Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AGRADECIMENTOS .........................................................................................................I
RESUMO............................................................................................................................. II
ABSTRACT ....................................................................................................................... III
LISTA DE ABREVIATURAS..........................................................................................IV
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................... V
LISTA DE QUADROS......................................................................................................VI
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................7
1. A HISTORIO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA........................10
2. ENQUADRAMENTO TEORICO E NORMATIVO.............................................14
2.1. Conceito de fluxos de caixa.........................................................................................14
2.2. Os objectivos da demonstração do fluxo de caixa...............................................19
2.3. A demonstração de fluxo de caixa no normativo contabilístico internacional....20
2.4. A demonstração de fluxo de caixa no novo Normativo Contabilístico
Nacional...........................................................................................................................22
2.5. A demonstração do fluxo em Cabo Verde antes de 2009....................................23
3. METODOLOGIA NA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO
DE CAIXA .........................................................................................................................24
3.1. Aspectos conceptuais...........................................................................................24
3.2. Método directo.....................................................................................................33
3.3. Método Indirecto .................................................................................................35
3.4. O recurso a software na sua elaboração...............................................................38
3.5. Vantagens e inconvenientes na informação financeira produzida no regime da
caixa 39
3.6. O paradigma da utilidade da demonstração de Fluxo de Caixa ..........................41
4- CASO PRATICO.......................................................................................................43
4.1. A empresa ............................................................................................................43
4.2. O mapa de fluxo de caixa nos documentos de relato financeiro .........................44
4.3. Aspectos específicos e apreciação dos valores apurados ....................................49
CONCLUSÕES..................................................................................................................50
BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................................52
0
AGRADECIMENTOS
De forma particular quero agradecer ao meu orientador Dr. Adelino Fonseca pela
paciência, a forma como soube orientar-me na elaboração do trabalho, pelas palavras
de incentivo e pela atenção.
De igual modo agradeço a toda a minha família, em especial aos meus pais e aos meus
irmãos
Os meus agradecimentos vão ainda para todos os meus colegas e amigos que fiz
durante o período curricular, pois sem eles garantidamente a tarefa teria sido mais
difícil.
1
RESUMO
2
ABSTRACT
In the global context, along with the virtue of the economic complexity, from the
expansion and the competition of the markets, there is an essential increase of the
companies looking forward for instruments that will assist them in planning and
control the resources so that these would be used in the most adequate way, in a way to
guaranty company’s activity and to accomplish the objectives intended by the
company. Company’s success requires more and more the use of appropriated financial
practice. The reality demonstrates managers eager for relevant information that will
support his/her process of decision. So therefore the work entitled “The Importance of
Cash Flow” and its paradigm of utility was elaborated according to the bibliographic
and exploratory research about the topic in question, having as support articles, books
and dissertations. Its main objective is to emphasize the importance of the Cash Flow
Statement as an instrument for the managers to obtain efficiency in the financial
management of its corporation. For that, we start with an historical review of the
statement in study. Secondly we make a theoretical approach where we reflect on the
Cash Flow, its objectives, its national and international official standards and the
statement of Cash Flows in Cape Verdean market before 2009. After that, there is the
methodology of the design of the statement, where we refer to the conceptual aspects,
the direct and indirect methods of design, the advantages and disadvantages without
letting out the paradigm of utility of the statement. Finally, we present a practical case
illustrating in numbers the whole thing that was presented theoretically.
Key-words: Cash Flow Statement, Financial Statement, Information Usefulness.
3
LISTA DE ABREVIATURAS
4
LISTA DE FIGURAS
5
LISTA DE QUADROS
Pag:
6
INTRODUÇÃO
Contextualização
Cabo verde é um pequeno país insular, situado no Oceano Atlântico, a
aproximadamente 500 km da costa ocidental da África, em frente ao Senegal e
aproximadamente a 2.890km de Portugal.
Tem particularidade própria dos pequenos Estados, o que não pode ser ignorado na
análise da sua estrutura política, social e, principalmente, económica, pois por ser um
país pequeno, a sua economia é aberta e com forte dependência do comércio e da ajuda
externa, assim como das remessas dos emigrantes. A economia do país, em virtude do
clima desértico em todo o território, ressente-se de uma carência generalizada dos
recursos naturais.
Deste modo a economia Cabo-verdiana enfrenta alguns problemas e restrições que
colocam algumas dificuldades para o seu desenvolvimento tais como falta de recursos
naturais, forte pressão da população sobre esses recursos, reduzida dimensão territorial,
insularidade, descontinuidade territorial, escassez de recursos hídricos, secas
prolongadas, forte crescimento demográfico.
A política económica que vem sendo adoptada pelos governos de Cabo Verde é
marcada principalmente pelas profundas mudanças na estrutura do funcionamento da
economia Cabo-verdiana, por causa da liberalização e privatização de importantes
ramos da actividade económica, como também a emergência de novos protagonistas.
Do ponto de vista económico o País insere-se no mundo globalizado, ou seja, numa
unidade sistémica com relações de interdependência e de maior equilíbrio nas relações
entre os estados onde existe liberdade de comércio entre as nações, liberdade de
circulação entre pessoas, bens, capitais, tecnologia, conhecimento, salvaguardando o
equilíbrio ecológico, os objectivos do desenvolvimento e bem-estar.
A paridade fixa do Escudo ao Euro e baixa taxa de inflação (aliada a sua fraca
flutuação) surgem como factores positivos nesta relação.
7
Com a globalização e o avanço das tecnologias de informação, o conhecimento tornou-
se um meio de auferir vantagem competitiva.
A contabilidade tem vindo a acompanhar a dinâmica do mundo dos negócios
ajustando-se às novas realidades.
A contabilidade, além da obrigatoriedade legal, enquanto instrumento de boa gestão e
protecção da integridade patrimoniais, é indispensável a qualquer organização,
contribuindo para a racionalidade e eficiência da entidade.
A utilidade da contabilidade em Cabo Verde não é vista da mesma forma por todos os
operadores, visto que existem entidades que apresentam a contabilidade quer mensal,
ou anual meramente por questões fiscais mas, por outro lado temos gestores, que se
preocupam com a “saúde “ das sua entidade procurando retirar da contabilidade toda a
informação possível, para uma boa gestão.
