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Universidade Catolica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Os princípios permanentes da Doutrina Social da Igreja

Nome: João Álvaro Izequiel Constâncio

Codigo – 7082122706

Licenciatura em ensino de Português

Cadeira: Fundamentos da Teologia Católica

Ano: 2º ano

Turma:

Tutor:

Quelimane, Novembro de 2022


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
Máxima Tutor
• Índice 0,5
• Introdução 0,5
Aspectos
Estrutura • Discussão 0,5
organizacionais
• Conclusão 0,5
• Bibliografia 0,5
• Contextualização 2
(Indicação clara
do problema)
• Descrição dos 1
Introdução
objectivos
• Metodologia 2
adequada ao
objecto do
trabalho
• Articulação e 1
domínio do
discurso
académico
Conteúdo
(expressão
escrita cuidada,
coerência /
Análise e coesão textual)
discussão
• Revisão 2
bibliográfica
nacional e
internacional
relevante na área
de estudo
• Exploração dos 2.5
dados
Conclusão • Contributos 2
teóricos práticos
• Paginação, tipo e 1
Aspectos tamanho de letra,
Formatação
gerais paragrafo,
espaçamento
entre linhas
Normas APA • Rigor e 2
Referências
6ª edição em coerência das
Bibliográficas
citações e citações/referênc
bibliografia ias bibliográficas
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Índice

1. Introdução............................................................................................................................ 1

1.1. Objetivos.......................................................................................................................... 1

1.1.1. Objetivo Geral .............................................................................................................. 1

1.1.2. Objetivo Específicos .................................................................................................... 1

1.2. Metodologias ................................................................................................................... 1

2. Os princípios permanentes da Doutrina Social da Igreja. ................................................... 2

2.1. O Princípio da dignidade humana ................................................................................... 2

2.1.1. A concepção de pessoa ................................................................................................ 2

2.1.1.1. As duas dimensões da pessoa: corpo e espírito ........................................................ 2

2.1.1.2. As características estruturais da pessoa ................................................................ 3

2.1.2. A dignidade humana................................................................................................. 4

2.2. O Princípio de Solidariedade ........................................................................................... 5

2.2.1. Da intrínseca sociabilidade....................................................................................... 5

2.2.2. À solidariedade como virtude moral ........................................................................ 5

2.2.3. A solidariedade como princípio ............................................................................... 6

2.2.4. O Princípio de Solidariedade na Doutrina Social da Igreja...................................... 6

2.3. Princípio de Subsidiariedade ........................................................................................... 7

2.3.1. A subsidiariedade na Doutrina Social da Igreja ....................................................... 7

2.4. Princípios do Bem comum ........................................................................................... 8

3. Conclusão ............................................................................................................................ 9

4. Referencia bibliográfica ................................................................................................................ 10


1. Introdução

A expressão Doutrina Social da Igreja designa o conjunto de escritos e mensagens –


cartas, encíclicas, exortações, pronunciamentos, declarações – que compõem o pensamento do
magistério católico a respeito da questão social. Não tem caráter dogmático nem intraeclesial:
são os problemas sociais, políticos e econômicos os seus objetos.

A proposta social da Igreja gira em torno de alguns valores e princípios fundamentais e


gerais, permanentes e universais, e que constituem a espinha dorsal da sua proposta. Eles
valem para todos indiscriminadamente. Há, assim, um modo de entender a pessoa, a vida
humana e a sociedade, que dá continuidade a todos os documentos.

Os princípios são: (Princípio da Dignidade Humana); em seguida, o Princípio de


Solidariedade, entendida como comunhão fraterna para o bem de todos; em terceiro lugar, o
Princípio de Subsidiariedade, que prioriza a participação dos vários grupos da sociedade para
a resolução de seus próprios problemas; Por fim, o Princípio do Bem Comum, um bem em
que todos devem tomar parte e objetivo último dos três anteriores.

1.1.Objetivos
1.1.1. Objetivo Geral

• Compreender os Princípios permanentes da Doutrina Social da Igreja.


1.1.2. Objetivo Específicos

• Estabelecer conceitos básicos sobre Doutrina Social da Igreja;


• Identificar os Princípios permanentes da Doutrina Social da Igreja;
• Descrever os Princípios permanentes da Doutrina Social da Igreja.
1.2.Metodologias

De acordo com Marconi & Lakatos, (2003), qualquer pesquisa depende de uma pesquisa
bibliográfica, factores, magnitude e aspectos tomados no passado a partir do material já
elaborados de diversos autores sobre o assunto em análise. Este método permite compreender
as diversas opiniões de autores sobre o tema em pesquisa. Para a materialização do trabalho
utilizou se a técnica de pesquisa bibliografia.

