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Os Quatro Elementos e as
Cinco Fases do Wu Xing
Um estudo sobre a origem da teoria dos elementos clássicos, algumas de suas correlações
com a Cabala e o Wu Xing da tradição chinesa.

Magia Cabala

Frater Eleutheria 565

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Os Quatro Elementos e as Cinco Fases do Wu
Xing
por Fr. Eleutheria 565, 0º=0□

1 Pré-Socráticos: a Physis e os Quatro Elementos


Na Grécia Antiga, muito antes do nascimento formal da Filosofia Ocidental, milésios
pré-socráticos já começaram a delinear a concepção do logos (λόγος), base de todo o
pensamento racional que vige o método científico contemporâneo. No Ocidente foram
os pré-socráticos que começaram a pensar sobre a essência da natureza e das coisas
(physis, φύσις), supondo que tudo era constituído por apenas uma substância ou um
conjunto delas: os elementos[1].

Tales de Mileto acreditava que a essência da natureza e das coisas era constituída por
um único tipo de substância: a água. Tem-se, pois, um dos primeiros registros de
questionamento — por parte dos gregos — sobre a constituição do mundo. Segundo ele,
a água seria o elemento primordial da physis, uma vez que todos os seres vivos, suas
substâncias e produtos possuem umidade (sangue, seiva, sêmen, pele, etc.), bem como

que a água é capaz de se transformar facilmente em qualquer estado físico conhecido à
época (sólido, líquido, gasoso)[2].

Assim, o raciocínio de Tales foi um dos primeiros passos para o desenvolvimento do


λόγος — grosso modo, é o fundamento tanto da ciência tradicional quanto do ocultismo
ocidental. Indubitavelmente o milésio aplicou — quiçá sem conhecê-la — a Lei da
Analogia (ou Princípio da Correspondência) de Hermes Trismegistus[3], ao afirmar que
tudo era água e que “todas as coisas estão cheias de deuses”[4]. Por esse prisma, Tales
entendia que a água era mudança (fato observável por meio de suas propriedades
físicas) e que os “deuses presentes em todas as coisas” nada mais eram do que essência
vital que a água carreia.

Ao contrário de Tales, seu discípulo Anaximandro pensava ser a φύσις composta por
algo que chamou de ápeiron (απειρον). Este, apesar de ser o indefinido, o
indeterminado, o amorfo, o nada, seria também a razão de todas as coisas
permanecerem íntegras naturalmente e, portanto, de existirem. Consoante
Anaximandro, tudo surge da interação dos opostos (sejam os quatro elementos, seja
qualquer outra denominação), que resultam nas coisas em razão da presença de um
harmonizador, o ápeiron. Independentemente de razões geográficas e históricas, é
notável a similaridade: (i) do raciocínio de Anaximandro com o do Tao Teh Ching[5]; (ii)
do ápeiron com a função do nêutron como constituinte “harmonizador” do núcleo
atômico.

Concordando com Anaximandro, Anaxímenes também acreditava que a natureza era


ilimitada; porém, a physis não seria composta pelo ápeiron. Por ser muito sutil,
desprovido de forma, capaz de permear os ambientes muito facilmente e o nutridor
essencial de tudo o que respira, o ar (pnêuma, πνευμα) foi o elemento eleito pela teoria
de Anaxímenes como o primordial da physis. Segundo ele, o ar tal como o percebemos
fisicamente é apenas uma manifestação, embora definível, do elemento primordial
ilimitado.

Já o jônio Heráclito pensava que tudo “flui” (panta rei, πάντα ρεῖ), sendo as coisas
verdadeiras apenas por um instante: a água que passa por um rio agora não é a mesma
que passa por ele em um átimo depois. De acordo com ele, enxergar as coisas como
estáticas não é mais do que uma mera ilusão[6], pois tudo muda a todo tempo. Ou
melhor, tudo muda, menos a própria mutação. Apenas a força que move a mutação
é
real a qualquer tempo, pois para essa força não existe tempo.
Heráclito ainda propôs que o fogo seria o elemento primordial, pois seria a única arché
(αρχή) capaz de representar o movimento e a força reais que causam a mutação de tudo.
Seria o fogo a única identidade verdadeira das coisas, resolvendo o polemos (πόλεμος),
a guerra dos contrários, que dá instabilidade a tudo. Para o jônio, foi a partir do fogo
que os demais elementos se originaram: quando condensado, torna-se úmido,
transformando-se em água, que pode se solidificar (terra); quando o vapor de água (ar)
se sutiliza e se rarefaz, obtém-se novamente o fogo. Dessa forma, Heráclito tentou
demonstrar que tudo começa e termina com o fogo.

Apesar de a Escola de Mileto e a da Jônia[7] terem colaborado para a formação da teoria


dos quatro elementos[8], foram Empédocles e Anaxágoras que realmente a consolidaram
como subsídio para a alquimia e o hermetismo ocidentais.

