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BANCA EXAMINADORA:
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FUNDAÇÃO GETÚliO VARGAS
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE. SÃO PAULO
'-FGV
~ Fundação Getulio Vargas ."
ESCOladeAdmini&,",~o
FGV ele Empre!Y8 de SA", "'''11'0
Bihliot"Pr.;a
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(J)
C\J
SilO PAULO
1981
·---'
•
IV
.----
Agradecimentos
,
A minha esposa, Nanei, e a meu filho, César, pelo tem-
po que não lhes dediquei, a fim de elaborar este tra-
balho.
Ao professor Luís Carlos Merege, pela orientação empe-
nhada e eficiente. .
A meus pais. Sem a vigilância deles, não teria sequer
saído do ginásio.
, . .
A amiga Arlete, pela ajuda na datilografia.
Ao vereador jundiaiense Francisco José Carbonari e às
Faculdades Padre Anchieta de Jundiaí, pela reprodução
da monografia.
v
.-----
índice
1
e. MARSH:A.LL
••••••• ' ••••••••••••••• 108
2
Índice de nomes •••••••• ~•••.•• -••.••••••••••••••••••• 2-37
.s->:
ApresentaGão
,
As partes teóricas foram elaboradas atraves
de uma investigação levada a cabo na extensa biblio-
grafia dos principais economistas registrados na His-
tória do Pensamento Econômicot desde os mercantilistas
até os chamados economistas neoclássicoso Foram estu-
dados os conceitos de trabalho produtivo e improduti-
vo desenvolvidos por aqueles pensadores, bem como por
diversos outros autores que discutiram a questão. Es-
ta bibliografia é muito vasta e a relação de obrâs
apresentadas ao final deste trabalho é apenas uma pe-
4
., .-.--
.
quena parte que contem os principais escritos pesqui-
sados.
,.. .
Com respeito ao sistema economco mercanti-
lista, procurou-se expor a idéia geral do conceito,
sem enfocar isoladamente cada um dos'autores, uma vez
que estes apr~sentam pensamentos muito aproximados.
5
/
/ .
-----
marxista, que desenvolveu o tema.
6
i
/
/
7
lista de tabelas
8
damente os resultados de 125 esta-
tais, 786 empresas nacionais pri-
vadas e 89 empresas estrangeiras ••••••• 180
TABELA-7. Índices selecionados >(patrimônio
líquido, endividamento, receita
~íquida de vendas, despesas. de
vendas, despesas administrativas,
despesas financeiras e lucro lí-
quido do exercício) das demonstra-
ções financeiras consolidadas de
1000 empresas produtivas (as maio-
res sociedades anônimas, não-fi-
nanceiras), no período 1978 - 1983.
Estão apresentados separadamente
os resultados de 119 estatais, 793
empresas nacionais privadas e 88 . .
empresas estrangeiras •••••••••••••••••• 184
9
~---#
lista de gráficos
10
!
~----
786 empresas nacionais privadas~
e 89 empresas estrangeiras t . no
período 1978 - 1985 •...•.....•..••••.• 182
,
GRAFICO-7. Evolução dos índices de despesas
operacionais (d~spesas de vendas,
administrativas e financeiras) de
uma amostra de 1000 empresas pro~
dutivas, colhida das demonstra-
çõesfinanceiras consolidadas des-
tas ·empresas no período 1978-
1983 ,. ' ~.................•. .-.. 187
,
GRAFICO-8. Evolução dos índices de despesas
financeiras de uma amostra de mil
empresas produtivas, extraída das
demonstrações financeiras conso-
lidadas destas empresas no.perío-
do 1978 - 1983 ·...•....•.•. 189
11
· ," ..
Prim'eira .~arte
,o conceito de
trabalho produtivo e improdutivo
na
História do Pensamento Econômico
.. .,
.--'
Capítulo 1 - Introdução.
. , .
o estabelecimento de um cr~ter~o de distin-
ção entre trabalho' produtivo e trabalho improdutivo, a
,
delimitação precisa da fronteira entre as duas espe-
cies de trabaL~o e a classificação correta dos traba-
lhos existentes na realidade concreta dentro de uma
destas duas espécies são questões de enorme complexi-
dade. :mpregos de conceitos inexatos na literatura
econômica são comunSo Em grande parte desta literatu-
ra, algumas expressões são empr-egadas de modo que as
idéias que transmitem sejam suficientes à compreensao-
do texto, d spensando explicações complementares
í acer- />.
13
I·
!
!
-----
produtivo, trabalho produtivo e trabalho -improdutivo,
força produtiva, setor produtivo e setor improdutivo,
capital produtivo e capital improdutivo, etc. Estas
expressões são utilizadas, na quase totalidade das ve-
zes, como se houvesse um perfeito e indiscutível en-
tendimento acerca dos seus significados.
14
i
/
---
Afirmar que trabalho produtivo é aquele que
produz é inquestionável tautologia.
15
i
I
------
traposição ao traball-:ode um caixa de banco ou de uma
secretária de administração, por exemplos, quer sob o
ponto de vista da atividade em si que exercem, quer sob
o enfoque das utilidades dos "obj etos" resul tante's de
seus respectivos trabalhos.
16
gr~de empenho. Outros autores utilitaristas, como
Saye Mill, por exemplo, definira:rn.
trabalho ·produtivo
e improdutivo, todavia não julgaram tratar-se de uma
questão relevante, como será visto adiante.
17
I
(
;
_..--
trabalhador (4) •
18
Convém exemplificar a f'f.m de esclarecer o
critério de classificação dentro cio terceiro grupo. Se
um economista estaoelece um critério de distinção en-
tre trabalhadores produtivos e improdutivos, tomandó
como referência as relações de produção que caracteri-
zam determinado sistema econômico, este critério só se
aplicará a trabalhadores empregados de conformidade com
trabaD10s
. -
o modo de produção peculiar ~quele sistema.
,.,
do artesao, do campones ou da dona de
Assim, a
casa
não se aplicam critérios definidos para o modo capita-
lista de produção, mui to embora estes trabalhadores se-
jam'comU!!lenteencontrados em sociedades dessa forma ar-
ganizadas.
-
nao
trabalhadores {não aptos ao trabalho
população
produtivos
trabalhadores improdutivos
19
------
Não será levada a cabo neste estudo a dis-
cussão a respeito das definições de trabalho. Entre
os pensadores que se empenharam em elaborá-las, as di-
vergências são incontáveis. ~ b~stante expor ~ue a
maioria destas definições associa traba1:ho a "esforço
físico, mental, intelectual, nervoso, etc." voltado à.
.produção. O trabalho é apenas uma das atividades hu-
manas.
20
i
/
.----
quentemente empregam. expressões como consumo produti-
vo, capital. produtivo, recursos produtivos, setor pro-
dutivo, investinento produtivo, capitalista produtivo,
forças produtivas, atividades produtivas, etc. Seria
contradi tório, por exemplo, o mesmo autor definir tra-
balho produtivo como sendo aquele que cria utilida4es
e capital produtivo como o que gera lucro. Se, por um
lado, este equívoco não foi pomum, por outro a vigi-
lância para não com.etê-Io foi enorme. Os fisiocratas,
por exemplo, que classificaram como produtivos exclu-
sivamente os trabaltós agrícolas,- jamais empregaram a
expressão "produtos d;:tindústria". Reservaram dili-
gentemente as expressões produto (produit) para os
bens da terra e obras (ouvr ages ) para os bens da in-
dústria. Caso extremo foi o ocorrido com oãbade
:Baudeau (1730-1792), economista da Escola Fisiocráti-
ca: realizou um autêntico malabarismo de palavras pa-
ror-a r-ec Laraant e ~ue se julgara "at:in-
ra isentar uma sen..
....
.o'ida"pela eXDressão
o • "estéril".
21
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~.' r'O-'
.•.•/.tl. "'L~ , v,ug
•••. 'ene o Phy.siocrates. çuesnaY-"
Dupont de !'~emours, T,Iercier de la Riviere,--=l=--'
__ ._....:A"",b=...';;:
p ,
J3audeau., Le Trosne. ~arl.S, Librairie de Gtrillaumin,
1846. cf.: KUNTZ, Rolf!T. Cap-=i;...:t:..=a=l=i=..:s=r:1.='.;;b_--=-e
__ ...::.n=a::.t.~u::.::Lr~
são Paulo, Brasiliense, 1982. p. 35.
22
.-.---
Capitulo 2 Mercantilismo.
Os pensadores cham.:J.dos
mercantilistas esta-
beleceram objetivos de enriquecimento a nível nacio-
nal. Realizaram seus estudos a partir da 'Concepção de
nação como uma unidade econômica e política, remetendo,
, .
no maxlllio, -
a ~~ seeundo plano as facçoes sociais in-
ternas. Suas preocupações eram, port9.nto, com o enri-
queci~ento da nação como um todo. O conceito de tra-
balho produtivo a eles atribvído, insere-se inteira-
mente neste contexto.
23
·-- ,...
tilistas, dispersos pelas naçoes europelas, tendo
'.
sua
atenção maior voltada ao comércio'exterior, não ofere-
ceram grande empenho na elaboração do conceito ora es-
tudado. Convém lembrar, este conjlli~tode idéias e
práticas econômicas floresceu aproximadamente em mea-
dos do século -z:tj em formas ligeiramente diferenciadas
.(colbertismo, na França; comer-c í a'Lí smo , na Inglater-
ra; buli onismo, na Espanhaj, cameralismo, na Alemanha,
etc.) em cada país europeu. Séculos depois, l\'1arshall
referiu-se a ele, ben como a seu conceito de trabalho
produtivo, observando que
(6) MARSF~A..LL,
A. Princípios. •• op. ci t.,
p. 750 (Nota de rOdapé; as asp3.S são dó autor).
24
i
;
!
I
------
Outros conceitos se aproximariam ao atribuí-
do por Marshall aos merc::.mtilista.s; todos eles ex-
pressando o mes~o intento: trabalho produtivo e'" a~ue-
le que "gera a riqueza da nação" (obviamente, riqueza
no sentido que os mercantilistas atribuíram ao termo) ,
ou aquele que "é cambiável com ourO" e prata do exte-
rior" "ou, ainda, aquele que "cria bens "."exportáveis,
etc.
25
!
!
26
comércio exterior, negligenciou
.-- a questão do bem-estar
material destas populações.
27
supremacia do trabalho comercial sobre os demais.
Montchrestien declarou que o papel do mercador no cor-
po social assemelha-se ao do cérebro no corpo do indi-
va'd uo (11) • Segtmdo ..Ueyon
, .
Contudo, o proprlo ~eyonsustenta posição
contrária:
28
Em verdade, afora e"ã- apologia aos comercian-
tes proclamada pelos chamados mercantilistas, os tra-
balhos do comércio eram uma espéCie de carro-cLefe das
demais atividades econômicas. A abertura de mercados
novos acionava a produção de manufaturas que, por sua
vez, acionaria a produção agrícola" quando estas
..•
nao
eram diretamente acionadas. Neste sentido, sobres-
saem-se os trabalhos dos comerciantes em comparação aos
demais.
29
necessidade de obtenção de metais preciosos, o reco-
n11ecimento da riqueza nacional como o acúmulo de meios
circulantes através do comércio internacional, a exal-
tação dos trabalhos dos mercadores em detrimento das
atividades ligadas aos setores primário e seclmdário, a
fixaçã~ de esforços de enriquecimento a nível nacional
e o desinteresse pelo comportamento das:variáveis eco-
nômicas domésticas são algun~ destes enganos.
30
I
!
---
Capítulo 3 Fisiocracia.
,
(14) o "quadro econômico" ou "tableau eco-
nomí.quev , elaborado em 1758, esquematn.za a mane íz-a pe-
la qual ocorre a circulação de riquezas entre as clas-
ses econômicas, segundo a ótica de Quesnay. A partir
deste esquema, a fisiocracia desenvolve todo o pensa-
mento da escolao
31
j
e a "doe proprietários".
