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Revista Teologia & Contemporaneidades, Vol. 01 – N° 2 – 2023 – ISSN: 2965-3487 FMB

A MODERNIDADE LÍQUIDA DE ZIGMUNT BAUMAN E A ERA DO


VAZIO DE GILLES LIPOVETSKY: PERSPECTIVAS SOBRE A
CONTEMPORANEIDADE.

Gledson Souza Ferreira¹


José Felipe Oliveira da Silva²
Francisco Gleyson Lima Queiroz³

¹Mestre em Psicologia (UNIFOR); bacharel em Teologia (UNINTA); licenciado em Ciências da Religião (UVA),
Pedagogia (FAIBRA) e Filosofia (FAEME); especialista em Psicopedagogia (FMB) e em História das Relações
Políticas (FAK-UFC). E-mail: sofiagledson@gmail.com
²Graduando em Teologia (FMB); licenciado em História (UFC); Mestre em História Social (UFC); doutorando
História Social (UFC). E-mail: felipeoliveira1991@hotmail.com
³Bacharel em Psicologia (UNICATÓLICA-CE); acupunturista (ABACO-RJ). E-mail: fglq@yahoo.com.br

RESUMO ABSTRACT

Este artigo tem como objetivo, por meio de revisão This article aims, through a bibliographic review,
bibliográfica, ressaltar a relevância das teorias do to highlight the relevance of the theories of the
sociólogo polonês Zygmunt Bauman e do filósofo Polish sociologist Zygmunt Bauman and the
francês Gilles Lipovetsky, sobre a Sociedade French philosopher Gilles Lipovetsky on Modern
Moderna. “Modernidade líquida” é um termo Society. “Liquid modernity” is a term coined by
cunhado pelo sociólogo Zigmunt Bauman para sociologist Zigmunt Bauman to describe the fluid
descrever a natureza fluida e mutável da sociedade and changing nature of contemporary society,
contemporânea, onde as relações e instituições where relationships and institutions tend to be
tendem a ser mais voláteis e menos duradouras. Já a more volatile and less enduring. The “age of
“era do vazio” é um conceito do filósofo Gilles emptiness” is a concept by the philosopher Gilles
Lipovetsky, que fala sobre a busca por prazeres Lipovetsky, who talks about the search for
superficiais e a ênfase na individualidade na superficial pleasures and the emphasis on
sociedade pós-moderna. Para esses pensadores, o individuality in postmodern society. For these
mundo capitalista, trouxe grandes consequências thinkers, the capitalist world brought great
para a humanidade. Ambos os termos refletem as consequences for humanity. Both terms reflect
mudanças culturais e sociais nas últimas décadas. cultural and social changes in recent decades.e.

PALAVRAS-CHAVE: KEYWORDS:
Modernidade Líquida; Era do Vazio; Sociedade Liquid Modernity; Age of the Void; Contemporay
contemporânea. society
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1. INTRODUÇÃO

No final de sua obra "Era dos Extremos", o historiador britânico Eric Hobsbawm (2000)
disse que o século XX pode ser considerado como o século das guerras mundiais, quentes e frias,
travadas de maneira apocalíptica por grandes potências. Em sua definição, o século XX resultou
em um derramamento de sangue e em um cenário de destruição em massa na modernidade sem
precedentes (HOBSBAWM, 2000).
No entanto, como efetivamente definir os principais acontecimentos do século XX? Foram
eles trágicos ou maravilhosos? Que reflexões ainda podem ser feitas a respeito desse período de
impressões tão antagônicas?
Na realidade, o século XX pode sim ser definido como sinônimo de dor e de situações de
barbárie, com violência direcionada à humanidade. Por outro lado, ele pode também ser
compreendido, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, como um século que experimentou
um salto vertiginoso com a chegada da tecnologia da informatização (COTRIM, G. &
FERNANDES, M. 2010).
Para a maioria dos teóricos, incluindo Zygmunt Bauman (2007), concorda-se que na década
de 1970 houve uma profunda mudança na organização das sociedades capitalistas. Isso ocorreu à
medida que o desenvolvimento dos sistemas de comunicação e informação tornou-se cada vez
mais presente na vida de milhões de indivíduos ao redor do mundo, resultando em importantes
desdobramentos econômicos, políticos e ambientais.
O crescimento da "sociedade em rede" nas últimas décadas, quando examinado de perto,
solidificará de maneira organizada e eficaz os mais diversos processos da vida moderna. Isso está
se tornando gradualmente uma tendência dominante na contemporaneidade.
Esse novo modelo está avançando com uma velocidade impressionante, nunca antes vista,
conquistando espaços e alcançando sucesso em diversas áreas do mercado. Isso está alterando
significativamente os processos de operação, produção, poder e cultura. Isso leva em consideração
a influência das ideologias do sistema capitalista, cujo desejo é introduzir valores afetivos e
sensações de bem-estar que servem apenas aos interesses voltados para a economia da felicidade,
ou que podem gerar frustração nos indivíduos. Assim, emerge o conceito de liquidez no mundo
moderno, como apresentado nas obras de Bauman (2007).