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2. Os princípios permanentes da Doutrina Social da Igreja.

Doutrina Social da Igreja: Essa expressão consiste no conjunto de escritos e mensagens


de cada papa – cartas, encíclicas, exortações, pronunciamentos, declarações – que compõem o
pensamento do magistério católico a respeito da questão social, levando sempre em
consideração que a comunidade cristã é o sujeito da DSI (CNBB, 2004).

Os princípios de reflexão permanentes são verdadeiros pontos fixos em torno dos quais
gira todo o pensamento social católico e são guias de ação para os católicos. Eles se
apresentam na forma de quatro princípios, bem articulados e interdependentes:

• O Princípio da Dignidade Humana, no qual todos os demais princípios


encontram seu firme fundamento;
• O Princípio da Solidariedade;
• O Princípio da Subsidiariedade;
• E, por fim, como objetivo final de todos, o Princípio do Bem Comum.

2.1. O Princípio da dignidade humana

A ideia de que a dignidade da pessoa é o ponto de apoio necessário para dar sustentação e
efetividade aos direitos fundamentais consagrados nos vários ordenamentos jurídicos de
diversos países é compartilhada de maneira ampla por variadas correntes de pensamento e
ideologias.

Marx e Engels (2007), no século XIX, procuram mostrar que a práxis humana constrói as
ideias – e não o contrário. Na sua concepção de ideologia, as ideias sempre revelam uma parte
da realidade, ocultando outra, servindo como instrumento de dominação da classe
hegemônica.

2.1.1. A concepção de pessoa


2.1.1.1.As duas dimensões da pessoa: corpo e espírito

Como já foi dito, para a Doutrina Social da Igreja é o primado da pessoa que fundamenta
todo o seu pensamento. Ou seja, o ser humano é “o protagonista, o centro e o fim de toda a
vida econômico-social” (GS, nº 63). A dignidade da pessoa humana deve ser o objetivo
último da produção de bens, da organização política e das expressões culturais. Nada a atinge

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ou fere mais profundamente do que o fato de se tornar instrumento da economia de mercado
ou de qualquer coletivismo. Sublinha o Concílio Vaticano II: "Tudo quanto existe sobre a
terra deve ser ordenado em função do homem, como seu centro e seu termo: nesse ponto
existe um acordo quase geral entre crentes e não-crentes" (GS, nº12).

Mounier (2004) diz que a pessoa é possuidora de um valor indefinido e transcendental.


Logo ela não pode ser um objeto de definição ou conhecimento acabado, terminado. Definir a
pessoa é esvaziá-la de sua grandeza real. Ela é o que se pode chamar de indefinível. “A pessoa
não é uma coisa que se pode encontrar no fundo das análises, ou uma combinação definível de
aspectos.

O pensamento católico trata o tema de maneira diversa. Podemos dizer que, nele, pessoa é
um ser confluente de dupla perspectiva: a material e a espiritual. O ser humano é “um ser de
fronteira entre o mundo puramente espiritual (Deus, Espírito Puríssimo, e os espíritos puros,
que chamamos anjos) e o mundo puramente material (os seres não viventes, as plantas, os
animais)” (MONDIN, 1998; destaque no original). Ou ainda, nas palavras de Santo Agostinho
(1990), o homem é um meio-termo entre os brutos e os anjos. Assim, na fronteira, entre um
lado e outro, “numas muitas vezes se exalta como norma absoluta. Noutras deprime-se até ao
desespero” (GS, nº 12).

2.1.1.2.As características estruturais da pessoa

Com relação à subsistência da pessoa, é importante sublinhar as características que


derivam dela própria.

A primeira característica é a inalienabilidade: O ser da pessoa não pode ser subtraído à


pessoa ou assumido por outro. A pessoa, segundo uma definição clássica, tem uma esfera de
intangibilidade pertencendo a si própria e não é alienável em outro, seja quem ou o que for. A
pessoa não pode ser anulada por nada.

A segunda característica é a completude. A pessoa não é tal em relação a um todo, mas


por si. A sua subsistência lhe confere o fato de não ser uma parte em um todo, mas um todo
em si mesma. Não é uma parte de alguma coisa.

A terceira e a quarta características são a intencionalidade e a relacionalidade, que


indicam, respectivamente, a abertura para o mundo e para os outros (na capacidade de
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estabelecer relações). Se a pessoa não se auto-possuísse não haveria nem a possibilidade de
abrir-se a fim de se doar aos outros.

