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MERCADORIA, CONCORRÊNCIA E
FORMAÇÃO DE PREÇOS
(Uma introdução ao estudo da economia)
SÃO CARLOS
2021
Í N D I C E
-""-'-~-~-----..c._
3.11 ~A Capacidade Ociosa 92
3.12 - Capacidade Ociosa e Formaçao de Pr~
ços . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 101
3.13 -Diferenciais de Custo e Formaçao de
Preços 103
CAPÍTULO 1 - ATIVIDADE ECONÔMICA, ECONOMIA POLÍTICA, MERCA
DORIA E CAPITAL
Economia Economia
OBJETO
ração de produtos.
o que e portanto trabalho? É o processo de
intervenção do homem na natureza, com o objetivo de trans
formar os elementos naturais em coisas Úteis:
"Antes de tudo, o trabalho e um processo en-
tre o homem e a Natureza, um processo em que o homem, por
sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo
com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural
como uma força natural. Ele pÕe em movimento as forças nat~
rals pertencentes a sua corporalidade, braços e pernas, ca-
beça e mao, a fim d~ apropriar-se da matéria natural numa
forma útil para sua prÓpria vida. Ao atuar, por meio desse
movimento, sobre a Natureza externa a ele e ao modifica-la,
ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza" (1)
PortantÓ,
a) Riqueza
b) Produção
primitivo
! I /I J
~ ECONOMIA POLÍTICA
FIGURA 1
FIGURA 2
TROCA
2R01uTOR CONSUMIDOR
FIGURA 3
Verifiquemos as pré-condiçÕes para que o
produto do trabalho humano se transforme em mercadoria. I
nicialmente, e necessário que exista divisão social
-------------------------
do
trabalho. Como ja vimos, se cada um produzisse tudo que
necessitasse, não haveria produção de mercadorias; e pre-
c~so, portanto, que o trabalho esteja socialmente dividi-
do. Todavia, divisão social do trabalho sempre existiu
mesmo em uma comunidade primitiva existe uma divisão so-
cial do trabalho por sexo, idade, mas não ha produção de
mercadoria. Trata-se, portanto, de condição necessaria,p~
rem nao suficiente. Vejamos com ma1s detalhes o caso de u
ma comunidade primitiva, uma tribo indÍgena, por exemplo.
-
Por que o Índio, apos realizar a pesca, nao monta uma pe-
quena banca em sua tribo e vende o peixe que pescou com
seu trabalho? A resposta e a seguinte: porque nao existe,
nesse tipo de sociedade, a instituição da propriedade pri
vada. Se o pescador não vê os instrumentos de trabalho co
mo propriedade privada sua, e por conseqtlencia também nao
ve dessa forma o produto do seu trabalho, como poderá pe~
A B
X
y
X y
FIGURA 4
Quanto produzir?
Como produzir?
produtor
t-----.. economla social
independente
FIGURA 5
.
Qual a forma necessarla -
para que isto se dê?
Em outras palavras: qual a ponte que levara da esfera prl-
vada para a esfera social? Resposta: a troca!
ll
I
~
IA TROCA
FIGURA 6
do produto.
Marquemos agora uma conseq~ência crucial
do que vimos atê aqui: sendo a economia capitalista a eco
úomia mercantil por excelência, seu caráter mercantil e
responsável pelo seguinte fato: a economia capitalista e
inerentemente anárquica. Por mais que a grande empresa e
o Estado possam planejar o futuro, nao podem negar as ba-
ses sob as quals se assenta a economia capitalista, naop~
M D M
. .
O processo tem seu 1n1c1o -
em uma mercadoria
(sapato) e termina em outra mercadoria (arroz); evidente-
mente, há, entre esses dois pÓlos, uma diferença qualita-
tiva, posto que nao faz nenhum sentido vender sapato para
comprar sapato.