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2. BAUMAN: “AMOR LÍQUIDO”, “TEMPOS LÍQUIDOS”, “VIDA LÍQUIDA”,


“MODERNIDADE LÍQUIDA”.

Na sua concepção, os grandes acontecimentos do século XX, deve-se a mudança de uma


sociedade de produtores para uma sociedade de consumidores. Partindo deste princípio, os
modelos e as estruturas hoje impressos, não são promissores para os indivíduos. Muito pelo
contrário. O tempo destas transformações, além de não serem suficientes para enraizar-se
socialmente uma política humanizada, neste novo mundo “líquido”, a incerteza infelizmente é o
que vai prevalecer na cena social (CASTRO, 2014).
Assim como Bauman, a complexidade do mundo moderno também ganhou uma relevante
reflexão teórica com o filósofo Gilles Lipovetsky. A rigorosidade como trata as questões sobre
modernidade, pós-modernidade e hipermodernidade nas suas teorias, o tornou uma respeitosa
referência a ser discutida para melhor entender o cenário mundial.
Gilles Lipovetsky, é francês, sociólogo, filósofo e professor. Nasceu em 1944, em Millau,
na França. Professor de Filosofia em Grenoble (França), é autor de várias obras publicadas mundo
a fora. Atualmente é considerado um dos maiores defensores das democracias liberais e um crítico
temível e consistente das questões que envolve a mídia.
Nos seus livros “A Era do Vazio” (2005), “A Felicidade Paradoxal”, “O Império do
Efêmero”, “Os tempos hipermodernos” (2004), dentre tantos outros, Lipovetsky consegue analisar
com propriedade, clareza, a sociedade pós-moderna, que segundo ele, é marcada pela falta de
investimento público, e que devido a isso; acaba comprometendo de maneira impactante as
instituições morais, sociais e políticas.
Na sua reflexão sobre o mundo moderno, especialmente na sua obra “A era do vazio:
Ensaios sobre o individualismo contemporâneo”, ele procura buscar uma luz para o ser humano,
que sofre desconstruções de moralidade e de procedimentos éticos em diferentes ambientes;
criando infelizmente uma imagem que é apenas dele próprio, cde nós mesmos, assim como as
empresas, as operações de relações públicas e o divertimento mediático (LIPOVETSKY, 2005).
A Pós-modernidade neste sentido, definida por ele, é narcisista, materialista e
consequentemente empobrecedora. Os indivíduos, diante de um contraditório cardápio oferecido,
passam a viver uma ilusão, um profundo desencanto. Pois nestes moldes, a comunicação é apenas
um ato de se comunicar. É para ele uma expressão brutal do vazio contemporâneo; uma espécie de
tirania do instante, dos prazeres circunstanciais no cotidiano.

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Portanto, a sociedade moderna na visão de Bauman (2007) e Lipovetsky (2005), torna-se


