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MAIORES PENSADORES
CLAUDIO BLANC
a historia da
Filosofia
ATRAVÉS DAS IDEIAS DOS
MAIORES PENSADORES
CLAUDIO BLANC
3
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1ª Impressão em 2021
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Sumário
Apresentação...................................... 7 Leibniz.............................................123
Tales de Mileto.................................13 Voltaire............................................127
Pitágoras de Samos..........................17 Rousseau.........................................131
Parmênides.......................................21 Hume...............................................135
Heráclito............................................25 Kant.................................................139
Demócrito de Abdera......................31 Fichte...............................................143
Sócrates.............................................35 Schelling..........................................147
Platão.................................................41 Hegel...............................................151
Aristóteles.........................................47 Schopenhauer.................................155
Epicuro..............................................53 Kierkegaard.....................................159
Sêneca...............................................57 Marx................................................163
Plotino...............................................61 Nietzsche.........................................167
Agostinho de Hipona.......................65 Bergson...........................................171
Boécio................................................69 Unamuno.........................................175
Anselmo............................................73 Russell..............................................179
Tomás................................................77 Jaspers.............................................183
Eckhart..............................................81 Heidegger.......................................187
Nicolau..............................................85 Wittgenstein...................................191
Erasmo...............................................89 Marcuse...........................................195
Maquiavel.........................................93 Sartre...............................................199
Montaigne........................................99 Arendt..............................................203
Bacon...............................................103 Beauvoir..........................................207
Descartes.........................................107 Barthes............................................211
Hobbes............................................111 Foucault...........................................215
Pascal...............................................115 Derrida.............................................219
Espinosa..........................................119 Bibliografia.....................................223
Apresentação
A A Filosofia
Embora não haja meios de definir satisfatoriamente o que é Filosofia,
pode-se dizer que é o estudo de problemas fundamentais relacionados
à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéti-
cos, à mente e à linguagem. A Filosofia aborda esses problemas por
meio de argumentos racionais. É o saber mais abrangente, a “terra de
ninguém” entre ciência, arte e religião, como sugeriu Bertrand Russell.
7
A História da Filosofia
Platão (c. 427 – c. 347 a.C.) considera a filosofia uma atividade ra-
cional estimulada pelo assombro ou admiração. Mas, para Platão, o as-
sombro é provocado pela instabilidade e pelas contradições dos seres
que percebemos pelos sentidos. A filosofia seria a tentativa de superar
esse mundo de coisas efêmeras e mutáveis e apreender racionalmente
a realidade última, composta por formas eternas e imutáveis que, se-
gundo Platão, só podem ser captadas pela razão.
8
Apresentação
9
A História da Filosofia
Logos
A filosofia, como termo ou conceito, é considerada invenção dos
gregos. Com efeito, embora todos os componentes da civilização grega
tenham correspondência com as outras civilizações que a precederam
– crenças e cultos religiosos, manifestações artísticas, conhecimentos e
habilidades técnicas de vários tipos, instituições políticas, organizações
militares etc. –, com relação à filosofia grega, ela não encontra corres-
pondência junto a esses povos.
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Apresentação
Claudio Blanc
Março de 2021
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Tales de Mileto
Tales de Mileto é considerado o
fundador da filosofia ocidental.
Foi o criador, do ponto de vista
conceitual, do problema do
“princípio” (arché ou arkhé), a
origem de todas as coisas.
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A História da Filosofia
O O filósofo, matemático, engenheiro, mercador e astrônomo grego
Tales de Mileto nasceu, conforme indica seu nome, em Mileto, colônia
grega, na Ásia Menor, atual Turquia, por volta de 623 a.C. ou 624 a.C.
e faleceu, aproximadamente, em 546 a.C. ou 548 a.C. Tales, o fundador
da Escola Jônica1, é considerado o primeiro filósofo ocidental e é tido
como um dos sete sábios da Grécia Antiga.
1 A Escola Jônica foi uma escola da filosofia grega centrada na cidade de Mileto, na Jônia, nos séculos
V e VI a.C. A Jônia foi, de fato, o centro da filosofia ocidental. Os filósofos que ela produziu, incluin-
do Tales, Anaximandro, Anaximenes, Heráclito, Anaxágoras, Arquelau e Diógenes de Apolônia, buscavam
explicar a natureza da matéria.
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Ta l e s d e M i l e t o
Os Discípulos de Tales
Provavelmente discípulo de Tales, Anaximandro de Mileto nasceu
por volta de fins do séc. VII a.C. e morreu no início da segunda metade
do séc. VI. Elaborou um tratado sobre a natureza, do qual chegou um
fragmento até nós. É, de fato, o primeiro tratado de filosofia do Ociden-
te e o primeiro escrito em prosa na língua grega.
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A História da Filosofia
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A História da Filosofia
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Pitágoras de Samos
A Comunidade Pitagórica
Depois da morte de Pitágoras, a escola pitagórica de Crotona tor-
nou-se uma irmandade política de orientação aristocrática. Tratava-se
de uma fraternidade filosófica, religiosa e científica, próxima do orfis-
mo. Mulheres e estrangeiros eram admitidos na comunidade.
Preceitos Pitagóricos
Os trechos a seguir foram selecionados de um antigo livro grego,
19
A História da Filosofia
A Cultura Corporal
Siga um regime puro e fisiológico. Faça exercícios. É necessário
igualmente zelar pela saúde do corpo. Alimente-se e beba com mo-
deração e faça os exercícios que te são necessários. A tua justa medida
será o que te impedirá de cair no ócio.