.--
A primeira pertencem todos os
trabalhadores que Quesnay entende como produtivos; a
segunda é constituida de trabalhadores improd.utivos; a
Última não é composta por trabalhadores e, dessa for-
ma, não se aplica a seus elementos a qualificação em
estudo.
32
~----...
33
.----
Se se examinar a veracidaie do primeiro ar-
gumento unicamente em fUnção do quadro econômico dos
fisiocrat3.s, nada há a que se opor, pois suas relações
,
são construídas de modo a haver excedente extraído ex-
clusi vamente do interior da classe prodl~tiva, ou agrí-
cola. Pode-se afirmar que o trabalho agrícola é pro-
.dutivo, simplesmente por construção. Por outro lado,
quadro eC?nÔmico à· parte, a afirmação de Que unicamen-
te o trabalho agrícola é produtivo porque apenas ele
cria excedente sobre seus custos, mostrou-se inteira-
mente insustentável, por ser .demais restrita. A idéia
só sobreviveu enquanto sobreviveu a escola francesa e,
pode-se afirmar convictar:1ente,nenhum outro autor com-
partilhou deste pensamento após os fisiocratas. Não.
se objetou a capacid3.de da agricultura em gerar produ-
to líquido, porém, sim, a sua exclusividade com rela-
ção a esta. propriedade. Adam Smith até mesmo conside-
rou "mais produtivo" o "trabalho dos arrendatários e
dos trabalhadores do campo 11 (17)• Os economistas que
corrt estar-aza o'conce í to de trabalho produtivo e impro-
dutivo do sistema fisiocrático, estender&~, ~~s mais,
outros menos, a propriedade de criar excedente sobre
seus custos a outros setores da economia, como a in-
dústri~, ° comércio, a prestação de serviços, etc. Além
34
~-~~
..
de Smith, assim o fizeram, por exemplo, Ricardo, :Mal-
thus, Say, Mar-x, \'lalras;Schumpeter e outros. Marx,
por exemplo, expos que
35
-----
agrícolas, ou seja, a idéia de que só a natureza pos-
sui os tais aspectos vivifícantes, não parece fácil de
refutar. A questão é interdisciplinar; descencilha-se
da Ciência Econômica e dispersa-se, por várias outras
ciências. Cabe lembrar que a noção de ordem natural
conduz inteiramente o pensamento dos fisiocratas, es-,
tabelecendo uma associação íntima entre ,a natureza e
os conceitos da escola, da qual o de trabalho produti-
vo não escapa. Os termos agricultura e natureza têm,
na fisiocracia, sentidos fortemente relacionados. A
questão de se conceituar trabalho produtivo e improdu-
tivo, na escola em estudo, advém de uma outra, ou se-
ja, a de ~e definir o que é e o que não é " trabalho
agrícola, ou "da natureza"., Não emerge espontaneamen-
te um ponto natural de descontinuidade entre os traba-
lhos agrícolas e os trabalhos não agrícolas. Identifi-
ca-se, de imediato, por exemplo, o arroteamento do so--
lo, a semeadura, os tr:,,,tos
culturais, a colheita, etc,
como atividades aóI'ícolas e, portanto, produtivas. Não
seria difícil apontar também uma série de atividades
industriais ou comerciais que ninguém, certamente,
classificaria como agrícolas. No entanto, certos tra-
balhos, como a debulha de grãos, o acondicionamento da
colheita, a classificação da produção, as
..•
precauçoes
com perecibilidade e outros beneficiamentos suscita21
indecisões e fra3ffiontamo conjw~to de opiniões. Cir-
cunstâncias envoltas à atividade em si tendem a exer-
,
cer atração no sentido de ser classificada como agr~-
36
.--
cola ou como não a,grícola e; assim sendo , como produ-
tiva ou improdutiva, de' acordo com o pensamento fisio-
'-'-"
craul.Co.
37
---
tre elas, a pesca parece ser a única que contém os
elementos vivificantes da natureza. Estudos apura-
dos (20) reve 1 aram se tambem
" .
aun~ca que, ,a epoca
,
de
Quesnay, produz um excedente sobre seus custos, justi';"
fic~do, segw~do o critério da escola fr~~cesa a deno-
minação de atividade produtiva.
38
~------
ril" ou improdutiva. Jaques Turgot (i726-1781), pro-
vavebnente tentando evit'3.ros embaraços surgidos pelo
emprego destas expressões, conferiu à classe estéril a
nova intitulação de "classe estipendiária" (classe
stipendieé) (21), conservando-lhe as mesmas funções, to-
davia isto foi muito pouco para poupar-lhe o despres-
t'J.gJ.o.
. Além disso, à sua época, a predominância das
atividades agrícolas e as li~tações gerais da indús-
tia fazi~ mais suportável aq,uele conceito. Ademais,
a única classe que ,conforme os fisiocratas (1) cria o
produto líquido, (2) produz bens nateriais,(3) efetua
os adiantamentos das despesas do "exercício", (4) re-
produz anualmente as riquezas da nação, (5) sustenta
as outras duas classes da sociedade e(6) produz um
valor que excede seus custos é digna do prestígio da
denomina.ção "produtiva". O maior mérito da conceitua-
ção de trabalho produtivo e improdutivo da"primeira es-
cola científica de Economia resid~,no enta.nto, na sua
associação com o produto excedente,isto é, compreende
o trabalho a3rícola como produtivo, pelo fato de este
tra-03.:!..Lo
proporcionar um excedente sobre seus custos.
570
39
.-~-
a. Introdu cão
••
.
40
produtivo e impràdutivo)
.--
sao abertamente discutidas e
contestadas entre seus -prmc.í.pafs expoentes. A esco ..
·
,
la, predoninante~ente inglesa, como se sabe, mantem no
liberalismo econômico sua proposta central. Dadas àS
b. Smith.
41
vo e improdutivo éngen~3.do
---
por Adam Smith (1723-1790)
situa-se entre uma e outra posições.
, "
42
i
!
---_ ...
43
'.
I
Considera que ---
"existe um. tipo de trabalho que acrescenta
,
algo ao valor do objeto sobre o qual e apli'-.
cado; . e existe outro tipo que nao tem - tal
efeito. O primeiro, pelo fato de produzir
um.valor, pode ser- denominado produtivo; o
segundo, trabalho .improdutivo',,(24).
p. 285-287.
44
-.'
.-- .
De outra parte, quando Smi th leva em conta o
produto em elaboração, argumenta que o trabalho produ-
tivo (4) acrescenta algo ao valor do objeto sobre o
qual é aplicado, (5) fixa-se e realiza-se em um obj eto .
específico o qual perdura, no mínimo algum. tempo de-
pois de encerrado o trabalho, (6) deixa traço ou valor
e (7), realiza-se em um objeto permanente, enquanto o
improdutivo, .respect vanerrté , (4) nada acrescenta
í ao
valor do 'objeto em que é aplicado, (5) não se fixa e
nem se realiza em Um obj eto espec If í.co material e es-
tocável, (6) não deixa traço ou valor e (7) nem se
realiza em um objeto permanente.
45
·----
dois não oferecem os mesmos resultados. Um
deles é que para ser produtivo o trabalho
deve 'fixar-se ou realizar-se' em alguma
'matéria particular que perdura depois de
. ,
executado o trabalho'; e o outro e que o
trabalho. deve fixar-se ou realizar-se em uma
'mercadoria vendável' ,,(26).
46
za das nações"
.--
Os diversos empregos de capital
ele divide as atividades econômicas do sistema capita-
lista em quatro categorias, a partir da extração da
natureza até a aquisição por parte do consumidor. Pri-
meiro, o "c:ultivo da terra, a exploraçãq das minas e
da pesca"; segundo, as "manufaturas"; terceiro, o.
."comércio atacadista" e quarto, o "comé;rcio varejis-
ta" (27) •
( 27) SMITH, ·1
1.e A riq'J.eza •.• op. cit., p.
307.
41
.--
"Não somente seus er.1preeados mas
tanbérn.o gado utilizado'no serviço agrícola
são trabalhadores produtivos,,(29).
, .
Smith entende o comerc~o varejesta (quarta
categoria) como improdutivo,ressalvando de maneira
muito discutível Clue
(29) SIiIIT}i, A. ~ .
~<lueza ••• Opa cit., p.
309.
(30) SMITH, A. ~ .
~<lueza ••• op. cit., p.
3090
48
. ~.
I
I
--~-
dor produtivo ao qual esse capital dá ime-
diatamente empregoll(31)~
49
,
c. Malthus e Ricardo.
50
~-----
estudar estas dificuldades.
51
~-----
"seria difícil prosseguir em nossas pesqui-
sas sobre a nátureza e as causas da riqueza
das nações sem uma classificação dos dife-
rentes tipos de trabaTho. Tal classificação
é; necessária, em primeiro lue8:T, para expli-
car a natureza do capital e sua influência
no crescimento da riqueza naca onaã« (35) •
"Parece-me
.
aue
"-
a linha mais natu-.
ral a traçar é aquela que separa os objetos
materiais dos imateriais, ou aqueles susce-
tíveis de acunulação e ava.l.í.açâo definida da-
queles que raramente admitem esses proces-
sos ••• ,,(36),
52
improdutivo: ---
eu definiria riqueza como sen-
- .
n •••
53
-----
tanto, não estocáveis como riqueza), do que pelas suas
propriedades mais úteis 'que as dos serviços prestados.
Numa palavra, Mal thus leva em conta o processo de tra-
)
,,' '.
••• e necessar~o f azer outra espec~e
' . de dis-
( 38 ) r.1ALTf:1JS,
T. ,,'R. ?Tinc ípio s. •• op.
cit., p. 14.
54
---
ção dos diferentes tipos de trabalho em função deste
novo determinante:
(39) ~il.<\LT~lJS,
T.R. Princípios... opo
cito, p. 14.
(40) lfALT!-:'1JS,
T. R. Princílüos... 01'.
cit., p. 15.
55
...---
Essa colocação de Malthus está intinamente
associada à idéia do excedente sobre seus custos do
trabalho a ser classificádo. Embora não l~~ce expli-
citamente este ponto de v~sta, avaliaria a produtivi-
dade do trabalho em tanto maior grau quanto maior fos-
se este excedente.
. ,.
"Segundo esse pr~ncl.p~o, os traba-
lhos agríCOlas seriam genericamente falando
os mais produtivos, porque o produto de qua-
se toda a terra efetivamente em uso não ape-
nas tem um valor de troca suficiente r>ara
56
·--
pagar os trraba'Ihador-es neles empregados, co-
mo também para pagar os lucros dos investi-
mentos feitos pelos agricultores e a renda
da terra cedida pelos proprietários. Depois
dos trabalhos agrícolas, seriam, em geral os
trabalhos mais produtivos, aqueles cujas
.operações fossem mais apoiadas pelo capital
ou pelo ·produto de trabanlo anterior, como
em iodos os casos em que o valor de troca
excedesse de muitoo trabalho empregado na
produção, e sustentasse, em forma de lucros,
>0 maior número adicional de pessoas e ainda
fosse mais favorável à acumulação de capi-
tal.
57
..
·
Patenteia-se, ---
pelo que Malthus expos acima,
a associação do trabalho "mais prbd"..1.tivo"
com aquele
que, de uma maneira geral, cria maior excedente sobre
o pagamento dos trabalhadores nele empregados.
(42) M~..
E....LT}:uS, T. R. Princípios... op.
cit., p. 15.
58
-----
..
trabalhos
mais
produtivos
59
.--
o gráfico apresenta no eixo vertical uma es-
cala de produti ví dade do trabsüho e no eixo horizon-
tal os dife:-entes tipos de trabalhos a partir da ex-
ploração da natureza até as atividades próximas do
consumo, de conformidade com o que sugere r.Talthus.
