Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SOCIAIS
NO
CAPITALISMO
DE HOJE
Nicos POULANTZAS
E
a
E
CLASSES SOCIAIS
NO CAPITALISMO
DE HOJE
Tradução de
capa de
ÉRICO
Lodo
Impresso no Brasil
ÍNDICE
Pilmende Cs cc a
INTRODUÇÃO
RS CrASSES SOCIAIS E SUA REPRODUÇÃO AMPLIADA o 1t
A INTERNACIONALIZAÇÃO
DAS RELAÇÕES CAPITALISTAS
E O ESTADO-NAÇÃO
7” AS BURGUESIAS:
pes CONTRADIÇÕES E SUAS RELAÇÕES
COM O ESTADO
A PEQUENA-BURGUESIA TRADICIONAL
E A NOVA PEQUENA-BURGUESIA
CA ci. 209
O PROBLEMA NA SUA ATUALIDADE TEÓRICA E PRATI
209
1. Observações Gerais
Peque-
2. A Pequena-Burguesia Tradicional e a Nova
na-Burguesia
24
IVO: Nova
IH. TraBALHO PRODUTIVO E TRABALHO NÃO-PRODUT
227
PEQUENA-BURGUESIA E CLASSE OPERÁRIA
DA DETERMI-
JII. Os COMPONENTES PoríTICOS E IDEOLÓGICOS 243
A
NAÇÃO DE CLASSE DA NOVA PEQUENA-BURGUESI
244
1. O Trabalho de Direção e de Supervisão
Intelectual: os
2. A Divisão Trabalho Manual/Trabalho 249
Engenheiros e Técnicos da Prod ução
/'TRABALHO
Iv. O PapeL DA Divisão TRABALHO INTELECTUAL
ENA-BURGUESIA 272
MANUAL PARA O CONJUNTO DA Nova PEQU
IZAÇÃO DO
A Nova PEQUENA-BURGUESIA E A BUROCRAT 295
TRABALHO INTELECTUAL
ÃO DE SEUS
VI. A Nova PEQUENA-BURGUESIA E A DISTRIBUIÇ
307
AGENTES
RGUESIA
Val. A DETERMINAÇÃO DE CLASSE DA PEQUENA-BU
AL 311
“TRADICION
A Po-
VIII. O SuBcoNIUNTO IDEOLÓGICO PEqUENO-BURGUÊS E
313
siçÃO POLÍTICA DA PEQUENA-BURGUESIA
DE CLASSE
IX, A SITUAÇÃO ATUAL E A QUESTÃO DAS FRAÇÕES 328
DA Nova PEQUENA-BURGUESIA
328
1. As Transformações Atuais 344
rguesia ..
2. As Frações de Classe da Nova Pequena-Bu
TRADICIONAL 359
A SiruaçÃO ATUAL DA PEQUENA-BURGUESIA
XI. CONCLUSÃO: AS PERSPECTIVAS POLÍTICAS
ADVERTÊNCIA
mas infor-
AO APRESENTAR ESTE TEXTO aos leitores, devo-lhes algu
mações preliminares.
principal-
1. Trata-se de uma série de ensaios que se refere
elhos de
mente às classes sociais, e em segundo lugar aos apar
a-imperialista.
Estado, na fase atual do capitalismo monopolist
es impe-
Estes ensaios dizem respeito essencialmente às metrópol
E
rialistas e sobretudo à Europa.
a sistemática
a) Estes ensaios não constituem, pois, uma teori
limites são im-
dessas formações sociais em sua fase atual. Seus
a um pesqui-
postos por razões objetivas: não se poderia recorrer
uisadores ou
sador ou militante, ou mesmo a um “grupo” de pesq
o produto
militantes, para elaborar tal teoria. Esta só pode ser
ria.
das organizações de luta de classe da classe operá
metrópoles
b) Se estes ensaios têm por objetivo principal as
s, é que estas
imperialistas, e principalmente as formações européia
amentar desde
constituem um campo específico: é o que tento fund
o primeiro ensaio.
objeti-
2. O caráter parcial destes ensaios surge através dos
vos mais particulares aos quais se referem:
fase
a) Eles tentam envolver as características gerais desta
(primeiro
e seus efeitos sobre as formações sociais em questão
(segundo
ensaio), as análises mais precisas relativas à burguesia
cional e
ensaio) e à pequena-burguesia, pequena-burguesia tradi
médias”
nova pequena-burguesia — denominada “novas camadas
sobretudo
— (terceiro ensaio): enfim, estas análises referem-se
ao inimigo e aos aliados potenciais da classe operária.
ria; no
Estes ensaios não tratam diretamente da classe operá
formas:
entanto ela está neles constantemente presente, sob duas
8 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE HOJE
uzi
seriam ilustrações, mas introd
cas cujas análises concretas só lises concretas.
ivo) das aná
as primeiras no ritmo(gradat
€
à fase atual do imperialismo
5. As análises concernentes cer ta-
mas mais gerais referem-se
que tratam também de proble n-
aos paí ses do mi na do s € dep endentes. Mas, O objetivo pri
ment e ular
ões imperialistas, e em partic
cipal do texto sendo as formaç ial-
erial empírico refere-se essenc
as formações européias, O mat i um
te caso, à França recebe aqu
mente a tais formações. Nes o
que suas diferenças em relaçã
tratamento privilegiado, se bem
stão sejam marcantes. Não
às cutras formações sociais em que
s sob todos os seus aspectos,
significa que ela seria, pelo meno
, porque é aqui que se situa
um caso exemplar: é, simplesmente
o, é também evidente que
minha experiência pessoal. Entretant
certas particularidades, ao
as análises que faço referem-se, em
aspectos, ao conjunto da
conjunto destas formações e, sob certos
corrente imperialista.
xidade e atualidade
6. Por um lado, em virtude da comple
o, das razões que coman-
dos problemas de que trato e, por outr
“dam o caráter não-sistemático e parcial desta obra, as análises
proposições apresenta-
aqui expostas são finalmente, a meu ver,
possuem nada de “defi-
das para discussão é retificação. Elas não um texto
não se trata de
nitivo”, entre outras coisas, porque
ica.
acabado, mas de análises abertas à crít
ico, às vezes mesmo
Isso explica igualmente o caráter crít
m - minhas próprias aná-
“polêmico”, que frequentemente assume
renças e ocultar a coloca-
lises. Em vez de me calar sobre as dife
stir nelas, na medida em
ção de problemas essenciais, preferi insi
ia marxista. Isso significa
que somente a crítica faz avançar a teor
precisos, a certos autores não
que as críticas que faço, em pontos
que fazem em outros pon-
tiram, a meu ver, o valor das análises
am.
tos, análises estas que muito me ajudar
sendo muito vasta a
Enfim, para não prolongar o' texto, e
tratados, voluntariamente
literatura marxista sobre os assuntos
nte necessário.
limitei minhas referências ao estritame
teóricas aqui apresenta-
7. Numerosos conceitos é análises
e diretamente concentrados
dos de maneira relativamente simples
am às minhas duas obras
em torno de problemas atuais, remont
sociales (Maspero, 1968)
anteriores: Pouvoir politique et Classes
0), onde eles são funda-
e Fascisme et Dictature (Maspero, 197
que devesse retomar O CON-
mentados e explicitados. Não acreditei
10 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE
HOJE
neia DASCLASSES
DETERMINAÇÃO ESTRUTUR;
a“DAS
.2
5
1
a
o
Ra
g E asepa
Ã
Í
o de xplora
e
queeconômica
o
die
b) Pode-se bem observar que as relações ideológicas e polí-
ticas, isto é, os lugares de dominação-subordinação política e ideo-
lógica já se referem a uma determinação estrutural de classe; não
se trata, pois, de um lugar objetivo que só diria respeito ao lugar
econômico nas relações de produção, só se encontrando os ele-
mentos políticos e ideológicos nas posições de classe. Não se trata,
segundo um antigo equívoco, de uma “estrutura” econômica que
designa, sozinha, de um lado os lugares, e de outro uma luta de
classes que se estende ao domínio político e ideológico: tal equi-
voco toma atualmente com frequência a forma de uma distinção
entre “situação (econômica) de classe” de um lado, e posições
político-ideológicas de classe por outro lado. A determinaçãoes-
trutural de classe refere-se desde já à luta econômica, política
e ideológica de classe, expressando-se todas essas lutas pelas po-
sições de classe na conjuntura.
Isso significa igualmente que as análises aqui apresentadas
não têm nada que ver também com o esquema hegeliano, o da
classe em si (situação econômica de classe, determinação objetiva
de classe unicamente pelo processo de produção), e o da classe
para si (classe dotada de uma “consciência de classe” própria e
de uma organização política autônoma = luta das classes), ao
/
ndo os diferen-
Esta relação pode assumir várias formas, segu
tes modos de produção.
utores di-
Nos modos de produção “pré-capitalistas”, os prod
iramente “separados”
retos — os trabalhadores — não estavam inte
do modo de
dos meios e do objeto do trabalho. Tomemos o caso
mesmo tempo-
produção feudal: se bem que O senhor detivesse ao
terra, o ser-
a propriedade jurídica e a propriedade econômica da
va-se protegido:
vo tinha a posse de seu pedaço de terra; encontra
e simples-
pelos costumes, e o senhor não podia despojá-lo pura
necessário, na
mente de seus bens: para que isso se fizesse, foi
o das enclo-
Inglaterra, por exemplo, todo um processo sangrent
que Marx
sures na transição do feudalismo para o capitalismo,
desses modos
chamou de acumulação primitiva do capital. No caso
extração dire-
de produção, a exploração dominante se fazia pela
éia ou de tri-
ta do sobretrabalho, sob forma por exemplo de corv
ica e a posse
buto natural. Isso significa que a propriedade econôm
iam da mesma
se distinguiam naquilo em que ambas não depend
relação proprietários /meios de produção.
a, os pro-
Em contrapartida, no modo de produção capitalist
te desprovidos
dutores diretos — a classe operária — são totalmen
ao capital. É esta
de seus meios de trabalho, cuja posse pertence
de seus meios de
forma consumada de separação dos trabalhadores
x chama de
produção o que condiciona a aparição do que Mar
trabalho, que
“trabalhador nu”. O operário só possui sua força de
lugar dos
vende (força-trabalho). É esta modificação decisiva do
produtoresdiretosnasrelaçõesde pro duçãoquefazcomqueo
é, que -determina
própriótrabalho se torne uma mercadoria, isto
a gencralização daforma-comercialénãoo inverso:/ o trabalho
ai
£ rezo
eira das
como mercadoria nãoé o efeito da generalização prim o é
etrabalh
famosas “relações comerciais”.A extração do sobr
mente, por meio:
“então feita aqui nãodiretamente, mas indireta
é, pela criação e
do trabalho incorporado na mercadoria, isto
açambarcamento da mais-valia.
7. Pode-se então observar:
devem ser
7.1. De um lado, que às relações de produção
constituem, e na
apreendidas na articulação das relações que as
o que circunscreve a
sua unidade com o processo de trabalho: é
iza um modo de
relação de exploração dominante que caracter
ndo tal relação
produção e que determina a classe explorada segu
relação de pro-
dominante. Não poderíamos somente nos ater à
e, como clas-
priedade, designando, de alguma forma negativament
INTRODUÇÃO: AS CLASSES SOCIAIS - Db
seg uid a, é pre cis o sub lin har que estas barreiras de
8.1. Em aldades
e sua re pr od uç ão am pl ia da têm como efeito desigu
classe de agen-
s esp ecí fic as e co nc en tr adas em certos conjuntos
sociai tribuídos:
sses em cujo seio estão dis
tes, segundo as diversas cla não nos estendermos ain-
os jov ens € Os vel hos , pa ra
em especial, muito mais com-
a outra natureza e
da mais sobre o caso, de um se trata
as mul her es. É po rq ue , no caso das mulheres, não
plexa,
adetermina dos sobre elas da divisão
simplesmente de efeitos supr a arti-
m, mais precisamente, de um
da sociedade em classes, poré social do trabalho, da di-
da divisão
culação particular, no seio
isão geral.
visão em classes e da div
do
é pois composto da unidade
9. O processo de produção sei o
de tra bal ho e das rel açõ es de produção. Mas, no
processo
dad e, nã o é o pro ces so de trabalho — incluindo a tecno-
desta uni
o pro ces so téc nic o — que detém o papel principal: são
logia é
es de pr od uç ão qu e do mi na m sempre o processo de tra-
as relaçõ
as for ças pro dut iva s, imp rim indo-lhes seu traçado e seu
balho e pro-
de pro ced er. É est a me sm a dominação das relações de
modo ão a
o sob re as for ças pro dut ivas que dá à sua articulaç
duçã
dução e reprodução.
forma de um processo de pro
das relações de produção
9.1. É deste papel dominante e
processo de trabalho que decorr
sobre as forças produtivas e o
el con sti tut ivo das rel açõ es políticas e das relações ideoló-
o pap
na det erm ina ção est rut ura l das classes sociais. As relações
gicas i-
compõem (propriedade econôm
de produção é aquelas que as s daí decorrentes,
de podere
ca/posse) traduzem-se sob a forma mo Tais,esses poderes estão
co
em suma, pelos poderes de classe: políticas € ideológicas que
ações
“constitutivamente ligados às rel repõem
. Essas relações não se sob
os consagram e Os legitimam stentes”, mas estão
dução “já exi
simplesmente às relações de pro
sen tes , sob fo rm a esp ecí fic a em cada modo de produção, na
pre
dução. O processo de produção
constituição das relações de pro
po, processo de reprodução das
e exploração é, ao mesmo tem
ção políticas e ideológicas.
relações de dominação subordina
s
e que, nos lugares das classe
9.2. Isso implica finalment so-
ações de produção, é a divisão
sociais no próprio seio das rel a das
expressa pela presença específic
cial do trabalho, tal como se ão,
açõ es pol íti cas e ide oló gic as no seio do processo de produç
rel
trabalho: as consegiiências serão
que domina a divisão técnica do ão &
palmente na questão da “direç
amplamente observadas, princi
INTRODUÇÃO: AS CLASSES SOCIAIS 23
à,
eo
ém naquela da de-
supervisão” do! processo de trabalho, mas tamb Assi-
cos da produção.
terminação de classe dos engenheirose técni
essas proposições
nalemos simplesmente que, considerando-se
o papel decisivo
marxistas fundamentais, é que se pode apreender
ectual” na determina-
da divisão “trabalho manual-trabalho intel
ção das classes sociais.
o fundamental '
10. Eis o momento de lembrar a distinçã o
social: só farei no moment
entre modo de produção € formação uma di-
distinção tem
algumas observações sumárias, pois esta
dedicar amplamente nos
mensão teórica sobre a qual vou me
ensaios seguintes.
dução que é um
10.1. Quando falamos de um modo de pro
em um nível geral é
objeto abstrato-formal, situamo-nos ainda
de modo de produção já
abstrato, se bem que o próprio conceito
relações de produção,
abranja, como tal, ao mesmo tempo, as
cas: por exemplo, os |
as relações políticas e as relações ideológi
capitalista etc. Mas estes
modos de produção escravista, feudal,
roduzem em formações
modos de produção só existem e se rep ha, a
França, a Aleman
sociais historicamente determinadas: a órico,
do processo hist
Inglaterra etc., neste ou naquele momento
s porque objetos reais
tiveram formações sociais sempre originai
— concretos esingulares.
vários modos —
Portanto, uma formação social comporta
uma articulação espe-
mas também formas — de produção, em
européias do prin-
cífica. Por exemplo, as sociedades capitalistas
elementos do modo de
cípio do século XX estavam compostas de
comercial simples e da
produção feudai, da forma de produção
mo para o capita- |
manufatura — forma de transição do feudalis
sob suas formas com-
lismo —, do modo de produção capitalista
is eram bem as
petitiva emonopolista. Mas essas formaçõessocia
este modo capita-
formações capitalistas: isso significa que era -se
mação social constata
lista que dominava. De fato, em toda for
o este que produz
o domínio de um modo de produção, domíni
e os outros mo-
efeitos complexos de dissolução-conservação sobr
s formações sociais
dos e formas de produção e que confere a essa
à-exceção dos pe-
suas características (feudais, capitalistas etc.):
izados precisamente
tíodos de transição no sentido estrito, caracter
os e formas de
por um “equilíbrio” particular dos diversos mod
produção.
unicamente
Voltemos às classes sociais. Se nos dedicarmos
classes, já pre-
aos modos de produção, cada um comporta duas
MO DE HoJE
E 24 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALIS
e
no con jun to de sua det erminação econômica, política
sentes do-
ra, política e ideologicamente
ideológica: a classe explorado domi-
ca e ideologicamente
minante, e a classe explorada, políti
de produção escravista), senho-
nada: senhores e escravos (modo
dal), burgueses é operários
res e servos (modo de produção feu
(modo de produção capitalista).
formação social, compor-
Mas uma sociedade concreta, uma ta vários
em que ela compor
ta mais de duas classes, na medida
o não existe formação social
modos e formas de produção. De fat
]
ds a
26
à ioid on
classe, fração ou camada pode ou não, segundo as formações
sociais, seus estádios e fases e suas conjunturas, fazer parte do
bloco no poder, e pode ou não fazer parte do povo. Mas isso
indica também que essas classes, frações ou camadas, fazendo
parte das alianças; não perdem absolutamente, neste caso, sua
determinação de classe dissolvendo-se num amontoado indistinto
“de alianças-fusões. Para citar somente o exemplo do povo, as
classes e frações que dele fazem parte mantêm sua própria deter-
minação de classe: quando a burguesia nacional faz parte do
povo, permanece entretanto burguesia (contradições no seio do
povo); estas classes e frações aí não se dissolvem, como deixaria
entrever certo emprego idealista do termo “massas populares”,
ou o próprio termo “classe dos assalariados”.
4 28
a
ao próprio apa-
É somente aos aparelhos de Estado, mas também
f
relho econômico (a questão da “empresa”).
distinção, entre
! 13.4. Pode-se assim delimitar a relação, e a
aparelhos de Estado
poder de Estado e aparelhos de Estado. Os
e concentram
, não possuem “poder” próprio, mas materializam
pelo conceito
relações de classe, relações abrangidas precisamente
em essência instru-
de “poder”. O Estado não é uma “entidade”
ente a con-
mental intrínseca, mas uma relação, mais precisam
| densação de uma relação de classe. Isso significa que: s)
ideológica
a) as diversas funções (econômicas, políticas,
reproduç ão das rela-
preenchidas pelos aparelhos de Estado na
si, existindo primei-
ções sociais não são funções “neutras” em
“destorcidas” ou
ramente como tais para serem simplesmente de-
es: tais funções
«desviadas” em seguida pelas classes dominant
própria estrutura de seus
pendem do poder de Estado inscrito na ter-
e que ocupam o
aparelhos, isto é, classes e frações de class
reno da dominação política;
ência e funciona-
- b) esta dominaçãoé solidária com a exist
mento dos aparelhos de Estado.
ação radical das relações
13.5. Segue-se que uma transform
ança do poder de Estado,
sociais não pode limitar-se a uma mud À
aparelhos de Estado.
mas deve “revolucionarizar” os próprios da revolução
, no processo
classe operária não pode contentar-se
sia ao nível do poder de
socialista, em tomar o poder da burgue
ormar de forma radical (“que-
Estado, mas deve igualmente transf
e substituí-los por apare-
brar”) os aparelhos de Estado burguês
lhos de Estado proletários.
ado, diretamente
13.6. Mas, ainda aqui, é O poder de Est -
ermina o papel e o funcio
articulado à luta das classes, que det
namento dos aparelhos de Estado.
a da revolucionarização
a) Isso se exprime, do ponto de vist
de que à classe operária e
dos aparelhos de Estado, pelo fato
as massas populares só podem “quebrar” os aparelhos de Estado
amparando-se no poder de Estado;
junto do funcionamento
b) Isso se exprime também no con |4
toda formação social. Se
concreto dos aparelhos de Estado em ]
HI
escola
do, entre Os quais está à
15. Os aparelhos de Esta a divisão em classes, mas
ho ide oló gic o, nã o cr ia m
como aparel ia-
bu em pa ra ta l div isã o e, ass im, para sua reprodução ampl
; contri ações da
É nec ess ári o ai nd a de sembaraçar todas as implic
da. odução que
somente às relações de pr
proposição acima: não são de
in am os apa rel hos , ma s ta mbém não são os aparelhos
determ s, em
qu e 'pr esi dem à lut a das classes: é a luta das classe
o
mando aos aparelhos.
todos os níveis, que dá co
nt e, é nec ess ári o atr ibu ir a maior importância ao pa-
Real me ações
pre cis o do s apa rel hos ide ológicos na reprodução das rel
pel domina o
de produção, pois é a que
sociais, inclusive as relações força
ncipalmente à reprodução da
conjunto da reprodução, pri
bal ho e dos me io s de tra bal ho. Isso é uma consequênc do ia
de tra stitu-
o de qu e são as rel açõ es de produção, em sua relação con
fat e ideo-
nação / subordinação política
tiva com as relações de domi so
so de trabalho no seio do proces
* lógica, que dominam o proces
de produção.