Dada a complexidade das relações económicas e as ligações entre as empresas, Cabo
Verde, como a maior parte dos Países nos diversos pontos do Globo, aderiu ao Sistema
de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro, inspirado e/ou adaptado das
normas emanadas pelo IASB.
E uma das novidades é a obrigatoriedade da apresentação, a quem de direito, de uma
demonstração do fluxo de caixa no processo de relato financeiro, fornecendo aos
gestores um mapa de informação financeira para uma melhor gestão contribuindo não
só para criação de valor para a entidade mas também para a sociedade.
O objectivo do trabalho
Com o trabalho pretendemos pôr em relevo a importância que a demonstração de fluxo
de caixa tem para quem quer analisar e conhecer uma organização e o seu negócio, e
bem assim a forma como os valores são gerados e aplicados.
A relevância desta deve ser vista em três dimensões (i) na segregação das operações
em função das actividades (ii) na informação relatada que cobre um período financeiro
e não apenas uma data como é o caso do balanço, e (iii) na divulgação de uma
informação sem influência de julgamentos, como é o caso da demonstração de
resultados ao incluir registos de amortizações, provisões e acréscimos.
8
A estrutura do trabalho
O tema é abordado em quatro capítulos: o primeiro reporta-se à história da
demonstração de fluxo de caixa; o segundo visa sistematizar os aspectos teóricos
necessários para o enquadramento e compreensão do mapa da demonstração de fluxo
de caixa; no terceiro capítulo refere-se a metodologia na elaboração da demonstração
de fluxo de caixa; no quarto capítulo faremos o estudo de um caso prático.
9
1. A HISTORIA DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
No século XIX e nas primeiras décadas do século XX, a óptica de caixa (“cash Basis”)
veio a ser substituída pela óptica do acréscimo (“accrual basis”) no apuramento do
resultado. O apuramento deste, para além do apuramento das vendas e dos consumos,
suscitava a necessidade de efectuar determinadas periodizações de gastos e
rendimentos.
O movimento de harmonização contabilística, que entretanto ocorreu, muito contribuiu
para a divulgação da perspectiva do acréscimo no cálculo do resultado de cada
exercício.
Além disso, deve-se salientar que, na referida perspectiva do resultado, o excedente de
caixa do exercício constitui uma grandeza real, mais objectiva e mais facilmente
identificável. Por isso, os gestores são naturalmente mais receptivos e mais sensíveis a
um “resultado” que esteja expresso como excedente líquido, em contraste com o
excedente económico que aparece diluído pelos elementos patrimoniais sem uma
identificação definida.
Por outro lado, os fluxos de caixa constituem grandezas relevantes nos processos de
análise do investimento e do financiamento, bem como na avaliação de empresas.
Até a II Grande Guerra, a Demonstração de fluxo de caixa não foi considerada
relevante para os gestores e analistas financeiros. Nas décadas posteriores, começou a
surgir num número crescente de relatórios anuais das empresas em que se notava falta
de uniformidade na terminologia, no âmbito e no formato.
A informação então divulgada cingia-se à comparação da situação financeira de um
balanço para outro, não se explicitando as divergências entre os resultados constantes
dos documentos de prestação de contas e os fundos disponíveis para a distribuição de
dividendos, pagamentos de dívidas e aquisição de activos fixos.
Considerando a ausência destas informações nas contas, o “American Institute of
Certified Public Accountants (AICPA)” publicou, em 1961, um estudo de pesquisa
contabilística intitulado “Analise dos Fluxos de Caixa e o Mapa de origens e
10
Aplicações de Fundos”, da autoria do “Accounting Principles Board (APB)”,
instituição igualmente norte americana.
A publicação não obrigatória deste mapa ganhou popularidade até 1971, ano em que o
APB publicou a opinião nº 19 em que considerava que um mapa financeiro devia ser
divulgado para preencher as lacunas entre o balanço, a demonstração de resultados e a
aplicação de resultados.
Nos anos oitenta, aumentou o interesse do mapa em causa, designadamente na
importância em divulgar os fluxos de caixa aos destinatários dos documentos de
prestação de contas face às suas expectativas.
A clareza e a utilidade desta informação, aliadas à comparabilidade dos documentos,
foram determinantes para que o “Financial Accounting Standard Board (FASB)”
elaborasse um memorando em que resumia a importância dos fluxos e da liquidez
financeira.
A referida falta de comparabilidade entre os documentos de prestação de contas de
várias entidades, acrescida do reconhecimento da importância das informações
referentes aos fluxos de caixa, levaram a FASB a aprovar, em 1987, a norma 95 –
“Demonstração dos Fluxos de Caixa” que revogou a citada opinião nº19.
A norma FASB nº 95 exige que uma empresa, para além de elaborar um conjunto de
documentos de prestação de contas em que divulgue não apenas a respectiva situação
financeira, mas também os resultados das suas operações, deve igualmente elaborar
uma demonstração de fluxo de caixa para cada período em que traduza, em unidades
monetárias, os resultados das operações. Esta exigência aplica-se a todas as empresas,
incluindo instituições financeiras e pequenas empresas.
O “International Accounting Standard Committee (IASC)”, (actualmente IASB-
International Accounting Standard Board), aprovou entretanto a Norma Internacional
de Contabilidade (NIC) nº 7, intitulada “Statement of Changes in Financial position”,
que foi revista e substituída em Outubro de 1992 pela Demonstração de Fluxo de
Caixa, passando a vigor a partir de 1 de Janeiro de 1994.
A nível dos Países da União Europeia, o interesse por esta demonstração vem
aumentando, havendo vários países membros que desenvolveram estudos nesse
sentido (Alemanha, Dinamarca, Holanda e Portugal).
11
No seguimento das respostas a um inquérito distribuído em meados de 1993, o Fórum
consultivo da contabilidade que era um organismo de consulta criado no âmbito da XV
Direcção Geral da União Europeia (U.E.) decidiu criar um grupo de trabalho com o
objectivo de preparar um documento, entretanto aprovado e eventualmente
recomendado pela União aos Países membros.
