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Os Quatro Elementos e as
Cinco Fases do Wu Xing
Um estudo sobre a origem da teoria dos elementos clássicos, algumas de suas correlações
com a Cabala e o Wu Xing da tradição chinesa.
Magia Cabala
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Os Quatro Elementos e as Cinco Fases do Wu
Xing
por Fr. Eleutheria 565, 0º=0□
Tales de Mileto acreditava que a essência da natureza e das coisas era constituída por
um único tipo de substância: a água. Tem-se, pois, um dos primeiros registros de
questionamento — por parte dos gregos — sobre a constituição do mundo. Segundo ele,
a água seria o elemento primordial da physis, uma vez que todos os seres vivos, suas
substâncias e produtos possuem umidade (sangue, seiva, sêmen, pele, etc.), bem como
que a água é capaz de se transformar facilmente em qualquer estado físico conhecido à
época (sólido, líquido, gasoso)[2].
Ao contrário de Tales, seu discípulo Anaximandro pensava ser a φύσις composta por
algo que chamou de ápeiron (απειρον). Este, apesar de ser o indefinido, o
indeterminado, o amorfo, o nada, seria também a razão de todas as coisas
permanecerem íntegras naturalmente e, portanto, de existirem. Consoante
Anaximandro, tudo surge da interação dos opostos (sejam os quatro elementos, seja
qualquer outra denominação), que resultam nas coisas em razão da presença de um
harmonizador, o ápeiron. Independentemente de razões geográficas e históricas, é
notável a similaridade: (i) do raciocínio de Anaximandro com o do Tao Teh Ching[5]; (ii)
do ápeiron com a função do nêutron como constituinte “harmonizador” do núcleo
atômico.
Já o jônio Heráclito pensava que tudo “flui” (panta rei, πάντα ρεῖ), sendo as coisas
verdadeiras apenas por um instante: a água que passa por um rio agora não é a mesma
que passa por ele em um átimo depois. De acordo com ele, enxergar as coisas como
estáticas não é mais do que uma mera ilusão[6], pois tudo muda a todo tempo. Ou
melhor, tudo muda, menos a própria mutação. Apenas a força que move a mutação
é
real a qualquer tempo, pois para essa força não existe tempo.
Heráclito ainda propôs que o fogo seria o elemento primordial, pois seria a única arché
(αρχή) capaz de representar o movimento e a força reais que causam a mutação de tudo.
Seria o fogo a única identidade verdadeira das coisas, resolvendo o polemos (πόλεμος),
a guerra dos contrários, que dá instabilidade a tudo. Para o jônio, foi a partir do fogo
que os demais elementos se originaram: quando condensado, torna-se úmido,
transformando-se em água, que pode se solidificar (terra); quando o vapor de água (ar)
se sutiliza e se rarefaz, obtém-se novamente o fogo. Dessa forma, Heráclito tentou
demonstrar que tudo começa e termina com o fogo.
Por fim, Anaxágoras sugeriu que a natureza é eterna e plena, sem possibilidade de
criação ou destruição. Ele manteve o pensamento de Empédocles referente à
composição da physis e também à existência de forças atrativas e repulsivas entre os
elementos. Entretanto, o aspecto dual da physis — agora entendida como capaz de auto-
organização — era resultante de uma força única, o elemento primordial: noûs (νοῦ ς).
Este é a matéria mais sutil e delicada, a força que formou o mundo a partir do caos,
capaz tanto de agregar quanto de separar e impossível de ser percebida pelos sentidos
físicos.[11]
2.1 O Fogo
O Verbo e a força criativos sempre se manifestaram pelo fogo: “E disse Deus: Haja luz; e
houve luz” (Gên. 1:3). E de um verbo imperativo (Fiat), impositivo, criativo, tão ígneo
quanto o fogo, este próprio se manifestou através da luz (Lux).