Est a rep rod uçã o amp lia da das classes sociais (das re-
15.1. sua
ões soc iai s) co mp or ta doi s aspectos que só existem em
laç
unidade:
lugares que ocupam os agen-
Ê — A reprodução ampliada dos inação estrutural
foi visto, marcam a determ
tes. Tais lugares, já a es-
E
cla sse s, ist o é, o mo do de existência da determinação pel
E das políti-
ão, dominação/subordinação
trutura — relações de produç
classe.
ca é ideológica — nas práticas de tais
À rep rod uçã o-d ist rib uiç ão dos próprios agenies entre
— E
lugares.
3
IAIS 3t
INTRODUÇÃO: AS CLASSES SOC
e coloca a
Es te se gu nd o as pe cto da reprodução, qu
15.2. este ou aquele
qu em , co mo , em que momento, ocupa
questão: rguês, campo-
é ou se to rn a bu rg uê s, proletário, pequeno-bu ução
lugar, pr imeiro, isto é, à reprod
est á su bo rd in ad o ao
nês pobre etc. plo, ao fato de
sses sociais: por exem
dos próprios lugares das cla a bur-
ca pi ta li sm o, em su a re pr odução ampliada, reproduz
que o rma na
, O pr ol et ar ia do , à pe qu ena-burguesia sob nova fo
guesia a etc.; ou ainda que elimin
a.
o monopolist
fase atual do capitalism s for-
me nt e cer tas cla sse s é fr ações de classe no seio da
tendencial os cam-
iai s on de oc or re su a reprodução ampliada —
mações soc etc. Por outro
s pa rc ei ro s, a pe qu en a-burguesia tradicional uzi-
ponese ag entes devam ser reprod
e qu e OS pr óp ri os
lado, se é verdad para ocupar certos lugare
s,
if ic ad os -s ub me ti do s” —
dos — «“qual semente
sig nif ica qu e tal di st ribuição dos agentes não
isso não
as ou aspirações , mas, além disso, que
não se prenda a suas escolh ares. Isso
a re gu la me nt ad a pe la pr ópria reprodução desses lug
sej
to de qu e o as pe ct o pr in ci pal da determinação das
se prende ao fa o O dos agentes que ocup
am
ares, e nã
classes é aquele de seus lug
esses lugares. escola
elhos de Estado, inclusive da
Portanto, o papel dos apar estes dois as-
não é o mesmo quanto a
como aparelho ideológico,
pectos da reprodução.
o
tam ent e, a de te rm in aç ão estrutural das classes nã
15.3. Jus
a lug are s so me nt e no pro cesso de produção — a uma
se limitando si — mas se estendendo a
todas
ec on ôm ic a das cla sse s em
situação intervêm,
ma da s da div isã o soc ial do trabalho, tais aparelhos
as ca gicas e polí-
alização das relações ideoló
como encarnação € materi -
rm in aç ão das cla sse s. Tai s aparelhos, e principalmen
ticas, na de te seu pa-
rel hos ide oló gic os de Est ado, intervêm então, pelo
te os apa ológicas, na reprodu-
es políticas € ide
pel na reprodução das relaçõ s sociais.
m as classe
ção dos lugares que define tu-
me no s qu e se pe rc am , nu ma visão idealista e “insti
Mas, à sses
a”, as rel açõ es soc iai s, vis ão esta que apresenta as cla ]
cionalist , é pre-
s e a lut a das cla sse s co mo O produto dos aparelhos ]
sociai ão ultrapassa Os apa-
o da reproduç
ciso observar que esse aspect limi-
te, determinando-lhes os seus
relhos e lhes escapa amplamen ra — de uma
uma reprodução primei
tes. Pode-se, de fato, falar de a das
uç ão fu nd am en ta l — das classes sociais na e pela lut
repr od ura,
a reprodução ampliada da estrut
“classes, onde se desempenha -
produção, e que preside ao fun
aí compreendidas as relações de
hos. Para citar um exemplo es-
cionamento e ao papel dos aparel rmando proletá-
a de uma escola fo
quemático: não é a existênci
e
e a
rios é novos pequeno-burgueses que determina a existência
reprodução — extensão, diminuição, certas formas de categori-
zação etc. — da classe operária e da nova pequena-burguesia. É,
ao contrário, o processo de produção em sua articulação com as
relações políticas e ideológicas e, então, a luta — econômica, po-
lítica, ideológica — das classes que tem por efeito esta escola.
nte dos
Isso explica por que a reprodução que se serve indiretame
an-
aparelhos não ocorre sem lutas, contradições e choques const
tes em seu interior. Finalmente, dessa forma é que se pode com-
-preender o outro lado da questão: como a reprodução ampliada
i-
das relações sociais depende da luta das classes, sua revolucionar
zação depende igualmente dessa luta.
15.4. Essa reprodução fundamental das classes sociais não
Não se
se refere somente aos lugares nas relações de produção.
de uma
trata de “auto-reprodução econômica” das classes em face
nte ape-
reprodução ideológica e política que se serve indiretame
primei-
nas dos aparelhos. Trata-se realmente de uma reprodução
ão so-
ra na e pela luta das classes em todas as camadas da divis
ural, essa
cial do trabalho. Assim como sua determinação estrut
ões po-
reprodução das classes sociais refere-se igualmente às relaç
que,
líticas e às relações ideológicas da divisão social do trabalho
ção,
emsua relação (relation) com as relações (rapporis) de produ
ão social
assumem um papel decisivo. Isso porque a própria divis
políticas
do trabalho não se refere somente às relações (rapports)
ção, no
e ideológicas, mas também às relações (rapports) de produ
o que
seio das quais ela domina a “divisão técnica” do trabalho:
de pro-
é uma consegiiência da dominação das relações (rapports)
ção.
dução sobre o processo do trabalho no seio do processode produ
-
Y Dizer que essa reprodução primeira das classes sociais depen
etas
ide da luta de classes é dizer também que suas formas concr
repro-
dependem da história da formação social. Esta ou aquela
si-
dução da burguesia e da classe operária, das classes do campe
nato, da antiga e da nova pequena-burguesia, dependem da luta
espe-
das classes nessa formação: por exemplo, a forma e o ritmo
tradicio-
“cíficos de reprodução, na França, da pequena-burguesia
se a
nal e do campesinato parceiro, sob o capitalismo, prendendo-
com a
formas específicas de sua aliança, durante muito tempo,
burguesia. O papel dos aparelhos nessa reprodução só pode por-
tanto situar-se em relação a essa luta: o papel particular, a esse
respeito, da escola na França só se situa principalmente com rela-
ção à aliança burguesia/pequena-burguesia que durante muito
tempo marcou a formação social francesa.
ore se a reprodução ampliada dj
s das classes sociais “apela”, principalmente no campo ideo
co-político, para os aparelhos ideológicos de Estado, ela não
“limita somente aisto. | :
divisã
16.1. Mencionemos agora, neste sentido, o caso da
ão, pr
entre trabalho manual e trabalho intelectual. Esta divis
lho; nê
para a determinação dos lugares na divisão social do traba
econôm
se limita de forma alguma unicamente ao domínio
, pa
onde, digamo-lo de passagem, nãotem, intrinsecamente
r produ
“próprio quanto à divisão das classes: o trabalhado
modo algui
“aquele que produz mais-valia, não é o que cobre de
rabal
apenas o trabalho manual. A divisão trabalho manual/t
rel
“intelectual só pode ser apreendida em sua extensão com as
o:
ções políticas e com as relações ideológicas, ao mesmo temp
queexistem na divisão social do trabalho no puro seio do. pr
arelho econôm ico
"cesso de produção, o que recorre ao próprioap
ao tr
"eà “empresa”: autoridade edireção do trabalho ligadas
existem no c
alho intelectual e ao segredo do saber; e b) que
ideológi
junto da divisão social do trabalho: relações políticas e
es soc:
cas que intervém na determinação dos lugares das class
ideoló;
Mas é evidente que não é a escola, ou outros aparelhos
iros e exau:
“cos, que criam esta divisão, ou que são fatores prime mo
produ.
tivos de sua reprodução, se bem que intervenham nesta
alista, “cor
“surgindo ao mesmo tempo, sob sua forma capit
luta das class
efeito desta divisão e de sua reprodução na e pela
rio seio a
a '* Por outro lado, se a escola reproduz em seu próp
aescol
"sãoentre trabalho manual e trabalho intelectual, é que
- já está, pela própria natureza capitalista, situada globalmente «
—ui
Fipiação a io reproduzida como aparelho em função de
a|
divisão trabalho manual/trabalho intelectual que ultrapassa
cola, indicando-lhe seu papel: separação da escola e daprodu
me
ligada à separação e à espoliação do produtor direto dos
E :
de produção.
fal:
16.2. Mas ainda é necessário observar, pois estamos
“do de aparelhos ideológicos, que esses aparelhos, mesmo que|
exau
criem a ideologia, também não são fatores primeiros ou
bordi nação id
vos de reprodução das relações de dominação/su
inculcar (
lógica. Os aparelhos ideológicos só fazem elaborar e
t:
terializar) a ideologia dominante: não é a Igreja, como susten
re
Max Weber, que cria e perpetua a religião, mas sim a
HoJE
34 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE
às relações ideológicas capi-
que cria e perpetua à Igreja. Quanto mercado-
ao fetichismo da
talistas, as análises de Marx referentes
so de valorização do capi-
ria, que se refere precisamente ao proces
rodução da ideolo-
tal, oferecem um excelente exemplo de uma rep
o que Marx aliás ob-
gia dominante que ultrapassa os aparelhos:
correspondência”,
servava, quando falava frequentemente de uma
das “formas de
que implica uma distinção, das “instituições” e
a e do político
consciência social”. Em suma, o papel da ideologi
sociais abrange
na reprodução ampliada dos. lugares das classes
a os apa-
aqui diretamente a luta das classes sociais, que comand
se operária,
relhos. Aqui se situa principalmente, do lado da clas
como não são os
o instinto de classe que foi mencionado acima:
logia dominante,
aparelhos ideológicos do Estado que criam a ideo
ido — da
não são também os aparelhos revolucionários — o part
eles a elaboram
classe operária que criam a ideologia proletária:
onária.
e a sistematizam, produzindo a teoria revoluci
de dominação
16.3. A reprodução dos lugares nas relações
aparelhos, recorre
ideológica e política, por mais que recorra aos
elhos ideológicos de
igualmente a outros aparelhos além dos apar
econômico. Uma
Estado, principalmente ao próprio aparelho
sua forma capita-
“empresa”, enquanto unidade de produção sob
em que repro-
lista, constitui igualmente um aparelho, no sentido
seio — organização
duz, pela divisão social do trabalho em seu
ideológicas rete-
despótica do trabalho —, as relações políticas e
lado, a reprodu-
rentes aos lugares das classes sociais. Por outro
l capital, não é
ção das relações ideológicas, que detém um pape
s, como se tudo O
simplesmente a função dos aparelhos ideológico
ao “econômico” e
que se passasse na “produção” só se referisse
o monopólio de
como se aos aparelhos ideológicos se reservasse
reprodução das relações de dominação ideológica.
socia's
16.4. Enfim, esta reprodução dos lugares das classes
de Estado e ao
“recorre não somente aos aparelhos ideológicos
aparelho re-
aparelho econômico, como também aos ramos do
as pelo seu
pressivo de Estado no sentido estrito. E isso não apen
oso de força
papel direto de repressão, entendido no sentido rigor
física organizada. Essa repressão é absolutamente necessária nas
em
relações de exploração e de dominação de classe, e não está
ões
geral no capitalismo, diretamente presente como tal nas relaç
-
de produção, só intervindo em geral sob a forma de uma manu
tenção das “condições” de exploração (o exército não está dire-
o Rn Ear aosno
4
35
INTRODUÇÃO: As CLASSES SOCIAIS
eren-
. Encontra-se aqui uma das dif
tamente presente nas fábricas) produção
capitalista e os modos de
ças entre o modo de produção
como Marx explica muito bem,
“pré-capitalistas”: nestes últimos,
dut or, não est and o tot alm ent e separado de seus meios de
o pro r-
se —, havia necessidade da inte
trabalho — ele detinhasua pos
tra-econômica” para que produ-
venção direta de uma força “ex
do proprietário (o senhor, por
zisse o sobretrabalho para o lucro
ho repressivo -do Estado capita-
exemplo). Se os ramos do aparel é
dos lugares das classes sociais,
lista intervêm na reprodução gue
pal a repressão, o que os distin
porque, tendo por papel princi tam-
não se limitam: eles possuem
dos aparelhos ideológicos, aí os
geral secundário, assim como
bém um papel ideológico, em em
rel hos ide oló gic os pos sue m igualmente um papel repressivo,
apa sões
rcito, à magistratura e as pri
geral secundário. Assim, o exé alização
têm pelo seu papel na materi
(a “justiça” burguesa) etc., burguesa),
e na reprodução das rel ações ideológicas (a ideologia
ais.
pap el emi nen te na rep rod uçã o dos lugares das classes soci
um
o para O segundo aspecto
17. Voltemos agora nossa atençã o englo-
dos agentes. Esta reproduçã
da reprodução, a reprodução -
mo mo me nt os de um me sm o processo, à qualificação-sujei
ba, co
age nte s de tal man eir a que possam ocupar Os lugares, e à
ção dos
re tais lugares.
distribuição dos agentes ent
de forma exata a articulação
É principalmente apreendendo o
doi s asp ect os da rep rod uçã o, sob a dominância da reproduçã
dos tili-
lug are s das cla sse s soc iai s, que se pode compreender a inu
dos -
pro ble mát ica bur gue sa, da mobilidade social, que será am
dade da blemá-
men te dis cut ida nos ens aio s seguintes. Dc fato, esta pro
pla
da mob ili dad e soc ial dos “gr upos” e dos “indivíduos” supõe:
tic a
tratificação social”, e mesmo
a) que a questão principal da “es s entre
ão-mobilidade” dos indivíduo
sua causa, é a da “circulaç suposição
to é evidente que, mesmo na
esses estratos: enquan a
O outro (ou de uma geração par
absurda de que, de um dia para ios
passem os lugares dos operár
a outra), todos os burgueses ocu
e-v ers a, nad a de ess enc ial mud aria no capitalismo, pois have-
e vic
e de proletariado, o que é o aspec-
ria sempre lugares de burguesia
relações capitalistas;
to principal de reprodução das
deplora é simplesmente devi-
b) que a “rigidez social” que se
às fam osa s des igu ald ade s soc iai s dos “indivíduos” e dos “meios”,
da so-
toda desigualdade, em uma
e
caos
ho si de ol ó ico ! e Es tado, e principalment
1. Os aparel ão dos agentes, sua qualific
a-
tê m, na re pr o uç
iparelho escolar, pa pel decisivo e todo part
icular.
su a di st ri bu iç ão , um
-sujeição e ações:
:
põ em -s e al gu ma s ob se rv
Aqui im
sa.
re pr od uç ão do s ag en te s, principalmente à famo
17.2. A ria produção, não se re
fere a. a
o” do s ag en te s da pr óp
ualificaçã téc-
le s “d iv is ão té cn ic a” do trabalho — uma formação
na simp o que se es-
s co ns ti tu i um a ef et iva qualificação-sujeiçã
ca — ma
pol íti cas € id eo ló gi ca s: esta reprodução amplia-
nde às relações as pe cto da reprodução das T
ela
ab ra ng e aq ui um
da dos agentes aç ado à reprodução da fo
rça de:
qu e im pr im e se u tr
ções sociais :
rabalho. . pe l pa rt ic ul ar com relação à escola,
a um pa
Mas, se isso implic qu al ificação-sujeição ocorra.
de vis ta qu e es ta
jãose pode perder fo rm aç ão técnica “no local de
o ap en as co mo
como tal — e nã o do próprio aparelho econ
ômico,
ma s ta mb ém no sei
rabalho” — odução.|
ti tu in do a em pr es a nu ma simples unidade de pr
o se cons aparelho,
s o pr óp ri o pa pel da empresa, como
mpli ca al iá
bu iç ão do s ag en te s no seu seio. Esse papel.
isamente, na dist ri ha-.
ôm ic o é me sm o do mi nante quanto aos trabal
aparelho econ so me nte a eles. Esquecer esse
ma s nã o se re fe re
res imigrados, re sentar OS agentes como
desde |
ec on ôm ic o e ap
pel do apar el ho
os na es co la — an te s do aparelho eco- |
distribu íd
i
no me sm o ti po de explicação regressiva €
MOO. seria cair s co mo desde já exaustivamente
er a ess es ag en te
ívoca que consid da es cola. Como não são ca
stas
fa mí li a — an te s
distribuídos na sse s capitalistas não são ta
mbém |
he ra nç a, as cla
de origem ou de es sa explicação regressiva nã
o vale
s. Co mo , en fi m,
astas escolare
co la , na me di da em que à família conti-
ara à relação família-es à es co la , ela não vale para a rela
-
ão du ra nt e
ua a exercer sua aç co nt in uando a escola a ex
ercer
ec on ôm ic o,
ão escola-aparelho ôm ic a dos agentes: isso se ch
ama
à at iv id ad e ec on
ua ação durante te. Assinalo enfim,
a partir do
fo rm aç ão pe rm an en
jodestamente pel, nessa
so br e o ap ar el ho re pr essivo de Estado, o pa
e foi dito
e de ce rt os ra mo s de ste: é principalmente
produção dos agentes pa rt ic ul ar na distribuição dos
cu jo pa pe l em
> caso do exército, ança.
tempo importante na Fr
entes foi durante muito l-
s é pr ec is o ir ma is al ém, a fim de afastar os ma
0173. Ma cionalista”, que sem-
tendidos da tradiç ão «funcionalista-institu uição dos
do pa pe l da s “i ns ti tu iç ões” na formação-distrib
re falou de socializ
du os ”, pr in ci pa lm en te sob o termo “processo
diví
da repr
É pre cis o obs erv ar, de um lado, que esse aspecto
ção ”.
olu vel men te lig ado ao primeito, estando a ele
dução está ind iss ução
o: é por que , e na me
"m ed ida em que, existe reprod
subordin ad ribui-
da de lug are s qu e há est a ou aquela reprodução-dist
amplia outro lado,
do s age nte s ent re ele s. É necessário lembrar, por
çã o
de te rm in an te qu an to à distribuição dos agentes no
que o papel a ao mercado de trabalho.
fo rm aç ão soc ial ret orn
conjunto da odu
es sã o da re pr od uç ão am pliada das relações de pr
como expr cado,
iss o, me sm o qu e nã o se trate de um mercadounifi
ção: e
o de trabal ho exerça sua demanda
ou seja, mesmo que O mercad o, em razão entre outras
da
em um ca mpo já compartimentalizad é um
ideológicos do Estado (não
própria ação dos aparelhos o lugar vazio de um 058 *).
