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MANUAL DE

APOIO

CURSO /UNIDADE: FORMADOR/A:


Noções de Contabilidade Bruno Santos

CÓDIGO DA UNIDADE: CARGA HORÁRIA:


7257 25H

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ÍNDICE

OBJETIVOS DO CURSO ..................................................................................................................3

Objetivos gerais.......................................................................................................................3

Objetivos Específicos..............................................................................................................3

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS ....................................................................................................4

LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................................5

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................................6

INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................7

1. CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO ..................................................................8

1.1. Empresa e o circuito económico ......................................................................................8

1.2. Contabilidade como elemento de gestão ..........................................................................9

1.3. Sistema de Normalização Contabilística........................................................................12

2. PRINCIPAIS CONCEITOS DE CONTABILIDADE ..........................................................................23

2.1. Património e os seus elementos constitutivos ................................................................23

2.2. Balanço...........................................................................................................................24

2.3. Demonstração de resultados...........................................................................................28

2.4. Noção de conta ...............................................................................................................29

2.5. Regras gerais de movimentação de contas .....................................................................32

3. CONTAS RELATIVAS AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ..............................36

CONCLUSÃO ..............................................................................................................................48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ................................................................................................49

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OBJETIVOS DO CURSO

OBJETIVOS GERAIS

O curso tem como objetivo fundamental dotar os formando dos conhecimentos que lhes
permitam entender a Contabilidade enquanto sistema de informação, instrumento para a
tomada de decisões a nível interno e externo.

No final do curso, os formando devem possuir um adequado suporte teórico e teórico-prático


que lhes possibilite o desenvolvimento de estudos posteriores nesta área do saber. Pretende-se
que os formandos desenvolvam as suas competências ao nível da preparação das
Demonstrações Financeiras, especialmente do Balanço e da Demonstrações dos Resultados
por Naturezas, e compreendam o processo de registo contabilístico das principais operações
da atividade empresarial.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Compreender a importância da contabilidade como sistema de informação de gestão;

Conhecer e aplicar o SNC;

Saber o processo de registo pelo método das partidas dobradas;

Conhecer o processo de registo contabilístico;

Demonstrações Financeiras, com destaque para o Balanço e Demonstração de Resultados por


Naturezas.

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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

1. Contabilidade como sistema de informação

1.1. Empresa e o circuito económico

1.2. Contabilidade como elemento de gestão

1.3. Sistema de Normalização Contabilística

2. Principais conceitos de contabilidade

2.1. Património e os seus elementos constitutivos

2.2. Balanço

2.3. Demonstração de Resultados

2.4. Noção de conta

2.5. Regras gerais de movimentação de contas

3. Contas relativas ao Balanço e à Demonstração de Resultados

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LISTA DE ABREVIATURAS

CNC - Comissão de Normalização Contabilística

DC – Diretrizes Contabilísticas

DF – Demonstrações Financeiras

FASB - Financial Accounting Standards Board

IAS - International Accounting Standards

IASB - International Accounting Standards Board

IFRS - Internacional Financial Reporting Standards

NCRF - Norma Contabilística e de Relato Financeiro

POC - Plano Oficial de Contabilidade

SNC - Sistema de Normalização Contabilística

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – O crescimento das relações na empresa ....................................................................9

Figura 2 - A multidisciplinariedade do contabilista certificado ...............................................11

Figura 3 - Quadro-síntese de contas .........................................................................................14

Figura 4 - Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro.......................................................16

Figura 5 - A aplicação do SNC por tipo de entidade................................................................21

Figura 6 - Categoria de entidades .............................................................................................21

Figura 7 – Demonstrações Financeiras obrigatórias por categoria de entidade .......................22

Figura 8 - Membros do balanço................................................................................................25

Figura 9 - Ativos correntes e não correntes..............................................................................27

Figura 10 - Passivos correntes e não correntes.........................................................................27

Figura 11 - Demonstração de resultados por naturezas............................................................29

Figura 12 - Representação gráfica de uma conta......................................................................31

Figura 13 - Desdobramento das contas ....................................................................................32

Figura 14 - Regras de movimentação das contas do balanço ...................................................33

Figura 15 – Regras de movimentação das contas da demonstração de resultados...................34

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INTRODUÇÃO

As empresas enquanto organizações, encontram-se inseridas num subsistema da sociedade,


pelo que no desenvolvimento da sua atividade estabelecem um número considerável de
operações entre terceiros, operações estas que têm registado uma evolução ao nível da sua
complexidade atendendo ao processo de globalização que se encontra em marcha, sendo este
essencialmente motivado pela internacionalização das empresas nacionais.

Decorrente do aumento do número de operações e respetiva complexidade, emerge a


necessidade sentida pelo homem de preencher as limitações da memória, mediante um
processo de classificação e registo que lhe permita recordar facilmente as variações sucessivas
de determinadas operações e grandezas, para que em qualquer momento possa saber a sua
extensão.

A contabilidade deve assim, anotar e divulgar os factos patrimoniais que ocorrem ao longo da
vida das empresas e que afetam o seu património, dando informação através da preparação de
demonstrações financeiras aos principais utilizadores da informação financeira da empresa no
sentido de influenciar a sua tomada de decisão.

Na contabilidade, o processo de tratamento da informação decorrente dos factos patrimoniais


ocorridos, é efetuado segundo princípios/regras previstas no Sistema de Normalização
Contabilística, que tem registado frequentes alterações tendo em vista a sua adaptação às
novas exigências de informação financeira.

Já as contas, prevista no SNC, apresentam-se como a ponte que é estabelecida entre os factos
patrimoniais e as demonstrações financeiras utilizadas pelos stakeholders, na medida em que
estas possibilitam o tratamento e armazenamento das transações que afetam os ativos,
passivos e rendimentos e gastos das entidades.

O presente trabalho é iniciado com um capítulo destinado à apresentação dos objetivos gerais
e específicos do curso, sendo que posteriormente são apresentados os conteúdos
programáticos da unidade. Numa fase posterior do presente trabalho, foram analisados os
temas da contabilidade como sistema de informação, os principais conceitos de contabilidade
(SNC, Ativo, Passivo, Capitais Próprios, Rendimentos, Gastos, Balanço e Demonstração de
Resultados) e principais contas de balanço, demonstração de resultados e resultados. No
último capítulo foi efetuada uma breve conclusão dos temas abordados.

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1. CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO

1.1. EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

As empresas, são a base da atividade económica, sendo entendidas vulgarmente como


conjuntos organizados de meios materiais e humanos e estão orientadas para a produção de
bens e serviços.

Constituídas sem horizonte temporal definido, as empresas enquanto organização apresentam


semelhanças com as demais organizações existentes, assim, apresentam um ciclo de vida
limitado e o qual poderá ser divido em três fases:

a) Institucional ou de constituição, em que se define e projeta a sua criação, através da


obtenção e combinação dos recursos necessários (financeiros, humanos e materiais)
para a sua entrada em funcionamento;
b) Funcionamento ou de execução, nesta fase desenvolve-se todo o processo de produção
de bens e serviços, com vista à obtenção de resultados;
c) Liquidação, que corresponderá à extinção da empresa.

Para Jacobs (1974), a empresa é uma organização que atua simultaneamente como agente
económico em diversos mercados, estando estes divididos em:

a) Mercado de matérias-primas e componentes para o seu processo produtivo (inputs);


b) Mercado de bens de equipamento para o seu processo produtivo;
c) Mercado de trabalho;
d) Mercado financeiro;
e) Mercado do produto final da empresa (outputs).

Nos primeiros, a empresa está colocada do lado da procura, quer de fornecedores que vão
fornecer as matérias-primas necessárias ao processo de fabrico ou à prestação de serviços,
procura de equipamentos destinados a serem utilizados na fabricação/realização de serviços,
captação de recursos humanos para desenvolvimento do processo de fabricação/realização dos
serviços, e por fim, procura de terceiros que assegurem o financiamento da sua atividade.
Quanto ao último mercado, a empresa é parte integrante da oferta e terá de ser capaz de
colocar os seus produtos ou serviços no mercado de forma que seja possível manter o seu
negócio.

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Figura 1 – O crescimento das relações na empresa

Investidores Credores

Recursos
Atividade
humanos /
operacional
gestores

Fonte: Elaboração própria

A produção de bens e serviços por parte da empresa tem por objetivo a satisfação das
necessidades e criação de valor juntos dos principais interessados (stakeholders) na empresa,
entenda-se estes como interessados nos resultados da atividade empresarial, mas também
interessados pela forma como o negócio é desenvolvido: os acionistas/sócios pelos resultados
financeiros, enquanto retorno do investimento inicialmente realizado; os colaboradores pela
situação pela situação retributiva e bem-estar profissional; os clientes pela qualidade dos
produtos/serviços adquiridos; os credores (fornecedores, bancos, etc.) pelo cumprimento das
obrigações assumidas; o Estado pelos níveis de tributação que lhe são devidos e a comunidade
em geral pelo impacto económico e social.

