter da indivisibilidade e a obrigação passará a ser tida como
divisível (Art. 263, caput, CC). OBS:

RESUMINDO:
Ex.: Entrega de um touro por 04 devedores a um credor.
Hipótese do § 1º, 263, CC: culpa de TODOS os devedores

Assim, seria feito: equivalente ao touro + perdas e danos (todos - divisão pra rata).

Hipótese do §2 º, 263, CC: culpa de apenas UM dos devedores

Assim, seria feito: equivalente ao touro (todos) + perdas e danos (apenas do culpado).

• Pluralidade de Credores na Obrigação Indivisível: O devedor poderá se desobrigar pagando


simultaneamente a todos os credores ou a apenas um deles, desde que este preste caução
de ratificação (documento de forma livre) dos outros credores. (Art. 260, CC).
• Efeitos da REMISSÃO da dívida na obrigação indivisível (Art. 262, CC):
Ex.: A, B e C são credores de D, quanto a entrega de um touro reprodutor, que vale R$30.000,00.
A remite (perdoa) a sua parte na dívida correspondente a R$10.000,00. B e C podem ainda
exigirem o touro reprodutor, desde que paguem a D os R$10.000,00 que foram perdoados.

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f. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA (Art. 264 a 285, CC)

PONTOS IMPORTANTE PARA A PROVA:

Solidariedade passiva envolvendo contas conjuntas  somente serão solidárias se


houver previsão neste sentido.
A solidariedade convencional  não alcança terceiros estranhos à relação jurídica.

• A solidariedade não pode ser presumida, deve decorrer expressamente de norma jurídica,
seja legal, seja contratual  lei ou Vontade (Art. 265, CC);
• A solidariedade se manifesta apenas nas relações externas, eis que internamente (entre
os cocredores ou codevedores) a obrigação continuará sendo considerada fracionável;
• É uma relação unitária  havendo adimplemento, ocorrerá a extinção da solidariedade
(Visto que a solidariedade se dá em relação às pessoas);
• A morte extingue a solidariedade em relação aos herdeiros, que só poderão ser obrigados
a pagar (ou só poderão exigir) o seu respectivo quinhão.

Exceção: SOLIDÁRIA + INDIVISÍVEL  O herdeiro do devedor estará obrigado a pagar (ou o


herdeiro do credor poderá exigir) a dívida por inteiro (Art. 270 e 276, CC).
• Se a obrigação solidária se converter em perdas e danos, mantida estará a solidariedade,
mas pelas perdas e danos, somente responde o culpado (Art. 271, 279, CC). Atenção:

OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL

Convertida em perdas e danos é Convertida em perdas e danos é extinta


mantida a SOLIDARIEDADE a INDIVISIBILIDADE

Ex.: Pagamento do valor de R$30.000,00, devedores B, C e D são devedores solidários. Houve


o inadimplemento da obrigação por culpa de C: Assim ficará:
A: R$30.000,00 – ou / B: R$30.000,00 – ou / C: R$30.000,00 + Perdas e Danos

• Impossibilidade de oposição de exceções pessoais de um credor a outro.


• A SUSPENSÃO da prescrição em favor de um dos credores solidários  só aproveitará
aos demais se a obrigação for indivisível. Já a INTERRUPÇÃO da prescrição em favor de
um dos credores  não aproveita aos outros.

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EXONERAÇÃO x REMISSÃO
• A exoneração (ou renúncia) em favor de um devedor solidário não retira deste a condição
de devedor  passará a ser devedor fracionário (somente referente a quota parte). (Art.
282, CC).
• Já na remissão, o devedor solidário  deixará de ser devedor, subsistindo a solidariedade
quanto aos demais. A quota parte remitida em favor de um dos devedores deverá ser aba-
tida do total da dívida (Art. 388, CC).
• Caso um dos devedores solidários venha a ser declarado insolvente, a sua cota deverá ser
dividida entre os devedores restantes.

1. O devedor exonerado participa do rateio da quota do devedor insolvente?


SIM. Isso porque a exoneração é apenas da solidariedade não retira deste a condição de de-
vedor. (Art. 284, CC).
2. E o remitido?
NÃO. o devedor remitido não participará do rateio da quota parte do devedor declarado insolvente
(o remitido deixou de ser devedor para todos os fins).

• Ação de regresso  só poderá cobrar somente a cota dos demais (pro rata), ocorrendo
sub-rogação legal (Art. 346, III, CC).
Ex.: A é credor de B, C e D, devedores solidários, por uma dívida de R$30.000,00. Se B paga
a mesma integralmente, poderá cobrar de C e D apenas os R$10.000,00 de cada um, valor
correspondente às suas cotas.

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