.
se mp re ga do que . oc up ar á
estudante de lmente de distribuição, uma
exi ste , sob o asp ect o ig ua
É porque es de
con sti tut iva ent re apa rel hos distribuidores e relaçõ
relação dos
lho ; rel açã o que , en tr e out ras, impõe os limites da ação
“traba rcado de
lho s ide oló gic os nes sa compartimentalização do me
“ap are
é po r ex em pl o a esc ola qu e faz com que os lugares
“trabalho. Não upados principalmente po
r
de ope rár ios se ja m oc
suplementares seja, à eliminação dos lug
ares
es . É O êx od o rur al, ou
campones sse ope
mp os ac om pa nh an do à reprodução ampliada da cla
nos ca tido, da escola.
neste sen
rária, que determina O papel,
ução.
que este aspecto da reprod
17.4. Enfim, na medida em am-
e que se trata de reprodução
está subordinado ao primeiro, prios
ever OS efeitos diretos dos pró
pliada, é necessário circunscr senão encontrar aqui o pri-.
os age nte s, o qu e nã o é
— lugares sobre aparelhos. Não se trata, prO
- |
lut a das cla sse s sob re os
| mado da escolarmente)
ame nte , de age nte s ori ginalmente (pré ou extra-
o pri ndo as
do” entre esses lugares segu
“livres” e “móveis”, “circulan o ideo-
gicos e segundo a inculcaçã
injunções dos aparelhos ideoló verdade que as classes do.
fo rm aç ão qu e re ce be m. É
lógica ou a são
po
pr od uç ão e de um a fo rm ação social capitalistas não
= modode ina-.
”
, qu e a or ig em dos age nte s não os liga a lugares determ
* castas
, e qu e O pró pri o pap el de dis tribuidores de escola e de outros
dos ortante. |
apa rel hos dos age nte s ent re esses lugares é muito imp
" se ma
que esses efeitos de distribuição
Mas não é menos verdade dos aparelhos ideológicos, são
pel o fat o de que , no me io
“nifestem — e Seus filhos que
que permanecem
precisamente os burgueses
, operário que,
rie r spé cia lis é — trabalhador não-qualificado re-
gem, executa trabalhos que
sa * os: ouv
a aprendiza
sem ter feito uma verdadeir (N. do T.)
o querem certa formação profissional.
oJE
SO CI AI S N O CA PITALISMO DE H
38 As CLASSES
s que
rg ue se s, e qu e são OS proletário
çamente bu mente pro-
se tornam — maci us filhos que se tornam — maciça em ex-
permanecem —
e se
qu e nã o é n e m principalmente, n essa
nstra me
à distribuição assu e 05
letários. Isso demo o da es co la , qu e
clusivamente em
razã
ei to s do s pr óp ri os lugares sobr
zão de ef e aliás a própria
forma, mas em ra apassam a escola,
estes que ultr caso, como faze
m crer
- agentes, efeitos is am en te , ne st e
ata prec mília-escola na
OT-
família. Não se tr al te rn at iv a fa
atuais, de uma m “binômio” famí
-
certas discussões at a m e s m o de u
e: não se tr efeitos de distribu
ição.
dem de casualidad nd ad or de ss es
imeiro fu es entre aparelho
s que
Jia-escola como pr ri e de re la çõ
outras palavras,
m, de uma sé
“Trata-se, isto si s cl as se s. E m
raízes na luta da tes ligada à Tepr
o-
mergulham suas im ei ra do s ag en
stribuição pr é ela que determin
a
trata-se de uma di s cl as se s so ci ai s:
lugares da re eles,
dução primeira de à es ta ou àquela série dent
aparelho, ou próprio
a este ou aquele fa se s da fo rm aç ão social, O papel
as € as
e seguindo as etap me m na distribuição do
s agentes.
qu e as su
e respectivo
dascl
A NOYA FASE DOIMPERIALISMO € à emergência da luta de q
ópoles imperialistas fizeram surgir uma série
nas metr
s são as
haves para aestratégia revolucionária: quai
formaçõessociais imperialista Estad
tos nos aparelhos de
tado nacional nas metró;
ais sá Jesses Estados coma
“docapital”“firmas mult ina
a
institucionais supra-estatais t
Estadosnacionais ou, ainda, qua
fados que imitempreencher as nov
l?
pela reprodução ampliada do capital no plano internaciona
Essasquestõesrevestiram-se,comoésabido,deuma
Comum), |
de particular com o problema da CEE * (Mercado
cia dec
“futuro político” da Europa. Elas são de importân
atégi
pois é evidente que o Estado atual, núcleo de uma estr
volucionária, só pode ser estudado em relação à fase atua
e
imperialismo e a seus efeitos no próprio seio da zona dasm
deram m
“poles. Mas, sabe-se também que essas “questões pren
serefer
a atenção das pesquisas marxistas do que aquelas que
ações so
de um lado, às relações entre as metrópoles e form
ções polít
* dependentes e, de outro lado, estas últimas: as posi
o
e a ideologia “do Terceiro Mundo” não são causas men
Assim, quando se começa a ver claramente os efeitos da dc
i
nação imperialista atual no seio das formações sociais dom
ópoles
e dependentes, estes efeitos no próprio seio das metr
rialistas sãoA bem men. os estudados. na
É possível, todavia, esquematizando, revelar as posições
2
: |
“to a esta última questão, em duas tendências principais
aut
1. A primeira, à qual se ligam, sob diversos títulos,
represen
como Sweezy, Magdoff, M. Nicolaus, P. Jalée etc.,
ôm
* Communauté Economique Européenne — Comunidade Econ
opéia. (N. do T.) E da u
ÀA
1
HOJE
CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE
42 As
“su-
co mo a at ua l ve rsão da esquerda do
gnar de terem,
que se poderia desi no 1. Es se s autores, apesar
evidenciar O papel
ka ut sk ia
perimperialismo” gr an de me nt e pa ra
ribuído í-
por um lado, cont Es ta do s Un id os no conjunto dos pa
nte do s as ba-
atualmente domina am as co nt ra di ções interimperialist
st im mo única linha
ses capitalistas, sube sigual e só retêm, co
mento de
seadas no desenvolvi co rr en te imperialista,a.a uela
que sepa-
rentes às
ação no se io da anális es re fe
E demarc i
ES a dominadas. Às
iron
ole
me tróp € formações do prin-
ra imperialistas entre si dependem plo-
relações das metrópoles € integração sob a dominação e ex
ca çã o
cípio de uma pacifi am er ic an o. Es ta dominação é con-
capital
ração incontestes do do an ál og o qu e à relação entre
metró-
smo mo ela se
cebida sobre o me
pa ís es do mi na do s € dependentes:
e imagem
poles imperialistas po de “p ne ocolonização”, cuja
ao ti
assemelharia assim a aq ue la da s re la ções Estados Uni-
plar, seri poderíamos assistir
a
limite, porém exem po nt o de vi st a,
o esse dos
dos-Canadá. Segund lvez a um quase-
desaparecimento,
, ou ta tas, seja
uma perda rápida ai s da s me trópoles imperialis
on
poderes dos Esta
dos na ci
o am er ic an o, se ja sob a dominação
ad
superest
sob a dominação do ou “i nt er na ci on al ”, liberadodos “en-
ericano,
do grande capital am E
traves” dos Es ta do s >.
co nt ra pa rt id a, encontram-se duas
, em
2. Por outro lado en te di ve rg em, mas que, do me
nos
freq ue nt em
teses cujas análises a base comum. Po
de-se assim,
dependem de um aproximá-las
sobre esta questão, al gamá-las depois,
fi
in te nç ão de am
E. sem nenhuma
, B.
“aqui. s co mo Ma nd el , Kidron, D. Warren
re trair
De um lado, auto o se corre O risco de
na França 3, Nã
Rowthorn, J. Valier qu e, pa ra eles, à fase atual do
impe-
di ze nd o
seus pensamentos, gu ma ma rcada por uma muda
nça da
de fo rm a al
rialismo não é
nume-
Le Ca pi ta li sm e mo nopoliste, 1970, e Os impé-
1 Sweezy e Baran, y Review; Magdoff,
L'Age de L'
zy na Monthl diction”?,
rosos artigos de Swee , “U . S. A, The Universal Contra
rialisme, 1970; M.
Níco la us Tiers-Monde
1.º 59, 197 0; E: Jalée, Le Piliage du
ew,
em New Left Revi
is me en 1970. Nation-State”,
et L'Impé ri al
ter nat ion ali zat ion of Capital and the
2 RR. Murray, “In E
w Le ft Re vi ew , n.º 67, 1971. au Géf i américain,
em Ne te, La Ré po nse socialiste
ial men en,
3 E. Mandel, essenc
er n Ca pi ta li sm Si nc e the War, 1968; B. Warr
1970; M. Kidron, West l?? , em Ne w Left Review, n.º 68,
1971; B.
Cap ita d., n.º 69,
“How International is e Sev ent ies : Unity or Rivalry”, ibi
sm in th ”, em Criti-
Rowthorn, “Imperiali sm e et Ré volution Permanente
mp ér ia li
1971; J. Valier, “I
itique, n.º 45 1971,
ques de Péconomie pol
E
43
INTRODUÇÃO: As CLASSES SociaIs
PC ocidentais, em particular do
Do outro lado, as análises dos
açõ es atu ais das met róp ole s entre si estão inclinadas
pcr + As rel
ear nã o em mod ifi caç ões da corrente imperialista, mas em.
a se bas mos
caç ões do mo do de pr od uç ão capitalista em “capitalis
modifi os; 0
opo lis tas de Est ado ” nac ionais, justapostos € adicionad
mon ngir,
o só está aqui inclinado a ati
processo de internacionalizaçã essas
s produtivas”. Por outro lado,
no limite, as famosas “força
ent ão apr een did as, ess enc ialmente, como “pressões”
relações são s
ext ern as ent re bur gue sia s e Estados nacionais autônomo
mútuas das
epe nde nte s. A CEE € à “F ur opa unida” são bem considera
e ind l ame-
mo man ife sta ção de um a dominação acrescida do capita
co
Herzog, Poli-
me monopoliste dºEtat; ph.
4 O tratado: Le Capitalis uve aux développe-
ation, 1971, e seu artigo “No
tique économique et planific ie et Pol'tique,
ion du capital”, em Econom
ments de Vinternationalisat arti go: “Interna-
Les Monopoles, 1970, e seu
n.º 198, 1971: J.-P. Delilez, n.º 21 24900
em Economie et Politique,
tionalisation de la production?, nto às sua s po-
stem certas divergências, qua
Notar, entretanto, que exi
re os PO ocidentais.
sições em relação à CEE, ent
44 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE HOJE
aastd,
cionais” desses Estados.
Terei ocasião de voltar de forma mais precisa às posições des-
tas correntes e suas implicações políticas. Digo logo que não con-
seguiram apreender as modificações atuais da corrente imperia-
lista e seus efeitos nas relações entre metrópoles, e em particular
nos Estados nacionais. Vou me límitar aqui ao caso das metró-
poles européias, ao mesmo tempo em razão de sua importância
política para nós aqui e agora, e em razão de certas e importan-
tes particularidades que apresenta o caso do Japão: particulari-
dades que, no entanto, não aparecem absolutamente de forma
tendencial, como exceção à regra.
Para bem encaminhar esta análise da fase atual do imperia-
lismo, será necessário, no estado atua] das pesquisas, estudar os
problemas desde suas raízes.
dá
1. A FASE ATUAL DO IMPERIALISMO
E A DOMINAÇÃO DOS ESTADOS so
AE H
ênci a da co rr en
minaçãoe de depend tr óp ol es do im pe rialismo. Com efeito
,
ções das me la de
próprias rela U
os ni do s nã o é nem análoga àque
i aE st ad
esta hegemon as na s fases precedentes, € nã
o difere
br e as ou tr
uma metrópole so
po nt o de vi st a “q ua ntitativo”: ela passa
les
tampouco de um simp
açõesde prod uçãoque caracterizam
pelo estabelecimento “dasrmeel
ricano e sua-
.
nação no próprio
-
elareprodução emseu
taa
o capital monopolis am bé m “p
me tr óp ol es ,e .t
interiordas outras
Co
pendência. É esta reprod
ução indu-
o-dede
seio desta. nova relaçã a am er ic an o no seio das outras me-
no po li st
sida do capitalismo mo se us mo do s e formas de produção
s so br e
trópoles e seus efeito om pe ti ti vo s) que caracteriza a
fase
pi ta li st as -c
(pré-capitalistas, ca p r o d ução ampliada, em se
u seio,
nter e
senvolvimentodo. im-
atual: claimp li cai gua lme
lógicas desse de
das condições políticas e ideo RR
perialismo americano.
à Féchelle mondiale,
Entre outros, S. Amin, L'Accumulation A. Quijano, E.
s Fal etto, Th. dos Santos,
as obr as de E. particular,
1970, e as divers Ma ur o Marini etc. Ver, em
Wef for t, R. de la dépendance,
Torres Rivas, F. ai actuel des études
s sur: Vét
E H. Cardoso, Note
sto de 1972
mimeografado, ago
o, sempre de um.
as rata-se, no entant êne
rc ação. Esta nova depend
nétrico daslinhas dedema
que caracteriz
dentifica com aquela
nãopode ab
mações dominadas, € ec isamente em que es
sas me
a, na me di da pr
“neira análoga à est s próprios de acumul
ação
tituir centro
les continuam à cons r as formações de
pendentes
la do , e a do mi na
“capital de um he stima deste último
elemento
pa lm en te à
outro. É prin ci
p e r Sd...de fato, o im
as snc
asco u epp çõe es r i m se er
caracti riza ri al is mo essas me
im pe
lismo.“americano eo de ss as formações. Precisamos
a
ex pl or aç ão
gamà dominaçãoe de qu e um a das contradições
att
o fa to
nas mencionar aqui do s Un idos e a CEE refere-se
à que
en tr e os Es ta
nais importantes
di ve rs os “a co rd os preferenciais” con rtânc
odos
er ce ir o Mu nd o: isso demonstra a impo
E
s para as relações
formações dependente
d
im pe ri al is mo es tá marcada, em função
sta fase atual do uma€
ís ti ca s, € at ra vé s de vários caminhos, por
ct er o nas fo:
pulares, do mesmo temp
1 daslutas das massas po lmer
les imperialistas, principa
periféricas e nasmetrópo s queconfere, em conj
um ul aç ão de ss as lu ta
uropa. É a ac coniunt
te rm in ad as de st a fa se , O caráter de crise do
de
fe it o, é ne ce ss ár io ev itar atribuir ao te m
jalismo. Com “e :
mpo economista e bastan
um sentido ao mesmo te
as si m, ao co nj un to de umafase: i
do -o ,
mu ni st à
In te rn ac io na l Co
dasanálises da ” que:as ca acterizou,
tastrofismo. economista gene
tádio de “crise
pri “imperialismo como.es je, sob outras for
nda ho
mo”, mas observa-se. ai
x da do “capitalis ta is e sua caracterização
geral di
ál is es do sP C oc id en
mas, nas an tado” como. “crise do
imperiali
mo mo no po li st a de . Es
“capitalis pitalism
e se nt id o, po de rí am os também dizer que o ca
mo”. Nest
se ”. De fa to , ta is an ál ises implicam, na sua
“sempre esteve em “cri ta de cl as se às quais, somente
tu ra s de lu
“subestima das conjun e O im pe rialismo ou O capitalis
o “c ri se ”, qu
E podeaplicar-se o term er. maneira por si mesm
o, em vi
sm or on ar ia de qu al qu
mo se de
as “c on tr ad iç õe s ec on ômicas”. Então, como é
“tudede suas própri co nj un tu ras determinadas do car
qu e a
à tr ib ui às
“aluta de classes u de crise, os caminhos qi
im pe ri al is mo o e
lismo e do
rção eventual, depei
sta crisesegue, inclusive sua reabso
- a
essa luta. ? o
vez uma série de
Esta periodização colocaassim de umaçãosó, ao mesmo tempo.
iodiza
“pressupostos epistemológicos. Esta per
mações sociais, ou seia, nas
em estádios e fases, se situa nas for
dução, capitalista na cir= o"
formas de existência de um modo de pro ncias” próprias ao.
sas “tendê
“cunstância; não decorre de preten tal.
i a um objeto abstrato — como
Com efeito, somentepodem ser periodizadas as formaçõessociais,
produção só exis-
s é aí que age a luta de classes: um modo de .
“te em condições — eco nômicas, políticas, ideológicas — precisas
sua reprodução. Em outras.
que determinam sua constituição e
ação) de um modo de produção
palavras, a reprodução (periodiz
te modo de produção como
ão tem como lugar um “processo” des ifi- .
e ao mesmo tempo à mod
tal: osestádios e as fases referem-s
i a existência deste modo de
çÕE Isso implica precisamente uma |
iculadas deste modo com
periodização em função das relações art tutiva:
ão, articulação consti
utros modos e formas de produç
uaexistência e de sua reprodução.
ões sociais não são sim-
Isso implica, também, que as formaç stiria,
produção que exi
““concretizações” de um modo de
a diferenciação entre.
iamente”, em sentido forte, noabstrato: ares de
sociais não designa lug
modo de produção e formações
logia topográfica. As for-
cistência diferentes, segundo uma ana os de pro-.
alização de mod
ações sociais não são assim a espaci
os” uns sobre os outros.
ão existentes como tais € “empilhad cesso de re-
os lugares do pro
As formações sociais são realmente
envolvimento desigual nas rela-
produção enquanto núcleos do des a das classes.
no seio da lut
ões dos modos e formas de produção
reprodução do MPC (modo |
sso quer dizer, então, que O lugar de
smoé a corrente imperialis- |
de produção capitalista) em imperiali
periodização designam assim |.
ta e seus elos. Os estádios e fases da à condição de.
ução, mas com
odificações do processo de reprod
ões não são mensuráveis em re- |
precisar bem que essas modificaç
“lação a um modelo ideal — o modo de produção não é um mo-
preexistiria: trata-se de mo-.
“delo, mas um conceito — que lhes
mo existiu em determina-
dificações do modo de produção tal co
“das condições.
imperialista composto de
ria com a concepção de um conjunto
tas e adicionadas. Ora,
formações sociais simplesmente justapos elo-processo
não seja um mod
a corrente imperialista, ainda que
senão a concretização, não
abstrato do MPC cujos elos não seriam imperialista
es. A corrente
é também a simples soma de suas part sob condi-
rodução do MPC nas formações sociais
não passa da rep
cas determinadas, e os elos
ções econômicas, políticas e ideológi locais
é que constituem os
desta corrente — formações sociais —
de existência deste processo.
Americano
2. Os Sinais da Dominação do Capital
vém, primeiramente, antes
É sob este ponto de vista que con os traços que à
de analisar mai s a fundo esta situação, expor
caracterizam.
e é o crescimento propor-
1. O primeiro fato surpreendent
rra Mundial, no volume glo-
cional regular, após a Segunda Gue tal ame-
O exterior, do capi
bal de investimentos de capitais para ados Unidos
“icano. Em 196 0, os investimentos externos dos Est
ao passo que, em 1930, só se
já somavam 60% do total mundial,
ritmo menos espetacular essa
elevavam a 35%. Se bem que num
hiato que separa os Estados
tendência tenha sido confirmada, e o
ha aprofundado ainda mais,
Unidos das outras metrópoles se ten
qual existem elementos es-
no período 1960-1968, período para O
absolutos, em 1960, o valor
tatísticos comparativos *. Em números
controlados pelas firmas
contábil real dos investimentos diretos
s de dólares. Em 1972, o
americanas no mundo era de 30 bilhõe de
estimado em mais
valor desses investimentos americanos foi
s subestimada.
20 bilhões de dólares, cifra aliás devera
cterísticas novas
Mas o que importa ainda mais sãocertas cara
desses investimentos:
ões periféricas, mas
2. Doravante, não são mais as formaç eira
que se tornam, de man
as metrópoles imperialistas européias
iado de investimento do
maciçamente crescente, O local privileg imentos dire-
ano. Em números absolutos, os invest
capital americ
of Multinational Cor-.