De acordo com Empédocles, a natureza é o resultado da interação de quatro elementos


imutáveis: água, ar, terra e fogo. Segundo sua teoria, cada um dos elementos possui
uma “essência” própria e permanente, sendo impossível que um se transforme noutro.
Para Empédocles, as coisas são diferentes umas das outras em virtude da proporção dos
elementos que as constituem. As diferentes combinações possíveis entre eles é o que
torna cada coisa única e lhe confere propriedades físicas[9]. Além disso, a explicação para
transformações da physis seria a existência de duas forças (philia, φιλία; e neikos,
νεῖκος)[10], que agregariam ou dissociariam os elementos.

Por fim, Anaxágoras sugeriu que a natureza é eterna e plena, sem possibilidade de
criação ou destruição. Ele manteve o pensamento de Empédocles referente à
composição da physis e também à existência de forças atrativas e repulsivas entre os
elementos. Entretanto, o aspecto dual da physis — agora entendida como capaz de auto-
organização — era resultante de uma força única, o elemento primordial: noûs (νοῦ ς).
Este é a matéria mais sutil e delicada, a força que formou o mundo a partir do caos,
capaz tanto de agregar quanto de separar e impossível de ser percebida pelos sentidos
físicos.[11]

2 O Hermetismo e os Quatro Elementos


O encontro das ideias dos pré-socráticos com o misticismo, principalmente o judaico,
trouxe ao hermetismo grandes contribuições. Em verdade, pode-se dizer, grosso modo,

que houve uma progressiva junção e sistematização dos conhecimentos dos gregos e
ocultistas com as leis do hermetismo e com a Qabalah.

Pelo Princípio da Correspondência, os elementos — que desde as suposições sobre a


physis já caminhavam para um discurso metafísico — passaram a ser compreendidos
não apenas como a matéria manifestada, mas também como energias interativas, com
propriedades bem definidas; porém, naturalmente sem rédeas e amorais[12]. Desse
mesmo modo, associações diversas, em níveis de compreensão diferentes, também
passaram a ser feitas. Cada um dos elementos passaram a ter como correspondentes
doenças, estados de humor, padrões de comportamento, metais, animais, espíritos, etc.
Isto é, a aparência física — ou até mesmo outra mais sutil — das coisas era entendida
pelos ocultistas da Idade Média como uma forma de assinatura que os elementos
apunham sobre elas.

2.1 O Fogo
O Verbo e a força criativos sempre se manifestaram pelo fogo: “E disse Deus: Haja luz; e
houve luz” (Gên. 1:3). E de um verbo imperativo (Fiat), impositivo, criativo, tão ígneo
quanto o fogo, este próprio se manifestou através da luz (Lux).

Pode-se dizer que o fogo é o elemento criador e iniciador. Exclusivo do reino dos deuses,
o fogo, por meio de Prometeu (o iniciador do Homem), trouxe a humanidade a um novo
período, possibilitando-lhe transformar os alimentos[13] e afastar a escuridão. Ora, não é
essa a mesma ideia das palavras ditas pelos oficiais ao iniciando no Ritual do Neófito da
antiga Golden Dawn?[14]

Herdeiro de um Mundo Agonizante, nós te chamamos para a


Beleza Viva. Viajante da Escuridão Selvagem, nós te chamamos
para a Luz Gentil. Por muito tempo habitaste na escuridão.
Abandona a Noite e procura o Dia[15].

Se o fogo é considerado o elemento criador, indubitável é a sua associação com ‫( י‬Yod)[16]


do Tetragrammaton (‫)יהוה‬, haja vista ao seu aspecto, que lembra uma chama e o falo
divino. A força primordial concentrada em Kether, o primum mobile, desce sobre a Otz
Chiim, tornando-se uma forma de duas dimensões em Chokmah, a Sabedoria[17], que ao
transformar ‫ אמא‬em ‫אימא‬, Binah[18] dá a luz a todas as outras sephiroth. 
Assim, analogamente às partes da alma conforme a Qabalah, o elemento fogo
corresponde a Chiah, que se trata da Vontade afeta a Yechidah[19]. Sob o perspectiva
thelêmica, Chiah é a órbita individual e distinta da estrela, que torna o homem diferente
das demais. Corresponde à Vontade como o mecanismo para se autorrealizar, o impulso
do ‫ י‬qabalístico, a força que cria as formas singulares e necessárias ao longo de seu
trajeto. Por meio de todas essas associações, percebe-se que o fogo, interpretado no
plano de Atziluth, corresponde ao Phallos (φαλλός) divino e ao verbo Velle da Esfinge.

No aspecto emocional, o fogo está ligado à cólera, a ira, às atividades criativa e


destrutiva[20], ao ciúme, à vingança, ao entusiasmo, à determinação, à coragem, à
ousadia. Torna-se óbvio, portanto, a relação deste elemento com os signos de Áries,
Leão e Sagitário.