Pode-se dizer que o fogo é o elemento criador e iniciador. Exclusivo do reino dos deuses,
o fogo, por meio de Prometeu (o iniciador do Homem), trouxe a humanidade a um novo
período, possibilitando-lhe transformar os alimentos[13] e afastar a escuridão. Ora, não é
essa a mesma ideia das palavras ditas pelos oficiais ao iniciando no Ritual do Neófito da
antiga Golden Dawn?[14]
2.2 A Água
Trata-se do elemento oposto ao fogo. Enquanto este é quente e seco, a água é fria e
úmida. A água corresponde simultaneamente à contenção e à complementação do fogo.
Tal como a linha horizontal da cruz é a linha horizontal do oceano (letra-mãe )מ: infinita
e lisa. Ambos os símbolos correspondem a Kteis (Κτεισ), preparada para conter a
travessia do Phallos (φαλλός) ereto — a linha vertical da cruz, o fogo aceso e flamejante,
a baqueta do Mago.
2.3 O Ar
O ar, úmido e quente, é o resultado da interação do fogo com a água, o וdo יהוה. Mas
também é o elemento que abastece o fogo e a água, dando-lhes o “sopro vital” um do
outro, porquanto a substância oxigênio é o combustível imprescindível para a existência
do fogo bem como para permitir a vida na água. Sem o ar, o Φαλλός do יqabalístico não
se erige, e a Κτεισ ( )הse torna infértil (אמא, jamais )אימא.
O caminho da parelha do boi, א, envolve, pois, vencer a facilidade de difusão aérea,
aproveitando-se dela para isso, tal como faz o Louco, que num movimento desordenado
e imprevisível chega ao seu destino, consumindo-se no fogo divino, até não restar nada
mais, senão o ponto primordial (Kether). “Meu profeta é um tolo com seu um, um, um;
não são eles o Boi, e nenhum pelo Livro?”[27] (AL, I:48).
Quem sabe mais, senão o Louco? Não é o palhaço o narrador apresentador onisciente
do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna? Não é o Bobo da Corte que entretém o
Rei? Não é ele que guarda a esquerda do portal da Coroa, sem sequer ser integrante
oficial da Corte? O Louco sabe sobreviver e alegrar o Altíssimo, partindo da Sabedoria
(Chokmah). Este é o verbo do ar: Noscere.
Com seu duplo papel de ser combustível para o fogo e essencial para a fertilidade da
água, o elemento ar está ligado, no corpo físico, ao sistema respiratório. Este permite a
entrada de oxigênio para que haja combustão da glicose celular, ajusta o pH
sanguíneo[28] (viabiliza a vida das células circulantes) e envelhece a própria célula
nutrida, oxidando-a.
2.4 A Terra
Fria e seca, a terra é o quarto elemento, correspondente ao mundo de Assiah e à ultima
letra ( )הdo Tetragrammaton[29]. Nota-se, pois, que é o menos sutil dos quatro
elementos. Isso, contudo, não quer dizer que seja menos importante, pois a terra,
sólida, é o fundamento para qualquer manifestação na matéria.
O elemento terra encerra em si mesmo todos os outros três, servindo de “campo” para
que suas forças atuem[30]. Portanto, a terra é o início e o fim da manifestação na matéria,
o grande útero de Babalon, no qual se começa e termina a vida.
[...]
***
Ora, as aminas putrescina e a cadaverina são as responsáveis pelo odor forte dos corpos
defuntos e, ao mesmo tempo, estão em alta concentração no sêmen. Quando da
concepção, quando surge o potencial de vida, a morte já está lá; faz parte. Como já dizia
Pierre Corneille, “cada instante da vida é um passo para a morte.”; ou a máxima latina:
“mors janua vitæ; vita janua mortis”.
Assim como o êxtase criativo (orgasmo) e o instante da morte física desencadeiam pleno
silêncio mental, Tacere é o verbo da terra.
Como um ácido corrói o aço, como um câncer que corrompe
totalmente o corpo; assim sou Eu sobre o espírito do homem.