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Parmênides
Para Parmênides, a mudança e o movimento são
ilusões. São os nossos sentidos que nos levam a
crer no fluxo incessante dos fenômenos. “O Ser é,
o não-ser não é”, ou seja, o ser eterno, substância
permanente das coisas, por conseguinte, imutável
e imóvel, é o único que existe. O “não-ser” é a
mudança, pois mudar é justamente não mais ser
aquilo que era e tornar-se aquilo que ainda não é.
Busto de Parmênides
(séc. I d.C.)
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A História da Filosofia
Parmênides afirma que, se uma coisa existe, ela é esta coisa e não
pode ser outra, muito menos o seu contrário. Assim, o ser é o ser, ou,
o ser é – o que implica que não-ser não é, não pode existir. Se só o ser
existe, o ser deve sempre existir e deve ser único, imóvel, imutável, sem
variações, eterno.
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Parmênides
“Ser” e “Não-Ser”
Na visão de Parmênides, o mundo se divide em duas esferas: aquela
das qualidades positivas (luz, quente, ativo, masculino, fogo, vida) e
aquela das qualidades negativas (escuridão, frio, passivo, feminino, ter-
ra, morte). A esfera negativa era apenas uma negação da esfera positi-
va, isto é, a esfera negativa não continha as propriedades que existiam
na esfera positiva.
Ser-Absoluto
Toda a nossa realidade é imutável, estática, e sua essência está in-
corporada na individualidade divina do Ser-Absoluto, o qual permeia
todo o Universo. É eterno, incriado, onipresente. O Ser-Absoluto não
pode vir-a-ser. E não podem existir vários “Seres-Absolutos”, pois para
separá-los precisaria haver algo que não fosse um Ser. Consequente-
mente, existe apenas a unidade eterna.
23
A História da Filosofia
Paradoxos de Zenão
Foi para defender a tese de Parmênides que seu discípulo Zenão de
Eleia criou uma série de argumentos chamados “paradoxos de Zenão”.
O mais conhecido é o de Aquiles e a tartaruga, contado sob a forma de
uma corrida entre Aquiles e uma tartaruga.
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Heráclito
Heráclito, o mais importante filósofo pré-socrático,
afirmou que o Universo muda e se transforma
infinitamente a cada instante, animado por um
dinamismo eterno. A substância única do Cosmo é
um poder espontâneo de mudança e se manifesta
pelo movimento. Tudo é movimento, “tudo
flui”, nada permanece o mesmo, e a verdade se
encontra no devir, não no ser.
25
A História da Filosofia
Escola Italiana:
Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Arquitas de Tarento.
Escola Eleática:
Xenófanes, Parmênides de Eleia, Zenão de Eleia e Melisso de Samos.
Escola da Pluralidade:
Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômenas, Leucipo
de Abdera e Demócrito de Abdera.
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Heráclito
Heráclito na Escola
de Atenas, de
Rafael, retratado
com as feições de
Michelangelo (c. 1500)
Nos últimos anos da sua vida, foi viver nas montanhas, ainda mais
isolado, alimentando-se apenas de plantas. Quando adoeceu, acometi-
do por uma hidropisia, Heráclito foi obrigado a voltar à cidade. Aos mé-
dicos, cujo conhecimento ridicularizava, perguntou se seriam capazes
de transformar uma inundação em seca. Os médicos não entenderam
e foram expulsos por Heráclito. O filósofo procurou, então, um curan-
deiro que lhe aconselhou imergir-se no estrume de gado, uma vez que
o calor faria evaporar a água em excesso que havia em seu corpo. No
entanto, quando chegou em casa coberto de excrementos, seus cães
não o reconheceram e o atacaram, matando-o. O historiador Neantes
de Cízico (séc. III a.C.) afirmou, porém, que, ao imergir no estrume, He-
ráclito morreu sufocado. E como foi impossível retirar o corpo de sob o
esterco, lá permaneceu.
O Pensamento de Heráclito
Para Heráclito, tudo é movimento, e nada permanece parado. A ex-
pressão grega “Panta Rei”, ou “tudo flui”, “tudo se move”, exceto o
27
A História da Filosofia
Além desse conceito, o filósofo afirmou que “tudo se faz por con-
traste” e que “da luta dos contrários é que nasce a harmonia” – um
equilíbrio causado pela tensão, como a que existe entre “o arco e a
lira”. Heráclito sustentava que o devir, a mudança que acontece em to-
das as coisas, é sempre uma alternância entre contrários: coisas quen-
tes esfriam, coisas frias esquentam; coisas úmidas secam, coisas secas
umedecem e assim por diante. Os dois conceitos opostos, em luta per-
manente, não podem existir sem o outro. Nada existiria se não existisse,
ao mesmo tempo, o seu oposto.
O Fogo
A partir de seus pressupostos – “tudo flui” e “a guerra entre os con-
trários” –, Heráclito definiu uma arché, isto é, um princípio que está em
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Heráclito
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Demócrito
de Abdera
Considerado o primeiro pensador
materialista, Demócrito desenvolveu o
atomismo, a teoria do átomo criada por seu
mestre Leucipo; com isso, o filósofo de Abdera
buscava conciliar o ser imóvel de Parmênides
com a pluralidade mobilista de Heráclito.
31
A História da Filosofia
O Átomo
De acordo com Aristóteles, Demócrito raciocinou que o movi-
mento pressupõe o vazio no qual a matéria se desloca. Contudo,
se a matéria se dividisse em partes sempre menores infinitamente
no vazio, ela não teria consistência, nada poderia se formar por-
que nada poderia surgir da divisão sempre cada vez mais infini-
tamente profunda da matéria no vazio. Daí concluiu que, para
explicar a existência do mundo tal como o conhecemos, a divisão
da matéria não pode ser infinita, isto é, que há um limite indivi-
sível, o átomo.