60
A lembra.nça de Bentham é imediata. A ex-
pressão "evitar a dor e obter prazer" fora 'largamente
empregada por ele nos "Princípios de 110ral e Legisla-
ção" (1789), que influenciara significativamente um.
gre~de número de economistas, conforme será visto no
capítulo seis. Este critério revela inpontestavelmen-
te o lado utilitarista do pensamento de Malthus. Mill
o utilizará e.íetematrí.canentie',
de acordo com o que será
estudado ao final deste capítulo.
61
,I
!
I
i
!
(47) RIC/L.f1:DO,
David. ~~~~~--~~~~---
Notas aos Princíuios
de Economia política de r::althus. In: M..<\.LTDJS, Thomas
R. ?rincípios de Econonia pOlítica e considerações 00-
1983. p. 185.
62
assevera Ricardo, contrariaiíd~convictamente Malthus.
d. Say..
63
------
trabalho se aplica, ele é produtivo, pois
concorre para a criação 'de um produto,,(49),
, .
assegurando a toda espec2e de trabalho aquela qualifi-
cação.
64
sigo o primeiro conceito no percurso de toda sua obra.
Unicamente ressalva que
65
·-...,-..--
indústria em três tipos distintos: (1) a indústria
a~ícola que "se limita acolher os objetos da nature-
za", (2) a indústria manÚfatureira, a qual "separa,
mdstura e modela os produtos da natureza para adaptá-
los às nossas necessidades" e (3) a indústria comer-
cial, que "coloca à nossa disposição os objetos de que
necessitamos e que, não fosse ela, estariam fora de
aâcancev , Em seguida, assinala convictamente que
66
as cria.
--
~ rápida a ccmpr-eensâo de que alguns produ-
tos agrícolas não se encontram prontos para consumo,
.ou se se encontram, as manufaturas ao menos elev~m
sua utilidade, caracterizando como produtivos os tra-
balhos nelas levados a cabo.
67
,,
j
---
senão o transporte das mercadorias de um lo-
cal para outro,,(55),
68
, . ---
merc~o destacado da atividade de transporte:
69
o ator, o administrador pÚblico, o advogado, o juiz,
etc. e contrariando a posição de Smith que restringira
.o uso da qualificação "produtivo" a objetos materiais:
70
era menos conveniente que a de Say.
e. Mill.
, 71
_._.---
socialistas e com o utilitarismo de Bentham e James
Mi11, seu pai, pelo menos até a década de 1820. O
conceito de trabalho e improdutivo, ora a.presentado,
está em seus "Princípios•••" (1848), portanto, após a
"rebeldia contra o benthamismo", de acordo com o que
explicou em sua autobiOgrafia(58).
72
·--
Esta finalização remete de imediato, às in-
dagações: o quê o autor entende por riqueza? E quais
.são os trabalhos que a produzem? Mill define riqueza
êm função de utilidade e posteriormente retoma o con-
ceito de trabalho produtivo. Classifica as utilida-
des conforme os três tipos abaixo resumidos:
"Primeiran.ente.utilidades fixas e
incorporadas em objetos externos mediante o
trabalho empregado emconferira~coisas ma-
teriais externas propriedades que as tornam
úteis aos seres humanos. Esse é o caso co-
mum, não exigindo explicações"_
73
.--
ou uma dor afastada, durante um período mais
longo ou mais curtoll ( ••• ) "por exemplo, o
trabalho do músico, do ator, do declamador
ou recitador público" (••• ). Tal é também o
trabaTho do exército e da marinha" (••• ) "do
legislador, do juiz, do oficial de justi-
ça...
,,(60) •
74
.--
Dessa forma, não considera produtivos os
trabalhos que criam a terceira espécie de utilidades.
'Escreve que
ro 'tipo.
75
·--
A regra de discernimento de Mill é clara,
como já foi dito. A classificação dos diferentes ti-
pos de trabalho é relativamente fácil, partindo-se do
critério que adotou. Trabalhos importantes, no entan-
to, que em quase todas as exposições acerca de traba-
lho produtivo e improdutivo consomem extensos espaços,
não constituíram exceção na explicação deste autor.
São os ~abalhos dos transportadores e comerciantes:
76
------
Observe-se que o autor não julga inúteis os
trabalhadores improdutivos. Considera-os, por vezes,
mais úteis que os próprios trabalhadores produtivos,
não obstante sua esterilidade na geração de riqueza.
77
---
no transporte e na distribuição de produtos; (7) tra-
balho que se refere a seres humanos, como o de instru-
tores; (8) trabalho de inventar e descobrir(66).
78
--
.....-...;,... :-
! .
a. lntra d ucã
.. o. o
o',
.---
b. Marx.
-
dados contribuem :fundamentalmente para esta atribui-
çao.
80
importância: --
Primeira: á. distinção entre trabalho produ-
tivo e improdutivo, sob o ponto de vista do sistema
econômico capitalista, é indiferente ao produto em si,
bem como ao seu valor-de-uso. De fato, nada se altera
em função da utilização do bem ou do seu caráter mate-
rial ou imaterial.
81
Segundà: .--
a propriedade que tem determinado
trabalho de criar valor é condição necessária, mas não
suficiente, para classificá-lo como produtivo. Faz-se
mister que crie um valor excedente sobre seus custos
de produção, ou seja, mais-valia.' Neste ponto, nota-
se destacada semelhança entre os conceitos de Marx e
dos fisiocratas(69). Um trabalho que produzisse valor
inteiramente consumido (pel? trabalhador) dentro do
seu próprio processo seria, de acordo com o critério
.
marxista, considerado uma anomalia, uma irracionalida-
de dentro do sistema econômico capitalista.
p. 298).
82
SO, muscular, etc., e que objetivem (por parte do
tr~balhador) o mesmo valor-de-uso podem ser, um produ-
.
tivo e outro improdutivo, em função de estarem, ou
não, inseridos no' modo capitalista de produção e de se-
rem, ou não, produtores de mais-valia.
Quarta: -
o conceito nao se aplica a alguns
trabalhos, dependendo de eles se encontrarem, ou -
nao ,
inseridos no modo de produção capitalista. Desprenden-
do-se da abstração científica feita por Marx na con-
cepção das relações capitalistas (muito embora esta
abstração seja extraída de uma realidade econOID.J.ca
A •
83
·----
subsistência, nas criações artesanais, etc., aos quais
não se encaixa este conceito marxista. Além disso,
conforme observa o pensador soviético Rubin,
84 .
----
trabalho em geral, apresentava-se-nos" (no
livro 1, volume 1 di O capital) "como produ-
tivo aquele trabalho que se realizava num
produto,- mais concretamente numa mercado-
riatt(12)•
85
Estes dois conceitos marxistas de trabalho
produtivo, um definido exclusivamente dentro do modo
de produção capitalista é outro definido em um sentido
geral, não obstante a limpidez da exposição do autor,
ofereceram inúmeras controvérsias até nossos dias. Ru-
bin, por exemplo, escreve:
86
---
corrida da observação de uma realidade econômica con-
creta.
87
"t um .-- (o comerciante)
-
elemento"
, -
"necessario do processo de produçaocapita-
-
88
/
!
/
C. Baran.
89
Economia política do desenvolvimento" --- (1955), compre-
ende trabalho produtivo e improdutivo como algo dis-
cernível e conceituável de tantas maneiras quanto o
número de sistemas econômicos existentes. Com efeito,
defende a idéia de que a cada sociedade economicamente
organizada cabe um conceito "adequado" de trabalho
produtivo.
90
·.-..--
(bur-gueaa) "nega qualquer 'respeitabilidade'
à distinção entre" (••• ) "trabalho produtivo
e trabalho improdutivo;" (••• ) "o trabalho
improdutivo é glorificado por contribuir in-
.
dLretamente -
para a produçao... ,,(18)o
91
ção oferece lugar a outro. ---
Assim,
0 trabalho
••••• improdutivo acima definido
tende a desaparecer gradualmente, à medida
que uma sociedade socialista avança na dire-
ção do comunismo. De fato, certas classes
de trabalhadores improdutivos' são imediata-
mente 'eliminadas cpm a planificação da eco-
. (80)
nomia ••• ti •
92
-_..--'"
teração no modo de produção), detecta-se uma elevação
percentual de trabalhadores empregados improdutivamen-
te em relação aos trabalhadores empregados de maneira
produtiva. Este fenômeno é proximo àquele que se con-
vencionou chamar de "terciarização da economia ••(81).
93
.--
peculiares ao sistema capitalista, procura
esta que não se verifica numa sociedade ra-
cionalmente organizada,,(82).
94
.--
a.lntroducão.
-
95
------.
sua produção. Oútras características da Escola Neo-
clássica devem ser expostas de imediato, uma vez que
.. '.
sao necessar~as
'\ ..",
a apresentaçao dos conceitos de traba-
lho produtivo e improdutivo oferecidos pelos seus prin-
cipais economistas.
,
(83) Ver BENTHAM, Jeremy. Escritos econo-
micos. MéxiCO, Fondo de Cultura Econômica, 1965. p.
14-15.
96
alteram essencialmente
--
a linha geral do pensamento
neoclássico.
·b. Bentham.
97
mistas neoclássicos.
--
O-autor é principalmente conhe-
cido pela relação que atribui a dor e prazer. Consi-
dera-os variáveis de intensidades mensuráveis em senti-
dos opostos. Assim, a dor seria uma. espécie de prazer
negativo e vice-versa. No que concerne ao trabalho,
julga.-o uma dor e seu produto uma "utilidade" capaz de
proporcionar prazer:
99
.--
prega em artigos que, ainda" que igualmente
improdutivos têm a vantagem de sua durabili-
dade: tais são os vestidos, os móveis, os
edifícios e outros objetos que possuem esta
qualidade em infinita variedade de graus.
,
"•••a quantidade de riqueza de um pa.l.S de-
penderá, ao final de um período determina-
do," (entre outras variáveis) pela !t ••• pro_
porção mais ou menos elevada entre trabalho
produtivo e improdutivO,,(88).
100
..
o ---
pensamento benthamista, conforme dito, in-
fluenciou sobremaneira os economistas neoc1ássicos,
cujos conceitos de trabalho produtivo e ::
.improduti vo
são apresentados a seguir •
. '·C. Jevons.
101
-----
Em. conaequênc í.adesta. irrestrita. observância.
à premissa benthamista, Jevons define trabalho como
102
---
Ité possível que a verdadeira solu-
ção consistirá em tratar o trabalho como um
caso de utilidade negativa ou utilidade ne-
gativa combinada com PositiVa"(92).
d. Walras.
103
o .--
economista francês, Léon Walras (1834-
1910), tido como um dos·fundadores da teoria margina-
lista dentro da Escola Neoclássica, ao lado de Jevons
e Menger, refere-se inúmeras vezes aos "elementos pro':'
dutivos" da sociedade, entre os quais o trabalho.
104
.s->:
105
"os funcionários ·--
públicos que estão a servi-
. ,
ço do Estado ,como administradores, JUl.zes,
militares, etc.;
106
o fizera, por exemplo, Quesn~,
--- dentro da Escola Fi-
siocrática.
107
.--
Em resumo, as referências de Walras a trabà-
lho produtivo e improdutivo são superficiais e não se
evidencia em sua obra0 propósito convicto de desen-
volver uma distinção entre estas espécies de trabalho.
Marsha1l, por sua vez, adentra empenhadamente na dis-
cussão da questão, como será visto em seguida.
e. Marshal.
108
---
tlTodo trabalho se dirige no senti-
do de produzir algum eféito" (••• ). E, se
tivéssemos que·começar de novo, seria melhor
considerar todo o trabalho como produtivo,
exceto aquele que deixasse de atingir o fim
colimado, e que destarte não produzisse uti-
lidade alguma,,(97).