11 St-Hymer, “The Efficiency Contradictions State, obra cole-
and the Nation
“porations”?, em The Multi-Corporation 1969.
plurinationale,
tiva, 1972; CA, Michalet, L'Entreprise
an Inve stme nt in British Manufacturing In-
12. J. Dunning, Americ |
str. a
ALISMO 57:
A FASE' ATUAL DO IMPERI
à in-
a e aos produtos sintéticos,
indústrias mecânicas, à químic mo de expansão e de cres-
dústria elétrica, à eletrônica etc. O rit
ent o des ses cap ita is se sit ua ent re 9 e 12% ao ano, isto é, cerca
cim € mais ainda do que
do dobro do crescimento do PNB europeu,
americano: o crescimento desses
o dobro do crescimento do PNB
estimado por uma parte conside-
capitais americanos na Europa é B
e dos ritmos de aumento dos PN
rável das taxas de crescimento
us, qu e pa re ce m imp res sio nar tanto certos “futurólogos”
europe n-
s. Enf im, qu an do se ex am in am as direções de desenvolvime
“atuai nã
a-se claramente que parecem,
to desses investimentos, observ -
concessão das licenças € permis
maioria dos casos, reservar-se à
preendendo a exploração direta
sões das firmas européias, em
dessas vantagens tecnológicas.
hegemonia do capital ame-
6. A exportação dos capitais e a o do capital-
almente à centralizaçã
ricano referem-se, aliás, igu finan-
e aos holdings propriamente
dinheiro, aos grandes bancos anos na Europa,
bancos americ
ceiros. O número das filiais dos
1950 a 1960, passou de 19 para 59
que aumentou de 15 a 19 entre
a 196 7. As “so cie dad es ass oci adas” bancárias americanas
de 1960 8.
na m no mu nd o pas sar am, entre 1960 é 1967, de 15 a 52
que domi
sit uaç ão de con jun to, dec orr e, aliás, o papel desempenhada
Detal -
e mui to tem po, no dom íni o monetário, pelo dólar, e O qual
durant
tuí do, atu alm ent e, pel o mer cado do Eurodólar. Nota-se,
é substi
s, que ess a ten dên cia ass ume proporções consideráveis com
ademai
rad a da Grã -Br eta nha na CEE , sendo que Londres é o lugar
a ent
eir o pri vil egi ado das fili ais ban cárias americanas na Euro-
financ
50 % dos Eur odó lar es era m, em 1970, detidos por Londres,
pa:
imentos bancários americanos 14,
na maior parte pelos estabelec
” do capital industrial e do
Ora, a tendência para a “fusão
eiro no “estádio do capitalismo.
capital bancário em capital financ
erença, no ciclo de reprodução
monopolista não considera a dif
centração do capital produtivo
ampliada do capital, entre a con
eiro. A acumulação do capital
e a centralização do capital-dinh o
conjunto são determinadas pel
e a taxa de lucro neste ciclo de ao
ele que produz a mais-valia,
ciclo do capital produtivo, aqu
rio de um a con cep ção bas tan te difundida e que identifica
contrá
l “fi nan cei ro” e cap ita l ban cár io, concluindo daí um domí-
capita
rc ad or ia s: te nd ên ci a inerente do capi-
s me
refere à exportação da ad o e qu e, se bem que dominada no
me rc
talismo à extensão do rt aç ão do s capitais, não se subm
ete,
pe la ex po interno
estádio imperialista mé rc io mu ndial, do comércio
rt e, no co do comér-
entretanto. A pa cr es ce em relação à parte
de se nv ol vi do s” as
entre “países
pa ís es e os da pe ri fe ria. A parte das troc
cio entre estes últimos 46 % do co mércio mundial em 19
50
ss ou de
internas do centro pa do be m mais rapidamente do
que O
, au me nt an
para 62% em 1965 17,5% em 1969). A
essa evolução
erista (+
comércio centro-perif cente, no comércio
mundial, dos
ali ás, a pa rt e cr es a de
corresponde, entam, em 1969, cerc
produtos manu faturados: eles repres 1963 7.
co mé rc io mu nd ia l co nt ra menos de 50%antes de
66% do es imperialistas, assiste-
se à
Dito isso, é certo que, nos país
ci on al na ex po rt aç ão de mercadorias por parte
um aumento propor in ci pa lmente da Europa, em Te-
im pe ri al is ta s, pr
de outros países . Encontra-se aí o argu
mento
do s Es ta do s Un id os
lação àquele rto
te nd ên ci a Ma nd el , no que concerne ao fim a cu
principal da lavras
su pr em ac ia do ca pi ta l americano. Direi duas pa
prazo da podemos
e a si gn if ic aç ão de st e fe nômeno na conclusão, mas
sobr
observar desde logo: ação
imperialismo cabe à export
a) que o papel decisivo no
dos capitais; de um lado, não levam em
as aná lis es de Ma nd el ,
b) que pa
aç ão as me rc ad or ia s pr od uzidas diretamente na Euro
consider são “subs-
rm as sob con tro le am er icano, mercadorias que
pelas fi lado, que
as” ass im pel as ex po rt aç ões americanas; de outro
tituíd rtações de fir-
ações “européias” as expo
elas contam como export
tro le am er ic an o no s paí ses da Europa. Isto assume
mas sob con nta o fato de que os inves-
rt ân ci a se le va rm os em co
grande impo
am er ic an os na Eu ro pa Se fazem maciçamente em seto-
timentos ta-
ad os na exp ort açã o, inc lus ive sob a forma de “reimpor
res ba se tados
o” so b eti que ta de ma rc a européia para Os próprios Es
çã mento das
im, que um terço do cresci
Unidos. Dunning estima, ass entre:
dutos de tecnologia avançada
exportações européias em pro troladas pelo capital ame-
4 pro vin ha de emp res as con
1955 e 196 orta-
e que , em 198 0, cer ca de um quarto de todas as exp
ricano, ra
bri tân ica s pro vir iam des sas empresas. Aliás, uma brochu
ções im-
ncesa chamava atenção para à
editada em 1970 pela DATAR fra OS
na França: ela assinalava que
plantação do capital americano
particularmente bem-vindos, se,
projetos de investimentos seriam
é igualmente Magdoff.
17 S. Amin, op. cit., pp. 85 sq.,
an
LISMO DE HOJE
60 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITA
complexas "
econômica única, de efetivas unidades de produção
integrados —
a processos de trabalho estreitamente articulados e
s se distri-
produção integrada — cujos diversos estabelecimento
bem
buem em vários países: produção integrada que não impede,
se
ao contrário, a diversificação de produtos finais, e que não
os.
limita a um único ramo. As próprias trocas entre esses divers
s do mer-
estabelecimentos não são estabelecidas na base dos preço
des (preço
cado, mas constituem trocas “internas” a estas unida
nova for--
de transferência). Por outro lado, constata-se, sob uma
e econômi-
ma, uma reabsorção do afastamento entre propriedad
a plu-
“ca e posse: o que não impede novos distanciamentos entre
exerci-
ralidade dos poderes que comportam estas relações e seu
cio por diversos portadores e agentes.
A reabsorção de tal afastamento deve ser apreendida na
s,
escala do processo de conjunto: ramos, indústrias, inter-ramo
mas também a montante — matérias-primas — e a jusan te —
um
comercialização — da produção. Essa reabsorção tem, por
o faz.
lado, como consegiência geral, o recuo, e por vezes mesm
-
ultrapassar os limites tradicionais das “empresas” no plano inter
itui-
nacional; por outro lado, como um efeito particular, a const
ção das firmas multinacionais industriais (um estudo recente do
GaTT sublinha que 30% do comércio internacional assumiriam a
forma de trocas no seio dessas firmas): isso só é um efeito, pois
essas firmas só recobrem parcialmente a unificação das unidades.
de produção complexas por ramos é indústrias. Mas tais firmas.
constituem um excelente exemplo da integração atual dos pro-
cessos de trabalho. É a essas modificações que corresponde prin-
cipalmente a preeminência dos investimentos diretos sobre os in--
vestimentos em carteira.
A integração dos processos de trabalho no interior de uma.
firma em escala internacional pode assumir várias formas. Pode-
se tratar de uma integração vertical, cadafilial em um país sendo:
encarregada de um estádio de produção ou de uma série de com-
ponentes e partes de um produto ou grupo de produtos: caso
clássico da 1BM. Pode-se tratar, igualmente, de uma integração
horizontal, cada estabelecimento ou filial especializando-se, de
um objetivo a outro, na produção de produtos que elas trocam
“entre si: caso da Ford. Esta produção integrada é, aliás, com
frequência parcialmente realizada através de vários ramos nas
formas atuais de conglomerado. Seja o que for, estas formas de
de
19 Sobre este assunto, Bettelheim, Calcul économique et Formes
propriété, 1971.
DE HoJE
164 AS CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO
internacional não
2. Esta socialização dotrabalho em escala
em “técnica” — a “re-
é devida principalmente a fatores de ord
o signo de modificações
volução tecnológica” — mas se opera sob
iais. Ela só pode ser
importantes das relações de produção mund
de divisão social impe-
tomada então, em toda a sua amplitude
internacionalização do
rialista do trabalho, por formas atuais de em razão
r bastante atento
capital. Ainda que seja necessário esta
torno das interpretações
das diversas ideologias que gravitam em
os traços particulares dessa
das firmas multinacionais. Quais são um
s firmas são somente
internacionalização na fase atual, cuja
dos efeitos?
exploração de um capi-
a) O desenvolvimento das bases da
vários capitais, nas várias
tal particular, ou de uma reunião de se constitui
e esse capital
nações, a saber, a extensão do local ond
como relação social;
ião, sob propriedade
b) A tendência marcada pará a reun
ientes de vários países dife-
econômica única, de capitais proven
não remonta a um pro-
rentes: esta questão de “proveniência” uma coisa),
não é
blema de nacionalidade do capital (o capital
relações sociais originárias
“mas ao lugar ondese estabelecem as
tal. Com efeito, os ca-
e/ou dominantes que constituemesse capi
e dominante, como relações
sos de capitais que não possuem bas
muito raros.
sociais, em um determinado país, são
logo que essa internacio-
Seria ainda necessário acrescentar
oria dos casos, onde se en-
nalização se faz, na esmagadora mai
€ econômica de capitais de
contra esta participação jurídica
isiva do capital proveniente
várias nações, sob a dominação dec tra em suas
capital que concen
de um determinado país: é este
ca. Como prova O fato de que
mãos a propriedade econômica úni
unidas — que se supõe repre-
as “joint ventures” — empresas
propriedade dos capitais de
sentam uma “fusão igualitária” da
relações de produção
Isso se prende à própria natureza das
no processo de concentração
“capitalistas, tal como se exprimem mas uma
s) uma “coisa”,
“atual, não sendo o capital (repetimo
unscrito pelas relações de
relação de produção: é o lugar circ
determina os diversos po-
“propriedade econômica e de posse que
te lugar por diversos capi
deres daí decorrentes. A ocupação des
po no interior e no ext
tais, que se reproduzemao mesmo tem
tem nada de amigável, po
“rior de uma formação social, não
tradições e a concorrên
epende de uma relação de força: as con trado
i tes de um capital concen
eita que se estabelec
inda mais que a correspondência estr
posse, e que é oe
atualmente entre propriedade econômica e
ção internacional, trabalh:
“valente do processo atual de concentra tra
ado e uma instância cen
recisamente para um controle unific ,
erminado;
dirigente, sob um capital det
i
Fo Essa internacionalização do cap
nação decisivadocapité “americano.
vos das firmas multi
dustrial produtivo, em 1968, 550%dos ati
pertenciam ao cap
“cionais no exterior de seus países de origem
co”, e o resto distribuíd
tal americano, 20% ao capital “britâni
. Constata-se, aliás, que Cera
entre capitais europeus e japoneses
onais são americana
“de 40 dentre as 50 maiores firmas multinaci
Isso acompanha, ao contrário
rap scapitais
a tendência maciça de uma fusão ext
“aumafusãodesses
peus com o capital americano, de
essa tendência. De 196:
“capitais entre si: a CEESófazac uar
na CEE, 109 absorções
a 1968, principalmente, registraram-se, geiros pe
sa capitais estran
“fusões, cuja metade colocava em cau
tomadas de participação.
tencentes a “países terceiros”; 1.180
iros; 625 criações de fi
dentre as quais 800 por capitais estrange
cado Comum, mas 1.12:
liais comuns a duas empresas do Mer
ma do Mercado Comum
criações de filiais comuns entre uma fir tais estrangei
"* e uma fir ma de “países terceiros”. Ora, esses capi
agadora maioria dos casos, de
ros e “terceiros países” são, na esm
anos ?!. No caso do capi
maneira direta ou cammuflada, americ a as chama
nítidas: par
produtivo, as coisas são ainda mais CEE, enu
ão estabelecidas em 1967 e 1968 na
filiais de produç
em La Documentation fr:
“21 «“[Europe des communautés” (1972), É
gaise.
66 AS CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE HOJE
24 Sendo entendido que isso não deve ser compreendido como tá-
tica a curto prazo concernente às únicas taxas de lucro, mas como es-
tratégia a longo prazo da fração dominante do capital internacional ten-
dente a se assegurar um domínio social do processo produtivo mundial.
Sobre este assunto o artigo digno de nota ce Chr. Leucate: “Les con-
trad 'cti ns inte:-impérial'stes aujourd'hui”, em Critiques d'économie pos
litique, outubro-dezembro de 1973. Ver igualmente A. Granou: “La nou-
velle crise du capitalisme”, em Les Temps Modernes, dezembro de 1973.
levado, em valor nominal e real, pode corresponder, segundo o
esenvolvimento das forças produtivas, a uma proporção mais.
aca do valor produzido e, assim, a umaexploração acrescida |
em relação a um salário mais baixo no contexto de u
1 ma menor
rodutividade do trabalho.
“Sabe-se, pois, que, se ossalários da zona dominada são mais:
baixos do que aqueles dos países imperialistas, a produtividade: |
o trabalho é consideravelmente mais elevada nas metrópoles.
as isso não leva ainda em conta o deslocamento das bases de:
exploração do capital para as metrópoles, que só pode ser ex-
plicado pelo deslocamento, na fase atual do imperialismo e ao
ível da acumulação mundial, do peso da exploração para a ex-
ploração intensiva do trabalho. Este deslocamento é ele próprio :
inção do caráter principal da concentração monopolista: a alta
de - composição orgânica do capital, isto é, o aumento do capital
istante em relação ao capital variável (custos salariais), e a.
jinuição do trabalho vivo em relação ao “trabalho morto”
ê porado nos meios de trabalho). Esta alta da composição:
ica do. capital sendo inversamente proporcional à taxa de
é onde se inscreve a tendência atual paraasinovações
ógicas. Mas o trabalho permanece sempre a base da mais-.
“o que explica a tendência atual para um aumento da
de exploração pelo desvio principal de uma exploração in
a dotrabalho, diretamente ligada à produtividade do tra-
alho (mais-valia relativa).
nO
as disparidades tecnológicas; sobre as disparidades entre as.
mas de desemprego, o desemprego europeu correspondendo atu
mente, em grande parte, à. prodigiosa “reestruturação” em qu
tão nas economias européias; sobre o papel do trabalho imigra.
do etc.
suficiente
Enfim, no âmbito da concentração do capital, é
omecânica por
assinalar que, em certos ramos e setores, à eletr
al produtivo se
exemplo, a internacionalização do ciclo do capit
ocapital produ-
exprime pelo processo — e suas formas — que
impõe à
tivo americano (Westinghouse, General Electric etc.)
o de rees-.
concentração do capital produtivo europeu: moviment
a repro-
truturação “interna” do capital europeu de acordo com
a termo:
“dução ampliada do capital americano, o que deve levar
das conside-
de aí incluí-lo. Isso mostra, aliás, o caráter ilusório
acrescida
rações segundo as quais uma concentração “interior”
seria o me-
de um país europeu, ou mesmo de capitais europeus,
precipi-
lhor meio de resistir à penetração americana: essa fuga
capital ame-
tada só faz lançá-los frequentemente nos braços do
ricano.
o da
Não há provavelmente exemplo mais notável do que
um
França: veremos no ensaio seguinte que a França acumulou
rni-
atraso característico na concentração do capital e na “mode
sua ex-
zação” industrial. Isso encontrou, durante certo tempo,
ia
pressão na política gaullista de “nacionalismo”, que correspond
aos interesses de uma burguesia retardatária no processo de in-
ternacionalização: sabe-se que a própria constituição do Mercado
da
Comum encontrara resistências por parte de certas frações
entou,
burguesia francesa. Mas a concentração do capital apres
com
estes últimos anos, uma aceleração perfeitamente correlata
a penetração do capital estrangeiro, principalmente americano *.
Essa correlação tomou a forma seja de uma concentração à ins-
tização direta desse capital, seja de uma concentração que teve
|
|
como efeito a dependência de certos ramos e setores em relação |
]
ao capital americano.
|
Mas há ainda mais, conforme se pode ver nitidamente com
e
o atual 6.º Plano: a) tal plano apresenta-se não só como aquel
também
da concentração acelerada da economia francesa, mas
rial” e da
como aquele precisamente da “reestruturação indust
à política de
“modernização da produção”; b) ele corresponde
CEE) e a uma
“abertura européia” (entrada da Grã-Bretanha na
acional
política de ajuda calcada na expansão financeira intern
e capital já
do grande capital francês: uma parte desse grand
tendo sua in-
adquiriu a envergadura de firmas multinacionais,
ternacionalização sido acelerada desde 1969.
es Y. Morvan, La Concentration de Pindustrie en France, 1972,
DD: 271 sq.
“A FASE ATUAL DO IMPERIALISMO a
2. O Estado e a Nação
|
/ “Se o Estado atual das metrópoles imperialistas se modifica
| conservando sua ional,é igualmente
| Estado simples ferramenta ou
aofato deÉ que
| devido
o j N :
|instrumento, manipulável à vontade, dasclassesdominantes,pro-
|vocandoautomaticamente toda etapa deinternacionalizaçãodo|
4 Artigo citado, p. 148.
5 Posição que se destaca do conjunto das análises do Traité já ci-
tado: ver o ensaio seguinte.
84 AS CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE HOJE.
que |||
| capital uma “supranacionalização” dos Estados. O Estado,
| mantém a unidade é a coesão de uma formação social dividida |
'em classes, concentra e resume as contradições de classe do con-
junto da formação social, consagrando e legitimando os interesses
das classes e frações dominantes em face das outras classes desta
formação, ao tempo em que assume contradições mundiais de
classes. O problema que nos ocupa não se reduz então também
a uma contradição simples, de aspecto mecanista, entre a base
(internacionalização da produção) e um rótulo superestrutural (o
Estado nacional) que não lhe “corresponderia” mais. As transfor-
mações superestruturais dependem das formas assumidas pela luta:
de classe em uma corrente imperialista marcada pelo desenvol-
vimento de seus elos.
Acabamos de ver, primeiramente, que a internacionalização
do capital não dá lugar a uma efetiva “fusão transnacional” dos
capitais. Mas isto é somente umdos aspectos do problema. O que
se passa do lado das classes operárias, dos países europeus? De
fato, mesmo quando as lutas das massas populares se desenvol-
vem mais do que nunca sobre uma base mundial determinando
as conjunturas concretas, e mesmo quando a instauração de re-
lações de produção mundiais e a socialização do trabalho refor-.
«cam objetivamente a solidariedade internacional dos trabalhado-
erpeemreen
,
classe. Acontece que o problema da relação entre Estado e nação
resolvido.
colocado pelo Estado nacional, não está, no entanto,
à existência
Com efeito, se a nação está constitutivamente ligada
, o
do capitalismo, sem deixar de lado o seu estádio imperialista
; ele
marxismo-leninismo não confundiujamais Estado e Nação
do “Esta-
somente sustentou, neste sentido, a tese da emergência
do nacional” e da “formação social nacional” sob o capitalismo.
O problemaé então reapresentado sob um outroângulo:ainter=
nacionalização atual da produção e as relações de produção mun-:
diais, se não eliminam certamente a entidade nacional, não modi--
ficam o espaço da formação social, o que quer dizer, a configura-
ção dos locais do processo de reprodução, ao ponto de fazer ex-
m os vínculos, A
plodir a formação social nacional e romper assi
Em outras palavras,|
entre Estado e nação (Estado supranacionaO l)? aço
; sr
os:|
os locaisondesedesenvolvem a reprodução ampliada do MPC€
núcleosdodesenvolvimento desigual são aindaas formações sociais.|
nacionais? Questão que remonta diretamente ao problemadas
condições políticas e ideológicas da reprodução no campo da luta:
das classes.