Por fim, temos a característica da autonomia. O ser humano não é uma coisa, uma
realidade acabada, definida e realizada de uma vez por todas no momento em que é colocada
no mundo.

2.1.2. A dignidade humana

De todo este conjunto de fatores, dons e potencialidades que caracterizam a pessoa é que
resulta sua dignidade: ser animada por um espírito livre, racional, consciente, social, sujeito
de direitos e deveres. E sua dignidade deve ser absoluta, não pode haver imposição de
condições para ser digna, pois a dignidade não pode jamais depender de qualquer tipo de
qualificação, quer seja por raça, credo, condição socioeconômica, educação ou cultura. Esta
dignidade de pessoa humana deve ser respeitada independente da condição em que viva o ser
humano: “Ainda mesmo que o homem se avilta pelo vício transformando-se em um
alcoólatra, corrupto e criminoso, não perde a sua dignidade essencial, e a ela se deve o
respeito, que é apanágio de todas as criaturas humanas” (Ávila, 1993, p. 353).

2.1.2.1.A dignidade humana na Doutrina Social da Igreja

As bases doutrinais cristãs relativas à temática da dignidade humana se encontram tanto


nos escritos bíblicos quanto na tradição secular da Igreja, notadamente aquela deixada pela
Patrística.

O enfoque antropológico é expressivo na obra dos padres da Igreja. Como lembra Doig
(1994, p. 48) “toda a reflexão cristã de então sobre o homem – tanto a filosófica como a
teológica – dá uma importância bastante clara à valorização da dignidade humana”.

Sorge (1998) afirma que do Princípio da Dignidade Humana deriva um ponto importante:
tanto o Estado como a sociedade deverão buscar o bem comum, subordinando-o sempre à
plena realização da pessoa. Portanto, a sociedade e o Estado podem dispor da atividade da
pessoa para a consecução das metas comuns, mas jamais podem dispor da própria pessoa,
nem da vida delas, pois esta é o fundamento de todos os outros direitos.

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2.2.O Princípio de Solidariedade

Segundo Nothelle-Wildfeuer (2008), a origem linguística do termo encontra-se no


direito romano, in solidum, que significa o dever para com o todo, a responsabilidade geral, a
culpa coletiva, a obrigação solidária (obligatio in solidum). O conceito de solidariedade tem
ainda duas outras fontes: a ideia pagão-republicana (do grego homonoia e do latim concórdia)
e amizade civil (do grego philia e do latim amicitia); e a ideia cristã de fraternidade
(fraternitas) e amor ao próximo (caritas). O significado de fraternidade denota que os cristãos
são filhos do mesmo Pai, e isso os anima e os compromete ao amor ao próximo, sempre
expresso em atitudes. Segundo a autora, mesmo com a origem no direito romano, o sentido
cristão tem forte influência. Aliás, é nele que os sentimentos de unidade entre as pessoas,
independentemente de origem, nacionalidade, religião etc. são alentados.

2.2.1. Da intrínseca sociabilidade...

A pessoa é dependente da sociedade: basta pensar na dimensão afetiva, mas também


na dimensão material da vida - para vir ao mundo, para crescer, para nutrir-se, para educar-se,
para programar-se a si mesma e para realizar seu próprio projeto de humanidade (Mondin,
1995).

O ser humano recebe a vida da sociedade, desenvolve os seus conhecimentos e as suas


habilidades com a ajuda da sociedade, adquire critérios estéticos segundo a sociedade a qual
pertence. Isto é, ao mesmo tempo em que a sociedade nasce da pessoa, é uma resultante dela,
igualmente é verdade que, de fato, a pessoa existe e se realiza sempre em sociedade.

2.2.2. À solidariedade como virtude moral

Se conseguimos olhar o outro como outro eu, diz Giussani (2001), toda pessoa de boa
vontade, diante da dor e da necessidade, começa imediatamente a agir, mostra-se capaz de
generosidade. Essa generosidade é estar junto do outro em suas necessidades, oferecendo
companhia, afeto, compartilhando os bens, renunciando ao que legitimamente temos
alcançado ou ao que possuímos, a fim de que o outro possa ter um mínimo necessário; é estar
junto ao outro também para compartilhar com ele suas alegrias, seus triunfos, suas
realizações.

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A proexistência é a generosidade e a dedicação. É preocupar-se pelo outro mais do que
por si mesmo. Para que a proexistência possa se tornar um traço dominante da pessoa é
necessário um forte empenho da vontade e o exercício do cotidiano.

