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Byung Chul Han é um filósofo sul-coreano que se dedica ao estudo da atual sociedade

capitalista em um viés de relações humanas mais psicológicas do que na relação


indivíduo e trabalho.
Na filosofia de Han o capitalismo é visto como uma luta contra a morte onde a morte é
vista como a negação da existência de todos os indivíduos, ou seja, para existir, ser visto
e ter o seu modo de ser o indivíduo precisa aprender a dialogar com a sociedade, mas
impondo limites, como por exemplo transformar as relações exteriores em algo mais
“egoísta”, onde conviver com outra pessoa apenas preserva a sua própria existência e
vice-versa, os seres humanos acabam sendo objetos de si mesmos.
E é nessa discussão que entra o ápice da filosofia de Han: a ideia da positividade tóxica
em uma sociedade capitalista, que além de tudo é herança de uma sociedade que evoluiu
absurdamente rápido suas tecnologias e costumes (a sociedade das redes). O mundo
saltou rapidamente de uma política social de extremo controle e ideais nacionalistas
(nazismo, fascismo, luta contra o fantasma do comunismo e coisas desse gênero) que
buscavam um inimigo em comum, para uma sociedade onde o inimigo se torna apenas
um mero coadjuvante na história, um estranho ali, e não é que isso seja ruim, afinal, as
ideias nacionalistas e fascistas causaram diversas desgraças no século XX. Entretanto,
essa ideia de o outro ser um coadjuvante construiu a imagem egocêntrica que adoece o
século XXI, a ideia de que ninguém é melhor do que “eu” mas ao mesmo tempo a
impotência de não conseguir realizar tudo o que quero ou preciso fazer.
Um exemplo claro dessa positividade tóxica é a relação de competitividade de
estudantes principalmente na época do vestibular, onde um dia que você perde de
estudos já é considerado a pior coisa do mundo e parece que as pessoas sempre estão
mais organizadas, mais focadas e produzindo mais do que você, esse tipo de situação
vai causando um cansaço acima de tudo crônico no indivíduo, e é esse tipo de cansaço
que Han fala na sua obra mais famosa “a sociedade do cansaço”. Isso é algo tão
intrínseco na nossa atual sociedade que é difícil perceber, enquanto fazíamos as
pesquisas sobre a filosofia e as teses de Han nos deparamos com diversas propagandas
de aplicativos para otimizar tarefas, e até mesmo coachs pregando nos dar a cura para a
falta de produtividade chamada por ele de “preguiça”.
Síntese por: Yasmin Lopes, Mariane Ramos, Andrei Zarpelon e Eduardo Camargo

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