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148675018 RPIC0PED
Orientador: Professor
Dr. Ricardo César Pereira Lira.
determinação;
Araújo, llma Leite, Sonia Guedes e Carla Primavera, amigos e colegas de profissão;
incondicionais.
LISTA DE SIGLAS
or! 1-'c
!i\ -/ J
SPC Special Purpose Company
.,? j i'l:D
.1:nrro cs Fesquirca
SPE Sociedade de Propósito Específico o Deqog
CC Código Civil
GARANTIA
PAGAMENTO
usar as receitas a serem geradas por um projeto como garantia de pagamento dos
que ponto eles servem como garantias, de forma a sanar eventual inadmiplemento.
ABSTRACT
projects to be implemented.
lnitially, the purpose of this study is Ío present the features of project finance,
corporate structure, risks and objectives. Later, this study will concentrate on the
Building on the fact that one of the main features of project finance is Íhe use
of a project's future revenue as pledge, the focus are on the mechanisms for
guaranteeing the use of such revenue as an object.
This study aims to examine how such mechanlsms are structured, and to
deals. However, in view of legal limitations, such mechanr'sms cannot provide for the
exact correspondence between project revenue and an only and exclusive pledge for
respective funding.
SUMARIO
BTiDES
i'l ,' '', rrn
LcrrÍrJ ce icsquiaac
c Daioa
t. TNTRODUçÃO.. . 11
4.2.1 Definição 33
1) Participantes 42
2) Formalização Jurídica............ 46
4.2.4 Objetivos 57
4.2.5 Riscos 62
V. GARANTIAS... 74
de Pagamento ...............126
FINANCE 184
PACTOS 205
DIREITOS 222
FIDUCIARIO 229
TNTRODUçÃO
ágil.
financeira.
e de fazer.
emprestado é bem fungível - dinheiro. Não se deve esquecer, por outro lado, as
vontade das partes para regular a relação jurídica que lhes une.
tange às garantias.
garantias ditas tradicionais ou corporativas. Por sua vez, o project finance concentra
que tenham por objeto as receitas a serem geradas por esse projeto. Em outras
t4
dos riscos de uma operação é que pode propiciar a adesão dos participantes e uma
dos riscos do projeto em relação aos seus participantes. O projeto poderá ser
empreendido por pessoa jurídica já existente, cujo objeto social abranja o exercício
verificar, ainda que de forma sucinta, também o ponto de vista adotado pela doutrina
corporação pertence.
a essas garantias, pelo que os comentários a elas referentes serão de ordem pouco
profunda.
finance, o que é bastante comum. Porém, é usual adotar-se a criação de limites para
l7
das garantias dessa estrutura tem como objeto os ativos do projeto a ser implantado
garantidores que têm por objeto a utilização de receitas que compõem o fluxo de
caixa do projeto a ser implantado. Essas receitas são nomeadas de recebíveis pelo
detenha, que se tornarão dinheiro no pagamento desses créditos pelo seu devedor.
principalmente no que concerne às garantias que têm por objeto receitas (ou, em
espécie, entre outras, o banco. Por costume, é comum a doutrina inverter essa
locução.
A lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964, dispõe sobre a Política e as lnstitui@es monetárias, bancárias e creditícias,
cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências.
MARTINS, Fran. Contratos e Obrigações Comerciais. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998, p. 406433; CARVALHO DE
MENDONÇA, José_Xavier. Tratado de Direito Comercial Brasileiro. S. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1956, v. Vl, 3a
parte, p.5-10; ABRAO, Nelson. Direito Bancário. 6. ed. São Paulo:Saraiva, 2000, p. 15-29; DlNlZ, Maria Helena. Tratado
Teórico e Prático dos ConÍraÍos. São Paulo: Saraiva, 1993, v. 4, p.421-422.
t9
como contratos bancários, o que permite afirmar que um dos pólos subjetivos dos
OLIVEIRA, Leonardo Henrique Mundim Moraes. Ás /nsÍlÍulçóes Financeiras no Direito Pátrio: definição e caracterização de
atividade própria ou exclusiva. Revista de lnformação Legislativa. Rio de Janeiro, v. 36, no 142, abÍ-jun. í 999, p. 80.
4
idem, p. 84.
20
forma pacífica, como operações ativas dos bancos, eis que eles comparecem na
atípicas seriam as operações realizadas pelos bancos não possuidoras, no seu bojo,
Segundo MARTINS, "aquelas [opera@es] em que os bancos se tomam credores dos seus clientes são operaçôes ativas".
MARTINS, Fran. op. cit.,í990. p. 515.
Nas palavras de PEREIRA, "os bancos realizam, pois, variadas operações de crédito e opera@es financeiras que se
classiÍicam em dois grupos: ativo e passivo, respectivamente de emprego e de recolhimento de capitais...". PEREIRA, Caio
Mário da Silva. /nsfiÍulções de Direito Civil. v.lll,3. ed., Rio de Janeiro: Forense, í993. p. 367.
De acordo com GOMES, "[o banco], se recolhe capital, tornando-se devedor dos clientes, realiza operação passiva; se
aplica suas disponibilidades, concedendo crédito, pratica operação ativa". GOMES, Orlando. Contratos.14. ed., atualizada
por Humberto Theodoro Júnior. Rio de Janeiro: Forense, 1994. p.324.
6
GOMES, Orlando. op. cit, p. 323e324.
2l
(então financiados) créditos de titularidade desse último. Nesse caso, opera-se uma
essencial e necessária para fins de pagamento dos recursos adiantados, pois uma
financiamento celebrado entre cliente e banco, este último pode declarar o primeiro
PEREIRA, Caio Mário da Silva. op. cit. p. 375; GOMES, Orlando. op. cit. p. 334; MARTINS, Fran. op. cit. p. 443; neRÃO,
Nelson. op. cit., p. 10'l ; DlNlZ, Maria Helena. op. cit., p. 448.
22
legislação diferenças entre elas, das quais se destaca aquela quanto ao objeto de
contrato típico, menção a esse tipo de contrato é feita reiteradas vezes nas
8
A Resolução no 18, de í8 de fevereiro de 1966, foi revogada pela Resolução no 2.624, de 29 de julho de í999, ambas do
BACEN. Esta última resolução faz menção de mesmo teor daquela comentada nesse texto.
23
contratos uma força suficiente para que os contratantes estejam obrigados a cumprir
brocardo latino pacta sunt servanda: os contratos são celebrados para serem
cumpridos, eis que as pessoas têm liberdade e autonomia para emitir declarações
são válidas e são exigíveis no momento de seu vencimento, desde que observadas
as condições de validade impostas pela lei para qualquer negocio jurídicoe e que não
0
Artigos 129 a 158 do Código Civil - Lei no 3.071, de 1o de janeiro de í916 - e artigos 104 a 184 do novo Código Civil - Lei
no 10.406, de 't0 de janeiro de2002..
CAPíTULO IIt
ainda que genérico, utilizado por instituições financeiras para a realização das
operações de financiamento.
do potencial financiado.
projeto, desde sua implantação até seu completo e normal funcionamento, bem
25
implantação.
serem exigidas.
mas a ênfase maior costuma ser dada às figuras do(s) empreendedor(es) e do(s)
to Para BORGES, "a análise tradicional de p§etos é baseada na capacidade de um tomador de empréstimo em pagá-lo, em
suas demonstrações Íinanceiras e nas garantias (preferencialmente reais) oferecidas, que passam a fundamentar, no setor
bancário, uma colaboração financeira corporativa. BORGES, Luiz Ferreira Xavier. Project Finance e lnfra-estrutura:
Descrição e Críticas. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 5, n. I, p 105-122, jun. 1998. p. 107.
De acordo com MOREIRA, "apoio financeiro a empreendimentos pelo sistema tradicional ... ... envolve o compromisso dos
controladores pessoas jurídicas, às vezes, extensivo às pessoas físicas e seus familiares. O flash no momento da análise
do crédito sempre vislumbra cenários de baixo risco. lnstrumentos para mitigação de riscos nâo são usualmente utilizados,
sendo considerados como riscos inerentes ao negócio." MOREIRA, Hélio Cabral. Project Finance. (Monografia não
publicada). Rio de Janeiro, í999, p. 2.
MONTEIRO FILHA e CASTRO declaram que "a ênfase na verificação da capacidade de pagamento da empresa deve ser
o ponto central quando os empréstimos são concedidos à empresa que vai aplicar os recursos obtidos no projeto que
desejar, mas os financiadores não se asseguram se os recursos solicitados serão necessariamente aplicados naquele
empreendimento, dentro do quadro financeiro apreciado. A empresa pode se envolver em outros objetivos que a afastem
da situação avaliada originalmente." MONTEIRO FILHA, Dulce Corrêa; CASTRO, Marcial Pequeno Saboya de. Project
Finance para a lndústria: Estruturação de FinançiamenÍo. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 7, n. 14, de2.2000, p.109-
1 10.
26
ESTRUTURAS DE FINANCIAMENTO
pelo mercado financeiro: corporate finance (ou financing) e project finance (ou
financing)11.
" O termo finance tem o mesmo significado que financing. A utilização de um ou de outro vocábulo se dá em função da
_^ adoção do inglês norte-americano, no primeiro caso, e do inglês falado na lnglatena, no segundo caso.
'' Utilizar-se-ão os estrangeirismos em todo o corpo desse trabalho de forma a manter fidelidade à nomenclatura e à carga
semântica evidenciadas pela doutrina da área econômico-financeira, usada para distinguir as duas estruturas.
13 Segundo FERREIRA, "o project financing implica sobretudo uma mudança no perfil de risco do projeto e não meramente
uma forma de financiar um projeto. FERREIRA, Carlos Kawall Leal. O Project Financing e a Parceria Público-privada nos
lnvestimentos em lnfra-estrutura. Revlsfa Estudos Econômicos da Construção, Sâo Paulo: Sinduscon, n. 1, 1996, p. 49.
29
interesses e quais riscos devem ser admitidos. Todo negócio envolve riscos e a
sua análise nos riscos que a futura financiada e seus sócios representam. Porém, o
como o grupo a que ela pertence saem do primeiro plano da análise de risco.
14 A locução grupo econômico está sendo utilizada no deconer deste trabalho para identificar grupo
de empresas privadas
que estejam, direta ou indiretamente, sob o mesmo controle acionário. REQUIÃO aponta a existência de grupos de fato
como de grupos de direito, Os primeiros "são constituídos de sociedades que mantêm, entre si, laços empresariais através
de participação acionária, sem necessidade de se organizarem juridicamente. Relacionam-se segundo o regime legal de
sociedades isoladas, sob a forma de coligadas, controladas ou controladoras, no sentido de não terem necessidades de
maior estrutura organizacional." Esses últimos são constituídos segundo as disposi@es contidas na Lei no 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, importando "numa convenção, formalizada no Registro de Comércio, tendo por objeto uma organização
composta de companhias mas com disciplina própria, sendo reconhecidas pelo direito." ngOUtÃO, Rubens. Curso de
Direito Comercial. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 1988, 20 v.. p. 225. No mesmo sentido, discursa BORBA, José Edwaldo
Tavares. Direito Societário. 2. ed., Rio de Janeiro: Freitas Bastos, í 995, p. 443.
30
na análise do fluxo de caixa do projeto, que será o esteio dos investidores, incluídos
controladores, pessoas jurídicas e naturais, que, muitas vezes, têm sua organização
empresa pode ter vários projetos em implantação e em execução, nos quais se tem
eles, uma espécie de compensação entre os altos e baixos dos projetos, já que as
serão desenvolvidos bem como os recursos que vão ser aplicados se encontram nas
mãos do sócio ou grupo de sócios que detiver o controle societário, ou, ainda, na
Da mesma forma, fica ao arbítrio dos sócios decidir a alocação dos recursos
í5
Hedging é operação que Íunciona como uma proteção. Conforme BULGARELLI, hedging é "operação que
economicamente consiste numa cobertura contra riscos das variaçôes e oscilações de preço." Consubstancia-se em
contratos de compra e venda a termo ou futuros, onde a venda é contratada pelo preço do momento para entrega em
momento posterior, podendo ser liquidada pela diferença da cotação do registro do contrato e o do dia da liquidação. O
resultado líquido do encontro dessas operações com aquelas de venda à vista é que visam a impedir prejuízo, ou seja, "o
lucro obtido no contrato futuro compensa a queda nas cota@es do mercado à vista. O hedging (do inglês, cerca, muro,
barreira, proteção ou cobertura de riscos) consiste em venda a termo e compra a termo e venda à vista, operações, pois,
casadas, que se entrecruzam." BULGARELLI, Waldyrio. Contratos Mercantis.9. ed. São Paulo: Atlas, 1997, p. 270-271.
33
4.2.1 Definição
de project finance.
mais preciso, na medida em que project finance é uma locução que vem sendo
í6 FINNERTY, John D. Project Finance: Engenharia Financeira Baseada em Ativos. Tradução por Bazán Tecnologia e
_- Lingüística, Carlos Henrique Trieschamann. Rio de Janeiro: Quali§mark, 1998. p.2.
'1 BONE, Brôker Rosemarie. O Brasil no Caminho do Project Finance. Artigo não publicado. Rio de Janeiro, 2000.
