Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O saber refletir sobre seus próprios valores e sobre aquilo que realmente impulsiona
suas ações é de essencial interesse para o psicanalista que se pretenda um ser consciente de
suas atitudes. Não menos relevante é procurar prever e aferir os efeitos das atitudes no seu
íntimo e para com o próximo (seu paciente).
Que não te acostumes a fazer a menor coisa sem refletir – ensinou Pitágoras – porque
falar ou fazer coisas sem razão e sem reflexão é típico de um miserável.
Antes do surgimento da filosofia na antiga Grécia, a ética era um assunto tratado pelas
Religiões.
Como Asseveram Hellern, Notaker e Gaarder, as religiões com freqüência não fazem
distinções entre o plano ético e o plano religioso. Ser ético é assegurar uma vida melhor
após a morte. Os costumes da tribo, as regras ou os princípios morais da casa eram tão
religiosos quanto os sacrifícios e as orações. O comportamento e as ações humanas eram
regulados pelas ordens divinas.
Entre os dez mandamentos que Moisés deu aos hebreus, havia os que tratavam de
religião – “Não terás outros deuses diante de mim”- e os relativos à ética – “Não matarás”.
Sócrates, que reduziu toda filosofia à ética, dizia que a suprema sabedoria consistia
em distinguir entre o bem e o mal. Se a minha autoridade tem para ti algum valor – dizia ele
– pratica a moral para poderes ser feliz, e não te importes que fulano ou cicrano te aches
estúpido. Deixa que os outros te ofendam e te injuriem; desde que possuas a virtude em
nada será lesado por isso. Se queres ser feliz, se queres ser um homem de bem e digno de
confiança, não te importes que os outros desprezem.
Em seu sentido clássico, a Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à
conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do Bem e do Mal. Em outras
palavras é o estudo do julgamento, da escolha que somos obrigados a fazer a cada segundo
em nossa vida.
2
O termo ética significa costume e por isso é também definido como a doutrina dos
costumes. Em simples palavras, trata-se do estudo para saber se uma ação nossa ou uma
qualidade é ou não ética. Por exemplo, são qualidades éticas a sabedoria, a prudência, a
justiça, etc. É uma avaliação de nosso comportamento.
A ética encara a virtude como a prática do bem e como a promotora da felicidade dos
seres humanos, avaliando o comportamento humano. A ética ilumina a consciência
humana, sustenta e dirige as ações do homem, norteando a conduta individual e social. É
um produto histórico-cultural e, como tal, define o que é virtude, o que é bem ou mal, certo
ou errado, permitido ou proibido, para cada cultura e sociedade.
Ética significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que
seja possível uma existência saudável: materialmente sustentável, psicologicamente
integrada e espiritualmente fecunda.
Quanto tomamos uma decisão, isto é, quando praticamos uma ação, pode-se julgá-la
como certa ou errada.
Muito bem. Isto implica que há um padrão de certo e errado que pode ser aplicado
em outras situações, mas este padrão não é o vigente no mundo inteiro, significando que
hão haveria um padrão ético universal, válido em todos os lugares e em todos os tempos.
Pelo contrário, a observação mostra que há muitos sistemas éticos diferentes, embora a
maioria se declara como a “única verdade”.
Comer carne humana numa tribo indígena pode não ser moralmente aceito numa
cidade européia. Explorar seres humanos miseráveis por causa de lucros pode não ser
moralmente aceito naquela tribo indígena. Algumas sociedades aceitam a poligamia, outras
não. O que é ético aqui pode não ser lá.
3
Mas se há diversos padrões éticos, podemos falar em certo e errado? Uma ação
poderia então ser julgada sábia ou tola, prudente ou imprudente, proveitosa ou não
proveitosa?
“Quanto mais igrejas e fés eu examinava, mais cônscio me tornava do fato de que
todas pensam que só elas estão certas e todos os demais estão errados”, confessou Michael
Shemer.
Embora também falhando, Kant tentou buscar a ética absoluta afirmando que se você
quer julgar a correção ou incorreção de uma ação: “Aja somente de acordo com a máxima
pela qual você pode ao mesmo tempo desejar que a ação se torne uma lei universal”.