De fato, os vínculos entre Estado e nação não estão rompi- |
| dos, e os locais essenciais da reprodução e do desenvolvimento |
| desigual continuam a ser aindaformaçõesnacionais, na. |
| medida em que nem a nação nem arelaçãoEstadoenação se:
Eaa
| reduzemàsimplesvínculoseconômicos. A nação, em todaa
| complexidadede sua determinação —unidade econômica, terri-
| torial, lingiística, simbólico-ideológica ligada à “tradição” —, con-.
serva sua entidade própria quanto às “formas nacionais” da luta
das classes,permanecendoarelação Estado e nação,por esse
meandro,mantida. As modificações atuais .só afetam, pelo menos
nas metrópoles imperialistas, certos elementos desta determina--
ção (e isto de forma desigual): elas se cristalizam então como
“modificações de um Estado que continua sendo, em seu núcleo: /
rígido, onacional. Mas essas modificações permanecem, |.
contudo, consideráveis,elas colocam em causa a conceptuali-|
zação jurídica da soberania nacional: papel que assumo cada Es-|
| tado na repressão da luta s no plano internacional (OTAN
de cada
etc.); extraterritorialidade das funções e das intervenções
se de-
Estado, estendendo-se estas nas formações exteriores onde
senvolve seu capital autóctone; modificações dos próprios siste-
mas jurídicos internos de cada Estado de maneira a cobrir a in-
ternacionalização de suas intervenções; modificações político-ideo-
as daqueles aparelhos de Estado baseados por
tura do Estado nacional, principalmen
. excelência
te o Exército $ etc.
Sendo assim, certas distorções manifesta
m-se atu
almente no
caso das metrópoles imperialistas de que
nos ocupamos, entre o
Estado e a nação, mas não no sen
tido geralmente entendido
mo supranacionalização do Estado. Não
seemergência
de umra nov o Estado acima das nações, mas ant
re es às rupturas da
dadenacionalsubtendendoosEs
tadosnacionaise: istente e E
os capitais europeus co
pita! i ;
eà reprodução ampliada do cap
ital internacional sob a domina-
“do capital americano no própri
o seio dos países europeus,
- dependência: o que suscita um
a tendência
erna das formaçõe sociais européias e de
economias (acentuação dos “pó
los de desenvolvimento”) po-
do chegar até a fenômenos reais de colonizaç
i ão interior sob
mento ordenado do território 7.
Oque cria raízes i ã
1capitalista. No
id Internacionalização e o Pap
el Econômico do Estado
A internacionalização atual do
capital e a emergência de.
igantes multinacionais” nas sua
s relações com o Estado não
dem então se colocar em-termos de duas ent
o “poder” que o redistribuem idades “possuidoras”
a si próprias: sustentar princi
nente gue, quanto mais o “poder econômico pal-
entra, mais ele tira poder ” aumenta e se con-
ao Estadoé desconhecer não somente
ue o Estado nãopossui pod
er próprio, mas tambémque
-ete-ir- :
é Alain Joxe, “La crise gén
érale de la stratégie”, em
.º 9, setembro de 1973, Frontiêres, .
pp. 71 sq.
7 M. Rocard e outros, Le no
Marché commun contre PEu
em torno desse rope, 1972
livro em Critique socialiste,
outubro-novem:
“Negaema
capitalistamonopolista.
Esse domínio do Estado
corresponde ao crescimento
derável de suas funç consiz
ões econômicas, absolutamente
à reprodução ampliada do gran indispensável
de capital. Mas isto só responde
uma parte do problema, e não a
explica, principalmente, por que
suas intervenções econômicas
continuam a ter como portador
essencialmente os Estados nacionais. Não es
essas intervenções econômicas, per
se poderia admitir que
man ecendo essenciais, troquem
de portador e que o Estado naci
onal Seja atualmente desprovido
de uma larga parte dessas interven
ções em favor de instituições
supra-estatais ou de um embrião de
Estado supranacional?
Não há dúvida que formas de “coo
rdenação” das políticas
econômicas dos diversos Estados
se revelam atualmente necessá- |
rias (diversas instituições internaciona
is, cEE). Mas essas formas
institucionais não constituem, de fato
, aparelhos que suplantam
os Estados nacionais ou a eles se superpõem. E
isso por
uma razão
suplementar àquelas que já assinalamos:
essas intervenções econô-
micas do Estado não são, como deixaria
crer uma tradição soli-
damente estabelecida, funções técnicas
e neutras, impostas pelas
necessidades de uma “produção” consider
ada ela própria de ma-
neira neutra. Essas funções econômicas
do Estado são de fato ex-
pressões de seu papel político total na
exploração e dominação
de classe: elas se articulam constitutivamente
ao seu papelrepres-
sivo e ideológicono-campoda Tuta declasse de
social, o que nos traz de volta prec uma formação
isamente às observações pre-
cedentes.Não podemos separar as dive
rsas intervenções, e seus
aspectos, do Estado, visando à possibilidade de uma
efetiva das “funções econômicas” aos transferência
aparelhos supranacionais ou
supra-estatais, o Estado nacional só man
tendo um papel repressi-
vo ou ideológico: quando muito, trata
-se, por vezes, de delegação
no exercício destas funções.
De fato, olhando nessa direção, perdem
os de vista as tendên-
ciasreais: q saber, as transform
ações interiorizadas do próprio
Estado nacional em vista de se encarr
egarda internacionalização
das funçõespúbli cas com respeito aocapital.
linha de defesa de seu “próprio” Estadonac Atinge-se assim uma
tituições cosmopolitas”. De fato,
ional contra as-“ins-
essas formas institucionais in-
ternacionais não se “superpõem” tam
bém (expressão querida do
PcF) 8 a esses Estados nacionais, mas
são precisamente a expressão
mi
8 Delilez, artigo citado, p.
69.
e suas transformações interiorizadas. Essas transformações nã
e referem somente às intervenções econômicas do Estado nacio-.
nal, mas igualmente aos aspectos repressivo e ideológico pelos. |
quais essas intervenções se realizam. :
consolidar: melhor
do, ela acompanhou a reconstrução das
economias européias.
e já é, certamente, um fator de reativação
das contradições
mperialistas, contradições estas que pareciam
relativamente
mas” anteriormente. Mas essa rea
tra-imperial “con-|
ismos equivalentes” —A “Europa-Terceira força”
—,
mas o conjunto do imperialismo sob oefeito das lutas
mundiais que desd de classes |
ejáatingiram a própria zonadas m ,
| Na fase atual de internacionalização das relações
capitalistas, essa
crise não coloca nem automaticamente nem inel
utavelmente em
causa a própria hegemonia do imperialismo
americano-sobre-as
-Outras metrópoles, mas-atinge-o conjunto-dos
-países-imperialistas,
e manifesta-seassim aomesmo-tempo à sua
frente e na acen tua-
ção das contradições interimperialistas. Em
outros termos, não é
a hegemonia do imperialismo americano que está
em crise, mas
o conjunto do imperialismo sob essa hegemonia.
Segue-se que não podéria haver solução em face
dessa Crise.
e as burguesias européias se dão conta perfeita
mente, através da
via indireta de uma recolocação, por seu lado,
da hegemonia do
capital americano. A questão para elas, em
face da emergência
da luta das massas populares na própria Euro
pa, é simplesmente
remanejar essa hegemonia que elas reconhec
em, tendo em conta
a reativação e a acentuação das contradições
interimperialistas:
sobre o que se transplanta, naturalmente,
a questão da divisão do
bolo. As peripéciasdaCEEO demonstraram, aind
a ultimamente,
de forma perfeita. Assiste-se há dois anos
, especialmente com a
crise do dólar, a um processo que, todos
os observadores são unâ-
nimes, bem Parece uma série de recuos suce
ssivos da cEE diante
das “exigências” americanas; é inútil
expô-las minuciosamente (po-
lítica monetária, atitudes em face da “cris
e do petróleo” etc.).
:
do que
ejamentos trazidos a essa hegemonia no contexto
atual de
ensificação dascontradições interimperialistas. Irei mes
mo mais
ustentando que o que ocorre atualmente, longe de signi
ficar
tentativa do capital americano em “restabelecer”
sua hege-
a, significa umaofensiva por ele feita para recolocar
em.
ão o próprio lugar de imperialismo secundário que a
Euro
para comêxito sob sua hegemonia.
so leva-nos diretamentea uma outra constatação: o próprio
que essa crise seguirá, pois há crises que duram muito, .
da luta das massas populares. No interior dessa luta,
imperialismo e na: presente conjuntura, aquela
jassas populares na Europa contra suas próprias burgue
riores e contra seus próprios Estados tem um pape
iental. Ra nl Cu
nse ale as burguesias européias, só P de
lisadas no contexto da internacionalização das rela
da
fase-a
odecorrer tual-d smo. Ele não
imperialio
dessas metrópole
s burguesias interiores
fequeas s, mesmose
extrapoladas em relação ao capital americano, apresentem,
uas relações com o Estado, um campo próprio de contradi
internas. É a esse aspecto que vamos dedicar-nos agora, O
permitirá esclarecer e aprofundar uma série de questões sim
" mente colocadas no capítulo precedente. Tais questões serãoa
“examinadassob o aspecto da faseatual docapitalismo monopo:
ta, que não é outra coisa senãoafase “atual do imperialism
“próprioseio de cada formação socialedeseu. campoàconis
içõesespecíficas.
Esses dois aspectos da questão, a saber, as ESCADA das b
guesias interiores e do capitalamericano, de um lado, e as con
tradições próprias às burguesias interiores, do outro, levam «
“conta somente a realidade de uma formação social em sua
“jugação e articulação concreta. No entanto, a exposição rela
mente distinta desses dois aspectos é legítima: as característi
fundamentais da fase atual do imperialismo não são a simp
transposição, no plano da internacionalização das relações ca
talistas, das características próprias da fase atual do capitalis
monopolista em cada metrópole imperialista, nem a simples ra
“dução dessa internacionalização. : ;
ET
ea
Seria necessário fazer aqui uma primeira observação, refe
rente a certas interpretações atuais da periodização do MPC €
E sua reprodução ampliada 2: essa periodizaçãose basearia no pa,
determinante, no ciclo de reprodução do capital social, do c
comercial primeiramente, do capital industrial em seguida e,
fim, do capital bancário-financeiro. Isso conduz segurament
— uma Concepção de “fases” marcadas pela dominação e hegemon
— necessárias e sucessivas da burguesia comercial primeiramente,
“burguesia industrial em seguida e, enfim, da burguesia bancári
“caucionando neste último caso um antigo equívoco, que cons
em identificar capitalismo monopolista, de um lado, é domina
e hegemonia dos “bancos”, deoutro. Além dessa interpreta
- - ocultar finalmente o imperialismo comoestádio específico do c
- pitalismo?, ela leva a admitir a possibilidade de uma determin
ção do ciclo total de reprodução ampliada do capital social pe
circulação do capital-mercadorias, a saber, durante umcerto “pi
ríodo” dessa reprodução ampliada, pelo ciclo do capital come
“cial: o que significa recolocar em pauta, de forma radical,
análises de Marx sobre o papel determinante da produção. Co
feito, essa interpretação pera se prende a uma caracterist
NI
a
fração hegemônica, Estado que assegura, sob formas no:
eress
as,
e político geral dessa aliança no poder?
Ro
Ointeresse político dessas questões é fundamen
tal. Nesse.
ido,levaremos em conta, passando sucintamente
em revista.
que certamente implica sua esquematizaç
ão) as teses atuais,
PCocidentais, e principalmente do Pcr, sobr
e o capitalismo.
opolista de Estado 9: teses que servem de base
à estratégia
1 da “aliança antimonopolista” e da “democra
cia avançada”. .
análises, consideradas desta vez sob o ponto de vista da bur-
ia interior e sua relação com o Estado participam
do mes-
ipo de erros que aquelas que encontramos,
no ensaioante-
que dizem respeito à internacionalização das relações capi
-
as. No entanto, esses erros surgem aqui de forma bem
mais |
tida, sendo o momento de insistir sobre o assunto. Apre
sentam
ases principais:
) As transformações atuais, e mesmo a “fusão” docapita
l
dominação maciça do grande capital monopolista,
fariam
que não se falasse mais atualmente de um bloco no poder.
reno da. dominação política só seria ocupado atua
lmente.
ica fração do grande capital monopolista, com a excl
usão .
ante da burguesia que, por esse mesmo motivo,
se veria
ida do lado das classes dominadas. Comefei
to, essas aná-
ase que só falamda fração hegemônica, o gran
de capital
polista, ocultando, praticamente, as outras fraçõ
es burgue-
dominantes. Não distinguindoassim entre fraçã
o hegemônica
: Só levarei em consider
ação as análises do Pcr. Mas essa
Se encontram, com ligeiras variantes. s aná-.
nos textos publicados na RDA
r Theorie des staatsmonopnolistischen
Kapitalismus, Berlim, 1967), na
a pelo PCI etc.
1 Essas concepções foram assinala e ao
das em meu artigo, “Les classes.
les” em L Homme et la Société
(n.os 24-25, 1972): ver também,
desse tratado, J. Lojkine, “Pouvoir .
politique et lutte de classes”,
q Pensée, n.º 166, deze mbro de 1972 etc.
: Ro
pre que surgea questão de um out
ro capital que não o “granc
capital”, a questão refere-se apenas
e sobretudo ao “pequeno c
-pital”, cuja aliança se procura. No
entanto, é preciso compreer
- der os termos. Entendendo-se
por “pequeno capital” a Pequena-
* burguesia artesanal, manufatureir
a e comercial, a busca dess
aliança é justa, pois, com efeito,
essa pequena-burguesia não pei
tence ao “capital”, isto é, às fra
ções da burguesia: nesse sentid
o termo “pequenocapital” é int
eiramente falso enquanto se refe.
rir a ela. Entretanto, o uso doter
mo “pequeno capital” assum:
aqui uma outra função: ao fal
armos apenas de “srandes mono
pólios” e de “pequeno capital”,
- do capital não-monopolista quente escamoteação
ou “capital médio”, mostramos
“tudo que não pertencesse aos “sr que
andes monopólios”, única fração
“dominante, faria automaticamente
parte do “pequeno capital”
suscetível de aliança com a cla
sse operária, e o médio capita
“seria incluído no “pequeno !
capital”, sendo assim assimilad
pequena-burguesia. Nas Poucas o é
vezes em que esse Traité fala
médio capital, situa-o do o
tradição considerada comum ao ue o peq uen o, na sua co
“grande,capital 12”, Ra
Percebemos perfeitamente as
"quanto à estratégia da “al implicações dessas análise
iança antimonopolista”, alianç
que se estende a todas as fra a est
ções da burguesia, salvo aquela
“grandes monopólios”, que se «
supõe ocupar, sozinha, o ter
de dominação polític
ladas;
2 Traite dt I pp.
économigue et Planification,223 sq. etc. Igualmente Ph. Herzog, Politique
op. cit, pp. 66 sq.
E “Na ação recíproca ent ne É
re forças produtivas e rel
são, as forças produtiva ações de produ
s desempenham no fina
l
um “nível” de a dás forças produtivas ne
“autônoma. A intervenção do Estado é amplamente apreendida
como uma função técnica e neutra, indispensável como tal ao
“desenvolvimento das forças produtivas”. O Estado é assim con-
cebido, sob esse aspecto, como “fazendo parte da base” e como.
fator orgânico do processo de produção social” — ver as aná-.
ses do Traité em questão sobre o Plano. Justamente, sempre é
questão da relação do Estado e dos interesses dos “grandes mo-.
opólios”, mas tal relação é simplesmente apreendida como uma :
torção de funções econômicas, em si neutras, do Estado para |
proveito dos grandes monopólios. As intervenções do Estado
apresentariam de algum modo, no momento, dois lados: . o bom,
correspondendo à famosa “socialização das forças produtivas”,
oda “socialização” — qual? — só podendo ser, como tal, boa; .
o mau, correspondendo àapropriação privada dos meios de pro-
ução. Os dois lados são aqui dissociáveis, pois correspondem a
ois níveis considerados como distintos1º.
IV
principal. na
Isso se refere, pois
cesso h
e :
16' Trata-se sempre aqui de um
processo dialético. Esses fracio
mentos no seio da burguesia
, efe n
Por sua vez efeitos de fracio itos da contradição principal, poden
namento no seio da classe operár
Por exemplo, as diferenciaçõ es, important ia:
na classe operária, conformeel es principalmente na Fra
a dependa do. capital monopo
centrado) ou do capital não-mo lista te
nopolista. Sobre tal assunto, M.
Fr. Godard, Grandes Entrepris Castel
es, appareils d'Etat et proces
sation, 1974, a sus d'url C
:
!
EN
“O Capital Monopolista
to .
para funcionar como capital produtivo único. Mas O aspec
incipal quanto à reprodução do capital produtivo cabe à con
s das
ração do capital: a saber, ao traçado que as novas forma
lho e a
ções de produção imprimem aos processos de traba
o social do trabalho. É aa Mc
a famosaÊ quest ão dos “crité rios”
sso propõe odiretamentendo E a enemies:
ntraçã
ncentração, ou da medida do “orau” dessa conce
d y
“encobre .
o que nos interessa em primeiro lugar, pois ela
-
mente aquela da posição dos limites) entre capital mono
adiçõ es
a e capital não-monopolista, e aquela de suas contr
questão não pode ser resolvida por uma simples acum s
de critérios técnicos e isolados: ela só pode ser resolvida
relação com o pri
o plano dasrelações de produção na sua
aparecem de fa
so de trabalho. Esses diversos “critérios”
Il
As modificações refere
m-
da mais-valia: elas não
trocam a expropriação e
dos trabalhadores direto o despojam
s de seus meios de prod
lugar dos trabalhadores ução, isto é, |
nas relações de produção
diferenciais (“formas tran . Essas form
sformadas”) referem-se à rmas
EI
equivalente ou proporcional de
propriedade econômica e de cor
trole real. Essa propriedade é
detida na totalidade por algun
grandes acionistas, não forços
amente majoritários, que, atr
“de vários meios indiretos, sufici avé
entemente estudados, concentra
Os poderes que daí decorrem.
f
- a) que os processos de concentra
ção e de centralização, e
sua interdependência, se realizam sob
formas fregiientemente dis-
>
ú , E
Em suma, levar em : MN :
conta essas diss ociações é proporcio nar-
e o meio de exame das contradiç
ões“noseiodaburg uesia no
estádio capitalista monopolista.
Cs
Isso se refere primeiramente ao pró
prio processo de fusão
ciclos do capi tal produtivo e do capital-dinh
cesso pode de fato realizar-se, em eiro. Esse pro-
diversos graus, sob a forma
de uma autonomia jurídica das empres
as referidas: a tomada do
i ? jurídica,
“é tão-somente uma das formas ou res
ultados possíveis desse pro- a
“cesso. Encontra-se aqui, frequentemente, toda uma
o E pi EE Rr atoa
distinta: a participação mino ritária, a
en
)
e umaparte minoritária das ações
de uma firma por outra.
o controle econômico rea
l, no
trole minoritário) é apenas u
essa tomada de Participação
não é mesmo necessária: um
de empresa industrial pode, a gran
indiretamente, por. interméd
múltiplas subcontratações, io das
apoderar-se de uma unidad
dução separada, seja apropr e de pro
iando-se de alguns dos pode
res decor-
ES
tm
a
w
a
rue
tw
o
=
=
O
tw
wa
D
e
»
je)
Es
o
tw
5
inter-.