Mais ligada ao plano material propriamente dito, a terra está relacionada com o
Nephesh, parte da alma conhecida como o veículo do espírito (Ruach), a “Alma
Animal”, a representação dos instintos do homem. Recebe tal título pois “aprende” pelo
empirismo, pelas percepções advindas das interações com as coisas: o bom e o ruim são
entendidos de forma simplista, como prazer e dor respectivamente. O grande problema
é que, à medida que Nephesh interage com a matéria sem nenhuma forma de controle
— sem se submeter à Vontade de Chiah, à Intuição de Neshamah e às rédeas de Ruach
—, ele se torna cada vez mais ensimesmado, deixando as outras partes da alma
relegadas ao esquecimento. Devido a essa interação íntima de Nephesh com a matéria e
percepções mais “grosseiras”, esta parte da alma é a que intermedeia as ações das
qlipoth com o Ruach.
No corpo físico, o elemento terra tem por “representante” os ossos e os tecidos. Solidez,
dureza e resistência são propriedades típicas da terra. Analogamente ao fato de Nephesh
ser o veículo de Ruach, os ossos são responsáveis pela sustentação e locomoção do
corpo físico. E, da mesma forma que o elemento terra traz em si a essência dos demais
elementos, os ossos e tecidos mais complexos do corpo são formados por uma intricada
rede de outros sistemas/tecidos (circulatório, linfático, nervoso, etc.)
Diferentemente dos fisicalistas gregos, o Tao Teh Ching não propõe um ou vários
“elementos” como a causa ou a composição das coisas. Segundo o taoísmo, a causa de
tudo é atribuída a uma única força motriz[31], o Tao[32]. Aliás, Tao é uma palavra
polissêmica que pode ser entendida de três formas diferentes: (i) caminho; (ii)
caminhante; (iii) ação de caminhar. Também é possível interpretá-lo como: (i) o
criador; (ii) o criado; (iii) a criação.
Por divisão, emanaram do Tao os opostos complementares Yin e Yang, e, por meio da
interação destes, tudo se fez manifesto. Ademais, de acordo com as possíveis interações
do Yin e Yang, cinco fases ou mutações (Wu Xing, 五行) se sucedem na natureza: (i)
madeira, 木, período de crescimento e vitalidade; (ii) fogo, 火, processo de
desenvolvimento e de aumento de energia; (iii) terra, 土, fase de estabilidade; (iv) metal,
金, período de resultados e frutos de outros processos; (v) água, 水, fase de
recolhimento e degradação.
Embora Wu Xing não sejam elementos stricto sensu, as fases desse sistema interagem
umas com as outras, propiciando a ocorrência de ciclos de geração e de destruição entre
elas. No ciclo de geração, tem-se que: a madeira alimento o fogo; o fogo produz a terra;
a terra engendra o metal; o metal engrandece a água; a água nutre a madeira. Já o ciclo
de destruição pode ser descrito como: a madeira rompe a terra; a terra represa a água; a
água apaga o fogo; o fogo funde o metal; o metal corta a madeira.
3.1 Madeira 木
Trata-se do processo da expansão, relacionado com todas as direções geográficas e
a
primavera (período do desabrochar da natureza). Relacionado com a abundância, o
[34]
desenvolvimento e a saúde, Mù (木 ) tem Júpiter como correspondente astrológico.
Na medicina chinesa, gān garante o fluxo suave do qi, sendo portanto de suma
relevância no organismo. Quando o qi não flui regularmente, uma das possíveis causas é
a retenção pelo gān, levando ao aparecimento dos sintomas: irritabilidade, espasmos
musculares, problemas oculares e nos tendões. O diagnóstico de problemas no fígado se
dá pela observação dos olhos, das unhas[36] e lágrimas do paciente. Já o dan (yang)
forma o par antagônico com gān, facilitando a liberação do qi e a circulação do sangue.
3.2 Fogo 火
Huǒ (火) é a segunda fase do Wu Xing, em que há um aumento do vigor e da força
propriamente ditos. Dado ao seu aspecto enérgico, ativo, muito yang — quase que um
processo ligado tão somente aos instintos —, Marte é o planeta do Fogo.
O espírito associado ao Fogo é shén (神), que significa “espírito, deidade, deus”[38],
apesar de ser geralmente traduzido para os idiomas ocidentais como “mente ou alma”.