109
--
exemplo, podemos falar de um trabalho que
,
e
p'rodutivode subsistências, etc.(98)•
110 .
--
seus lugares é improdutivo, se ao invés acon-
tecesse que ele vende programas, então se
torna produtivo,,(99).
111
Marshallempenha-se
--- em demonstrar que ostra-
balhos dos homens que atuam no comércio não são meri-
tórios da qualificação de improdutivos, repetindo a
tentativa da maioria dos grandes autoresneoclássicos,
além de Say, Mill e outros autores envolvidos com as
idéias utilitaristas.
112
mércio, sob o fundamento de que o mesmo não
produztl(idem). ."Todavia, não têm mirado no
(101)
alvo certo ••• " •
,
Embora não tenha atribuído relevância a
questão do trabalho produtivo e improdutivo, confira-
se a Marsha1l os méritos de ter tratado do tema e de
haver declarado sua posição de evitá-lo. Com a expo-
sição do pensamento marshalliano, está concluído o es-
113
'---
tudo acerca da trajetória do conceito de trabalho pro-
dutivoeimprodutivo desde'o sistema mercantilista até
a Escola Neocl&ssica.
'. .
.. "
114 "
. " '.,
--
. '
hgundaparte
-dos acerca
Consideracões
conceitos
de .
'115
•. ,.'
---
116
:.-----
radafundamental, entre o trabalho útil e o
inútil ou supérfluo.Tà.l distinção incidia
nos produtos produzidos e não no processo de
-
trabalho" (•••). "Tratava-se de uma concep-
çao decorrente das tentativas de naturaliza-
ção da ideologia, já que era na realidade ma-
terial que se procurava a razão das classi-
a.caço- es economãoas" (102) •
f" A.
117
·--
Esta separação entre os economistas que de-
finiram trabalho produtivo e improdutivo levando em
conta o processo de trabalho e os que o fizeram. consi-
dez-ando o resultado do trabalho não é, absolutamente,
rigorosa. Vários economistas argumentam a justeza de
seus critérios de distinção, ora enfocando o resultado
do trabalho, ora seu processo, entre eles Smith, con-
forme fo~estudado no capítulo 4. Quesnay confere a
exclusiVidade de ser produtivo ao trabalho agrícola (o
que leva em conta primordialmente o prOduto), no en-
tanto o argumento sustentador desta posição, ou seja,
a justi:ticativa do "produto lÍquido 11, origina-sede
uma análise cujo pivô é o processo social mOdelado no
"tableauéconomiquen• Esta separação. de critérios é,
entretanto, de enorme importância. t amais expressi-
va classificação dos conceitos de trabalho produtivo e
improdutivo, sagazmente sentida por João Bernardo(104).
t um instrumento precioso de percepção de significati-
118
,
!
I
vas características
---
da ideologia do pensador e da es-
cola, conforme Bernardo. Quando um autor ou uma esco-
la elabora um critério de distinção entre trabalho pro-
dutivo e imprOdutivo, mantendo-se indiferente quanto
ao processo social dentro do qual o trabalho é reali-
zado, pressupõe que para qualquer processo social o
critério de distinção é o mesmo, livrando-se do incon-
veniente .de reconhecer que dado sistema social de pro-
dução pressupõe a existência de trabalhadores Lmpr-odu-
tidos. Este é o caso dos economistas neoclássicos,
que definem trabalho produtivo, quando o fazem, inde-
pendente do trabalho estar sendo realizado dentro ou
:fora do processo capitalista de produção.
119
do de restringir ---
a ocorrência de trabalhadores impro-
dutivos, reduzindo o seu efeito ideologicamente incon-
veniente.
120
ras, a saber: --
lI> distinção em função das características
e propriedades do bem ou serviço resultante do trab~·
lho considerado. Exemplos:
121
., .-----
cabo, observa-se que varios economistas elaboram seus
conceitos e os consideram aplicáveis exclusivamente a
um determinado sitema ecónômico. Assim o faz, por
exemplo, Marx, conforme foi visto no capítulo 5. O
autor dto capital define trabalho produtivo "sob o pon-
to de vista do sistema econômico capitalistalf, como'.
sendo' todo aquele trabalho capaz de criar mais-valia.
Assim, o critério não se apl.ica a trabalhos executados
à.margem do sistema.
122
---
que a vida dos canibais se conforma plena-
mente com os preceitos de sua sociedade, que
seus chefes conseguem realizar tantos escal-
pos quanto são requeridos pela sua fortuna,
posição social e suas relações, e que todos
os demais canibais consomem o número de es-
,
trangeiros que corresponde, exatamente, a
sua .produtividade ,marginal" (•••). "Pode-
ríamos, em tal caso, afirmar que o bem-estar
dos canibais melhorou? t óbvio que não po-
deríamos tirar esta conclusão da situação
.:que descrevemos" (106) •
123
.--
tnmo , entretanto, esclarecer uma importante questão,
co~ respeito· a conceitos de trabalho produtivo e im-
produtivo elaborados sob o ponto de vista, exclusiva-
mente, de um determinado sistema econômico. Estes
conceitos tomam por base concepções modelares destes
sistemas, embora a realidade concreta seja repleta de
exceções. O conceito fisiocrático, por exemplo, é in-
separável de seu Ittableau"•. ~ indiscutível que na
realidade concreta houvesse na indUstria francesa, ao
menos alguns raros trabalhadores que, a exemplo dos
agricultores,. produzissem além do seu custo de manu-
tenção (ou seja, um produto líquidO), caracterizando-
os como produtivos e fazendo naufragar a idéia de es-
terilidade da indústria. Marx, por sua vez, fala a
respeito de
124
--~-
Marx considera o traba~o, o trabalhador e o
capital comerciais inteiramente improdutivos no modo
de produção capitalista, todavia, ressalta a existên-
cia de atividades paralelas ao comércio.,
125
Numa. palavra:
--
--
os conceitos de trabalho pro-
dutivo destinados a sistemas econômicos específiCOS de-
param-se com anomalias réais destes sistemas, às quais
não são aplicáveis. Estas anomalias são acidentes ine-
vitáveis e dificultam sua representação modelar, não
,
restando ao pensador outra alternativa senão enumera-
las a'posteriori.
126
·--
dimento render uma diferença liquida sobre seus cus-
tos, é justo afirmar que houve um excedente exatamente
igual a esta diferença. Dessa forma, a existência do
valor excedente comunica a idéia de prOdutividade, ao
passo que a diferença nula entre os custos e o resul-
tado transmite a idéia de.esterilidade, cabendo a qua-
.lificação de improdutivo.
127
.--
tra em função do processo social dentro do qual este
,
tr~balho é levado a cabo. Quanto a esta segunda espe-
cie, destaque-se que os conceitos foram engendrados a
partir deconcepçôes modelares dos sistemas econômi-
cos e que, via de regra, trazem consigo a associação
da idéia de "produtivo" com a idéia de "produtivo· de
excedente econômicou•
128
.--
129
---
implicitamente patenteou-se aint~nção de diversos au-
tores em resguardar algum grupo de trabalhadores ou
uma classe social comerciantes, industriais, ban-
cários, varejistas, etc. da incômoda qualificação
de improdutivos.
130
"improdutivo, mas 'necessárióíí;-"improdutivo, mas hon-
roso", "improdutivo, mas útil", etc.
131
"O sober-ano, por exemplo, com to-
dOs os oficiais de justiça e de guerra"( ••• )
"todo o Exército. e Marinha, são traba.11lado-
res improdutivos. Servem ao Estado, sendo
mantidos por uma parte da produção anual .do
trabalho de outros cidadãos. Seu serviço,
.por mais honroso, útil ou necessário que se-
. rtao
Ja ~ pro duz na d a ••••" E arremata: UNa
132
.--
mente enquadramentode alguns grupos ou profissões
dentro da categoria dos produtivos. .os mercantilis-
tas,por exemplo, procedémdesta maneira com relação
aos comerciantes.' Já George Friedrich tist (1789-
1846) confere extrema importância à expressão "forças
produti vaa" e vincula ao seu prestígio a religião cris-
tã, a monogamia,a abolição da escravatura e do feuda-
lismo, a hereditariedade do .trono, a invenção da im-
prensa,. do sistema postal, do dinheiro, dos pesos e
medidas, do calendário, dos relógios, da polícia, a
introdução do,princ,ípio da propriedade alodial, o ca-
ráter pÚblico da administração da ·justiça, os julga-
, mentos do 'júri, a legislação parlamentar, a' liberdade
de imprensa, etc. (l12) , deixando clara a componentepo-
lítica e ideológica do empregoda expressão "produti-
volt •
133
, --o
nos necessarias para onde elas sao mais - ne-
cessáriastl, e"exemplifica: tto negociante
(trader) que compra parafusos ou pregos ou
outros ítens em uma cidade da Rússia e as
vende em outra mediante·pequeno lucro tem de
;
134
.----
essa escola" ('popular') itéum membro produ-
tivo da comunidade, ao passo que quem educa
pessoas é um elemento meramente improdutivo.
O fabricante de gaitas de foles ou de berim-
baus-de-boca para a venda é um elemento pro-
dutivo, ao passo que os grandes compositores
e regentes não são prOdutivos, simplesmente
porque aquilo que' tocam não pode ser levado
ao mercado. O médico que salva as vidas de
seus clientes não pertence à classe produti-
va: •• ,,(1l4) li ••• mas sim o farmacêutico que
135
-----
faz remédios, muito embora os valores de
troca que ele'prOduz (pílulas) talvez exis-
tam somente durante alguns minutos, até pas-
sarem a uma condição em que não têm mais va-
.
lor". List finaliza expãoaãvamerrte, procu-
rando ressaltar a imoralidade da conceit~
ção de Smith: "Um Newton, um Watt ou um. Ke-
pler não são tão produtivos como um jumento,
um cavalo ou um 'boi de carro' (categoria de
trabalhadores que recentemente foi introdu-
zida por MacCulloch na série dos membros pro-
dutivos da sociedade humana". E acrescenta:
"Não devemos crer que J .-B. Say tenha corri-
gido esta falha da doutrina de Adam Smith, '
introduzindo a ficção dos 'bens imateriais'
ou produtos imateriais; ao fazer isso, ape-
~as chamou a atenção, de certo modo, para a
loucura dos resultados dessa doutrina, mas
não lhe tirou seu caráter absurdo" (115)•
136
----
regentes" e um "Newton, um.Watt ou um Kepler" sao - co-
notativos de honorabilidade, demonstrando a utilização
não técnica da expressão "produtivo".
"•••
0 termo 'ócio', na conotação que tem
neste estudo, não implica indolência ou
quiescência. Significa simplesmente tempo
gasto em atividade não produtiva,,(1l6).
137
Veblen não precisa com rigor o significado
de "atividade não produti va" ,uma vez que a problemá-
tica,escapa do objeto estudado na obra. Sua narrativa
contém; no entanto, posição inversa àquela que foi ex-
posta acima, pois associa fabuloso ,prestígio ': ao
"ócio", enquanto vincula a adjetivação ~e "produtivo"
a enorme desonra. Esclareça-se que esta não é a ótica
segundo a.qual Veblen vê a questão; é, em verdade,
como julga que os homens genericamente a vêem. Ponde-
ra que
138
~_..---
trabalho tratou da evolução dos conceitos de trabalho
pr~dutivo e improdutivo na História do Pensamento Eco-
nômico. Outros aspectos importantes acerca da "força
moral" destas expressões foram deliberada ou circuns-
tancialmente tratados na ocasião.
139
Terceira p'arte
140 .
Capitulo 9 - Variedades de capitais que'
empregam trabalhadores arn-
dutivos . e improdutivos. se-
gundo Marx.