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Demócrito de Abdera
A Influência de Demócrito
Demócrito, cujo nome significa “a força do povo”, influenciou diver-
sos filósofos, entre eles, Epicuro. No Renascimento, muitas das ideias
de Demócrito inspiraram importantes pensadores, como, por exem-
plo, Giordano Bruno, e tiveram também um papel de destaque durante
o Iluminismo. Com efeito, muitos consideram que Demócrito é “o pai
da ciência moderna”.
33
A História da Filosofia
Busto de Sócrates no
museu do Louvre, por
Lísipo (séc. I d.C)
35
A História da Filosofia
Foi casado com Xantipa, com quem teve um filho, Lamprocles. Se-
gundo Aristóteles, citado por Diógenes Laércio, Sócrates teria tido mais
dois filhos com outra esposa, Mirto, filha de Aristides, o Justo.
Tão logo assumiu sua vocação, foi aprender filosofia com Anaxágo-
ras de Clazômenas (500 – 428 a.C.), que levou a filosofia para Atenas, e
com seu discípulo Arquelau de Atenas (viveu no século V a.C.). Seu ta-
lento logo chamou atenção de Pítia, a sacerdotisa do templo de Apolo
em Delfos, que o chamou de “o mais sábio de todos os homens”.
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Sócrates
Julgamento e Morte
As ideias de Sócrates se espalhavam pela cidade e o filósofo ganha-
va cada vez mais discípulos, o que despertou a ira de muitos políticos e
oradores. Por duas vezes Sócrates foi condenado à prisão. Na primeira,
quando serviu na Guerra do Peloponeso como um general pela sua
habilidade da oratória. Ao final, para salvar os poucos soldados que
restaram, ordenou que todos voltassem para Atenas, deixando os mor-
tos no campo de batalha, contrariando uma lei que obrigava a enterrar
os mortos ou morrer tentando. Depois de ser preso, convenceu seus
julgadores que tinha sido a melhor opção deixar alguns mortos do que
morrerem todos, uma vez que, se todos morressem, ninguém poderia
enterrá-los. Dessa forma, ele conseguiu a liberdade.
37
A História da Filosofia
Legado Filosófico
A partir de Sócrates, uma grande ruptura se estabeleceu na história
da Filosofia grega. Enquanto os pré-socráticos, naturalistas, refletiam
sobre a natureza e o fundamento das coisas, Sócrates questionava a
natureza ou realidade última do homem. Buscava um fundamento para
as grandes questões humanas – o que é o bem, o que é a virtude, o
que é a justiça –, enquanto os sofistas situavam suas reflexões a partir
do sensório imediato.
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Sócrates
Paradoxos Socráticos
Os Paradoxos Socráticos eram proposições éticas defendidas
por Sócrates, contrárias à opinião comum. Os principais são:
• “A virtude é um conhecimento”;
• “As virtudes constituem uma unidade”;
• “Ninguém faz o mal voluntariamente”: Sócrates afirmava que
“Ninguém faz o mal voluntariamente, mas por ignorância, pois a
sabedoria e a virtude são inseparáveis”;
• “É preferível sofrer injustiça do que cometê-la” ou “jamais se
deve responder à injustiça pela injustiça, nem fazer mal a outrem,
nem mesmo àquele que nos fez mal”.
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Platão
Juntamente a Sócrates, seu mentor, e Aristóteles,
seu pupilo, Platão foi o primeiro a sistematizar
a filosofia ocidental, com a descoberta do
suprassensível, que possibilitou a união do
“vir-a-ser” de Heráclito e o “eterno” de Parmênides.
Sua abrangência é tamanha que grande parte da
produção filosófica posterior irá tomar suas ideias
como origem, seja para aprofundar, seja para refutar.
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A História da Filosofia
A Academia
Desiludido com a política, Platão faz várias viagens à Sicília até que,
aos 40 anos, compra um ginásio nos arredores de Atenas e funda sua
Academia, onde se discutia livremente temas como a matemática, mú-
sica e astronomia, além das questões filosóficas. A Academia não era
uma escola propriamente dita. Lá se reuniam jovens e anciões em bus-
ca, em última instância, do saber pelo seu valor ético-político. Há rela-
tos que, na entrada da Academia, estava escrito: “Não entre quem não
souber geometria”.
Dialética
Platão buscou construir um fundamento sólido para a conduta hu-
mana. Defendeu que era preciso se afastar da vida prática para encon-
trar a verdade, a qual deveria ser o objeto de contemplação (theoría).
Assim, afastar-se da política era uma opção clara pela teoria. Nesse
sentido, Platão desenvolveu um sistema de pensamento coerente que
deveria se autojustificar e demonstrar sua coerência, denominado
“dialética”. Originalmente, esta palavra designava a técnica de discus-
são, usada pelos sofistas. Para Platão, no entanto, a dialética era um en-
cadeamento de raciocínios precisos, os quais impossibilitavam a refu-
tação. Um exemplo da dialética de Platão são os Diálogos de Sócrates.
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Platão
A Alegoria da Caverna
No interior da caverna permanecem seres humanos, que nas-
ceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrenta-
dos, sem poder mover-se, forçados a olhar somente para a parede
do fundo da caverna, sem poder ver uns aos outros ou a si pró-
prios. Atrás dos prisioneiros há uma fogueira, separada deles por
uma parede baixa, por detrás da qual passam pessoas carregando
objetos que representam “homens e outras coisas viventes”. As
pessoas caminham por detrás da parede de modo que os seus
corpos não projetam sombras, mas sim os objetos que carregam.