absolutamente complexa, repleta de subjetividade. Nas duas teorias, há de fato, o cuidado
minucioso para obter o entendimento natural das esferas sociais, políticas e econômicas vigente.
Afinal, cada um, na sua reflexão, no seu modo de pensar o homem moderno e o encontro
consigo mesmo, possibilita uma racionalidade que não tem o interesse de encontrar explicação nas
circunstâncias, mais precisamente na verdade histórica de seu surgimento e de suas transformações
(HAN, 2017).
Nas duas teorias, pode-se perceber que os indivíduos da modernidade, infelizmente ainda
não conseguiram enxergar suas ações contraditórias. Negam inclusive a sua própria condição
humana, sua existência. Na verdade, procuram de certa forma, ocultar o mal-estar e o mal viver
(MORIN, 2013), que nada mais é do que fruto da violência nos mais distintos contextos presente
nas relações de dominação, humilhação e desprezo no mundo atual (MORIN, 2005).
Apresentar a exploração, e repensar ao mesmo tempo o explorado; para os dois autores é
algo necessário, pertinente. Uma vez que os estímulos, as informações e os impulsos do mundo
moderno, negam a vida, a felicidade e o bem estar (HAN, 2015).

2.1 Modernidade Sólida e Modernidade Líquida

Com uma capacidade incrível de analisar as sociedades, em especial as do final do século


XIX, Bauman teve a preocupação em apresentar algumas mudanças, que ele julgava serem
necessárias para o entendimento dos dramas vividos pelos os indivíduos da modernidade
(BAUMAN, 2004).
Para o sociólogo, o que veio a se fundir ao redor dos centros urbanos, foram decisivos para
definir a identidade da sociedade e do homem moderno. Através deste feito, foi o que iniciou um
crescimento expressivo da industrialização e o avanço desenfreado do sistema capitalista,
mudando de uma vez por toda, o rumo da história (BAUMAN, 2004).
A ideia de “progresso” otimista radical, de felicidade duradoura, compartilhada
expansivamente entre os indivíduos da sociedade moderna, não passa de uma grande farsa. Pois o
que se vai formular diante das atividades, das ações, nos permite fazer previsões apavorantes e
fatalistas. Afinal as crises que cada vez mais se consolidam, trazem em si, tensões contínuas, sem
nenhuma previsão de trégua (BAUMAN, 2009).

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Na atual conjectura, as sociedades atuais se afastaram da primeira fase da modernidade, à


qual chamou de “modernidade sólida”. E isto deve-se as transformações que ao longo das últimas
décadas inevitavelmente sofreram. Aquilo que em outrora era encaixado, determinado, fixado na
vida cotidiana; na segunda fase, se ver afrouxada, fluida, líquida, nunca vista na história”
(THORPE, 2015).
Aquilo que a sociedade sólida mantinha através da rigidez, da imposição, com o passar do
tempo, acabou perdendo espaço, adeptos pela incapacidade de diálogo, de resiliência diante do
novo. Bem ao contrário da modernidade líquida, que desde a sua origem se mostra aberta.
Consegue com muita rapidez se inserir nos diferentes contextos. Pois utiliza as mais diferentes
ferramentas para transformar as relações sólidas de trabalho, de família e de comunidade
consideradas absolutas, possíveis para se construir diálogo, acesso e transformação (THORPE,
2015).
Isto deve-se evidentemente a articulação, flexibilização e intervenção na sociedade. O
mundo líquido, cria-se um mal-estar irreparável. Porque vai também manifestar uma “estranha
capacidade de frustrar a auto-análise; de conseguir embrulhar os mecanismos de auto-produção
com o véu de ilusões sem o qual esses mecanismos, sendo o que são, não pode funcionar
adequadamente” (BAUMAN, 1997, p.07).
Tais mecanismos utilizados, não tem na sua essência o interesse de mostrar uma forma
específica, um modelo a ser seguido, algo salvador. Na verdade, na visão do sociólogo, eles são
apenas composições, elementos fluídos, que se moldam facilmente conforme os ambientes. Bem
diferente do mundo sólido, que se manteve fortalecido por muito tempo, devido aos
procedimentos, características, que preservava um tipo de enraizamento, enrijecimento
determinista.
Pode-se dizer a partir dessa teoria, o mundo líquido não tem a pretensão de se permanecer
para sempre. Há nela sim, um interesse em ressaltar que nada é insubstituível. Seu desejo é, de
fato, ampliar os procedimentos voláteis, desregulados, flexíveis. Que por sua excelência, pode ser
caracterizado, definido, como superfluidade (BAUMAN, 2004).
Ao olhar para o passado, para melhor entender o presente, para Bauman as políticas
implementadas, desenharam uma desconfortável imagem da submissão, seja de um lado ou de
outro. Operaram e operam de maneira nebulosa, lamacenta, e com um grau de imposição violenta,
com o aval de leis e preceitos sem nenhum escrúpulo para com os indivíduos, para coma vida

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(BAUMAN, 1999, p.73).


