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DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES

OBRIGAÇÃO DE DAR

Definição  “é aquela em que o devedor compromete-se a entregar uma coisa móvel ou imóvel ao
credor, quer para constituir novo direito, quer para restituir a mesma coisa a seu titular.” (Silvio de Salvo
Venosa)
OBS.: Inclui-se na definição a obrigação de restituir, como modalidade da obrigação de dar, disciplinada nos
arts. 238 ss do C Civil.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA: (arts. 233/242 C Civil) o credor não pode ser compelido a
aceitar coisa diversa, ainda que mais valiosa. A dação em pagamento (dar coisa diversa) depende da
concordância do credor e extingue a obrigação (art. 313, C. Civil).

PERECIMENTO E DETERIORAÇÃO DA COISA: Prevalece a regra res perit domino, ou seja, a coisa
perece para o dono. Portanto, se a coisa desapareceu antes da alienação, quem perde é o alienante.
 Perecimento: havendo o perecimento (perda total) da coisa, deve-se verificar se houve ou não culpa
do devedor. Não havendo a culpa, resolve-se a obrigação, sem qualquer responsabilidade. Se o
perecimento ocorreu por culpa do devedor, (segunda parte do caput art. 234 C Civil), haverá
obrigação de pagar o equivalente em dinheiro – mais perdas e danos –, desde que provado o prejuízo.
 Deterioração: é a perda parcial da coisa; também nesse caso deve-se observar se houve ou não a
culpa do devedor. Não havendo culpa, (art. 235 C Civil), o credor poderá optar por desfazer o
negócio, ou ficar com a coisa mediante abatimento do preço avençado. Se houve culpa do devedor
(art. 236 C Civil) as opções continuam as mesmas, acrescidas do pedido de perdas e danos, desde que
provado o prejuízo.

Melhoramentos, acréscimos e frutos na obrigação de dar coisa certa: até a tradição, efetiva entrega da
coisa, esta pertence ao devedor com os melhoramentos e acréscimos, conforme art. 237 do C Civil.

OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR: é a obrigação que tem por objeto uma devolução de coisa certa, por
parte do devedor, coisa essa que, por qualquer título, encontra-se em seu poder, como ocorre, por exemplo,
no comodato (empréstimo de coisas infungíveis), na locação e no depósito.

Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa na obrigação de restituir : perda sem culpa do
devedor, (art. 238 C Civil): “Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se
perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, salvos, porém, a ele os seus
direitos até o dia da perda.”

Melhoramentos, acréscimos e frutos na obrigação de restituir: (art. 241 C Civil): “Se no caso do art. 238,
sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesas ou trabalho do devedor, lucrará o credor,
desobrigado de indenização”;
OBS.: Se a coisa sofre melhoramento ou aumento em decorrência de trabalho ou dispêndio do devedor, o
regime será o das benfeitorias (art. 242 C Civil):
 o direito de retenção do devedor de boa-fé;
 o retentor pode opor embargos de retenção para exercer o direito, regulado pelo art. 917, IV do
NCPC – Lei nº 13.105/2015;
 conforme art. 241 C Civil, quando o melhoramento ou acréscimo decorreu de atividade do devedor,
ele terá direito de retenção, se agiu com boa-fé;
 conforme o princípio disposto no art. 1.221 do C Civil, o melhoramento ou acréscimo é compensado
com eventual dano e só haverá direito de ressarcimento se, no momento do pagamento, ainda
existirem;
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 o credor, ao indenizar as benfeitorias, trata-se de melhoramentos ou acréscimos, tem direito de optar
entre seu valor atual e seu custo;
 o parágrafo único do art. 242 C Civil, quanto aos frutos recebidos, observar-se-á o disposto acerca do
possuidor de boa-fé ou de má-fé.;
 o devedor de boa-fé tem direito,enquanto a boa-fé durar, aos frutos percebidos (art. 1.214 C Civil);
 art. 1.214, parágrafo único, C Civil dispõe também que devem ser deduzidas despesas para impedir o
injusto enriquecimento;
 o art. 1.216 C Civil estipula que o devedor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e
percebidos.

Execução da obrigação de dar coisa certa: regulada no art. 806 e ss do NCPC, a execução específica ou in
natura só deve ser banida, substituindo-se por perdas e danos, “quando a execução direta for impossível ou
dela resultar constrangimento físico à pessoa do devedor”.

OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS: é a que tem como objeto certa quantia em dinheiro. As dívidas em
dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal (art. 315 C Civil).