Os prisioneiros não podem ver o que se passa atrás deles, e veem
apenas as sombras que são projetadas na parede à sua frente. Pe-
las paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora,
de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às
sombras, acham que tais ruídos vêm das formas projetadas na pa-
rede. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras se-
jam a realidade. Contudo, um dos prisioneiros se liberta, conhece
o interior da caverna e até mesmo sai dela, vendo pela primeira
vez o Sol e o mundo exterior. Ao retornar para contar aos seus
semelhantes, presos às correntes, eles não acreditam nele, esco-
lhendo permanecer onde estão.
43
A História da Filosofia
44
Platão
A amplitude dos temas abordados por Platão foi tão grande que o
lógico britânico do século XX, Alfred North Whitehead, chegou a afir-
mar que toda a filosofia ocidental subsequente não passava de “um
conjunto de notas de rodapé de Platão”.
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Aristóteles
Juntamente a Platão, Aristóteles é o pensador
mais influente da tradição filosófica ocidental.
De uma abrangência surpreendente, sua obra
resiste a qualquer tentativa de descrição resumida.
Aristóteles estabeleceu os fundamentos do
pensamento científico. Suas concepções foram
dominantes na filosofia europeia até o século XVII.
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A História da Filosofia
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Aristóteles
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A História da Filosofia
A Lógica Aristotélica
As proposições ou afirmações sobre alguma coisa devem seguir
algumas regras para que não sejam apenas um jogo de palavras,
como o fazem os sofistas. Portanto, para Aristóteles, anteriormente
ao próprio conhecimento, é necessário examinar o funcionamento
da linguagem, evitando-se, dessa forma, que se cometam equívocos
na expressão de uma ideia. Essas regras foram chamadas por Aristó-
teles de organon, que hoje em dia nada mais é que a lógica. Foi por
meio dela que se estabeleceu a primazia da lógica dedutiva.
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Aristóteles
Legado
Aristóteles escreveu uma verdadeira enciclopédia a respeito da
natureza, da sociedade e dos indivíduos. Classificou tudo da forma
mais pormenorizada possível, tentando definir cada coisa em o que
é (gênero) e o que não se assemelha (diferenças). Dessa forma, pro-
pôs uma hierarquização de todas as coisas. Contribuiu, desse modo,
para quase todos os campos do conhecimento humano, o que faz
dele uma das pessoas mais influentes de que se tem notícia. Seus
estudos foram tão notáveis quanto também objeto de inúmeras crí-
ticas posteriores, a ponto de Bertrand Russell observar que “quase
todo o avanço intelectual sério teve de começar com um ataque a
alguma doutrina aristotélica”.
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Epicuro
Filósofo da busca da felicidade, a doutrina de
Epicuro tornou-se muito influente, tendo fincado
raiz em numerosos centros epicuristas que se
estabeleceram na Jônia, no Egito e, a partir
do século I, em Roma, onde Lucrécio foi seu maior
divulgador. Hoje, sua filosofia prática tem chamado
atenção de muitos, levando a um retorno à sua obra
em busca de orientações para uma existência feliz.
53
A História da Filosofia
O Prazer
A doutrina de Epicuro entende que o bem maior reside no prazer.
Por conta dessa afirmação, o epicurismo foi muitas vezes confundi-
do com o hedonismo, doutrina proposta pelo discípulo de Sócra-
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Epicuro
O Atomismo de Epicuro
Epicuro afirmava que, ao compreender como opera a Natu-
reza, o homem pode livrar-se do medo e das superstições que
afligem o espírito. E, para ele, o atomismo era a única doutrina
filosófica que estava verdadeiramente livre das superstições reli-
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A História da Filosofia
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Sêneca
Nascido em Córdoba, Espanha, Sêneca
destacou-se como filósofo estoico e pensador
político. Em suas obras, faz reflexões sobre a
liberdade, a justiça, a tirania e a participação
dos cidadãos na vida pública. O modo como
enfrentou o suicídio forçado tornou-se um
modelo do estoicismo na prática.
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A História da Filosofia
Estoicismo
• Os homens são iguais (contra a escravidão);
• Os males são devidos às paixões humanas (ambição, crueldade,
sede de glória, de poder etc.);
• O papel do soberano é o de encarnar a sabedoria realizando
a ordem.
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Sêneca
rico, vivia modestamente: bebia apenas água, comia pouco, dormia so-
bre um colchão duro.
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A História da Filosofia
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Plotino
Fundador do neoplatonismo, Plotino
reinterpretou o platonismo, acrescentando
elementos de doutrinas clássicas religiosas,
pitagóricas e de outras origens. Sua obra
teve grande influência sobre escritores
cristãos, judeus e islâmicos.
Réplica do busto de
Plotino (c. século V d.C.)
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A História da Filosofia
62
Plotino
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Agostinho
de Hipona
O bispo de Hipona Aurélio Agostinho é
um dos mais importantes iniciadores da
tradição platônica no surgimento da filosofia
cristã e é, igualmente, um dos principais
responsáveis pela síntese entre o pensamento
filosófico clássico e o cristianismo.
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A História da Filosofia
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Agostinho de Hipona
67
Boécio
Considerado uma ponte entre a filosofia
clássica e o pensamento medieval, foi conhecido
como “o último dos romanos e o primeiro dos
escolásticos”. Sua obra-prima, "A Consolação da
Filosofia", tornou-se um dos grandes títulos da
literatura filosófica de todos os tempos.