141
elo docapi tal_me~cadorian(lí8), Marx reparte as ati-
vidades, dentro do sistema ecoIiômico capitalista,. em
duas esferas, as quais denomina esfera da circulação e
esfera da produção. Será evidenciado, a título de s:im-
plificar a exposição,' apenas o primeiro dos ciclos
acima, ou seja, o ciclo do capital produtivo, repre-
sentado por: D - r.t ••• P ••• M' - Df. O autor o
divide em três e'stádie;s,em ."0 capital", a saber:
12 estádio: D M;
29 estádio: M ••• P ••• M' e
32 estádio: M' - D' •
142
~_...--~
vos. Compradores e vendedores são agentes que vendem
seu trabalho, gastam seu tempo de .trabalho , respecti-
vamente nas operações M - D e D - M, trabalham
como quaisquer outros, todavia não criam valor nem pro!.. .
duto. Figuram entre os elementos improdutivos da pro-
dução, conforme Marx.
143
.- '
144
inteiramente diver;;s do comércio, e as mer-
cadorias que estão no mércado podem ser guar-
dadas em armazéns gerais ou outros depósitos
públicos (••• ). O empresário de transpor~·
tes, o diretor da ferroVia, o armador -
nao
s~ •comerciantes' ,,(121).
145
- -
caça0, sao obrigados a empregar contadores, adminis-
tradores, compradores, vendedores, almoxarifes, secre-
tárias, motoristas, vigilantes, etc., ou seja, homens
que exercem atividades que não acrescentam. absoluta':"
mente nenhum valor às mercadorias e são, portanto im-
produtivas(123).
146
----
dores que produzem valor e mais-valia, pertencendo com
exalusividade à esfera da produção.
147
apropriada pelo capitalista
---
financeiro.
148
.---
lucro comercial e
149
ção involuntária
---
por parte dos trabalhadores improdu-
tivos, que são empregados em função de iniciativa ex-
clusiva de capitalistas produtivos ou improdutivos) ,
que apenas o capitalista industri~l tem potencial para
produzi-la e que a produz a partir de investimentos que
que a anteviram, é fácil detectar o componente inibi-
.dor destes investimentos desempenhado pelo lucro co-
mercial ~ pelo lucro financeiro ou juro. Eles repre-
sentam preciosos nacos subtraídos da mais-valia total
produzida no seio do capital produtivo.
150
---
dutivos e é, portanto, improdutivo será representado
aqui exclusivamente pelo capital financeiro(127).
151
-----
vereiro de 1986 e, posteriormente, substituído com
correções pelo decreto-ieinº 2284 de 10 de março de
1986.
152
Capítulo 10 o capital improdutivo, antes
-
da ··1ei da cor rec ã o monetária""
153
da correção monet~ia de 1964 •
---
..
A lei nQ 4357, de 16 de julho de 1964, que
introduziu a corr-eção monetária na economia brasilei-
ra, é um marco significativo da história da evolução
do capital financeiro no país. Antes dela, o decreto
n2 22."626 do ano de 1933, conhecido como "lei da usu-
ra", houvera fixado em 12% ao ano (1% ao mês, linea-
z-es) o limite" superior da taxa de juro. e a cobrança
de taxas mais elevadas era considerada crime contra a
economia popular.
154
.--
valia total produzida dentro de uma economia capita-
lista em determinado período de tempo, é exclusivamen-
te a taxa de juro que determinará a proporçao - entre a
parte apropriada pelo capitalista improdutivo e o re-
síduo apropriado pelo capitalista industrial e produ-
tivo. Quanto mais elevada a taxa de juro, tanto mai-
or será a remuneração do capital improdutivo e menor a
remuneração do capital produtivo. Importa complemen-
tar que a taXa de juro é uma variável contratada en-
tre o capitalista produtivo e o capitalista improduti-
vo no instante do contrato de empréstimo, isto é, an-
tes do primeiro obter seu próprio lucro, cabendo-lhe,
dessa forma, assumir todos os riscos do empreendimento
,
produtivo do qual o prestamista esta inteiramente isen-
to.
155
---
dois capitalistas e não entre o capitalista
e o trabalhador,,(129). "
156
---
cobrança de taxas muito mais elevadas do que
as legalmente permitida~n(131).
j > i: l+j
juros reais positivos, com taxa y--:-
+~
j = i: juros reais nulos
j < i: juros reais negativos, com taxa j-i
l+i
157
porcionariam
---
juros reais aproximados de 5,66%, 0% e
-19,7%, respectivamente. A tabela-1 mostra que as ta-
xas de inflação, apenas ~m onze anos, não ultrapassa-
ram os 12,%, entre' os anos de 1933 (da lei da usura) e
1964 (da lei da correção monetária). O gráfico-1 re-
presenta as taxas de inflação no período. Nos demais
anos 'deste intervalo de tempo, a taxa de juro esteve
sempre aquém da taxa de inflação. 1950 é o Úl.time ano
em que a taxá. de inflação foi inferior a 12%. De 1951
em diante, a taxa de inflação anual nunca mais foi in-
ferior a 12%0'
158
.--
TABELA - 1: TAXAS ANUAIS DE INFLAÇÃO NO BRASIL, EM
PORCENTAGEM - 1933"A 1964.
159
.----
GWICO - 1: TAXAS ANUAIS DE INFLAÇÃO NO BRASIL, EM
PORCENTAGEM - 1933 A 1964.
30%
20%
10%
160
---
De imediato, observa-se a distorção que a
medida oferece ao motivo lucro. Com o desenvolvimento
do sistema capitalista, o lucro bancário é tão propul-
sor de inversões de capital financeiro, quanto o é o
lucro do capital produtivo, de investimentos na produ-
ção.
,
"Na rea4-idade, e apenas a separa-
.•
çao dos capitalistas em financeiros e indus-
triais que transforma parte do lucro em ju-
ro, cria, 'emfim,a categoria do juro,,(133),
-
"Se o capital todo estivesse nas
.-
maos doá capitalistas industriais, nao exis-
tiriajuro nem taxa de juro ••(134).
161
.---
"Os bancos têm sido tratados nos
textos de Macroeconomia não tanto como fir-
mas, mas quase como entidades públicas, cuja
função básica é a de criar moeda escriturai.·
Esta visão é verdadeira dentro de certos li-
:mites já que os bancos criam efetivamente
moeda, e é suficiente
. para o . campo de estudo
da Macroeconomia elementar" (••• ). ."Daí pa-
ra a concepção do banco como firma cujo pro-
duto é moeda, produzida com o insumo emprés-
timos, trata-se de um curto passo,,(135).
162
---
ela, com isso, de carát.ertt(136).
163
","', ... ~.,
'I' •
164
Capítulo 11 - A ev.olucão do capital impro-
dutivo, após a "lei da cor-
recao- meaetârla".
-
.. 165
altas e crescentes de inflação até o ano de 19640
166
TABELA - 2. CAPrAÇXO DE HECURSOS .FINANCEIROS, COMO PORCENTAGEM DO PRODUTO NACIONAL
BRUTO 1952 A 1975.
Ano Have- Inter- DÍvida Ações Autofi- .Auto- Pou- Total Poupan- Poupan
res mediá.- pública e nancia.- finan- pança ça ça
mone- ,rios debên- men1D do cia- ex- total total
tários finan- tures setor mento terna de intern a
cei- público de contas
ros* e pou- Empre- nacio-
pança sas nais
. -
CD
••••• (1) (2) (3) (4)
compul-
,
soria .
(5) (6) (7) . (8) (9)
.
(10~I
..
1952 3,68 0,20 0,81 " 2,50 3,61 2,09 5,40 18,29
16,7 12,89
1953 4,57 0,28 1,05 2,04 1,27 1,97 0,54 11,72
15,4 11,18
1954 4,40 0,75 1,08 3,58 3,73 3,82 1,96 19,32
16,9
1955 3,42 17,36
-0,03 1,29 3,07 2,19 3,46 -0,01 13,39
13,7 13,40
1956 3,50 0,31 0,11 3,47 1,13 3,22 -0,4214,211,3211,74
1957 5,34 0,42 0,63 3,59 1,92 1,63 1,6814,315,21
1958' 4,30 13,53
0,28 0,54 3,3,2 4,65 4,17 2,2616,419,5217,26
1959 5,74 0,21 0,03 3,55 4,42 2,87 1,45 18,28
20,9 16,83'
1960 6,56 0,44 0,80 3,59 4,97 3,91 3,3317,123,6020,27
(continua)
(*) Inclui depósitos com juros, reservas técnicas de poupança contratual e instumen-
tos de dívida privada (letras de câmbiO, letras imobiliárias e fundos de participação~
(oontinuação)
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
1961 7,75 0,32 1,43 2,24 1,50 4,08 1,60 18,92 17,3 17,32
1962 9,39 9,76 -0,26 2,35 -0,04 3,99 3,11 19,30 18,1 16,19
1963 8,57 0,63 0,.62 2,22 0,65 4,49 0,87 18,04 17,7 17,17.
1964 8,59 1,02 -0,15** 1,26 0,07 1,82 -0,,94 24,02 16,6 24,96
1965 8,16 1,25 0,59** 1,12 2,24 6,20 -1,25 18,31 22,2 19,56
1966 1,67 0,54 0,78** 1,53 6,.17 6,59 0,09 17,38 22,3 17,29
1967 4,89 2,28 0,09** 1,58 2,59 4,39 0,98 16,78 19,6 15,80
1968 3,99 3,07 0,61** 3,62 5,54 2,95 1,32 21,11 21,7 22,43
1969 3,69 1,96 0,47 3,14 6,64 3,04 0,71 19,64 25,0 18,93
1970 3,12 3,30 0,15 3,03 6,32 5,12 1,29 23,31 23,7 22,02
1971 2,87 5,21 0,53 5,71 6,33 6,10 2,53 29,28 25,5 ,26,75
-
c:n
co
1972
1973
1974
1975
4,00
5,27
3,52
·5,01
5,76
6,27
4,41
6,11
0,26
0,96
0,34
1,05
3,64
3,25
2,29
2,63
6,53
7,17
6,56
5,93
7,13
5,06
8,52
7,77
2,45
2,11
6,74
5,45
29,76
30,10
32,39
33,99
25,7
27,6
31,9
25,7***
27,31
27,99
25,65
28,54
Fonte: Pesquisa elaborada por Ness. Para a metodologia e detalhamento dos compo-
nentes da tabela, ver NESS JRo, Walter Lee. A influência da correção monetária no'
j
.
25"
média do período
1968-1975: 24,95%
do PNB
15%
média do período
1952-1963: 15,43%
do PNB
169
~_.--"
o gráfico-2 apresenta a poupança total
(coluna-8 da tabela-2) menos a poupança externa (colu-
na-7 da tabela-2), ou seja, a evolução da poupança to-
tal interna (coluna-lO da tabela-2) no período 1952 a
1975. t sensível a elevação da captação de recursos
financeiros como porcentagem do PNl3; principalmente
após 1968. A média destas porcentagens 'no período
1952-1963 é de 15,43%, elev~do-se para 24,95% no pe-
ríodo 1968-1975. Isto significa que cerca de 10% a
mais, do PNB, passou a ser poupado internamente.
170
---
o patrimônio líquido (lucro líquido x 100 / patrimônio
líquido) dos 10 principais bancos comerciais brasilei-
ros no período 1964-1985, colhidos das publicações
anuais dos balanços oficiais das referidas instituiçõ-
es finacieiras. A média dos lucros nos vinte e dois
anos considerados foi de 22,03%. Esta medida reflete
aproximadamente a taxa média histórica dos lucros ,do
capital i~produtivo privadO após 1964.