Perguntamos: qual o objetivo dessa forma de
circulação? Vejamos uma resposta possível: o lucro. Ora
suponhamos que o par de sapato tenha um valor de CzSSIJO,iJO,
que o produtor consiga realizar esse valor no mercado: e
'
finalmente, que ele compre 25 kg de arroz que valem exata
mente Cz$ 500,00. Ao final temos:
D M D + 6 D
D D + liD
b) A forma mercantil
Elementos OBJETIVOS
compradas
- matérias-primas ~ sao mercadorias
- .
maqu1.nas
compradas
~ sao mercadorias
I ?
- trabalho ~ ?
UNIÃO
TRABALHO
Ex. artesao, campones
e
vendem produtos
PROPRIEDADE
do trabalho
CISÃO
FIGURA 8
Em outras palavras, -
.
e necessar1o que os pr~
FIGURA 9
D D + 6D
21-
Objetos de Trabalho
Força de Trabalho
Trabalho _ _ _ _ _ _ Salários
1
te natural-t do preço, mas um componente histórico, pro-
prio de um regime de produção especÍfico, historicamente
determinado" (9)
Outra observação no sentido de ilustrar o
fato de que "os preços traduzem relaçÕes sociais" será feita
quanto ãs chamadas relaçÕes inter-industriais. Trata-se
do conjunto das relaçÕes de compra e venda de mercadorias
realizadas entre as empresas, ou seJa, de compra e venda
de insumos industriais (matérias-primas, materiais de emba
lagem, combustíveis, lubrificantes, etc.) e de máquinas e
equipamentos. Essas relaçÕes inter-industriais ocorrem, na
maioria das vezes, sem grandes fricç~es, passando desperc~
CUSTO
TOTAL
GRÁFICO 1
perÍodo de produção
lucro
outros custos
produto
FIGURA lO
péndio efetivo.
Como já vimos, a máquina se desgasta paula-
tinamente, e o perÍodo em que permanece em atividade e de-
nominado vida Útil. Esta vida Útil, na economia capitalis-
ta, apresenta duas determinaçÕes:
VALOR DO CAPI-
TAL FIXO A
AMORTIZAR
GRÁFICO 2
a) Custo Total
a ) Custo Direto
1
Salários
Insumos Industriais
a ) Custo Indireto
2
Depreciação
b) Lucro Total
Lucro Total
Margem de Lucro
Valor Total da Produção
Lucro Total/Q
Margem de Lucro
Valor Total da Produção/Q
Lucro Unitário
Preço
Lucro Total
Taxa de Lucro
Capital Total
bD (lucro industrial)
D---- M D + bD
1
,...;
Cll
p..
·~
()
(juros)
ç::
·G I
p..~
__VI
D <t:------ --------
D + bD
2
FIGURA 11
a) Custo Total
a ) Custo Direto
1
Salários
Insumos industriais
a ) Custo Indireto
2
Depreciaçio
Publicidade
Aluguéis
Juros
Ordenados ( "over-heads ")
Etc.
b) Lucro Total
ANO A B
1
O período de payback' e o numero de anos
que leva para uma firma receber o seu investimento origi -
nal. O período de 'payback' e 2 1/3 anos para o projeto A
e 4 anos para o projeto B.
Embora o período de 'payback 1 seja bastante
fácil de ser calculado, ele pode nos levar a decisÕes erra
das. Conforme e mostrado no exemplo, ele ignora o lucro a-
1
pÓs o período de payback'. Se o projeto dará os melhores
resultados nos Últimos anos, o uso do período de 'payback'
pode nos levar a decidir pelo investimento menos vantajo~o.
1
Os projetos com perÍodos de 'payback mals longos sao ca-
racteristicamente aqueles que envolvem planejamento a lon-
go prazo - desenvolvimento de um novo produto ou a entrada
em um novo mercado. Estas são exatamente as decisÕes estra
tegicas que determinam a posição fundamental da empresa,
mas também envolvem investimentos que não darão os seus
maiores retornos por um certo número de anos. Isto signifi
ca que o método de 'payback' pode ser parcial com relação
ao investimento que e o mais importante para o sucesso da
firma a longo prazo.