Características:
 é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas (art. 316 C Civil);
 instrumentaliza o juiz de molde a que possa ele conceder a correção do poder aquisitivo da moeda no
caso concreto (art. 317 C Civil);
 reitera o princípio acerca da nulidade da chamada cláusula-ouro ou da convenção do pagamento em
moeda estrangeira (art. 318 C Civil). Salvo se comprovar o credor que os recursos foram adquiridos
no exterior.

OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA: (arts. 243/246 C Civil)


A obrigação de dar coisa incerta tem por objeto a entrega de uma quantidade de certo gênero e não
uma coisa especificada (art. 243 C Civil).
A coisa incerta não deve ser entendida como coisa totalmente indeterminada. Pelo menos deve ser
determinada pelo gênero e quantidade (art. 243, do C. Civil).
OBS.: Há coisa incerta quando alguém se obriga a entregar coisa sem determinar sua qualidade. Faltando,
porém, a determinação do gênero ou da quantidade, não existe obrigação.

CONCENTRAÇÃO: momento precedente à entrega da coisa que é o ato de escolher o que vai ser entregue.
A escolha da qualidade caberá ao devedor, se o contrário não for convencionado (art. 244, C. Civil).
Pode-se, no contrato, convencionar que a escolha caberá ao comprador ou a um terceiro. Quando a escolha
couber ao devedor, ele não poderá escolher a pior qualidade, entretanto, também não será obrigado a
entregar a melhor qualidade.
O legislador optou pelo princípio da qualidade média nos casos de escolha pelo devedor. Se existirem
apenas duas qualidades, e a escolha couber ao devedor, o critério lógico seria poder escolher qualquer delas,
entretanto a lei é omissa nesse caso.
Feita a escolha, a coisa não é mais incerta. A obrigação de dar coisa incerta passa a reger-se pelas
regras da obrigação de dar coisa certa (art. 245 C Civil). A escolha, depois de manifestada, exteriorizada,
chama-se concentração (é uma denominação doutrinária).

Antes da escolha o devedor não poderá alegar caso fortuito ou força maior (art. 246, C. Civil), porque
antes da escolha não existe coisa certa. Tem-se apenas o gênero e esse nunca perece (genus nunquam perit).

Processualmente, a entrega de coisa incerta vem regulada pelos arts. 811/813 do NCPC.
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OBRIGAÇÃO DE FAZER: (arts. 247/249 C Civil)
O conteúdo da obrigação de fazer é uma “atividade” do devedor, no sentido mais amplo. Pertence à
classe das obrigações positivas, pode ser contraída, tendo em vista a figura do devedor (art. 247 C Civil).
Características da obrigação de dar e de fazer: (Silvio de Salvo Venosa)
 espécies que se constituem nas obrigações positivas;
 o dar ou entregar em conseqüência ou não do fazer;
 na obrigação de dar imprescindível à tradição;
 numa mesma avença a coexistência das duas espécies;
 a importância do momento da execução nas duas espécies.

ESPÉCIES:
 Infungível (personalíssima ou intuito personae) é aquela que não pode ser substituída por outra de
mesmo gênero, quantidade ou qualidade.

A obrigação sempre será infungível quando a pessoa for contratada em razão de suas condições
pessoais, de suas qualidades técnicas ou artísticas.
“Obrigações de fazer não fungíveis são contraídas exclusivamente pela fama ou habilidades
próprias da pessoa do obrigado”. (Silvio de Salvo Venosa)
O credor ainda pode dispor, nesse tipo de contrato, que somente aquele devedor poderá cumprir a
obrigação. Hipóteses:
 quando é evidente que a pessoa foi contratada em razão de suas qualidades pessoais
(exemplo: contrato de show com um artista conhecido);
 quando houver cláusula expressa, no contrato, dizendo que somente o devedor poderá
cumprir a obrigação.

As obrigações infungíveis algumas vezes podem não ser cumpridas, ou por impossibilidade ou por
recusa.
 Impossibilidade: se a obrigação se tornar impossível, sem culpa do devedor, resolve-se a
obrigação; se o devedor der causa a essa impossibilidade, responderá por perdas e danos.
 Recusa: o devedor não cumpre a obrigação porque não quer. Será sempre culposa e, por este
motivo, o devedor responderá por perdas e danos. Às vezes o credor não exige indenização,
querendo que o devedor cumpra a obrigação.

 Fungível (impessoal) (art. 249 C Civil) será fungível sempre que o devedor ou a coisa puder ser
substituída, por não haver necessidade de determinadas qualidades para o cumprimento da obrigação.