18 Segundo NEVITT e FABOZZI, project finance é "a finâncing of a partiãutar eanomic unit in whiçh a lender ls saÍls/?ed Ío
look initially to the cash flows and earnings of that economic unit as the source of funds írom which a loan will be repaid and
Ío Íhe asseÍs of the economic unit as colateral for the loan;' NEVITT, Peter K.; FABOZZI, Fenk. Project Financing. Seventh
Edition. Great Britain: Euromoney. 2000. p. 3.
34
apresenta project finance como uma locução usada como referência a um conjunto
"
20
CLIFFORD CHANCE. Project Finance. New York: Clifford Chance Publishers. 1 99í , p. 1 .
MoREIRA, Hétio Cabrat. óp. cit., p. í.
21 Segundo TINSLEY, project finance é "a funding structure that relies on future cash flows from a specific development as the
primary source of repayment, with that development's asseÍs, nghÍs and interests held as collateral security;' TINSLEY,
Richard. Project Finance. London: Euromoney, 1996, v. í, p.2.
BENOIT Philippe. Project Finance at the World Bank: an overview of policies and instrumenÍs. Washington, D. C., The
World Bank Technical Paper n. 312, 1995, p. 7.
23 BORGES, Luiz Ferreira Xavier. op. cit., p. ioo.
35
instituto. Nesse sentido, entende-se project finance como uma estrutura utilizada em
uma garantia necessária nesse tipo de estrutura de financiamento, mas não a única,
um projeto. Assim, parte dos recursos tem de ser aportada por outros participantes
36
financiamento.
porto."
24 MOSCHETTO, Druno apud MATTOUT, Jean-Piene. O Financiamento do Projeto ou o Poder do Contrato. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais. a. 2, n. 4, jan-abr. 1999, p. 7'l .
25 idem.
2a FtNNERry, John D. op. cit, p. 4.
37
estrutura, haja vista a magnitude das obras e dos recursos a serem despendidos.
guardião do interesse coletivo, fizeram com que ele assumisse, quase que sozinho,
empresas privadas.
que, aos olhos críticos de muitos, significava uma intervenção exagerada do Estado
27 Segundo palavras de CARRARO, "os investimentos na infra-estrutura econômica, por seu vulto e importância estratégica
no processo de desenvolvimento econômico, sempre foram uma prerrogativa do Estado, não só no Brasil, como na maioria
dos outros países." CARRARO, Antonio F. Project Financing: afinal o que é isso? Revista Rumos do Desenvolvimento, n.
1 I 7, São Paulo, ABDE, out. I 995, p. 1 7.
38
participa (ou participava) como acionista, muitas vezes não vê (ou não via)
remuneração de seu capital, haja vista a ocorrência de resultados negativos
(prejuízos) que assolam essas empresas. Assim, escassos os recursos disponíveis,
ponto nevrálgico, e muitas vezes são motivo de longas discussões e, até mesmo, de
outro ente, vê-se demandado a prestar garantias que deverão dar conforto à
Poder Público. Muitas vezes, sob o condão desse argumento, o Estado procura
39
financiadoras.
estar sob a tutela do Poder Público, mas sim sob as rédeas da iniciativa privada.
Por conta da onda provocada pela idéia de globalização, esses setores também
serviço, mediante remuneração, por período pré-fixado. Findo esse período, todo o
executados por empresa privada. Nesse sentido, têm-se reallzado parcerias público-
privadas, que, segundo FERREIRA2e, "é um caminho que pode garantir, por um
2a Conforme FERREIRA, "a retomada dos investimentos em infra-estrutura está diretamente ligada ao debate da privatização,
na medida em que há uma tendência generalizada e aumento da participação privada na formação de capital no setor. [...]
Ao se definirem novos formatos de financiamento para o gasto em infra-estrutura, busca-se estabelecer novas parcerias
público-privado, especialmente por meio da concessão de servrÇos públicos;'FERREIRA, Carlos Kawall Leal. O Project
Financing e a Parceria Público-Privada nos lnvestimentos em lnfra-estrutura. RevisÍa de EsÍudos Econômicos da
Construção, São Paulo: Sinduscon, n. 1 , 1 996, p. 42-43.
2e FERREIRA, Carlos Kawall Leal. O Financiamento da lnfra-estrutura: o papet do project financing. São Paulo: FUNDASP,
1995, p.14.
4l
o ente federativo não presta exatamente uma garantia real, mas autoriza a
instituição financeira a recorrer a uma determinada conta bancária, de titularidade do
ente federativo devedor, na qual são feitos os depósitos dos referidos tributos ou
credor, quando este os solicitar. Entretanto, uma fragilidade que afeta este
conta bancária, podendo Íazer retiradas de recursos sem que a instituição financeira
garantias reais e pessoais, para os projetos a serem realizados nos setores de infra-
estrutura, seja pelo Estado ou pela iniciativa privada, tendo em vista o volume de
project finance são dois assuntos intimamente ligados. A definição dos participantes
de uma operação sob essa estrutura influi diretamente na sua formalização jurídica,
pois as relações jurídicas existentes entre essas pessoas deverão ser de natureza
projeto idealizado.
1) Participantes
variam em função do arranjo definido para cada operação. A análise do projeto a ser
a
operação. Nesse sentido, as operações estruturadas em project finance funcionam
sempre como únicas, inexistindo modelo definitivo e fechado; cada operação deve
ser montada com base em arranjo que proporcione a alocação dos riscos entre os
raciocínio é simples, porém esclarecedor, eis que sua preocupação parece ter sido a
Credores
Recursos de
empréstimos da dívida
Contrato(s)
Matériasprimas de compra
contraofsld
fomecimento
Recursos Retorno aos Acordo de deficiência
de capital investidores de caixa e outras
formas de suporte
de crédito
lnvestidores lnvestidores/
de capita! Patrocinadores
de operações sob a estrutura de project finance, porém sem definir uma fórmula
í5. Suppliers
contract Proiect (projeto)
(Contrato de
(Fomecedores) 14. Swap
fomecimento).
8. lndependent Performance
experts warranties
(ProÍissionais LDs (Garantias de
PerÍormance perÍormancê) contract
lndêpêndentes) (Contrato de
bonds
operaçáo)
Lease contract
(Anenda- (Contrato de
7. Lessors mento) Tum-key)
(Anendador) 16. Equipment
vendorc
12. O&tl Go
(Operador)
(Fomecedor de
Banks
9. Lawyers (Bancos)
í1. Construction company equipamentos)
(Advogados) (Sociedade construtora)
3' Segundo TINSLEY, "potentiattv. there are 19 participants in a project financing and Figure 1.1 shows these relationships for
a typical buildownoperate power plant. Each type of participant will have its own agenda and objectives...'TINSLEY,
Richard. op. cit., v.í, p.6.
45
Outros
Empresa Matriz Patrocinadores
proÍissionais
Operador Outros
investidores Detentor da
Gerenciamento Licença do
& Marketing Processo
Operação & Subscrição de A@es e
Manutenção Acordo de Acionistas
Serviço da Dívida
Contrato de Venda
do Produto Final
Fornecedor
Agente Cessão de Direitos Matéria-Prima
sobre Receitas do Produto
Fiduciário
de Vendas Final
incorporadora do projeto.
32 MONTEIRO FILHA, Dulce Conea; CASTRO, Marcial Pequeno Saboya de. op. cit., p. í 13.
46
esforços despendidos por cada participante são sempre com a intenção de fazer
surgir e funcionar o projeto de acordo com o arranjo idealizado. De uma outra forma,
demais participantes.
lugar que ocupem na estrutura. O projeto encontra-se sob a condição de objeto a ser
2) Formalização Jurídica
33 FINNERTY, John D. op. cit., p. 3; BORGES, Luiz Ferreira Xavier, op. cit., p. 106; KASNAR, lstvam Karoly. Project Finance:
engenharia financeira. Rio de Janeiro: Suma Econômica, 2001, p. 11.
47
participantes.
com o ponto de vista desses participantes. A seguir, são apresentados alguns dos
Esse instrumento tem destaque merecido, uma vez que através dele se disciplina a
implantado.
recursos à financiada; e
48
contrato.
inadimplente.
seja composto por mais de uma dessas instituições, mesmo porque a quantidade de
recursos financeiros a ser injetada em um projeto pode ser de tal monta que uma
única instituição financeira não tenha condições de assumir o risco de figurar como
única financiadora.
projetos.
financiamento, com destaque para a partilha, com vistas ao recebimento integral das
Cabe ressaltar, porém, que cada financiador pode ter sua relação jurídica
que, esse tipo de coisa é incomum face à parceria que se instala em operações de
financiamento.
50
haja vista que adquirem uma espécie de segurança, por força de cláusula contratual
ambiente. A ação dos credores, nesse sentido, pode ser preventiva, forçando a
através do construtor.
34 O regime de construção turn key ampreende a implantação de um projeto, via contrato de construção, na sua totalidade,
de forma que o operador do projeto, ao recebê-lo, possa fazêJo funcionar com o simples ato de "girar a chave", conforme
se depreende do significado da locução turn key.
51
necessário ao projeto.
1.237 a 1.247 do Codigo Civil Brasileiro ora vigente3s, ainda que essa nomenctatura
projeto deverá celebrar contrato, cujo objeto seja adquirir a tecnologia, as técnicas, o
projeto. Esse contrato é denominado pela doutrina jurídica como contrato de know
espécie de locação - costuma ser concedida ao Iocatário uma licença para uso da
uma venda, uma cessão - essa licença é válida por todo o prazo que o cessionário
fizer uso da tecnologia. Nesse último caso, não cabe ao cessionário ceder a
Artigos 610 a 626 do novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2OO2
s: MARTINS, Fran. op. cit., p. 497; GOMES, Orlando. op. cit., p. 466.
52
quem não deve ter nenhum tipo de liame. Por esse instrumento, o(s) credor(es) do
da obra, opinando sobre possíveis desvios nessa execução. Trata-se, nesse caso,
artigos 1.122 a 1.163 do Código Civil e 191 a 220 do Código Comercial, vigentes no
t'
38
Artigos 593 a 609 do novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de2OO2.
Artigos 481 a 532 do novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de2002.
53
língua inglesa.
esses acionistas se obrigam a não transferir, ceder ou caucionar essas ações até o
credor(es).
essa garantia funciona como uma forma de atar os acionistas a um p§eto que
'e Artigos 141 9 a 1 505 do novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
54
execução do projeto.
para formalizar a entrega das receitas devidas à financiada, de forma que sejam
40 ENDES
FERREIRA, Carlos. op. cit., p. 54.
i P / C.-.)irr:D
Cerrirr Ce lesc;uirar
c Dacoa
55
serão feitos maiores comentários acerca desse instrumento e suas relações com as
fiduciário.
56
comentários acerca dos participantes. São essas formas que compõem a rede de
Interessante notar que todos esses contratos formam uma teia. Costumam
figurar uns como anexos dos outros, interligados por cláusulas, cujo conteúdo
outros.
operação.
participante contribuirá com a medida do risco a que pode se expor. Admitir que os
quanto aos riscos de duas das principais etapas do projeto a ser implantado: a etapa
4.2.4 Objetivos
determinado p§eto.
exija dele entrada de recursos ou, se for o caso, dele se exija a entrada de uma
dele.
contrário, será quase impossível achar pessoas dispostas a tomar parte em qualquer
p§eto.
empresas do grupo econômico a que ela pertença, face a essa consolidação das
demonstrações fi nanceiras.
defendem que essa estrutura deve ser vista como a criação de vínculos com o
objetivo de distribuir riscos, de modo a alcançar um negócio aceitável tanto para
projeto é grande demais para ser realizado por apenas um empreendedor, o project
proprietários do projeto.
45 HOWCROFT, Barry; FADHLEY, Sabah. Project Finance: a credit strategy based on contractual tinkages. The Services
lndustriesJoumal, v. 18, n.2, p.90-11í, abr. 1998, p.99.
60
de forma otimizada, riscos e retornos do projeto entre as partes nele envolvidas, eis
que esse compartilhamento traz vantagens, quando os riscos são de tal magnitude
desejam a remuneração do capital investido. Por outro lado, costumam ter objetivos
que a usual. Exemplo disso encontra-se nas indústrias que necessitam de grande
quantidade de energia para operar - como é o caso das siderúrgicas. Elas podem se
46 Conforme FEO, "viftualty a// sponsors seek opportunities to obtain attractive rates of return on their investment. There is tittle
doubt that to attract private foreign investment host, countries will have to afford the foreign investor greater returns than are
available domestically. Sponsors may also be seeking to enter new markets at a time of limited domestic grovtth." FEO,
Edwin F. el al. Project Finance: the guide to financing international oil and gas projecÍs. Great Britain: Euromoney, 1996, p.
4.