Assim, a modernidade, cada vez mais se depara com o perigo. O medo já não é algo tão
estranho. Ele já faz parte das rotinas. Apresenta características flutuantes, inconstantes e banais,
onde os indivíduos se tornam alvos fixos, meros espectadores, sem muito desejo de ação
(BAUMAN, 2007).
Este desapontamento, abre-se de alguma forma, espaço para a desilusão, para a
desesperança, o que é, algo terrivelmente assustador. Se hoje ouve-se expressões como "a morte da
utopia", "o fim da utopia" ou "o desvanecimento da imaginação utópica, deve-se a postura do
jardineiro que a cada dia cede sua vez para o caçador, Bauman (2007) afirma.:

[...] A única tarefa que os caçadores buscam é outra "matança",


suficientemente grande para encherem totalmente suas bolsas. Com toda a
certeza, eles não considerariam seu dever assegurar que o suprimento de
animais que habitam a floresta seja recomposto depois (e apesar) de sua
caçada. Se os bosques ficarem vazios de caça devido a uma aventura
particularmente proveitosa, os caçadores podem mudar-se para outra mata
relativamente incólume, ainda fértil em potenciais troféus de caça
(BAUMAN, 2007, p.105).

Se o homem é bom por natureza, planta amor, como insistia Jean-Jacques, ou por natureza
ele é mau, como presumia Hobbes; para Bauman não faz nenhum sentido. Na modernidade
líquida, a resposta se encontra na verdade, na moralidade. Somente através dela é que os seres
humanos irão entender o seu devido papel, e, portanto, esse entender o seu diferencial, o traço
singular da sua condição humana, quando comparado com outro modo de ser e estar no mundo
(BAUMAN, 2011).
Bauman (2001) diz “ Ser moral não significa necessariamente “ser bom”, mas ter comido
da arvore do bem e do mal e saber que coisas e atos podem ser bons e maus” (Ibdem, 2011, p. 54).
Logo, uma vez que as experiencias são compartilhadas, vai lhe permitir uma aventura complexa,
recheada de poder, de autotransformação e transformação. Podendo então, ao mesmo tempo
ameaçar de forma violenta, tudo o que se constrói, que se sabe e que hoje pode identificar o que
somos, enquanto sujeitos (BERMAN, 1986).
A modernidade ainda que deseje anular fronteiras, encurtar os espaços geográficos, as
raças, as nacionalidades, as diferentes expressões religiosas e ideológicas, ela não vai conseguir.
Pois ela não passa de uma unidade paradoxal. Sua essência, promove, anuncia um tipo de cardápio
permanente, mas que desintegra os indivíduos, fazendo com que eles travem em suas vidas, uma

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eterna luta. E, diga-se de passagem, de maneira desigual. Esquecendo de destacar que “tudo o que
era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente
forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas” (BERMAN,
1986, p. 15).
Nesta perspectiva, o conceito baumaniano de modernidade líquida, vai se aproximar
significativamente de Sigmund Freud em “O mal-estar na civilização”. Onde ele afirmava que o
homem dito civilizado, tinha trocado boa parte de suas possibilidades de felicidade, por uma
porção de segurança (FREUD, 1997). Ou seja, deixou de lado a felicidade que significa liberdade
para agir conforme seus impulsos, instintos e desejos. Dando lugar a um tipo de segurança que vai
dizer onde e como algo deve ser feito, para que não haja possibilidade de hesitação e indecisão; já
mostrando sua vulnerável e precária ideologia (BAUMAN, 2008).
Buscar a felicidade a qualquer custo, numa sociedade em que o consumo é o principal
objetivo, merece uma reflexão mais cuidadosa. Porque há indícios de insuficiência, ingenuidade,
alienação. O sujeito moderno, frente aos resultados de suas ações, apresenta um descredito
considerável, longe de qualquer sinônimo de felicidade que a vida possa oferecer (BAUMAN,
2009).
Se hoje vive-se uma sociedade de consumidores, onde os laços devem seguir as tendências,
os padrões da moda. Compradores precisam então experimentar um pouco de tudo. O maior
número de mercadorias. Deve se permitir ao consumo diversificado. Inclusive entre indivíduos.
Contrariando até mesmo as relações “até que a morte os separe” da tradição.
Nesta sociedade, pode se perceber de fato, é que existem esquemas de experiências “light”,
que reduzem consideravelmente algumas responsabilidades dos envolvidos, ainda que a felicidade
seja apenas uma parte alcançada (BAUMAN, 2009).