Uma outra limitação do uso de meto do de
- 3 9 -
ANO X y
1 200 100
2 100 200
3 100 100
projeto:
Rl R2 R
n
VPL ----- + + + c
(l + i) (1 + i)2 (l + i)n
n R
t
I - c
t=l (l + i)t
R
n t
o 2:
t
- c
t=l (l +r)
R
n t
C = I
t
t=l (l + r)
n
valor atual do fluxo de rendi
t=l (1 + i) t
mentos futuros descontado a
taxa de juros de mercado(VA.)
1
R
n t
2: valor atual do fluxo de rendi
t
t=l
a-
(1 + r)
mentos futuros descontado
taxa interna de retorno (VA ) ,
r
sendo VA = C.
r
dade de bens ou servlços que pode ser gerada num dado perl~
2. Custos Variáveis
2.1. Matéria-prima
2.2. Materiais secundários
2.3. Energia elétrica
2.4. Lubrificantes
2.5. Material de embalagens
2.6. Mão-de-obra direta
2. 7. Combustíveis
2. 8. Serviços bancários
2.9. Juros sobre o capital circulante.
CFT
Quantidade (Q)
GRÁFICO 3
- 48 -
a
po: y = X
CFU
Q
GRÁFICO 4
CVT
Q
GRÁFICO 5
Q
GRÁFICO 6
CFT
CVT
CT
Q
GRÁFICO 7
+ CVU) .
- 52 -
CFU
cvu
CUT
Q
GRÁFICO 8
- 53
CUT
Q
GRÁFICO 9
CUSTO
UNITÁRIO
DIRETO
ramo relevante Q
da produção
GRÁFICO lO
CUSTO
UNITÁRIO
DIRETO
Tempo
GRÁFICO 11
dutores.
Pois bem, dados os pressupostos ac~ma, pod~
o
·r-<
)-I
\{1j
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u
FIGURA 12
2 i
1
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U·r-{ u.w
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FIGURA 13
Preço e
custo u
nitário
direto
Preço
Custo unitário
direto
t Tempo
o
GRÁFICO 12
preJUlZO
FIGURA 14
te curva de demanda:
q
GRÃFICO 13
ra os produtos A e B:
Produto A Produto B
p p
I
-t---
I
I
I
I
q q
GRÃFICO 14
- 65 -
e = 6~ Q/Q
p/p
6 Q/Q
e =I 6 p/p
p D
Q
GRÁFICO 15
Preço
Oferta global
da mercadoria X
Procura global
da mercadoria X
Quantidade procurada
GRÁFICO 16
- 71 -
Sendo:
mx
= preço de mercado da mercadoria x (va-
P
le a pena observar que podemos trabalhar com o conceito de
preço de mercado em virtude da suposiçao de homogeneidade
do produto).
Para que P
seja tomado como um dado por
mx
todas as empresas produtoras, é necessário supor que o nu- -
mero de empresas concorrentes seja extremamente grande ~en
D
Preço de
mercado
L----------------------------------------Q
GRÁFICO 17
Momento
- - - - - - ____
A
,.--.---__:_
t
o
B
o
·..-!
O H
-1-JICI)
rJl -1-J
;:l ·..-!
c.J >::
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"~<'IGURA 15
- B-~- { --~Prejuízo
UIC\i
por
.3 .'j / 1----------j unidade
c;:l
o o
J.J·.-i o
(fJ i-< J.J
;:lle\i (fJ
u J.J ;:l
·.-i u
c;:l
FIGURA 16
ticipantes de um oligopÓlio.
p. CUT
p.
~
CUT
c.
~
Q.~ Q
GRÃFICO 17
p. Cl'T
CUT
Q
GRÁFICO 18
(,____..-
I
Q
J
GRÁFICO 19
80 -
Q = f(p)
Q = a - b p
RT = p . Q
RT
a
(- Q Q
- -)
b b
a 1 2
RT = b • Q - b . Q
RT
GRÃFICO 20
RT,CT
CT
Q.1. Q
GRÁFICO 21
.
