Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Melito Armando
Código: 708210494
Nível: 2º Ano
Turma: E
Capa 0.5
Índice 0.5
Introdução 0.5
Bibliografia 0.5
ii
Folha para recomendações para a melhoria: A ser preenchida pelo tutor
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________
iii
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 5
3.2. A queda da Bíblia como única fonte da História do Oriente Antigo ................................... 7
6. Conclusão ............................................................................................................................. 15
iv
1. Introdução
O trabalho está estruturado em três partes, que são: Introdução, desenvolvimento e conclusão,
para além dos elementos pré e pós-textuais que o compõe.
5
2. As primeiras manifestações historiográficas
Durante milénios de existência humana, enquanto não se conhecia a escrita, o passado foi
sendo transmitido de geração em geração através da oralidade e da experiência.
O registo escrito do passado dos homens começou por volta do IV milénio a.n.e., quando
surgiu a escrita. Com a descoberta da escrita os sacerdotes começaram a fixar por escrito o
passado religioso, que até ai era conservado e transmitido por via oral.
De igual modo começaram a ser registadas as memórias dos antigos heroísmos guerreiros (a
tradição épica). Neste processo foram produzidas as primeiras formas de literatura histórica
que se conhecem; as cosmogonias e mitografias.
Quando surgiu a Escrita, o que não ocorreu ao mesmo tempo por toda a parte, as corporações
sacerdotais procuraram fixar por escrito o legado religioso que até ai tinham conservado e
transmitido através da via oral. Assim, dói possível fixar as mais antigas cosmogonias. Além
do legado religioso, o legado épico, isto é, a memória de antigos heroísmos guerreiros, de cuja
transmissão se tinham encarregado sobretudo os poetas, foi também objecto de fixação
escrita.
Segundo Muhacha (2021) A historiografia Judaica antiga alimenta-se de uma obra (a Bíblia)
de vários géneros literários: poesia, história e direito.
Bíblia Sagrada constitui o alimento base da historiografia Judaica, pós estabelece só por si,
toda uma literatura, tal a variedade de géneros nela apresentada: poesia, história, direito, etc.
6
Pela natureza e quantidade dos temas nela abordados, a Bíblia constitui uma verdadeira
literatura da nação Judaica e como tal, uma valiosíssima fonte de informação acerca da sua
História, assim como da história dos povos do próximo oriente, com os quais os Judeus
estiveram em contacto com os: Caldeus, Egípcios, Fenícios, Assírios, Persas. (Muhacha,
2021)
Até ao primeiro quartel do século XIX, por falta de outras fontes, a Bíblia foi a principal fonte
de informação acerca da História do Próximo Oriente Antigo. Este caso aliada ao facto de ser
também o livro sagrado de católicos, protestantes e cristãos ortodoxos, conferiu ao conteúdo
da Bíblia uma credibilidade quase universal. (Muhacha, 2021)
A Bíblia passa para o segundo plano, com a decifração das antigas escritas egípcias e
cuneiformes, como fonte histórica dos Judeus, não só pela abundância, como também pela
antiguidade e credibilidade das novas fontes.
Pela natureza e quantidade dos temas nela abordados, a Bíblia constitui uma verdadeira
literatura nacional do povo judaico e uma preciosa fonte de informação acerca da sua história,
assim como da história dos povos do Próximo Oriente, com os quais os Judeus estiveram em
contacto (Caldeus, Egípcios, Fenícios, Assírios, Persas, etc);
Na falta de outras fontes a Bíblia foi, até ao primeiro quartel do século XIX, a principal fonte
de informação acerca da história do Próximo Oriente Antigo. O facto de ser o livro sagrado de
católicos, protestantes e cristãos ortodoxos, conferiu ao conteúdo da Bíblia uma credibilidade
quase universal e serviu de instrumento de unidade entre os Judeus e entre outros povos.
(Muhacha, 2021)
Segundo Muhacha (2021) Com a decifração das antigas escritas egípcias e cuneiformes, no
século XIX, a Bíblia passou a um segundo plano, como fonte histórica das civilizações
referidas, não só pela abundância como também pela antiguidade e credibilidade das novas
fontes.
Além disso, veio a beneficiar a interpretação histórica da própria Bíblia. A partir desta altura,
as histórias egípcias e mesopotâmicas, passaram a fornecer subsídios preciosos para o
7
conhecimento da História dos judeus. Versões bíblicas como as do Éden, do Deflúvio e da
Torre de Babel encontravam-se já documentadas na literatura Suméria, cerca de 1500 anos
mais antiga, o que veio facilitar a distinção entre matéria histórica e matéria mítica.