No corpo, shén tem como moradia dinâmica[39] o coração (心, xīn), o qual desencadeia o
prazer e governa os vasos sanguíneos.
Ressalte-se que o pericárdio (xīn bao) é interpretado como parte integrante de coração,
por envolvê-lo e protegê-lo. Assim, ambos são considerados os órgãos yin atribuídos a
Huǒ. Já o órgão antagônico (de natureza yang do Fogo) é o intestino delgado.
3.3 Terra 土
O ciclo do Wu Xing, que nasce e se expande com a Madeira, desenvolve e ganha energia
com o Fogo, começa e perder sua dinamicidade e começa a se tornar estável ao atingir a
fase da Terra (Tǔ, 土). Assim, se Mù está relacionado com o nascimento, a infância, as
energias primaveris, Huǒ é associado com a juventude e o verão, a próxima etapa é
atribuída (Tǔ) é atribuída à fase adulta e à estabilidade da natureza nos períodos
intersazonais.
No corpo físico, Tǔ é associado com as atividades do baço (脾, Pí), responsável por
receber a “água límpida” separada pelo intestino delgado (órgão yang de Huǒ, como já
mencionado) e absorver a essência dos alimentos e transportá-la para o restante do
organismo. O par antagônico do baço é o estômago (yang), que desencadeia ansiedade
e estresse.
O órgão yin atribuído ao Metal são os pulmões, que regulam a respiração, separando,
no ar inspirado, o qi límpido do turvo para expelir este e absorver aquele. Esses órgãos
são a moradia de Po (魄)[41], uma forma de espírito (ou alma, segundo alguns) yin
contrário a Hun (espírito de Mù, que reside no gān), que é essencialmente yang.
O intestino grosso (大肠, dà cháng) atua como par yang dos pulmões. Na Medicina
Chinesa Tradicional, é consenso que o meridiano de dà cháng se comunica tanto
interna quanto externamente com o dos pulmões. A “água turva” proveniente do
intestino delgado é processada pelo intestino grosso, que, se saudável, absorve boa parte
do fluido aproveitável e descarta a matéria inútil ao organismo, formando as fezes.
3.5 Água 水
O último processo do ciclo de Wu Xing é a Água (水, shuǐ), que tal como a morte de um
ser, representa o fim de quaisquer atividades (extremo yin). No entanto, é a Água
(atribuída à morte e ao inverno) que possibilita a reciclagem dos compostos e, por
conseguinte, o reinício do Wu Xing através de Mù.
As emoções associadas a Shuǐ são medo e calma. Já a personalidade que a esta fase se
relaciona envolve a erudição, a perspicácia e a desenvoltura, principalmente na
comunicação. De tais atribuições, depreende-se a relação da Água com o planeta
Mercúrio.
No organismo vivo, Shuǐ tem como órgãos os rins (腎, shèn), de natureza yin, e a
bexiga urinária (膀胱, pangguang), antagonista yang.
Em shèn reside Zhi, a raiz da vontade do indivíduo. Considerada a relação de shèn com
aspectos reprodutivos, Zhi tem papel extremamente relevante na formação das células
reprodutivas e dos fluidos vaginais[42]. Conforme a Medicina Tradicional Chinesa, os
rins regem os ossos e a produção de sangue bem como armazena Jīng, a matéria física
menos sutil do organismo, responsável por conferir-lhe vitalidade e fertilidade.
Referências Bibliográficas
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BLAVATSKY, Helena Petrovna. Ísis sem véu: uma chave-mestra para os mistérios da
ciência e da teologia antigas e modernas. 8 ed. Trad. de: Mário Muniz Ferreira; Carlos
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Cardoso. [s.l.]: Astrum Argentum, 1907.
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________. Magick: Book Four (Liber ABA). New York: Weiser, 1997.
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KALIMANN. Afinal, para que serve a Iniciação? In: ________ (ed.). O sol no Sul.
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SUASSUNA, Ariano. Auto da compadecida. 11. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1975.