A quantidade produzida que torna max1.ma - a
distância entre as curvas RT e CT e aquela que, obviamente,
max1.m1.za o Lucro Total.
Como se chega a esta quantidade maximizado-
ra do Lucro Total? A teoria neo-clássica nos ens1.na que es
te eo ponto no qual a Receita Marginal iguala o Custo Margi
nal. Vejamos esses conceitos e suas respectivas curvas
a) Receita Marginal - trata-se do acréscimo ã Receita To-
tal quando S'eproduz um incremento de uma unidade na pro-
dução (l'.Q) Ora, se a curv~ de demanda e negativamente
inclinada, entao qualquer unidade adicional na produção
somente será vendida a um preço ma1.s baixo que o atual.
Consequentemente, a Receita Marginal e decrescente em
relação ã quantidade produzida:
- 82
RMg
Wg
Q
GRÁFICO 22
CM , CM
g e
CM
g
CM
e
I
I I
capacidade
/ ~
capacidade
Q
prática ótima
GRÁFICO 23
CT ,RT
CT
LUCRO
TOTAL
Q
Lt
RM , CM CH
g g g
\
RM
g
Q
GRÁFICO 24
- 85
Preço médio de
M: p
GRÁFICO 25
,_,.
•Ir
- 89 -
D'
M
GRÁFICO 26
p p
D'
M
GRÂFI CO 27
- 90 -
'!/
PMAfl
GRÃFICO 28
g (PMB
p.
l.
f ( u' p)
p.---= m U + n p
l.
p. CUT
p.
~
CUT
GRÁFICO 29
p. CUT
p~
l
p. CUT
l
GRÁFICO 30
ra o caso de
- .
varlas indÚstrias americanas.
Produto Capacidade
capacidade . /1 rrodutiva
,"" I
/ I
// i
/ 1produto
/'' I
/ I
/
/
/
/
/
I
I
1929 Tempo
GRÁFICO 31
Produto
capacidade
/
/ "'·
/
/
/
/
/
/ Droduto
/
I
/
/
I
I
GRÁFICO 32
- 97 -
Lucro Total
Taxa de Lucro
Capital Total
ou seja:
Lucro Total
Taxa de Lucro
Capital Fixo + Capital Circulante
Demanda, capacidade
capacidade
r-----------------------------------------------------produtiva
demanda
t tempo
o
GRÁFICO 33
A B C -------------I
Çl
o o
.W•r<
Cll H
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(.) .w
·ri
c I I
'--------~~-- --LJ
:::l
FIGURA 17
postos:
"SupÕe-se, em primeiro lugar, que as firmas
-105-
L M
1:!. A e
A
= M
e
M I:!.M
e e
A B A
50%
50% 50% B
50%
FIGURA 18
>
M A
e
Por exemplo:
M 6M
e e
A B A
30%
FIGURA 19
6 M
6 A e
>
A M
e
M D.M
e e
A B A
70%
B
50% 50% 30%
FIGURA 20
6A l'lH
e
M H
e e
A B A
FIGURA 21
LA > l'lM
e
M 6M
e e
A B A
50% 40%
11 ~% 100%
FIGURA 22
-109-
A B c D
---- - ,.------r
o o
)...< ·.-4
C) )...<
::l\CIJ
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c
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CJ)\CIJ
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C) ·.-4
c
::l
FIGURA 23
prejUlZO
c ·r<
.w c
)...<
[
tll\ctl
::::; .w
u . ...,
c
::J
FIGURA 24
Q
GRÁFICO 34
preço
a
---------..----------
b
c
Q
GRÁFICO 35
sendo:
cd ramo relevante da produção
bc custo unitário direto
ab "mark-up"
ac preço
. .
A partir desse raClOClnlO, - podemos entender
os esquemas encontrados em qualquer texto da área de Fi-
nanças das Empresas, referente ã relação entre Custo, Vo-
lume e Lucro.
RT
GRÁFICO 36
RT, CT
RT
CT
Q
GRÁFICO 37
-116-