Havia entre os Judeus duas formas de poder – o espiritual e o temporal -, representados pelo
Sumo-Sacerdote e pelo Rei. A relação entre estes dois poderes caracterizava-se ora pela
aliança, ora pela rivalidade, ora pela supremacia de um sobre o outro. (Muhacha, 2021)
De acordo Muhacha (2021) Os objectivos destes dois poderes eram contraditórios: enquanto
os objectivos da classe sacerdotal consistam em preservar a identidade dos judeus, velando
ferozmente pela pureza doutrinária da sua religião, o objectivo da realeza consistia em alargar
o seu domínio territorial, integrando politicamente as populações vencidas. Simplesmente,
essa integração implicava a admissão no mesmo panteão nacional dos deuses dos vencidos.
4.1. Conceito
Por historiografia grega entende-se aquela realizada na Grécia Antiga, do século V a.C. até o
século IV d.C., de Heródoto até Zósimo, passando por Tucídides, Posidónio, Políbio, et
cétera. Ao todo, Jacoby, em Fragmente der griechischen Historiker, diferenciou 856
historiadores gregos, incluídos os mitógrafos e cronistas locais.
Segundo Grant (2003, p.15), o conceito de historiografia nasceu na Grécia Antiga, embora
seja aceite que anteriormente já existia uma concepção histórica no Oriente, um desejo de
8
permanência de todo o realizado. Contudo, essa concepção histórica primitiva é uma mera
transmissão de dados históricos que, como as listas reais do Antigo Egito, careciam de análise
histórica, pelo qual não se tratava de historiografia, sem negar por isso o seu valor
documental. Referindo-nos já a existência, entre os Gregos, duma tradição cosmogónica. Não
poderíamos deixar de mencionar, agora, a existência, na tradição mítica grega, duma história
da humanidade dividida em cinco idades (idade de ouro, idade de prata, idade de bronze,
idade de heróis e idade do ferro). De ferro foi a primeira raça dos homens dotados de voz, que
os imortais criaram, eles que são habitantes do olimpo. Viviam sob o governo de cronos
quando ele reinava no céu, eram como deuses, com espírito despreocupado, vivendo a
margem de penas e de misérias; a velhice medonha não os surpreendia, mas, sempre de
membros vigorosos, deleitavam-se em festins a bom recato de todo o mal; se morriam, era
como que vencidos pelo sono. Para eles tudo era perfeito: o solo fértil oferecia-lhes por si
frutos numerosos e abundantes; e eles, contentes e tranquilos, viviam da terra, no meio de
bens inúmeros.
A segunda raça a vir, a de prata, bem pior que a anterior, fizeram-na os deuses que habitam no
Olimpo. Não era igual a de ouro, nem de corpo nem de espírito, os filhos eram criados,
durante cem anos, junto da mãe sensata, muito pueris, na sua casa. Mas quando cresciam e
chegavam ao torno da juventude, viviam muito pouco tempo, cheios de sofrimento, pela sua
loucura. Não podiam impedir-se de terem uns com os outros insolência desmedida, nem
queriam prestar cultos aos deuses, nem sacrifícios sobre os santos os altares dos bem-
aventurados. Zeus pai modelou ainda uma terceira raça de homens dotados de fala a do
bronze nada semelhante a da prata. Provinha do freixo, era temível e forte. (Grant, 2003, p.15)
Segundo Ambrósio (2002) Foi na antiga Grécia onde nasceu o vocábulo História, que
significa investigação. Isto deveu-se a civilização e pensamento grego a formação do espírito
de historiador e a consequente construção racional da sabedoria. Até ao século V aC, a
historiografia Grega era cosmogónica e mítica. A história da humanidade estava dividida em
cinco idades: Idade de Ouro, Idade de Prata, Idade de Bronze, Idade dos Heróis e Idade de
Ferro. Apesar de estar associada a mitologia religiosa, muitas das vezes politeístas (pela
adoração de vários deuses) o mito grego das cinco idades mostra claramente a sua evolução
tecnológica, visto que o desenvolvimento da humanidade está intimamente ligado ao uso de
metais e a conquista do fogo. O mito das cinco idades constitui uma visão global da história
da humanidade, marcada por um acontecimento central que é a conquista do fogo pelos
9
homens, graças a ajuda de Prometeu. A partir do século V. a.C, operam-se profundas
transformações na sociedade grega, pois a escrita e o saber passam a ser de domínio público,
bem como o desenvolvimento das cidades-estado (polis) onde reinava o regime democrático,
principalmente em Atenas, o que permitiu que houvesse debates, a argumentação e a
liberdade de pensamento. Foi esta democracia que permitiu aos gregos a se entregarem na
pesquisa e especulação do mundo. Aliado a isso, existia uma grande prosperidade económica
derivada do trabalho dos escravos e do domínio do mar mediterrâneo como principal rota
comercial.