O documento de trabalho elaborado pelo grupo foi intitulado “CASH FLOW
STATEMENTS” e foi objecto de discussão pelos membros do Fórum nas reuniões
entretanto havidas. Contudo, não foi fácil obter consensos nesta matéria o que faz
repensar certas ópticas contabilísticas amplamente praticadas e divulgadas nos países
europeus.
Embora a Demonstração dos Fluxos de Caixa possa ser vista como o resultado do
processo evolutivo atrás descrito, representa uma mudança importante das anteriores
práticas de divulgação contabilística, baseadas em informações preparadas numa base
na contabilidade em regime de acréscimo e que constam dos documentos de prestação
de contas. A demonstração em causa evidencia as informações preparadas numa base
de caixa.
Por outro lado, a Demonstração de Fluxos de Caixa veio dar um passo importante na
divulgação objectiva do Mapa da demonstração de origem e aplicação de fundos como
um meio de reconciliar as alterações das rubricas do balanço de um momento para
outro.
Importa referir que as maiores dificuldades, ao nível das exigências da preparação e
divulgação, se concentram na classificação rigorosa das categorias de fluxo de caixa
operacionais, de investimento e de financiamento.
Em alguns países a filosofia adoptada para Demonstração de Fluxo de Caixa
acompanhou o modelo previsto nas NIC. Na verdade, as necessidades de informação
baseada na comparação de montantes insertos nas rubricas de dois balanços sucessivos
passaram a assentar nas variações de tesouraria e suas mutações (caixa e seus
equivalentes) entretanto havidas.
Assim, o relatório dos auditores externos sobre as contas anuais das entidades
abrangidas pelo Código do mercado de Valores Mobiliários, divulgado pela Câmara
dos Revisores Oficiais de Contas aos seus membros em Abril de 1993, tinha em vista o
12
parecer sobre as contas de 1992 e previa a enumeração de informações financeiras
suplementares, designadamente:
1
Que é uma adaptação da norma do IASB
13
2. ENQUADRAMENTO TEORICO E NORMATIVO
Importa dizer que no âmbito da demonstração de fluxo de caixa, a palavra caixa tem
um significado mais amplo do que aquele por que vulgarmente é conhecida.2
Com efeito, caixa compreende o numerário e os depósitos bancários facilmente
mobilizáveis. Por outro lado, é utilizado a expressão equivalentes de caixa que
compreende os outros depósitos bancários e os investimentos de curto prazo cuja
conversão em numerário possa efectuar-se sem grandes riscos de alteração de valor no
prazo máximo de três meses a contar da data da sua constituição ou aquisição.
São ainda de incluir como componentes negativos dos equivalentes a caixa os
descobertos bancários.
De um modo geral, a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) vem apresentar
informações sobre os fluxos das transacções e eventos que afectaram o caixa da
empresa ao longo de um determinado período, de forma organizada e estruturada por
actividades, permitindo uma melhor compreensão e articulação entre os diversos
componentes das demonstrações financeiras. Por desta demonstração é possível avaliar
2
Que segundo o Plano Oficial de Contabilidade (POC) inclui os meios de pagamento, tais como notas
de banco e moedas metálicas de curso legal, cheques e vales postais, nacionais ou estrangeiros
14
as alternativas de investimentos e as razões que provocaram as mudanças da situação
financeira da empresa.
Uma análise cuidada desta demonstração permite que a empresa tenha controlo sobre
as entradas e as saídas de dinheiro, possibilitando, assim, que importantes decisões
sejam tomadas em momentos oportunos. Normalmente estas decisões têm por
objectivo maximização dos resultados pretendidos. Assim, a DFC é um importante
mapa para a análise e o planeamento financeiro.
Tradicionalmente, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício
são os demonstrativos mais utilizados para análise económica e financeira. A
informação prestada pelo balanço é de natureza estática3, tem significado na data a que
se reporta, dando a conhecer os recursos financeiros da empresa e sua estrutura de
financiamento. Por sua vez, a demonstração de resultados, que cobre a actividade
económica da empresa, permite conhecer o seu desempenho durante um determinado
período (se no período a empresa teve resultado positivo ou negativo) e o que contribui
para tal.
Estes quadros são produzidos em regime de acréscimo4. Dado que estes regime põe em
relevo a realidade económica das operações em detrimento da realidade financeira
(receitas e despesas) e monetária (recebimentos e pagamentos), A DFC vem preencher
uma lacuna informativa mostrando qual a variação dos meios monetários (caixa) no
período e o que a originou.
Frequentemente encontramos empresas que apresentam lucros, mas que na realidade
tem problemas de liquidez apresentando dificuldades financeiras e por outro lado
existem empresas que apresentam liquidez mas que no fundo registam prejuízos em
termos económicos.
3
Traduz a posição financeira da entidade numa determinada data.
4
De acordo com a Norma de Relato Financeiro Nº 1 “uma entidade deve preparar as suas DF´s (excepto
para a informação de fluxo de caixa) utilizando o regime de acréscimo. De acordo com a Estrutura
Conceptual do IASB, (e adoptada pelo Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro –
SNCRF). sob este regime os efeitos das operações e de outros acontecimentos são reconhecidos quando
elas ocorrem (e não quando o dinheiro ou o seu equivalente seja recebido ou pago) sendo registadas nos
livros contabilísticos e relatadas nas demonstrações financeiras dos períodos com os quais se relacionem.
15
O mapa de DFC juntamente com os demais demonstrativos, servem de suporte para
completar e consolidar o processo de análise da situação das entidades.
É de se admitir como resultado desta análise uma visão mais clara de como a empresa
está a operar na sua exploração, se as obrigações estão a ser pagas em tempo oportuno
pois o fluxo de caixa não tem só um poder informativo para os responsáveis da
tesouraria, mas também para os detentores do capital, pois poderá ser utilizado para
prever qual a melhor decisão a tomar para todos os interessados na informação
financeira da empresa. De acordo com a Estrutura Conceptual (EC) do IASB
(adoptado pelo nosso SNCRF) as seguintes entidades são consideradas como utentes
das DFs.:
(a) Os investidores preocupam-se com os riscos inerentes aos seus investimentos
e com a taxa de rendimento que os mesmos proporcionam. Assim sendo,
necessitam de informação que os ajude na decisão de investir/desinvestir. Os
accionistas estão, por seu lado, interessados na informação que lhes possibilite
avaliar da capacidade da empresa em pagar os seus dividendos e aumentar o
valor da sua participação financeira.