6l
unir a outras sociedades locais para construir uma unidade geradora de energia que
de atuação, e seu risco de implantar e operar sozinha um projeto desse tipo é muito
maior do que o risco que correrá se o fizer em parceria - vale dizer, dividindo riscos
Todos eles esperam ter remuneração sobre o capital investido, seja sob a forma de
4.2.5 Riscos
da operação.
project finance, seu entendimento acerca do assunto pode ser variado. Do ponto de
47 FEO discursa sobre os objetivos do governo, apontando os seguintes: "expanding sources of funds to develop capital
intensive projects; increasing and improving the development and application of new technologies; training host country
citizens in skilled jobs; generating competition, leading to potentially lower prices for new supply; and creating possrb/e sa/es
opportunities for local vendors able to meet the standards and specifications required for facility seryrbes and equipment."
idem, p. 4-7.
63
não obter o retorno financeiro projetado, mas também não receber os recursos
ocorrer qualquer perda, tanto em nível técnico quanto financeiro, aí incluída a não
tipos fundamentais: risco comercial, risco de moeda, risco país e risco relacionado
/8 Segundo TINSLEY, 'risk coutd be the chance oÍ a /oss; the uncertainty of /oss; the possibility of /oss,' unceftainty;
divergence of actual from expected resu/Ís; probability of an outcome different from the one expected; possibility of the
occurrence of an undesirable contingency; a condition in which a possibility of a /oss exr§Ís. /. . ./ For the project financier, the
last definition is problably the most appropriate. However, from a sponsor's point of view the definition might well include the
- possibility of not achieving the expected Íinancial return." TINSLEY, Richard, op. cit., v 2, p. 2.
i:50 BENOIT, Philippe. op. cit., p. 11.
FINNERw, John D. op. cit., p.40-48.
u' RODRIGUES JUNIOR, Waldery. Paúicipação Privada no lnvestimento em lnfraestrutura e o Papel do Project Finance.
Brasília: IPEA, 1997, p.21.
64
Baseado nessas doutrinas, houve por bem sugerir uma terceira forma, que a
seguir se apresenta, com a qual se crê ser possível detalhar, com um pouco mais de
MATTOUTs2.
possibilidade do projeto necessitar de mais recursos que aqueles previstos para sua
seja por subestimação dos recursos necessários, seja por ocorrência de uma
inflação que ocasione aumento inesperado de preço dos bens e/ou serviços
resulte em obsoleto, quando terminar sua implantação. Além disso, a tecnologia tem
proposto, pois, do contrário, ela poderá ser atual, mas gerar desempenho deficiente
permanecem ativos.
que elas têm nos recursos a serem emprestados para a consecução do projeto. A
dessa flutuação, de forma que o projeto tenha suficiência para atender ao serviço de
sua dívida.
despesas podem vir a ter diferentes unidades monetárias na sua composição, o que
p§eto.
ambiente podem não só onerar a sua implantação e operação, mas, até mesmo,
lesivos a ele.
maior. Por sua própria natureza, a ocorrência desses eventos encontra-se fora do
controle dos participantes de um projeto, mas nem por isso podem ser ignorados, no
cuja decisão é guiada por uma diversidade de fatores de ordem jurídica, negocial,
contábil e Íiscal.
O projeto a ser realizado pode ser constituído como uma unidade negocial
existente, constituindo uma universalidade de bens. lsso significa dizer que uma
separação pode ser feita para fins de controle de realizaçáo física e financeira de
de direitos e obrigações.
nova pessoa jurídica que assuma o projeto como seu objetivo socialss. FItINERil*,
ao tratar de distinções entre corporate finance e project finance, destaca como traço
que
do projeto.
55 Consoante trabalho do Euromoney lnstitute of Financial Law, "if it is important to insulate the project from the
credit of the sponsor, the project should be owned by a separate entity structured to minimize the effect of a
sponsor insolvency." THE EUROMONEY INSTITUTE OF FINANCIAL LAW. Legal /ssues in lnternational
Project Finance. ln PROJECT FINANCE SEMINAR. Trabalho não publicado. nov. 1995, Rio de Janeiro, v. 1,
item lll, p. 3.
:: F|NNERTY, John D. op. cit., p.2.
:'^
sB
MONTEIRO FILHA, Dulce Conêa; CASTRO, Marcial Pequeno Saboya de. op.cit., p 113.
TINSLEY, Richard. op. cit., v. 4, p.6.
70
vigentes nesse momento, admitem sete tipos de sociedade, quais sejam: sociedade
empreendedor.
responsabilidade limitada e sociedade por ações - existe uma limitação criada pela
social da sociedade, o que significa dizer que, em regra, uma vez integralizado o
capital social, o patrimônio pessoal dos sócios não responde pelo cumprimento das
obrigações assumidas pela sociedade ente com personalidade jurídica e
patrimônio:: distintos daqueles dos sócios. Já na sociedade por ações, a
adquiridas por cada sócio, o que significa dizer que, em regra, uma vez integralizado
o capital social, não há como utilizar o patrimônio dos acionistas para cumprimento de
Por outro lado, a sociedade por ações tem uma estrutura mais complexa.
Seu capital social é dividido em ações, que podem ser divididas em classes
diversas, em função dos diferentes direitos a elas inerentes. A administração é
realizada por órgãos diferentes, com divisão de competência entre eles
mais comum a criação de sociedades do tipo anônima (ou companhia). Esse tipo de
negociação de títulos por ela emitidos. Nesse sentido, é necessário que a sociedade
tipo de sociedade permite um maior controle de sua situação, eis que a Comissão de
que uma excussão dessa garantia possa ser frustrada. Já as ações de uma
valores mobiliários, o que permite fazê-las figurar como objeto de garantia reat61,
5s Artigos 98, 124, 134, parágrafo quinto, e 1 76 da Lei no 6.404, de 1 5 de dezembro de I 976, são exemplos de obrigações de
-- sociedade anônima quanto à publicação de documentos.
w CAVALCANTI observa que "geralmente a Íorma societária mais indicada para um project finance no Brasil é a da
sociedade anônima basicamente porque: (i) permite a emissão de valores mobiliários que podem ser necessários
para levantar fundos para o empreendimento; (ii) a legislação possui regras claras sobre acordos entre os sócios
(acionistas) que, no mais das vezes, é essencial para disciplinar as relações entre os diversos lnvestidores que
participam de uma mesma SPC e (iii) a legislação possui regras mais claras sobre a elaboração das demonstrações
financeiras, o que pode representar uma garantia para os credores da companhia." CAVALCANTI, José Roberto P.
C. Faveret, op. cit, p. 6.
u' Artigo 39 da Lei no 6.404, de í 5 de dezembro de 1976.
73
dos tipos societários que passarão a ter vigência no direito brasileiro, a partir do
início do ano de 2003. Segundo depreende-se do disposto nos artigos 986 a 1.141,
financeiras. Porém, para os fins deste trabalho, acredita-se ser suficiente a simples
GARANTIAS
determinada operação com vistas a eliminar ou, pelo menos, diminuir os riscos
dessa operação tem o reconhecimento do status de garantia.
62 BENOIT, ao tratar da estrutura das garantias em projetos sob a estrutura de projetct finance define que "guarantees
represent the most common method for reallocating responsability forrlsk§'. BENOIT, Philippe. op. cit., p. í4;
FINNERTY diz que "os credores de um projeto exigirão que os arranjos de garantia sejam efetivados para protegê-los de
vários riscos. As disposições contratuais relativas a garantias distribuem os riscos entre os patrocinadores do projeto, os
compradores da produção do projeto e das demais partes nele envolvidas. Representam um meio de transferir a
capacidade de crédito de entidades já estabelecidas para garantir o suporte da dívida do projeto". FINNERTY, John. op.
cit., p. 52;
NEVITT e FABOTZI dizem que "guarantees enable promoter to shift the financial risk of a project to one or more third
parties. They provide a óasis for shifting certain risks inherent in a project financing transaction to interested pafties who
have no desire to become directly involved in the operation of the project, or to directly provide the capital for the project."
NEVITT, Peter K.; FABOZZI, Frank. op. cit., p. 255.
75
financiamento - o financiado.
Esse é o tipo de garantia denominado indireta por NEVITT e FABOZZI63.
Esses autores classificam as garantias em diretas e indiretas. Segundo suas
palavras,
assumidas pela pessoa do devedor. lndireta, por outro lado, seria a garantia que
totalidade das obrigações assumidas pelo devedor. Essa limitação provoca efeitos
diferentes daqueles causados pelas garantias diretas, tendo em vista que não
sociedade.
pela doutrina jurídica brasileira, entende-se que uma Íiança prestada pelo prazo
obrigações do devedor durante todo o prazo do projeto. Por outro lado, uma fiança
com ptazo inferior ao prazo total do projeto, ou, ainda, com valor inferior àquele
contratado pelo devedor, seria classificada como garantia indireta.
conceitos desenvolvidos pelos referidos autores, pois o fato de uma garantia ser
limitada no tempo ou no valor garantido não parece significar que essa garantia é
64 NEVITÍ e FABOTZI declaram que os contratos de aquisição de matéria-prima e serviços a serem utilizados pelo projeto,
"constitute a very definite unconditional obligation to pay revenue to a project for a period of time, usually sufficient to
amortize debt associated with the project. These guarantees are accepted by the accounting professr'on as being indirect for
purposes of balance sheet accounting, and, therefore, are includable only in footnotes to the balance sheeÍ." idem, p. 260.
77
sim, que um mecanismo de garantia como aquele sugerido pelos autores - utilizar
contratos de compra e venda de produção gerada com um projeto como forma de
garantia indireta, haja vista que não existe assunção direta da obrigação de cumprir
frustração com relação à entrada de recursos, como poderá o financiador usar desse
conteúdo do brocardo latino pacta sunt servanda. Esse conteúdo aliado à boa-fé das
segurança jurídica, mas crê-se que seria mais seguro elaborar um arcabouço
mais direta e eficaz em relação aos referidos terceiros. Essa preocupação de adotar
78
mecanismos que criem um vínculo mais forte entre financiador e terceiros não foi
como um simples conforto para o financiador, pois ele tem conhecimento de que
inadimplemento.
a noção de que garantias são acessórios que têm como função precípua sanar
inadimplemento. Em outras palavras, são relações jurídicas instituídas com o intuito
recebimento.
relações jurídicas principais, a cuja sorte estão vinculadas. A base para essa
afirmação encontra-se no princípio da gravitação jurídica, cujo conteúdo determina
fiança e do aval.
dizer, a satisfação do credor pode ser obtida através da aplicação do valor de bens
desses direitos.
T
u' MARTINS, Fran. op. cit., p. 336.
GOMES, Orlando. op.cit.p.344. PEREIRA, Caio Mário da Silva. op. cit., v. lV, p.208.
80
determinado bem (ou bens), de forma que seu valor seja utilizado para pagamento
gravame, ele acompanhará o bem, ainda que o domínio deste seja transferido.
credores quanto ao recebimento de seu crédito, o que significa dizer que o credor
qualquer tipo de credor, eis que existem créditos legalmente reconhecidos como
destaque para o objeto, a posse do bem a ser gravado e a forma do exercício dos
direitos.
O penhor tem por objeto coisas móveis, cuja posse direta é transferida ao
68 Artigo 1.225, incisos Vlll, lX e X do novo Código Civil Lei no 10.406, de í 0 de janeiro de 2002.
-
81
A hipoteca é o direito real de garantia que possui como objeto bens imóveis,
inclusive, reter a coisa em seu poder, enquanto não ocorrer o pagamento da dívida
garantida.
disposições dos artigos 755 a 767 do Codigo Civil ora vigenteoe, os quais são
comentados a seguir.
alienar a coisa. Oneração de bem é ato de disposição, o que significa dizer que o
direito de dispor da coisa é condição sine qua nom à válida constituição da garantia.
sua constituição.
figurar como objeto de garantia real. O fundamento disso relaciona-se ao fato de que
o credor da garantia real tem o direito de vendê-la para se pagar, caso ocorra
inadimplemento. Se o bem objeto da garantia for inalienável, frustrada será a
pretensão do credor, tendo em vista que não logrará êxito em receber o pagamento
6s Artigos 1.4í9 a 1.430 do novo Código Civil Lei no 10.406, de 10 de janeiro de2002.
-
82
mais prestações da dívida. O bem permanece gravado até a solução final da dívida:
lembrar que ele tem de possuir, em seu conteúdo, a descrição do total da dívida, o
condição de validade da garantia, inscrição essa que, pela publicidade que lhe é
oponível.
principal, o credor da garantia pode vender o bem para se pagar. Frise-se, porém,
que esse credor não pode ficar com o bem para se pagar, nem mesmo pode fazer
este direito, eis que o pacto comissório é considerado nulo pela legislação; cláusula
Por outro lado, nada impede que a coisa objeto da garantia seja objeto de
real em garantia, entende-se inegável que o instituto funcione como uma garantia,
cujo objeto é bem especificado, eis que por meio dele ocorre, conforme PONTES DE
MIRANDAT2,
Esse tipo de garantia pode ser constituída sobre bens móveis e imóveis,
do pacto comissório.
total da dívida pelo fiduciante, podendo, este último, reaver a coisa de quem a
detenha. Assim, o credor fiduciário pode até alienar o bem adquirido por alienação
financeira sentido amplo, uma vez que, apesar de divergências doutrinárias quanto a
73 Segundo disposições do artigo 647 do Código Civil, "resolvido o domínio pelo implemento da condição ou pelo advento do
termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se
opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a detenha." Disposições de idêntico conteúdo encontram-se
nos artigos 1 .359 do novo Código Civil - Lei no í 0.406, de í 0 de janeiro de 2002.