Quanto ao corpo físico, o sistema circulatório é o grande representante do elemento


fogo, pois é no sangue que circulam as hemácias, que carregam o oxigênio necessário à
combustão geradora de energia celular. Saliente-se também que o principal
constituinte da molécula de hemoglobina é o ferro, metal associado a Marte e ao
elemento fogo

Há uma beleza indescritível neste coração de corrupção, onde as flores


estão em chamas.

(Liber LXV, IV:3).

2.2 A Água
Trata-se do elemento oposto ao fogo. Enquanto este é quente e seco, a água é fria e
úmida. A água corresponde simultaneamente à contenção e à complementação do fogo.

Se por um lado o fogo representa intensa atividade e expansão, praticamente


indomáveis, a água corresponde à contração e ao magnetismo. Daí, provavelmente, o
emprego de água para purificação e libação, porque “absorve impurezas para si e as leva
consigo”. Nesse sentido, a água, na maioria dos ritos de batismo do Velho Aeon,
representa a purificação do indivíduo, a “libertação dos pecados”.

Considerando as propriedades de contração e de purificação[21], o elemento água é 


associado, no corpo físico, com o sistema linfático, o grande responsável por promover a
circulação de células de defesa, que destrói e se alimenta das impurezas[22] que
contaminam o indivíduo. No entanto, há dois aspectos do sistema linfático que, por
analogia, tem aplicações interessantes no ocultismo prático, quanto à sucessão dos
Aeons: (i) a linfa vive numa patrulha para encontrar “contaminantes” no organismo; (ii)
quando hiperativadas, as células de defesa iniciam um processo de degradação do
próprio indivíduo – caso das doenças autoimunes.

No Tetragrammaton a água corresponde à letra ‫ה‬, à Binah, o Grande Mar, a que


recepciona e extasia[23] o ‫ י‬qabalístico. Analogamente à facilidade de magnetização da
água e à sua relação com Binah, está a parte da alma Neshamah, que consiste na
Intuição, na capacidade de assimilar as ideias de Chiah. Dessarte, depreende-se que a
água delimita a capacidade criadora do fogo, contendo-a e possibilitando a assimilação
dessa energia (Binah[24], que contém e assimila Chokmah; a Compreensão do
Entendimento). Trata-se do verbo Audere, complementar ao Velle do fogo[25].

Tal como a linha horizontal da cruz é a linha horizontal do oceano (letra-mãe ‫)מ‬: infinita
e lisa. Ambos os símbolos correspondem a Kteis (Κτεισ), preparada para conter a
travessia do Phallos (φαλλός) ereto — a linha vertical da cruz, o fogo aceso e flamejante,
a baqueta do Mago.

No plano emocional, a água está relacionada com os sentimentos de sensatez, ternura,


compaixão, perdão, transigência, timidez e inconstância. Essas são, obviamente, as
características dos signos de Câncer, Escorpião e Peixes e do Aeon de Ísis.

2.3 O Ar
O ar, úmido e quente, é o resultado da interação do fogo com a água, o ‫ ו‬do ‫יהוה‬. Mas
também é o elemento que abastece o fogo e a água, dando-lhes o “sopro vital” um do
outro, porquanto a substância oxigênio é o combustível imprescindível para a existência
do fogo bem como para permitir a vida na água. Sem o ar, o Φαλλός do ‫ י‬qabalístico não
se erige, e a Κτεισ (‫ )ה‬se torna infértil (‫אמא‬, jamais ‫)אימא‬.

Em outras palavras, a água carece do fogo (e vice-versa), mas se ambos interagirem


diretamente, há a aniquilação de ambos: a água aquecida perde o seu magnetismo e a
capacidade de permitir a vida; o fogo se extingue na presença de água. O ar, por ser um
elemento de equilíbrio, quiçá diplomático, contém um pouco da essência dos dois 
primeiros (é quente como o fogo e úmido como a água). Ele destrói vários germes[26] —
não todos como fogo é capaz —, mas também alimenta e veicula inúmeros outros — não
tantos quanto a água.

Produto da interação de Chiah com Neshamah, volátil e com a propriedade de rápida


difusão, é o Ruach. Este é o Espírito de toda a Árvore da Vida, que, assim como o
incenso permeia todo o ambiente, perpassa por todas as sephiroth abaixo da tríade das
Supernas. Da mesma forma que o ar é o nutridor e o destruidor de tudo o que respira
(quod me nutrit me destruit), o Ruach é alimentado (treinado) pelo magista para que,
através de sua própria arma aérea (a espada), este, por um ato de Vontade, o sacrifique,
tomando a energia liberada como impulso para além do abismo.