E
» esse grupo im
po
a destinação dos meio
s de produção
empresa. Isso serefere
tanto às gra
do em vista seus
a
e
E E
EG
Os
Es
E 5
w
2 tw
ms
E
é
g
o
P
tw
Saoê
8 tw
TI
fo
atA a de posse; estreitamente articulada ao processo
“trabalho, designa-a” ossibilidade de realização dos meios de t
balho em um centrode apropriação da natureza, e remonta assi)
“aos graus de domínio de um processo (ou de uma série de pr
cessos) de trabalho determinados e de condições de sua reprod
ção. A relação de posse comporta uma série de poderes particul
res, distintos daqueles da relação de propriedade, e que têm c
racterísticas, principalmente, na“direção e naorganização inte
nas dos processosdetrabalho na
adivisãosocialdo trabalho. |
“Uma
unidadede produção — uma “empresa” —, form
articulação das relações de produção sobre o processo de di
lho, antesde mais nadaestá situada em relação à posse. O
caracteriza, desse ponto de vista, a coesãoprópria de umaunid
de produção em relação às outras ca interdependência est
dos ia de trabalho que aí se Gge que determ
ti 0107ao
Io
aquela-de-umapropriedade-s
ido Pe relações depo
co
nde
sserelativa-
se aqui a forma típica
do $rupo-holding
opriaçãoreal — em graus diversos — em proveito do capital
onopolista, tornou-se possível pela dissociação, durante essas fa-
es, entre propriedade econômica e posse. O capital monopolista
e associa a alguns poderes da propriedade econômica de um outro.
apital, permanecendo alguns outros poderes, nesse processo de
uta e de resistência, neste último capital, na medida em que a
forma predominante da concentração não quebre ainda os limi-
tes das unidades de produção e se estenda sobre posses separadas;
o) capitalista que se vê espoliado de alguns de seus poderes de
propriedade pode reter ainda poderes importantes de posse. Com |
“efeito, todo grau de propriedade econômica só pode, sob o capi-
alismo, comportar poderes de posse, ficando o lugar do capital.
circunscrito precisamente. por essas duas relações: a dissociação
ntre propriedade econômica e posse, que implica a concentração
“de posses separadas sob propriedade única, não implica, em com-
pensação, a possibilidade de um grau de propriedade, ou de alguns
poderes de propriedade, sem poderes de Pose:
SSsnes
o assRES IV
l Domínio do capita-
lismo monopolista,
masaspecto ainda
—
“dominante de sua
extensão .
2. Efeitos de dO :
“ção dominantes na
forma comercial
simples a
3. Efeitos de conser-
“vação - dominantes
no c; pitalismo com-
petit o
H a
As contradições intermonopolistas no
seio da burguesia 1
nopolista referem-se - igualmente:
a) às contradições dos monopólios indu
striais entre si
remontam primeiramente à concorrência para
a conquist:
controle dos mercados, na medida em que
o monopolism
suprime a concorrência comercial, e não
se trata jamais d
divisão monopolista perfeita do mercado. Mas
essas contradi
assumem igualmente outras formas: luta
s pelos financiameni
Oo públicos e pelo sustento do Estado; pela
absorção do médio
É tal e aassociação de “Capitais individuais;
pelos investim
nos setores e ramos mais rentáveis;
pelo acesso às inovaç
tecnológicas etc.; :
4
Quanto à distinção entre capital mon
opolista e capital não
monopo .
lista:
1. O movimento de concentração e de
centralização do ca
pital implica um processo constante. Seg
ue-se que os limites entre-
capital monopolista e capital não-monopoli
sta são variáveis e re
lativos. Dependem da fase do capitalismo
monopolista: e de sua
formas concretas — por ramos, por seto
res etc. — em uma for.
mação social. Com efeito, o capital não
-monopolista depende do.
estádio do capitalismo competitivo,
mas de tal forma que ele
continue a funcionar em uma formação
dominada pelo capitalis-
mo monopolista: esse funcionamento
é ele próprio transformado,
em função precisamente da dominação
do capitalismo monopo.
lista. Não se trata de uma simples
“coabitação” de dois setores
estanques. Os critérios de delimitação
do capital não-monopolist
situam-se sempre em relação ao capi
tal monopolista e às sua
pitalismo competitivo ta
como pôde funcionar antes do dom
ínio do capitalismo mono-
polista.
equentemente limitadas a um só ramo. Mas isso
não é geral,
is essa socialização atinge com freqiiência esse próp
rio capital,
“pode estender-se por vezes sobre.vários ramos.
Enfim: o ca-
pital não-monopolista não apresenta o tipo de
reunião do capital
ndustrial e do capital-dinheiro característico do
capital monopo-
ista. Pode ainda suceder que o capital industrial
não se apresente
de forma estanque, com a forma jurídica da socie
dade por ações
se estendendo principalmente ao próprio capital não-
monopolista.
2. A base da diferenciação entre capital mono
polista e ca-
I tal não-monopolista reside nas relações de prod
ução específicas.
que, em sua articulação ao processo de trab
alho, caracterizam
sses dois conjuntos do capital. No campo, mais
particularmente, |
O capital produtivo, mesmo enquanto cresça, no
conjunto da
ormação social, a interdependência dos processo
s de trabalho, o |
apital não-monopolista não chega a estender sua inte
gração sob
ma mesma propriedade econômica, limitando-se
sua unidade de
rodução, em geral, a um processo de trabalho
determinado, ou
ima série de processos circunscritos. As -Telações de
proprieda-
“econômica e de posse não apresentam o tipo de
dissociações.
prio do capital monopolista: propriedade econômic
a e posse
brem-se estreitamente. A própria propriedade jurí
dica enco-
mais frequentemente, a propriedade econômica.
Esses traços
ornam-se pertinentes, quando considerados em
relação aos tra-
“distintivos do capital monopolista: não devem ser
apreendi-
dos a partir da imagem do empresário individual
do período do
pitalismo competitivo.
iguald
antemente entre essas empresas
O tempo, sejam muito mais marcantes
do que no caso do capit
monopolista 1º,
as
tajosa para o capital monopolis
“a persistência daquele se pre ta,
nde igualmente ao fato de que
Pitalismo competitivo se reprod o ca-
uz constantemente sob a domina
ão deste: assiste-se a um -
ea
e
20 Le Capitalisme monopoliste,
op. cit, p. 62.
x
fe
HI
Podemos assim ver bem que essas análises negam aquelas dos
Pc ocidentais que, sob os termos “camadas não-monopolista
s” ou
“pequeno capital”, excluem o capital não-monopolista da
burgue-
sia e da dominação econômico-política, identificando-o pratic
a-
mente à pequena-burguesia manufatureira, artesanal e comer
cial
x
Podemos logo dizer que as análises dos clássicos do marxisr
sobre o Estadocapitalista não se limitam, como se diz freque
mente, ao papel do Estado no estádio do “capitalismo compe
vo”, ou ao século XIX. Encontra-se aí a crítica fundamental
sob várias formas, foi feita às minhas análises dePouvoir pol
et Classes sociales e Fascisme et Dictature pelos autores do.
de [. Perceval ec 3. Lojkne, até: Bh. Herzog, M. e R. Weyl,
Gisselbrecht etc. +,
cata
AM o 9
am.
Vu
úcleo das divergências. Se
“que haja, entre esses autores, diferenças notáveis que des-
m claramente as contradições de difícil resposta, podemos re-
ir suas críticas: vou apoiar-me nas análises de Marx, Engels,
e Gramsci que, permanecendo exatas para a realidade con-
a que tinham em vista, não podem mais se .aplicar ao Estado
capitalismo monopolista de Estado, Estado este que apresen-
segundo o PcF, as características assinaladas no pr.ncípio
€ ensaio. É o j
Tais críticas não me parecem fundamentadas: e isso não
ue a forma de Estado do capitalismo monopolista, e prin-
ipalmente de sua fase atual, não apresentaria traços específicos.
"que as análises dos clássicos do marxismo sobre o Estado
lista não somente se aplicam a todas as suas formas, inclu-
a forma atual, mas são também as únicas que permitem
ender as modificações que têm lugar atualmente,
I E
eta
dominaeem direção aao Estado1tãopront
Dn
mM j
p y na pr 4
l entreo Estado
“Éassim, situando exatamente a relação atua lver uma
campo dascontradições de classe, que podemos reso
atual papel do Es-
- de problemas adjacentes colocados pelo
pa el do
1. De um lado, torna-se evidente que esse atual
no sentido de um
tado não pode absolutamente ser apreendido
À
, trata-se exatamente de
18 Mas, assim como eu havia assinalado de uma
limites entre o Estado e O econômico, e não
raçãorelativaprópri aaocapitalismo. Issoi mplica,
do Estado atual n odem trars-
enções econômicas
limites cujo índice |
» certos limites co-substanciais ao capitalismo:
ceira “permanente
mais evidente é,pt ncipalmente,a crise fiscale finan Fiscal Crisis of f
Estado atual (sobre este assunto, J. O'Connor, “The
ie State, 1973). RR a
“capitalismo organizado” que, pela via dio de uma “instá;
Tacionalizante”, teria ultrapassado as contradições próprias ao
é em geral designado como “anarquia da produção”, e que não
finalmente, outra coisa senãoa cristalização das contradições
classe. O Estado preenche certamente o papel geral de fato:
“coesão da formação social, isto é, um papel geral de “organizaç
e de “regulação”, mas esse papel não é distinto de suas funçõ
em relação à luta das classes: é a expressão concentrada da he
-monia de classe. O que volta a contradizer toda uma série
concepções (que já foram aquelas de Keynes) referentes pri
palmente à planificação capitalista — ver o Planejamento .
“França — apreendida como política “racional” e “coerente” :
um aparelho parcialmente “técnico” e “neutro”, tendo chegado
neutralizar ou a conciliar as contradições capitalistas. Essas co
cepções, que tiveram repercussão no movimento operário p
toda a corrente da “revolução do alto”, isto é, pela crençae
uma passagem para o socialismo pela via indireta unicamente
Estado (Estado-providência, e mesmo socialismo de: Estad
dem apresentar-se sob várias formas. É
Não é suficiente, a tal propósito, lembrar, contra as aná!
tecnocratas atuais do tipo Galbraith, queaconcorrênciacap
lista sereproduz constantemente sobocapitalismo monop
e que oaparelhoaadministrativo de Estado (o corpoburocrátic
não poderia ser concebido como dotado de uma vontad e
um poder próprios, impondo sua política ao conjunto da sociedaç
É necessário ir mais além e enfatizar, contra a própria conce
do capitalismo monopolista de Estado:
junturais
“o que já é um fator importante de instabilidade hegemônica, na.
interiorização das contradições do capital imperialista no próp:
seio de cada bloco no poder “nacional” europeu. Paralelamen:
as contradições internas nesses blocos no poder só fazem acen-
tuar-se, em um período precisamente onde o papel do Estado
cada vez mais importante e onde a restrição de sua autonom
relativa se torna, para o capital monopolista, uma necessidad
periosa. Então, se não é verdade que o Estado atual se transfo
|-em simples instrumento dos monopólios, não é menosverdade q
"é cadavez menosapto, nesse contexto, a desempenhar eficazm
te seu papel de organizador da hegemonia. A política estatal
"torna frequentemente a uma série de medidas contraditórias
pontuais que, se testemunham a lógica do capital monopolista, ni
revelam menos as fissuras e desarticulações dos aparelhos de E,
tado, reproduzindo as contradições do bloco no poder, em fac
“do enfraquecimento das capacidades hegemônicas do capital m
| nopolista. No momento em que o papel do Estado é mais do q
nunca decisivo, o Estado parece afetado por uma crise de repr
sentatividade deseus diversos aparelhos (inclusive os partidos.
liticos) em suas relações com as frações inclusive do bloco mn
poder: encontra-se aí uma das razões das controvérsias, na forma
que pelo menos elas possam assumir no próprio seio da burguesi
em relação ao “dirigismo estatal”, à “regionalização”, à “desc
tralização” etc.
anatureza
O a Pts possa mesmo se apresentar como dâniinta
“desses movimentos, desencaminhando-os, Servan-Schreiber está aí
ara no-lo lembrar.
IH
a saber,
ópria da empresa-instit
uição que:
? e aque--
ão e de:
ações:
isos, do processo de fu-
198 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE HOJE
Hi I
Essa mesma problemática dos agentes-sujeitos encontra-se
atualmente em uma série de análises concernentes desta vez às
relações atuais entre a classe dominante e o aparelho de Estado:
vão de algumas análises do PcF referentes ao capitalismo mono-
»polista de Estado àquelas de R. Miliband e de J. K. Galbraith
sobre o Novo Estado Industrial. Essas análises visam principal-
mente a demonstrar a relação entre a fração hegemônica do ca-
pital monopolista e o aparelho de Estado pela identidade física,
pela identidade de origem de classe ou pelas relações interpes-
soais entre os agentes da fração monopolista do capital e os vér-
tices — os altos funcionários, os membros dos gabinetes ministe-
riais, o pessoal político em sentido lato — doaparelho de Esta-
do. Para o Pcr, principalmente, a prova da fusão do Estadoe
dos monopólios em um “mecanismo único” encontra-se na iden-
eg en
| Entretanto:
Hl
Digo convenientemente gr
uPo, pois efetivamente, tratan
de um conjunto quedissolv do-se é
e a 1 uta das classes, o própri
do termo classe torna-se o em
prego
perfeitamente inútil: o
contexto, do termo “cl emprego, nesse.
asse média” quer dizer,
E te, que as classes não existem
mais. É
Tamente, prolongando essas
| análises,
referem à famosa ques
tão do terciário e da
sociedade atual. Sabe-se “terciarização” da
qu e, baseada na distinção
“agricultura”, e o resto. «-! “indústria”,
e acoplada à ideologia das
e das “categorias sociop “profissões” .
rofissionais”
das estatísticas burguesa
s —
damente neste “terciári
o”
tas do comércio, dos
banc
MO DE HoJE
214 AS CLASSES SOCIAIS NO CAPITALIS
II
efeito,
Insistir nesta última concepção não foi inútil. Com
lema, pro-
podemos retornar agora a uma das soluções do prob
talismo mono-
posta atualmente pelo pcr, e suas análises do Capi
te no Traité
polista de Estado. Essas análises, expostas claramen
da corrente
já assinalado, se expressam como crítica explícita
entanto, toda uma
“classe média-terceira força”: elas revelam, no
em no seu bojo,
“série de confusões e de princípios falsos, que traz
antimonopolista”.
“por outro lado, a estratégia política da “aliança
a dissolu-
Essas análises, ao mesmo tempo em que refutam
ria, negam no en-
ção desses conjuntos salariais na classe operá
vinculação de
tanto sua especificidade de classe, e mesmo sua
o, entendidos
“classe simplesmente. Esses conjuntos são, com efeit
ariadas”*:
com a denominação de “camadas intermediárias assal
várias classes
“Ag camadas intermediárias não constituem uma ou
e média, mas um
“sociais no sentido estrito do termo. Não há class
situam numa
conjunto de camadas sociais diferenciadas que se
está em
posição intermediária.” Mas a base teórica do assunto
a classe. De
supor-se cue essas camadas não pertençam a nenhum
e inti-
fato, em um capítulo do Traité em questão, expressament
tulado “Pertencimento de classe das camadas intermediárias assa-
ponto
lariadas”, só se encontram formulações do gênero: “De um
do-
de vista de classe, empregados, técnicos, engenheiros, pesquisa
xi-
res etc. encontram-se numa posição intermediária que os apro
6 Op et. p: 236. E
Mas é ainda necessário ir mais além, pois, mesmoquando se
admite o que foi dito acima, pode-se, não tendo esclarecido certos
aspectos teóricos da questão, legitimar ainda a concepção de
certos conjuntos sociais exteriores às classes7.
1. As classes sociais são um conceito que designa precisa-
mente o conjunto dos efeitos da estrutura no campo das relações.
sociais, e até mesmo na divisão social do trabalho. Mas seria in-
“teiramente falso conceber as classes sociais como um “modelo”:
“concebendo-as assim, aceita-se precisamente a possibilidade de
existência, na realidade de uma formação social, de certos conjun-
tos exteriores às classes, que seriam o efeito de uma “riqueza”
“do“real-concreto” que ultrapassa seu “modelo abstrato”. Asclas-
ses sociais só seriam assim uma esquematização do real, seu “es-
queleto” de alguma forma extraído do real por uma simples ope-
ração de abstração, sendo os conjuntos exteriores às classes pre-
cisamente a riqueza de determinação do concreto que escapa
“à sua “rede” de inteligibilidade. Sabemos tratar-se aí de uma an-
tiga concepção nominalista das classes sociais, que se destaca, fi-
nalmente, de uma concepção empirista do conhecimento e das
relações abstrato-concreto.
2. Uma formação social é o local de existência de uma ar-
ticulação de vários modos e formas de produção. Isso se manifes- .
ta: a) pela existência, em uma formação social, de mais de duas
“classes, ao lado das duas classes que dependem do modo de pro-
dução dominante, classes que dependem dos outros modos e for-
mas de produçãopresentes nessa formação; b) por efeitos de de-
composição e de reestruturação de classe, de fracionamento e de
“reagrupamento de classe, de sobredeterminação e de subdetermi-
nação de classe: em síntese, por efeitos da articulação desses mo-
dos e formas de produção sobre as classes que daí se destacam
em uma formação social.
É Mas os efeitos dessa articulação não poderiam consistir na
emergência de conjuntos sociais exteriores às classes, de alguma
forma “atípicas” ou “anômicas”. Isso seria voltar à concepção em-
pirista dos “resíduos” ou das “impurezas” de um real-concreto,
concebido como simples cadinho de empilhamento de modos e
E Fou
T Ver, a propósito do panorama conceptual geral das observações |
que seguem, a introdução, pp. 13 sg. deste livro.
tã
s de produção “abstratos”; esses conjuntoss riam,en
resíduos do empilhamento. Encontra-se aqui, no âmbit des:
vez, das relações entre modos de produção e formações oci
“aconcepção errônea do “modelo abstrato” aplicado agora
nos
“dos de produção. As formações sociais não são, de fato, a conc
tização espacializada de modos de produção que existem em :
pureza abstrata, mas realmente a forma de existência e de repi
dução dos modos de produção. As classes de uma formação so
não são a concretização dasclasses dos diversos modos de pro:
“ção, podendo dar lugar, nessa concretização, a recaídas concre
que lhes escapam, sendo então a forma de existência e de rep
dução das classes dos diversos modos de produção (a luta
classes) E
>
o a Principalmente
R. Stavenhagen, Sep
t Thêses erronées sur
rigue latine, PA;
1973. - : j
ada às classes sociais coloca-se do ponto de vista não dos lu-
sares na divisão social do trabalho, mas dos indivíduos concretos
ue delas fazem parte. Essa questão torna-se assim: a que classe
pertence este ou aquele indivíduo, ou “massa” de indivíduos, es-
ndo entendido que a dificuldade eventual da resposta é aqui
traduzível em uma desqualificação desses “indivíduos” do ponto
de vista de classe, indivíduos catalogados sob forma de “conjun-
tos” à margem das classes, enquanto é a própria questão que está
mal colocada. A estreita conivência epistemológica entre a con-
cepção nominalista-idealista das classes sociais — as classes como
“modelo abstrato” — e essa concepção empirista é patente, sendo
que todas duas chegam aos mesmos resultados: lá, conjuntos so-
ciais que saem da rede-modelo das classes, e aqui, panda-con-
“juntos que não entram na composição das classes — “somas de
“indivíduos”.
Além disso, essa problemática impede que se proponha uma
questão perfeitamente legítima, aquela dos agentes que ocupam
os lugares das classes sociais, mais particularmente ligada àquela
da reprodução das classes sociais. Com efeito, essa questão dos
gentes sedistingue daquela dos “indivíduos” cuja soma comporia
as classes sociais, na medida em que ela está colocada em uma
problemática diferente. Esses agentes, especialmente, não são “in-
Idivíduos” que dão origem a, por reagrupamento, diversos “con-
|juntos”, as classes constituindo apenas um desses grupamentos
: possíveis, mas são reproduzidos segundo a reprodução dos luga-
tres das classes sociais na luta das classes.