As relações mantidas entre a empresa e os diferentes terceiros ao longo da sua existência,


traduzem-se em fluxos reais de bens e serviços, aos quais correspondem frequentemente a
fluxos monetários de sentido inverso. Neste seguimento, a empresa adquire a fornecedores
bens e serviços que transforma através dos seus recursos humanos, dando origem a bens e
serviços destinados a serem vendidos aos seus clientes, em contrapartida os fornecedores e o
pessoal esperam que lhes seja paga uma contraprestação monetária e dos clientes é expectável
que seja recebida igualmente uma contraprestação monetária.

1.2. CONTABILIDADE COMO ELEMENTO DE GESTÃO

O conceito de contabilidade têm registado significativos avanços nos últimos anos, passando
de uma atividade de mero registo de transações para uma função mais complexa como é a de

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fornecer informação sistematizada de modo a suportar a tomada de decisões de ordem
financeira e operacional.

A contabilidade é assim, uma ciência que apresenta uma linguagem e simbologia própria, o
que permite a identificação de conceitos muito particulares, como seja o caso de débito,
crédito, balanço, ativo, passivo, etc. Esta serve de suporte a várias e distintas atividades, de
entre as quais se destacam o relato financeiro; a determinação dos custos dos produtos e dos
serviços; os sistemas de informação de gestão; a determinação dos impostos a pagar; o
sistema de gestão ambiental e de qualidade; a auditoria; as contas públicas nacionais e a
preparação de orçamentos, quer de empresas, quer de países.

Para Frei Luca Pacioli que viveu entre 1445 e 1517, considerado um dos incontornáveis da
contabilidade pelo seu contributo na divulgação do método digráfico ou das partidas
dobradas, a contabilidade tem como maior objetivo fornecer ao dono da empresa sem demora
alguma a informação sobre os seus bens (ativos) e as suas dívidas (passivo), conforme foi
citado por Silva (1948).

O desmantelamento progressivo de barreiras existente ao comércio mundial, contribuiu para o


aumento das operações comerciais e financeiras a nível global, tendo como consequência um
aumento significativo da complexidade das transações comerciais que se verificam entre
empresas de diferentes espaços geográficos. Nos dias de hoje as economias nacionais isoladas
não conseguem sobreviver, tendo dado lugar a uma nova economia global, e onde a exigência
por parte dos consumidores da informação financeira é cada vez maior.

Neste seguimento, os principais organismos normalizadores internacionais, Financial


Accounting Standards Board (FASB) e International Accounting Standards Board (IASB),
têm desenvolvido nos últimos anos um esforço conjunto no sentido de dotar a contabilidade
de meios e instrumentos capazes de responder a este processo de permanente sofisticação das
relações empresarias sob pena de salvaguardar a obtenção de Demonstrações Financeiras
(DF) que apresentem uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira das
empresas.

Face ao exposto, a contabilidade é vista como um sistema de informação indispensável para a


tomada de decisão (investimentos, fontes de financiamento e atividade operacional), pois ela
constitui o interface entre a fonte de informação, a organização (empresa), e os utilizadores
(stakeholders) dessa mesma informação.

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A nível nacional a contabilidade é frequentemente associada ao cumprimento de uma
panóplia de obrigações legais, começando pelas fiscais (IRS, IRC, IVA, e outras), passando
pelas parafiscais (Taxa Social Única), e ainda algumas incursões ao direito de trabalho e
terminando no direito societário. O facto do tecido empresarial português ser composto
maioritariamente por pequenas e médias empresas (PME) onde os recursos são por norma
escassos (humanos e financeiros), leva o proprietário deste tipo de entidades a julgar que paga
honorários a um contabilista certificado para que este prepare informação destinada ao Estado
(fisco, segurança social, conservatória do registo comercial, INE, etc.).

No sentido, de se alterar a atual visão da contabilidade neste tipo de empresas, e considerando


a importância que esta ciência apresenta para o crescimento e manutenção das empresas
através do fornecimento de informação contabilística/financeira necessária à tomada de
decisões e prevenção de crises, o contabilista certificado deve ser multidisciplinar neste
ambiente.

Face à ausência de especialistas neste tipo de empresas que sejam capazes interpretar a
linguagem específica da contabilidade, capazes de apresentar sob a forma de rácios, gráficos e
tabelas a informação contida nas DF e apoiem nas decisões estratégicas e operacionais, exige-
se que o contabilista certificado das PME seja multidisciplinar, isto é, que tenha
conhecimentos em diferentes áreas importantes na vida das empresas, como seja a fiscalidade,
a análise financeira, o direito do trabalho, o direito societário, a matemática, os recursos
humanos, a gestão, a analítica, etc.

Figura 2 - A multidisciplinariedade do contabilista certificado

Capacidade de Capacidade
Relações pessoais
comunicação intelectual

Conhecimentos em
organização e
Cultura geral métodos,
contabilidade,
finanças e auditoria

Fonte: Elaboração própria

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1.3. SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

Em 5 julho de 2007, como resultado dos trabalhos já iniciados em 2003, a Comissão de


Normalização Contabilística (CNC) apresentou ao Governo uma proposta de Sistema de
Normalização Contabilística (SNC) que visava substituir o Plano Oficial de Contabilidade
(POC) e as Diretrizes Contabilísticas (DC), e que se encontrava em perfeita sintonia com as
normas internacionais de contabilidade, International Accounting Standards
(IAS)/Internacional Financial Reporting Standards (IFRS), emitidas pelo IASB. A CNC
defendeu a necessidade do novo modelo de normalização contabilística, dada a insuficiência
do POC face a maiores exigências de relato financeiro, bem como à necessidade de revisão
técnica de aspetos conceptuais e de determinados critérios contabilísticos.

A obrigatoriedade de aplicação das normas internacionais do IASB em Portugal verificou-se a


partir do exercício de 2005 na preparação e apresentação das DF consolidadas, pelas
entidades que se encontravam cotadas em bolsa ou pela possibilidade de aplicação das
mesmas a partir do exercício de 2005 por outras entidades conforme o expresso no Decreto-
Lei n.º 35/2005. A partir deste momento, o ajustamento do normativo português às normas do
IASB adotadas pela União Europeia é irreversível, culminando com a aprovação do SNC, que
adquiriu força legal com a publicação do Decreto-Lei 158/2009, de 13 de julho, revogando o
POC que havia sido aprovado pelo Decreto-Lei 47/77 e que foi sujeito a uma alteração
significativa em 1989, com a emissão de DC.

A entrada em vigor do SNC para a generalidade das empresas portuguesas ocorreu a partir do
período de 2010, no entanto este sistema normativo contabilístico foi já sujeito a alterações
em 2015 e com efeitos práticos a partir do período de 2016, em resultado da aprovação do
Decreto-lei 98/2015 de 2 junho.

Baseado em princípios e não tanto em regras explícitas, o SNC é um modelo que atende às
diferentes necessidades de relato financeiro, dado o tecido empresarial a que irá ser aplicado,
assim apresenta os seguintes objetivos:

Aumentar a relevância da informação financeira, assentando em divulgações mais alargadas o


que possibilita a obtenção de uma informação mais transparente;

a) Aumentar a comparabilidade da informação financeira, alinhando a contabilidade


portuguesa com as normas internacionais de contabilidade;

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b) Conferir maior contabilidade à informação, uma vez que estará mais alinhada com os
critérios de gestão;
c) Promover um maior afastamento relativamente à fiscalidade, a qual deixa de
determinar as regras contabilísticas;
d) A contabilidade passa a ser indutora da internacionalização, eliminando barreiras de
compreensão e interpretação de DF e assim assegurando o princípio da
comparabilidade.

Ao nível da sua arquitetura o SNC é composto:

 Estrutura conceptual (EC);


 Modelos de DF;
 Código de contas;
 Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF);
 Normas Interpretativas (NI);
 Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-PE);
 Norma Contabilística para Microentidades (NC-ME);
 Normalização Contabilística para Entidades do Setor não Lucrativo (ESNL).