'o PEREIRA defende que outras instituições podem figurar na condição de fiduciário que não institui@es financeiras, pois
"antes da lei disciplinadora do mercado de capitais já o nosso direito admitia, posto que em caráter atípico, o negócio
fiduciário. Quando o legislador lhe concedeu foros de negócio jurídico nominado, deu-lhe abrigo naquela lei especial por
uma razão de cpnveniência." PEREIRA, Caio Mario da Silva, op. cit., v. lV, p. 276.
7s BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial no 2.176-RS, Relator: Ministro Waldemar Zveiter, BrasÍlia, DF, 5 de
junho de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Judiciário, DF, 06 de agosto de 1990, p. 7333.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial no 5.937-RS, Relator: Ministro Waldemar Zveiter, Brasília, DF, 10
de dezembro de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Judiciário, DF, 18 de fevereiro de 1991, p.
1037.
85
uma obrigação principal. O Código CivilTo tratou desse instituto em seus artigos
bem como na condição de que a fiança mercantil é sempre solidária por força de
disposição contida no artigo 258 do Código Comercial. Por sua vez, a fiança civil
lnegável a necessidade dessa outorga para a fiança civil, uma vez que a legislação
defendem ser a outorga desnecessária na fiança mercantil, vez que a lei não feztal
'_: O novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2OO2 -, trata da fiança em seus artigos 818 a 839.
" Com a entrada em vigor, em í0 de janeiro de 2003, do novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -, a
parte primeira do Código Comercial, em cujo conteúdo encontram-se as disposições sobre fiança mercantil, estará
revooada.
ll Artigó 256 do Código Comercial - Lei no 556, de 25 de junho de 1850.
'" Artigo .647 do novo Código Civil - Lei no í 0.406, de 10 de janeiro de 2002.
ru 1
MARTINS, Fran. op. cit , p. 327i CARVALHO DE MENDONçA, José Xavier. Tratado de Direito Comercial Brasiteiro, v. Yl,
2a pafte, no 1.255; FERREIRA, Valdemar, apud MARTINS, Fran. op. cit., p.327.
86
lsto se explica pelo fato que as obrigações assumidas em um título de crédito são
convivem num mesmo título, mas têm existência autônoma. A autonomia das
obrigações contidas nos títulos de crédito permite que o credor de um título desses
avalistas não podem argüir a inexistência de relação de dívida entre eles e credor;
das garantias pessoais, então elencadas, que não foram apresentadas aqui, pois a
8' Segundo disposiçôes do artigo f .il7 do novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2OO2 -, cuja vigência iniciar-
se-á em í 0 de janeiro de 2003, o aval não pode ser prestado sem autorização do cônjuge, exceto no regime de separação
absoluta de bens.
CAPíTULO VI
matéria.
pessoa do futuro financiado e seus controladores (se houver), bem como dos riscos
serem exigidas para a concessão do empréstimo, haja vista que a fixação das
qualidade das garantias a serem prestadas, pois trata-se de, como comentado
entretanto, que essa definição possa ser fruto de uma negociação prévia entre
88
l1
ó3
HOWCROFT, Barry: FADHLEY, Sabah. op. cit., p.97.
MONTEIRO FILHA, Dulce Conea; CASTRO, Marcial Pequeno Saboya de. op. cit., p. 110.
89
u ldem.
85 oLEARY, GOTTLIEB, STEEN & HAMILTON. Project Finance. ln: ABDIB-PROJECT FINANCE SEMINAR, São Paulo, abr.
1996, item A, p. 4.
90
TINSLEY8ô traz uma definição diferente para o que seriam os sistemas non
mesma." Por outro lado, apresenta como limited recourse project financing aquele
E6 Segundo TINSLEY "non rccourse means that the sponsor support is not evident. Financial support has been provided by
other entities such as the turn-key contractor. Limited recourse is where various sporsor supports are structured into
each phase but are subject to overall caps which, poslcompletion, may be limited to the project's cash flows and asseÍs
-ie true project financing." Ele propõe uma classificaçáo dos financiamentos de projeto em sels tipos, quais sejam:
"straight", "production loans", "co-financing", "complementary", "non recourse" e "limited recourse". "A straight loan
follows five of the seven principal repayment methods - ie: mortgage-style, linear/equal amortization, structure/uneven,
ratio calculations, and bullet. A production loan usually follow the first or last methods, namely a percentage of cash
flows and a per unitfualue of production ôasis. A co-financing means that a group of lenders have signed up under one
document, albeit with different margins and repayment profiles, but always sharing the same legal security and
covenanUdefault structures. A complementary financing is implemented by parallel loans and different documents".
I/NSIEY, Richard. op. cit. ,v. 4, p. 6.
87 Segundo o escritório de advocacia CLEARY, GOTTLIEB, STEEN & HAMILTON, timited recourse é "a financing structure in
which the lender is relying some degree on the project asseÍs and cash flows for repayment and debt seruice without full
guarantees from the project company or its sponsors." CLEARY, GOTTLIEB, STEEN & HAMILTON. op. cit., item A, p. 6.
^^ CAVACANTI, José Roberto P. C. Faveret, op. cit., p. 4.
91
financiador exigir atuação adicional por parte dos investidores, pois eles têm de por
sistema non recourse - cerca de 7o/o -, ficando a maior quantidades delas divididas
entre os sistemas full recourse e limited recourse.
situação, tendo em vista que a cultura de definição da classe de risco das operações
empréstimo.
operações realizadas por instituições financeiras têm que atender aos princípios de
:'' ResoluÉo no 1.559, de 22 de dezembro de 1998, e Resolução no 2.488, de 30 de abril de 1998, ambas do BACEN
Artigo 20, incisos I e lV do Regulamento anexo à Resolução no 394 do BACEN, de 3 de novembro de 1976.
93
Uma outra situação específica, que entendeu o CMN dever ser regulada
da transaçãoe2.
retorno dos recursos emprestados, pois precisam ter lastro que configure a
s2 Resolução no 45, item lV, e Resolução no í .559, item V, ambas do BACEN, de 30 de dezembro de 1966 e 22 de dezembro
de 1 988, respectivamente.
94
projeto, inclusive os recursos a serem gerados por ele, fica relegada a segundo
O tempo, elemento utilizado para definir o que seja uma operação de curto,
para fins dessa definição. Nota-se uma certa elasticidade quanto a essa duração:
uma operação de curto prazo pode alcançar até seis meses de vigência; uma de
médio prazo até dezoito ou vinte e quatro meses de duração; e de longo ptazo
garantias pessoais, seja aval ou fiança. A idéia é a de que o prazo e, na maioria das
encareçam.
endosso, a propriedade de uma duplicata para esse banco, em troca da qual recebe
uma quantia inferior aquela constante da face do título. Essa diferença diz respeito à
taxa de juros cobrada pelo banco em operações de desconto, vale dizer, o quantum
ao clientee3.
e3 Conforme CARVALHO DE MENDONÇA, "o banco antecipa ao credor a importância de um título de crédito de soma líquida
e vencimento breve, recebendo-o em transferência e deduzindo do valor nominal os juros pelo espaço de tempo
intercorrente desde a data da antecipação até a do vencimento. Ele paga em dinheiro a importância do crédito não vencido,
mantida, está claro, a responsabiliade dos coobrigados acrescida com a daquele credor (garantia normal da operação), e
recebe o título pro solvendo, isto é, com efeito liberatório subordinado à condição do pagamento.' CARVALHO DE
MENDONÇ4. José Xavier. op. cit., v. Vl, parte lll, n. 1456.
Para GOMES, a operação de desconto se realiza através do "contrato por via do qual o banco, deduzindo antecipadamente
juros e despesas da operação, empresta à outra parte certa soma em dinheiro, correspondente, de regra, a crédito deste,
para com terceiro, ainda não exigível". GOMES, Orlando. op. cit., p. 401.
PEREIRA aponta o desconto como constituidor da "massa mais volumosa das operações bancárias ativas. Por ele, o
banco adquire a propriedade de títulos de crédito do cliente, e a este adianta uma importância líquida, deduzido ou
descontado o que aufere pela operação". PEREIRA, Caio Mário da Silva. op. cit. v. lll, p. 374.
Conceituando o desconto como "uma outra operação... ... de crédito", MARTINS defende que o desconto diverge do
empréstimo propriamente dito porque neste o banco pode exigir do mutuário um título de crédito por ele emitido, enquanto
que no desconto os títulos transferidos ao Banco são de emissão de pessoas outras que não aquela que vai íazer o
.
s4 desconto. MARTINS, Fran. op. cit. , p. 437.
MARTINS, Fran. Títulos de Crédito. v. l, 7a ed, Rio de Janeiro: Forense, í992, p. tO+. ReQUtÃO, Rubens. op. cit., p. 4í6.
BORGES, João Eunápio. Títulos de Crédito. 2a ed. Rio de Janeiro: Forense, 1972, p. 112. Yer, também, disposições do art.
25 da lei no 5.474, de 18/07/68, e art. 15 do Anexo I do Decreto no 57.663, de 2411166.
96
título.
avalizado, o que significa dizer que o banco, sem protestar o título no seu
vencimento, preserva o seu direito de cobrança contra ambos.
pignoratícia pelo devedor, cujo objeto é constituído de jóias. Estas ficam em poder
empréstimo é calculado com base no valor de avaliação das jóias objeto do penhor,
e5 Oinstitutodopenhorestáregulamentadonosartigosl.43l a1.472donovoCódigoCivil
-Lei no'l0.406.de10dejaneiro
de2002.
97
objeto são títulos de credito do qual o cliente é credor. Os títulos são endossados
os recursos e fica sob a condição de depositário. Caso o cliente não cumpra com a
restituir-se-á mediante o uso desses recursos que, até então, eram objeto de
garantia.
unidades industriais.
e tempo, principalmente).
dessas operações.
operações lraz, para um primeiro plano, o projeto a ser implantado com recursos de
uma vez que a análise feita é, geralmente, baseada em premissas que, quando da
definida.
99
Por outro lado, nas operações sob a estrutura de project finance existe uma
estrutura, face ao grande porte das obras e dos recursos a serem investidos. Com o
então atuava nas áreas industrial e de prestação de serviços privados, passou a ter
novos projetos, com o intuito de modernizar e expandir o negócio que adquirira, pois
o poder público já não conseguia investir recursos financeíros para manter aquilo
que já existia, criando uma defasagem grande, principalmente de ordem tecnológica,
sistema (ou modelo\ non recourse de financiamento, sendo mais comum um sistema
projeto deverá servir como primordial garantia do pagamento dos recursos objeto
dos empréstimos.
delas; até poderia sê-lo, se o futuro credor se der por satisfeito com essa única
se esse tipo de garantia não fizer parte dos arranjos garantidores da operação de
e6 Conforme comentado anteriormente, o modelo de financiamento non recource taz oom que o Íinanciado só tenha como
garantia os ativos do projeto a ser Íinanciado, inclusive e principalmente, a receita a ser gerada por esse projeto. Já no
sistema fimrted recourse o flnanciador tem a prerrogativa de satisfazer seus créditos junto aos ativos do poeto e junto a
outras garantias, tanto do tipo real quanto do tipo pessoal, incidentes sobre o patrimônio do devedor ou de terceiros.
101
exigência de outras para compor o quadro geral. Elas serão definidas em função dos
cumprir com seus compromissos financeiros, o que significa que o project finance
recursos a serem gerados pelo projeto deverão funcionar como a principal garantia do
pagamento das obrigações dos financiados junto aos financiadores. Porém, por outro
lado, outras garantias podem ser exigidas - e normalmente o são - para composição de
?'
s6
NEVITT,Peter K.; FABOZZI, Frank. op. cit., p. 255.
FtNNERTY, John D. op. cit., p.5í.
t02
projeto, com. o intuito de dar proteção aos credores durante o prazo de implantação
a projetos que utilizaram da estrutura do project finance, reside no fato de que essa
garantia real hipotecária não subsiste por todo o tempo de vigência do contrato de
es De acordo com as palavras de FINNERTY, os credores de um financiamento exigem "um envolvimento de garantia
direta nas instalações do projeto, geralmente na forma de privilégio de primeira hipoteca sobre todas as suas
instalações. Esse envolvimento de garantia é freqüentemente de valor limitado até que o projeto seja concluído". idem,
p. 53.
103
deverá ser do tipo especial, eis que os bens objeto da garantia deverão ficar na
dos bens uma vez que os usará na operação do projeto. Por conseqüência, o credor
Íicará com a posse indireta dos bens, podendo, num eventual inadimplemento,
A caução é constituída nos termos das disposições dos artigos 271 a 279 do
opções) são matérias, cuja deliberação interessa particularmente ao credor para fins
consentimento do credor.