Buscando uma saída, os atuais pensadores falam em ética provisional, que em resumo
significa aceitar que uma ação é moral ou imoral se a evidência a favor dela e sua
justificação for impressionante. Estes princípios éticos são verdadeiros para a maioria das
pessoas, na maioria das circunstâncias e na maior parte do tempo.
No pensamento dos estóicos, o fim supremo, o único bem do homem, não é o prazer,
a felicidade, mas a virtude; assim a virtude não é concebida como necessária condição para
alcançar a felicidade, e sim como sendo ela própria um bem imediato.
Ora, como o bem absoluto e único é a virtude, assim o mal único e absoluto é o vício.
E não tanto pelo dano que pode acarretar ao vicioso, quanto pela sua irracionalidade e
desordem intrínseca, ainda que se acabe por repudiá-lo como perturbador da indiferença, da
serenidade, da autarquia do sábio.
Tudo aquilo que não é virtude nem vício, não é nem bem nem mal, mas apenas
indiferença, pode tornar-se bem se for unido com a virtude, mal se for ligado ao vício; há o
vício quando à indiferença se ajunta a paixão, isto é, uma emoção uma tendência irracional,
como geralmente acontece.
O Que é vontade?
Para uma idéia mais clara do que é vontade, vamos tomar como axiomática a divisão
da natureza humana em corpo e alma, e veremos que é por sua origem que a vontade se
distingue das paixões
A firme decisão de praticar o bem é o maior bem que está à disposição de todos nós.
Somos nós, com a nossa vontade e racionalidade, que damos as leis a nós mesmos.
Conta-se uma antiga lenda em que os guerreiros gregos retornando à sua pátria, após
terem vencido uma guerra contra seus inimigos, foram consultar um sábio que lhes
asseverou: a verdadeira guerra somente agora começa, a guerra contra teus inimigos
internos.
Se nos mostra claro o surgimento da contenda entre a paixão versus vontade da alma,
signo do eterno dilema do homem: o entrelaçamento da sutil porção divina com a matéria.
Para Nietzsche, “é o baixo ventre que impede o homem de considerar-se um deus”.
Quer o filósofo – disse Sêneca – quer o candidato a filósofo, estão colados ao seu
corpo, mas a melhor parte de si mesmo está liberta e dirige as suas meditações para as
alturas.
Com efeito, considerando até mesmo que piedade, compaixão e misericórdia seriam
espécies de paixões, o estóico deve extirpá-las de si. Afirmavam que: A misericórdia é
aparte dos defeitos e vícios da alma: misericordioso é o homem estulto e leviano. O sábio
não o comove em favor de quem que seja; não condena ninguém por uma culpa cometida.
Não é próprio do homem forte deixar-se vencer pelas imprecações e afastar-se da justa
severidade.
O vício nada mais é que uma paixão que venceu uma batalha contra a vontade da
alma. Neste caso a paixão vitoriosa se estabelece como dominadora e o homem passa a agir
como seu escravo, buscando servir e satisfazer essa obsessão, agindo pelos ditames de sua
natureza animalesca. Aqui o homem deixa de ser livre e satisfazer essa obsessão, agindo
pelos ditames de sua natureza animalesca. Aqui o homem deixa de ser livre e, mesmo
contrariando sua alma triste e fraca, torna-se mero boneco de engonço, mero cativo
cumprindo os comandos da paixão, surgindo os costumes nefastos, submetendo-se aos
fortes apetites do seu animalismo, caminhando trôpego para uma existência desgraçada.
Para libertar os homens, Lucrécio compreendeu que não se tratava de obter, nos
momentos de fria reflexão, sua adesão a alguma verdade de ordem intelectual, mas que era
preciso tornar essas verdades, como poderia dizer Pascal, compreensíveis ao coração
(P.Boyancé). O que implica dizer que é necessário incitar também a natureza intuitiva do
homem para persuadi-lo de seus sentimentos e obter sua libertação de uma paixão.
A razão deve ser o nosso último juiz e a nossa guia em cada coisa.