(b) Financiadores – eles estão interessados na informação que lhes possibilite
avaliar se os seus empréstimos e correspondentes juros serão pagos nas datas
de vencimento.
(c) Trabalhadores – a eles e aos seus grupos representativos (sindicatos,
associações profissionais) interessa-lhes não só informação acerca da
estabilidade e eficácia das organizações como também informação que lhes
permita avaliar a sua capacidade de fazer face às remunerações, pensões de
reforma, manutenção do emprego.
(d) Fornecedores – eles estão interessados na informação que lhes possibilite
verificar se as quantias devidas são pagas nas respectivas datas de vencimento,
bem como do potencial da empresa em termos da sua actividade futura.
(e) Clientes – a eles têm interesse em verificar que existem condições para a
continuidade da sua fonte de investimento.
16
(f) Administração Publica (AP) – para a AP as empresas são vistas em diferentes
perspectivas. São fonte de uma parte significativa das receitas do Orçamento,
são empregadores, são utentes do serviço público.
(g) Público em geral - reconhece-se a crescente importância social das empresas,
pelo impacto que tem na comunidade. Assume principalmente relevância a
prestação de informação das empresas cotadas em Bolsa.
17
- Actividades de investimento são a aquisição e alienação de activos a longo
prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa, e
- Actividades de financiamento são as actividades que têm como consequência
alterações na dimensão e composição do capital próprio e nos empréstimos
obtidos pela empresa.
Estes serão desenvolvidos no capítulo 3 do presente trabalho onde iremos falar das
metodologias utilizadas para a elaboração dos mapas de fluxo de caixa.
Variação de caixa e
Actividades equivalentes de caixa Actividades
(Influxos) (Exfluxos)
18
2.2. Os objectivos da demonstração do fluxo de caixa
Por meio de uma gestão de caixa adequada chegar-se-á a maiores lucros em função,
sobretudo, da diminuição das despesas financeiras.
Sendo este mapa um importante instrumento de gestão, possibilita que a empresa
conhecer o volume de capital necessário, para programar os compromissos futuros,
19
bem como sistematizar a locação de recursos para suprimento de caixa e/ou
investimentos.
A informação sobre fluxo de caixa é uma informação de natureza monetária e
financeira da empresa. É através do fluxo financeiro que as empresa planeiam e tomam
decisões importantes de investimentos, de financiamentos e de distribuição de recursos
importantes para a continuidade do empreendimento.
Evidentemente, todos os factos descritos acima, principalmente a decisão de
distribuição de recursos (dividendos, juros), dependem de outros eventos e políticas da
empresa. A existência pura e simples de caixa não determina a distribuição obrigatória
desses recursos e tão pouco a existência pura e simples de lucro não determina que a
empresa tenha que distribuí-los. O caso pratico é disto um bom exemplo.
Aliás, uma Demonstração de Fluxo de Caixa deve evidenciar e explicar o facto de que
disponibilidade de caixa não significa lucro, e lucro nem sempre significa
disponibilidade de caixa.
20
solvência) e sua capacidade para afectar as importâncias e prazos dos fluxos de
caixa a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e as oportunidades.
Uma das maiores preocupações não só dos gestores das entidades mas também dos
utentes da informação financeira é precisamente nos rácios de solvabilidade e de
liquidez pois nelas podemos ter uma visão clara sobre a situação monetária da
entidade.
A solvabilidade avalia a capacidade da entidade para fazer face aos seus
compromissos com terceiros obtendo indicações sobre o risco que os credores
correm em relação a decisões de concessão de crédito a empresa.
- São úteis para avaliar a capacidade da empresa produzir recursos de caixa e valores
equivalentes e habilitar os usuários a desenvolver modelos para avaliar e comparar
o valor presente e futuro de caixa de diferentes empresas;
- Possibilita o uso das informações históricas sobre o fluxo de caixa como indicador
da importância, época e certeza de futuros fluxos de caixa;
21
2.4. A demonstração de fluxo de caixa no novo Normativo Contabilístico Nacional
22
Os procedimentos para a elaboração do mapa de fluxos de caixa encontra-se vertidos
na Norma de Relato Financeiro – NRF - Nº2 do SNCRF.
Esta norma tem como objectivo prescrever as bases quanto a estrutura e conteúdo da
demonstração de fluxo de caixa, por forma a assegurar a comparabilidade quer com a
demonstração de fluxo de caixa, da entidade, apresentada no período anterior, quer
com a demonstração de fluxo de caixa de outras entidades.
23
3. METODOLOGIA NA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO
DE CAIXA
Actividades operacionais
A quantia de fluxos de caixa proveniente de Actividades Operacionais é um indicador
chave na medida em que as operações da entidade geraram fluxos de caixa suficientes
para pagar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar
dividendos e fazer novos investimentos, sem recurso a fontes externas de
financiamento. A informação acerca dos componentes específicos dos fluxos de caixa
operacionais históricos é útil, na previsão de futuros fluxos de caixa operacionais.
Os fluxos de caixa das actividades operacionais são principalmente derivados das
principais actividades geradoras de réditos da entidade5. Por isso, eles são geralmente
consequência das operações e outros acontecimentos que entram na determinação dos
resultados da entidade. Exemplos de fluxos de caixa de actividades operacionais são:
(a) Recebimentos de caixa provenientes da venda de bens e da prestação de
serviços;
(b) Recebimentos de caixa provenientes de royalties, honorários, comissões e
outros réditos;
(c) Pagamentos de caixa a fornecedores de bens e serviços;
(d) Pagamentos de caixa a e por conta de empregados;
5
Normalmente directamente relacionados com o objecto social da entidade
24
(e) Pagamentos ou recebimentos de caixa por restituições de impostos sobre
rendimento, a menos que estes se relacionem com as outras actividades; e
(f) Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos detidos com a finalidade de
negócio.