Estrutura conceptual

A estrutura conceptual do SNC, pode ser vista como uma espécie de “Constituição da
República”, sendo um documento autónomo que trata:

a) Do objetivo das DF;


b) Das caraterísticas qualitativas que determinam a utilidade da informação contida nas
DF;
c) Da definição, reconhecimento (processo de incorpora no balanço e na demonstração
de resultados) e mensuração (processo de determinar as quantias monetárias pelas
quais os elementos das DF devem ser reconhecidos) dos elementos a partir dos quais
se elaboram as DF; e
d) Dos conceitos de capital e manutenção de capital.

Na eventualidade de conflitos entre a estrutura conceptual e uma qualquer norma


contabilística o SNC definiu que nestes casos os requisitos das NCRF prevalecem em relação
à estrutura conceptual atendendo que esta última não configura uma norma contabilística.

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Código de contas

O código de contas foi publicado através da Portaria n.º 1011/2009, de 9 de setembro,


tratando-se de uma ferramenta de aplicabilidade obrigatória para as entidades sujeitas ao
SNC, que inclui o quadro-síntese de contas, lista codificada de contas e as notas de
enquadramento, tendo estas últimas o objetivo ajudar o utilizador na interpretação do código
de contas com as NCRF.

Figura 3 - Quadro-síntese de contas

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Fonte: Adaptado de quadro-síntese SNC

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF)

As Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro constituem uma adaptação das IAS/IRFS e


garantem, no essencial, os critérios de reconhecimento, mensuração e divulgação das mesmas.

A NCRF-PE e a NC-ME condensam os principais aspetos de reconhecimento, mensuração e


divulgação extraídos das 28 NCRF, podendo ser adotadas pelas pequenas entidades e
microentidades respetivamente.

Sempre que o SNC seja omisso nas suas normas face a determinados casos particulares deve-
se aplicar supletivamente as IAS/IFRS.
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Figura 4 - Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro

Fonte: Adaptado do SNC, Normas Contabilísticas de Relato Financeiro

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Demonstrações Financeiras

As DF tendo como destinatários os Estado, a banca, os fornecedores, os clientes, o pessoal e o


público em geral, devem fornecer informação sobre:

a) A posição financeira (balanço);


b) O desempenho económico (demonstração de resultados);
c) O desempenho financeiro (demonstração de fluxos de caixa).

As DF visam habilitar os seus utentes a tomarem decisões económico-financeiras, como


sejam:

a) Avaliar o zelo e a responsabilidade do órgão de gestão;


b) Avaliar a segurança das quantias emprestadas à entidade;
c) Determinar políticas fiscais;
d) Determinar lucros e dividendos distribuídos;
e) Regular as atividades das entidades.

Neste sentido, as DF devem evidenciar uma imagem verdadeira e apropriada da posição


financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira da entidade, proporcionando
informação acerca de ativos, passivos, capital próprio, rendimentos, gastos, outras alterações
no capital próprio e fluxos de caixa. Assim, a referida apresentação apropriada da informação
implica:

a) A adoção de políticas contabilísticas de acordo com as NCRF aplicáveis;


b) Que a informação seja relevante, fiável, comparável e compreensível; e
c) Que sejam proporcionadas divulgações adicionais no anexo para melhor compreensão
pelos utentes.

Os modelos das DF são publicados por Portaria do Ministro das Finanças, sendo compostos
por:

d) Balanço;
e) Demonstração dos resultados por naturezas (ou por funções);
f) Demonstração das alterações no capital próprio;
g) Demonstração de fluxos de caixa (método direto);
h) Anexo (divulgação das bases de preparação e políticas contabilísticas adotadas e
divulgações exigidas pelas NCRF).
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As entidades classificadas como de pequenas e microentidades poderão apresentar modelos
simplificados de DF, ficando igualmente dispensadas de apresentar algumas das peças que
compõem as DF, como se poderá verificar mais à frente.

Principais caraterísticas qualitativas da informação financeira

As caraterísticas qualitativas são atributos que tornam a informação proporcionada nas DF útil
aos utentes:

a) Compreensibilidade – a informação deve ser rapidamente compreendida pelos utentes


que apresentem uma razoável conhecimento de contabilidade e da entidade.
b) Relevância – a informação se influência a tomada de decisões pelos utentes
c) Materialidade – a relevância da informação é afetada pela sua natureza e materialidade
d) Fiabilidade – a informação deve ser isenta de erros materiais e de preconceitos
e) Representação fidedigna – para ser fiável, a informação deve representar
fidedignamente as transações e outros acontecimentos
f) Substância sobre a forma – as transações e outros acontecimentos devem ser
contabilizados de acordo com a sua substancia, independentemente da sua forma legal
g) Neutralidade – a informação não deve conter juízos de valor, a fim de atingir
determinados objetivos
h) Prudência – significa incluir um grau de precaução na elaboração de estimativas
necessárias em condições de incerteza
i) Plenitude – Uma omissão de uma transação ou de um facto implica que a informação
seja falsa ou enganadora, logo não fiável.

Constrangimentos à informação relevante e fiável

A qualidade da informação financeira é demonstrada no nível de influência que a mesma


apresenta na tomada de decisão por parte dos seus utilizadores. Para o efeito, a informação
deve ser relevante (capaz de alterar a decisão) e fiável (livre de erros materialmente
relevantes).

Os principias constrangimentos a uma informação relevante e fiável são:

a) A tempestividade – a informação tardia perde relevância, pelo que se deve procurar


um relato tempestivo mas que ao mesmo tempo seja fiável.

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b) Balanceamento entre benefício e o custo – os benefícios derivados da informação
devem ser superiores aos custos incorridos com a obtenção dessa informação.
c) Balanceamento entre caraterísticas qualitativas – por vezes pode existir conflito entre
caraterísticas qualitativas, o qual será solucionado com base em julgamento
profissional (contabilista certificado).

Bases/pressupostos utilizados na preparação da informação financeira

Para que as DF possam cumprir os seus objetivos, devem ser preparadas recorrendo a alguns
pressupostos, como seja o princípio da continuidade, regime do acréscimo (periodização
económica), consistência, compensação e comparabilidade:

a) Continuidade – as DF são elaboradas com base no pressuposto da entidade em


continuidade. O pressuposto da continuidade é avaliado pelo órgão de gestão e deve
ter como horizonte temporal mínimo de 12 meses após a data de balanço.
b) Regime do acréscimo – as DF devem ser preparadas segundo o regime do acréscimo
exceto a demonstração de fluxos de caixa, o que significa que as transações e outros
acontecimentos são reconhecidos quando ocorrem e não apenas quando se verifica o
recebimento ou pagamento.
c) Consistência de apresentação – a apresentação e classificação devem ser mantidas de
um período para o outro, exceto se existir uma alteração significativa das operações da
entidade, como seja uma mudança de ramo de negócio ou quando a NCRF estabeleça
uma alteração na apresentação. Uma entidade deve alterar a apresentação das DF se
daí resultar informação mais fiável e relevante. No caso de alteração na apresentação,
devem ser reclassificados os comparativos.
d) Compensação – a compensação de ativos e passivos, rendimentos e gastos não é
permitida exceto se estiver prevista numa NCRF. A apresentação de ativos líquidos de
deduções de valorização não é uma compensação. A apresentação dos réditos abatidos
de descontos e devoluções também não é uma forma de compensação.
e) Informação comparativa – a informação comparativa deve ser divulgada com respeito
ao período anterior, podendo ser também do tipo narrativa (anexo). A reclassificação
dos comparativos deve ser divulgada indicando os motivos e os efeitos da
reclassificação. A informação comparativa ajuda a compreender as tendências da
informação financeira.

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Relativamente à aplicação do SNC, este ser aplicado às seguintes entidades:

a) Sociedades abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais (CSC);


b) Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial;
c) Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada (EIRL);
d) Empresas públicas;
e) Cooperativas;
f) Agrupamentos complementares de empresas (ACE);
g) Agrupamentos europeus de interesse económico (AEIE);
h) Outras entidades que por legislação estejam sujeitas ao SNC.

Considerando as entidades obrigadas aplicar o SNC, é ainda possível encontrar neste


normativo quatro níveis de aplicação. No presente trabalho centramo-nos na obrigatoriedade
de aplicação das NCRF (28 normas – regime geral), na aplicação das NCRF-PE e na NC-ME.