Os ocupantes desse “mundo da fantasia” estão cientes de que “nunca terão o


bastante, ou, na verdade, um volume suficiente de coisas bastantes boas para
estarem salvos. O consumo não leva à certeza e à saciedade. O bastante
nunca bastará”. Como um dos colaboradores de “Como Gastá-lo” adverte
seus leitores, num mundo em que “todos” podem ter um carro e luxo, os que
realmente miram alto “não têm opção senão comprar um melhor”
(BAUMAN, 2009, p. 35).

As relações sinônimo de força e fortaleza, no mundo líquido vai basear-se numa história de
ficção, não conseguindo, portanto, entender a verdade. Mas dar espaço para a negligência moral.
Posteriormente, não se dando conta, dos percentuais de analgésicos e tranquilizantes que uma boa

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parte de indivíduos tomam para suportar as dores, os problemas construídos que os rodeiam
(BAUMAN, 2014).
Em suma, este modelo líquido, fluido, frouxo da modernidade teorizado por Bauman,
deseja que os sujeitos se sintam pertencentes. Porém submissos a nova ordem de mercado. O que o
torna cada vez mais vendáveis, consumidos sem nenhum pudor, descartados como lixo
(BAUMAN, 2008).

2.2 A Fragilidade dos Laços Humanos na Modernidade Líquida.

Na obra, “Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos” (BAUMAN, 2004) o
sociólogo investiga as formas pelas quais as relações são flexíveis, fluidas, e que por esta razão,
produz uma incapacidade de amar aos outros, assim como a nós mesmos.
Para ele, isto deve-se a prioridade que os indivíduos da modernidade vão dar aos
relacionamentos em “rede”. Relacionamentos estes, que são fáceis de serem tecidos,
desmanchados. Servindo, portanto, apenas como base para se conectar, como também para se
desconectar de tudo e de todos; com um grau de indiferença considerável, conseguindo
interrompê-las antes mesmo delas começarem a trazer problemas, de ter a necessidade de
cuidados, de investimentos (BAUMAN, 2004).
O “líquido mundo moderno”, de certa forma, não tem como não apresentar sua fragilidade.
A falta de desejo, de iniciativa para buscar parceiros, amigos, e até mesmo parentes, é uma
realidade dura presente nas relações atuais. A grande euforia, estar na vida em “rede”, que vive seu
momento de glória, seu apogeu.
As máquinas digitais na vida dos indivíduos, tem um papel crucial. Ao ponto de fazer com
que os indivíduos se tornem cada vez mais reféns, dependentes delas. As telas coloridas, os cliques
que chegam a tantos outros e outras, numa velocidade que tem a ajuda dos modernos provedores e
plataformas, é hoje um verdadeiro fetiche.
Com toda essa tecnologia nos aparelhos, informatização de ponta, fez com que os
consumidores corressem para adquiri-los a qualquer custo. De tal maneira que não se pode, através
do “marketing” feito, pensar uma vida atualizada sem eles. Porque a ideia construída é de que, uma
vez que adquirido o produto, aí sim, os indivíduos se tornam inclusos, aceitos pela sociedade. Não
é à toa que as visualizações, as curtidas, os “likes”, é quase uma obrigação no atual contexto. Tem

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sinônimo de poder, ou de pertencimento. Graças a esse tão expressivo cardápio.


Evidentemente que tudo isso vai produzir uma cultura complexa, ou seja, do liso, da
estética lisa nos inúmeros objetos colocados nas prateleiras. Porque não tem na sua construção, o
desejo de aderência, de fixação. Traz apenas o interesse em mediar as sensações agradáveis do
tato, das esculturas polidas, de brilho intenso, presentes nos “tablets” e “smartphones”. Mas que
não permite nenhum outro tipo de experiência, contato, confronto direto com o outro. A não ser
consigo mesmo, com suas particularidades (HAN, 2019).

