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Dr. Lucas Cruz | OAB/CE nº 31.

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EXMO(A). SR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA __ VARA DO JUIZADO ESPECIAL
FEDERAL SITUADA EM RIO BRANCO - AC

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE


Autor: XXXXXXXXXXXX
Réu: INSS

XXXXXXXXXXX, brasileira, agricultora, solteira, inscrita no cadastro


de pessoa física - CPF nº XXXXXXX, portador da cédula de identidade -
RG n° XXXXXXXXX, residente na colônia dois irmãos, Ramal Boa fé II,
Município de Porto Acre - AC, vem, neste ato representado por seus
advogados LUCAS COELHO CRUZ, OAB-CE 31.070, com endereço profissional
a Rua XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência propor a presente AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE contra o

INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal,


Pessoa Jurídica de Direito Público, com Agência situada na Rua
Alvorada, 229 - Bosque, Rio Branco - AC, 69909-380, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

1. DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, requer a V. Exª que lhe conceda os benefícios da


gratuidade da justiça, eis que é pobre na forma da Lei, nos termos

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do inciso LXXIV, do art. 5º, da Constituição Federal de 1988 e do


art. 4º da Lei nº 1.060/50, e, dessa forma, não tem condições
financeiras de custear as despesas processuais sem desfalque da
própria subsistência e de sua família.

2. DOS FATOS

A Autora, atualmente com 37 anos de idade, sofre de transtorno


misto ansioso e depressivo, CID: F412 E F32. Tem como sintomas o
medo excessivo, taquicardia, dores no peito com a sensação de
morte, tremores nas mãos, pernas e pálpebras, pensamentos
compulsivos de morte, humor deprimido, hiporexia, isto é, falta de
apetite, lhe causando fraqueza e cansaço intenso que na maioria
das vezes lhe impede até de realizar atividades simples do dia a
dia, além de perturbação do sono, irritabilidade e tensão
muscular.

A junção desses sintomas tem causado intenso sofrimento a Autora,


de modo não possui saúde mental para desenvolver qualquer tipo de
atividade, por mais simples que seja, pois o desequilíbrio
emocional faz com que o organismo desencadeia mudanças
fisiológicas, patológicas e emocionais que resultam em um corpo
fadigado.

A vista disso, o promovente requereu junto ao INSTITUTO NACIONAL


DO SEGURO SOCIAL – INSS, benefício por incapacidade temporária na
condição de segurada especial rural (NB nº 631.578.310-8, com data
de requerimento administrativo em 05/03/2020).

No entanto, o requerimento foi indeferido pelo réu sob a alegação


de não ter sido constatada incapacidade para suas atividades
habituais, como demonstra laudo pericial em anexo.

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Cumpre destacar que a incapacidade da Autora se evidencia


principalmente pela necessidade de uso contínuo de medicamentos
com receita controlada, como fluoxetina, amytil, clonazepam
(receitas em anexo). Muito embora, a Autora faça uso desses
medicamentos, não há indícios de melhora do seu quadro clínico nem
previsão para isso, pois o tratamento para transtorno de ansiedade
e depressão é muito lento e em muitos casos não leva a cura,
apenas ameniza alguns sintomas que a qualquer momento podem
retornar em crises mais fortes. Desse modo, tudo isso deve ser
levado em consideração no momento do exame perícia, o que não
ocorreu na oportunidade. Desse modo, não restou alternativa senão
buscar o judiciário.

Conforme se depreende da autodeclaração do segurado especial, em


anexo, a requerente exerceu, e ainda hoje exerce em regime de
economia individual, atividade rural para fins de subsistência no
período de 10-06-2003 a 19-10-2020, no imóvel rural de sua
propriedade situado na Colônia dois Irmãos, localizada no Ramal
Boa Fé II, Zona Rural de Porto Acre-AC (conforme título de
propriedade em anexo), ocasião em que cultivou milho, banana,
batata, feijão, bem como atuou na criação de galinhas.