O caminho da parelha do boi, ‫א‬, envolve, pois, vencer a facilidade de difusão aérea,
aproveitando-se dela para isso, tal como faz o Louco, que num movimento desordenado
e imprevisível chega ao seu destino, consumindo-se no fogo divino, até não restar nada
mais, senão o ponto primordial (Kether). “Meu profeta é um tolo com seu um, um, um;
não são eles o Boi, e nenhum pelo Livro?”[27] (AL, I:48).

Quem sabe mais, senão o Louco? Não é o palhaço o narrador apresentador onisciente
do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna? Não é o Bobo da Corte que entretém o
Rei? Não é ele que guarda a esquerda do portal da Coroa, sem sequer ser integrante
oficial da Corte? O Louco sabe sobreviver e alegrar o Altíssimo, partindo da Sabedoria
(Chokmah). Este é o verbo do ar: Noscere.

Do exposto retro, depreende-se que o ar se relaciona com o comportamento de


destreza, facilidade de comunicação, bisbilhotice, levianidade, diplomacia,
egocentrismo, agilidade, alegria. Por isso, é comumente associado ao Aeon de Osíris. No
Zodíaco, está relacionado com os signos de Gêmeos, Libra e Aquário.

Com seu duplo papel de ser combustível para o fogo e essencial para a fertilidade da
água, o elemento ar está ligado, no corpo físico, ao sistema respiratório. Este permite a
entrada de oxigênio para que haja combustão da glicose celular, ajusta o pH
sanguíneo[28] (viabiliza a vida das células circulantes) e envelhece a própria célula
nutrida, oxidando-a.

2.4 A Terra

Fria e seca, a terra é o quarto elemento, correspondente ao mundo de Assiah e à ultima
letra (‫ )ה‬do Tetragrammaton[29]. Nota-se, pois, que é o menos sutil dos quatro
elementos. Isso, contudo, não quer dizer que seja menos importante, pois a terra,
sólida, é o fundamento para qualquer manifestação na matéria.

O elemento terra encerra em si mesmo todos os outros três, servindo de “campo” para
que suas forças atuem[30]. Portanto, a terra é o início e o fim da manifestação na matéria,
o grande útero de Babalon, no qual se começa e termina a vida.

[...]

E eu creio em uma Terra, a Mãe de todos nós, e em um Ventre no qual


todos os homens são gerados, e onde eles deverão descansar, Mistério
do Mistério, em seu nome BABALON; [...]

(Liber XV. Trecho do Credo Gnóstico, tradução livre).

***

O fogo não é de forma alguma matéria; a água é uma combinação de


elementos; o ar é quase inteiramente uma mistura de elementos, a
terra contém todos tanto em mistura quanto em combinação.

Assim deve ser com este Pantáculo, o símbolo da terra.

(Liber ABA, parte II. O pantáculo, tradução livre).

Ora, as aminas putrescina e a cadaverina são as responsáveis pelo odor forte dos corpos
defuntos e, ao mesmo tempo, estão em alta concentração no sêmen. Quando da
concepção, quando surge o potencial de vida, a morte já está lá; faz parte. Como já dizia
Pierre Corneille, “cada instante da vida é um passo para a morte.”; ou a máxima latina:
“mors janua vitæ; vita janua mortis”.

Assim como o êxtase criativo (orgasmo) e o instante da morte física desencadeiam pleno
silêncio mental, Tacere é o verbo da terra.

Como um ácido corrói o aço, como um câncer que corrompe
totalmente o corpo; assim sou Eu sobre o espírito do homem.

Eu não descansarei até que eu tenha dissolvido isso tudo.

Assim também a luz que é absorvida. Um absorve pouco e é chamado


branco e brilhante; um absorve tudo e é chamado negro.

(Liber LXV, I:16-18)

Mais ligada ao plano material propriamente dito, a terra está relacionada com o
Nephesh, parte da alma conhecida como o veículo do espírito (Ruach), a “Alma
Animal”, a representação dos instintos do homem. Recebe tal título pois “aprende” pelo
empirismo, pelas percepções advindas das interações com as coisas: o bom e o ruim são
entendidos de forma simplista, como prazer e dor respectivamente. O grande problema
é que, à medida que Nephesh interage com a matéria sem nenhuma forma de controle
— sem se submeter à Vontade de Chiah, à Intuição de Neshamah e às rédeas de Ruach
—, ele se torna cada vez mais ensimesmado, deixando as outras partes da alma
relegadas ao esquecimento. Devido a essa interação íntima de Nephesh com a matéria e
percepções mais “grosseiras”, esta parte da alma é a que intermedeia as ações das
qlipoth com o Ruach.

No corpo físico, o elemento terra tem por “representante” os ossos e os tecidos. Solidez,
dureza e resistência são propriedades típicas da terra. Analogamente ao fato de Nephesh
ser o veículo de Ruach, os ossos são responsáveis pela sustentação e locomoção do
corpo físico. E, da mesma forma que o elemento terra traz em si a essência dos demais
elementos, os ossos e tecidos mais complexos do corpo são formados por uma intricada
rede de outros sistemas/tecidos (circulatório, linfático, nervoso, etc.)