A comunicação atinge sua velocidade máxima ali onde o igual reage ao


igual. A resistência que vem do outro gera interferência na comunicação lisa
e polida do igual. A positividade do liso, do polido, acelera a circulação de
informação, comunicação e capital (HAN, 2019, p. 21).

Pode-se dizer que a atual sociedade a partir dessa análise, vai ser responsável pela
implementação de um tipo de cultura polida dentro de um ambiente materialista, consumista e
individualista. Conseguindo cada vez mais, mudar os padrões de comportamento humano,
maneiras de experimentar o tempo, o conceito de felicidade/afetividade e a relação dos indivíduos
com a sociedade/estado.
A infinita liberdade de escolha, da multiplicidade de opções e da coerção de otimização
presente neste “líquido mundo moderno”, traz muitos danos para os indivíduos, ao ponto de deixá-
los fragilizados nas relações, nos laços humanos. Porque um relacionamento, não é uma tarefa
fácil. Requer um investimento relevante. E tudo isso é inicialmente, uma transação insegura, uma
dor de cabeça, e não um remédio (BAUMAN, 2004).
Toda essa insegurança, compromete e muito os casais. Porque de alguma maneira, essa
influência caba gerando em certos casos um tipo de comportamento não construtivo. Uma relação
não agradável. Há de fato hoje, inúmeros
Relatos afirmam que há inúmeros relacionamentos abusivos, e com um grau de obsessivo
controle, chegando a patamares de violência física. O que vai comprometer de certa forma,
qualquer tipo de relacionamentos, pertos, próximos ou diretos; assim como os que são construídos
a distância, longe, nas “redes” (BAUMAN, 2004).
Investir numa relação com critérios amorosos, passou a ser um grande desafio. Porque
entende-se que a essência do indivíduo da modernidade líquida, é ideológica, fundamentada nos
princípios do sistema capitalista. E devido a isso, a relação com o outro, carregam elementos de
muita estranheza, com pouca sentimentalidade. Se acentuando infelizmente nos interesses

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particulares, egoístas de uma boa parte dos sujeitos da sociedade (FROMM, 1983).
Se amar é querer gerar e procriar, então através dos modelos adotados pela modernidade, as
pessoas estão vivendo uma mentira, uma verdadeira contradição. Pois se não há entrega, confiança
entre homens e mulheres, em tão não há amor (BAUMAN, 2004).
E isto fica claro, uma vez que nos deparamos com sujeitos que desejam coisas prontas,
completas e concluídas. Diferente do amor, que é fruto de criação, momento de transcendência,
aberto ao destino e que deseja liberdade no ser. Um tipo de liberdade que se incorpora no outro.
Que passa a ser o companheiro do amor. Atingido profundamente pela humildade, coragem e
muita disciplina (BAUMAN, 2004).

Amar é contribuir para o mundo, cada contribuição sendo um traço vivo do


eu que ama. No amor, o eu é, pedaço por pedaço, transplantado para o
mundo. O eu que ama se expande doando-se ao objeto amado. Amar diz
respeito a auto-sobrevivência através da alteridade. E assim o amor significa
um estímulo a proteger, alimentar, abrigar; e também a caricia, ao afago e
ao mimo, ou a – ciumentamente – guardar, cercar, encarcerar. Amar
significa estar a serviço, colocar-se a disposição, guardar a ordem. Mas
também pode significar expropriar e assumir a responsabilidade. Domínio
mediante renúncia, sacrifício resultando em exaltação (BAUMAN, 2004,
p.24).