WILHELM, Richard (org.). I Ching: o livro das mutações. São Paulo: Pensamento,
2000. Disponível em: < http://www1.uol.com.br/iching/index.htm>.
ZAHED, Eliphas Levi. Dogme et ritual de la haute magie. Paris: [s.n.], 1855.
[1]
Vide nota de rodapé n. 8.
[2]
Hoje já se sabe da existência de mais dois estados físicos da matéria: o
condensado de Bose-Einstein e o plasma.
[3]
Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod
est inferius, ad perpetranda miracula rei unius.
[4]
Sinalizando para um raciocínio panteísta.
[5]
Tudo resulta da interação de opostos. No caso do taoísmo, trata-se do yin yang,
emanados diretamente do Tao.
[6]
Ideia que se aproxima da de māyā dos hindus: a consciência objetiva
(Parabrahman) é a única realidade; já o mundo, tal como como percebido pela
consciência subjetiva não é irreal, porém é ilusório.
[7]
Além do fisicalista jônio Heráclito, houve também Xenófanes, quem propôs ser a
terra a arché. No entanto, devido à existência de poucas informações disponíveis
acerca deste pré-socrático, torna-se difícil pormenorizar seu raciocínio.
[8]
Contudo, Empédocles, assim como os demais pré-socráticos, jamais utilizou o
termo “elementos” (stoicheion, στοιχεῖον), o qual foi descrito, na literatura grega,
pela primeira vez, somente nas obras de Platão.
[9]
Talvez essa, junto com o pensamento de Anaxágoras, já fosse uma ideia
precursora do atomismo de Leucipo e Demócrito.
[10]
Ideia não muito diferente da aceita hoje pela Física; afinal philia e neikos
guardam similitude com as forças nucleares de coesão e repulsão, respectivamente.
[11]
De qualquer forma, frise-se que Anaxágoras também aderia ao pensamento
dualista, pois o noûs (geralmente traduzido do grego como espírito) era considerado
uma força imaterial organizadora da instabilidade dos opostos.
[12]
Se se observar pela metaética, os elementos e seus seres (e.g., ondinas, silfos,
gnomos e salamandras) não são imorais ou amorais, mas tem uma ética própria,
muito distinta da do homem, cuja moralidade depreende do equilíbrio dos quatro
elementos que o compõem fisicamente e moralmente.
[13]
Uma forma de alquimia. Por que não?
[14]
Em diversas outras ordens e fraternidades, o fogo (assim como os demais
elementos) também é símbolo relevante. Exemplo é o ritual de iniciação do Rito
Escocês Antigo e Aceito, em que o candidato passa por provas relacionadas com os
elementos.
[15]
REGARDIE, Israel. The Golden Dawn. 5. ed. Woodbury: 2003, p. 131 et seq.,
tradução livre.
[16]
É forçoso salientar também a relação do elemento fogo com a letra ( שque possui
três יna sua composição), associada ao 21º caminho da Árvore da Vida e com o Atu
XXI, o Aeon, que ilustra o Deus ígneo Hórus tomando seu assento no lugar do aquoso
Osíris (representado no Atu XII, o Dependurado).
[17]
Chokmah é a sephirah relacionada com o Yod do Tetragrammaton. Mais uma
associação do fogo com o conhecimento e com a iniciação.
[18]
Binah, a Compreensão, como receptáculo fecundo de Chokmah, a Sabedoria.
[19]
Yechidah é a parte de conexão direta do Micro com o Macrocosmo. Trata-se da
Coroa que não exatamente constitui parte do homem, mas não dele jamais se separa,
exceto quando com se fundem e se misturam (Magnum Opus).
[20]
Tal característica encontra-se na apresentação da Hadit: “Eu sou a chama que
queima em todo coração do homem, e no âmago de toda estrela. Eu sou a Vida, e o
doador da Vida, também, portanto, o conhecimento de me é o conhecimento da
morte.” (AL, II:6)
[21]
Propriedade decorrente da grande facilidade para assimilar substâncias, sendo a
água considerada o solvente universal.