Todas as observações que fizemos acima referem-se ao aspec-
to principal das classes sociais, aquele de seus lugares, e da re-
produção desses lugares na divisão social do trabalho: é nessa
medida que fomos levados a excluir a possibilidade de existência
de conjuntos sociais ao lado ou fora das classes, que seriam, en-
“tretanto, pertinentes no campo da luta das classes. Esse problema
“é, no entanto, relativamente distinto daquele da reprodução (qua-.
ficação-sujeição-repartição) dos agentes entre esses lugares: é
evidente que, nesse processo de reprodução dos agentes, podemos
“circunscrever toda uma gama de fenômenos que vão de situações
“transitórias « pertencimentos contraditórios de classe, e mesmo
a efetivas “desclassificações” de agentes. Mas com a diferença ca-
“ pital de que uma soma de “agentes desclassificados” não faz nun- .
ca um conjunto social pertinente no campo da luta dasclasses:
encontra-se aí, aliás, todo o sentido das análises de Marx sobre
o Lumpenproletariat. De qualquer forma, é evidente que a que
tão dos novos conjuntos assalariados não pode ser tratada
* plano de uma reunião de agentes desclassificados.
HI
3 Histoire des doctrines économiques, ed. Costes, t. II, pp. 12-13 sq:
4 Sixiême Chapitre..., ibid. :
5 Histoire des Doctrines..., ibid., p. 199. Ver tambémLe Capital
Ed. Sociales, t. II, pp. 183-184.
230 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE HOJE
18 Le Capital, t. E po tio
O Lerray, ibid. p. 133.
Nova PEQUENA-BURGUESIA E CLASSE (OPERÁRIA 239º
HI
s
Essas observações são, pois, particularmente importante
pro-
ara a análise de certos trabalhos diretamente implicados no
so de produção material e de criação de mais-valia. Elas per-
esclarecer as análises de Marx, principalmente sob
abalho de direção e de supervisão no processo de produçã
Afirmo desde já que essas análises apresentam determinadas am
“bigiiidades, na medida principalmente em que Marx examin:
“separadamente” o aspecto de divisão técnica e o aspecto de
visão social, não mostrando sempre como a primeira se articul
com a dominação da segunda. Inútil iludirmo-nos sobre o fa >».
de que essa ambigiiidade, prendendo-se em larga escala à ordem
da exposição de Marx, prende-se igualmente a escórias “econo:
mistas-tecnicistas” presentes em sua obra, encontradas em toda
uma série de problemas, e sobre as quais aqui não insistiremos:
mas o marxismo não é um dogma estereotipado, e sabemos, pri
cipalmente, que a revolução cultural proletária na China perm
tiu, a tal respeito, avançar de forma decisiva.
cesso de produção é
de consumo da força
e
ecto, ele corresponde aos “falsos custo
italista .
Recologuemos essas análises no contexto das relações de pro
ução capitalistas. O lugar do capital é aí caracterizado, de for
a específica em relação aos outros modos de produção, pelo
to de acumular ao mesmo tempo a propriedade econômica
dos meios de produção e sua posse: os trabalhadores diretos —
.os operários — são inteiramente separados, e mesmo despossuí
os, de seus meios € objeto de trabalho. Na divisão social capi-
talista do trabalho, Marx nos dirá que a direção do processo de
-abalho tende a se tornar “função do capital”, e que o capital,
“submete inteiramente. Isso não é produzido pelo acaso: é que,
ob as relações de produçãocapitalistas (propriedade e posse de-
ndendo do capital), a organização do conjunto do processo
c
e-trabalho é dobrada às exigências do capital. A separação
espossessão dos trabalhadores dos meios de produção, figura de
ua exploração capitalista, significa que não existe divisão e co
denação das tarefas. correspondendo a necessidades puramente
cnicas” da “produção”, e existindo como tais. O trabalho de
ão e de supervisão capitalista não é uma tarefa mais técnica
que a divisão do trabalho no próprio seio da classe operária,
incipalmente o trabalho parceiro, não é o efeito do “maqui-
mo” e da “grande indústria” como tais, mas O efeito de sua
istência capitalista.
É desta dominação da divisão social do trabalho sobre a di-
o técnica que depende a organização particular do trabalho
“Se,
pitalista, que Marx designa como despotismo da fábrica:
rtanto, a direçãocapitalista, no que tange ao seu conteúdo
m uma dupla face, porque O próprio objeto daquilo que se
ata de dirigir é, de um lado, processo de produção cooperativo
de outro lado, processo de produção de mais-valia, a forma
dessa direção torna-se necessariamente despótica. As formas par
iculares desse despotismo desenvolvem-se na medida em ques
desenvolve a cooperação 2.” Aqui também, Marx parece fazer
mesma coisa — de um lado... de outro — nesse despotismo
para a socialização das “forças produtivas” e nara a extração d
“mais-valia (nas relações de produção). Na última frase, ele pa
rece mesmo atribuir uma importância decisiva ao primeiroele
mento, insistindo na relação entre o desenvolvimento do despo
tismo e aquele da cooperação. De fato, não se trata disso, €
o que pode ser notado na citação precedente sobre a direção e.
2 Le Capital, t. II, p. 24.
“atinge seu máximo no sistem:
”, onde a “socialização das forças produtivas” é, nc
entanto, bem menos desenvolvida do que no capitalismo.
Em suma, o despotismo da fábrica constitui precisamente
figura da dominação da divisão social do trabalho sobre a divi
“são técnica, tal qual existe no capitalismo. Esse trabalho de di
: reção e de supervisão capitalista é a reprodução direta, no pró
jo seio do processo de produção, das relações políticas entr
Jassecapitalista e a classe operária. É
instâncias subalternas
“do trabalho, entre instâncias dirigentes e são”).
” e “supervi
(daí a dualidade dos termos “direção radical-
Lembremos enfim, se necessário for, o que separa
institucionalista-fun-
mente essas análises daquelas da corrente
de autoridade. As rela-
cionalista e de seus conceitos de poder e nte
ções (rapporis) políticas em questão são aqui analisadas some
diversos
como lugares na divisão social do trabalho, ficando os
dos às relações
poderes daí decorrentes constitutivamente liga
. O despotismo de
(relations) nas relações (rapporis) de produção
ticas na repro-
fábrica constitui a configuração das relações polí
dução ampliada das classes sociais, no próprio seio do lugar em
oração: os
que se estabelecem as relações de produção e de expl
poderes daí decorrentes não dependem em nenhum sentido das
relações “organizacionais” no seio de uma “empresa” enquanto
articula-
“instituição”. A empresa capitalista nada mais é que à
ção das relações de produção, das relações políticas e das rela-
ções ideológicas no seio de uma unidade de produção como cen-
tro de apropriação da natureza e de exploração.
I ,
5 Sixiôême Chapitre inédit..., ed. Pléiade, op. cif., PP. 388 sq.
Bo Le Cópital, ti IE polos.
DETERMINAÇÃO DE CLASSE DA NOVA PEQUENA-BURGUESIA 251
e
Rã
ição alemã. Essa passagem é diga de nota, pois mostra como
Marx Cana emum e mesmo movimento da exposição, os dois
ER
e simplesmente 'pulada no texto francês. O que dá precisamente a im-
pressão de que a aparição do “trabalhador coletivo produtivo” signifi-
caria o avanço, em um “momento” da produção capitalista, da separação
trabalho manual/trabalho intelectual. Incompetência de J. Roy ou sinal
das ambigiiidades do próprio texto de Marx, que' revisou pessoalmente
a tradução francesa?
HoJE
254 AS CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE
l.
assunto é muito vasto e ndaque“entremos” aqui
o fundo do problema. Digamos simplesmente que a. “ciência”
mquestão, apropriada pelo capital, não é encontrada jamais
de forma pura ou neut “sobsua forma de apro-
riação pelaclasse dominante, istoé, sobformade saberestrei-
e imbricado na “ideologia dominante. É o mesmo caso que
“designa como “pesquisa fundamental”: é a ciência como tal
que está submetida às condições sociais, políticas E ideológicas
sua constituição, e não somente suas “aplicações tecnológi-
as”; tanto mais que não existe separação essencial, ao menos |
epois da revolução industrial (maquinismo e grande indústria),
ntre ciência e técnica. Mas as coisas vão, no entanto, mais além,
no caso dos engenheiros e técnicos, trata-se precisamente
aplicações tecnológicas” dos conhecimentos científicos ao
esso de produção material, é o desenvolvimento maciço desse
ecto que condiciona atualmente a extensão desse. conjunto de |
gentes. Essas aplicações tecnológicas da ciência estão a serviço
reto da produção capitalista, no sentido em que servem ao de-
volvimento das forças produtivas capitalistas, pois as forças
utivas só existem dominadas pelas relações de produção.
ssas aplicações estão assim imbricadas nas práticas ideológicas
rrespondentes à ideologia dominante: a própria ideologia do-
xante não existe somente nas “idéias”, nos conjuntos ideoló-
os articulados, mas se encarna e se realiza em toda uma série
práticas materiais, rituais, de habilidades etc., que existem
ualmente no seio do processo de produção. As aplicações tecno-
ógicas da ciência estão imediatamente presentes. aqui c
« omo: ma-
rializaçãoda ideologia dominante.
' Disso podemos tirar uma primeira conclusão quanto à ques-
tão dos ensenheiros e técnicos. Seu trabalho de aplicação tecno-
Ógica da ciência encontra-se situado sob o selo da ideologia do-
inante que eles materializam em seu próprio trabalho “cientt-
co”: eles são assim os portadores da reprodução das relações.
ológicas no próprio seio do processo de produção material
papel nessa reprodução, através da via indireta das aplica
'jes tecnológicas da ciência, a precisamente a conf gura:
“capitalista de uma divisão entre trabalho intelectual e trabal
“manual, que manifesta as condições ideológicas do processo de
produção. capitalista. e
"* De fato, não há nenhuma razão “técnica” intrínseca da
“produção” para que essas aplicações assumam a forma de un
“divisão trabalho intelectual/trabalho manual, enquanto sabemos
de forma pertinente que a ciência é em última análise o: resul.
tado da experiência acumulada dos próprios trabalhadores dir
tos. Certamente, o processo científico não é somente isso: com-
porta um trabalho próprio de sistematização (o “trabalho gera
segundoa fórmula de Marx) e de experimentação científicas i
redutível à “experiência imediata”. Mas é somente sob a form
capitalista que esse trabalho próprio existe na divisão trabalho
“manual/ trabalho intelectual. Essa divisão está assim diretame
ólio do saber, forma deapropriação sed ta
Zogi
“subordinado: daq eles quenãosabem,
berem
Trata-se aí de um aspecto da questão que. Gramscipercebe
muito bem, ao caracterizar esses engenheiros-técnicoscomo int
lectuais mede Lembremos, por enquanto, que, para Grams
“esses engenheiros e técnicos são intelectuais, istoé, “funcionári
da ideologia” segundo seu próprio termo, na medida em que:
uma relação particular com o saber e com a ciência no mc
de produção capitalista, e em queparticipam da divisão capitalis
trabalho manual/trabalho intelectual. Gramsci irá mesmo mi
longe ao considerar a grande maioria dentre eles como intelectu.
orgânicos da burguesia ne q
IV
VII
VIII
IJ
e id; pi 9.
276 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE HOJE
e Ibid; D. 56.
ciação com a classe operária no sentido da divisão trabalho in
lectual/trabalho manual prende-se essencialmente às relações po
lítico-ideológicas: seu trabalho está legitimado em relaçãoaos
ber que se supõe intrinsecamente deter (trabalho intelectus
encontrando-se valorizado em relação ao trabalho da classe ope
rária, cujo saber efetivo participa na desvalorização, por opo
ção, do trabalho manual.
8 Ibid., p. 9.
O que os permite acrescentar:
a o lugar diferencial dos agentes da nova pequena-b
guesia na reprodução da divisão trabalho intelectual/trabal
manualno próprio seio do trabalho intelectual (portanto nas
lações ideológico-políticas) aparecerá assim como um fator im
portante na diferenciação da nova pequena-burguesia em fraçõ
de classe. Mas veremos que esse lugar diferencial não dest
pura e simplesmente as diferenciações dos conjuntos da
pequena-burguesia nas relações econômicas: agentes dos servi
por exemplo, podem ocupar, segundo esse ponto de vista, luga
res que os aproximem dosagentes da circulação e da realiza
da mais-valia, de forma muito mais significativa do que podi
aqueles agentes do conjunto do setor “serviços” entre si,
aqueles do conjunto da esfera de circulação entre si;
b) a propósito das transformações atuais do setor do t
balho assalariado não-produtivo no seu conjunto: essas transf
mações têm como efeito principal acentuar o fracionamento
a polarização interna da nova pequena-burguesia. Ao acenti
a reprodução da divisão trabalho intelectual/trabalho manua
seio do trabalho intelectual, elas aproximam certas frações
nova pequena-burguesia da barreira que as separa do trab
manual e da classe operária. Mas essas transformações não r
'* lJocam em questão a barreira fundamental da divisão traba
“intelectual/trabalho manual, pois, ao mesmo tempo, a rep
" duzem sob nova forma. É por isso que insistiremos sobre es
transformações no caso do exame das frações da nova peq
“burguesia, cercando primeiro aqui seu lugar comum na divisã
“fundamental trabalho intelectual/trabalho manual.
HI
IV
ão
O lugar particular dessa nova pequena-burguesia na divis
e na
trabalho intelectual/trabalho manual reflete-se diretament
es no
“formação-qualificação” da força de trabalho de seus agent
seio do aparelho escolar: aparelho que “desempenha um papel
próprio na reprodução dessa divisão e na distribuição dos agen-
lista,
tes nos diversos lugares das classes sociais. A escola capita
situada em relação à, e reproduzida como aparelho em função
da divisão trabalho intelectual /trabalho manual que a transcende
e lhe determina o papel (separação da escola e da produção, li-
gada à separação eà despossessão dos trabalhadores diretos de
seus meios de produção), desempenha um papel próprio na qua-
lificação do trabalho intelectual, papel particularmente caracie-
rístico, e inteiramente específico, no caso da nova pequena-bur-
guesia. É que essa escola, situada em relação ao trabalhointe-
282 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE HOJE
PERES
lar. Isso adquire, em Baudelot e Establet, a forma de uma afir-
mação de que não existe “terceira rede” escolar específica para
a nova pequena-burguesia º, que as duas redes se compõem de
uma rede específica para a burguesia e de uma rede específica
para a classe operária e para as massas populares: a nova
pe-
quena-burguesia é diluída em um aparelho que, no seu seio,
pro-
duz quer agentes das “classes superiores”, quer agentes
de “clas-
ses inferiores”. Essa conclusão, que me parece errada,
apóia-se
em premissas contestáveis às quais se subordina o tratamen
to do
material empírico:
8 Maspero, 1971.
E Jbid' pp 81-82.
tituiçãoescolar para as classes sociais, observamos claram
E quanto à pequena-burguesia:
a) que é verdade que não. existe “rede” escolar especi
mente pequeno-burguesa, sob a única condição de não identi cê
redes e aparelhos institucionais, mas apreender as redes com
“tendencialidade bipolar de reprodução da divisão trabalho “inte
“ lectual/trabalho manual no seio da escola; nd o
b) que a nova pequena-burguesia é maciçamente escolari
da sob formas que ou pendem para o lado do “trabalho intel
tual” da divisão escolar, ou são fortemente impregnadas por e
e isso, inclusive e sobretudo, no caso em que ela é escolariza
“na rede dita “primária-profissional”. Em outra
burguesa.
de Grignon perm
8 Tbid., po 97. Certamente, essas observações
fato, é que essas diferenças nã
"necem descritivas: o que ele não vê, de
al cultur al” difere nte (recei tas téc
são devidas finalmente a um “capit
as versus “maneira”) masàs diferenciações. entre - trabalhos diretamer
plicados no processo de produção material e Os outros.
x
“intelectual que se encontra
“Sabe-se que um dos aspectos d
os agentes da class
ção entre a formação que, segundo se supõe,
ão” formal pela formaçã
“operária recebem da escola (“qualificaç
s ocupam nos po
profissional — escolar), e o lugar real que ele
tância da “esc
tos de trabalho na produção: encontra-se aí a dis e ensõe
ent dim
ta” para a “fábrica”, distância que ganha atualm
É
«consideráveis 18.
a form
As coisas não se apresentam absolutamente da mesm
do sua
para a nova pequena-burguesia e o trabalho intelectual, sen
n'
força de trabalho, no seu lado trabalho intelectual, efetivame
;
formada pela escola.
ctua
“A escola reproduz em seu seio a divisão trabalho intele
ção
trabalho manual ao formar o trabalho intelectual: a “forma
o e
do trabalho intelectual consiste essencialmente, em seu sei
ão interioriza
excluí-lo do trabalho intelectual, sendo essa exclus
ão.
do trabalho manual (seu encasernamento) a própria condiç
pal
formação do trabalho intelectual pela escola. O papel princi
escola capitalista não é “qualificar” diferentemente O trabal
icar
manual e o trabalho intelectual, é, bem mais, desqualif
ho
trabalho manual (sujeitá-lo) qualificando apenas o trabal i
telectual. O papel do aparelho escolar na formação da nova
erável,
quena-burguesia é, conforme esse ponto de vista, consid
nar
mesmo bastante típico emseu caso: só precisamos mencio
papel dos diversos diplomas e pergaminhos no seu merca
e
trabalho. Isso representa uma tendência marcante atualment
onde o “aprendizado no local de trabalho” é, para uma gran
parte dessa pequena-burguesia, substituídopela formação escol
“Já se pode ver isso no nível mais baixo do próprio aparel
escolar: em 1964, para os agentes nascidos em é após 1918, a pr
porção de operários sem nenhum diploma (nem mesmo o CEP:
certificado de estudos primários) se elevava a cerca de 40%,
urgue
quanto ela era somente de 10% para a nova pequena-b
(executivos médios não-incluídos, ou a diferença. seria ainda m
s
considerável). Mas ainda: 27% dos operários “qualificado n
possuíam nenhum diploma, contra somente 3% dos emprega
de escritório “qualificados” (executivos médios também nã
cluídos) *. Ê
k EÉ
o mes de final de aprendizado que são de fato exteriores ao apa-
relho escolar e realizados “no local de trabalho”; em contrapar-
tida, tal foi o caso para 53,3% de simples empregados e para cer-
ca de 90% dos diversos executivos médios, sendo as disparidades,
como se sabe, ainda mais importantes na população feminina 1s.
Se aprofundarmos a análise, combinando principalmente as diver-
sas categorias de agentes, as quotas de salários às quais eles per-.
tencem (relação “qualificação” e “hierarquia salarial”) e os tipos.
e graus de diplomas escolares, veremos, de forma extremamente
clara, o papel totalmente específico do aparelho escolar na ven-
tilação e nas relações internas dos agentes pequeno-burgueses 1º.
Convém notar, enfim, que os elementos que aqui utilizo em apoio
à minha tese não se referem absolutamente à famosa questão da.
duração dos estudos nas diversas classes sociais, critério que,
como Baudelot e Establet demonstraram perfeitamente, supondo
uma escola unida e uniforme em “degrau”, é inteiramente fala-
cioso.
2 do
o
Mas, para entendermos o lugar preciso dos assalariados não-
produtivos nas relações políticas da divisão social do trabalho, em
relação ao trabalho intelectual “separado” do trabalho manual,
nos casos em que eles não exercem forte dominação sobre a classe
operária, é necessário irmos mais além. De fato, o aspecto princi-
pal dessa questão depende da interiorização e da reprodução in-
duzida, no próprio seio dessa nova pequena-burguesia, das relações
políticas dominantes de uma formação social capitalista. O lugar
da nova pequena-burguesia é, essencialmente, caracterizado por
essa reprodução induzida, exercendo seus agentes sobre si próprios,
isto é, uns sobre os outros, relações políticas à semelhança (des-
figurada) das relações de dominação preponderantes em uma for-
mação social. A nova pequena-burguesia faz, sob esse aspecto,
parte de uma classe “intermediária”, não porque ela seja direta-
mente o intermediário efetivo (um “elo” ou uma “reserva”) da
relação de dominação da burguesia sobre a classe operária, sobre-
“tudo porque ela constitui um tubo de ensaio, e um exemplo me-
tafórico do funcionamento interiorizado (portanto específico)
dessa relação em seu próprio seio: seu lugar não legitima tanto a
ominação ou a subordinação; legitima, sim, a relação dominação/
subordinação capitalista, realizando o concentrado desfigurado º.
