Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Do conceito de Obrigação
Obrigação é a relação jurídica transitória, existente entre um sujeito ativo, denominado credor
e outro passivo denominado devedor cujo objeto consiste em uma prestação situada no
âmbito pessoal. Existindo o descumprimento ou inadimplemento obrigacional poderá o credor
satisfazer-se no patrimônio do devedor.
Dica do Professor
A interpretação que deve ser dada aos artigos do CC no capítulo que trata das obrigações tem
como finalidade tratar as hipóteses de descumprimento das obrigações.
a) Elemento subjetivo
Sujeito Ativo:
Sujeito Passivo:
É aquele que assume o dever de cumprir algo, sob pena de responder com seu próprio
patrimônio. Podem ser sujeito passivo, sujeito físico, sujeito passivo e o ente despersonalizado.
b) Elemento objetivo
Prestação Positiva:
É aquela que tem como base o dever de entregar coisa certa ou incerta (obrigação de dar) ou o
dever de cumprir determinada tarefa (obrigação de fazer).
Prestação Negativa:
c) Elemento imaterial
É o vínculo jurídico existente na relação obrigacional, ou seja, ele o elo entre credor e devedor.
CUIDADO
Não é possível a prisão por dívida no Brasil. O STF por meio da interpretação da emenda
constitucional n. 45 considera ilegal a prisão do depositário infiel.
Aula 2
2 Fontes das Obrigações no Direito Brasileiro
a) Dever jurídico
Pode-se dizer que a obrigação é composta por dois deveres jurídicos, o do devedor e o do
credor.
b) Ônus jurídico:
c) Direito potestativo:
Fonte é o elemento gerador de determinado direito, é um fato ou ato jurídico que concede
origem ao direito. No caso das obrigações concede origem ao vínculo obrigacional.
A) Lei
As obrigações são definidas como vínculos jurídicos, por isso, a lei será considerada sua fonte
primária e imediata. Ou seja, uma obrigação existirá no mundo jurídico desde que prevista na
lei.
B) Contratos
São considerados a principal fonte das obrigações. Os contratos podem ser compreendidos
como negócio jurídico bilateral que tem como objetivo criar, modificar ou extinguir direitos de
cunho patrimonial.
Atenção: alguns autores ressaltam que a lei sozinha não constitui uma fonte das obrigações.
É necessário a presença da autonomia privada.
C) Atos ilícitos e abuso de direito
Ato ilícito é o ato que viola a lei e gera prejuízo a outrem. Abuso de direito é o uso excessivo de
uma prerrogativa legal de modo excessivo.
D) Atos unilaterais
São declarações unilaterais de vontade que geram uma obrigação. Atos unilaterais e contratos
não se confundem. Nos contratos existe a manifestação de vontade das partes envolvidas, nos
atos unilaterais não.
E) Títulos de crédito
Documentos autônomos e literais que apresentam um direito de crédito, sua existência gera
uma relação de natureza privada.
“Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”
-> obrigação positiva: é aquela que possui como conteúdo uma ação
-> obrigação negativa: é aquela que possui como conteúdo uma abstenção (é a única
obrigação negativa aceita no ordenamento jurídico brasileiro)
DICA DO PROFESSOR:
Quando uma obrigação estiver relacionada com uma coisa determinada ou determinável, a
obrigação será de dar. Porém, quando a obrigação estiver relacionada a uma tarefa positiva ou
omissiva a obrigação será de fazer ou não fazer.
É aquela em que o sujeito se compromete a entregar alguma coisa certa ou incerta a outrem.
a) Obrigação de dar coisa certa (art. 233 à art. 232 do CC): é aquela em que o devedor se
compromete a entregar coisa certa (móvel ou imóvel) ao credor. Coisa certa é aquela
individualizada e cuja características ficam determinadas no negócio jurídico que antecede a
entrega.
Cuidado, o credor não é obrigado a receber coisa diversa da individualizada, mesmo que mais
valiosa.
PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA: de acordo com o art. 233 do CC a obrigação de dar coisa
certa engloba os acessórios da coisa individualizada.