25
A actividade operacional é a parte vital de uma organização porque é através dela que
a organização vai conseguir desenvolver as outras actividades.
Se num dado momento uma entidade apresentar valores negativos na actividade
operacional isto quer dizer que ela não esta a conseguir cria valor logo não consegue
atingir os seus objectivos.
Em consequência de uma entidade não gerar valores na sua actividade operacional,
isto é, não possuir meios monetários para fazer face às suas obrigações, terá
dificuldades em desenvolver as restantes actividades. (Investimento e financiamento)
Assim, podemos dizer que no mínimo a entidade tem que ter uma actividade
operacional positiva para gerar resultados e para o seu bom funcionamento.
Actividades de Investimento
A divulgação separada dos fluxos de caixa provenientes das actividades de
investimento é importante porque os fluxos de caixa representam a extensão pela qual
os dispêndios foram feitos relativamente a recursos destinados a gerar rendimento e
fluxos de caixa futuros. São exemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades
de investimento:
(a) Pagamentos de caixa para aquisição de activos fixos tangíveis, intangíveis e
outros activos a longo prazo. Estes pagamentos incluem os relacionados com
custos de desenvolvimento capitalizados e activos fixos tangíveis auto-
construídos;
(b) recebimentos de caixa por alienação de activos fixos tangíveis, intangíveis e
outros activos a longo prazo;
(c) pagamentos de caixa para aquisição de instrumentos de capital próprio ou de
dívida de outras empresas e de interesses em empreendimentos conjuntos (que
não sejam pagamentos dos instrumentos considerados como sendo
equivalentes de caixa ou dos detidos para fins negociáveis ou
comercializáveis);
(d) recebimentos de caixa de vendas de instrumentos de capital próprio ou de
dívida de outras empresas e de interesses em empreendimentos conjuntos (que
26
não sejam recebimentos dos instrumentos considerados como equivalentes de
caixa e dos detidos para fins de negociação ou de comercialização);
(e) adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a outras partes (que não sejam
adiantamentos e empréstimos feitos por uma instituição financeira);
(f) recebimentos de caixa provenientes do reembolso de adiantamentos e de
empréstimos feitos a outras partes (que não sejam adiantamentos e
empréstimos de uma instituição financeira);
(g) Pagamentos de caixa para contratos de futuros, contratos de forwards,
contratos de opção e contratos de swap excepto quando os contratos sejam
mantidos para fins de negociação ou de comercialização, ou os pagamentos
sejam classificados como actividades de financiamento;
Os produtos financeiros acima mencionados não representam qualquer
emissão de divida (emissão de obrigação ou contratação de empréstimos) ou
de capitais próprios (emissão de acções), mas somente destinados a
salvaguardar a rendibilidade de determinadas operações financeiras ou a
proteger o risco de certos activos ou passivos, mais concretamente a cobertura
dos riscos cambial ou da taxa de juro das operações de financiamento
assumidas pela entidade.
(h) recebimentos de caixa de contratos de futuros, contratos forwards, contratos
de opção e contratos de swap, excepto quando os contratos sejam mantidos
para fins de negociação ou de comercialização, ou os recebimentos sejam
classificados como actividades de financiamento.
Quando um contrato for registado como cobertura de uma posição
identificável, os fluxos de caixa do contrato serão classificados da mesma
maneira que os fluxos de caixa da posição que esteja a ser cobertos.
Os fluxos de caixa provenientes das actividades investimento são relatados pelos seus
montantes brutos podendo, as seguintes situações ser relatados numa base líquida:
27
- Recebimentos e pagamentos por conta de clientes quando o fluxo de caixa
reflicta as actividades do clientes e não os da empresa, nomeadamente fundos
detidos para clientes por uma empresa de investimentos;
Podemos ainda dizer que as transacções de investimento que não exijam o uso de caixa
e equivalentes de caixa devem ser excluídos da demonstração de fluxo de caixa
devendo essas operações ser divulgadas noutra parte das demonstrações financeiras de
tal forma que proporcionam toda a informação relevante a cerca das actividades de
investimento.
Actividades de Financiamento
A divulgação separada de fluxos de caixa provenientes das actividades de
financiamento é útil na prevsão de reivindicações futuras de fluxos de caixa pelos
fornecedores de capitais à empresa.
As actividades de financiamentos são aquelas que resultam de alterações na extensão e
composição dos empréstimos obtidos e do capital próprio da empresa, permitindo
estimar as necessidades de meios de pagamento e de novas entradas de capital, bem
como proporcionar aos financiadores informação sobre a capacidade de reembolso.
Podemos observar que num quadro relativamente estabilizado das políticas de
investimento da empresa a sua capacidade de reembolso decorre, não das actividades
de financiamento, mas sim, da tesouraria de exploração. Isto é, a tesouraria de
exploração é afectada pelas vendas líquidas, pelas variações de crédito, pelos custos de
exploração totais e pelas variações de stocks, e do crédito obtido. A tesouraria de
exploração é influenciada pela rendibilidade da empresa.
São exemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades de financiamento:
28
(a) Proventos de caixa provenientes da emissão de acções ou de outros
instrumentos de capital próprio;
(b) Pagamentos de caixa a detentores para adquirir ou remir as acções da
empresa;
(c) entradas de caixa provindas da emissão de certificados de dívida,
empréstimos, livranças, obrigações, hipotecas e outros empréstimos obtidos
a curto ou longo prazo;
(c) Reembolsos de caixa de quantias de empréstimos obtidos; e
(d) Pagamentos de caixa por um locatário para a redução de uma dívida em
aberto relacionado com uma locação financeira.
29
- Elaboração de um mapa comparativo para todas as posições do balanço, de
forma a apurar as variações dos activos circulantes que não disponibilidades e
das dívidas a pagar;
III. Itens que constam dos resultados mas que não tiveram origem ou
efeitos nos movimentos financeiros;
IV. Itens que constam da demonstração de resultados mas, que pelo facto
de não serem considerados de carácter operacional deverão ser
reclassificados na demonstração de fluxo de caixa para actividades
de investimento e de financiamento;
- Análise de rubricas que não são activos circulantes ou dividas a pagar para
determinação das actividades de investimento e de financiamento;
30
O fluxo de caixa previsional é mais utilizado pela gerência das entidades no
planeamento operacional e estratégico na gestão da actividade financeira, voltada para
o futuro, sendo de uso interno da organização.