É obrigatória a adoção das NCRF nas entidades que não façam parte de grupos económicos e
que à data do balanço (regra geral é 31 de dezembro), tenham ultrapassado dois dos três dos
seguintes limites durante dois períodos consecutivos:

 Total de balanço: 4.000.000 €


 Volume de negócios: 8.000.000 €
 Número médio de empregados durante o período: 50

A aplicação da NCRF-PE é facultativa nas entidades que, à data de balanço não tenham
ultrapassado dois dos três dos seguintes limites durante dois períodos consecutivos:

 Total de balanço: 4.000.000 €


 Volume de negócios: 8.000.000 €
 Número médio de empregados durante o período: 50

Relativamente à aplicação da NC-ME, esta deve ser aplicada às entidades consideradas com
tal. Assim são consideradas microentidades aquelas que à data de balanço, não tenham
ultrapassado dois dos três dos seguintes limites durante dois períodos consecutivos:

 Total de balanço: 350.000 €


 Volume de negócios: 700.000 €
 Número médio de empregados durante o período: 10

Entidade Certificada por: Cofinanciado por:


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Facultativamente as entidades classificadas como microentidades poderão optar entre a NC-
ME, NCRF-PE ou as NCRF.

Figura 5 - A aplicação do SNC por tipo de entidade

Não é pequena nem microentidade


É pequena entidade
Aplicação obrigatória
das 28 NCRF (regime É microentidade
geral) Opção de aplicar as
NCRF-PE ou as NCRF É ESNL
Opção de aplicar as
NC-ME, NCRF-PE ou
as NCRF Aplica normalização
contabilistica para as
ESNL ou poderá
ainda aplicar as
IAS/IFRS

Fonte: Elaboração própria

O Decreto-Lei 98/2015, de 2 de junho que alterou o SNC, introduziu quatro categorias de


entidades e reforçou as DF obrigatórias por cada uma das categorias, agora criadas. Refira-se
que os limites a seguir apresentados, são aqueles que anteriormente foram mencionados para
efeitos de enquadramento do sistema normativo contabilístico (NCRF/NCRF-PE/NC-ME).

Figura 6 - Categoria de entidades

Fonte: Elaboração própria

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Figura 7 – Demonstrações financeiras obrigatórias por categoria de entidade

Fonte: Elaboração própria

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2. PRINCIPAIS CONCEITOS DE CONTABILIDADE

2.1. PATRIMÓNIO E OS SEUS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

Todas as entidades para exercerem as suas atividades, necessitam de um certo conjunto de


elementos, ou seja, de equipamentos, edifícios, mercadorias, dinheiro, ferramentas e outros.
Digamos que no exercício de qualquer atividade estão sempre afetos valores que são
propriedade de alguém.

O conjunto de elementos utilizados pelas entidades no exercício da sua atividade constitui o


seu património. Para além dos edifícios, numerário, e outros equipamentos, o património da
empresa deriva igualmente das relações que esta estabelece no desenvolvimento da sua
atividade que origina um conjunto de direitos e obrigações. Assim são criadas dívidas a
receber (clientes) que representam valores pertencentes à empresa, e dívidas a pagar que
representam valores pertencentes a terceiros (fornecedores e outros credores). Tanto as
dívidas a receber como as dívidas a pagar, são consideradas valores integrantes do património.

No património é possível distinguir duas classes de elementos patrimoniais, por um lado, os


elementos que representam aquilo que o titular possui ou tem a receber (ou seja, bens e
direitos); por outro lado, aqueles que representam aquilo que se tem a pagar (ou seja,
obrigações). A primeira classe, ou seja, ao conjunto dos valores que se possui e sem tem
direito a receber, designa-se de ativo, à segunda classe, ou seja, ao conjunto de valores a pagar
designa-se de passivo.

Representando o ativo um conjunto de valores positivos e o passivo um conjunto de valores


negativos, o valor do património corresponde à soma algébrica das duas classes de elementos.
Neste sentido, o património representa igualmente o conjunto valores que pertencem
efetivamente ao proprietário da empresa, ou seja, representa os direitos deste último sobre as
propriedades da mesma.

O património de qualquer entidade não se mantém estático ao longo do tempo. Pelo contrário,
está sujeito a uma contínua transformação – a dinâmica da atividade empresarial, apela e
justifica tal transformação. As operações que levam à referida transformação do património
podem ser voluntárias ou involuntárias, sendo que as primeiras decorrem do ciclo normal da
atividade desenvolvida pela empresa (compras, pagamentos, recebimentos) e as segundas
dizem respeito a acontecimentos extraordinários como seja um incendio, um roubo, quebras
etc. As referidas operações patrimoniais que afetam o valor do património encontram-se
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vertidas nas DF da empresa, principalmente no balanço e na demonstração de resultados
conforme será analiso mais à frente.

Os factos patrimónios podem ser classificados em:

a) Factos permutativos – quando provoca uma alteração na composição do património,


mas não do seu valor.
b) Factos modificativos – quando implica, além da variação na composição, uma
alteração no valor do património.

Os primeiros são mais frequentes podendo apresentar-se como exemplo um depósito de


dinheiro no banco, compra de mercadorias, pagamento de uma dívida, aquisição de um
edifício, etc. Os segundos implicam para além de uma alteração na composição, também uma
alteração no valor do património (capital próprio). Estão neste caso todas as operações que
originem um lucro ou um prejuízo para a empresa, como seja o exemplo de uma venda de
mercadorias com lucro, venda de um imóvel por preço inferior ao de compra ou construção,
etc.

2.2. BALANÇO
O balanço é a comparação entre o ativo e o passivo para que seja conhecido o valor e natureza
do capital próprio. O balanço é a expressão da relação existente entre o ativo, o passivo e a
situação líquida (capital próprio).

Tendo por base a definição de balanço mencionada no parágrafo anterior, este evidencia a
situação patrimonial de qualquer empresa, que obedece sempre à seguinte fórmula:

ATIVO = PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO

A referida fórmula designada de equação fundamental da contabilidade, constitui o cerne de


todo o trabalho contabilístico baseando-se nela o princípio das partidas dobradas analisadas
mais á frente.

No primeiro membro da equação fundamental representam-se as aplicações de capitais


(recursos) representadas pelo ativo, já no segundo membro (fontes de financiamento) estão
representadas as origens, isto é, o passivo, que representa uma origem alheia, ou seja, capitais
utilizados pela empresa mas que são propriedade de terceiro e a situação líquida representa
uma origem própria, por isso a designação de capitais próprios.

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Os factos patrimoniais, que afetam o património, afetam também a equação fundamental da
contabilidade, contudo, não podem, alterar a igualdade da referida equação. Qualquer que seja
o facto patrimonial, a igualdade mantém-se sempre, portanto para cada aplicação de fundo
(ativo), terá que haver a correspondente origem, no mesmo montante.

Esquematicamente o balanço é constituído por dois membros, no primeiro membro (lado


esquerdo) inclui-se o ativo, já o passivo e o capital próprio (positivo ou negativo) constituem
o segundo membro (lado direito). Os membros de qualquer balanço são sempre de igual valor,
cumprindo neste sentido a equação fundamental da contabilidade.

Figura 8 - Membros do balanço

Fonte: Elaboração própria

Dando sequência à temática das componentes do balanço, pode adiantar-se a noção de ativo
que está referência no SNC, onde refere que é um recurso controlado pela empresa/entidade
como resultado de acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para
empresa/entidade benefícios económicos futuros. Relativamente ao conceito de passivo, o
SNC refere que este é uma obrigação presente da empresa/entidade proveniente de
acontecimentos passados, da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da
empresa/entidade incorporando benefícios económicos.

Assim, o capital próprio respeita ao que resta do ativo, depois de deduzido todo o passivo.
Desta forma, representa o “interesse residual” dos titulares da entidade nos seus ativos.

No que se refere à ordenação das rúbricas de balanço, temos que o ativo (primeiro membro) é
ordenado por ordem crescente de liquidez, sendo o expoente máximo de liquidez o dinheiro
propriamente dito. Para o 2.º membro, os valores do passivo são ordenados pelo critério da
exigibilidade (crescente), já o capital próprio, pela formação histórica dos respetivos valores.
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Face ao exposto, o balanço constitui uma fotografia da situação patrimonial da
empresa/entidade num determinado momento. As mutações motivadas pelo exercício da
atividade da empresa/entidade (ganhos patrimoniais deduzidos de perdas patrimoniais = lucro
ou prejuízo), modificam o valor do capital próprio no início de cada ano.

Usualmente, o balanço é elaborado com uma certa periodicidade, em geral um ano. Apesar do
património estar em constante mutação, o balanço dá-nos a conhecer os valores na data da sua
elaboração, logo para percebermos a evolução patrimonial de um ano para outro devemos
comparar os balanços dos períodos em análise.

Em síntese, o balanço final de um determinado período é elaborado a partir do inicial,


introduzi-lhe as operações realizadas durante o exercício económico. Como a igualdade entre
os membros é sempre mantida, podemos mais uma vez referir que num balanço a variação de
um ou mais elementos é sempre equilibrada pela variação de outro ou outros elementos.