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A História da Filosofia
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Boécio
71
Anselmo
Tido como um dos iniciadores da tradição
escolástica, Anselmo distinguiu-se sobretudo por
ter formulado o célebre argumento ontológico
para demonstrar a existência de Deus; é
também autor de diálogos em que apresenta
um tipo de análise conceitual muito influente no
desenvolvimento da filosofia medieval. Em várias
de suas obras, procurou conciliar a fé e a razão.
Estátua de Anselmo na
Catedral de Cantuária, na
Inglaterra (s.d.)
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A História da Filosofia
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Anselmo
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Tomás
Criador do tomismo, corrente escolástica que
floresceu no final da Idade Média, o pensamento
de são Tomás de Aquino fortaleceu a Igreja,
uma vez que demonstrava não haver conflito
entre a fé e a razão, e foi usado no combate ao
protestantismo durante a Contrarreforma.
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A História da Filosofia
78
To m á s
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A História da Filosofia
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Eckhart
Tido como um dos maiores pensadores do Ocidente
cristão, Meister, ou “Mestre”, Eckhart foi um pregador e
teólogo dominicano, nascido provavelmente em 1260,
na Alemanha. Hegel o considerou o precursor de sua
dialética. Eckhart conclui que Deus não existe, uma vez
que a existência é uma imperfeição para o Absoluto.
Caligrafia de Meister
Eckhart (s.d.)
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A História da Filosofia
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Eckhart
Por conta de suas ideias, em cerca de 1320, quando Ekhart foi no-
meado primeiro professor da escola de Colônia, o arcebispo Herman
von Virneburg o acusou de heresia. No entanto, Nicolau de Estrasbur-
go, sob cuja responsabilidade o Papa tinha temporariamente colocado
os mosteiros dominicanos da Alemanha, o exonerou. O arcebispo, po-
rém, continuou a acusar Eckhart e Nicolau na sua própria corte. Nicolau
negou a competência da inquisição arquiepiscopal e apelou ao Papa.
A disputa continuou até depois da morte de Eckhart, em 1327. Sempre
no cargo de primeiro professor de Colônia, o Mestre não chegou a ser
realmente molestado pela inquisição. Ao menos, não em vida.
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Nicolau
Filósofo e teólogo cujas obras tiveram grande influência
no Renascimento e no surgimento do pensamento
moderno. A mais conhecida, Da Douta Ignorantia,
formula uma “teologia negativa” na qual o conhecimento
de Deus é impossível, e todo conhecimento é conjectural,
devendo dar lugar à intuição e à especulação.
Nicolau de Cusa
(anônimo, c. 1480)
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A História da Filosofia
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Nicolau
A Douta Ignorância
Seu principal livro, A Douta Ignorância, escrito para demonstrar que
quanto mais sábia uma pessoa for, mais ela reconhecerá sua própria
ignorância, parte da máxima socrática “sei que nada sei”. A obra é or-
ganizada em três livros. O primeiro trata sobre Deus por meio de ana-
logias matemáticas; o segundo aborda o Universo enquanto unidade
na multiplicidade; e o terceiro livro discorre sobre Jesus, o máximo con-
traído e absoluto.
O Pensamento de Nicolau
• Todo conhecimento vai desde o conhecido até o desconhecido,
mediante o estabelecimento de proporcionalidades;
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Erasmo
O teólogo e filósofo humanista holandês Desidério
Erasmo pregou um evangelismo filosófico que
redundou numa teoria política repleta de ideal moral
e religioso, a qual busca converter os príncipes de
modo a fazê-los desempenhar seu papel de forma
cristã, o que resultará em paz e harmonia.
Erasmo de Roterdã,
por Hans Holbein,
o Jovem (1530)
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A História da Filosofia
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Erasmo
Cultura de Paz
Erasmo era um pacifista dedicado. Elaborou um programa, com
o qual pretendia estabelecer uma cultura de paz na Europa. O
programa consistia dos seguintes requisitos:
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Maquiavel
Figura fundamental na filosofia política, Maquiavel
trouxe, com suas obras, um novo realismo ao
estudo da política, encarando as organizações
políticas como entidades orgânicas sujeitas às suas
próprias leis de desenvolvimento e que nada têm a
ver com uma ordem moral independente.
Maquiavel retratado
por Santi di Tito (s.d.)
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A História da Filosofia
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Maquiavel
chos de sua obra, que o fim pode vir a justificar os meios, ao mesmo
tempo ele avança a atenção pelas necessidades dos homens e mulhe-
res e revela um interesse genuíno na natureza humana.
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A História da Filosofia
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Maquiavel
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Montaigne
Conhecido por ter tomado uma posição cética em
relação às certezas e aos valores da Idade Média,
Montaigne, em seus Ensaios, não só modernizou
e enriqueceu a argumentação do ceticismo, mas
mostrou a influência que os fatores pessoais,
sociais e culturais exercem sobre as ideias.
Retrato de Montaigne
por Daniel Dumonstier
(c. 1578)
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A História da Filosofia
Ceticismo
O Ceticismo entende que o conhecimento do real é impossível
à razão humana. Portanto, o homem deve renunciar à certeza, sus-
pender seu juízo sobre as coisas e submeter toda afirmação a uma
dúvida constante. Essa concepção surgiu na filosofia grega com
Pirro de Élis (c. 360 - 270 a.C.) e desenvolveu-se em várias verten-
tes. Sexto Empírico (viveu entre os séculos II e III d.C.), seu principal
sistematizador defende que, se a certeza é impossível, devemos
renunciar às tentativas de conhecimento do ceticismo pirrônico,
o qual embora reconhecesse a impossibilidade da certeza, achava
necessário continuar buscando-a. O ceticismo tem três etapas: a
epoché, a suspensão do juízo que resulta da dúvida; a zétesis, a
busca incessante da certeza; e a ataraxia, a tranquilidade ou im-
perturbabilidade que resulta do reconhecimento da impossibilida-
de de se atingir a certeza e da superação do conflito de opiniões
entre os homens. Na concepção cética, portanto, a especulação
filosófica retornaria ao senso comum e à vida prática.