Quanto ao aspecto emocional, a terra se associa com as características de preguiça,


atenção, sobriedade, apego a bens materiais, estabilidade (inércia) emocional. Ligados
ao elemento terra estão os signos de Touro, Virgem e Capricórnio.

3 Taoísmo: as Cinco Fases do Wu Xing (五行)



Os chineses não se preocupavam muito sobre a constituição das coisas per se, e sim com
o estado delas. Conforme a filosofia taoísta, tudo proveio de uma única força (Tao), que
se manifestou sobre o aspecto dual do yin yang. O equilíbrio dinâmico e cíclico dessas
energias mantém todas as coisas, distinguindo umas das outras em razão dos aspectos
predominantes (o 五行), os quais são consequentes dessa interação energética.

Diferentemente dos fisicalistas gregos, o Tao Teh Ching não propõe um ou vários
“elementos” como a causa ou a composição das coisas. Segundo o taoísmo, a causa de
tudo é atribuída a uma única força motriz[31], o Tao[32]. Aliás, Tao é uma palavra
polissêmica que pode ser entendida de três formas diferentes: (i) caminho; (ii)
caminhante; (iii) ação de caminhar. Também é possível interpretá-lo como: (i) o
criador; (ii) o criado; (iii) a criação.

Por divisão, emanaram do Tao os opostos complementares Yin e Yang, e, por meio da
interação destes, tudo se fez manifesto. Ademais, de acordo com as possíveis interações
do Yin e Yang, cinco fases ou mutações (Wu Xing, 五行) se sucedem na natureza: (i)
madeira, 木, período de crescimento e vitalidade; (ii) fogo, 火, processo de
desenvolvimento e de aumento de energia; (iii) terra, 土, fase de estabilidade; (iv) metal,
金, período de resultados e frutos de outros processos; (v) água, 水, fase de
recolhimento e degradação.

2 - Há cinco números para o céu. Para a terra há também cinco


números. Quando eles são distribuídos entre as cinco posições, cada
um encontra seu complemento. A soma dos números do céu é vinte e
cinco. (I Ching, parte 1, cap. 9, item 2).[33]

Embora Wu Xing não sejam elementos stricto sensu, as fases desse sistema interagem
umas com as outras, propiciando a ocorrência de ciclos de geração e de destruição entre
elas. No ciclo de geração, tem-se que: a madeira alimento o fogo; o fogo produz a terra;
a terra engendra o metal; o metal engrandece a água; a água nutre a madeira. Já o ciclo
de destruição pode ser descrito como: a madeira rompe a terra; a terra represa a água; a
água apaga o fogo; o fogo funde o metal; o metal corta a madeira.

3.1 Madeira 木
Trata-se do processo da expansão, relacionado com todas as direções geográficas e
a
primavera (período do desabrochar da natureza). Relacionado com a abundância, o
[34]
desenvolvimento e a saúde, Mù (木 ) tem Júpiter como correspondente astrológico.

As atividades de Mù no organismo estão relacionadas com o sentimento de raiva e com


os processos desencadeados no fígado[35] (肝, gān) e na vesícula biliar (膽, dan), que são
órgãos, respectivamente, Yin e Yang da Madeira.

Na medicina chinesa, gān garante o fluxo suave do qi, sendo portanto de suma
relevância no organismo. Quando o qi não flui regularmente, uma das possíveis causas é
a retenção pelo gān, levando ao aparecimento dos sintomas: irritabilidade, espasmos
musculares, problemas oculares e nos tendões. O diagnóstico de problemas no fígado se
dá pela observação dos olhos, das unhas[36] e lágrimas do paciente. Já o dan (yang)
forma o par antagônico com gān, facilitando a liberação do qi e a circulação do sangue.

Tal como as características jupiterianas, Mù está ligado às características de idealismo,


curiosidade, senso de justiça, “amor à vida”, ambição e espiritualidade. Na alquimia
chinesa, hun (魂), o espírito da Madeira, é associado com a visão (interior e exterior), a
imaginação e o exercício da vontade[37].

Por ser relacionado com expansividade e crescimento, a Madeira corresponde à


gestação, ao nascimento do indivíduo e à infância, períodos da vida que mais
demandam atividade mitótica, energia e organização tecidual.

3.2 Fogo 火
Huǒ (火) é a segunda fase do Wu Xing, em que há um aumento do vigor e da força
propriamente ditos. Dado ao seu aspecto enérgico, ativo, muito yang — quase que um
processo ligado tão somente aos instintos —, Marte é o planeta do Fogo.