2.2.3. A solidariedade como princípio

O Princípio de Solidariedade se classifica em dois tipos:

A solidariedade horizontal, que constitui na ajuda recíproca entre sujeitos diferentes e


surge do socorro mútuo prestado entre as pessoas, seja pertencente ao âmbito social, seja do
mesmo nível institucional, limitando-se o Estado a oferecer-se como fiador externo16;

E a solidariedade vertical, que se expressa nas formas tradicionais de intervenção e


ação do Estado social, ou seja, alude à ação direta dos poderes públicos com a intenção de
reduzir as desigualdades sociais e permitir o pleno desenvolvimento da pessoa humana
(Galeoti, 2006; Pizzolato, 2008).

2.2.4. O Princípio de Solidariedade na Doutrina Social da Igreja

Diz Giussani (2001) que a ideia de solidariedade nasce do amor (caritas), do nosso
desejo de amar e ser amado. A caridade é a lei do ser.

A partir de Pio XII, a palavra “solidariedade” é empregada com crescente frequência e


com amplitude de significado cada vez maior: de “lei”, como Pio XII afirmava em seus
pronunciamentos, de “princípio”, como aparece na Mater et magistra, de “dever”, na
Populorum progressio, e de “valor”, na Sollicitudo rei socialis. Aliás, é a partir desta
encíclica, junto com a Caritas in veritate, que o tema da caridade ganha destaque mais central
na doutrina social cristã.

Portanto, ser solidário significa colaborar com o outro para satisfazer as suas
necessidades, oferecer companhia; é renunciar ao que possuímos por direito, para que os
outros possam ter o necessário; enfim, é compartilhar toda sorte de bens materiais e
espirituais. A solidariedade ajuda a ver o outro como semelhante, um auxílio (cf. SRS, nº 39).
Paulo VI afirma: “A solidariedade universal é para nós não só um fato e um benefício, mas
também um dever” (PP, nº 17).

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2.3.Princípio de Subsidiariedade

O Princípio de Subsidiariedade busca a valorização da sociedade e tem como pressupostos


a liberdade, a iniciativa e a responsabilidade dos indivíduos e dos grupos no exercício de seus
direitos e obrigações. Esse princípio tenta estabelecer uma relação equilibrada entre o Estado
e as pessoas, visando ao atendimento das demandas sociais de modo mais eficiente,
observando sempre os valores e vontades da sociedade.

O objetivo do princípio é o de viabilizar o pleno desenvolvimento da pessoa por meio de


um equilíbrio na relação entre as pessoas, a família, as comunidades intermediárias e o
Estado, atento sempre à diversidade e ao pluralismo de poder que caracterizam a estrutura
social.

Subsidiariedade significa ajuda ou socorro. Provém do termo latim subsidium, que


significa “ajuda da tropa reserva”. De acordo com Höffner (1986), no linguajar romano
contrapunham-se as tropas em ação no front (prima acles) e as tropas reservas (subsidiarii
cohortes).

Segundo Millon-Delsol (1993), o Princípio de Subsidiariedade contribui para o


estabelecimento de uma relação equilibrada entre o Estado, as pessoas e os grupos, mas
apresenta-se sob duplo aspecto:

a) Negativo: a autoridade em geral e o Estado em particular não devem impedir as


pessoas ou grupos sociais de conduzir suas próprias ações, isto é, de empregar tanto quanto
possível energia, imaginação e perseverança nas obras, através das quais realizam as ações de
interesse geral e interesse particular;

b) Positivo: cada autoridade tem por missão incitar, sustentar os atores insuficientes
(Millon- Delsol, 1993, p.5).

2.3.1. A subsidiariedade na Doutrina Social da Igreja

Foi com a Doutrina Social da Igreja Católica que nasceu a concepção moderna do
Princípio de Subsidiariedade, objetivando-se alcançar o equilíbrio entre um Estado totalitário
e um Estado mínimo. É a partir daí, então, que a ideia de subsidiariedade tem sua formulação
mais precisa.

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O Estado na concepção cristã, segundo Rommem (1967), é posterior à pessoa, tem
como direção o bem comum e implica em proteger a dignidade da pessoa humana e facilitar a
cada homem o cumprimento de seus próprios deveres. A sociedade e a ordem política e
econômica têm seu fundamento, seu fim e seu princípio em promover a conservação,
desenvolvimento e perfeição da pessoa humana em cada um dos seres humanos.