 Emissão de declaração de vontade

Descumprimento das obrigações de fazer: razões em que podem ocorrer descumprimento:


 a prestação tornou-se impossível por culpa do devedor ou sem culpa do devedor;
 o devedor manifestamente se recusa ao cumprimento delas;
 disposições processuais acerca da obrigação de fazer complementam os arts. 247 a 249 do C Civil.
 possibilidade de tutela específica das obrigações de fazer, bem como de sua antecipação e a
imposição de multa diária quando viável o desfazimento, conforme arts. 815/821 do NCPC.
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OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER: (arts. 250/251 C Civil) O contratante lesado pode exigir o desfazimento
do que foi feito, sob pena de se desfazer às suas custas, mais perdas e danos. Em alguns casos de obrigação
de não fazer em que a única saída que resta ao lesado é perdas e danos porque, se foi feito, não poderá ser
desfeito.
OBS.: Extingue-se a obrigação do devedor se se tornou impossível cumpri-la (exemplo: se uma lei sobrevier
ao contrato obrigando a fazer o que o devedor se obrigou a não fazer, torna-se impossível o cumprimento da
obrigação de não fazer e, por esse motivo, ela se extingue).

Características: (Silvio de Salvo Venosa)


 obrigações negativas que implicam numa abstenção;
 o compromisso do devedor a não realizar algo que normalmente, na ausência de proibição, poderia
fazer;
 a obrigação será ilícita se envolver restrição sensível à liberdade individual.

Modo de cumprir e execução forçada da obrigação de não fazer:


 praticando o devedor ato sobre o qual se abstivera, fora da hipótese do art. 250, vigorará o disposto
no art. 251 do C Civil;
 possibilidade de tutela específica das obrigações de não fazer, bem como de sua antecipação e a
imposição de multa diária quando viável o desfazimento, conforme arts. 822/823 do NCPC;
 à execução das obrigações negativas, as disposições aplicáveis são as do art. 814 e ss do NCPC.

OBRIGAÇÕES CONJUNTIVAS OU CUMULATIVAS: são as com o objeto composto ligado pela


partícula “e”. Ex.: devemos um cavalo “e” um automóvel.

OBRIGAÇÕES DISJUNTIVAS OU ALTERNATIVAS: (arts. 252/256 C Civil) A obrigação alternativa é


aquela composta pela multiplicidade de objetos, ligados pela disjuntiva “ou”. Alguém se obriga a entregar
ou restituir – uma coisa ou outra –, bastando a entrega de um dos objetos para que o devedor seja
considerado adimplente. Quando são mais de dois objetos, há uma obrigação alternativa múltipla. Ex.:
devemos um cavalo “ou” um automóvel.
OBS.: Não se deve confundir obrigação alternativa com obrigação de dar coisa incerta. A obrigação
alternativa tem sempre dois ou mais objetos. A obrigação de dar coisa incerta tem um único objeto e ele é
indeterminado quanto à qualidade.

A obrigação alternativa é a que fica cumprida com a execução de qualquer das prestações que
formam seu objeto (art. 252 C Civil).

Características das obrigações alternativas: (Silvio de Salvo Venosa)


 seu objeto é plural ou composto;
 as prestações são independentes entre si;
 concedem um direito de opção que pode estar a cargo do devedor, do credor ou de um terceiro;
 feita a escolha, a obrigação concentra-se na prestação escolhida.

O devedor não pode obrigar o credor a aceitar parte de um objeto e parte de outro (exemplo: se há a
obrigação de entregar 10 sacas de arroz ou 10 sacas de feijão, o devedor não pode obrigar o credor a aceitar
5 sacas de cada espécie). (§1º do art.252 C Civil)

Quando as prestações forem anuais, elas podem se alternar (exemplo: um testador, para deixar um
legado, impõe ao legatário a condição de, uma vez por ano, entregar 10 sacas de arroz ou 10 sacas de feijão à
uma instituição de caridade; o devedor poderá alternar, entregando em um ano arroz, no outro feijão). (§2º
do art. 252 C Civil)
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Na pluralidade de optantes deverá prevalecer a vontade da maioria, qualificada pelo valor das
respectivas quotas-partes, (§3º do art. 252 C Civil). Ocorre a hipótese de opção deferida a terceiro, que
poderá ser o juiz (§4º do art. 252 C Civil). Ainda as partes podem optar pelo sorteio para o cumprimento da
obrigação alternativa.