A DFC histórica pode ser preparada a partir das outras demonstrações já elaboradas e
divulgadas pela empresa, permitindo uma análise das causas de modificação do caixa
da entidade e um estudo do seu comportamento financeiro ao longo do tempo.
O fluxo de caixa projectado por sua vez antecipa situações futuras de caixa, antevendo
“pontos críticos” que poderão ser antecipadamente tratadas ou situações de excesso de
caixa que poderão traçar orientações melhor adequabilidade dos recursos.
A importância de um ou de outro é relativa e poderá ser maior ou menor dependendo
do momento e da sua utilização. A antevisão do futuro possibilita agilidade na
adaptação a situações novas, o conhecimento do passado e a sua comparação ao
planeado constitui em elemento para novas decisões.
Para a projecção de futuros fluxos de caixa é importante considerar as oscilações que
possam eventualmente ocorrer e, que irão implicar em ajustes de valores projectados,
logo existe a necessidade de ter um planeamento do fluxo de caixa mantendo assim a
flexibilidade desse mapa.
31
- São variações de activos circulantes (que não caixa ou equivalente de caixa) ou
de dividendos a pagar.
Podemos aqui citar um exemplo mais comum de rubricas que não afectam o fluxo de
caixa são as amortizações. Neste tipo de operação debita-se um gasto e credita-se
amortizações acumuladas, logo não afecta o caixa e por isso não deve ser incluída nas
actividades operacionais.
I. Balanços comparativos
As informações deste documento indicam o montante das variações
nas rubricas do activo, do passivo e do capital próprio do início para
o final do período.
32
II. Demonstração dos resultados
As informações deste documento ajudam a determinar o montante da
caixa originado ou a ser utilizado pelas operações durante o período
A NRF nº2 (já referido) permite a elaboração do mapa em dois métodos. O método
directo e o indirecto.
João Santos (2003) diz que o método directo é aquele em que são divulgados os
principais componentes dos recebimentos de caixa e pagamentos de caixa em termos
brutos, e que são obtidas:
- Directamente dos registos contabilísticos da empresa, mediante a adopção de
rubricas apropriadas; ou
- Pelo ajustamento das vendas, custos das vendas e outras rubricas de
demonstração dos resultados que respeitem a:
I. Variações ocorridas, durante o período contabilístico, nas existências e
nas dividas operacionais de e a terceiros;
II. Outras rubricais não relacionadas com caixa; e
III. Outras rubricas cujos efeitos de caixa respeitam a fluxos de caixa de
investimento ou de financiamento.
33
Quadro I – Modelo de Demonstração Fluxo Caixa – Método Directo
IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
Designação da entidade ________________________________________________________________
Outros Elementos ________________________________________________________________
Método Directo
34
3.3. Método Indirecto
De acordo com Luís Santos (2003) no livro Fluxos de Caixa, o método indirecto é
aquele em que o resultado Liquido é ajustado de modo a excluírem-se os efeitos de
transacções que não sejam dinheiro, acréscimos e diferimentos e relacionadas com
recebimentos e pagamentos passadas ou futuras e contas de gastos ou rendimentos
relacionadas com fluxos de caixa respeitantes as actividades de investimento ou de
financiamento.
Neste método, o fluxo líquido de caixa das actividades operacionais é calculado a
partir do resultado líquido do exercício ajustado pelos efeitos:
35
Quadro II – Modelo de Demonstração Fluxo Caixa Método Indirecto
I D E N TI F IC A Ç Ã O D A E N T I D AD E
D e s ig n a çã o d a e n tid a d e _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
O u t ro s E le m e n to s _______________ __________________ __________________ _____________
D E M O N S T R A Ç Ã O (i n d iv id u a l/ c o n s o lid a d a ) D E F L U X O S D E C A IX A
P e rio d o co m p re e n d id o e n tre _ _ _ _ d e _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ _ d e _ _ _ _ e _ __ _ _ d e _ _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ _ __ d e _ _ _ __ _
U N ID AD E M O N E T ÁR I A (1 )
P ER íO D O
R U B R IC A S N N -1
N ot a s V a lo re s V a lor e s
M é t o d o In d ire c to
F lu x o s d e c ai xa d a s a c ti vi d ad e s o p e ra c io n ai s
R e s ul ta d o lí qu ido do ex e rc í c io
A ju s t am e n to s :
D e pr ec i a ç õe s e a m or ti za ç õ e s
I m p ar id a d es (p e rd as / re v e rs õ e s )
J u s t o v al o r ( re d uç õ e s /a u m e n to s )
P ro v is õ e s ( au m e n to s /r e du ç õ e s )
D if er e nç a s d e c â m b i o nã o r ea l iz a da s ( g an h o s /p e rd as )
J u ro s e re n di m e n to s s i m il ar es o bt id o s
J u ro s e g as t o s s im ila re s s up o rt ad o s
A li en a ç ã o d e a c tiv os fix os ta n gí v e is ( ga n h o s /p er d as )
O u tro s g a s to s e re n di m e nt o s
A c tiv os b io ló g ic o s ( a um e n to / di m in u iç ã o )
I n v en tá r io s ( au m e n to /d i m in u iç ã o )
C o nt a s a re c e b er ( au m e n to s /d im in u iç õ e s )
G a s to s d if er id o s ( au m e n to s /d im in u iç õ e s )
C o nt a s a p a ga r (a u m e nt o s /d im i n ui ç õ es )
R e nd i m en t os d ife r id os (a u m e nt o s /d im i n ui ç õ es )
O u tro s a c t iv o s c o rr en t es (a u m e nt os / d im inu iç õe s )
O u tro s p a s s iv o s c or re n te s (a u m e n to s /d im in u iç õ e s )
F lu x o s d e c a ix a d a s a c tiv id a de s op e ra c io n a is (1 )
F lu x o s d e c ai xa d a s a c ti vi d ad e s d e in v e s tim e n to