171
· .,
GIDICO
---
:- 3. RENTABILIDADE (LUCRO LíQUIDO X 100 / PA-
TRIMONIOLtQUIDO) CONSOLIDADADOS lO~~IO-
RES· BANCOS qOMERCIAIS PRIVADOS BRASILEI-
Ros' ENTRE 1964 E 1985.- FONTE: ANEXO-l.
30%
25%
15%
172
·-~..
TABELA - 3. RENTABILIDADE LíQUIDA (LUCRO LtQUIDO / PA-
TRIMONIO LíQUIDO) DO CAPITAL PRODUTIVO E
DO CAPITAL IMPRODUTIVO NO PEIdODO 1978-
1985, EM BILHOES DE CRUZEIROS* CORRENTES.
173
---
GR!FICO-4: EVOLUçlo DAS RENTABILIDADES DO CAPITAL mo-
DUTIVO E DO-CAPITAL
, IMPRODUTIVO BRASlLEI-
ROS NO FERIODO 1978-19850
,,
~
I'
25~.
.I,I ".,
I \_--
I \ capital
~_,"",\I \ improdutivo
20% , \ í
\,/~) \ /
x.> \ /
\ /
\ /
15% \ /
\/
1o;t
(\J
<X) <X) <X)
0'\ 0'\ 0'\
r-f r-f r-f
174
--
tamar de 15,7% em favor do capital improdutivo, anali-
sando as amostras apresentadas.
175
TABELA-4: RESULTADOS CONSOLIDADOS DE .1000 EMPRESAS PRODUTIVAS (AS MAIORES SOCIEDA-
DES ,ANÔNIMAS, NXO-FINAY:lC~IRAS), EM BILHÕES DE CRUZEIROS CORRENTES. . NO
PERIODO 1978-1985. ESTAO APRESENTADOS SEPARADAMENTE OS RESULTADOS DE
125 ESTATAIS, 786 EMPRESAS NACIONAIS PRIVADAS E 89 EMPRESAS ::ESTRANGEIRAS.
ANO 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985
Lucro líquido
(1000 emp.) 248,0 316,0 503,6 1.031,1 1.824,4 3.073,6 19.538,9 59.004,3
125 estatais 97,8 127,5 150,0 518,1 839,3 1.016,9 8.920,3 20.193,0
786 nac , prive 117,8 160,5 293,5 410,4 745,8 1.547,2 7.925,4 30.344,7
89 estrango 32,4 28,0 60,1 102,6 239,3 509,5 2.693,2 8.466,6
-
•••••
cn
Patr. líquido
(1000 emp , )
125 estatais
1.407,3 2.361,.4 4.202,6 9.582,3 21.882,0 65.710,2 249.093,8 849.2'44,6
888,1 1.446,9 2.492,4 5.686,5 13.066,4 39.840,3 148.503,7 500.329,6
786 nac. priVei 381.8 691.6 1.330,2 30024,1 6.946,3 .20.295,O 78.346,8 272.770,1 \
89 estrang. 137,4 222,9 380,0 871,7 1~869,3 5.574,9 22.243,3 76.144,9
L.Lo/P.L.
(1000 emp.) 17,6% 13,4% 12,0% 10,8% 8,3% 4,7% 7,8% 6,9%
125 estatais 11,~ 8,8% 6,0% 9,1% 6,4% 2,6~o 6,0% 4,4~
786 nac , prive 30,9% 23,2% 22,1% 13,6% 10,7% 7,6% 10,1% 11,1%
89 estrang. 23,6% 12,6% 15,8% 11,8% 12,8% 9,1% 12,1% 11,1%
Obs.:o gráfico-5 esboça a evolução do Lucro Líquido/Patrimônio LíquidO.
Fonte: Conjuntura Econômica (Mil S.A.), resultados consolidados, nov./1986, v. 40,
n2 11 - F.G.V.
, . .
25"
l.5"
177
--
Para que se avalie a evolução da participa-
ção dos serviços de intermediários financeiros na ren-
da interna, é apresentada a tabela-5. Oferece-se a
participação percentual dos diversos ramos de ativida'::'
de, nos anos de 1949, 1959 e 1965 a 198~. Observando
a coluna (4) (seviços de intermediários financeiros),
conclUi-se que a participação dos intermediários fi-
nanceiros é crescente a partir de 1965, ou seja, um
ano após a lei da correção monetária.
178
·---
TABELA-5: PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS SETORES DA ECO-
NOMIA NO TOTAL DA RENDA INTERNA, NOS ANOS
DE 1949, 1959 E 1965 A 1980.
,serviç o s
ano agri- indús- , int:erm.
cultura tria comercio financ. total
(1) (2) (3) (4) (5)
1949 24,9 26,0 12,4 3,7 49,1
1959 . 19,2 32,6 14,4 3,2 48,2
1965 15,9 32,5 15,1 4,4 51,6
1966 13,3 33,5 15,2 5,0 53,2
1967 12,8 32,5 14,8 5,1 54,7
1968 11,7 34,7 15,3 5,0 53,6
1969 11,1 35,8 15,5 5,6 53,1
1970 10,1 35,9 15,6 5,7 54,0
1971 10,4 35,7 15,8 6,1 53,9
1972 10,5 36,1 16,1 6,3 53,5
1973 11,3 36,6 16,6 6,2 52,0'
1974 11,5 37,9 17,3 6,0 50,6
1975 11,0 37,1 17,1 6,5 51,9
1976 12,8 35,7 16,8 7,6 51,6
1977 ,14,9 34,2 16,7 8,1 50,9
1978 13,5 33,4 16,1 8,4 53,1
1979 13,3 32,4 15,6 9,0 54,2
1980 13,0 34,0 16,1 8,6 53,0
179
, ,
TABELA-6. DESPESAS FINANCEIRAS, ·LUCRO LIQUIDO E DESPESAS FINANCEIRAS/LUCRO LIQUI~
EXTRAíDOS DO BALANÇO CONSOLIDADO DE 1000 EMPRESAS PRODUTIVAS (AS MAIORES
SOCIEDADES ANÔNIMAS, NÃO-FINANCEIRAS), EM BILHÕES DE CRtJZEIROS COf'illENTES,
NO PERÍODO 1978-1985. ESTÃO APRESENTADOS SEPARADAMENTE OS RESULTADOS DE
125 ESTATAIS, 786 EMPRESAS NACIONAIS PR~VADAS E 89 EMPRESAS :ESTRANGEIRAS.
-
m
~
Lucro 1íq. (1000 emp.) 248,0 316,0 503,6 1.031,1 1.824,4
125 emp. estatais 97,8 127,5 150,0 518,1 839,3
3.073,6 19.538,9 59.004,3
1.016,9 8.920,3 20.193~0
i
\
786 emp. nac. privadas 117,8 160,5 293,5 410,4 745,8 1.547,2 7.925,4 30.344,7
89 emp. estrangeiras 32,4 28,0 60,1 102,6 239,3 509,5 20693,2 8.466,6
D.F./D.F. + L.L. 24,4% 55,0{0 58,6% 66,6% 65,3% 84,5% 62,6% 55,5%
125 emp~ estatais 32,8% 69,4% 77,0% 73,9% 73~7'10 92~7'10 70,9% 65,2%
786 emp. naco privadas 12,4% 27,2% 32,1% 47,3% 50,0% 62,2% 47,4% 43,3%
89 emp. estrangeiras 32,4% 57,4% 54,6% 68,0{0 58,CY{o 72,7% 58,5% 59,6%
181 .
GIDICO-6.
. ~--,
EVOLUÇÃODA VARIAVEL "DESPESAS
-- FINANCEI-
RAS/DESPESAS FINANCEIRAS + LUCRO LÍQUIDO",
. DAS 1000 MAIORES SOCIEDADES ANÔNIMAS NÃO-
FINANCEIRAS, SENDO 125 EMPRESAS ESTATAIS,
786 EMPRESAS NACIONAIS PRIVADAS E 89 EM-
,
PRESAS ESTRANGEIRAS, EM PORCENTAGEMo PE-
RIODO: 1978 - 1985.
90% I .
80%
7'0%
emp.
50%
20%
10%
Fonte: tabe1a-6.
182
.--
lista de produção, é mister historicamente
que o capital mercantil," (do qual o capital
."
financeiro, improdutivo, é fração) nexista e
,
atinja certo grau de desenvolvimento, pois e
condição prévia da concentração de haveres
monetários ••(139).
183
· -
------ ..
TABELA-7o 1NDICES SELECIONADOS DO BALANÇO CONSOLIDADO
DE 1000 EMPRESAS PRODUTIVAS (AS MAIORES SO-
CIEDADES ANÔNIMAS, NÃO-FINANCEIRAS), NO FE-
mODO 1978-1983.
, SÃO APRESENTADOS SEPARADA-
MENTE OS INDICES DE 119 ESTATAIS, 793 EMPRE-
SAS NACIONAIS PRIVADAS E 88 EMPRESAS ESTRAN-
GEIRAS•. DEFLATOR: IGP-DI. BASE: 1978 = lOO.
.•. ,
?ATRIMONIO LIQUIDO
TAXA
19781979 1980 1981 198211983 rmDIA
1000 empresas 100 116 100 107 123 143 7,4%
Estatais 100 119 99 106 123 144 7,6%
Nacionais Priv. 100 112 104 112 130 147 8,0%
Estrangeiras lOO. l04 89 96 108 123 4,2%
ENDIVIDAMENT0*
TAXA
1978 1979 1980 1981 1982 1983 MJ!:DIA
lOOO empresas 100 13l 120 123 132 166 10,7-%
Estatais 100 140 128 138 153 201 15,0%
Nacionais Priv. 100 ll5 105 99 101 108 1,6%
Estrangeiras 100 122 107 98 94 106 1,2%
,
RECEITA LIQUIDA DE VENDAS**
TAXA
1978 1979 1980 1981 1982 1983 1{f:t:DIA
1000 empresas iOO 111 .122 117 114 ll2 2,3%
Estatais 100 114 130 133 125 131 5,5%
Nacionais Priv. lOO 108 115 105 109 102 0,4%
.Estrangeiras lOO 110 122 117 109 1020,4%
(continua)
184
----
(continuação)
DESPESAS DE VENDAS TAXA
1978 19791980 1981 1982 1983 MtDIA
1000 empresas 100 63 67 64 82 72 -6,4%
Estatais 100 18 23 21 50 27 -23,0%
Nacionais :Priv. 100 96 98 93 108 107 1,4%
Estrangeiras 100 105 113 110 109 107 1,4%
185
atual atingiu seu ponto crítico com a redução do Pro-
duto Interno Bruto em 3,5%. Os dados da tabela foram
elaborados a partir dos balanços consolidados, das de-
monstrações consolidadas de lucros e das demonstrações
consolidadas de origem e aplicação de recursos em uma
amostra das 1000 maiores sociedades anônimas não-fi-
nanceiras no período 1978-1983, sendo 119 empresas es-
tatais, 793 empresas nacionais privadas e 88 empresas
privadas estrangeiras. ,As empresas da amostra, segun-
do o critério aqui adotado, são todas produtivas.
,
O endividamento do conjunto de empresas e
ligeiramente crescente no período, para as empresas
privadas, mas eleva-se a uma taxa anual média de 15%
para as empresas estatais. Ressalte-se que no ano de
1983 o endividamento elevou-se em 25% em relação ao
ano anterior, para o conjunto das 1000 empresas.
186
, -, ---
GRAFICO-7. EVOLUÇAODOS INDICES DE DESPESAS OPERACIO-
NAIS (DESPESAS DE VENDAS, ADMINISTRATIVAS
E FINANCEIRAS)
. DE UMA AMOSTRA
, DE 1000 EM-
PRESAS PRODUTIVAS, EXT~DO BALANÇO CON-
SOLIDADO E DA DEMONSTRAÇÃO DE ORIGEM E
APLICAÇÃO DE RECURSOS CONSOLIDADA DESTA
AMOSTRA. PERÍODO: 1978-1983. BASE: 1978=
=100.
despesas
financeiras
500 .