'* Artigos 1 .431 e 1 .437 do novo Código Civil - Lei no 10.406. de 10 de janeiro de 2002.
o
105
financiamento, o credor poderá levar as ações objeto da garantia à venda, seja judicia!
aparecendo comprador para as ações, ou, se aparecer, não oferecer preço condizente
com a vontade do credor, as ações podem ser adquiridas, pela instituição Íinanceira
sociedade e o serviço por ela prestado, o que impediria atender aos interesses da
coletividade.
garantia, fato que se verifica ser mais comum que o penhor, também nas pesquisas
vencidas.
abranja outros bens e situações distintas, tem-se de lembrar que, com o pagamento
106
seja, a alienação fiduciária seria uma garantia estanque em relação ao projeto como
de financiamento sob a estrutura de project finance, pois por meio deles são
pessoal pode ter sua vigência limitada ao prazo de implantação do projeto, ou seja,
viger enquanto não existir geração de recursos suficientes para pagar o empréstimo.
participantes.
financiado, é possível utilizar-se de mecanismos que tenham por intuito garantir sua
seguro-garantia1o3, utilizado para esses mesmos fins. Com esse instituto, é possível
'o' FINNERTY lembra que "os credores deverão estar convencidos de que os patrocinadores e outros devedores designados
tenham capacidade de crédito adequada, individualmente e em conjunto, para adiantar recursos até onde for necessário
para concluir o projeto ou então quitar sua dívida. FINNERTY, John D. op. cit., p. 55.
'ot Não se farão maiores explanações acerca do segurogarantia, pois não cançleriza, como as outras garantias comentadas,
uma garantia que utiliza recursos gerados por um projeto para fins de pagar os empréstimos. O seguro-garantia, embora
presente em muitas operações de project finance, não são garantias determinantes desse tipo de estrutura de
financiamento. Sua regulamentação no Brasil encontra-se disposta na Circular no 4 da Superintendência de Seguros
Privados - SUSEP, de 23 de maio de 1997.
108
bondloa, dos quais destaca-se o pertormance bond, que tem como um de seus
construtor.
possível usar o mecanismo de cessão dos direitos desse seguro, pelo beneficiário,
se pagar. Essa cessão de recursos será objeto de comentários mais à frente, porém
ressalte-se, desde já, uma fragilidade que se vislumbra nesse mecanismo: trata-se
'* NEVITT e FABOZZI apresentam cinco tipos de bonds utilizados em contratos de construção, quais sejam: "bid bond...
...required of bidders on a contract, to make sure thar each bidder is serlouq will accept the award of the contract if offered
and will proceed with the execution for the contract; advance payment guarantee... .. .to assr.sÍ Íhe contractor in purchasing
and assembling the materials, equipment and personnel necessary to get the construction started, so as Ío meet the
requirements for receipt of progress payments under the contract; retention money bond... ...for the beneficiary for whom a
project is being built to retain or hold back a portion of the progress payment which would otherwise be due, in order to
provide a find to cover unforeseen expenses due to any contractor mistakes in the construction; maintenance bond. . . . . .to
provide a source of funds, for conecting defects in the construction or the pertormance of the project, which are discovered
after completion of the actual constructioni e o "pertormance bond'. NEVITT, Peter K.; FABOZZI, Frank. op. cit. p. 264.
109
tecnologia usada pelo projeto. Para se prevenir quanto a esses riscos, é possível a
dos valores referentes à pena estipulada para aquele engenheiro, se tiver celebrado
1G
Conforme CAVALCANTI, "os financiadores [em um project finance] geralmente exigem que as apólices de seguro possuam
cláusulas nomeando eles beneficiários, em caso de sinistro." CAVALCANTI, José Roberto P. C. Faveret. op. cit., p. 37
110
serem feitas.
de ordem técnica, pois um contrato de longo prazo, cuja obrigação seja fornecer a
matéria-prima para um projeto, permite concluir que esse projeto deverá, pelo menos
no que tange ao item insumos, funcionar com perfeição, o que gerará recursos,
assegure as perdas e danos sofridos, indenização essa que pode ser cedida ao
projeto, pode ser utilizado um mecanismo garantidor que procura diminuir ou evitar
de swap1o7.
Pode, por outro Iado, ser usado um expediente que aumente a receita, de
legislação brasileira permite essa indexação cambial, para que seja esse mecanismo
dotado de legalidadeí08.
t07
Conforme comentário anterior, "nos contratos a termo ou futuros, a venda é contratada pelo preço do momento para
entrega em data posterior, podendo ser liquidada pela diferença da cotação do registro do contrato e a do dia da
liquidação. O resultado lÍquido do encontro dessas opera@es com as de venda à vista procuram impedir prejuízos ao
negociado/'. BULGARELLI, Waldyrio. Contratos Mercantis.9. ed. São Paulo: Atlas, 1997, p. 270-271.
Operações de swap (do inglês, troca ou permuta) são operações financeiras "na qual são trocadas [via contratos] as
naturezas das taxas de juros incidentes sobre determinados empréstimos por um determinado período de tempo. Essa
troca permite alterar as características dos pagamentos das taxas de juros devidas ou a receber." FORTUNA, Eduardo.
Mercado Financeiro: produtos e servlços. 10. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997, p.280.
íG O Decreto{ei no 857, de 11 de setembro de 1969, em seu artigo 1o, impede estipulação de pagamento em moeda
estrangeira. Entretanto, em seu artigo 20, apresenta as exceções a essa determinação.
1r3
evitar riscos de posterior atos dessas agências, que perturbem a normal implantação
ou operação do projeto.
possibilidade de expropriação dos bens que integram o projeto pelo Poder Público.
Com relação a esse tipo de risco não se encontra forma de criar vínculo jurídico que
estrutura. Parece ser difícil criar vínculos jurídicos, nesse contexto, a título de
garantia para sanar inadimplemento referente a contrato de financiamento. O
inadimplemento por parte do poder público, junto ao financiado, pode até ser a
seguro com cobertura para esses eventos deve ser suficiente como garantia,
t* BENOIT, Philippe. op. cit., p. 14. NEVITT, Peter K.; FABO?ZI, Frank. op. cit., p. 259.
"o FINNERTY, John D. op. cit., p.62.
115
do financiado.
como a principal garantia dessas operações, qual seja, o fluxo de caixa a ser gerado
pelo projeto.
operação.
financeira, como uma engenharia financeira haja vista que se promove montagem de
"' Artigo 399 do novo Código Civil - Lei no í0.406. de íO de janeiro de2OO2.
116
deve abranger, entre outras coisas, a resposta para as seguintes questões: a) como
que tipo de garantia pode ser constituída com esse objeto e que normas - princípios
gerada pelo projeto é entregue aos credores sob a forma daquilo que o mercado
tt' Segundo FINNERTY, "os fluxos de caixa líquidos são o que sobra depois que uma empresa paga todos os seus custos de
produção, a seus credores e efetua todos os desembolsos de capital necessários para manter suas instalações de
produção em bom funcionamento.' FINNERTY, John D. op. cit., p. 20.
tt7
nomenclatura, até certo ponto informal adotada pelo mercado financeiro, decorre da
como devedora.
definição legal diz ser "um título de crédito nomínativo de livre negociação, lastreado
creditórios de que tenha domínio, direitos decorrentes dos negócios por ele
concessão.
instrumento público, nos casos em que a lei assim determinar ou se for a vontade
das partes.
Diante dessa realidade, há que se fazer uma primeira seleção para definir
que tipos de direitos creditórios poderão figurar como objeto de garantia. Os eleitos
deverão ser aqueles que possuírem algum instrumento formalizador, uma vez que a
para o credor.
"u Utiliza-se a expressão "contrato tradicional" para nomear aqueles instrumentos contratuais conÍeccionados com base em
disposição ordenada de cláusulas, cujo conteúdo procura disciplinar a relação jurídica entre as partes.
119
relações jurídicas contratuais, que podem ser utilizados como forma de mitigar riscos
Nesse instante, inclui-se, no conjunto desses direitos que podem ser objeto
Por tratar-se de uma cessão, o devedor dos direitos tem de ser notificado
para que pague ao cessionário, face à novação subjetiva que ocorre quanto à figura
do credor desses direitos. Essa notificação pode ser realizada na forma definida pela
pagamento do empréstimo.
bancárías, desses recursos financeiros pagos pelos devedores dos direitos cedidos.
eventual inadimplemento.
cedidos não são exigíveis junto ao seu devedor, o financiador corre o risco de ver-se
121
suspensiva, poder-se-ia argüír que ela é uma forma camuflada de penhor de direitos,
o que enseja a aplicação das regras dessa garantia real a essa relação jurídica de
para que se pague o financiador, à luz do disposto no artigo 765 do Código Civilí17.
Dessa forma, segundo essa ótica apresentada, parece que se atribui a ele
recursos financeiros decorrentes dos direitos cedidos. Por outro lado, não ocorrendo
dos direitos cedidos, para amortizar a dívida do financiamento, seja de forma parcial
comentários su pervenientes.
"' Artigos 1.451 a'l .460 do novo Código Civil - Lei no '10.406, de í 0 de janeiro de 2OO2.
122
fiduciário. Admite-se que a cessão de direitos manifesta-se sob condição, porém não
explanação a seguir.
cessão fiduciária (que antes era restrito a permitir figurar, como garantia, créditos
"u
110
CHALHUB, Melhim Namem. Negócio Fiduciário.Rio de Janeiro: Renovar, 1998. p. 137
idem, p. 258.
t'o idem, p. 60 e 62.
t23
então agora sob a condição de fiduciário, fica sob os efeitos de condição resolutiva,
quer dizer, o fiduciário terá o domínio do direito transferido até que o financiado
somente utilizará a coisa que lhe foi transmitida para atender a finalidade definida no
contrato celebrado entre ele e fiduciante, assertiva com a qual se tem total
concordância. Assim, o fiduciário só pode usar o direito cedido para, num eventual
"t
t'o
PONTES DE MtRANDA. op. cit., v 11,p.115-117
CHALHUB, Melhim Namem. op. cit. , p. 45.
'2u idem, p.62-63.
125
da obrigação a que esse direito se refere, se o financiado adimplir por completo com
deve usar o objeto da garantia para se ressarcir. Se o direito cedido ainda não alcançou
seu prazo para pagamento, o cessionário deve aliená-lo para, com os recursos
cedido. Deve, por essa condição, praticar todos os atos necessários à defesa e
inadimplemento por parte do financiado, deve alienar esse direito para se pagar, se
esse direito ainda não tornou-se dinheiro decorrente de pagamento realizado pelo
126
seu devedor. Por outro lado, com o total adimplemento do financiado, resolve-se o
e 4).
mecanismo.
fínanciamento.
inadimplir, o que levaria a uma impossibilidade quanto ao financiador ter seu crédito
uso dos recursos contidos nessa conta reserva pelo financiador é condicionado à
ocorre a novação subjetiva do credor, onde a pessoa do novo credor assume todos
cessão, porém não ocorre uma novação subjetiva no pólo credor da relação jurídica
receita que figura como objeto da cessão. O credor das prestações pecuniárias
meios de pagamento.
vez que o pagamento das obrigações deve ser feito precipuamente com os recursos
tinha sido vinculada via reserva de meios de pagamento. Com essa penhora, cria-se
relação contratual, mas não uma cessão de crédito propriamente dita. Não há como
ao financiador a receita a que faz jus pela prestação do serviço público, de forma a
procura denotar.
131
pela doutrina jurídica como garantias, eis que ele não reúne os elementos
garantia.
"8 PEREIRA, Caio Mário da Silva. op. cit., v. lll, p. 122. No mesmo sentido, GOMES, Orlando. op. cit., p. 87, e RUGGIERO,
Robeío de. lnstituições de Direito Civil. Tradu$o da 6. edição italiana por Dr. Ary dos Santos, v. ll, 3. ed., São Paulo:
Saraiva, 1972, p.86.
t32
reserva. Essa conta tem a condição de bloqueada para movimentos de retirada pelo
financiado, movimentos esses que poderão ocorrer por conta e ordem do financiador
mão dessa receita - que deverá ter sido depositada em conta corrente bancária
vinculador é verificar se ele tem direitos dominiais sobre a receita a ser vinculada,
sobre os quais o vinculador tenha direitos de credor, de forma que, uma vez
de validade das garantiasí2e. Acredita-se que possa se atender esse requisito pela
t'n O artigo
761 , inciso lV do Código Civil dispõe que 'os contratos de penhor, anticrese e hipoteca declararão, sob pena de
não valerem contra terceiros: lV - a coisa dada em garantia, com suas especiÍicações." Disposição com idêntico teor
encontra-se no inciso lV do artigo 1 .424 do novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
135
que a origina.
esse objeto é de natureza real, o que permite inserir esse mecanismo na categoria
de garantia real. Das garantias reais que possuem um bem móvel como objeto, o
penhor é a que se afigura como tipo a ser admitido para essa vinculação.
constantes do artigo 768 do Código Civill3í, o bem objeto da garantia deve ter sua
garantidor.
penhor comum, deveria o bem ser transferido, pelo garantidor, ao credor. No caso
do dinheiro, passa a integrar o patrimônio desse último, devendo ser entregue coisa
'e Segundo disposições do artigo 770 do Código Civil, "quando o objeto do penhor for coisa fungível, bastará declararlhe a
qualidade e a quantidade".