Na preparação do balanço as empresas deparam-se frequentemente com a problemática e a


distinção entre ativo corrente e não corrente, assim como o conceito aplicado ao passivo. Esta
questão é meramente relativa à apresentação destes elementos no balanço.

Ativos correntes e não correntes

Para que um ativo seja considerado corrente é necessário que satisfaça qualquer um dos
seguintes requisitos:

a) Espera-se que seja realizado ou pretende-se que seja vendido ou consumido no


decurso normal do ciclo operacional da entidade;
b) Seja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
c) Espera-se que seja realizado num período até 12 meses após a data do balanço.

Todos os outros ativos devem ser classificados como não correntes, sendo que a expressão
“não corrente” aplica-se na ativos tangíveis, intangíveis e financeiros cujo a natureza seja de
longo prazo (superior a 12 meses), ou seja fora do ciclo operacional.

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Figura 9 - Ativos correntes e não correntes

Fonte: Elaboração própria

Passivos correntes e não correntes

Um passivo é considerado corrente se satisfazer qualquer um dos seguintes requisitos:

a) Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;


b) Seja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
c) Deva ser liquidado num período até 12 meses após a data do balanço; ou
d) A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo
durante pelo menos 12 meses após a data do balanço.

Os restantes passivos devem ser classificados como não correntes.

Figura 10 - Passivos correntes e não correntes

Fonte: Elaboração própria

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2.3. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

A informação respeitante ao desempenho de uma atividade é proporcionada pela


demonstração de resultados, que é útil a fim de avaliar a performance e em particular a sua
lucratividade (rendimentos menos ganhos), é necessária a fim de se conhecer e determinar as
alterações potenciais nos recursos económicos que seja provável que ela controle no futuro. A
informação acerca do desempenho é útil na predição da capacidade da entidade gerar fluxos
de caixa a partir dos seus recursos básicos existentes. É também útil na formação de juízos de
valor acerca da eficácia com que a entidade pode empregar recursos adicionais.

A demonstração dos resultados é um quadro alfanumérico que contém informação, reportada


a um determinado período, acerca dos rendimentos que entidade gera e dos gastos que lhes
estão associados. A informação alfanumérica refere-se, por regra, a itens que agregam várias
rubricas no código de contas, ao passo que a informação numérica respeita a dois períodos
homólogos para permitir comparar as quantias que lhes correspondem.

A definição de rendimentos engloba quer réditos quer ganhos, ao passo que os réditos provêm
do decurso das atividades correntes de uma entidade (exemplo: vendas, honorários, juros e
dividendos), os ganhos representam outros itens que satisfazem a definição de rendimento,
uma vez que representam aumentos de benefícios económicos mas não decorrem do
desenvolvimento normal da atividade da empresa (exemplo: alienação de ativos não
correntes).

Já a definição de gastos engloba perdas assim como aqueles gastos que resultam do decurso
das atividades correntes da entidade. Os gastos que resultam das atividades correntes da
entidade incluem, por exemplo o custo das vendas, os salários e as depreciações de ativos tais
como dinheiro e seus equivalentes, inventários e ativos fixos tangíveis.

As perdas resultam de outros itens que satisfaçam a definição de gastos e podem ou não surgir
no decurso das atividades correntes da entidade. As perdas representam diminuições em
benefícios económicos e como tal não são na sua natureza diferentes de outros gastos
(exemplo: incêndios, inundações, alienação de ativos fixo tangíveis com prejuízo, etc.).

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Figura 11 - Demonstração de resultados por naturezas

Fonte: Estrutura da demonstração de resultados por naturezas, SNC

2.4. NOÇÃO DE CONTA


Já foi referido que o património de uma empresa é constituído por um grande e complexo
número de elementos de natureza diferente. Contudo, esses elementos podem ser
mensuráveis, ou seja traduzidos numa unidade de valor comum. Isto é transformam-se as
matérias ou os objetos em valores, possibilitando a sua comensurabilidade, que é o mesmo, a
comparação entre si.

No entanto, seria impossível efetuar-se o registo, a classificação e o controlo se a observação


fosse feita elemento a elemento patrimonial, daí que, consoante a sua natureza ou função que
desempenhem na empresa/entidade, os valores patrimoniais possam ser agrupados em classes
com caraterísticas comuns. Chegamos assim à noção de conta, que podemos definir como um
conjunto de elementos patrimoniais expresso em unidades de valor.

Porém num sentido mais prático a conta aparece associada a uma série de anotações ou
registos referentes a um dado objeto, ordenadamente dispostas num quadro. Portanto, na
primeira definição atende-se às caraterísticas dos elementos que engloba, enquanto que na
segunda definição considera-se o aspeto dinâmico ou evolutivo desses elementos, ou seja, o
conjunto dos registos das suas variações.

As contas são usadas para acumular as unidades monetárias referentes a transações e outros
acontecimentos similares e para atuarem como unidades básicas de armazenamento e de
dados contabilísticos.
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Numa conta à que considerar:

O título (denominação própria)

O valor

O título é a expressão por que se designa a conta, devendo ser escolhido de tal forma que
revele imediatamente a natureza dos elementos que a compõe. Por sua vez, o valor representa
a quantidade, expressa em unidades monetárias, contida na conta no momento em que se
analisa.

A cada conta corresponde um gráfico ou quadro, que constitui o dispositivo prático para
acompanhar as suas variações quantitativas. No aspeto de gráfico a conta apresenta-se
normalmente na forma de um T. Sobre o traço horizontal indica-se o título da conta, podendo
distinguir-se um lado esquerdo e um lado direito.

O lado esquerdo é designado de débito e o lado direito de crédito. Assim, debitar uma conta
significa inscrever uma certa quantia no lado do débito (lado esquerdo), já creditar uma conta
é efetuar um registo no lado do crédito (lado direito).

A diferença entre o débito e o crédito duma conta, no momento considerado, chama-se saldo
dessa conta, sendo que este último pode ser:

D > C … o saldo diz-se devedor

D = C … o saldo diz-se nulo

D < C … o saldo diz-se credor

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Figura 12 - Representação gráfica de uma conta

Fonte: Elaboração própria

Considerando a definição de conta, podemos encontrar contas de ativo que compreendem


todos os elementos patrimoniais ativos (aqueles com caraterísticas de representarem bens e
direitos do titular do património); contas de passivo (compreendendo todos os elementos
patrimoniais passivos – as obrigações pecuniárias que o titular do património terá de
satisfazer; e contas do capital próprio (englobando os valores patrimoniais abstratos por que
se traduz a diferença entre o ativo e o passivo).

Dentro destas grandes classes inserem-se outras de âmbito mais reduzido, cujos os elementos
patrimoniais foram agrupados em obediência a um determinado ponto de vista ou
caraterística. As contas podem, pois, ter um âmbito mais ou menos vasto, compreenderem
mais ou menos elementos patrimoniais, isto é, serem mais ou menos simples, ou mais ou
menos complexas.

Uma conta é tanto mais simples, quanto maior identidade entre os elementos que agrupa; e
tanto mais complexa quanto maior for a diversidades dos mesmos.

Contas simples são aquelas que agrupam elementos com caraterísticas muito específicas e
portanto não comportam maior divisão;

Contas complexas, coletiva ou gerais, são as contas que agrupam contas simples ou que nelas
se subdividem.

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As contas que são subdivisões de outras, chamam-se subcontas ou contas divisionárias. As
contas dizem-se de 1º, 2.º, 3.º,… nésimo grau, conforme sejam subdivisões doutras ou,
inversamente, integrem subdivisões. Partindo de uma conta coletiva, que se diz de 1.º grau, as
subdivisões imediatas serão respetivamente do 2.º, 3.º, … nésimo grau.

Figura 13 - Desdobramento das contas

Fonte: Elaboração própria

É claro que sendo a conta coletiva subdividida em contas divisionárias ou subcontas, é natural
que a extensão seja igual à soma das extensões das suas subcontas. Portanto, em qualquer
momento, o débito duma conta coletiva é igual à soma dos débitos das suas subcontas e o seu
crédito igual à soma dos créditos das mesmas.

2.5. REGRAS GERAIS DE MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS

O método digráfico ou das partidas dobradas, data do século XV, havendo quem afirme que o
frade franciscano Luca Pacioli, (autor de uma monumental enciclopédia matemática “Summa
de Arithmetica Proportioni et Proportionalita”, na qual inclui o “Tratactus de Computis et
Scripturis” – 1914, que foi a primeira obra impressa de doutrina de contabilística) foi o seu
inventor.