100
Montaigne
101
Bacon
Para o filósofo inglês Francis Bacon, a
filosofia deve ser algo prático, que traga
benefício à humanidade. Contudo, a
mentalidade científica só pode ser alcançada
através da eliminação de uma série de
preconceitos e falsas visões, os “ídolos”.
Bacon, por Frans
Pourbus (1617)
103
A História da Filosofia
104
Bacon
105
A História da Filosofia
Empirismo
O empirismo, a doutrina adotada por Francis Bacon, afirma que
todo conhecimento humano deriva, direta ou indiretamente, da
experiência sensível externa ou interna. Não há, portanto, outra
fonte de conhecimento senão a experiência e a sensação. As ideias
só nascem de um enfraquecimento da sensação, e não podem ser
inatas. Daí o empirismo rejeitar todas as especulações como vãs e
impossíveis de circunscrever.
106
Descartes
Tido como o primeiro filósofo moderno, sua obra
revolucionou a filosofia e a ciência. Como matemático,
sugeriu a fusão da álgebra com a geometria,
gerando a “geometria analítica” – e criou o sistema
de coordenadas que hoje leva o seu nome. Sua obra
filosófica destaca a importância do método e traz
avanços nos campos da Ontologia e da Metafísica.
107
A História da Filosofia
108
Descartes
109
Hobbes
Embora Thomas Hobbes tenha sido
um empirista, na história da filosofia,
é considerado sobretudo um pensador
político. Sua importância persiste até hoje
como modelo permanente da filosofia
cética e pragmática.
111
A História da Filosofia
112
Hobbes
Materialismo
A doutrina adotada por Thomas Hobbes, o materialismo, reduz
toda a realidade à matéria – embora o conceito de “matéria”
possa variar bastante. De modo geral, o materialismo nega a
existência da alma ou da substância pensante cartesiana, bem
como a realidade de um mundo espiritual ou divino cuja existência
seria independente do mundo material. O próprio pensamento
teria uma origem material, como um produto dos processos de
funcionamento do cérebro.
113
Pascal
A notoriedade do filósofo e cientista francês Blaise Pascal
é devida, entre outros atributos geniais, a ter inventado,
aos 20 anos, a “máquina de calcular”, uma das primeiras
calculadoras mecânicas; aos 23, ter demonstrado a
existência do vazio na natureza e, juntamente a Leibniz,
ter criado a Teoria das Probabilidades.
115
A História da Filosofia
116
Pascal
117
Espinosa
A influência do pensamento filosófico de Espinosa na
formação da visão de mundo moderno é tremenda, a
ponto de germinar movimentos intelectuais posteriores.
O historiador da Filosofia Jonathan Israel afirma: “uma
leitura minuciosa nos primeiros materiais sugere, ao
menos para mim, que Espinosa e o espinosismo eram,
de fato, a coluna vertebral intelectual do Iluminismo
Radical em toda Europa”.
Retrato de Espinosa
pertencente à coleção de
pinturas da Biblioteca
Herzog August,
Volfembutel, Alemanha
(anônimo, c. 1665)
119
A História da Filosofia
120
Espinosa
121
Leibniz
O filósofo e matemático alemão Gottfried Wilhelm
Leibniz interessava-se também por Direito, pelas
questões religiosas e, sobretudo, por política. Seu
sonho era a fundação de uma confederação dos
Estados europeus. Junto aos sistemas de Descartes
e de Espinosa, o de Leibniz é o terceiro dos grandes
sistemas racionalistas do século XVII e, em muitos
aspectos, o mais incomum.
Leibniz em gravura de
Meyers Lexicon (c. 1905)
123
A História da Filosofia
124
Leibniz
De acordo com o filósofo Simon Blackburn, ”as mônadas não têm ex-
tensão, sendo entidades mentais suscetíveis de percepção e estados ape-
titivos, embora cada uma delas seja autossuficiente e se desenvolva sem
qualquer relação com outras mônadas. Sua autossuficiência é frequente-
mente enfatizada na afirmação de que as mônadas ‘não têm janelas’”.
Mônadas
• As mônadas são fechadas, “sem portas nem janelas”, mas
podem coexistir segundo uma “harmonia preestabelecida”;
125
Voltaire
Escritor, poeta e filósofo, Voltaire é conhecido por ter
sido o grande promotor da cosmologia newtoniana
na França e por ter destruído a crença no poder do
encantamento sobre o mundo natural. Combateu
as ‘’trevas” da ignorância e da superstição por meio
do único agente capaz de libertar o homem da mais
cruel das superstições: a razão.
O filósofo, poeta,
historiador, ensaísta e
dramaturgo Voltaire
(autor desconhecido,
c. 1694 - 1778)
127
A História da Filosofia
Sua franqueza o levou a ser preso duas vezes, fato que o fez
exilar-se na Inglaterra. Ali, orientou definitivamente sua obra e seu
pensamento para uma filosofia reformadora. Na Inglaterra, escre-
veu, entre outros, um dos livros que mais o projetaram, as Cartas
Filosóficas ou Cartas Inglesas, que criticava o regime político fran-
cês, fazendo espirituosas comparações entre a liberdade inglesa e o
atraso da França absolutista e clerical.