400
30
200
100 despesas
.
"';':..
·"""'.:::;....,
..
······-
..
--
........,....
<,"
. ~e vendas
.........•...................
· ·.,~:::.:.------_despesas
administrativas
Fonte: tabela-7.
187
.--
despesas de vendas e das despesas administrativas, a
evolução das despesas financeiras é brutalmente cres-
cente, comprovando a apropriação significativa, por
parte do capitalista improdutivo," da quantidade de va-
lor produzida no sistemao
188
GRÁFICO-8. , - ---
EVOLUÇAO DOS INDICES ·DE DESPESAS FINANCEI-
RAS DE UMA M~OSTRA DE 1000 EMPRESAS PRODU-
TIVAS, COLHIDA DO BALANÇO CONSOLIDADO E DA
DEM01fSTRAÇÃO DE ORIGEM E APLICAÇÃO DE .RE-
CURSOS CONSOLIDADA DESTA M~OSTRAo ESTÃO
APRESENTADAS SEPARADAMENTE A EVOLUÇÃO DOS
tNDICESDE 119 ESTATAIS, 793 EMPRESAS NA-
CIONAIS PRIVADAS E 88 ESTRANGEIRAS •
.I estatais
I
i
i
.i
I
i
I
~.
i
",.'"
.'"
",'
",'
1000 emp.
500 / "
/
/'
40
I
r-: ". /
./
/'
I '.'. / /'
I '.
300 i
i
i nac , prive
.........
-:;.;;::;;;::.
. estrang.
200 ...:..- .
~------::----
..:;.:.:.:........................... .,.,.",.~ .......
~ .~ ----- ---~~'"...........•..... .'
Fonte: tabela-7.
189
termediários. Também é claro que seu lucro
é apenas dedução da mais-valia, pois so li-
dam com valores já realizados" (140) •
190
--
1imi tou ao de agente do aumento da demanda
de várias categorias de bens e serviços in-
..
dustriais. O estado brasileiro montou uma
estrutUra de financiamento à qual se asso-
cia, direta ou indiretamente, quase toda a
indústria nacional, pública e privada, até
mesmo algumas multinacionais haja vista
o papel do financiamento público na implan-
tação da indústria automobilística. Desde
os anos 50 esta imensa estrutura bancária
pÚblica, intimamente associada à indústria,"
ou seja, ao setor produtivo em geral, "pôde
caracterizar-se como verdadeiro capitalismo
financeiro,público. Em segundo lugar, as
multinacionais, estabelecidas no Brasil, com
toda á importânCia de sua participação na
economia industrial estão desde logo, asso-
ciadas a um capital financeiro internacio-
nalo Finalmente, o contínuo processo infla-
cionário correlato ao padrão de industriali-
zação brasileiro determina um ambiente eco-
nômico de a1to potencial de lucratividade pa-
ra os bancos comerciais," improdutivos, "que
se restringem a operações tradicionais de
curto prazo, concentrando esforços para a
obtenção de regras de atuação convenientes,
sem se aventurar no conjunto de operaçoes-
que poderiam propiciar a emergência de um
capital financeiro privado no país,,(141).
191
----
Os capitais financeiros estadual e interna-
cional, bem como o processo inflacionário, cumpriram,
dessa forma, parte significativa da função macroeconô-
mica que haveria de ser cumprida pelo capital finan-
ceiro privado nacional como contrapartida da sua alta
remuneração.
192
Em 1985, o processo inflacionário alcançou
um ritmo insustentável e (235,l%, em 1985, se-
gundo o IGP-DI), a ponto .de exigir vigorosas medidas
de política econômica, denominadas genéricamente por
"Choque heterodoxo". Não serão abordadas neste tópico
as causas das altas taxas de inflação ~ue precederam a
iniciativa dos decretos-lei nº 2283/86 e 2284/86, res-
pectivamente a 27 de fevereiro de 1986 e 10 de março
de 1986, popularizados por "plano cruzado", uma vez
que este passou a ser o nome da nova moeda brasileira.
Tampouco deter-se-á à reflexão acerca da viabil:i,dade
das medidas ou à polêmica problemática do seu sucesso
ou insucesso como medida de polÍtica econômica.
193
.-- .
,
ttE disparate evidente supor que a
transformação do capital todo em capital-di-
nheiro, sem haver pessoas que comprem os
meios de produção e acrescentem valor a es-
ses meios nos quais todo o capital se confi-
gura, excetuada a pequena parte existente em
dinheiro. Está implícito aí o absurdo ainda
maior de imaginar que o capital" (improduti-
vo) "renderia juros no sistema capi talista .
de produção, sem operar como capital produ-
tivo, isto é, sem criar mais-valia da qual o
juro é somente uma parte, e que o sistema
194
---
capitalista de produção continuaria sua mar-
cha sem a produção capitalista." E arrema-
ta: "Se número demasiado de capitalistas .
quisesse transformar o respectivo capital em
capital-dinheiro, a consequência seria a
desvalorização enorme do capital-dinheiro. e.
queda imensa da taxa de juro; mui tos fica-
riam imediatamente impossibili tadosde viver
de juros, forçados portanto a retornar ao
papel de capitalistas industriais,,(142) •
, . .
Recorde-se que o pr-opr-a o Keynes ..reconhecera
na década de 30 a vigorosa força limitadora da taxa. de
juro ao investimento produtivo:
195
o .
"plano .--
cruzado", decretado em 27 de feve-
reiro de 1986, foi um conjunto de medidas de política
econômica envolvido por um clima nacional de otimismo
que se estendeu inclusive aos meios acadêmicos. Tei-
xeira e aosta, em obra intitulada "política Econômica
da Nova República", coletânea de artigos dos economis-
tas da Universidade de Campinas Unicamp (prefacia-
do por Maria da Conceição Tavares), observam que
...
"Os 'lobbies' dos banqueiros vem
re~gindo bravamente a essas idéias prelimi-
.~.nares lançadas para o debate da reforma fi-
'.
nanceira. Na verdade, demonstram uma visão
míope dirigida exclusivamente para seus in-
teresses de curto prazo, para a preservação
de seus ganhos especulativos" (leia-se ga-
nhos improdutivos) "no mercado financeiro, e
não para a possibilidade de voltar a atuar
plenamente (como antes da indexação e do
'open-market') com recursos captados a custo
zero e emprestados a juros baixos, o que
contribuiria para a retomada dos financia-
mentos ao inv.estimento produtivo,,(144).·
196
·---
-
Os autores propoem, com justeza, a retomada
d~ investimento produtivo, via redução do lucro finan-
ceiro, revertendo a tendência a um desvario ao qual se
refere Marx:
-
"Todas as naçoes capitalistas -
sao
periodicamente" (••• ) "acometidas de um. des-
. vario, o de procurar fazer dinheiro sem re-
coi-rer ao processo de produção,,(145).
197
.--
Conclusão
198
------ ..
o caráter dissertativo da primeira e segunda
partes fez com que a maioria das conclusões fossem
apresentadas no desenvolvimento do próprio texto.
199
B\Bl\OTECA KARl. A. BOEDECKER
I
I
f
/
---
dê cerca de 22,03%, medidos através dos balanços ofi-
ciais publicados pelos bancos.
200
----
lei nº 4357/64, que instituíra a correção monetária no
Brasil e que proporcionara as condições para a. super-
remuneração do capital financeiro, improdutivo.
201
Anexo 1
202
ITAU
, , L.L. x 100
ANO LUCRO LIQUIDO PATR. LIQUIDO
P.L.
1964 2,0 8,5 23,5
1965 3,9 12,5 31,2
1966 2,3 19,0 12,1
1967 4,2 24,4· 17,2
1968 7,7 36,3 21,2
1969 15,2 100 15,1
1970 37,8 135 28,0
1971 44,7 306 14,6
1972 49,2 462 10,6
1973 70,8 525 13,5
1974 309 1.349 22,9
1975 598 1.414 42,3
1976 1.098 2.400 45,7
1977 941 3.500 26,9
1978 1.027 5.677 18,1
1979 1.276 9.976 12,8
1980 4.101 20.581 19,9
1981 16.913 540955 39,9
1982 24.148 137.884 17,5
1983 69.950 448.044 15,6
1984 315.198 1.701.805 18,5
1985 1.403.029 6.523.225 21,5
".
203
---
BAMERINDUS
, L.L. x 100
ANO - LUCRO LfQUIDO PATR. LIQUIDO
P.L.
1964 0,9 2,7 33,3
1965 2,6 4,7 55,3
1966 3,7 9,1 40,7
1967 4,7 14,0 33,6
1968 5,6 18,4 30,4
1969 7,4 27,5 26,9
1970 9,4 36,5 25,7
1971 39,6 158 25,0
1972 -31,6 222 14,2
1973 72,4 360 20,1
1974 222 661 33,,6
1975 257 761 33,8
1976 352 1.146 30,7
1977 536 2.192 24,5
1978 950 3.636 26,1
1979 870 5.931 14,7
1980 2.115 10.101 20,9
1981 8.074 28.244 28,6
1982 18.531 70.632 26,2
1983 60.342 215.644 28,0
1984 39.501 712.572 5,5
1985 411.102 2.583.928 15,9
204
---
MERCANTIL DE .."
SAO PAULO·
, , L.L. x 100
ANO LUCRO LIQUIDO PATR. LIQUIDO
P.L.
1964 1,1 11,8 9,3
1965 5,0 24,1 20,8
1966 6,0 .26,7 22,5
1967 10,3 40,9 25,2
1968 2,0 77,3 2,6
1969 9,8 132 7,4
1970 17,1 152 11,2
1971 21,6 264 8,2
1972 55,1 332 16,6
1973 64,0 437 14,6
1974 193 647 29,9
1975 419 . 959 43,6
1976 485 1.409 34,4
1977 567 2.305 24,6
1978 660 4 046
0 16,3
1979 1.165 6.881 16,9
1980 2.555 11.861 21,6
1981 6.640 25.965 25,6
1982 17.599 70.706 24,9
1983 29.486 '206.675 14,3
1984 50.121 633.813 7,9
1985 240.543 2.089.504' 11,5
205
---
UNIBANCO
, L.L. x 100
ANO LUCRO LIQUIDO PATR. LÍQUIDO :e. L.
1964 2,3 10,7 21,5
1965 4,7 17,3 27,2
1966 5,2 21,1 24,6
~967 6,1 56,9 10,2
1968 7,8 65,2 12,0
1969 16,5 108 15,2
1970 25,6 131 . 19,6
1971 30,8 348 8,8
1972 30,3 389 7,8
1973 42,2 486 8,7
1974 176 629 ·27,9
1975 132 668 19,8
1976 313 1.140 27,4
1977- 404 1.574 25,6
1978 430 3.147 13,7
1979 720 5.545 13,0
1980 1.610 10.332 15,6
1981 4.899 25.711 ·19,0
1982 9.701 63.640 15,2
1983 30.406 182.457 16,7
1984 79.661 .669.868 11,9
1985 427.233 2.849.371 15,0
206
.-
REAL
, , L.L. x 100
ANO LUCRO LIQUIDO PATR. LIQUIDO
P.L.
1964 5,4 14,5 37,2
1965 8,7 22,4 38,8
1966 16,1 31,6 50,9
·1967 21,3 47,5 44,8
1968 9,1 67,3 13,5
1969 6,2 91,8 8,9
1970 -18,7 106 17,6
1971 32,9 256 12,8
1972 50,0 406 12,3
1973 34,2 612 5,6
-1974 169 729 23,2
1975 158 1.029 15,3
1976 361 1.643 21,9
1977 598 2.232 26,8
1978 166 2.745 6,0
1979 1.346 5.397 24,9
1980 -1.441 9.585 15,0
1981 8 221
0 24.837 33,1
·1982 12.397 60.417 20,5
1983 75.565 183.147 41,3
1984 47.735 630.293 7,6
1985 281.072 2.307.502 12,2
207
--
A
E"C O N O M I C O
, , L.L. x 100
ANO LUCRO LIQUIDO PATR. LIQUIDO
P.L.