Loche
7
O combate que se trava no interior do homem consiste na contestação entre a parte
inferior ou sensitiva e sua parte superior ou racional: paixão versus vontade racional, os
dois cães do mestre da montanha.
O homem ignorante e não esclarecido não está livre para lutar a luta da virtude.
Fica claro que para o bom combate moral contra as baixas paixões que aviltam e
tornam desgraçado o homem, há a necessidade de conjugar duas armas: vontade e o
conhecimento da verdade – a razão, sem a qual o homem não consegue julgar livremente
uma paixão ou os seus desvios.
Talhados os conceitos anteriores, podemos passar para este importante diálogo sobre a
virtude.
Nas iniciações dos antigos mistérios era perguntado ao candidato: - O que entendei
por virtude?
E depois de salutar silêncio uma voz lhe dizia: - É uma disposição da alma que nos
induz a praticar o bem.
8
Virtude significa força (virtus), é o poder do espírito. Como vimos anteriormente, é a
maravilhosa energia que dá à vontade da alma o poder necessário para vencer uma paixão.
Desde os primórdios do pensamento humano, virtude foi entendida como hábito, como a
maneira de ser de uma coisa. Virtude, disse o filósofo, é aquilo que faz com que uma pessoa
seja o que ela é.
Santo Agostinho definiu a virtude como uma boa qualidade da mente mediante a qual
vivemos retamente, qualidade de que ninguém pode abusar e que se produz, às vezes, em
nós sem nossa intervenção.
Para são Tomás, a virtude e uma boa qualidade da alma, uma disposição sólida e
firme da parte racional do homem – a boa vontade. Para ele há três virtudes teologais:
A Fé, a Esperança e a Caridade, que nos conduzem a uma felicidade sobrenatural,
suplantando a natureza humana, encaminhando-nos para Deus. Estas virtudes teologais
estão infusas em nós por Deus. Estas virtudes teologais estão infusas em nós por Deus e só
são dadas a conhecer por meio da revelação divina.
Seguindo esses pensamentos fica claro que a virtude é a firme vontade de combater
as paixões, é a expressão do esforçado desejo da alma para agir de acordo com os
ensinamentos da razão. O exercício da virtude tem uma incontestável finalidade de
alcançarmos a perfeição.
Se o caminho que leva à virtude lhe parece ser muito difícil, ele, porém, pode ser
encontrado. Todos as coisas sublimes são tão difíceis quanto raras.
A falta de ética é um obstáculo intransponível para quem quer atingir verdades que
somente são visíveis através do olho intuitivo. A imoralidade é uma venda negra que
encobre a visão do homem impuro, que entorpece a mente e o leva à loucura.
Sem ética não intuição, sem intuição não há revelação, sem revelação não há
conhecimento da pura verdade.
Nesse caminho há um lema a ser seguido por aquele que procura por sabedoria: Antes
de tudo honestidade consigo mesmo e para com os outros!
Se alguém disser:
- Que me importa os outros!
Esse não tem moral, caráter e não é Ético.
10
Uma palavra nos liberta de todo o peso, de toda a dor da vida: Amor.
Sófocles.
Se não for possível cuidar-se, será difícil tratar-se. E quem não sabe
cuidar de si, como cuidar de outrem?
11
APOSTILA DE ÉTICA DO PSICANALÍSTA
INTRODUÇÃO
Platão prega a realidade empírica, para a terra. Aponta o livro da Ética, que
apresenta os princípios orientadores para a prática humana rumo a felicidade. É o
homem do realismo, dos projetos viáveis, do caminho bem definido da prática
concreta.
Aristóteles aponta para cima, para o ideal, para o céu. Segura pelas mãos o livro
Timeu onde expõe a primazia das idéias sobre a realidade sensível. É o homem
do mundo ideal, da essência perfeita de cada ser, da utopia, dos grandes sonhos,
da abertura infinita do ser humano.
O Ser humano vive em busca da felicidade, essa busca faz parte das energias
fundamentais que movem o espírito humano.