2.4.Princípios do Bem comum

Segundo Sanchez Agesta (1992), o Princípio de Subsidiariedade é também fundamentado


no bem comum, que indica metas ideais a serem alcançados pela sociedade, e que orienta a
ação política no sentido de oferecer em cada momento “aquele bem ou bens cuja carência ou
deficiência impede ou desfavorece esse desenvolvimento integral da pessoa de cada um dos
seres humanos que compõe a comunidade” (p. 89).

O bem comum tem um caráter de mediação para que os homens ou os grupos possam
realizar adequadamente seus fins. Para ele, tanto a ordem política como a sociedade têm seu
alicerce na realização do bem comum. É a causa final do Estado, seu íntimo fim.

O bem comum é, portanto, a regra que dirige e a norma suprema dos atos do poder do
soberano, porque o objeto desse poder nada mais é que produzir, com a colaboração de todos,
a realização efetiva do bem comum. Todas as leis se justificam exclusivamente para a sua
vantagem (Rommen, 1967).

O Princípio de Subsidiariedade se baseia, assim, na hipótese de que a pessoa,


individualmente ou em associação com outras pessoas, é potencialmente capaz de confrontar
as necessidades coletivas e satisfazê-las.

Essa perspectiva não é dominada pela suspeita em relação à presumível busca do desejo
particular e individual ou às consequências negativas que isso talvez tenha para o bem
comum. Pelo contrário, há confiança em que a tensão construtiva dentro da condição humana
tenha um resultado positivo.

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3. Conclusão

No decorrer do trabalho procuramos estudar os princípios fundamentais e permanentes da


DSI: os princípios da Dignidade Humana, da Solidariedade e da Subsidiariedade. Buscamos
compreender como esses princípios se desenvolveram, entender suas bases filosóficas e
sociais, ver como aparecem nas diferentes encíclicas e documentos oficiais, como se inter-
relacionam e como se manifestam socialmente nos dias de hoje.

No que diz respeito ao Princípio de Solidariedade, observamos que ele parte da intrínseca
sociabilidade humana – o ser humano precisa dos outros para viver – e pode se tornar uma
virtude moral.

Sobre o Princípio de Subsidiariedade, observamos que a participação popular é essencial.


Ela pode fazer a diferença. É a certeza de que o diferencial está na participação ativa dos
sujeitos nos momentos de decisão, execução e controle das políticas sociais. Para participar é
preciso conhecer, ter informações, saber o montante de recursos empregados e como serão
gastos – em quê e com o quê. Quem participa passa a ser sujeito ativo e não objeto das ações,
exigente e fiscalizador. Cada pessoa ou grupo deve ter autonomia, criatividade e liberdade
para decidir e atuar de acordo com seus valores e crenças na realidade, construindo o bem
comum. Significa, enfim, reconhecer a capacidade de cada ser humano e sua comunidade de
ser sujeito de sua própria história, como defende a DSI.

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4. Referencia bibliográfica

Aquini, Marco. Fraternidade e direitos humanos. In: BAGGIO, Antonio Maria. O


princípio esquecido/1. São Paulo: Cidade Nova, 2008.

Ávila, Fernando Bastos de. Pequena enciclopédia de Doutrina Social da Igreja. São Paulo:
Loyola, 1993.

Doig, K. Germán. Direitos Humanos e Ensinamento Social da Igreja. São Paulo: Loyola,
1994.

Giussani, Luigi. O eu, o poder e as obras: contribuição de uma experiência. São Paulo:
Cidade Nova, 2001.

Höffner, Joseph. Doutrina Social Cristã. São Paulo: Loyola, 1986.

Lakatos, E. e Marconi, M.A. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de


pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 5
ed. São Paulo: Atlas, 2003.

Marx, Karl e Engels, Friedrich. A ideologia alemã. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2007.

Mauss, Marcel. Uma Categoria do Espírito Humano: A noção de pessoa, a noção do “eu”.
Sociologia e Antropologia. Vol.1. São Paulo: EPU, 1974.

Millon-Delsol, Chantal. L’État Subsidiaire. Paris: PUF, 1992.

Rommen, Henrich A. O Estado no Pensamento Católico. São Paulo: Paulinas, 1967.

Sanchez Agesta, Luiz. El Principio de Función Subsidiaria. Revista de Estudios Políticos


nº 121, 1992, pp. 5-22.

Sorge, Bartolomeo. Por uma civilização do amor – a proposta social da Igreja. São Paulo:
Paulinas, 1998.

Torres, Sílvia Faber. O Princípio de Subsidiariedade no Direito Público Contemporâneo.


Rio de Janeiro: Renovar, 2001.

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