1964 2,9 5,5 52,7
1965 2,3 9,7 23,7
1966 3,2 13,2 24,2
1967 3,9 19,0 20,5
1968 5,0 24,4 20,5
1969 5,4 32,3 16,7
1970 10,2 47,8 21,3
1971 16,3 121 13,5
1972 28,8 158 18,2
1973 97,1 287 33,8
01974 276 558 49,4
1975 256 747 34,3
1976 342 1.154 29,7
1977 457 1.399 32,7
1978 707 2.647 26,7
1979 1.128 40543 24,8
1980 ·2.373 8.259 28,7
1981 4.042 17.184 23,5
1982 130803 45.527 30,3
1983 36.803 137.324 26,3
1984 116.419 558.651 20,8
1985 411.665 2.021.500 20,4
o 208
-----
c' o M I N D
.
ANO L.L. x 100
LUCRO LiQUIDO PATR. LiQUIDO
P.L.
1964 1,4 .13,1 10,7
1965 5,0 24,.0 20,8
1966 6,5 34,0 19,1
1967 7,6 49,8 15,3
1968 10,1 ' 64,6 15,6
1969 7,5 78,3 9,6
1970 11,4 112 1Cr,2
1971 17,1 173 9,9
1972 32,0 277 11,6
1973 56,0 312 18,0
1974 134 421 31,9
1975 166 507 32,7
1976 261 1.014 25,7
.1977 376 1.553 24,2
1918 259 1.833 14,2
1919 260 2.111 9,4
1980 603 4.845 12,4
1981 1.446 13.926 10,4
1982 4.804 35.609 13,5
1983 22.510 1130744 19,8
1984 39.889 423.314 9,4
1985 * * *
* O Comind apresentou dados atípicos em 1985.
209
--
NACIONAL
, , L.L. x 100
ANO LUCRO LIQUIDO PATR. LIQUIDO
P.L.
1964 1,7 16,0 10,6
-1965 3,8 19,1 19,9
1966 8,6 20,9 41,1
1967 11,3 45,5 24,8
1968 17,0 59,3 28,7
1969 1.5,3 71,2 21,4
1970 20,0 111 18,1
1911 9,3 154 6,0
1972 26,2 262 10,0
1913 59,0 323 18,3
:1914 173 447 38,7
1975 116 551 20,8
1976 262 1.010 25,9
1911 326 1.046 23,2
1918 519 2.345 24,7
1919 851 4.159 20,5
1980 1.213 6.637 18,3
1981 3.056 13.633 22,4
1982 7.079 40.551 17,5
1983 17.444 115.439 15,1
1984 45.258 408.065 11,1
1985 202.629 1.563.503 13,0
210
.----
AUXILIAR
, L.L. x 100
ANO LUCRO LíQUIDO PATR. LIQUIDO
P.L.
1964 1,2 6,3 19,0
1965 2,6 11,3 23,0
1966 2,4 16,9 14,2
1967 3,3 23,2 14,2
1968 4,2 30,0 14,0
1969 4,3 44,2 9,7
1970 9,4 56,7 16;6
1971 6,9 72,2 9,6
1972 11,0 119 9,2
1973 19,7 156 12,6
1974 34,8 175 19,9
1975 52,0 213 24,4
"1976 131 284 45,9
1977 92,6 860 10,8
1978 484 1.020 47,5
1979 376 2.125 17,7
1980 408 3.496 11,7
1981 777 7.Cf76 11,0
1982 ·4.484 22.140 20,3
"1983 7.274 74.320 9,8
1984 31.300 265.308 11,8
1985
* * *
* O Auxiliar apresentou resultados atípicos em 1985.
21,
·--
RESULTADOS CONSOLIDADOS DOS DEZ BANCOS
, , L.L. x 100
ANO LUCRO LIQUIDO PATR. LIQUIDO
P.L.
1964 24,2 ..
106 22,9
1965 50,1 176 28,4
1966 69,6 240 29,0
1967 83,9 394 21,3
1968 88,-3 585 15,1
1969 135 892 15,1
1970 221 1.161 19,1
1971 294 2.414 12,2
1972 410 3.427 12,0
1973 691 4.545 15,2
1974 2.298 7 007
0 32,8
1975 2.581 9.293 27,8
1976 5.029 15.199 33,0
1977 7.438 21.946 33,9
1978 8.557 39;.357 21,7
1979 12.256 69.708 17,6
1980 24.218 125.203 19,3
1981 90.334 312.920 28,9
1982 187.577 803.733 23,3
1983 572~355 2.464.272 23,2
1984 1.198.344 8.852.517 13,5
1985 6.038.422* 31.141.091* 19,4*
*Exceto Comind e Auxiliar, por haverem apresentado re-
sultados atípicos em 1985 •.'
Obs.: 1) Este anexo-1 ofereceu dados para a elabora-
ção dos gráficos-3, 4 e 5 e da tabe1a-3.
2) A rentabilidade média consolidada para os
dez bancos, no período 1964-1985, segundo os
balanços oficiais, foi de 22,03%_
3) O lucro líquido eo patrimônio líquido está
apresentado em bilhões de c~eiros corren-
tes.
Fonte: publicações anuais dos balanços oficiais dos
bancos. A maior parte dos dados foi colhida de balan-
ços publicados em vários números da Revista Bancária
Brasileira.
212
---
Anexo 2
o
LEI N2 4357 DE 16 DE JULHO DE 1964
213
a) vencimento entre 3 (três) e 20 (vinte)
anos;
b) juros mínimos de 6% (seis por cento) ao
ano, calculados sobre o valor nominal atualizado;
c) valor unitário mínimo de Cr$ 10.000,00
(dez mil cruzeiros).
,
o valor nominal das Obrigações sera
atualizado periodicamente em função das variações do
poder aquisitivo da moeda nacional, de acordo com o
que estabelece o § 12 do artigo 7Q .desta Lei.
214
§ 52 Para os efeitos do limite de emissão,
somente serão considerados.em circulação os títulos
efetivamente negociados, computado o valor nominal
nitário de referência de que trata a alínea "c" deste
artigo.
Art. 7º
§ lº O Conselho Nacional de Economia fará
publicar no ":Diário Oficial" no segundo mês de cada
trimestre civil, a tabela, de coeficientes de atuali-
zação a vigorar durante o trimestre civil seguinte, e
a correção prevista neste artigo será feita com base
na tabela em vigor na data em que for efetivamente li-
quidado o crédito fiscal.
215
Anexo '3 --
o anexo-3 reproduz parcialmente o Decreto-
lei nQ 2284/86, popularizado por "plano cruzado", e
que significa, sob determinado ponto de ,vista, uma re-
versão das medidas da lei nQ 4357/64 que introduzira a
.correção monetária na economia brasileira.
216
.--
mentos devem constar de texto consolidado sem solução
de continuidade para a vigência das normas inalteradas
e aqui repetidas,
DECRETA:
§ 22 As importâncias em dinheiro-escrever-
se-ão precedidas do símbolo Cz$.
217
---
No prazo de doze meses, a partir da
vigência deste. Decreto-lei os cruzeiros perderão o va-
lor liberatório e não mais terão curso legal.
218
----
Parágrafo único. A conversão para cruzados,
de.que trata este artigo do saldo de cadernetas de
..
poupança, bem como do Fundo de Garantia de Tempo de
Serviço e do Fundo de Participação PIS/PASEP deverá
ser precedida de uma aplicação pro rata da correção
monetária e juros, na forma de legislação específica
que vigorava em 27 de fevereiro de 1986.
219
Art. 7Q
--
A partir da vigência deste Decre~
to-Lei, é vedada, sob pena de nulidade, cláusula de
reajuste monetário nos contratos de prazos inferiores
a um ano. As obrigações e contratos por prazo i~
ou superior a doze meses poderão ter cláusula de rea-
juste, se vinculada à OTN em cruzados.
DA CO~nr.ERSÃODAS OBRIGAÇÕES:
220
----
res·a 28 de fevereiro de 1986 e expressas em cruzei-
ros, com cláusula de cor~eção monetária, serão naquela
data reajustadá3pro rata, nas bases pactuadas e em se-
guida convertidas em cruzados na forma do § 12 do arto
12.
DO !vffiRCADO DE CAPITAIS:
221'.
Art •.112 o Conselho Monetário Nacional, no
uso de atribuições estatuídas pela Lei nº 4595, de 31
de dezembro de 1964, baixará normas destinadas a adap-
tar.o mercado de capitais ao disposto neste Decreto-
lei.
222
1
--
ItIII- receber os recolhimentos compulsóriOs
de que trata o inciso XIV do art. 4º desta Lei, e t~
bém os depósitos voluntários à vista, das instituições
financeiras, nos termos do inciso III do § 2º do art.
19 desta Lei;"
223
bro de 1983) serão trib~tadas com·base no lucro real
ou arbitrado, apurado semestralmente nos meses de ju-
nho e dezembro de cada ano ,salvo se demonstrarem ter
praticado a política de preços nos critérios adotados
pelos órgãos competentes do Ministério da Fazenda.
224
;
J
!
225
---
mento e Preços - SEAP, o Conselho Interministerial de
Preços - CIP, a Superintendência Nacional de Abaste-
cimento e Preços SUNAB, órgãos do Ministério da
Fazenda, o Conselho Nacional de D~fesa do.Consumidor,
a Polícia Federal, órgãos do Ministério .da Justiça, e
do ~linistério do Trabalho exercerão vigilância sobre a
estabilidade de todos os preços, incluídos ou não no
sistema oficial de controle.'
226
§ 12 A União celebrará com os Estados-mem-
bros, Disttrito Federal, .Territórios e Municípios con-
A • _
ven~os para execuçao das atividades a que alude o
caput deste artigo.
227
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A11en: 96.
Bakunin: 18, 137.
Baran: 5, 79, 89-94, 111-112, 120-123.
Baudeau: 21.·
Bentham: 6, 61, 72, 78, 97-101, 116, 117.
Bernardo: 116-120.
Cardoso: 93.
Cannan: 45-46.
Co1bert: 26, 42.
Denis: 26-28.
Deyon: 25-28.
Hicks: 96.
Jevons: 6, 96, 101-104.
Laffemas: 26.
List: 89, 133-138.
MacCul1och: 134-136.
Malthus: 5, 35, 41, 50-62, 71.
Marshal1: 6, 24-25, 96, 108-114.
Marx: 5, 7, 14, 35, 49, 78-89, 94, 116, 118, 122, 12~
125, 127.
Menger: 96, 104.
Mercier de La Riviere: 64.
237
Mi11, James: 12.
Mi11, Stuart : 5, 11, 41, 61, 71-18, 112.
Montchrestien: 28.
Pareto: 96.
Quesnay: 5,.14, 31-40, 49, 10, 82, 107,.118, 127,131.
Ricardo: 5, 35, 41, 50-51, 61-63.
Rubin: 84-86.
Say: 5, l'Z, 35, 41, 63-11, 112, 125, 131, 134-136.
Senior: 89.
Singer: 85.
Schumpeter: 35, 82.
Smith: 5, 14, 30, 34-35, 38, 41-49, 51, 53-55, 51-59,
70-71, 89, 111, 118, 127, 131-132, 134, 136.
Sraffa: 51, 61.
Turgoi(: 5, 39.
Veb1en: 17, 131-138.
Walras: 6,- 35, 96, 103-108.
238