Aristóteles nasceu em 384 ªC., em Estagira, uma colônia grega da Trácia, região
dominada pelos macedônios, no sudeste da Europa. Por isso ele também é
conhecido como o estagirita. Perdeu o pai aos 17 anos e foi levado para Atenas,
onde prosseguiu com os estudos. Optou pela Academia de Platão e ali ficou por
vinte anos, tendo chegado a ser professor. Nesse período estudou também os
filósofos pré-socráticos, como Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito e Pitágoras,
entre outros. O conhecimento das obras desses pensadores foi-lhe muito útil na
elaboração de seu sistema filosófico. Quanto aos ensinamentos de Sócrates – que
não deixou registros escritos – Aristóteles os conheceu principalmente por meio de
Platão. Este atribuiu a Sócrates as seguintes palavras, que teriam sido proferidas
no final do seu julgamento, em que era acusado de desrespeitar a religião e incitar
os jovens à rebeldia:
13
Aristóteles em seu livro Ética a Nicômaco, livro 8, assim se expressou:
Sem a morte, sem o destino certo, de nada adiante um navio deixar o porto. A
ética é a navegação e é ao mesmo tempo o destino certo dos navegantes. É o
ponto de partida, o caminho e a chegada. Se todas as ações humanas têm como
objetivo final a felicidade, a ética tem muito a dizer sobre todas elas.
Etimologia da Ética: Ética vem do grego “ethos” que significa modo se ser ou
caráter.
14
Ethos sem acento, significa costume. Refere-se a usos e costumes de um grupo
social. Nos grupos primitivos, os costumes são decisivos para a conduta dos
indivíduos. Nesses grupos, a moral e o direito são os próprios costumes. A Ética
do grupo é também a ética dos indivíduos. O modo de ser do grupo é o modo de
ser de cada indivíduo.
Muito se tem feito confusão entre as palavras Ética e Moral, veja que a origem
etimológica das palavras é bem diversa, a Ética vem do grego como já explicamos
acima, já a palavras Moral tem sua origem no latim e vem de “Mores”, que
significa costumes. Portanto apenas se admite uma correlação entre elas,
vejamos:
Foi com o filósofo grego Sócrates que surgiu a Ética 399 anos antes de Cristo, o
qual a considerava como moral, diferença entre o bem e o mal.
CONCEITOS DE ÉTICA
15
Ciência que determina a retidão dos atos humanos, tendo em vista um “ideal” que
dá o sentido global da vida humana.
Segundo Betinho Ética é muito mais ampla, geral, universal do que a moral, já que
tem a ver com princípios mais abrangentes, enquanto a moral se refere mais a
determinados campos da conduta humana.
Deontologia vem do grego deon – o que deve ser feito, o dever em si;
Logia – conhecimento metódico, fundado em
argumentos ou provas – é o conjunto dos deveres exigidos do homem, quando no
exercício de determinada profissão.
18
Outros valores ético existem, com muito evidência, de acordo com a concepção de
vida que cada pessoa experimentou e experimenta, tendo em vista o valor central
em que foi educado em sua comunidade, família e escola.
Com efeito, o homem deverá fazer uso de suas capacidades e aptidão técnica
para o desempenho de um trabalho humano com um bom conteúdo ético,
verificando assim, a importância da ética no exercício da profissão.
Para que um profissional ético tenha um bom desempenho profissional deve ter
ainda competência e habilidade.
19
Em uma entrevista qualquer, especialmente em anamnese e no processo de
análise, são importantes os aspectos técnicos, como: perguntas bem feitas, tempo
de duração, mínimo de anotações, local apropriado, observação adequada
(algumas pessoas falam muito; outras pouco falam), assim o profissional deve
usar da técnica, habilidade profissional e de ética, para proporcional ao analisando
menos tensão emocional, relaxamento e confiança. Assim, se se agir apenas com
o tecnicismo seria frio e suas intervenções deixariam o analisando cada vez mais
tenso e fechado, isto é falando cada vez menos.
Embora a Ética tenha variado com os diversos tipos de cultura, porque não pode
ser dissociada do momento histórico-social em que o homem vive, o mínimo que
se pode exigir de um profissional é que ele tenha um posicionamento
ético-humanístico.