']] Ver artigo I .431 do novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
'" MARTINS, Fran. op. cit., p. 336; CARVALHO DE MENDONÇA, José Xavier. op. cit., v. Vl, parte 28, p. 598.
136
Nesse sentido, ainda que se considere esse mecanismo como uma garantia
dinheiro ao financiador, via depósito em conta corrente bancária. Até que isso
ocorra, parece que existe apenas uma promessa de penhor, pois a legislação exige
a tradição do bem empenhado para que esta garantia real seja constituída. Até a
Dessa forma, faz-se mister que, uma vez utilizado esse mecanismo como
receita pelo financiado, se for desejo do credor assÍm permitir esse uso. Eis que o
porventura a financiada tiver acesso fácil e sem controle à conta corrente onde a
de financiamento concretizada.
Disciplinada nos artigos 789 a 795 do Código Civil, esse instituto ocupa a
Seção lV do Capítulo lX do Título lll do referido código, o que permite afirmar que se
crédito, bem como determinou sua regência pelas disposições gerais aplicáveis à
seção que trata do penhor de direitosl3a, seção essa em que encontra-se inserÍdo o
instituto.
Código Civil, a doutrina jurídica já discutia a nomenclatura utilizada pelo Codigo Civil
então vigenteí3s. MARTINS136 aponta para o fato de que o termo caução é gênero
sinonímia entre caução e penhor de títulos de crédito, face à utilização pelo Código
o direito real de garantia em referência, interessam mais de perto os efeitos que tal
instituto possa produzir, qual seja o principal deles o de funcionar como forma de
sanar inadimplemento.
parece que outra coisa não poderia ser, necessário verificar os detalhes a ela
"t O artigo 'l .458 do novo Código Civil - Lei no 10.406 , de 10 de janeiro de 2002, determina que "o penhor, que recai sobre
título de crédito, constitui-se mediante instrumento público ou particular ou endosso pignoratício, com a tradição do título ao
.^. credor, regendo-se pelas Disposi@es Gerais deste Título e, no que couber, pela presente Seção".
I Seçao Vll - artigos 1 .451 a 1.460 do novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
'* Lei no 3.071 , de 1o de janeiro de 1.9í6.
"u MARTINS declara que "o Código Civil... ... dá a este tipo de penhor o nome de caução, termo porque é conhecido o
contrato nas operações comerciais, se bem que, em sentido lato, caução seja o gênero de garantia que compreende duas
espéciesacauçãoreal,emqueestãoincluídosopenhor,aanticrese,ahipotecaeacauçãodetítulos,eacaução
_^- fidejussória, compreendendo a fiança." MARTINS, Fran. op. cit., p 348.
" GOMES, Orlando. op. cit., p.366. PEREIRA, Caio Mário da Silva. op. cit., v. lY, p.224.
t39
instituto.
disposições dos artigos 789 e 790 do Código Civil138, podem figurar como objeto de
os títulos de crédito pessoal. Outros títulos podem ser objeto de caução, conforme
de serviços.
pessoal" utilizada pela legislação (artigo 790 do Código Civil ora vigente), para fins
crédito decorrente de uma relação jurídica contratual poderia figurar como objeto
dessa garantia?
'* O novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - não menciona os títulos da dívida pública expressamente
como objeto da caução de títulos de crédito, ao contrário do que acontece no ódigo civil vigente. Acreditamos que esses
.^^ títulos inserem-se no gênero títulos de crédito a que essa lei se refere, em seu artigo 1.458.
'* PEREIRA apresenta, como possibilidade de objeto da caução de títulos, "os títulos da dívida pública, ainda que não
entregues ao credor, desde que transcritos, os títulos ao portador, da dívida pública; os títulos de crédito pessoal, qualquer
que seja a sua natureza; as ações de sociedade anônima, realizada sua inscrição em livro próprio, na forma do que
dispões o art. 39 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de '1976, como já era na antiga; os créditos garantidos por hipoteca
ou penhor, na forma do Decreto no 24.778, de 14 de julho de 'l 934; o warrant emitido pela companhia de armazéns gerais.
e os conhecimentos de embarque de mercadorias transportadas por terra, mar e ar." PEREIRA, Caio Mário da Silva. op.
cit., p.224.
140
títulos de crédito nominativos poderão ser objeto de penho/'. Ensina o mestre que a
caução tem de ser provada por escrito (instrumento público ou particular, sendo
que
apresenta uma aparente contradição, o que pode provocar dúvidas, em leitor menos
atento, quanto à validade dessa forma sugerida para constituir a caução de títulos de
crédito, eis que o instrumento dessa constituição é o próprio títuto, não cabendo a
parece indispensável de ser praticado nos títulos de crédito, posto ser a forma pela
qual se pertaz a transferência dos títulos ao credor - endosso esse aliado à entrega
material efetiva dos títulos ao credor.
A proposito, cuidou o novo Código Civil de apontar, no artigo 1.458142, que "o
penhor que recai sobre título de crédito, constitui-se mediante instrumento público ou
A doutrina de PEREIRA é mais objetiva, posto ter elencado aquilo que pode
comentado anteriormente.
espécie de penhor de direitos", êffi que o crédito é objeto do penhor. Porém, lembra
o mestre que, embora não exista posse de direitos pessoais, as disposições legais
penhor de direito "pode recair num crédito ordÍnário ou num crédito incorporado a um
'02 Artigo 1.458 da Leino 10.406, de 10 de janeiro de 2OO2- novo Código Civil.
'- PONTES DE MIRANDA. op. cit., tomo §, p. 468.
'* idem, p. 469-470.
r42
título. No primeiro caso, tem-se o penhor de crédito stricto sensu, no outro, a caução
mesma forma que numa cessão de crédito. Ao revés, na caução de títulos de crédito
a transferência se dá pela entrega efetiva dos títulos ao credor, bem como pelos
penhor de direitos, porém não de caução de títulos de crédito. Ainda que o contrato
MENDONçAto'.
para que ele pague. Via notificação, o devedor já tem conhecimento da garantia
do credor da caução, é condição para essa garantia surtir seus efeitos, conforme se
entende da leitura das disposições do artigo 791 do Código Civil e artigo í.458 do
exigir a devolução do título, o que significa dar-lhe quitaçãoíae. Assim, para que o
credor da caução possa cobrar e receber a quantia dos títulos caucionados, deve ter
a sua posse.
'*
las
PoNTES DE MIRANDA, op. cit, Tomo )fi, p.469.
Conforme doutrina de MARTINS, ao tratar dos títulos de crédito em geral e, especificamente da letra de câmbio e da nota
promissória e do cheque, para que "os direitos materializados no título de crédito possam ser exercidos, necessita esse
título ser apresentado ao obrigado principal, na época do vencimento. Não é permitido ao detentor do título, no ato do
recebimento deixar de exibir o título com o qual está invesüdo nos direitos de credor." MARTINS, Fran. Títulos de Crédito.
v. le ll,7. e 3. ed, respectivamente. RiodeJaneiro: Forense, í992e 1993, respecüvamente,p.245 e93, respectivamente.
Também RgOUtÃO ensina que "para o exercício do direito resultante do crédito concedido torna-se essencial a exibição do
documento. O documento é necessário para o exercício do direito de crédito. Sem a sua exibiçâo material não pode o
credor exigir ou exercitar qualquer direito fundado no título de crédito." REQUIAO, Rubens. op. cit., p. 299.300.
144
desses títulos.
Necessário que o credor dos títulos de crédito endosse-os, eis que essa é a forma
anteriormente, esse endosso não se trata daquele comum; é endosso especial, cujo
pagamento da quantia disposta no título, mesmo que o devedor desse título não
150
lmportante notar que, conforme disposição conüda no artigo 20 da Lei no 8.021 , de 12 de abril de 1990, é vedada a emissão
de títulos ao portador.
t45
caucionário usar de meios cabíveis, inclusive judiciais, contra ambos para sanar o
inadimplemento.
títulos caucionados, por todos os meios cíveis e criminais, contra qualquer detentor,
caução de guardar os títulos, empregando toda a sua diligência para tanto, como se
seus fossem. Sua condição, na posse dos títulos, é de depositário, devendo custodiá-
los com zelo e cuidado. Para que possa assim atuar, a lei conferiu-lhe prerrogativas
de usar quaisquer meios legais, contra quem de alguma forma causar obstáculos à
t5' Osincisos do artigo 1.459 do novo Código Civil usam de redação distinta do Código Civil vigente, mas, em termos de
conteúdo, parece-nos ter reproduzido aquele do artigo792 do Código Civil vigente.
146
lhe, via disposições do inciso lll do mesmo artigo, o direito de usar das ações,
recursos e exceções convenientes, para assegurar os seus direitos, bem como os do
credor da caução à posse dos títulos caucionados. Porém, de forma mais geral e
maneira ampla, no inciso III, a que então se faz referência agora. Entretanto, a lei
o que lhe permite atuar, como mandatário, para resguardar direitos desse último.
quando este solver a obrigação por eles garantida, conforme o conteúdo do inciso lV
do artigo 792.
credor da caução há de receber os recursos a serem pagos pelo devedor dos títulos,
garantia.
não se pode fazer credor [da caução], nem ceder o crédito a outrem,
nem o remitir, nem compensar. Para que possa ceder o crédito
empenhado é preciso que tenha havido cláusula a esse respeito.
Não possuindo a propriedade dos títulos, não tem como cometer atos de disposição
em relação aos bens ou atos que ultrapassem o simples dever de custódia. Somente
possível que o credor da caução os utilize para pagamento da dívida garantida. Num
acessória.
que não pague ao seu credor, enquanto durar a caução. Com essa notificação,
pagar tão-somente ao credor da caução, eis que ele é pessoa apta a lhe dar
quitação. Se paga ao credor dos títulos, corre o risco de ter de pagar novamente, se
demandado, pois não pode receber quitação de seu credor, à luz das disposições do
realizado ao credor do títulos, os recursos financeiros podem ter outro destino que
títulos pode pagar ao caucionante, pois essa notificação é a exigência posta pela
disposição legal para que o negócio jurídico da garantia surta seus efeitos. Conforme
PONTES DE MlRANDArso, "a intimação do devedor, para que não pague ao seu
credor, é para eficácia da caução, e não para compor o suporte fático da caução".
Nesse caso, o credor da caução tem somente direito de acionar o caucionante para
que lhe entregue os recursos financeiros recebidos, por força da garantia constituída
A propósito, esse artigo 795 do Código Civil158, em sua primeira parte, cria a
vez que, pelo negócio jurídico da caução, o credor da caução deve ficar na posse do
devedor. Se o, objeto era um crédito incorporado num título e foi substituído por
do título, o dinheiro deve ficar na posse do credor até o pagamento, pelo devedor, da
obrigação garantida.
Cabe aqui obsevar a natureza desses direitos atribuídos pela disposição legal
ao credor da caução. São considerados expressamente como direitos, mas parece que
títulos caucionados, ou seja, sob a condição de depositário, esse credor não tem a
poderia agir de forma a culpar o credor da caução pela perda do seu direito.
responsabilizado pelo não emprego da devida diligência, quanto aos bens que lhe
ampla forma a preservar não só os direitos que lhe são cabíveis na condição de
'u' Ver parágrafo único do artigo I .460 do novo Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
-o
150
credor de uma garantia mas também preservar os direitos daquele que lhe confia a
guarda de determinados bens, sob a condição de objeto de garantia. Vale dizer, sua
a lei aponta para a necessidade do bem objeto do penhor ser coisa móvel. Por seu
turno, a doutrina reconhece consistência aos direitos para figurarem como objeto de
GOMESI60 declara que "os direitos podem também ser empenhados, pois o
penhor, como reconhece a doutrina moderna, é dos poucos direitos reais que
crédito, GOMES preocupou-se em delinear uma doutrina que esclareça como tratar
os direitos na condição de objeto de penhor, visto que o Código Civil vigente não é
aponta que direitos de diferente natureza - e não só direitos de crédito - podem ser
objeto de penhor. Porém, destaca esses últimos como elementos valiosos do
patrimônio das pessoas, o que lhes realça a importância em figurar como objeto de
penhor.
de credito.
Uma das características que mais interessa se encontra no objeto, eis que aí
condição de objeto de garantia, poderão ser transmitidos a outras pessoas, por força
penhor, nesse caso, a parcela da receita decorrente de tarifa arrecadada junto aos
contribuintes.
obrigação garantida.
exemplos que citamos, o que facilita sua discriminação. Dessa forma, embora
como lembrado por GOMES165, os direitos são transferidos pela via da notificação ao
devedor, como ocorre na cessão de créditos. Como bens incorpóreos que são,
credor assume a posição de depositário, devendo zelar pela sua guarda como se
essa obrigação, determinando que a diligência do credor seja aquela exigida pela
natureza da coisa167.
do bem objeto da garantia: hão de ser atos que efetivamente cumpram a função de
resguardá-lo.
crédito, tratando de direitos de crédito como objeto do penhor, esses atos de zelo e
bem para se pagar até o quanto baste para tanto. Havendo sobra, deve ela ser
deve o credor não só cobrá-los mas também permanecer na posse deles até o
esse.luros16e.