É importante ressaltar que a requerente nunca exerceu nenhum outro


tipo de vínculo empregatício urbano, fato esse que pode ser
comprovado pela sua CTPS que nunca fora assinada (conforme
documento em anexo), assim como seu CNIS.

Além disso, a requerente já teve 2 benefícios deferidos de


salário-maternidade rural, sendo eles: NB 1424939949, com início
de 11/01/2005 a 10/05/2005; NB: 1469278178 com início no período
de 13/02/2009 a 12/06/2009. Benefícios esses que reforçam ainda
mais a sua qualidade como segurada especial rural.

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Conforme o item 6.1 do ofício circular 46 DIRBEN-INSS de 2019, bem


como o art. 90 e seguintes da Portaria 990/2022, cada Instrumento
Ratificador - IR (informação governamental ou documento rural)
contemporâneo equivale a 7,5 anos (90 meses) de atividade rural,
de modo que se faz necessário a apresentação de apenas um deles
para o alcance da carência desejada (10 meses). Vejamos:

Sendo assim, para melhor análise do caso, a carência será


demonstrada através de uma linha do tempo do exercício de
atividade rural da parte autora, onde foram dispostos os
documentos rurais coletados pelo segurado, nos termos do ofício-
circular 46-2019 e da IN 128/2022. Vejamos:

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Rol dos Instrumentos Ratificadores – IR (documentos rurais) em


ordem cronológica

1- Cartão da Gestante (com endereço a Colônia Dois Irmãos) –


2004 (art. 54, XV, IN 77/2015)
2- Declaração de Posse de Terra – 2006 (art. 54, XVII, IN
77/2015)
3- Cartinha de Concessão de Salário-maternidade Rural – 2007
4- Cartinha de Concessão de Salário-maternidade Rural - 2009
5- Prontuário Médico (residência em Zona Rural) – 2017 (art. 54,
XV, IN 77/2015)
6- Nota Fiscal de compra de produto agrícola – 2020 (art. 54,
XVIII, IN 77/2015)

Inevitável reconhecer, de igual modo, que a parte autora detém a


mais importante das provas, que inclusive será demonstrada em
audiência judicial, que consiste justamente na sua simples
presença física e linguagem peculiar, mãos calejadas, pele sofrida
do implacável sol do semiárido, unhas machucadas, vocabulário
próprio e conhecimento abundante da vida do campo.

3. DO DIREITO

Os benefícios previdenciários destinados a cobertura de eventos


causadores de doenças, lesões ou invalidez, encontram-se previstos
na Lei 8.213/91, nos artigos 42 e 59, respectivamente, de modo que
a incapacidade temporária ou definitiva é o que diferencia um do
outro.

O benefício por incapacidade temporária está previsto no artigo 59


e dele podemos desprender os requisitos necessários à sua
concessão, vejamos:

Art. 59. O Auxílio-doença será devido ao segurado que, após


cumprida, quando for o caso, o período a carência exigida na Lei,
ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade
habitual por mais de 15 dias consecutivos.

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Assim, para o deferimento é necessário que a Autora preencha os


requisitos da qualidade de segurado, carência e incapacidade
laboral temporária.

O artigo 25, I, da Lei 8.213/91 determina que para o benefício de


incapacidade temporária será necessário cumprir um período de
carência de 12 contribuições mensais.

Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime


Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de
carência, ressalvado o disposto no art. 26:
I - Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze)
contribuições mensais;

Sendo assim, a parte Autora postula a concessão do benefício por


incapacidade temporária rural, visto que persiste sem condições de
desempenhar sua atividade laborativa habitual na lavoura, por
tratar-se de função demasiadamente excruciante.
Além da patologia incapacitante comprovada pelo laudo médico em
anexo, o ambiente de trabalho, no caso a roça, e seu respectivo
modus operandi corroboram para o agravamento do estado de saúde da
Parte Autora. O excessivo esforço físico e o modo como deve operar
os instrumentos de trabalho provoca constantes dores e agrava
ainda mais o quadro clínico do Requerente.