128
Vo l t a i r e
129
Rousseau
Para Rousseau, as instituições educativas corrompem
o homem e o privam de sua liberdade. Para a criação
de um novo homem e de uma nova sociedade, seria
preciso educar a criança de acordo com a Natureza,
desenvolvendo seus sentidos e sua razão com vistas à
liberdade e à capacidade de julgar.
131
A História da Filosofia
132
Rousseau
133
A História da Filosofia
134
Hume
Considerado o naturalista mais completo da
filosofia moderna, Hume é uma figura essencial do
Iluminismo. Sua influência é incalculável. De fato,
quase todos os estudos antropológicos, sociológicos e
comparativos encontram raiz em sua obra.
135
A História da Filosofia
136
Hume
137
Kant
A doutrina de Kant, um dos filósofos que mais
profundamente influenciou a formação da filosofia
contemporânea, representa um dos pontos decisivos
da história do pensamento humano. Sua obra afetou
implicitamente toda a epistemologia, a metafísica e
a ética modernas.
Gravura de Immanuel
Kant publicada no
Meyers Lexicon (c. 1905)
139
A História da Filosofia
140
Kant
141
A História da Filosofia
Vista de
Kaliningrado,
antiga Königsberg,
onde Kant passou
toda a vida
142
Fichte
Marcado pela obra de Kant, Johann Fichte é um dos
principais representantes do idealismo alemão pós-
kantiano. Para ele, só a consciência é o fundamento
para explicar a experiência, e que toda consciência
que se dirige a qualquer outra coisa tem como sua
origem a consciência dirigida para si mesma.
143
A História da Filosofia
144
Fichte
145
Schelling
Considerado o principal filósofo do romantismo
na Alemanha, juntamente a seu contemporâneo
Fichte, Schelling é um dos principais representantes
do idealismo alemão pós-kantiano. Foi um dos
precursores do existencialismo.
Schelling, em gravura
produzida no início do
século XX (c. 1909)
147
A História da Filosofia
148
Schelling
“Não há nenhuma realidade nem em nós nem fora de nós que não
seja divina”. No entanto, essa divindade não é o Deus da doutrina cris-
tã, o criador que permanece estranho ao mundo. É a própria vida in-
finita que atua em tudo o que existe como o princípio mais profundo.
149
Hegel
O mais importante filósofo do idealismo alemão
pós-kantiano foi um dos autores que mais influenciou
o pensamento de sua época e o desenvolvimento da
filosofia a partir de então. Além de sua filosofia social
e política, um dos legados de Hegel foi sua concepção
da lógica (dialética), que viria a influenciar Marx na
concepção do Materialismo Dialético.
Retrato de Hegel em
linha artística (c. 1831)
151
A História da Filosofia
152
Hegel
153
Schopenhauer
Fortemente influenciado por Kant, Schopenhauer
criou uma filosofia pessoal, considerada pessimista e
ascética. Combateu o hegelianismo e sua oposição ao
meio acadêmico alemão fez com que seu pensamento
tivesse relativamente pouca repercussão, alcançando
notoriedade no final de sua vida.
Arthur Schopenhauer em
gravura da enciclopédia alemã
Meyers Lexikon (c. 1905)
155
A História da Filosofia
A Arthur era tão pessimista que sua própria mãe, a então renomada
escritora Johanna Schopenhauer – a primeira autora de língua alemã a
publicar sem usar pseudônimo masculino –, reclamava desse aspecto
do filho. Polêmico e ciente de seu valor, criou uma grande rivalidade
com Hegel, cujo pensamento desprezava, considerando filosofia da
pior qualidade. Marcava suas palestras no mesmo dia e hora que as de
seu adversário, e decepcionava-se porque os espectadores preferiam,
quase sem exceção, as prelações do professor Hegel. Schopenhauer
atribuía suas aulas vazias, porém, à falta de discernimento dos alunos
pela escolha e não à sua rabugice.
156
Schopenhauer
157
Kierkegaard
O pensador romântico, Soren
Kierkegaard, cuja obra é permeada
de angústia e calcada em suas
experiências pessoais, é precursor
do existencialismo contemporâneo,
especialmente em Heidegger.
Desenho de Kierkegaard
por Niels Christian
Kierkegaard (c. 1840)
159
A História da Filosofia
160
Kierkegaard
161
Marx
Um dos mais influentes pensadores do século XIX,
postulador do marxismo, a obra de Karl Marx teve
um grande impacto em sua época e na formação
do pensamento social e político contemporâneos.
Sua concepção teórica relativa à sociedade
humana e sua economia é monumental.
163
A História da Filosofia
164
Marx
ingleses, como Adam Smith e David Ricardo, com a ruptura com o pen-
samento hegeliano e com a tradição idealista da filosofia alemã.
165
A História da Filosofia
166
Nietzsche
Um dos pensadores mais originais do século XIX
e um dos maiores influenciadores do pensamento
contemporâneo, Nietzsche propôs uma a filosofia
cuja ideia central é a “afirmação da vida”,
determinando o questionamento de qualquer
doutrina que drene a expansão de energias.
167
A História da Filosofia
168
Nietzsche
169
Bergson
Considerado o mais importante filósofo francês
do início do século XX, promoveu a recuperação
da metafísica. Contudo, apesar do alcance de sua
filosofia, o aspecto espiritual que caracteriza sua obra
– que inclui sua interpretação espiritual da evolução –
foi contestado pelos desenvolvimentos modernos.