Segundo este método, todo o débito numa conta origina o crédito noutra ou noutras e vice-
versa, isto é, cada facto patrimonial determina um registo em duas ou mais contas, para que o
valor de cada débito (ou débitos) corresponda sempre um crédito (ou créditos) de igual valor.

Qualquer facto patrimonial determina a variação de duas ou mais contas, cuja igualdade das
somas dos débitos e dos créditos se pode constatar pela manutenção da igualdade, base da
equação fundamental da contabilidade vista anteriormente.
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Em síntese, podemos dizer que no sistema de partidas dobradas:

a) A um débito (ou débitos) corresponde sempre um crédito (ou créditos) de igual


montante;
b) A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos;
c) A soma dos saldos devedores é igual à soma dos saldos credores;
d) A contabilização de qualquer facto patrimonial obedece necessariamente a uma das
quatro fórmulas digráficas seguintes:
a) Uma só conta debitada e uma só conta creditada;
b) Uma só conta debitada e várias contas creditadas;
c) Várias contas debitadas e uma só conta creditada;
d) Várias contas debitadas e várias contas creditadas.

Tendo em conta os princípios das partidas dobradas analisados acima, podemos definir as
seguintes regras de movimentação das contas de balanço e demonstração de resultados,
considerando as definições dos seus principiais elementos.

Neste seguimento, os ativos são movimentados a débito pelos seus aumentos e a crédito pelas
suas diminuições, onde geralmente as suas contas apresentam saldo devedor. Já os passivos e
capitais próprios devem ser movimentados a crédito pelos seus aumentos e a débito pelas suas
reduções e o saldo final das suas contas é geralmente credor.

Figura 14 - Regras de movimentação das contas do balanço

Fonte: Elaboração própria

No que se refere às contas da demonstração de resultados os gastos movimentam-se a débito


nos seus aumentos e a crédito pelas nas suas diminuições, já o registo dos rendimentos é o

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inverso ao dos gastos, assim os aumentos de rendimentos são efetuados a crédito e as
diminuições são registadas a débito.

Figura 15 – Regras de movimentação das contas da demonstração de resultados

Fonte: Elaboração própria

Relativamente ao processo de anotação ou assento de qualquer facto patrimonial nos livros de


contabilidade (diários, razão, balancetes) designamos de lançamento. Assim, os livros de
contabilidade são peças importantes de escrituração das operações e dos documentos que
suportam essas operações e comprovam os lançamentos nos mesmos.

Os lançamentos contabilísticos, que visam inscrever os factos históricos nos livros de


contabilidade com recurso à utilização das contas, podem ser mais ou menos complexos em
função do número de contas a utilizar ou do número de débitos e créditos empregues numa
dada operação / mutação patrimonial.

O lançamento é composto pelos seguintes elementos:

a) Data;
b) Titulo ou cabeçalho, que é a indicação da(s) conta(s) a debitar e da(s) conta(s) a
creditar; usualmente escreve-se em carateres mais destacados;
c) Descrição ou histórico, que consiste na explicação sucinta do facto patrimonial que dá
origem ao lançamento;
d) Importância ou montante ou valor, que é a expressão monetária correspondente às
variações provocadas nas contas.

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Os factos patrimoniais registados pela contabilidade são descritos e comprovados por meio de
escritos comerciais – os documentos. Os documentos ou factos patrimoniais são pois a base
de todo os registo contabilístico, sem os quais o mesmo não se poderá processar.

Entre os documentos, podem distinguir-se os de movimento interno e os de movimento


externo. Os primeiros, são aqueles que sendo elaborados no seio da empresa se destinam
exclusivamente ao uso interno (folhas de férias, notas de lançamento, etc.); os segundos, são
os que provêm ou se destinam ao exterior (faturas, recibos, notas de débito e crédito, etc.).

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3. CONTAS RELATIVAS AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

Neste capítulo passamos de revista às principais contas que se incluem no balanço e na


demonstração de resultados:

Balanço

Classe 1 – Meios líquidos financeiros

Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos, que incluem quer o dinheiro e
depósitos bancários quer todos os ativos ou passivos financeiros mensurados ao justo valor,
cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados.

14 – Instrumentos financeiros

Esta conta visa reconhecer todos os instrumentos financeiros que não sejam caixa
(conta 11) ou depósitos bancários que não incluam derivados (contas 12 e 13) que
sejam mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na
demonstração de resultados. Consequentemente, excluem-se desta conta os restantes
instrumentos financeiros que devam ser mensurados ao custo, custo amortizado ou
método da equivalência patrimonial (classe 2 ou conta 41).

Classe 2 – Contas a receber e a pagar

Esta classe destina-se a registar as operações relacionadas com clientes, fornecedores, pessoal,
Estado e outros entes públicos, financiadores, acionistas, bem como outras operações com
terceiros que não tenham cabimento nas contas anteriores ou noutras classes específicas.
Incluem-se ainda nesta classe os diferimentos (para permitir o registo dos gastos e dos
rendimentos nos períodos a que respeitam) e as provisões.

21 — Clientes

Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de


serviços.

218 — Adiantamentos de clientes

Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a fornecimentos, sem preço
fixado, a efetuar a terceiros. Pela emissão da fatura, estas verbas serão transferidas
para as respetivas subcontas da rubrica 211 — Clientes c/c.
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219, 229, 239, 269 e 279 — Perdas por imparidade acumuladas

Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que


resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes ativos
incluídos na classe 2, podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e
possibilitar a apresentação em balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade
anuais serão registadas nas contas 651 — Perdas por imparidade — Em dívidas a
receber, e as suas reversões (quando deixarem de existir as situações que originaram as
perdas) são registadas nas contas 7621 — Reversões de perdas por imparidade — Em
dívidas a receber. Quando se verificar o desreconhecimento dos ativos a que respeitem
as imparidades, as contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das
correspondentes contas da classe 2.

22 — Fornecedores

Regista os movimentos com os vendedores de bens e de serviços, com exceção dos


destinados aos investimentos da entidade.

225 — Fornecedores — Faturas em receção e conferência

Respeita às compras cujas faturas, recebidas ou não, estão por lançar nas subcontas da
conta 221 por não terem chegado à entidade até essa data ou não terem sido ainda
conferidas. Será debitada por crédito da conta 221, aquando da contabilização
definitiva da fatura.

228 — Adiantamentos a fornecedores

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos (sem preço fixado) a
efetuar por terceiros. Pela receção da fatura, estas verbas serão transferidas para as
respetivas subcontas da conta 221.

231 — Remunerações a pagar

O movimento desta conta insere-se no seguinte esquema normalizado:

1.ª fase — pelo processamento dos ordenados, salários e outras remunerações, dentro
do mês a que respeitem: débito, das respetivas subcontas de 63 — Gastos com o
pessoal, por crédito de 231, pelas quantias líquidas apuradas no processamento e
normalmente das contas 24 — Estado e outros entes públicos (nas respetivas
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subcontas), 232 — Adiantamentos e 278 — Outros devedores e credores,
relativamente aos sindicatos, consoante as entidades credoras dos descontos efetuados
(parte do pessoal);

2.ª fase — pelo processamento dos encargos sobre remunerações (parte patronal),
dentro do mês a que respeitem: débito da respectiva rubrica em 635 — Gastos com o
pessoal — Encargos sobre remunerações, por crédito das subcontas de 24 — Estado e
outros entes públicos a que respeitem as contribuições patronais;

3.ª fase — Pelos pagamentos ao pessoal e às outras entidades: debitam-se as contas


231, 24 e 278, por contrapartida das contas da classe 1.

24 — Estado e outros entes públicos

Nesta conta registam-se as relações com o Estado, Autarquias Locais e outros entes
públicos que tenham características de impostos e taxas.

241 — Imposto sobre o rendimento

Esta conta é debitada pelos pagamentos efetuados e pelas retenções na fonte a que
alguns dos rendimentos da entidade estiverem sujeitos. No fim do período será
calculada, com base na matéria coletável estimada, a quantia do respetivo imposto, a
qual se registará a crédito desta conta por débito de 8121 — Imposto estimado para o
período.

242 — Retenção de impostos sobre rendimentos

Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido na fonte relativamente
a rendimentos pagos a sujeitos passivos de IRC ou de IRS, podendo ser subdividida de
acordo com a natureza dos rendimentos.

243 — Imposto sobre o Valor acrescentado (IVA)

Esta conta destina-se a registar as situações decorrentes da aplicação do Código do


Imposto sobre o Valor Acrescentado.