Um bom exemplo, é o processo de “brocagem da terra”, que é o


método utilizado pelo agricultor para preparar o solo para o
plantio. Nesse processo, o Requerente queima todo a plantação
indesejada e depois destoca com a enxada. Na linguagem rural isto
quer dizer que o Requerente “arranca os tocos” que restaram das
arvores queimadas no solo para depois realizar o plantio. Essa
tarefa é demasiadamente cansativa, pois além do esforço físico, a
posição de envergadura da coluna para manusear a enxada provoca o
agravamento das lesões e muitas dores localizadas, a ponto de o
Requerente passar dias com dificuldade de locomoção.

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Nesse sentido, tem-se uma dupla faceta nesta relação patologia-


trabalho: de um lado a doença possui o condão de impossibilitar o
exercício da atividade laborativa, e de outro, a própria ocupação
que além de agravar o estado incapacitante é o próprio parâmetro
para estabelecer a incapacidade. Ou seja, a soma das funções
exercidas no desempenho da atividade rural com a patologia é o que
permite chegar ao parecer positivo ou negativo quanto à
incapacidade.
Assim, diante da grave patologia que acomete a Parte Autora e das
árduas e cansativas funções exercidas na roça e na pesca, deduz-se
que ele se encontra incapacitada para o trabalho.

Caso venha a ser apontada na perícia médica sua total e permanente


incapacidade, postula a concessão da aposentadoria por invalidez,
a partir da data de sua efetiva constatação.
Nessa circunstância, importante se faz a análise das situações
referentes à majoração de 25% sobre o valor do benefício,
independentemente de seu enquadramento no anexo I do Regulamento
da Previdência Social (Decreto nº 3.048/99), conforme art. 45 da
Lei8.213/91.
Por outro lado, cumpre salientar que a Autora preenche todos os
demais requisitos necessários para a concessão do benefício por
incapacidade temporária, isto é, qualidade de segurado e carência
de 12 meses de atividade rural.

Isto pois, em janeiro de 2019, com a Medida Provisória 871,


posteriormente convertida na Lei nº 13.846/2019, mudou-se a forma
de comprovar-se a prática da atividade rural, até então efetivada
pelas Declarações de Atividade Rural oriundas dos Sindicatos
Rurais.

A partir de então a citada condição se demonstrará através da


utilização da Autodeclaração do Segurado Especial Rural (Ofício-

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Circular nº 46, DIRBEN/INSS), nos termos do art. 38-B, da Lei


8.213/91, que será ratificada pelo INSS através dos dados
constantes em órgãos oficiais, de modo que os documentos elencados
no artigo 106 da Lei nº 8.213/91 (início de prova material) terão,
ao menos teoricamente, um caráter mais subsidiário. Senão,
vejamos:

Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será


feita, complementarmente à autodeclaração de que trata o § 2º
e ao cadastro de que trata o § 1º, ambos do art. 38-B desta
Lei, por meio de, entre outros: (Redação dada pela Lei nº
13.846, de 2019)
(...)

Art. 38-B. O INSS utilizará as informações constantes do


cadastro de que trata o art. 38-A para fins de comprovação do
exercício da atividade e da condição do segurado especial e do
respectivo grupo familiar.
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2023, a comprovação da
condição e do exercício da atividade rural do segurado
especial ocorrerá, exclusivamente, pelas informações
constantes do cadastro a que se refere o art. 38-A desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
§ 2º Para o período anterior a 1º de janeiro de 2023, o
segurado especial comprovará o tempo de exercício da atividade
rural por meio de autodeclaração ratificada por entidades
públicas credenciadas, nos termos do art. 13 da Lei nº 12.188,
de 11 de janeiro de 2010, e por outros órgãos públicos, na
forma prevista no regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846,
de 2019)