Quadra registrar que, a formação ética do profissional, não se deve ligar apenas
aos valores que lhes são transmitidos mediante os conhecimentos da profissão; a
sua formação (moral) ética pessoal muito o influenciará, embora ele não tenha o
direito de transmitir ou impor valores éticos (morais) a sua clientela.
Comissão de Ética.
Ética é um conceito que vem sendo pensando desde a Antigüidade e, pela sua
própria natureza, continua em aberto. A Comissão de Ética tem como objetivo
abrir um espaço para reflexão: Ética e Psicanálise em relação ao psicanalista e
analisando e ao supervisor do aluno. Enfim, um olhar atento a todas as questões
pertinentes ao universo da Psicanálise e à singularidade do ser humano.
SEGREDO PROFISSIONAL
Segundo Machado de Assis: “os homens valem por diferentes modos e o mais
seguro de todos é valer pela opinião dos outros homens”.
Fundamentos
21
1. A maneira como foi conhecido pelo profissional: observação legitima
investigação científica, ato de confiança do cliente;
3. O respeito pela dignidade da pessoa humana que tem direito natural à sua
reputação, ainda que ela seja aparente;
Todo profissional terá que estar bem capacitado para discernir, pois várias
implicações acompanham a inviolabilidade do segredo profissional que nem
sempre poderá ser absoluta.
1. O bem de uma terceira pessoa envolvida pelo segredo. Nos casos, por
exemplo, de defeito físico irremediável que possa tornar nulo um
casamento; nos casos de toxicomania, nos casos de sevícias ou castigos
corporais impostos a menores; para os médicos, a notificação compulsória
de doenças infecto-contagiosas é obrigatória, anulando qualquer tipo de
segredo. (Código de Ética Médica, art. 38, alínea “a” e Código Penal
Brasileiro, art. 269).
Segredo participado. Segredo participado é aquele que precisa ser revelado, para
permitir a ação de um grupo de profissionais, para melhor solução de um
problema, seja ele individual, grupal ou comunitário.
O Código de Ética Médica, em seu art. 34, parágrafo único, esclarece: “Deve o
médico empenhar-se no sentido de estender aos seus auxiliares a mesma
obrigação de guardar o segredo colhido no exercício de sua profissão”.
Nestes casos, o segredo participado ficará sujeito às mesmas exigências do
segredo profissional ordinário quanto à sua divulgação.
Art. 29. Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimentos em razão
de sua atividade profissional, exceto nos casos previstos em Lei.
24
2- É vedado ao Psicanalista divulgar, em particular ou em público,
quaisquer informes que tenham origem nas palavras do pacientes, mesmo que
estes tenham dito que os mesmos não eram segredáveis;
25
13- Mesmo em caso de pressão da autoridade para que seja revelado
algum conteúdo que não venha a beneficiar ao paciente ou sua família, o
Psicanalista terá que silenciar em nome da ética.
26
6. Não divulgação do segredo ou informações a ele referentes aos poderes
policial, civil ou religioso, a não ser nos casos graves que permitem a
libertação de um segredo.
LEGISLAÇÃO VIGENTE
No Brasil, todo profissional é obrigado pela lei a guardar segredo sobre todas
as confidências recebidas e os fatos de que tenha conhecimento ou haja
observado no exercício de sua atividade profissional.
Divulgação de segredo:
Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular
ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja
divulgação possa produzir dano a outrem:
§ 2º. Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação pena será
incondicionada.
Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação
possa produzir dano a outrem:
27
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
II – a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente
em grau sucessível, ou amigo íntimo;
I – que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge e aos seus
parentes consangüíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral em segundo
grau;
28
§ 1º. A parte pode comprometer-se a levar à audiência a testemunha,
independentemente de intimação; presumindo-se caso não compareça, que
desistiu de ouvi-la.
§ 3º. A intimação poderá ser feita pelo correio, sob registro ou com entrega em
mão própria, quando a testemunha tiver residência certa.
“Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos e minha língua se
calará aos segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de
honra...”.
SIGILO PROFISSIONAL
O sigilo existe para proteger o segredo. É, pois, mais importante que o próprio
segredo e, dessa forma, protege todas as informações obtidas pelo
psicanalista no exercício da profissão.
Que dentre outras poderemos citar: Grave ameaça ao direito à vida, à honra ou
nas situações em que o psicanalista se veja afrontado ou ameaçado pelo
paciente analisando e, nos limites da defesa, tenha de revelar segredo.
O sigilo não apenas é um dever de ordem ética, pois a legislações penal e civil,
como vimos, regulamentam a questão da proteção das informações recebidas
no procedimento analítico entre o psicanalista e o paciente analisando.
1. FAZER O BEM;
4. PRATICAR AS VIRTUDES;
5. VIVER A JUSTIÇA;
6. VALER-SE DA RAZÃO;
A precisão do intelecto.
7. VALER-SE DO CORAÇÃO;
As fontes do mal.
8. SER AMIGO;
9. CULTIVAR O AMOR;
Os detalhes da convivência.
Os prazeres da ética.
31
Caro colega Psicanalista.
A nossa profissão é livre, posto que não tem lei que a discipline e cabe aos
psicanalistas e a associação a sua fiscalização.
32
I. Denominação
II. Objetivos
III. Atribuições
33
4- Contribuir e participar de atividades de interesse da classe
psicanalítica;
34
3- O Psicanalista não pode informar a outro profissional, mesmo que
seja Psicanalista, sobre qualquer referência a respeito de paciente e de seu
estado de saúde, sem que haja autorização por escrito do mesmo;
35
V. Atribuição Ética Institucional
36
c) Em caso de procedência das acusações, sendo as tais graves o
bastante que demandem punição suspensiva, a Comissão fará um
relatório sugerindo as medidas cabíveis e solicitará ao Presidente da
Associação a convocação de uma reunião plenária para apreciar o
mesmo e sobre o assunto deliberar;
38
6- Direito de exigir o cumprimento do contrato analítico, no que lhe diz
respeito, na íntegra;
IX. Impedimentos
9- Induzir;
10- Encorajar;
X. Relações Inter-Multi-Profissionais
41
1- Não polemize com ninguém contra ou a favor de qualquer uma
delas;
XIII. Honorários
42
9- Cabe ao Psicanalista propor o preço por sessão e/ou aceitar a
contraproposta vinda do paciente, desde que nunca inferior a da
tabela fixada pela Associação de Psicanálise Clínica do Espírito
Santo - APC – ES;
EXERCÍCIOS SUGERIDOS
6. Se sim, Quais?
13. Deverá o psicanalista guardar sigilo profissional sobre cartas e fax enviados pelo
analisando?
14. Quais o cuidados que o psicanalista deve tomar com sua anotações de leitura do
paciente?
15. Como deverá proceder o psicanalista que deseja utilizar-se de confidências feitas
pelo paciente (analisando), em palestras ou seminário?
16. Mesmo com autorização no analisando, se este estiver no local, deve o psicanalista
mencionar seu nome?
17. De que modo pode o psicanalista anunciar seus serviços profissionais sem infringir
preceitos éticos?
24. Como se comprova que o interessado não exerce atividade incompatível com o
exercício da psicanálise?
31. Como deverá proceder o psicanalista que mudar de domicílio profissional para
outro Estado da Federação?
45
43. Dê exemplos de infrações disciplinares previstas no código de ética?
47. O psicanalista para ser punido, advertido, suspensão ou expulsa da Associação deve
responder a processo disciplinar?
46
Com base no Código de Ética do Psicanalista, estude o caso abaixo e dê parecer
sobre a conduta do seu futuro “Colega”.
Primeiro Caso.
Fala da Analisanda:
“Vi disfunções nos homens que conheci, em todos os grupos de idade. Uma
tristeza. Eles não querem falar ou querem que eu finja que está tudo bem.
Geralmente não se interessam em aprender o que podem fazer a respeito da
disfunção ou da ejaculação precoce, por exemplo”.