171
A História da Filosofia
172
Bergson
173
Unamuno
Destacando-se como poeta, romancista e crítico
literário, Miguel de Unamuno é um dos maiores
filósofos e homens de letras da Espanha do século XX,
responsável pelo desenvolvimento do pensamento
espanhol contemporâneo e pela introdução dos grandes
temas da filosofia de sua época na cena espanhola.
Miguel de Unamuno, em
1925 (autor anônimo)
175
A História da Filosofia
176
Unamuno
177
Russell
O filósofo e matemático inglês Bertrand Russell
destacou-se não só por conta da sua obra em lógica,
filosofia da matemática e filosofia da linguagem, mas
também por seu ativismo político em favor de causas
liberais e por seus projetos educacionais; sua obra foi
reconhecida com o Prêmio Nobel de Literatura em 1950.
179
A História da Filosofia
180
Russel
181
Jaspers
A obra de Karl Jaspers se inspira
em Kierkegaard para desenvolver
uma filosofia da existência,
segundo a qual o indivíduo
pode, por meio de sua liberdade,
tornar-se o agente de sua vida.
183
A História da Filosofia
184
Jaspers
185
Heidegger
Heidegger é, ao lado de Russell, Wittgenstein, Sartre,
Adorno e Foucault, um dos pensadores fundamentais
do século XX. Suas principais contribuições à
filosofia foram a recolocação do problema do ser e a
refundação da Ontologia. Sua obra influenciou muitos
outros filósofos, entre os quais Jean-Paul Sartre.
187
A História da Filosofia
188
Heidegger
189
Wittgenstein
Um dos fundadores da filosofia analítica, a obra
de Wittgenstein, idiossincrática e original, teve
influência no desenvolvimento dessa corrente
filosófica. Considerado a figura mais carismática
da filosofia do século XX, viveu e escreveu com
um poder e uma intensidade atordoantes e que
confundiam seus contemporâneos.
Retrato de Wittgenstein
quando recebeu a bolsa
do Trinity College (1929)
191
A História da Filosofia
192
Wittgenstein
193
Marcuse
Marcuse, um dos maiores pensadores do século XX,
influenciou os movimentos de contracultura dos
anos 1960 ao criticar o mecanismo de alienação do
capitalismo, chamando atenção para o fato de que os
indivíduos estão entorpecidos pelos produtos de seu
trabalho e desistem da emancipação.
Marcuse, em 1955, na
época em que lecionou
nos EUA, em Newton,
Massachusetts
195
A História da Filosofia
196
Marcuse
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A História da Filosofia
le, temos uma produção de bens supérfluos cada vez maior, para
redirecionar as necessidades de prazer e satisfação da população.
198
Sartre
Principal representante do existencialismo
francês, Jean-Paul Sartre foi um dos
pensadores mais influentes do final do
século XX, destacando-se não só como filósofo,
mas como romancista, autor de peças teatrais
de grande sucesso e militante político.
199
A História da Filosofia
200
Sartre
Simone de Beauvoir e
Sartre em Pequim, 1955
201
A História da Filosofia
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Arendt
Depois da brutalidade do Holocausto nazista contra os
judeus, os poloneses, russos e outras minorias, a filósofa
alemã de origem judia Hannah Arendt estudou o mal
e a violência, produzindo importantes saberes sobre o
tema. Também conceituou sobre a natureza humana,
engendrando contribuição significativa à Ontologia.
203
A História da Filosofia
204
Arendt
205
Beauvoir
Simone de Beauvoir, parceira intelectual de
Sartre, pioneira do movimento feminista com
seu livro "O Segundo Sexo", foi a principal
divulgadora da filosofia existencialista.
Simone Beauvoir, em
novembro de 1968
(autor desconhecido)
207
A História da Filosofia
208
Beauvoir
209
Barthes
O pensamento de Roland Barthes,
inspirado na linguística do filósofo e
linguista suíço Ferdinand de Saussure, na
antropologia estrutural e na psicanálise
de Jacques-Marie Lacan, estuda as
relações da literatura com o poder.
Roland Barthes em
linha artística (s.d.)
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A História da Filosofia
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Barthes
Barthes, esses conjuntos ideológicos são, na maior parte das vezes, ab-
sorvidos despercebidamente, o que possibilitava e tornava viável o uso
de veículos de comunicação para a persuasão.
213
Foucault
Um dos mais influentes pensadores franceses
contemporâneos, Michel Foucault partiu do
estruturalismo, vindo, porém, a rejeitar essa
corrente, e desenvolveu um pensamento próprio,
marcante pela criatividade e originalidade, cujo
tema central são as relações de poder.
215
A História da Filosofia
216
Foucault
217
Derrida
Influenciado pelo estruturalismo de Strauss e de
Lacan, bem como pela fenomenologia de Husserl
e pela filosofia de Heidegger, Derrida desenvolveu
um pensamento muito original, caracterizado
pela criação de uma terminologia própria e pela
proposta do método da “desconstrução”.
219
A História da Filosofia
220
Derrida
221
Bibliografia
E-REFERÊNCIAS
ALSTON, W. P. O que é filosofia da Linguagem? Disponível em: http://
www.cfh.ufsc. br/~wfil/alston.htm. Acesso em: 11 nov. 2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADORNO, Theodor W; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclareci-
mento. Tradução de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1985.
223
A História da Filosofia
JANS, Curt Paul. Friedrich Nietzsche: Uma Biografia (três volumes). Tra-
dução de Markus A. Hediger. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2016.
224
Bibliografia
225
online.editora
onlineeditora
a historia da
Filosofia
Uma viagem pela história da filosofia ocidental
através das obras dos seus principais pensadores:
ISBN 978-65-87817-32-3
IMPRESSO NO BRASIL