[22]
Ora, não é exatamente isso que a redenção dos deuses osirianos prometia? Jesus
Cristo não foi crucificado para que “limpasse os pecados” do mundo? O Aeon de
Osíris foi marcado por uma “diplomacia” típica do Ar, que afaga com uma mão e tira
com a outra, e por uma pulsão de morte, aquosa. Ao mesmo tempo em que havia a
redenção e a “compaixão” aquosa, as religiões osirianas ameaçavam com castigos
ígneos e perpétuos aqueles que voltassem a pecar.
[23]
Por isso, o fogo é essencialmente masculino; a água, feminina.
[24]
O Kteis divino.
[25]
“[...] É preciso ousar para querer. [...]” (ZAHED, Eliphas Levi. Dogme et
ritual de la haute magie. Paris: [s.n.], 1855, tradução livre)
[26]
O oxigênio é extremamente reativo e oxidante, impossibilitando ou
obstaculizando certas formas de vida (e.g. bactérias anaeróbias e alguns tipos de
vírus)
[27]
Boi é o caminho de א, atribuído ao Louco (Atu 0 do Tarot). Por gematria hebraica,
tem-se que אלף )אsoletrado) = 111.
[28]
Isso acontece por meio do equilíbrio dinâmico regulado nos pulmões
[29]
A filha de יe ה, a noiva do Microprosopus
[30]
Dessa forma, invocar ou banir o elemento terra, de certa forma, implica também
invocar ou banir os demais elementos
[31]
Não um elemento, como pensavam os pré-socráticos.
[32]
O conceito do Tao é algo difícil, senão impossível, de ser explicado. Trata-se de
um conceito que se descobre por intuição, tal como Kether e o Ain Soph no sistema
qabalístico.
[33]
WILHELM, Richard (org.) .I Ching: o livro das mutações. São Paulo:
Pensamento, 2000. Disponível em: < http://www1.uol.com.br/iching/index.htm>.
[34]
Apesar de este ideograma significar literalmente “árvore”, consagrou-se, no
Ocidente, a sua tradução como “madeira”.
[35]
Semelhantemente, na fisiologia ocidental, o fígado também é relacionado ao
desenvolvimento e à expansão (características da Madeira), uma vez que é o produtor
de fatores de crescimento (somatomedinas, mais especificamente) importantes para
estimular a mitose, principalmente de células musculares.
[36]
Assim como a expansividade da madeira, as unhas não param de crescer.
[37]
A vontade da Madeira é diferente da do Fogo. Enquanto esta se aproxima da
realização de pequenos desejos cotidianos e ambições cotidianas, a vontade de hun é
a que mais se aproxima de Thelema. “Pois vontade pura, desembaraçada de
propósito, livre da ânsia de resultado, é toda via perfeita” (AL, I:44).
[38]
Há inúmeras controvérsias sobre o significado de shén, uma vez que o seu
ideograma é muito polissêmico.
[39]
“Moradia dinâmica” porque na Medicina Tradicional Chinesa os órgãos devem
ser sempre interpretados não como um lugar físico predeterminado e isolado, mas
sim de forma holística, analisando as suas interações com as outras partes do corpo
bem como as repercussões mentais e emocionais.
[40]
Nota-se, pois, semelhança entre a fase Terra do Wu Xing com a constituição do
elemento Terra, como considerado pelo hermetismo.
[41]
Numa tentativa mais ousada de associação, poder-se-ia dizer que Po corresponde,
na Qabalah, à Nephesh, a “alma animal”.
[42]
Mais uma vez há uma validação da máxima latina “mors janua vitæ; vita janua
mortis”.
[43]
Grande ingestão de alimentos e líquidos muito yin (água, por exemplo) causará
deficiência de yang nos em shèn, fazendo com o que o indivíduo excrete os fluidos
que não puderam ser transformados em urina por pangguang. Haverá, pois, micção
muito clara e frequente.
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Liber Tau vel Kabbalæ Liber NV
Trium Literarum
02/05/2018
11/02/2018
Uma instrução para a consecução de Nuit.
Uma interpretação gráfica do Tarô sobre o Uma paráfrase das instruções para a
plano da iniciação. invocação de Nuit dadas no Livro da Lei.
#thelema #thelema