Depoimento de uma analisanda de nome: Albina Gustavo Barbosa, idade 45 anos,
Moradora da Praia do Canto.
Segundo Caso
“Desrespeito. Qualquer homem que pensa ser mais esperto do que você e que
tem a necessidade de mostrar isso. Homens que gostam de bancar o inteligente
para fazerem suas mulheres se sentirem inferiores. Você deveria sempre estar
com alguém que te faz se sentir bem em relação ao que você é, nunca com
aqueles que te fazem sentir agradecida por estarem saindo com você”.
“Arrogância, indelicadeza, tratar a mulher como um objeto sexual. Achar que ele
pode conseguir o que quiser de mim”.
Terceiro Caso
“Não sei bem como me sinto hoje... Acho que estou muito ansiosa... Acho que as
alucinações estão desaparecendo...Agora, a vizinha parou de me chamar de
frustrada quando encontro com ela no corredor... As pessoas com quem cruzo na
rua pararam de fazer sinais com a mão direita para eu me masturbar... Não sei por
onde começar a falar, se conto as coisas que me perturbam ou se conto em ordem
cronológica...”,, diz Jane.
-A Analisando retruca:
Porque está rindo de mim? , pergunta Jane, com uma expressão de raiva
estampada na voz e no rosto.
47
- O analista responde:
Não estou rindo de você. Estou só olhando para você, atento ao que você está me
contando. Eu sorri para demonstrar cordialidade com relação a você e às coisas
que você tem para me dizer.
- Jane fica observando o analista por algum tempo, antes de retomar sua fala.
E continua...
As coisas estão melhor no trabalho. Minha chefe está me tratando melhor. Fiz
série de coisas hoje: levantei os serviços que terão de ser feitos nos próximos
dias; preparei uma agenda; eles são muito sacanas... paguei as contas da semana
que vem... pequeno silêncio. Estou preocupada com o Flávio. Os vizinhos estão
dizendo que ele está saindo com outra pessoa. É linda...
-O analista pergunta:
Conte-me o que ouviu.
-Ela responde.
Caciferrou ficar com o velho.
- O Analista pergunta:
Não entendi bem. Repita, por favor.
-Ela responde.
C A C I F E R R O U F I C A R C O M O V E L H O.
Com base em tudo que você viu até agora, isto é, no estudo do Código de Ética
do psicanalista, qual o procedimento que você adotaria para com esta analisanda?
Quarto Caso
-Com base no histórico acima, você acha que o analisando mostrou-se deprimido?
-Caso entenda ter-se demonstrado, qual deverá ser sua conduta frente ao Código
de Ética?
Quinto Caso
-Disse que ficou fortemente sugestionada com um furto ocorrido em sua casa em
março de 2004, no qual, entre outras coisas, foi subtraído um macacão do menino,
o que fez com que ela passasse a temer pela integridade do filho a tal ponto que
o levou para a casa da avó por um período.
49
-Referiu sentir muita angústia e insegurança vivendo na casa em que o homicídio
do filho ocorreu, sensações incrementadas pelas superstições de ocultismo, para
que esta afastasse o malefício que rondava seu filho.
-Disse que o pensamento lhe ocorrera três ou quatro dias antes dos
acontecimentos; disse que não se sentia segura com o auxílio que a mãe, já muito
idosa, dava a Rui, o que, somado ás suas dificuldades em conseguir um trabalho
estável, ás suas repentinas mudanças de humor, ao sofrimento interior e á
vontade de evitar que o filho viesse a padecer por toas essas razões ou ser
assassinado ou roubado pelo autor do furto do macacão, a levou ao gesto final.
-Denunciaria a analisando?
-Levava o caso á sua associação?
-Conversava com outros colegas para ouvir suas opiniões?
-Comunicaria o caso a autoridade policial?
-Procurava um advogado para se aconselhar e ver qual atitude deveria ser
adotada?
-Levava o caso a família da analisanda?
-Encerrava o procedimento analítico?
A sua decisão deverá ser bem fundamentada com base no Código de Ética.
Sexto Caso
Sétimo Caso
51