Nas fases de desenvolvimento do indivíduo, Huǒ corresponde ao período de maior


produção de hormônios sexuais, a juventude, marcada por ser a etapa da vida de maior
vigor físico, paixão e energia sexual.

O espírito associado ao Fogo é shén (神), que significa “espírito, deidade, deus”[38],
apesar de ser geralmente traduzido para os idiomas ocidentais como “mente ou alma”.
No corpo, shén tem como moradia dinâmica[39] o coração (心, xīn), o qual desencadeia o
prazer e governa os vasos sanguíneos. 
Ressalte-se que o pericárdio (xīn bao) é interpretado como parte integrante de coração,
por envolvê-lo e protegê-lo. Assim, ambos são considerados os órgãos yin atribuídos a
Huǒ. Já o órgão antagônico (de natureza yang do Fogo) é o intestino delgado.

Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, o intestino delgado é o responsável por


separar o turvo do límpido. Os alimentos ingeridos são grosseiramente processados
pelo estômago. Então o quimo é enviado ao intestino delgado, onde passa pelo processo
do Fogo yang, repelindo a água turva (yang) para o intestino grosso e atraindo a água
límpida (yin) para direcioná-la aos órgãos de absorção e distribuição.

3.3 Terra 土
O ciclo do Wu Xing, que nasce e se expande com a Madeira, desenvolve e ganha energia
com o Fogo, começa e perder sua dinamicidade e começa a se tornar estável ao atingir a
fase da Terra (Tǔ, 土). Assim, se Mù está relacionado com o nascimento, a infância, as
energias primaveris, Huǒ é associado com a juventude e o verão, a próxima etapa é
atribuída (Tǔ) é atribuída à fase adulta e à estabilidade da natureza nos períodos
intersazonais.

Pelo equilíbrio e estabilidade ligados à Terra, esta traz em si a harmonia de todas as


demais fases (Madeira, Fogo, Metal e Água)[40], sendo representada, pelo I Ching, no
centro do Wu Xing.

Tǔ, portanto, corresponde às propriedades de Saturno: introspecção, estabilidade,


moderação, honestidade. No âmbito dos sentimentos, a Terra, que combina e
harmoniza em si os demais elementos, relaciona-se com o amor.

No corpo físico, Tǔ é associado com as atividades do baço (脾, Pí), responsável por
receber a “água límpida” separada pelo intestino delgado (órgão yang de Huǒ, como já
mencionado) e absorver a essência dos alimentos e transportá-la para o restante do
organismo. O par antagônico do baço é o estômago (yang), que desencadeia ansiedade
e estresse.

Considerando as funções de Pí e as propriedades gerais da Terra, esta fase governa os


músculos e os membros do corpo bem como tem a saliva como fluido. Em virtude da
sobriedade de Tǔ, ele está associado com a atividade de raciocínio. 
3.4 Metal 金
Fase atribuída ao planeta Vênus, o Metal (金, Jīn) é associada tanto com as qualidades
mentais de intuição e desejo quanto com os sentimentos de mágoa, tristeza e
preocupação. Considerando as características de passividade do Metal e a sua relação
com sentimentos mais “negativos” do que “positivos”, diz-se que Jīn é uma fase de
natureza mais yin que yang.

Jīn, em oposição à Madeira, relaciona-se com o interior (direção) e com a contração de


energias. Quanto às estações do ano, o Metal, como processo do Wu Xing, é ligado ao
outono, período em que se dá início a uma queda das atividades da natureza. Por
analogia, Jīn corresponde à velhice, etapa da vida em que há uma progressiva
diminuição da vitalidade.

O órgão yin atribuído ao Metal são os pulmões, que regulam a respiração, separando,
no ar inspirado, o qi límpido do turvo para expelir este e absorver aquele. Esses órgãos
são a moradia de Po (魄)[41], uma forma de espírito (ou alma, segundo alguns) yin
contrário a Hun (espírito de Mù, que reside no gān), que é essencialmente yang.

O intestino grosso (大肠, dà cháng) atua como par yang dos pulmões. Na Medicina
Chinesa Tradicional, é consenso que o meridiano de dà cháng se comunica tanto
interna quanto externamente com o dos pulmões. A “água turva” proveniente do
intestino delgado é processada pelo intestino grosso, que, se saudável, absorve boa parte
do fluido aproveitável e descarta a matéria inútil ao organismo, formando as fezes.

3.5 Água 水
O último processo do ciclo de Wu Xing é a Água (水, shuǐ), que tal como a morte de um
ser, representa o fim de quaisquer atividades (extremo yin). No entanto, é a Água
(atribuída à morte e ao inverno) que possibilita a reciclagem dos compostos e, por
conseguinte, o reinício do Wu Xing através de Mù.

