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PROFª BÁRBARA VIEIRA

Comportamento
do consumidor
aula 03
cultura sociedade

indivíduo
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Bourdieu: Baudrillard: Bauman:
A cultura como herança A cultura de acordo com A cultura como práticas,
social, de acordo com suas seus signos, símbolos e símbolos, mutável e sob a
práticas e capital. representações. influência das condições
sociais e políticas.
Zygmunt Bauman
1925 - 2017

Bauman foi um sociólogo e filósofo polonês, reconhecido e premiado por seus estudos
sobre modernidade, globalização, consumismo, identidade e política. Bauman nasceu
na Polônia e durante a Segunda Guerra Mundial serviu no Exército Soviético como
instrutor político.

Ao longo de sua carreira, Bauman publicou vários livros influentes, incluindo


"Modernidade Líquida", "Vida Líquida", "Amor Líquido" e "Identidade". Ele é conhecido
por sua crítica à sociedade consumista e às formas como o consumismo afeta a
identidade individual e coletiva. Ele escreveu extensivamente sobre a natureza da
democracia, a crescente desigualdade social e as consequências do capitalismo global.
"A modernidade líquida desmancha as formas sociais que orientavam as ações dos
indivíduos, já que tudo que era sólido dissolve no ar, e a experiência da modernidade é a da
fluidez, da mobilidade, da velocidade e da mutabilidade aceleradas."

"Viver em estado de incerteza constante, em um mundo sempre em mutação, é o destino


do ser humano na era da modernidade líquida."

"A natureza líquida do amor em nossa sociedade se deve ao fato de que vivemos em uma
época em que as pessoas são instadas a ver o mundo ao seu redor como um supermercado
em que podem escolher entre uma ampla variedade de opções."

"A identidade é uma busca incessante por uma identidade sempre mutante, que deve ser
permanentemente construída e reconstruída. Nós vivemos em uma sociedade de escolhas,
mas as escolhas que fazemos não são apenas escolhas entre alternativas dadas, elas são
escolhas entre diferentes formas de vida possíveis."
Vivemos em
tempos líquidos.
Nada foi feito
para durar.

ZYGMUNT BAUMAN
Sociedade moderna Sociedade moderna líquida /
pós-moderna / hipermoderna
RESUMO

Ensaios sobre o conceito de cultura


Zygmunt Bauman
1973
fonte: https://periodicos.ufjf.br/index.php/TeoriaeCultura/article/view/28612/20068

Primeiro ensaio: "Cultura como conceito"


Bauman afirma que a cultura é um componente essencial da sociedade, mas que a sociologia
tem sido lenta em reconhecer sua importância. Ele sugere que a cultura deva ser vista como
um processo fluido e em constante evolução, influenciado pelas mudanças sociais e políticas.

Em sua forma mais simples, o conceito genérico atribui à própria cultura a qualidade de
característica universal de todos os seres humanos e apenas destes, sendo uma das diferenças
entre humanos e animais: a cultura, mais do que um agrupamento de normas e costumes, é
uma abordagem específica e humana do teatro da vida, arraigada na habilidade específica da
mente humana.
Segundo ensaio: "Cultura como estrutura"

O sociólogo conclui que a estrutura buscada pela compreensão estruturalista da cultura


é o conjunto das regras geradoras, selecionadas historicamente pelos seres humanos,
que governam a um só tempo a atividade mental e prática do indivíduo como ser
epistêmico, bem como o conjunto de possibilidades em que essa atividade pode operar.

Quando o referido conjunto de regras se condensa nas estruturas sociais, ele parece ao
indivíduo uma necessidade transcendental semelhante a lei; graças à sua inesgotável
capacidade de organização, é vivenciado pelo mesmo indivíduo como sua liberdade
criativa.
Terceiro ensaio: "Cultura como práxis"

Neste ensaio o autor explora a relação entre a cultura e a vida cotidiana, e como a cultura é
construída e mantida através de práticas sociais e simbólicas. Bauman argumenta que a cultura é
uma forma de comunicação, que ajuda as pessoas a dar sentido ao mundo ao seu redor.

Depois de mais uma análise das ideias básicas atinentes aos diversos usos do termo cultura ou
correlatos, Bauman conclui que, apesar do termo cultura aparentar pertencer a uma família de
conceitos oriundos da parte interna da experiência universal da dualidade do mundo, se difere dos
seus parentes na tentativa de transcender a oposição entre o subjetivo e o objetivo.

A cultura, vista em termos universais, age no ponto de encontro do humano com o mundo que ele
aprende ser real. Portanto, o conceito de cultura é a subjetividade objetificada. É um esforço para
compreender o modo como uma ação individual é capaz de possuir uma validade que ultrapassa
o caráter individualista e como a realidade existe por meio de múltiplas interações individuais.
"A cultura é um modo de vida, um modo de ver e sentir, um modo de fazer e entender as coisas
que permite às pessoas dar sentido à sua existência e se comunicar com o mundo em que vivem.
A cultura é um processo em constante evolução e transformação, influenciado pelas mudanças
sociais e políticas. Como tal, ela desempenha um papel fundamental na construção de
identidades pessoais e coletivas, bem como na configuração de nossas relações com os outros e
com o mundo que nos cerca."
(pág 20)