REGRAS DE INADIMPLEMENTO
Existindo obrigação de dar coisa certa e perdendo-se a coisa sem culpa do devedor antes da
tradição ou pendente à condição suspensiva resolve-se a obrigação para ambas as partes.
Na obrigação de dar coisa certa ocorrendo a perda da coisa por culpa do devedor, poderá o
credor exigir o valor pertinente a coisa mais perdas e danos.
Perda da coisa por culpa do devedor -> devolução do valor pago + perdas e danos
Obs.: não esquecer que a regra trazida no art. 234 deverá ser observada a partir da tradição ou
da implementação da condição suspensiva
Na obrigação de dar coisa certa, se a coisa se deteriorar sem a culpa do devedor terá o credor
duas escolhas:
Na obrigação de dar coisa certa, existindo a deterioração da coisa por culpa do devedor terá o
credor duas escolhas:
5- (art. 238) restituição de coisa certa sem culpa do devedor antes da tradição.
IMPORTANTE: contudo o credor poderá exigir os direitos que existam até a data da perda.
Na obrigação de restituir coisa certa, se a coisa se perder por culpa do devedor terá o credor
direito de receber o equivalente mais perdas e danos.
Existindo deterioração da coisa por culpa do devedor, terá o credor o direito de exigir o valor
equivalente mais perdas e danos.
-> A obrigação de dar coisa incerta é uma obrigação genérica (a coisa será definida apenas
quanto ao gênero e quantidade).
-> A obrigação de dar coisa incerta traz como característica a indicação da qualidade
posteriormente pelo devedor
CUIDADO:
Coisa incerta não quer dizer qualquer coisa, mas sim coisa indeterminada, suscetível de
determinação futura
-> Interessante ressaltar que na obrigação de dar coisa incerta será possível identificar o
elemento risco, pois a escolha da coisa quanto a sua qualidade ocorrerá futuramente
Obs.: O art. 244 do CCB apresenta que a regra é que a escolha é direito do devedor, contudo, o
instrumento obrigacional poderá prever o contrário.
A escolha do devedor não pode recair sobre coisas que sejam menos valiosas, bem como não
pode o devedor ser compelido a entregar coisa mais valiosa.
ATENÇÃO: Sendo o credor o responsável pela escolha da coisa deverá observar o princípio da
equivalência. O art. 244 do CC veda o enriquecimento ilícito.
IMPORTANTE:
De acordo com o art. 245 após a escolha da coisa uma obrigação genérica passa a ser
considerada obrigação especifica.
De acordo com o art. 246 do CC antes do ato de concentração não há que se falar em
perecimento. Na obrigação de dar coisa incerta aplicar-se-á a regra “o gênero nunca perece”
1. Caso fortuito:
É um evento imprevisível
2. Força maior:
A obrigação positiva de fazer consiste no cumprimento de uma tarefa ou atribuição por parte
do devedor.
ATENÇÃO: Um bom exemplo da execução das obrigações de fazer encontra-se nas hipóteses
de judicialização da saúde. Em tais casos, em nome do direito fundamental à saúde o poder
judiciário reconhece o vínculo de uma obrigação de fazer entre o Estado e o cidadão.
Atenção ao art. 390 do CC -> o descumprimento da obrigação negativa de não fazer ocorrerá
desde a prática do ato.
B) personalíssima
C) indivisível
2- Não interessando mais a obrigação de não fazer, poderá o credor exigir perdas e danos
Dica do professor: tanto na obrigação positiva de fazer quanto na obrigação negativa de não
fazer se impossível o cumprimento da obrigação essa se resolve sem perdas e danos.
Complexidade do objeto
Objeto único, que pode ser entregue de uma só vez, apenas uma prestação.
Obrigação composta
É a obrigação em que o sujeito passivo deve cumprir todas as prestações completamente sob
pena de descumprimento total da obrigação
É a obrigação que apresenta mais de uma prestação, porém apenas uma delas deve ser
cumprida pelo devedor
Ato de Concentração