As emoções associadas a Shuǐ são medo e calma. Já a personalidade que a esta fase se
relaciona envolve a erudição, a perspicácia e a desenvoltura, principalmente na
comunicação. De tais atribuições, depreende-se a relação da Água com o planeta
Mercúrio. 
No organismo vivo, Shuǐ tem como órgãos os rins (腎, shèn), de natureza yin, e a
bexiga urinária (膀胱, pangguang), antagonista yang.

Em shèn reside Zhi, a raiz da vontade do indivíduo. Considerada a relação de shèn com
aspectos reprodutivos, Zhi tem papel extremamente relevante na formação das células
reprodutivas e dos fluidos vaginais[42]. Conforme a Medicina Tradicional Chinesa, os
rins regem os ossos e a produção de sangue bem como armazena Jīng, a matéria física
menos sutil do organismo, responsável por conferir-lhe vitalidade e fertilidade.

Pangguang não só tem a função de armazenar e excretar a urina, mas também de


participar da transformação dos fluidos provenientes dos outros órgãos em urina.
Xiaochang também envia fluidos diretamente para pangguang, para fins de
armazenamento. Contudo, a capacidade de transformação dos fluidos em urina
depende da atividade yang dos rins (essencialmente yin). Caso haja deficiência de yang
em shèn, faltará qi para que pangguang proceda à formação adequada de urina[43].

Referências Bibliográficas
BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução de: Almeida Corrigida e Revisada.
Disponível em: <www.biblionline.com.br>. Acesso em: 18 ago. 2013.

BLAVATSKY, Helena Petrovna. Ísis sem véu: uma chave-mestra para os mistérios da
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CROWLEY, Edward Alexander. Liber 777: vel Prolegomena Symbolica Ad Systemam


Sceptico-Mysticæ Viæ Explicandæ, Fundamentum Hieroglyphicum Sanctissimorum
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ZAHED, Eliphas Levi. Dogme et ritual de la haute magie. Paris: [s.n.], 1855.


[1]
Vide nota de rodapé n. 8.

[2]
Hoje já se sabe da existência de mais dois estados físicos da matéria: o
condensado de Bose-Einstein e o plasma.

[3]
Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod
est inferius, ad perpetranda miracula rei unius.

[4]
Sinalizando para um raciocínio panteísta.

[5]
Tudo resulta da interação de opostos. No caso do taoísmo, trata-se do yin yang,
emanados diretamente do Tao.

[6]
Ideia que se aproxima da de māyā dos hindus: a consciência objetiva
(Parabrahman) é a única realidade; já o mundo, tal como como percebido pela
consciência subjetiva não é irreal, porém é ilusório.

[7]
Além do fisicalista jônio Heráclito, houve também Xenófanes, quem propôs ser a
terra a arché. No entanto, devido à existência de poucas informações disponíveis
acerca deste pré-socrático, torna-se difícil pormenorizar seu raciocínio.

[8]
Contudo, Empédocles, assim como os demais pré-socráticos, jamais utilizou o
termo “elementos” (stoicheion, στοιχεῖον), o qual foi descrito, na literatura grega,
pela primeira vez, somente nas obras de Platão.

[9]
Talvez essa, junto com o pensamento de Anaxágoras, já fosse uma ideia
precursora do atomismo de Leucipo e Demócrito.

[10]
Ideia não muito diferente da aceita hoje pela Física; afinal philia e neikos
guardam similitude com as forças nucleares de coesão e repulsão, respectivamente.

[11]
De qualquer forma, frise-se que Anaxágoras também aderia ao pensamento
dualista, pois o noûs (geralmente traduzido do grego como espírito) era considerado
uma força imaterial organizadora da instabilidade dos opostos.


[12]
Se se observar pela metaética, os elementos e seus seres (e.g., ondinas, silfos,
gnomos e salamandras) não são imorais ou amorais, mas tem uma ética própria,
muito distinta da do homem, cuja moralidade depreende do equilíbrio dos quatro
elementos que o compõem fisicamente e moralmente.

[13]
Uma forma de alquimia. Por que não?

[14]
Em diversas outras ordens e fraternidades, o fogo (assim como os demais
elementos) também é símbolo relevante. Exemplo é o ritual de iniciação do Rito
Escocês Antigo e Aceito, em que o candidato passa por provas relacionadas com os
elementos.

[15]
REGARDIE, Israel. The Golden Dawn. 5. ed. Woodbury: 2003, p. 131 et seq.,
tradução livre.

[16]
É forçoso salientar também a relação do elemento fogo com a letra ‫( ש‬que possui
três ‫ י‬na sua composição), associada ao 21º caminho da Árvore da Vida e com o Atu
XXI, o Aeon, que ilustra o Deus ígneo Hórus tomando seu assento no lugar do aquoso
Osíris (representado no Atu XII, o Dependurado).

[17]
Chokmah é a sephirah relacionada com o Yod do Tetragrammaton. Mais uma
associação do fogo com o conhecimento e com a iniciação.