É aí que se inscreve, de fato, a tendência marcante, e sobre
a qual insistiram numerosos autores, para uma burocratização
pronunciada que afeta a organização do trabalho da grande massa
dos assalariados não-produtivos. O problema é muito vasto, e não
vou tratá-lo aqui profundamente. Não vou tentar tampouco re-
futar toda uma série de concepções da “burocracia” que, decor- |
rendo de uma problemática “institucionalista” da “organização”
sm geral, vêem o fenômeno principal das “sociedades industriali-
zadas”, associando-lhe a organização das próprias unidades de
rodução (a “burocratização das empresas”). Lembrarei simples-
mente * que a burocratização não abrange uma simples organiza-
ção técnica do trabalho, que corresponde a uma “racionalidade”
“ou “irracionalidade” qualquer intrínseca ao capitalismo. Somente
nosentido rigoroso, essa burocratização é o efeito, na divisão so-
“cial do trabalho no plano institucional, de uma conjunção da
deologia burguesa e do subconjunto ideológico pequeno-burguês
elações ideológicas), e de uma reprodução metafórica e desfi-
urada das relações políticas burguesas de dominação/ subordina-
ão. Suas características, estudadas entre outros por Marx, Engels,
Lênin, mas também por M. Weber, consistem na axiomatização
le umsistema de regras e de normas que distribui os domínios.
e atividade e de competência; o caráter “impessoal” das diversas
unções; o modo de sua retribuição em tratamentos fixos; o re-
“crutamento por designação a partir do vértice sobre concurso ou
“sobre a base de “diplomas”; as formas particulares de ocultar o
saber no seio da organização pelo “segredo” burocrático; as for-
mas particulares de funcionamento da “hierarquia”, por delega-
ção em cascatas sucessivas da “autoridade” (voltaremos a esses
ermos); o centralismo pelo qual todo escalão “comunica” com,
os outros através, indiretamente, do escalão superior, o que dá
“lugar a um isolamento específico dos agentes etc.
- Mas o que está em questão aqui é realmente a burocratiza-
“ção, como tendência materializante dos efeitos ideológico-políticos
“sobre o trabalho não-produtivo, e não a “burocracia” no sentido
de uma “organização” com relações principalmente contínuas e
uniformes do “vértice” até a “base”, como o entende a esmaga:
HI
MO DE HoJE
304 AS CLASSES SOCIAIS NO CAPITALIS
anuais
ossetores privado e semipúblico, os salários líquidos , são
e operária
dios em francos, em 1969, que, para a class
os OS € 13.116
8.854 para a mão-de-obra bruta, 10.467 para
12.344; emprega
os OP, são aqui: empregados de comércio:
ração médios: 27.958
de escritório: 13.350; executivos de administ
superiores qu
(não são levados em consideração os executivos
a). Observa
mais frequentemente, pertencem de fato à burguesi
“execu
que a distância que separa esses assalariados de base dos
e of
vos médios” é ainda maior do que aquela que separa à class
a pouco si
rária dos técnicos. Certamente, taiscifras são aind
do se comparar
ficativas. As coisas tornam-se mais claras quan
atividade eco
essas cifras para a distribuição dos assalariados por
armo
nômica e por quota de salário líquido anual médio. Se tom
aqt
de um lado as “atividades econômicas” que nos interessam
, higient
(comércios diversos, serviços, bancos, seguros, agências
idad:
serviços administrativos privados) e, de outro lado, as “ativ
“econômicas” industriais, constatamos nítidas diferenças: enquar
to a esmagadora maioria dos operários atinge rapidamente o tet
desigua
de uma quota, os outros assalariados apresentam, com
librada
dades que veremos em seguida, uma distribuição mais equi
em um grande leque de quotas de salários”. O caso é ainda ma!
patente para os funcionários. E
De qualquer forma, oque é preciso notar aqui é que o se
tido da hierarquia é profundamente diferente na classe operé
1 pas
e na carreira pequeno-burguesa, mesmo quando um os
para os 2, 3 ou 4, ou um OP 1 para op 2 etc., o que não te
c
absolutamente o mesmo sentido para ele, nas relações ideológi
políticas de autoridade e de segredo do saber, que tem para u
pequeno-burguês que, mesmo sem se mostrar mais elevado (pa
a maior parte deles, só há uma ventilação, mesmo inter
para a pequena-burguesia, bastante limitada), exerce sobre
“agentes imediatamente subalternos uma autoridade específic:
- Disso resultam efeitos consideráveis sobre a ideologia, m
particular, da promoção social desses agentes: efeitos articula
“sobre o isolamento competitivo desses agentes entre si nas
ções ideológico-políticas “burocratizadas”, isolamento que co
trasta com a solidariedade de classe no seio da classe operár
o que tem rtpercussões na luta de classe, constatando-se dia
mente, de forma particular, nas dificuldades e particularidades «
racterísticas dos movimentos de greve dessa nova pequena-b
guesia.
IV
não-produ-
Essa burocratização do trabalho dos assalariados
a marcante, não:
tivos, se bem que seja atualmente uma tendênci
e, além disso,
afeta, como veremos, o conjunto desses assalariados,
reende.
não os afeta da mesma forma. Seja como for, já se comp
e encarna-
que esse elemento de burocratização, materialização
sen-
ção das relações político-ideológicas e as diferenciações nesse
importante
tido no seio da nova pequena-burguesia são um fator
de clas-
de fracionamento da nova pequena-burguesia em frações
ena-
se. Essas diferenciações, e os fracionamentos da nova pequ
nas Te-
burguesia, não destacam forçosamente suas diferenciações
apare-
“lações econômicas — assalariados da circulação, serviços,
versal-
lhos de Estado —, estendendo-se essa burocratização trans
mente entre esses diferentes conjuntos.
Eis por que essa mesma burocratização apresenta efeitos con-
os
traditórios no seio da nova pequena-burguesia. De fato, muit
autores, entre os quais Wright Mills, D. Lockwood etc., susten-
lho
taram que essa burocratização aproxima as condições de traba
desses assalariados daquelas da classe operária: impessoalidade
das funções, relações autoritárias — hierárquicas etc. Essas afir-
mações, aplicadas ao conjunto da pequena-burguesia burocratiza-
da, são falsas, na medida em que assimilam essa burocratização
no despotismo de fábrica. O problema é outro: essa mesma buro-
cratização contribui, no seio dos setores da nova pequena-bur-
guesia que lhe são submetidos, para novas delimitações internas
entre a massa de agentes subalternos, progressivamente despos-
suídos do “saber” (funcionamento interno do “segredo” burocrá-
tico) e do exercício de autoridade, e dos agentes intermediários.
O que, sempre articulado às diferenciações internas na ordem de
exploração sofrida, tem efeitos importantes (voltaremos a esse
asunto) sobre as posições de classe dessa fração subalterna da
pequena-burguesia. x
q
VI A NOVA PEQUENA-BURGUESIA |
"E A DISTRIBUIÇÃO DE SEUS AGENTES
Contudo:
Il
HI
e
: “Jacqueries”: nome dado a era de camponeses tos Jacques)
A mais célebre eclodiu em1358, na E (N. do Ro) j
822 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE HOJE
IV
polista, princi-
são devidas às características do capitalismo mono
palmente em sua fase atual:
oração da classe
a) o deslocamento da dominante, na expl
alho (que incluí a
operária, para a exploração intensiva do trab
transformações tecno-
questão da produtividade do trabalho é das
parte proporcional do
lógicas), e que conota uma diminuição da
o;
trabalho vivo em relação ao trabalho mort
o (subsunção) radi-
b) a extensão do salariado pela submissã
utivos ao capital mo-
cal da força de trabalho dos setores não-prod
ão atual, pelo capitalis-
nopolista, acoplada aos efeitos de dissoluç
ução (diminuição dos
mo monopolista, das outras formas de prod
diversos “independentes”);
ordinado, das atividades
c) o aumentoconsiderável, mas sub
ização dos produtos e de
que possuem característica de comercial
ficação dos produtos acaba-
circulação das mercadorias (diversi
tal (capital-dinheiro, ban-
dos), mas também de realização do capi
cos, seguros etc):
, do número dos
d) o aumento, igualmente considerável ra
iços públicos), que ent
funcionários de Estado (inclusive serv
do salariado não-produtivo,
em grande parte no aumento geral
ervenção acrescidas pelo Estado
e que se prende às funções de int
principalmente em sua fase
próprias ao capitalismo monopolista e
atual.
as diversas ideologias
Mas assinalo que, uma vez afastadas
ecto do problema não é
da “terciarização do mundo”, esse asp
O papel hegemônico da
o mais importante: de um lado, porque
em uma base estatística
classe operária não poderia ser apreciado
stão essencial, hoje mais
de cifras: de outro lado, porque a que
da classe operária.
do que nunca, é aquela das alianças
da nova peque-
Volto assim à questão das frações de classe
comuns, e seus efeitos
na-burguesia. Defato, as coordenadas
da nova pequena-burguesia
ideológicos, da determinação de classe
já é muito importante)
demonstram simplesmente (mas o que
da classe operária: eles
que esta, e seus conjuntos, se distinguem
rizados para a burguê-
podem assim, de um lado, ser sempre pola
rizados para a classe
sia e, de outro lado, mesmo quando são pola
FRAÇÕES DE CLASSE DA NOVA PEQUENA-BURGUESIA 331
, em suas posi-
operária, permanecem frequentemente marcados se.
rios à sua clas
ções, pelos efeitos ideológicos próp
ação de classe
Mas já havíamos observado que essa determin
da exploração, na
na divisão social do trabalho, seja na ordem
balho manual, na ordem
ordem da divisão trabalho intelectual /tra
alho (relações ideoló-
da burocratização de seu processo de trab
agentes, se bem
gico-políticas), e na ordem de reprodução dos
unto da nova pe-
que delimitando um lugar comum para o conj
, no seu conjunto,
quena-burguesia, não o marcava, de um lado
outro, ao mesmo
exatamente da mesma forma, e introduzia, por
burguesia.
tempo, delimitações no seio da nova pequena-
intro-
É sobre essas delimitações que vamos agora insistir,
à situação
duzindo alguns elementos particulares que se reférem
atual. Mas não convém perder de vista:
a) que, se insistimos agora sobre esses elementos, é para
o ao per-
sublinhar precisamente que não mudam em nada quant
rguesia,
tencimento de classe dos conjuntos da nova pequena-bu
cial para
permanecendo, estes, pequeno-burgueses (o que é essen
a questão das alianças);
b) que esses elementos não surgem pela primeira vez na
ua-
fase atual do capitalismo monopolista, sendo somente a acent
een-
ção de tendências já em realização durante o período compr
ão do
dido entre as duas guerras, aquele da fase de consolidaç
capitalismo monopolista: o que é uma resposta indireta aos que
sustentam que os elementos “atuais” conduziriam inelutavelmen-
te a transformações automáticas das posições de classe desses
agentes em relação a posições de classe “anteriores”.
HI
>
ois efetivamente,
orma indireta, a parcelização das tarefas
e do saber, e a desqua-
lificação do trabalho intelectual.
"Entretanto, mesmo fora desses
casos, o mesmo fenômeno se
produz, embora sob formas diferentes,
principalmente no âmbito
da burocratização. Ao contrário de
certas análises que opõem
burocratização e mecanização, e que
só admitem desqualificação
o trabalho intelectual para esta última, é necessár
io observar que
burocratização, que em tal caso só é o efeito
abalho intelectual /trabalho manual, rep da “separação”
roduz no seu seio essa
visão:é aqui que se articula a “racionalização”
atual desse tra-
lho, que tende a aumentar sua produtiv
idade. .
Essa desqualificação do trabalho inte
lectual manifesta-se en- |
m, de forma maciça, pelo emprego
desses agentes em postos de
balho desqualificados, na ordem do
trabalho intelectual, em
lação à sua formação, levando-se em cont
a, no enta nto, obser-
ções que foram feitas sobre a qualific
ação do trabalho intelec-
al pelo aparelho escolar. Essa for
m
nte: ela se refere principalmente aos jove
ns e interessa a certos
njuntos da nova pequena-burguesia (em
pregados de comércio
deescritório e escalões subalternos
desta), pela via indireta
s agentes que nela se inserem e que esperara
m, pela sua “qua-
ificação escolar”, encontrar um trabalho “sup
erior”. Constatam-
e aqui fenômenos significativos: na distribu
ição dos diplomas
s ativos de menos de 25 anos por categoria soci
oprofissional em
62 e 1968 na França, observa-se que a prop
orção, entre os em-
regados, daqueles que possuíam o bacharelado,
passou de 10,5
ara 21,6% (para os operários, de 3,5 para 6,2
%), daqueles que
ssuíam um diploma superior ao bacharelado de 4,8
para 8,1%
para os operários, de 2,5 para 4%). Quando se
levam em conta
outros elementos da pesquisa, observa-se claramen
te que mesmo.
m jovem titular de diploma universitário tem
muito menos pos-
bilidades em 1968 de ser executivo superior, ou
mesmo execut
vo médio, do que em 1962 4. Essa depreciação dos diplomas, Ii
gada de fato à desqualificação do trabalho intelectual, contribui
também para limitar as possibilidades na promoção interna desses
agentes.
E
FRAÇÕES DE CLASSE DA NOVA PEQUENA-BURGUESIA * 345
20 Nas coleções do INSEE, op. cit., pp. 52, 54, 56, sa.
x
350 As CLASSES SOCIAIS NO CAPITALISMO DE HOJE
: diferen-
Services da crpT 2. Com efeito, observam-se atualmente
ntrado,
ciações efetuadas no próprio seio do setor comercial conce
entre, de um lado, as grandes lojas tradicionais e, de outro, os
supermercados e hipermercados (diversos auto-serviços, lojas po-
pulares, Euromercados, galerias comerciais etc.). É esse tipo de
concentração que prevalece nas tendências que se esboçam: em
1972, assistia-se à abertura de cerca de 62 hipermercados (30
em 1971) e de 265 supermercados (253 em 1971), enquanto o
número das grandes lojas aumentava num ritmo menos rápido,
algumas delas preparando, aliás, sua transformação em super-
mercados.
Esses super e hipermercados modificam o serviço dos empre-
gados de comércio de forma significativa. Com o sistema de
“auto-serviço”, a maior parte desses empregados foi levada a rea-
lizar simples tarefas de manutenção, de embalagem, de armaze-
namento das mercadorias (a “distribuição de uma certa tonela-
gem de artigos num mínimo de tempo”, que substituem aqui a
“arte da venda”): tarefas que, como vimos na análise do tra-
balho produtivo, pertencem, segundo o mais rigoroso ponto de
vista marxista, ao trabalho produtivo de mais-valia no sentido
estrito. Seus agentes tendem então a fazer parte da classe ope-
rária. Observa-se aqui o único setor da nova pequena-burguesia
no qual se encontra uma proletarização efetiva, no sentido rigo-
roso do termo, em seu próprio trabalho. A desqualificação das
tarefas que aí se manifestam maciçamente dá uma conotação de
pertencimento desses agentes ao trabalho manual. Esses agentes
escapam ao famoso contato direto com a clientela, responsável
em muito pelo mimetismo burguês, combinado com o fetichismo
do objeto-mercadoria, característico do aspecto “recepcionista”
“das vendedoras de grandes lojas tradicionais (“arte” de se vestir,
de falar, o “gosto” etc.). As próprias vendedoras que ainda sub-
sistem são, cada vez mais, simples demonstradoras, sem nenhuma
“garantia de salário e de segurança de emprego. Finalmente, co
nhece-se o trabalho repetitivo e parcelizado das caixas, que re-
presentam, nesse setor, a verdadeira ponta de lança da luta **.
sos quadros do setor privado foi bem menor do que aquele dos
empregados de base. Se os empregados de escritório se distinguem,
quanto à ventilaçãohierárquica interna em sua classe e ao trans-
bordamento burguês, ao mesmo tempo no curso de sua vida pro-
fissional é nas gerações seguintes, dos empregados de comércio
uma delimitação muito importante os separa das diversas catego-
rias dos executivos médios.
É aqui, enfim, onde mais se encontra a desvalorização atual
dos diplomas e graus escolares, dada a importância que desem-
penham no mercado de trabalho e na promoção dos agentes dessa
fração: o que se manifesta pela ocupação, maciça atualmente,
dos postos subalternos por agentes cuja qualificação escolar lhes
permitiria outras esperanças. De fato, é para essa fração que se
dirigem maciçamente os jovens titulares de diplomas superiores
desvalorizados. O que se traduz pelas formas de desemprego ca-
muflado que grassam nessa fração: diversas formas de trabalho
clandestino, trabalho eventual, interino eauxiliar, que atingem o
conjunto das frações de polarização objetiva proletária, mas que
são aqui particularmente pronunciadas. É essa fração que apre-
senta também, nestes últimos anos, a tendência mais marcada é
acelerada à feminização (bancos, companhias de seguros: admi-
nistração): encontra-se, pois, a questão da ênfase consideráve!
das delimitações hierárquicas entre os escalões subalternos maci-
çamente feminizados e seu enquadramento.
É preciso também observar que o fenômeno de uma degra-
dação geral da situação desses empregados nos países capitalistas
avançados, após a Segunda Guerra Mundial, não se manifestou
uniformemente para esses agentes, e sobretudo para aqueles que
já estavam engajados na vida ativa nessa época: uma grande
parte dentre eles, em razão do crescimento desse setor e de sua
Teminização, passou para tarefas de enquadramento, enquanto.
essa degradação afetou principalmente as mulheres, acentuando
as delimitações internas. Estas, atualmente, pela acumulação das
diversas coordenadas, atingem esse setor e, principalmente. os jo-
vens e as mulheres.
HI
dk
X. A SITUAÇÃO ATUAL
DA PEQUENA-BURGUESIA TRADICIONAL
(% sobre o conjunto da
população ativa) (33) (3,0)
rária a seus aliados tomados tais como são, mas pelo estabeleici-
mento de objetivos que, nas lutas ininterruptas e por etapas
, sob
sua direção, as podem transformar, levando-se em conta sua
pró-
pria determinação de classe e sua polarização específica que são
por elas caracterizadas.
Tenho consciência do caráter indicativo e lapidar dessas ob-
servações; mas elas visam somente a acentuar o verdad
eiro pro-
blema, sem contudo pretenderem responder à pergun
ta: então,
que e como fazer? Com efeito, não me cabe forne
cer a resposta
a essa questão que está no centro do debate atual sobre
a estraté-
gia revolucionária, o que também não foi o objetivo
deste texto.
De fato, teria sido necessário, entre outras coisas
, empreender
um estudo, sob esse aspecto, da história e das
experiências do
movimento operário e revolucionário internaciona
l, de suas or-
ganizações, das concepções e de suas voltas sobre
as questões do
processo revolucionário, da organização “(partido-si
ndicatos), das
alianças etc., enfim, cercar de mais perto
o sentido e os funda-
mentos da ideologia e das correntes socialdemocratas.
Meu obje-
tivo, neste texto, foi contribuir para o conhecimen
to mais preciso
desses aliados, de suas determinações objetivas
e das lutas que se
travam atualmente, tentando, na medida do
possível, aproveitar
ESa
Os ensinamentos e me precaver contra certas
concepções teórico-
políticas atuais. É porque estou convencido
de que ainda há tem-
po para aprofundar-me ainda mais nesses
conhecimentos e pes-
quisas precisas, por mais árduo que seja
o caminho. Sem esses
conhecimentos, as diversas estratégias elabo
radas arriscam-se, na
melhor das hipóteses, a permanecer morta
s; e, na pior, a conduzir
a graves derrotas.
A ESTRUTURA DE CLASSES|
DAS SOCIEDADES AVANÇADAS
ANTHONY GIDDENS
da Universidade de Cambridge
ZAHAR
EDITORES