P a g a m e n to s re s p e it a n t es a:
A c tiv os fi x os ta n g ív e is
A c tiv os in ta n g ív e is
I n v es t im e n to s f in a n c ei ro s
O u tro s a c t iv o s
R e ce b im e n to s p ro v en ie n te s d e :
A c tiv os fi x os ta n g ív e is
A c tiv os in ta n g ív e is
I n v es t im e n to s f in a n c ei ro s
O u tro s a c t iv o s
S u bs í d io s a o i nv e s ti m e n to
J u ro s e re n di m e n to s s i m il ar es
D iv ide n d o s
F l ux o s d e d a s A c ti vi d ad e s d e I nv e s ti m e n to (2 )
F lu x o s d e c ai xa d a s a c ti vi d ad e s d e fi n a n c ia m e n t o
R e ce b im e n to s p ro v en ie n te s d e :
F i na n c ia m e n to s o b tido s
R e al iz a ç õe s de c ap it a l e de ou tr o s in s t ru m e nt o s d e c a pi ta l p ró pr io
C o be rt u ra d e p re ju í zo s
D o aç õ e s
O u tra s o p e ra ç õ es d e fi na n c ia m e n to
P a g a m e n to s re s p e it a n t es a:
F i na n c ia m e n to s o b tido s
J u ro s e g as t o s s im ila re s
D iv ide n d o s
R e du ç õ e s d e c a p ita l e d e o u tro s i n s tru m e n to s d e c a p it a l p ró p ri o
O u tra s o p e ra ç õ es d e fi na n c ia m e n to
F lu x os d e c a ix a d a s a c ti v id ad e s d e f in a n c ia m e n to (3 )
V a ria ç ão de c a ix a e s e u s e q u iv a l en te s ( 1 + 2 + 3 )
E fe it o d as d i fe re nç a s d e c âm b i o
C a ix a e s e u s e q u iv a le n te s n o in íc io d o p e río d o
C a ix a e s e u s e q u iv a le n te s n o fi m d o p erí o d o
(1 ) — O e sc u d o , a d m it in d o -se , e m f u n çã o d a d im e n sã o e e xig ê n cia s d e re la t o , a p o ss ib ilid a d e d e e xp re s sã o d a s q u a n tia s e m m ilh a r e s d e e sc u d o s
36
A elaboração por qualquer destes métodos apresenta vantagens e inconvenientes.
As vantagens de divulgar pelo método directo são, entre outras, as que a seguir se
apresentam:
- Mostra o montante total dos influxos e dos exfluxos de caixa originados pelas
actividades operacionais, em consequencial, a demonstração dos fluxos de caixa
evidencia todos os actuais influxos e exfluxos gerados e aplicados pela empresa e,
por conseguinte acaba por ser mais consistente com o objectivo da demonstração;
e,
37
deve relatar a actividade operacional utilizando apenas um dos dois métodos atrás
citados.
A elaboração do mapa de fluxos de caixa pelo método directo, pode resultar trabalhosa
e de alguma dificuldade quando feita apenas com a comparação de balanços
sucessivos e a demonstração de resultados.
Os softwares de gestão (nomeadamente da contabilidade) podem ser de extrema
importância para a preparação deste quadro. Para ta, a se torne necessário a criação de
uma tabela e a configuração do sistema para que, sempre que se faça um registo com
impacto a nível monetário, este montante seja automaticamente reclassifica para uma
determinada rubrica do mapa.
38
3.5. Vantagens e inconvenientes na informação financeira produzida no regime
da caixa
6
DOAR é uma demonstração que mostra as fontes de recursos (fundos) e sua aplicação dentro da
entidade.
39
- Para uma entidade sobreviver e essencial rigor na administração do dinheiro. A
demonstração de fluxo de caixa mostra a capacidade de uma entidade gerar
fluxo monetário, bem como a qualidade dos seus resultados.
Os accionistas, potenciais investidores, credores e outros utentes da informação
contabilística estão preocupados com a capacidade da empresa em fazer face as
suas obrigações quanto às datas dos vencimentos;
40
3.6. O paradigma da utilidade da demonstração de Fluxo de Caixa
7
Contabilidade numa base de caixa onde o redito é registado apenas quando o dinheiro é recebido, as
despesas e os gastos são registados apenas quando o dinheiro é pago.
Reditos - significam a mensuração das alterações favoráveis nos recursos das entidades, decorrentes das suas
actividades operacionais.
Ganhos - significam a mensuração das alterações favoráveis nos recursos da entidade, não decorrentes do
processo reditual.
Custos - dividem-se em extintos ou não extintos; os extintos quando beneficiam o processo reditual, são
considerados gastos.
41
O mapa em questão vem nos mostrar que a situação financeira da entidade não
depende somente dos resultados líquidos, das reintegrações e das amortizações,
podendo reafirmar que o facto de a entidade apresentar resultados líquidos positivos
(ou negativos) não sustenta uma situação suficiente (insuficiente) em termos de
tesouraria. Isto é, a informação de fluxo de caixa reveste-se de grande utilidade, dado
não existir a total correlação entre os resultados apurados e os meios monetários
disponíveis.
Em muitos casos podem questionar sobre a importância da DFC uma vez que existe a
Demonstração de Resultado Liquido e os Balanços, a propósito dessas dúvidas geradas
em torno desse mapa alguns autores referem que “o fluxo de caixa é frequentemente
utilizado para colmatar as insuficiências da noção do lucro”.
Normalmente aparecem nas empresas problemas que se prendem com a viabilização
dos negócios, perspectivando o lucro, mas no que mais se tem observado é que os
resultados líquidos avultados não representam garantia de que existe dinheiro para
solver os compromissos operacionais e de financiamento do investimento. Para tal
basta não cobrar dos clientes.
São essas preocupações que dão utilidade às DFC.
Para nós, a análise dos fluxos de caixa surge como um instrumento essencial ao
controlo permanente da gestão das empresas e da informação económico-financeiro.