2521 — Empréstimos por obrigações

Regista os empréstimos por obrigações, sem prejuízo do referido na nota à conta 53.

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261 — Acionistas c/subscrição e 262 — Quotas não liberadas

Para efeitos de elaboração do Balanço, os saldos destas contas são deduzidos ao


Capital nos termos da NCRF 27 — Instrumentos financeiros (§ 8).

271 - Fornecedores de investimentos

Regista os movimentos com vendedores de bens e serviços com destino aos


investimentos da entidade.

2712 - Faturas em receção e conferência

Respeita às aquisições cujas faturas, recebidas ou não, estejam por lançar na conta
2711 — Fornecedores de investimentos — contas gerais por não terem chegado à
entidade até essa data ou não terem sido ainda conferidas. Será debitada por crédito da
conta 2711, aquando da contabilização definitiva da fatura.

2713 — Adiantamentos a fornecedores de investimentos

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, de
investimentos a efetuar por terceiros. Pela receção da fatura, estas verbas serão
transferidas para as respetivas contas na rubrica 2711 — Fornecedores de
investimentos — contas gerais.

272 — Devedores e credores por acréscimos

Estas contas registam a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam ser
reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham documentação vinculativa,
cuja receita ou despesa só venha a ocorrer em período ou períodos posteriores.

273 — Benefícios pós-emprego

Regista as responsabilidades da entidade perante os seus trabalhadores ou perante a


sociedade gestora de um fundo autónomo.

274 — Impostos diferidos

São registados nesta conta os ativos por impostos diferidos que sejam reconhecidos
para as diferenças temporárias dedutíveis e os passivos por impostos diferidos que

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sejam reconhecidos para as diferenças temporárias tributáveis, nos termos
estabelecidos na NCRF 25 — Impostos sobre o Rendimento.

275 — Credores por subscrições não liberadas

Credita-se pelo valor total da subscrição de quotas, ações, obrigações e outros títulos,
por contrapartida das respetivas contas de investimentos financeiros.

276 — Adiantamentos por conta de vendas

Regista as entregas feitas à entidade com relação a fornecimentos de bens e serviços


cujo preço esteja previamente fixado. Pela emissão da fatura, estas verbas serão
transferidas para as respetivas contas da rubrica 211 — Clientes c/c.

28 — Diferimentos

Compreende os gastos e os rendimentos que devam ser reconhecidos nos períodos


seguintes.

29 — Provisões

Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza esteja claramente
definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas
quanto ao seu valor ou data de ocorrência (vide NCRF 21 — Provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes e NCRF 26 — Matérias ambientais). As suas
subcontas devem ser utilizadas diretamente pelos dispêndios para que foram
reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.

Classe 3 — Inventários e ativos biológicos

Esta classe inclui os inventários (existências): Detidos para venda no decurso da atividade
empresarial; No processo de produção para essa venda; Na forma de materiais consumíveis a
serem aplicados no processo de produção ou na prestação de serviços. Integra, também, os
ativos biológicos (animais e plantas vivos), no âmbito da atividade agrícola, quer consumíveis
no decurso do ciclo normal da atividade, quer de produção ou regeneração. Os produtos
agrícolas colhidos são incluídos nas apropriadas contas de inventários. As quantias
escrituradas nas contas desta classe terão em atenção o que em matéria de mensuração se
estabelece na NCRF 18 — Inventários, pelo que serão corrigidas de quaisquer ajustamentos a
que haja lugar, e na NCRF 17 — Agricultura.
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387 — Ativos biológicos

Serão registadas nesta conta, designadamente, as reclassificações de ativos biológicos


para inventários. As variações de justo valor são reconhecidas nas contas 664 e 774.

39 — Adiantamentos por conta de compras

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a compras cujo preço esteja
previamente fixado. Pela receção da fatura, estas verbas devem ser transferidas para a
conta 221 — Fornecedores c/c.

Classe 4 — Investimentos

Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se destinem a
ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade, quer sejam de
sua propriedade, quer estejam em regime de locação financeira. Compreende os investimentos
financeiros, as propriedades de investimento, os ativos fixos tangíveis, os ativos intangíveis,
os investimentos em curso e os ativos não correntes detidos para venda. No caso de ser
utilizado o modelo de revalorização nos ativos fixos tangíveis e ativos intangíveis, poderão
ser utilizadas subcontas que evidenciem o custo de aquisição/produção e as revalorizações
(positivas ou negativas). Se a revalorização originar uma diminuição do valor do ativo essa
diminuição deve ser reconhecida em conta apropriada de gastos (subcontas da conta 65) na
parte em que seja superior ao excedente de revalorização que porventura exista. Se originar
um aumento do valor do ativo esse aumento é creditado diretamente na conta apropriada do
capital próprio (58 — Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis).
Contudo esse aumento será reconhecido em resultados (subcontas da conta 762) até ao ponto
que compense um decréscimo de revalorização anteriormente registado em gastos.

41 — Investimentos financeiros

Os investimentos financeiros que representem participações de capital e são


mensurados de acordo com os métodos indicados na NCRF 13 — Interesses em
empreendimentos conjuntos e investimentos em associadas, NCRF 15 —
Investimentos em subsidiárias e consolidação e NCRF 27 — Instrumentos financeiros.

419, 429, 439, 449, 459 e 469 — Perdas por imparidade acumuladas

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Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que
resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos
incluídos na classe 4, podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e
possibilitar a apresentação em balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade
anuais serão registadas nas subcontas da conta 65, e as suas reversões (quando
deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são registadas nas
subcontas da conta 762. Quando se verificar o desreconhecimento dos ativos a que
respeitem as imparidades, as contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das
correspondentes contas da classe 4. Estas contas poderão ser subdivididas em função
das contas respetivas.

436 — Equipamentos biológicos

Serão registados nesta conta os animais e plantas vivos que reúnam os requisitos de
reconhecimento como investimento e que não se enquadrem na NCRF 17 —
Agricultura.

442 — Projetos de desenvolvimento

Serão registados nesta conta os dispêndios que, nos termos do § 57 da NCRF 6 —


Ativos intangíveis, reúnam as condições para se qualificarem como ativos intangíveis.

46 — Ativos não correntes detidos para venda

Esta conta destina-se a registar os ativos a que se refere a NCRF 8 — Ativos não
correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas. Os passivos
associados a ativos não correntes detidos para venda mantêm a sua mensuração e
apenas deverão ser identificados para efeitos de divulgação.

454 — Adiantamentos por conta de investimentos

Regista as entregas feitas pela entidade por conta de investimentos cujo preço esteja
previamente fixado. Pela receção da fatura, estas verbas devem ser transferidas para a
conta 2711 — Fornecedores de investimentos — contas gerais.

Classe 5 — Capital, reservas e resultados transitados

51 — Capital

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Esta conta evidencia o capital subscrito, devendo ser deduzido, para efeitos de
elaboração do Balanço, o eventual saldo da conta 261 — Acionistas c/subscrição ou
262 — Quotas não liberadas.

52 — Ações (quotas) próprias

A conta 521 — Valor nominal é debitada pelo valor nominal das ações ou quotas
próprias adquiridas. Ainda na fase de aquisição, a conta 522 — Descontos e prémios é
movimentada pela diferença entre o custo de aquisição e o valor nominal. Quando se
proceder à venda das ações ou quotas próprias, para além de se efetuar o respetivo
crédito na conta 521, movimentar-se-á a conta 522 pela diferença entre o preço de
venda e o valor nominal. Simultaneamente, a conta 522 deverá ser regularizada por
contrapartida da conta 599 — Outras variações no capital próprio — Outras, de forma
a manter os descontos e prémios correspondentes às ações (quotas) próprias em
carteira.

53 — Outros instrumentos de capital próprio

Esta conta será utilizada para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer


outros instrumentos financeiros (ou as suas componentes) que não se enquadrem na
definição de passivo financeiro. Nas situações em que os instrumentos financeiros (ou
as suas componentes) se identifiquem com passivos financeiros, deve utilizar-se
rubrica apropriada das contas 25 — Financiamentos obtidos ou 26 —
Acionistas/sócios.

57 — Ajustamentos em ativos financeiros

Evidencia os ajustamentos decorrentes, designadamente, da utilização do método da


equivalência patrimonial em subsidiárias, associadas e entidades conjuntamente
controladas.