Afasta, dessa forma, quaisquer dlreitos que incidam sobre bens imóveis, pois isso
cuja tradição deve ser feita às mãos do credor do penhor, exigência essa para fins
do devedor do direito apenhado é necessária para que esse último tenha ciência de que
devedor do crédito empenhado, desde que feito o pagamento nas condi@es avençadas
objeto de penhor, natural que seu pagamento seja feito ao credor pignoratício.
"' Cf. artigo 1 .457 do novo Código Civil - Lei no 'l 0.406, de 1 0 de janeiro de 2002
156
pagá-lo e terá de fazê-lo novamente, pois não pode ter obtido quitação de quem não
pignoratício, por escrito, pelo credor pignoratício, o devedor do título pode assim o
fazer, obtendo a devida quitação. Decorrência natural desse fato, temos a extinção
lei apenas apontou uma possível maneira simplificada de sua ocorrência, qual seja,
notificação exigida.
credor deve empregar zelo na guarda dos bens objeto do penhor, a exemplo do que
determina o artigo 1.435; como nesse caso o bem constitui-se de direito, o credor
"' Cf. artigo 1 .454 do nóvo Código Civil - Lei no 1 0.406, de 1 0 de janeiro de 2OO2
r57
Por outro lado, além do direito do credor pignoratício apropriar-se dos frutos
direito apenhado. Esse dever de cobrar o crédito tão logo se torne exigível integra os
atos que têm de ser praticados pelo credor pignoratício para defender os direitos do
devedor pignoratício.
que Iugar tal prestação pecuniária deve ser depositada. Registre-se que isso já
costuma acontecer na realidade dos fatos, uma vez que constam, nos contratos de
"o Cf. Artigo I .433, inciso V, do novo Código Civil - Lei no í 0.406, de 10 de janeiro de 2002.
158
direito de reter aquilo que lhe é devido, da quantia recebida pelo direito; o excedente
deve, entretanto, ser devolvido ao devedor, eis que é seu proprietário. Pode, por
outro lado, o credor excutir a coisa entregue a ele, se for o caso de a prestação do
direitos figurarem como objeto de penhor. Percebe-se, entretanto, que a nova lei
terceiros.
instituição financeira, para atuar como agente fiduciário. As atribuições desse agente
agente praticar quaisquer atos diferentes daquilo que tiver sido ajustado no contrato.
160
desse último, porém recursos esses objeto de garantias frente ao(s) credor(es).
eventual renúncia desse agente, quanto a seus poderes (o que causaria a extinção
observado como aviso prévio para eventual exercício desse direito de renúncia.
account. Escrow significa confiança, fidúcia, o que permite dizer que o significado
fiduciário.
projeto ou dele sejam retirados, bem como zelar pelas garantias, devendo, inclusive,
financiado.
Assim, o agente fiduciário, no exercício dessa administração das receitas, atua com
instituto do Írusf, o trustee fica com a propriedade legal, a ele transmitida via título
hábil e com a limitação definida pela finalidade constante do contrato; por sua vez, o
beneficiário fica com a propriedade econômica, pois será aquele que fruirá do bem
Vale ressaltar uma última característica, levantada pelo referido autor e pela
']f cnnuua,
t76 idem.
Methim Namem. op. cit., p.27-28.
r62
determinado bem ao trustee pelo instituidor para que ele o administre, pratique atos
desse negócio, pois podem visar a fim econômico diverso. Nesse sentido, o
177
idem, p. 31
t63
de receber as receitas) não tem a propriedade deles, que permanece com aquele
dado momento, o agente fiduciário acaba por assimilar o domÍnio delas, em sua
titularidade para o agente estiver sendo dado como objeto de penhor em favor do(s)
desse agente.
do ÍrusÍ do direito anglo-saxão, teria de se fazer a cessão das receitas (ou dos
direitos de percepção dessas receitas) à pessoa do agente fiduciário, que assumiria
tll
ttt cnnlnua, Melhim Namem. op. cit., p. s9-60.
CAVALCANTI, José Roberto P. c. Fáveret. op. cit., p. 34.
t66
Caso ela ocorresse, as receitas seriam devolvidas ao anterior dono, face à resolução
que, no negócio fiduciário, quaisquer dívidas do fiduciário que surtam efeito sobre
seu patrimônio não alcançariam essas receitas, tendo em vista que, com o
fiduciariamente.
garantias até então citados, sob a forma de penhor ou de negócio fiduciário, tendo
como credor das garantias o(s) financiador(es) e como instituidor dessas garantias o
credor(es).
CAPíTULO VIt
CONCLUSÃO
pertença. Nesse sentido, as garantias a serem exigidas para a operação deverão ser
finance.
apurar-se até onde o projeto a ser implantado será capaz de gerar recursos
elas têm de propiciar o conforto de que precisa o financiador para, num eventua!
até o momento específico em que se trata das garantias, que o fluxo de caixa de um
projeto deve ser o centro de atenções do financiador para fins de constituição das
garantias. Porém, essa doutrina não se preocupa, naturalmente pelo foco de suas
garantias.
o
a
o t7l
a
a A!ém disso, vale recordar que esses mecanismos de garantias são os
o principais nessa estrutura de financiamento, porém não necessariamente os únicos.
a
o Detectados os riscos envolvidos num projeto a ser implantado, há garantias outras
o que não essas constituídas sobre a receita a ser gerada pelo projeto, mormente
a
o aquelas nomeadas de tradicionais ou corporativas, conhecidas no Direito pelos
o
O institutos da hipoteca, do penhor, da anticrese, da alienação fiduciária, do aval e da
a fiança.
o
o As referidas garantias principais da estrutura do project finance têm por
O
o objeto recebíveis, cujo conteúdo semântico abrange as receitas, os direitos de
a crédito, que deverão ser transferidos ao financiador para fins de garantir o
o
a pagamento da quantia objeto do financiamento, aí incluídos principal e acessórios.
o
o Os mecanismos mais comumente utilizados para constituir essas garantias são a
to reserva de meios de pagamento, a garantia-reserva de meios de pagamento, a
O caução de títulos de crédito, o penhor de direitos e a cessão de direitos, cujas
o características serão ressaltadas a seguir, sucintamente.
o
o 7.1 No mecanismo denominado reserva de meios de pagamento, encontra-
a
a se uma relação jurídica baseada na cessão de recursos financeiros pelo financiado
O ao financiador, de modo que esse último utilize os recursos cedidos para pagar os
o
I valores devidos nas datas de amortização aprazadas. Apesar de configurar-se uma
o
a cessão, não ocorre a novação subjetiva da figura do credor e nem sempre se realiza
o a notificação ao devedor dos recursos financeiros, haja vista prováve!
I
a impossibilidade para tanto, como é o caso de recursos decorrentes da cobrança de
ô
o pedágio em rodovia sob a sistema de concessão. Os contribuintes Íazem o
a pagamento da tarifa diretamente à concessionária e esta realiza o deposito dos
I
, recursos financeiros em conta corrente bancária previamente definida, à qual
a
o
to
t72
amortização.
ser recebida pelo cedente, que só é passada à mão do cessionário, no ato de sua
percepção pelo cedente. Esse último fica com a obrigação de cobrar a receita e,
garantia stricto sensu, mas sim a criação de mecanismo que contempla meio de
conta corrente para pagamento da dívida no seu vencimento e não por ter ocorrido
meios de pagamento, o risco dos recursos não terem sido depositados na referida
doutrina jurídica como bem movel, do tipo fungível. O financiador só pode apropriar-
ou a terceiro (nomeado por esse último para guarda e zelo), até que seja usado para
penhor.
objeto títulos nominativos da dívida pública da União, dos Estados e dos Municípios
t74
crédito. Apesar de todos esses títulos poderem ser apresentados pelo financiado
para fins de constituição desse tipo de garantia, parece que as receitas decorrentes
lei criou direitos expressos a serem exercidos por sua pessoa em relação aos títulos,
elencados no artigo 792 do Código Civil vigente e no artigo 1.459 do novo Código
título. Parece natural que assim seja, ao se considerar que o credor da caução fica
sob a condição de depositário dos títulos de crédito, devendo agir de forma a manter
os direitos do garantidor.
caução), respondem esses dois frente ao credor da caução pelos danos que forem
causados a esse último. Essa linha de argumentação Íaz sentido para fins de
preservação do valor da garantia, que pode ter seu valor diminuído, se o pagamento
a condição de depositário dos referidos títulos - eis que aí se tem uma garantia real
em seu vencimento, fica sob a condição de depositário desses valores, haja vista a
todo o dinheiro, ao prestador da garantia, que tiver em seu nome recebido. Essa
situação pode gerar uma economia para o financiador, tendo em vista que dispensa
garantia de financiamento, cujo objeto contemple receita gerada pelo p§eto a ser
financiado. Trata-se, na verdade, de penhor de direitos de crédito de titularidade do
contrato de concessão.
contrário do novo Codigo Civil que o regulamenta nos artigos 1.451 a 1.457.
defende a possibilidade de direitos serem objeto de penhor, uma vez que são
ser transferidos ao credor pignoratício, o que se dá pela redução a termo escrito das
caso), aliada à notificação ao devedor dos direitos empenhados para que pague ao
credor pignoratício, bem como pela entrega, ao credor pignoratício, dos documentos
devendo zelar pela sua guarda. Nesse sentido, sua atuação é semelhante àquela
direitos empenhados para que pague(m) ao credor pignoratício, eis que esse último
devedor pignoratício, podem vir a ser demandados a pagar novamente, eis que o
empenhado seja feito ao devedor pignoratício, esse pagamento, uma vez realizado,
referida autorização.
artigos 1.065 a1.078 do Código Civil vigente e artigos 286 a298 do novo Código
Civil.
dinheiro, desde o início da relação jurídica que institui o mecanismo; nesses últimos
direitos cedidos, devendo ser notificado ao devedor desses direitos para que
somente pague ao novo credor, notificação essa cuja forma de ser realizada fica ao
alvedrio do credor.
Para que essa cessão funcione como mecanismo de garantia, o ideal é que
no qual os recursos originados do direito cedido servem como meio para extinção da
obrigação.
fica com a titularidade dos direitos cedidos, exercendo os direitos inerentes a sua
pessoa do fiduciante.
fiduciária, pode vir a perder o domínio que sobre eles exerce, se a obrigação a que
recebíveis, que têm sido utilizados nas operações de financiamento sob a estrutura
Direito. Possuem sutis variações que lhes imprimem um quê de novidade, via adição
financiado(es).
centrado no objeto das principais garantias, qual seja, a receita a ser gerada pelo
importante frisar, mais uma vez, que essas garantias podem e devem vir
acompanhadas de outras, face à limitação que cada uma delas possui quanto à
reais e pessoais, com cláusulas que atribuam obrigações diversas aos garantidores,
receitas não poderiam ser utilizadas para pagar outras dívidas do financiado que não
fundados em relações de garantia pignoratícia -, o que faz com que essas receitas
estarão inseridas na massa falida desse financiador, até que o financiado torne-se
completamente ad implente.
receitas em patrimônio que não possa ser alcançado por créditos em que o
financiador figure como devedor. Vale dizer, esse patrimônio seria única e
O
possibilidade de segregação, afetação, do patrimônio permitiria a existência de um
o
a instituto semelhante ao Írusf do direito anglo-saxão.
a
o Percebe-se, do exame de várias disposições contratuais em operações de
o financiamento, que a vontade das partes é de materializar essa segregação. Porém,
o
o crê-se difícil Íazer essas manifestações de vontade serem reconhecidas por terceiros
a
i que não participantes dessas relações jurídicas, principalmente aqueles créditos
a privilegiados decorrentes de relações jurídicas de natureza trabalhista e tributária.
e
o Face ao sistema da Iegalidade adotado no direito brasileiro, seria necessária a
o
o previsão legal dos efeitos erqa omnes de avenças que contemplassem essa
a afetação.
o
o
a
I
a
o
o
ô
o
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o
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o
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)
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o
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O
a
t
\
I ANEXO í
o MODELO DE CLAUSULAS DE GARANTIAS EM CONTRATO DE OPERAçÕES
o SOB ESTRUTURA DE CORPORATE FINANCE
o
o
, GARANTIAS REAIS
a
o GARANTIA DA OPERACÃO: PaTa assegurar o pagamento de quaisquer
a
t obrigações decorrentes deste Contrato, como o principal da dívida, juros, comissão,
pena convencional, multas e despesas, a dá
a ...(GARANTIDORA)... ao
o ...(cREDOR)...:
o
o I - em ......... hipoteca, neste ato constituída, o ...... de sua
a que assim se descreve e caracteriza'.
propriedade, situado
o
o
o A - Terreno(s): Com área de com as seguintes confrontações e
a medidas: , imóvel esse objeto da matrícula ho ........, efetuada no
o Livro no 2 do ....... da Comarca de Estado de .............., adquirido
O
o por meio da escritura de lavrada às fls..... do Livro no ......, do
o da Comarca de............., Estado de em .... de
o de ......, devidamente registrada sob o no na matrícula
o supra-referida, avaliado em R$ .........(........), em .... de ........... de .....
a
o
o B - Edificações: No(s) terreno(s) acima descrito(s) foi(foram) erguida(s) a(s)
a seguinte(s) construção(ões): (descrever com as respectivas áreas e
o avaliêçae§)
o
o
o C - Máquinas e Equipamentos: Na unidade industrial descrita encontram-se
reais).