Nessa esteira, muito embora o art. 106 da Lei nº 8.213/91


estabeleça um rol de documentos específicos, já existe uma esteira
jurisprudencial firme e pacífica, tendente a atribuir ao julgador
da causa a prerrogativa de conferir validade e força probantes a
documentos que não se inserem naquele rol meramente
exemplificativo, em prol da preservação do princípio do livre
convencimento do juiz e em respeito ao cânon do artigo 5° da Lei
de Introdução ao Código Civil.

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O uso da flexibilização interpretativa procura levar em conta as


particularidades da vida no campo, marcada pelas agruras da seca,
pelo rigor dos trabalhos braçais e pela ausência de instrução das
pessoas que nela se inserem. Destas, grande número labuta em
atividade de subsistência a vida inteira, vendo-se obrigadas a
comprovar seu exercício de forma precária, por meio de documentos
pouco acessíveis e de importância até então ignorada, com vistas a
atender às rígidas regras previdenciárias.

É de se ressaltar também que algumas provas documentais de


atividade rural são vinculadas a um certo regionalismo, justamente
por conta das diferentes realidades agropecuárias de um país tão
grande como o Brasil. Isso significa que, por mais que a
legislação pertinente, especialmente o art. 106, da Lei 8.213 e o
art. 116, da Instrução Normativa 128 de 2022 do INSS, tenham
elencado um rol de documentos rurais, na prática alguns deles
podem ter um valor probante diferenciado de acordo com a
localidade.

Ressalte-se, ainda, que não constitui óbice ao reconhecimento do


tempo de serviço, como aduzido pelo INSS, o fato de alguns
documentos estarem em nome do companheiro ou cônjuge da parte
autora (prova de terceiros, membro do grupo parental), pois na
atividade rural é corriqueiro que a venda dos produtos seja feita
por uma só pessoa, normalmente o marido que é o “chefe da
família”. Nesse sentido é o entendimento pacífico do Superior
Tribunal de Justiça, “in verbis”:

“certidão de casamento em que se menciona a profissão do


cônjuge” (STJ, REsp 95.0071660/SP, T5, Rel. Min. Jesus Costa
Lima, DJ de 25.09.95, p. 31149).
“O STJ já decidiu, ainda, que se constar na certidão de
casamento do marido a profissão de lavrador, estende-se à
esposa essa condição, na comprovação de atividade rural” (AR
860/SP, 2ª Seção, Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJ
14.08.2000);

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Para tal escopo, vislumbro, na espécie, início razoável de prova


material da atividade rural do autor, o que garante o
preenchimento dos requisitos da qualidade de segurado e a carência
de 12 meses necessários a concessão do benefício em questão.

4. DOS PEDIDOS

Uma vez que se encontra comprovada a condição de trabalhador rural


do postulante, posto que a documentação colacionada aos autos
demonstra a sua condição de segurado(a) especial, requer a autora
a Vossa Excelência o que se segue:

1. O Recebimento da Inicial;

2. A Gratuidade da Justiça;

3. A Citação do réu, através de seu representante legal,


para responder os termos da presente ação, sob pena de revelia
e confissão;

4. Que seja condenado o INSS a conceder a Autor o benefício


de benefício por incapacidade temporária na condição de
segurado especial rural caso seja constata uma incapacidade
total e temporária ou seja concedido o benefício de
aposentadoria por incapacidade permanente, caso seja constatada
uma incapacidade total e permanente, bem como a pagar as
parcelas vencidas e vincendas, desde o efetivo início da
incapacidade determinada na perícia médica, sendo elas
corrigidas na forma da lei até efetiva concessão;

5. A produção de todas as provas admitidas em Direito;

Dá-se à causa o valor de R$ 38.194,00

Porto Acre-AC, 05/07/2022.

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