5711 — Ajustamentos em ativos financeiros — Relacionados com o método da


equivalência patrimonial — Ajustamentos de transição

Quando da transição para a aplicação do método da equivalência patrimonial, esta


conta regista a diferença entre as quantias atribuídas às partes de capital,
correspondentes à fração dos capitais próprios que representavam no início do período,
e as quantias por que se encontravam expressas.
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5712 — Ajustamentos em ativos financeiros — Relacionados com o método da
equivalência patrimonial — Lucros não atribuídos

Esta conta será creditada pela diferença entre os lucros imputáveis às participações e
os lucros que lhes forem atribuídos (dividendos), movimentando-se em contrapartida a
conta 56 — Resultados transitados.

5713 — Ajustamentos em ativos financeiros — Relacionados com o método da


equivalência patrimonial Decorrentes de outras variações nos capitais próprios

Esta conta acolherá, por contrapartida das contas 411 a 413 os valores imputáveis à
participante na variação dos capitais próprios das participadas, que não respeitem a
resultados.

58 — Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis

Esta conta é creditada em consequência da revalorização dos ativos fixos e vai sendo
debitada por contrapartida da conta 56 — Resultados transitados, em função da
realização da revalorização. Essa realização ocorre pela depreciação, abate ou venda
do bem. As diminuições de um ativo por revalorização serão debitadas na conta em
epígrafe até ao montante do saldo existente. A parcela da diminuição que ultrapasse o
saldo existente será considerada gasto do período (subconta apropriada da conta 65),
conforme NCRF 6 e 7. Se a revalorização do bem originar a reversão de uma perda
reconhecida em períodos anteriores, essa reversão será levada aos rendimentos do
período (subcontas da conta 762). Relativamente a reavaliações, após o registo na
conta 5811 do valor do aumento do imobilizado líquido, a conta 5812 será debitada
por contrapartida da conta 2742 — Passivos por impostos diferidos pelo montante do
imposto correspondente à fração do excedente de reavaliação não relevante para a
tributação. Aquando da realização do excedente de reavaliação, a subconta 5812 será
creditada pela correspondente fração do imposto sobre o rendimento, por contrapartida
da conta 56 — Resultados transitados. Simultaneamente, a conta 2742 — Passivos por
impostos diferidos será debitada por contrapartida da conta 241 — Imposto sobre o
rendimento. Para efeitos de apresentação em balanço, a quantia (saldo devedor) da
conta 5812 — Impostos diferidos, será abatida ao saldo da conta 5811 — Antes de
impostos.

591 — Diferenças de conversão de demonstrações financeiras


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Inclui as diferenças de câmbio derivadas da transposição de uma unidade operacional
estrangeira (nos termos da NCRF 23 — Os efeitos de alterações em taxas de câmbio).

593 — Subsídios Classe

Inclui os subsídios associados com ativos, que deverão ser transferidos, numa base
sistemática, para a conta 7883 — Imputação de subsídios para investimentos, à medida
que forem contabilizadas as depreciações/ amortizações do investimento a que
respeitem.

Demonstração de resultados

Classe 6 — Gastos

Esta classe inclui os gastos e as perdas respeitantes ao período.

613 — Ativos biológicos (compras)

Recolhe as aquisições de ativos biológicos efetuadas durante o ano, transferidas da


conta 313 — Ativos biológicas.

6331 — Prémios para pensões

Respeita aos prémios da natureza em epígrafe destinados a entidades externas, a fim


de que estas venham a suportar oportunamente os encargos com o pagamento de
pensões ao pessoal.

67 — Provisões do período

Esta conta regista os gastos no período decorrentes das responsabilidades cuja natureza
esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou
certa, mas incertas quanto ao seu valor ou data de ocorrência.

683 — Dívidas incobráveis

Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 2, as dívidas cuja


incobrabilidade se verifique no período e que não tivessem sido consideradas
anteriormente em situação de imparidade.

684 — Perdas em inventários

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Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 3, as perdas que se
verificarem no período e que não tivessem sido consideradas anteriormente em
situação de imparidade.

6852 — Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos


Aplicação do método da equivalência patrimonial

Esta conta regista os gastos e perdas relativos às participações de capital, derivados da


aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito
apenas os resultados dessas entidades.

686 — Gastos e perdas nos restantes investimentos financeiros

Respeita aos gastos e perdas relacionados com os investimentos financeiros


contabilizados nas contas 414 e 415.

6886 — Perdas em instrumentos financeiros

Regista as perdas relacionadas com a conta 14 — Instrumentos financeiros.

Classe 7 — Rendimentos

Inclui os rendimentos e os ganhos respeitantes ao período.

71 — Vendas

As vendas, representadas pela faturação, devem ser deduzidas do IVA e de outros


impostos e incidências nos casos em que nela estejam incluídos.

72 — Prestações de serviços

Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam próprios dos objetivos
ou finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no caso
de estes não serem faturados separadamente. A contabilização a efetuar deve basear-se
em faturação emitida ou em documentação externa (caso das comissões obtidas), não
deixando de registar os réditos relativamente aos quais não se tenham ainda recebido
os correspondentes comprovantes externos.

73 — Variações nos inventários da produção

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No caso de ser adotado o sistema de inventário permanente considera-se conveniente
subdividir cada uma das suas contas divisionárias em rubricas de "Produção" e de
"Custo das vendas", as quais serão movimentadas por contrapartida das respetivas
contas da classe 3.

75 — Subsídios à exploração

Esta conta inclui os subsídios relacionados com o rendimento, conforme estabelecido


na NCRF 22 — Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do
Governo.

7851 — Rendimentos e ganhos em subsidiárias, associadas e empreendimentos


conjuntos Aplicação do método da equivalência patrimonial

Esta conta regista os rendimentos e ganhos relativos às participações de capital


derivado da aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para
o efeito apenas os resultados dessas entidades.

7884 — Ganhos em outros instrumentos financeiros

Regista os ganhos relacionados com a conta 14 — Outros instrumentos financeiros.

Resultados

Classe 8 — Resultados

Esta classe destina-se a apurar o resultado líquido do período, podendo ser utilizada para
auxiliar à determinação do resultado extensivo, tal como consta na Demonstração das
Alterações no Capital Próprio.

811 — Resultado antes de impostos

Destina-se a concentrar, no fim do período, os gastos e rendimentos registados,


respetivamente, nas contas das classes 6 e 7.

8121 — Imposto estimado para o período

Considera-se nesta conta a quantia estimada para o imposto que incidirá sobre os
resultados corrigidos para efeitos fiscais, por contrapartida da conta 241 — Estado e
outros entes públicos — Imposto sobre o rendimento.

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CONCLUSÃO

As empresas são um tipo de organização que têm como objetivo a obtenção do lucro, para o
efeito desenvolvem um conjunto de operações ou atividades com terceiros, como seja
acionistas/sócios, clientes, fornecedores, estado, bancos, pessoal e outros, como forma de
alcançar a realização do seu objeto social.

Com o aumento do número de operações e respetiva complexidade decorrente do processo de


internacionalização das empresas e a necessidade crescente de informação financeira sobre o
estado de saúde da empresa por parte dos principais interessados na informação da empresa
(stakeholders), é possível verificar a relevância da contabilidade enquanto sistema de
informação que procede à recolha, processamento e relato da informação financeira sobre a
empresa.

A contabilidade é assim, uma ciência aplicada que tem como objeto de estudo
o patrimônio das entidades, seus fenômenos e variações, tanto no aspeto quantitativo quanto
no qualitativo, registrando os fatos e atos de natureza económico-financeira que o afetam e
estudando suas consequências na dinâmica financeira. Nas microentidades a contabilidade
deve assumir um papel de relevo através da figura do contabilista certificado, atendendo à
escassez de recursos que existe neste tipo de sociedades, deve assim o contabilista certificado
potenciar o sistema contabilístico para que seja possível retirar o máximo de informação em
prol do desenvolvimento ou manutenção deste tipo de entidades.

A informação prestada pela contabilidade a partir da produção de demonstrações financeiras


deve conter uma imagem verdadeira e apropriada da empresa, para que esta possa ser
relevante ao ponto de influenciar a tomada de decisão por parte de quem a usa. Assim, os
procedimentos de anotação e divulgação que estão subjacentes ao procedimento
contabilísticos, devem estar assentes num sistema normativo contabilístico que em Portugal é
o SNC, que contempla um conjunto de princípios/regras que devem ser acomodadas no
tratamento da informação dos múltiplos factos patrimoniais que alteram o património inicial
de qualquer empresa.

O recurso a contas, no âmbito do sistema contabilístico é essencial, uma vez que, trata-se de
uma forma organizada de acumular o efeito das transações em cada um dos itens das
demonstrações financeiras. Já a sua inexistência levaria à impossibilidade de tratar de forma
individual cada transação atendendo à multiplicidade de ocorrência destas últimas.
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