GARANTIAS PESSOAIS
CONSIDERANDO:
(b) A Cedente neste ato concorda que qualquer Contrato ........ substitutivo
que a mesma venha a contratar ou se beneficiar na data deste instrumento ou apos
a mesma, deverá ser imediatamente cedido aos Credores, conforme aqui previsto.
Para tanto, a Cedente deverá imediatamente após a contratação ou aquisição de
qualquer direito adicional ou substituto, assinar e entregar ao Agente Fiduciário, em
benefício dos Credores, um suplemento à presente Cessão, relativamente ao
Contrato substituto, devendo observar o disposto na Cláusula 5(b) no que se referir a
tal Contrato, ou deverá o referido Contrato prever o pagamento somente aos
Credores, conforme o caso. Os Credores neste ato nomeiam e constituem o Agente
Fiduciário seu mandatário com poderes para representá-los, assinar e celebrar
qualquer aditivo ao presente instrumento conforme previsto nesta alínea (b), e nas
disposições do presente Contrato, considerando que o Agente Fiduciário atuará de
194
(a) praticar, Íazer com que seja praticado ou permitir a prática de todo e
qualquer ato, e assinar, mediante solicitação do Agente Fiduciário por escrito, todo e
qualquer documento ou instrumento que venha de tempos em tempos ser
necessário, a fim de proteger ou preservar os direitos do Agente Fiduciário e dos
Credores, com relação aos Contratos........ e qualquer Pedido de lndenização em
Potencia!, e para o fim de dar cumprimento aos direitos assegurados ao Agente
Fiduciário e aos Credores pela presente Cessão, ou a ela relacionados, incluindo,
sem limitação, o emprego de seus melhores esforços para tazer com que cada
devedor pague a quantia de qualquer Direito ou Pedido de lndenização ao Agente
Fiduciário para aplicação nos termos do Contrato de Termos Comuns;
instrumento, ou aos quais possam ter direito, a qualquer tempo, conforme aqui
previsto.
seguir. Notificação prévia em relação a tal cessão deverá ser dada à Cedente sobre
tal cessão, ê, qualquer cessão anterior à Data da Conclusão do Projeto estará
condicionada ao prévio consentimento da Cedente. Em qualquer caso, a presente
Cessão continuará a garantir o integral e pontual pagamento das Obrigações
Garantidas. Qualquer cessão do presente Contrato pelo Agente Fiduciário deverá
ser realizada de acordo com os termos estabelecidos nos demais Documentos da
Operação e instruções fornecidas por escrito pelos Credores.
10. A Cedente pelo presente, autoriza as partes dos Contratos ......... e dos
Contratos de Seguro e cada parte de qualquer apolice ou contrato de seguro que dê
origem a qualquer Pedido de lndenização em Potencial a cumprirem todas as
obrigações previstas nos referidos contratos em benefício do Agente Fiduciário e dos
Credores. A Cedente expressamente concorda, em benefício da parte de um
determinado Contrato ou de qualquer outra apólice ou contrato de seguro, que tal
parte será autonzada a promover qualquer ação nos termos do Contrato de Seguro
com relação à correspondente Pedido de lndenização em Potencial em nome da
Cedente.
r99
19. Cada parte neste ato elege, de forma não exclusiva, o Foro da Cidade
de
E, por es'tarem a§m justas e onffiadas, as partes finnam o prmente na data indicada
DATA E ASSINATURAS
202
IData]
A: IDEVEDOR ou Companhia de Seguros]
IEndereço]
Prezados Senhores:
Cedente:
Agente Fiduciário
Por:
Nome:
todo ou em parte; e (e) um ato ilícito cometido por qualquer parte segurada não
deverá causar prejuízo ao direito a indenização de qualquer outra parte segurada ou
beneficiário que possua um interesse segurado e que não tenha cometido referido
ato ilícito.
De acordo:
IDEVEDOR ou SEGURADORAI
Por:
Nome:
Título:
ANEXO 3
(QUALTFTCAÇÃO DA GARANTTDORA)
(QUALTFTCAÇÃO DO BANCO TNTERVENTENTE)
têm, entre si, justo e acordado o que se contém nas cláusulas seguintes
PRIMEIRA
SEGUNDA
TERCEIRA
QUARTA
QUINTA
SEXTA
sÉnma
A transferência prevista nesta Cláusula será efetuada até que o saldo na CONTA
RESERVA corresponda a:
OITAVA
NONA
O total mensal das despesas com a operação e manutenção fica limitado ao valor de
R$ ...........
oÉcrma
oÉcrue pRrntterR.r
oÉclntln SEGUNDA
DÉCIMA TERCEIRA
Deverá constar da apolice cláusula especial de acordo com o seguinte modelo: "Fica
entendido e concordado que a presente apólice não poderá ser cancelada, ou sofrer
qualquer alteração sem a prévia e expressa anuência dos ...(CREDORES)...."
oÉcrun euRRra
oÉcttun eurNTA
ll) não distribuir dividendos e/ou pagamento de juros sobre capital até a
completa realização do projeto financiado;
lll) não alienar nem onerar bens operacionais a terceiros, com exceção de
veículos de pequeno porte;
212
lV) manter uma relação mínima entre o Patrimônio Líquido e o passivo total de
xxxxTo (........ por cento), excluindo para efeito do cálculo, o valor lançado como ônus
fixo constante do passivo total;
oÉcrue sExrA
oÉcrue sÉnua
oÉcrmn ornve
DATA E ASSINATURAS
ANEXO 4
têm, entre si, justo e acordado o que se contém nas cláusulas seguintes:
PRIMEIRA
SEGUNDA
TERCEIRA
QUARTA
A transferência prevista nesta Cláusula será efetuada até que o saldo na CONTA
RESERVA corresponda a:
QUINTA
SEXTA
O total mensal das despesas com a operação e manutenção fica limitado ao valor de
R$ ...........
sÉnua
OITAVA
NONA
Deverá constar da apólice c!áusula especial de acordo com o seguinte modelo: "Fica
entendido e concordado que a presente apólice não poderá ser cancelada, ou sofrer
qualquer alteração sem a prévia e expressa anuência dos ...(CREDORES)...."
oÉcrun
oÉClua PRIMETRA
ll) não distribuir dividendos e/ou pagamento de juros sobre capital até a
completa realização do projeto financiado;
Ill) não alienar nem onerar bens operacionais a terceiros, com exceção de
veículos de pequeno porte;
lV) manter uma relação mínima entre o Patrimônio Líquido e o passivo total de
xxx (......... por cento), excluindo para efeito do cálculo, o valor lançado como ônus
fixo constante do passivo total;
oÉcrua SEGUNDA
DÉCIMA TERCEIRA
oÉcrue euRRrR
DATA E ASSINATURAS
ANEXO 5
Ônus instituído nos termos da presente Caução, se, dentro de xxxxx dias apos
notificação do Agente Fiduciário, a Garantidora deixar de assim proceder.
16. (a) Cada uma das partes neste ato elege de forma não exclusiva o Foro
da Cidade para dirimir todas e quaisquer disputas oriundas da presente
Caução. Julgamentos finais contra a referida parte em qualquer ação, demanda ou
processo, devem ser conclusivos e podem ser executados em qualquer outra
jurisdição sem revisão suplementar de seus méritos, uma cópia autenticada do
mesmo deverá ser prova conclusiva do julgamento, ou qualquer outra maneira
prevista em lei.
DATA E ASSINATURAS
ANEXO 6
CONSIDERANDO:
GAPíTULO r - DEFTNTçOES
ou com qualquer rescisão dos mesmos, sem o consentimento prévio por escrito de
cada um dos Credores.
Cláusula 2.4 Preenchimento das Contas do Proieto. (a) Dentro dos xxxxxx
dias úteis anteriores a Data de Transferência Mensal e, no caso do Primeiro
Desembolso, eom no mínimo xxxxxx dias úteis de antecedência da Data do Primeiro
Desembolso requerido nas Solicitações de Desembolso para o Primeiro Desembolso
a Devedora entregará ao Agente Fiduciário, aos Credores e ao Auditor dos
Credores, as instru@es para transÍerência dos fundos a serem seguidas pelo
Agente Fiduciário, após a devida aprovação pelos Credores e em cada Data de
Transferência Mensal ou na Data do Primeiro Desembolso, conforme aplicável, ou
nas datas subsequentes a tal Data Mensal de Transferência como o Devedor
estipular de acordo com as instruções previstas no presente (sendo que tais
instruções deverão em qualquer caso estar de acordo com esta Cláusula 2.4) e,
contanto que não ocorra nenhum Evento de Inadimplemento, o Agente Fiduciário
transferirá todos os valores depositados na Conta de Receita para as outras Contas
do Projeto que serão mantidas de acordo com as disposições abaixo ou de acordo
com o presente Contrato, sendo que em nenhuma hipótese poderá qualquer parte
da Receita Extraordinária, ou qualquer montante de indenização de seguro a ser
utilizado para reparar ou substituir qualquer ativo do Projeto, ser aplicada de forma
diversa daquela estipulada nos parágrafos abaixo:
23s
obtidos com os mesmos, (iv) o saldo existente em cada uma das Contas do Projeto e
(v) as Liberações Permitidas efetuadas durante o período correspondente.
(iii) por último, ao pagamento do que sobejar (se houver) à Devedora, a menos
que instruído de outra forma por ordem judicial de qualquer tribunal competente.
Cláusula 3.1 Nomeação. (a) Observada a Cláusula 3.7, abaixo, cada um dos
Credores neste ato, em caráter irrevogáve! e irretratável, nomeia e constitui o Agente
Fiduciário, e o Agente Fiduciário neste ato aceita, atuar na qualidade de mandatário
dos Credores a fim de manter, administrar e executar a Garantia, objeto de cada
Documento de Financiamento. Cada um dos Credores neste ato autoriza o Agente
Fiduciário a praticar quaisquer atos em seu nome, de acordo com as disposições
que regem a aludida Garantia bem como o presente Contrato e quaisquer outros
Documentos do Financiamento, bem como a exercer os direitos e poderes previstos
nos aludidos documentos que sejam expressamente outorgados ao Agente Fiduciário.
(b) Cada um dos Credores, assim que possível, deverá notificar o Agente
Fiduciário após ter ciência da ocorrência de um Evento de lnadimplemento ou
Evento de lnadimplemento em Potencial.
em Nova York, Nova York e em São Paulo, Brasil. Quando da aceitação de qualquer
nomeação como Agente Fiduciário nos termos do presente instrumento, por um
Agente Fiduciário sucessor, este sucederá e será investido de todos os direitos,
poderes, privilégios e deveres do Agente Fiduciário que estiver se retirando, e o
Agente Fiduciário que estiver se retirando ficará exonerado de seus deveres e
obrigações previstos nopresente instrumento. Apos qualquer renúncia ou
destituição de qualquer Agente Fiduciário que estiver se retirando nos termos do
presente instrumento, as disposições deste Capítulo lll permanecerão em vigor em
benefício do mesmo, no que toca a qualquer ação ou omissão do mesmo durante
sua atuação na qualidade de Agente Fiduciário de acordo com este Contrato.
Cláusula 5.6 Foro. (a) As partes neste ato elegem de forma não exclusiva o
Foro da Cidade de ........
(a) Nenhuma disposição deste Contrato deverá afetar o direito de qualquer credor
de iniciar procedimentos legais ou de processar o Agente Fiduciário no Brasil ou
248
(b) A não insistência, por qualquer dos Credores ou pelo Agente Fiduciário,
no cumprimento de quaisquer dos termos, condições e disposições do presente
instrumento não deveÉ ter efeitos de renúncia a seus direitos em deconência de
qualquer inadimplemento, ou de aceitação de qualquer alteração ou ainda, servir de
escusa em mso de não cumprimento em instantes presentes ou futuros.
assinatura deste, conforme estabelecido nos artigos 129 e 130 da Lei n' 6.015 de 31
de dezembro de 1973.
DATA E ASSINATURAS
REFERÊNCNS BIBLIOGRAFICAS
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instrumenÍs. Washington D. C., World Bank Technical Paper, n.312,1995.
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5. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1955, p. 161 -164, 265 e 286-
287, v. Vlll
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1993, v.4.
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1999.
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Euromoney,2000.
PEREIRA. Caio Mário da Silva. lnstituições de Direito Civil. 3. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 1993, v. lll.
PINHEIRO, Francisco Cesar Pinheiro; LOUREIRO FILHO, Lair da Silva. Codigo Civil
BrasileÍro lnterpretado pelos Tribunais. São Paulo: Oliveira Mendes, 1998. p. 528-
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254
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comerciat. 17. ed., São Paulo: Saraiva, 1988,
20 v.
RIZZARDO, Arnaldo. Contratos de Crédito Bancário.2. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1994.
ROWE, Michael. Trade and Project Finance in Emerging Markets. Great Britain:
Euromoney, 1997.
STANDARD & POOR'S. í999 lnftastructure Finance: Project Finance, Utilities and
Concessions. v.2, Oct. 1999.