OBS.: Em alguns casos fica impossível para o devedor cumprir a obrigação. Ex.: perecimento do objeto. Se
não ocorreu culpa do devedor, a obrigação se extingue (art. 256 C Civil). Restando ao credor às coisas
restantes, caso existam (arts. 253/254 C Civil). Se houver, entretanto, culpa do devedor pelo perecimento da
coisa, há duas soluções (art. 255 C Civil):

 Se a escolha for do devedor : perecendo um dos objetos, a obrigação se concentra no outro. Se


perecerem os dois objetos, o devedor pagará, em dinheiro, o equivalente do último objeto que
pereceu, mais perdas e danos.
 Se a escolha for do credor: perecendo um dos objetos, o credor poderá ficar com o remanescente,
ou exigir em dinheiro o equivalente do que pereceu, mais perdas e danos. Havendo o perecimento
dos dois objetos, o credor pode exigir, em dinheiro, o equivalente de qualquer deles, mais perdas e
danos.

“As partes podem convencionar que a escolha (tecnicamente denominada concentração) caiba ao
credor ou mesmo a um terceiro. Somente após a concentração o credor pode exigir o pagamento.” (Silvio
de Salvo Venosa)

Retratabilidade da concentração: (Silvio de Salvo Venosa)


 haverá retratabilidade se o devedor, ignorando ser a obrigação alternativa, efetuar o pagamento sem
exercer seu direito;
 retratabilidade pela anulação do negócio por erro e o interesse negativo (confiança no contrato).

Acréscimos sofridos pelas coisas na obrigação alternativa:


 por aplicação dos princípios gerais, o credor pode pagar os acréscimos ou a extinção da obrigação do
devedor;
 o devedor pode cumprir a obrigação entregando a de menor valor.

OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS: são obrigações de objeto plural ou composto. As obrigações têm uma
relação de dependência correspondente ao conceito de principal e acessório, possuem um direito de opção
em benefício do devedor.

Efeitos da obrigação facultativa:

 a perda da coisa principal, sem culpa do devedor, extingue a obrigação;


 a perda ou a impossibilidade de cumprir a obrigação ocorreu depois da constituição em mora; o
credor poderá reclamar perdas e danos;
 a perda ou impossibilidade ocorrendo por fato imputável ao devedor, o credor pode pedir o preço da
coisa que pereceu mais perdas e danos;
 nulidade da obrigação principal extingue também a acessória;
 a perda ou deterioração do objeto da prestação acessória, com ou sem culpa do devedor, em nada
influencia a obrigação principal.
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OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA (arts. 264/285 C. Civil):

Conforme dispõe o art. 264 do Código Civil: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação
concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.”

A solidariedade não é presumida, é preciso que essa resulte da lei ou da vontade das partes (art. 265,
C Civil). Se não existir lei ou contrato dispondo que a dívida é solidária, a mesma será divisível (cada
credor somente poderá cobrar a sua parte, e cada devedor responderá somente pela sua cota).

ESPÉCIES:
 Ativa (arts. 267/274 C. Civil) - quando há uma pluralidade de credores: o devedor se exonera
pagando a qualquer dos credores antes de a dívida estar sendo cobrada judicialmente. Se a dívida já
estiver sendo cobrada em Juízo, o devedor somente poderá pagar ao credor que ingressou com a
ação.
 Passiva (arts. 275/285 C. Civil) - quando há pluralidade de devedores): o credor pode cobrar a dívida
de qualquer dos credores ou de todos eles (art. 275, C Civil). Quando o credor escolhe somente um
dos devedores, esse, que paga a dívida, terá direito de regresso contra a cota parte de cada um dos co-
devedores solidários, pois entre eles a obrigação é divisível (art. 283, C Civil).
OBS.: - O credor pode cobrar a dívida de qualquer dos credores ou de todos eles (art. 275, C. Civil).
Escolhido pelo credor, um devedor para pagar a dívida, e o escolhido quita, terá direito de regresso contra a
cota parte de cada um dos co-devedores solidários, pois entre eles a obrigação é divisível (art. 283, C. Civil).
- O devedor principal é aquele a quem a dívida interessa exclusivamente. Se um dos co-devedores
pagar a dívida na íntegra, terá o direito de cobrar a mesma do devedor principal (art. 285, C Civil).
- Quando o co-devedor move ação contra o devedor principal, sub-roga-se no crédito.

ATENÇÃO: O credor poderá renunciar à solidariedade em favor de um ou de vários credores solidários,


que subsistirá as dos demais, entretanto, para cobrar dos outros deverá descontar a cota-parte daquele a quem
remitiu. (art.282 C Civil)

 Mista (quando há vários credores e vários devedores).

