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Universidade Federal de Juiz de Fora- UFJF

Faculdade de Direito

Docente: Júlio César

Discente: Gabriela de Sousa Costa

Revolução Empática

A obra O poder da empatia: A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mun
do busca através de argumentos históricos e de outros artifícios argumentativos para convenc
er o leitor de que a empatia é algo nato do ser humano que através de uma análise crítica na hi
stória da humanidade há fortes jevidências como é algo natural ao homem. Todavia, com a ev
olução social e tecnológica ocorreu uma brusca mudança no entendimento do ser, uma vez qu
e este passou a voltar-se para si e a cultivar o individualismo.

Acerca do exposto, torna-se nítido que as bolhas individualistas hodiernas têm atrapalhado
essa essência empática apontada pelo autor no decorrer do livro. A tecnologia é uma forma de
aproximar as pessoas no mundo globalizado, porém é através dela que tem ocorrido massiva
mente o narcisismo, pois as pessoas preocupam-se consigo mesmas e acabam se esquecendo
de colocar-se no lugar do outro, ou de preocupar-se com o que tangencia de seus problemas o
u interesses.

A posteriori, o autor busca diversas propostas que estimulem as pessoas a quererem mudar.

uma vez que esses exercícios diários, primeiramente, devem ser uma escolha para quem qu
er mudar e o indivíduo precisa querer despertar essa necessidade de olhar o outro, se colocar
no lugar do outro, quebrar essas barreiras que atrapalham essas ações naturais tão repetidame
nte apontadas pelo autor. Desse modo, um termo utilizado pelo autor é “fadiga da empatia”, o
u seja, com tantos problemas como a fome e a guerra, as imagens dessas tragédias humanitári
as pouco comovem a sociedade que está anestesiada com as imagens. Contudo, faz-se necess
ário cultivar a humanização cada vez mais nessa sociedade ímpar a dor de seu semelhante.
É importante destacar que, de acordo com o filósofo John Dewey, "toda verdadeira e
ducação ocorre por meio de experiência". Isso significa que, para que a sociedade re
almente compreenda o que o outro sente, é necessário que o próprio indivíduo expe
rimente na própria pele. Nesse sentido, ao longo do livro, o autor sugere que, para c
ompreender melhor o outro, devemos nos colocar em seu lugar e reconhecer a impo
rtância do ambiente em que ele está inserido. Além disso, devemos nos propor a se
ntir fisicamente a dor e a angústia do outro, vivenciando os desafios da vida. Portant
o, o princípio filosófico é verdadeiro, pois essas estratégias possibilitam o surgimento
da empatia ou, melhor dizendo, despertam-na

Ademais, uma das ideologias apontadas pelo autor é uma revolução digital. Apesar de disp
ormos de diversos veículos para nos auxiliarem na comunicação, as vias digitais são as mais r
ápidas e que possibilitam uma linguagem universal. É válido ressaltar que anteriormente foi e
xposto que as redes sociais geram bolhas e cultivam o narcisismo, todavia, se repensadas, as r
edes sociais tem um alcance de 2,5 bilhões de usuários. Nesse sentido, através de plataformas
e aplicativos voltados e pensados em unir pessoas é possível, se souber aplicar esse artifício,
causar um grande impacto na vida das pessoas.

Outrossim, o autor incentiva uma revolução da empatia através do pensamento coletivo. Pa


ra isso, é necessário diminuir o "Homo autocentricus" e "Homo empathicus", a fim de ter esp
aço para a existência do "Homo socioempathicus", visto que o ego empático de cada indivídu
o realiza-se ao poder trabalhar em conjunto. A história dos grandes impérios, líderes ou entid
ades deram-se através do derramamento de sangue de inocentes, além da violência sexual e d
a escravidão. Por isso, com as raízes históricas da humanidade faz-se necessário incentivar u
ma era que pense no coletivo, para que, paulatinamente, as guerras e toda a maldade fique no
passado.

Portanto, podemos compreender que a empatia desempenha um papel funda


mental em um mundo violento e individualista. É necessário superar diversas barreira
s e, para isso, uma revolução empática se faz necessária, especialmente no âmbito da
cultura. Os indivíduos devem não apenas se colocar no lugar do outro, mas também
aprender a enxergar e sentir como o outro. Além disso, é imperativo que o diálogo s
eja constantemente vivenciado na sociedade, e que nunca percamos de vista a impor
tância de nos conectarmos com o próximo, mesmo com o advento da internet. Essa f
erramenta, por sua vez, precisa ser melhor explorada, a fim de gerar resultados positi
vos na sociedade e disseminar essa revolução empática.

A obra detém de diversos artifícios de convencimentos ao leitor e de fato, consegue causar


uma reflexão de que a empatia é algo que pode ser despertada nos indivíduos, porém em mei
o a uma sociedade individualista e que está disposta a fazer qualquer coisa que no fim gere di
nheiro, a empatia torna-se quase apenas mais uma palavra bonita de dicionário. Porém, atravé
s de uma análise histórica, é visível constatar que o ser humano é ruim, sanguinário e usa de t
udo para sua ascensão social, mas, mesmo assim, a bondade, a esperança e a empatia são uma
decisão. A obra gera fé de que ainda há solução para que a sociedade mude e com as dicas q
ue são trazidas ao longo do livro, percebe-se que está mais próxima e palpável do que se poss
a imaginar. O autor busca trazer possibilidades invés de utopias como muitos revolucionários.

Referência

Krznaric, Roman. O poder da empatia: A arte de se colocar no lugar do outro para trans
formar o mundo. Rio de Janeiro: Zaarar, 2015. Tradução: Maria Luiza Borges.

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