Tendo em conta o mercado globalizado, cada vez mais competitivo e exigente, em que
o conhecimento e a informação têm grande importância, os gestores utilizam as
informações contidas nas DFC ajudar a um melhor conhecimento das variações
ocorridas na estrutura financeira e monetárias das entidades.
A capacidade de geração de fluxo de caixa confere a entidade vantagens competitivas,
sobre as que não a tem. Também a sua divulgação por segmentos de negocio e/ou
geográficos permite dar a conhecer os segmentos com maior (menor) capacidade de
geração de valores monetários, informação relevante na definição de estratégias da
própria entidade.
42
4- CASO PRATICO
No âmbito deste trabalho era nosso propósito fazer o estudo de um caso analisando os
dados reais de uma empresa do mercado cabo-verdiano.
Para podermos aferir, na prática, a utilidade reconhecida (ou não) desta demonstração
no mercado cabo-verdiano entrevistamos diversas entidades ligadas a área
contabilística e financeira (empresarial, profissional e académico). Ficamos deveras
surpresos ao constatar que de todas as empresas inqueridas nenhuma tem por habito
produzir este documento e, pior, muitas só vão elabora-la por passar a ser uma
imposição normativa.
Muitos dos profissionais já ouviram falar mas não sabem como preparar o quadro. Foi
no meio académico, onde encontramos receptividade e conhecimento desta
demonstração e a sua utilidade. Naturalmente, acaba por ser mais no domínio
conceptual dado ao factor eminentemente académico
Este facto colidiu com os objectivos deste capítulo que certamente vai ser apresentado
numa dimensão diferente daquela inicialmente pretendida.
Para ilustrarmos este trabalho com um caso pratico tivemos de recorrer a dados de uma
empresa do mercado, mas devido a falta de autorização para publicação das
informações vai ser aqui genericamente designada por empresa XXX.
4.1. A empresa
43
4.2. O mapa de fluxo de caixa nos documentos de relato financeiro
44
Quadro no III – Balanços da Empresa XXX para ilustração prática
ACTIVO FIXO
ACRESCIMOS E DEFERIMENTOS 0 0 0 0
PASSIVO
- Provisões 0 310.001
- Dividas a Terceiros - MLP:
Financiamentos obtidos 0 0
- Dividas a Terceiros - C. Prazo:
Fornecedores 2.923.014 5.558.947
Adiantamente de Clientes 0 0
Financiamentos obtidos 4.100.000 3.100.000
Fornecedores imobilizados 0 0
Estado e outros entes Publicos:
Impostos sobre os rendimentos do exercico 0 0
Impostos sobre o valor acrescentados 0 0
Outros impostos 1.173.109 295.713
- Outros contas a pagar 44.782.900 44.787.858
ACRESCIMOS E DEFERIMENTOS 0 0
SITuação liquida
45
Quadro no IV – Demonstração de Resultados Empresa XXX
Empresa de Produção XXX
Balanços de 2007 e 2008
Demostração de Resultados Liquidos
ECV
EXERCICIO 2008
RENDIMENTOS E GASTOS
CMVMC 28.258.939
Fornecimentos Externos 4.002.543 32.261.482
46
Quadro no V – Demonstração dos fluxos de caixa Empresa XXX – Método Directo
Empresa de Produção XXX
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
Periodo compreendido entre 31 de Dezembro de 2007 à 31 de Dezembro de 2008
ECV
PERíODO
RUBRICAS 2008 20007
Notas Valores Valores
Método Directo
47
Quadro no VI – Demonstração dos fluxos de caixa Empresa XXX – Método Indirecto
Empresa de Produção XXX
Método Indirecto
48
4.3. Aspectos específicos e apreciação dos valores apurados
Conhecidas as DFC importa agora tecer alguns comentários quanto ao significado dos
dados ora apurados.
Assim, a variação de caixa e seus equivalentes no período foi negativo no montante de
3.055.891$00, ao passo que o resultado líquido para o mesmo período, foi positivo, no
montante de 2.107.000$00.
A empresa teve lucro, mas não gerou dinheiro no período.
A actividade operacional não gerou “caixa” como seria desejável, antes, foi, em si,
uma fonte de consumo de fluxos monetários.
A principal fonte de dinheiro para empresa (vendas/clientes) foi suficiente para pagar o
pessoal, os fornecedores mas não suficiente para fazer face a outros custos referentes a
actividade operacional.
Não houve aumento capital no qual poderia ser uma fonte de dinheiro no período.
Não realizaram investimento que poderia constituir uma expectativa quanto a inversão
do sentido dos resultados.
A empresa terá dificuldades na solvabilidade dos seus compromissos visto que no ano
N-1 conseguiu solver apenas 28%dos seus compromissos, valor este quem vem
diminuindo, visto que no ano N consegue solver apenas 24% dos seus compromissos.
Podemos concluir que de facto a apresentação da demonstração de fluxo de caixa pelo
método directo é mais benéfico para a entidade uma vez que da uma informação mais
detalhada e completa.
È este tipo de informação, quanto a nós indispensável à gestão, que o “nosso” gestores
ainda não estão sensibilizados, a julgar pelas respostas obtidas nas entrevistas.
49
CONCLUSÕES
50
Outro aspecto importante a concluir é que o fluxo de caixa torna mais conveniente a
administração e acompanhamento do dia-a-dia das actividades operacionais da
empresa.
É importante ressaltar ainda que os gestores devem estar atentos aos mecanismos que
utilizam no planeamento e acompanhamento do desempenho das entidades, a
apreciação e ajustes nos instrumentos utilizados.
51
BIBLIOGRAFIA
Livros:
BORGES, António; RODRIGUES Azevedo Contabilidade e Finanças para a Gestão.
4º Edição, Lisboa, Novembro 2008: Áreas Editora. ISBN 978-989-8058-36-2.
SANTOS, Luís Lima Fluxos de Caixa. 3º Edição, Porto, Fevereiro 2004: Vida
Económica. ISBN 972-788-093-2.
Sistema Normalização Contabilística – Projecto da comissão de Normalização
Contabilística. 2º Edição, Porto Dezembro de 2008: Porto Editora, Lda. ISBN 978-
972-0-01473-3.
52
Trabalhos académicos de investigação:
53