[18]
Binah, a Compreensão, como receptáculo fecundo de Chokmah, a Sabedoria.

[19]
Yechidah é a parte de conexão direta do Micro com o Macrocosmo. Trata-se da
Coroa que não exatamente constitui parte do homem, mas não dele jamais se separa,
exceto quando com se fundem e se misturam (Magnum Opus).

[20]
Tal característica encontra-se na apresentação da Hadit: “Eu sou a chama que
queima em todo coração do homem, e no âmago de toda estrela. Eu sou a Vida, e o
doador da Vida, também, portanto, o conhecimento de me é o conhecimento da
morte.” (AL, II:6)

[21]
Propriedade decorrente da grande facilidade para assimilar substâncias, sendo a
água considerada o solvente universal. 
[22]
Ora, não é exatamente isso que a redenção dos deuses osirianos prometia? Jesus
Cristo não foi crucificado para que “limpasse os pecados” do mundo? O Aeon de
Osíris foi marcado por uma “diplomacia” típica do Ar, que afaga com uma mão e tira
com a outra, e por uma pulsão de morte, aquosa. Ao mesmo tempo em que havia a
redenção e a “compaixão” aquosa, as religiões osirianas ameaçavam com castigos
ígneos e perpétuos aqueles que voltassem a pecar.

[23]
Por isso, o fogo é essencialmente masculino; a água, feminina.

[24]
O Kteis divino.

[25]
“[...] É preciso ousar para querer. [...]” (ZAHED, Eliphas Levi. Dogme et
ritual de la haute magie. Paris: [s.n.], 1855, tradução livre)

[26]
O oxigênio é extremamente reativo e oxidante, impossibilitando ou
obstaculizando certas formas de vida (e.g. bactérias anaeróbias e alguns tipos de
vírus)

[27]
Boi é o caminho de ‫א‬, atribuído ao Louco (Atu 0 do Tarot). Por gematria hebraica,
tem-se que ‫ אלף )א‬soletrado) = 111.

[28]
Isso acontece por meio do equilíbrio dinâmico regulado nos pulmões

Para maiores informações, vide GUYTON, Arthur G. Fisiologia humana. 6. ed.


Vila Mariana: Guanabara Koogan, 1988.

[29]
A filha de ‫ י‬e ‫ה‬, a noiva do Microprosopus

[30]
Dessa forma, invocar ou banir o elemento terra, de certa forma, implica também
invocar ou banir os demais elementos

[31]
Não um elemento, como pensavam os pré-socráticos.

[32]
O conceito do Tao é algo difícil, senão impossível, de ser explicado. Trata-se de
um conceito que se descobre por intuição, tal como Kether e o Ain Soph no sistema
qabalístico. 
[33]
WILHELM, Richard (org.) .I Ching: o livro das mutações. São Paulo:
Pensamento, 2000. Disponível em: < http://www1.uol.com.br/iching/index.htm>.

[34]
Apesar de este ideograma significar literalmente “árvore”, consagrou-se, no
Ocidente, a sua tradução como “madeira”.

[35]
Semelhantemente, na fisiologia ocidental, o fígado também é relacionado ao
desenvolvimento e à expansão (características da Madeira), uma vez que é o produtor
de fatores de crescimento (somatomedinas, mais especificamente) importantes para
estimular a mitose, principalmente de células musculares.

[36]
Assim como a expansividade da madeira, as unhas não param de crescer.

[37]
A vontade da Madeira é diferente da do Fogo. Enquanto esta se aproxima da
realização de pequenos desejos cotidianos e ambições cotidianas, a vontade de hun é
a que mais se aproxima de Thelema. “Pois vontade pura, desembaraçada de
propósito, livre da ânsia de resultado, é toda via perfeita” (AL, I:44).

[38]
Há inúmeras controvérsias sobre o significado de shén, uma vez que o seu
ideograma é muito polissêmico.

[39]
“Moradia dinâmica” porque na Medicina Tradicional Chinesa os órgãos devem
ser sempre interpretados não como um lugar físico predeterminado e isolado, mas
sim de forma holística, analisando as suas interações com as outras partes do corpo
bem como as repercussões mentais e emocionais.

[40]
Nota-se, pois, semelhança entre a fase Terra do Wu Xing com a constituição do
elemento Terra, como considerado pelo hermetismo.

[41]
Numa tentativa mais ousada de associação, poder-se-ia dizer que Po corresponde,
na Qabalah, à Nephesh, a “alma animal”.

[42]
Mais uma vez há uma validação da máxima latina “mors janua vitæ; vita janua
mortis”.


[43]
Grande ingestão de alimentos e líquidos muito yin (água, por exemplo) causará
deficiência de yang nos em shèn, fazendo com o que o indivíduo excrete os fluidos
que não puderam ser transformados em urina por pangguang. Haverá, pois, micção
muito clara e frequente.

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