“A obrigação será solidária quando a totalidade de seu objeto puder ser reclamada por qualquer
dos credores ou qualquer dos devedores.” (Sílvio de Salvo Venosa):

Obrigações in solidum (solidárias) (Sílvio de Salvo Venosa):


 a prescrição referente aos devedores é independente, como conseqüência da independência dos
liames;
 interpelação feita a um dos devedores não constitui em mora os outros;
 remissão da dívida feita em favor de um dos credores não beneficia os outros.

Características e fundamento da solidariedade (Sílvio de Salvo Venosa):


 obrigação solidária tem uma unidade de causa;
 a unidade da prestação (qualquer que seja o número de credores ou devedores, o débito é sempre
único) e a pluralidade e independência do vínculo, que resultam em:
 a obrigação pode ser pura e simples para algum dos devedores e pode estar sujeita à condição,
ao prazo ou ao encargo para outros (art. 266 C Civil);
 se uma obrigação é nula, porque um dos credores é incapaz, conserva sua validade quanto aos
demais;
 um dos devedores pode ser exonerado de sua parte da dívida, permanecendo a obrigação para
com os demais.
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Solidariedade ativa:
 a solidariedade ativa contém mais de um credor, todos podendo cobrar a dívida por inteiro (art. 267 C
Civil);
 qualquer credor, recebendo a dívida toda, exonera o devedor.

Efeitos da solidariedade ativa (Sílvio de Salvo Venosa):


 cada credor pode reclamar de qualquer dos devedores (ou do devedor) a dívida por inteiro (art. 267 C
Civil);
 o pagamento, a compensação, a novação e a remissão da dívida feita por um dos credores a qualquer
dos devedores extingue a obrigação (art. 269, C Civil);
 a constituição em mora feita por um dos cocredores favorece a todos os demais;
 a interrupção da prescrição por um dos credores beneficia os demais (§1º, art. 204, C Civil);
 a suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários só aproveitará aos outros se o
objeto da obrigação for indivisível (art. 201, C Civil);
 a renúncia da prescrição em face de um dos credores aproveitará aos demais;
 ação para a cobrança de crédito pode ser proposta por qualquer credor, os demais ingressarão na ação
na condição de assistente;
 a incapacidade de um dos credores não obsta que a obrigação mantenha seu caráter solidário a
respeito dos demais;
 enquanto não for cobrada a dívida por algum credor, o devedor pode pagar a qualquer um dos
credores (art. 268, C Civil);
 a constituição em mora do credor solidário, prejudicará a todos os demais;
 na forma do art. 270, desaparece a solidariedade para os herdeiros, exceto se a obrigação for
indivisível;
 a conversão da prestação em perdas e danos não faz desaparecer a Solidariedade (art. 271, C Civil);
 na relação interna, a natureza do débito e a quota de cada credor no débito é irrelevante para o
devedor, devendo o credor que receber prestar contas aos demais, pela parte que lhes caiba (art. 272,
C Civil).

Solidariedade passiva: obriga todos os devedores ao pagamento total da dívida, reforçando o vínculo,
facilitando o adimplemento.

Principais efeitos da obrigação solidária:


 direito individual de persecução;
 a morte de um dos devedores solidários não extingue a Solidariedade;

Principais efeitos da obrigação solidária:


 direito individual de persecução;
 a morte de um dos devedores solidários não extingue a Solidariedade;
 todos os devedores respondem pelos juros de mora ainda que a ação tenha sido proposta somente
contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida (art. 280, C Civil);
 tudo que disser respeito à própria obrigação pode ser alegado por qualquer devedor demandado (art.
281, C Civil).

Pagamento parcial: se o credor já recebeu parcialmente a dívida, não poderá exigir dos demais co-
devedores a totalidade, mas apenas abater o que já recebeu (art. 277, C Civil).
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Extinção da solidariedade:
 desistência pelos credores;
 falecimento de um dos co-credores, o seu crédito passará ao seu herdeiro sem aquela particularidade,
salvo se obrigação indivisível;
 morte de um dos co-devedores extingue a solidariedade para com seus herdeiros, mantendo-se
quanto aos demais co-obrigados;
 renúncia do credor, conforme art. 282 do , C Civil;

OBS.: Havendo rateio entre os co-devedores, para reembolso do devedor que solveu a obrigação, todos
contribuirão, mesmo aqueles que tiveram a dívida remitida (art. 284, C Civil).

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