"A cultura é uma ferramenta poderosa para a construção de identidades nacionais e para a
dominação e o controle social. Através da criação de narrativas históricas, mitos e símbolos
comuns, a cultura pode unificar as pessoas em torno de um ideal nacional e reforçar o poder do
Estado. No entanto, a cultura também pode ser usada como uma força de resistência e mudança
social, permitindo que as pessoas se conectem umas com as outras e lutem contra a opressão e a
injustiça."
(pág 69)
Cultura como mercadoria
Cultura como mercadoria
Os preços dos espetáculos mais produzidos começam em US$ 30 (ingresso
promocional, sem transporte nem jantar, do Tango Porteño) e vão até US$ 220
(show com transporte privativo e jantar no Rojo Tango).
RESUMO

A cultura no mundo líquido moderno


Zygmunt Bauman
2011
fonte: https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/40257/1/2015_art_jfsmonteiro.pdf

Em resumo, este é um livro que aborda as mudanças ocorridas na cultura em um mundo em


constante transformação. O autor parte do conceito de modernidade líquida, e afirma que, nesse
contexto, a cultura também se tornou mais líquida, adaptando-se constantemente às novas
demandas e necessidades da sociedade.

Bauman prossegue em suas análises sobre a modernidade, fazendo uma síntese das
características que tomou a cultura desde a era “sólida” até a era “líquida”, bem como sua relação
com o “multiculturalismo” e “globalização”.
No primeiro capítulo Bauman procura demonstrar que na atualidade não se firmam mais as
antigas distinções entre a elite cultural e o chamado “grande público”, essa hierarquia
cultural deu lugar a uma elite diversificada que aprecia tanto a “grande arte” quanto os
programas populares de televisão e, “onivoramente”, consome diversas formas de arte, tanto
populares quanto intelectualizadas, porém preocupada demais em celebrar o sucesso e
outras formas festejadas ligadas a cultura.

No segundo capítulo Bauman discorre sobre a “moda”, fenômeno social, segundo ele, em
constante estado de devir. Para Bauman a “moda” funciona como uma válvula que se abre
antes que se atinja a conformidade, ela multiplica e intensifica as distinções, diferenças,
desigualdades, discriminações e diferenças. Um moto perpétuo que torna-se norma no
momento em que se encontra no “mundo socializado”, um aniquilador de inércia. Segundo
Bauman, “A moda coloca todo estilo de vida em estado de permanente e interminável
revolução”.
Em seu terceiro capítulo o livro abarca desde a construção dos Estados-nação, em fase “sólida”
na era moderna, até o mundo globalizado da atualidade. Primeiramente Bauman procura
evidenciar que os Estados-nação tornaram-se menos inabaláveis a medida que começam a ser
coagidos e encorajados a abandonar suas aspirações e esperanças.

“A medida de ‘funcionalidade’ [...] já não parecia tão inquestionável ou inegavelmente correta”. O


impulso da globalização teve papel preponderante no abandono das aspirações dos
Estadosnação, que teve como efeito colateral a emergência da natureza inconsistente das
fronteiras do sistema.

Segundo Bauman, a escala dos movimentos populacionais globais, hoje, é ampla e continua a
crescer, entretanto, o que tem ocorrido é que os imigrantes tem se tornado “minorias étnicas”, e
essas aglomerações “etnicamente estrangeiras” disseminam hábitos das populações locais,
causando estranhamento e uma “guetificação” dos “elementos estrangeiros” que, por sua vez,
se fecham em círculos próprios.
Já no quarto capítulo, o livro inicia com uma discussão em torno da missão das “classes
instruídas” (intelectuais avant la lettre, sendo que o conceito de intelectuais só tomou forma
no século XX), iniciada ainda no Iluminismo e que consistia em duas tarefas: A primeira delas,
tinha como meta “esclarecer” ou “cultivar” o “povo”, transformar as entidades desorientadas,
desalentadas e perdidas em membros de uma nação moderna e cidadãos de um Estado
Moderno, ou seja, a criação de um “novo homem”.

Nesse sentido a “educação” foi a viga mestra desta transformação, “a educação era capaz de
tudo” e o papel dos educadores era o da “cultura”, no sentido original de “cultivo”, tomando o
termo de empréstimo à agricultura.

No quinto e sexto capítulos o autor discorre sobre a cultura no contexto das nações, sobre o
impacto da globalização e sobre as políticas culturais.
"A cultura
contemporânea é um
produto da
modernidade líquida -
um mundo em que
tudo é consumível e as
experiências culturais
são reduzidas a bens de
consumo" (pág 30)
"A cultura é um fator
importante na construção
de identidades individuais e
coletivas. Na modernidade
líquida, as identidades se
tornaram mais fluidas e
fragmentadas, moldadas
pela influência da cultura
comercial e globalizada."
(pág 66)
"A cultura é a chave para
compreender a complexidade
da sociedade contemporânea
e sua relação com o passado e
o futuro. Devemos reconhecer
a diversidade cultural e
trabalhar para promover a
tolerância e a compreensão
mútua."
(pág 119)
Revisão 1 Qual é a principal diferença entre os
conceitos de Bourdieu, Baudrillard e
Bauman?

2 Explique o que é a modernidade líquida.

3 Como o consumo é afetado pela lógica da


modernidade líquida?

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