O progresso registado na História na época clássica não foi causal, mas inserido em toda a
evolução intelectual registada na época, impulsionada pelo estabelecimento de um regime
democrático em Atenas.
10
bibliográfico. Contudo, quando já foi possível trabalhar com os fundos das bibliotecas, os
historiadores continuaram preferindo a tradição oral; e até mesmo criticaram os que apenas
trabalhavam com fontes escritas como, por exemplo, Timeu. (Burrow, 2009, p.46).
Adicionalmente, se tem de levar em conta que os gregos não costumavam conhecer línguas
bárbaras, portanto, Heródoto não podia entender por si mesmo as crónicas orientais, embora
também não mostrasse interesse por conhecê-las. A escolha da tradição oral implicava a
necessidade das primeiras reflexões quanto ao método histórico, como é a crítica das fontes, a
sua relação e graduação segundo o valor dos testemunhos recolhidos. Daí, por exemplo, o seu
empenho em mostrar todas as versões reconhecidas, embora considerasse algumas erróneas.
Assim mesmo, a tradição oral obrigava a estabelecer uma cronologia que ordenasse os fatos
isolados após a sua recopilação. As fontes escritas ficaram relegadas aos arqueólogos ou
antiquaria, ou seja, para o estudo dos tempos remotos. (Burrow, 2009, p.46).
Heródoto de Halicarnanço (484-420 aC), é considerado pai da História. Com ele a História dá
os primeiros passos da cientificação, já que: (Burrow, 2009, p.47)
A História passa a debruçar-se sobre o passado e o presente dos homens e não dos
deuses;
Inaugura uma história genética, no sentido de se perguntar não somente o que
aconteceu, mas também porque aconteceu, tentando encontrar o fio condutor da causa
e efeito;
Introduziu no discurso histórico a noção de mudança, onde resulta o conceito de
evolução inerente ao todo o acontecimento histórico;
A história preocupa-se em perceber a dicotomia passado-presente;
Heródoto não só fala e investiga a cerca dos gregos, mas também alarga a sua pesquisa
ao povo Bárbaro, atingindo outras civilizações;
Propõe não somente reconstituir os factos, mas sobretudo descobrir a razão por que se
deram;
Com Heródoto (que não se limitou a escrever sobre as guerras Pérsicas, mas foi
também ao Egipto e a Mesopotâmia, sobre cuja história escreveu), há o
reconhecimento do parentesco universal do Homem e se transforme num sentimento
generalizado;
Tanto Heródoto como Tucídides fazem história a partir dos testemunhos fidedignos
das fontes orais espalhadas por várias divindades;
11
Sem ser ainda uma ciência, a história ensaia com Heródoto os seus primeiros passos na senda
da cientificação. Será a História uma Ciência do geral ou do particular? Aristóteles entendia
que a História era o conhecimento do particular. Tucídides, continuador do pensamento de
Heródoto, operou avanços significativos na História ao introduzir a análise e a explicação
causal dos factos históricos, pois ele afastou-se das interpretações fabulosas que subsistiam
em Heródoto e procurou uma inteligibilidade assente nas provas mediante uma investigação e
crítica das fontes. Começa com Tucídides a História explicativa.
A historiografia Grega é humanista, científica e auto reveladora, uma vez que procura
não apenas a projecção do presente no futuro, mas principalmente ensinar com o
presente a relação com o passado dos homens, objectivando mostrar o sentido dos
factos humanos;
A historiografia grega é pragmática, pois procura obter do ocorrido uma lição
proveitosa para o futuro. (Burrow, 2009)
5.1. Conceito
Por historiografia romana entende-se narrativas que abordam o presente ou o passado, escritas
em prosa, que valorizavam a esfera política e escritas com parâmetros de composição
definidos pela retórica. As narrativas históricas na Roma Antiga eram consideradas como um
género literário. Não existia o entendimento moderno sobre os parâmetros epistemológicos da
história, mas de nenhuma forma isso significa dizer que os historiadores desprezavam a
pesquisa e a busca pela verdade. Os relatos históricos buscavam agregar vivacidade à
narrativa, não existia uma exacta correspondência entre realidade e discurso, mas informavam
12
pela plausibilidade. Essas histórias também misturavam os fatos ocorridos, com mitos e
crenças populares. (Grant, 1995)
De acordo Grant (1995, p. 42) A história da Roma Antiga tinha como papel relatar os
acontecimentos ocorridos durante certo período de tempo, expressando o desejo de perpetuar
ou evitar modelos morais de vício e virtude e servindo como instrução moral, tendo um papel
didáctico. Os historiadores da antiguidade latina davam destaque aos grandes feitos heróicos,
aos nomes e aos acontecimentos marcantes, como batalhas. Diferentes de hoje, os
historiadores antigos não tinham preocupações ou inquietações relativas às questões sociais e
económicas. Os assuntos principais estavam centrados no campo político-militar e o
historiador embelezava suas narrativas.
O primeiro historiador romano foi Fábio Pictor, viveu entre os séculos III e II a.C., lutaram
na guerra contra os gauleses em 225 a.C. Tito Lívio narra sua visita a Delfos em 216 a.C.,
quando foi enviado pelo senado para consultar o oráculo após a derrota de Canas, durante a
segunda guerra Púnica. Especula-se que Fábio Pictor tenha sido senador. Para Cícero, Fábio
Pictor estava apto a ser um bom historiador, por seu conhecimento empírico sobre política e
pela sua participação militar.
13
Outro historiador foi Salústio, (Amiterno, actual região de Abruzos entre 86 a.C. e 34 a.C.)
foi apoiado por Júlio César, conseguiu uma cadeira no Senado Romano. No fim da carreira
política se dedicou à literatura, escrevendo sobre grandes momentos do fim da República
Romana.
Tito Lívio (Pádua, entre 59 a.C. a 17 d.C.) cresceu entre as guerras civis na península Itálica.
Sua principal obra, Ab Urbe Condita, registra desde a Fundação de Roma até Augusto.
Composta por 142 livros, dos quais apenas 35 chegaram até nós. No livro I, Tito Lívio narra a
fundação mítica da cidade de Roma, por Rômulo e Remo. Nos livros II a X conta a história da
República Romana. Nos livros XVI a LII, narra as Guerras Púnicas e Macedónicas. Nos livros
XCVII a CIII, conta a história de Crasso, a titulação de Pompeu, a campanha de Júlio César e
termina com a Conspiração de Catilina.
Tácito (Gália, entre 55 e 120) foi um historiador, político e orador romano. É considerado um
dos maiores historiadores da Antiguidade. Sempre muito ligado a política, chegou a ocupar os
cargos de questor (magistrado criminal) no ano de 81, pretor (magistrado que administrava a
justiça) em 88, e em 97 cônsul (magistrado supremo) da Ásia. O carácter de suas obras é
altamente moralístico e preocupa-se em retratar grandes homens.
Dião Cássio (Niceia, atual İznik, Turquia, entre 155 e 229) foi um grande historiador romano
e também funcionário público. Foi para Roma em 180 e lá iniciou sua carreira no senado. Foi
nomeado curador das cidades de Pérgamo e Esmirna pelo imperador Macrino, governou a
África (223), Dalmácia (224 - 226) e a Panônia Superior (226 - 228).
Amiano Marcelino (Antioquia, actual Antáquia, Turquia, entre 325 e 391) foi um historiador
que escreveu durante o fim do Império Romano. A História de Roma escrita por ele relata
desde a ascensão do imperador Nerva, em 96 - continuando, portanto, onde parou o
historiador Tácito - até a morte do imperador Valente e a Batalha de Adrianópolis em 378.
Num total de 31 livros, somente 18 foram preservados. (Grant, 1995)
14
6. Conclusão
A Bíblia Sagrada constituiu o alimento base da historiografia Judaica, pós estabeleceu só por
si, toda uma literatura, tal a variedade de géneros nela apresentada: poesia, história, direito,
etc. Até ao primeiro quartel do século XIX, por falta de outras fontes, a Bíblia foi a principal
fonte de informação acerca da História do Próximo Oriente Antigo. Com isso, ela conservou
um carácter exclusivista que é, simultaneamente de defesa de uma ortodoxia – a tradição
Mosaica – e de ataque a tudo o que lhe seja estranho.
15
7. Referências bibliográficas
Burrow, J. (2009). História de las Histórias: de Heródoto al siglo XX. Crítica, Barcelona,
ISBN 84-7423-699-6.
https://escola.mmo.co.mz/historia/a-historiografia-antiga/#ixzz7ba43QjaD. Consultado em 10
de Agosto de 2022.
16