Assim, através deste olhar, o amor talvez seja uma das respostas para se combater o
individualismo, que tem na sua essência a solidão. Solidão que nasce a partir de seres humanos e
culturas que optam pela separação, pela desunião. Fruto de um tipo de sujeito que “não se
preocupa com sua vida e felicidade, mas em tornar-se vendável”, como diz Froom (1983, p. 72).
Na sociedade líquida, causa uma flexibilidade irresponsável, pois levam muitos indivíduos
adquirirem um quadro de ansiedade considerável, pelo fato de não saberem dos riscos, ou os
caminhos que precisam ser tomados para que suas vidas não virem um caos (SENNETT, 2002).
A dinâmica de ter um vasto banquete, que propõe a sociedade moderna, ainda vive o
drama, o desconforto de estar eternamente buscando a qualquer custo a felicidade. O que é algo
empobrecedor, uma vez que os indivíduos da modernidade, só entendem a felicidade como
ausência, como falta, mais do que pela sua presença, existência.
O objetivo desse sistema não é um fim a ser atingido, mas uma função continua, cíclica e
intermitente, que não acaba nunca. É uma felicidade que tem a sua construção arquitetada pelo
sistema capitalista. Alimentada por uma espécie de fé incondicional no progresso, na tecnologia,
na ciência, no desenvolvimento econômico, e consequentemente, é a responsável pelas situações

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contraditórias, como bem ressaltou (MORIN, 2011).


Se vivemos hoje a ausência do amor, a carência afetiva, é porque o século XX deu muito
espaço para disseminar a indiferença, a dureza e a crueldade. As ações do homem na sociedade
líquida, infelizmente conseguiu maquiar a vida, e deixá-la fantasiosa, desumana, sem os princípios
básicos da boa convivência (MORIN, 2011).
Portanto, alertar a sociedade sobre a farsa, a mentira, vivida na sociedade moderna, é de
alguma forma ter o objetivo de buscar meios para que se possa combater a comodificação ou
recomodificação presente na vida consumidores, tratados como uma simples mercadoria
(BAUMAN, 2008).
A vida social, política, econômica, as relações de modo geral, acabaram sofrendo uma
violenta desvalorização. Devido a ideia de que tudo deve ser feito a partir dos que aderiam ao
consumo, aos objetos, ao mundo da conectividade, das redes, dos links. O que trará resultados
comprometedores para toda uma sociedade, e como consequencia, como bem ressaltou no
subtítulo da sua obra Amores Líquidos: “a fragilidade dos laços humanos” BAUMAN (2004).

3. LIPOVETSKY: SOCIEDADE DO HIPERCONSUMISNO E DO VAZIO.

O mundo líquido, diante das teorias de Bauman (2007), estar relacionado a uma crise que
afeta a humanidade. Nele há um tipo des-indentificação que aliena as distintas sociedades,
mostrando, de certa forma, uma incapacidade de entendimento diante dos reais e diversificados
problemas.
Lipovetsky (2005), vai dizer que esse contexto leva os indivíduos para o drama do
hiperconsumismo. Ele contribui para um vazio desconfortante, de perdição, indecisões e
inquietações. Afinal, os indivíduos do modelo atual de sociedade, vivem uma ideologia que
massageia a alma, procura amenizar as dores com analgésicos, e deixa de combater as suas
verdadeiras doenças.
[...] quanto mais se desenvolve as possibilidades de encontro, mais os
indivíduos se sentem sós; quanto mais as relações se tornam livres,
emancipadas das antigas restrições, mais rara se torna a possibilidade de
conhecer uma relação intensa. Por todo lado há solidão, vazio, dificuldade
de sentir, de ser transportado para fora de si mesmo." (Lipovetsky, 2005, p.
57).

Nesta perspectiva, Lipovetsky (2005) a modernidade traz consigo uma absolutização na

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vida dos indivíduos, no modo de ser sujeito. Todos devem corresponder ao imperativo moral
dominante, contrário aos que ousaram postular nos modos alternativos de vida [...] uma forma de
comunicação de contato diferente com o público e o privado. “O que significa não abrir espaço
para novas visões de mundo, de expressões desejantes, emancipatórias do jugo utilitário.”
(Lipovetsky, 2005, p. 2).
Assim, em meio a tantas diferenças, uma árdua corrida ao sucesso é lançada. Sucesso esse
que estar presente nos diferentes setores da vida moderna, e que diante do sistema não permite dar
espaço para frustações. Na verdade, na atual conjectura, tem que haver um preenchimento positivo,
eficaz diante de um vazio existencial.
Foucault (1977), ao discutir sobre as relações de poder das instituições estabelecidas, como:
família, escola, prisões e quartéis no século XX, já nos alertava da preservação do caráter
disciplinar, cujo objetivo maior, foi sempre alavancar a produção para fins econômicos e políticos.
Mas no final do século XX, e início do século XXI, essa sociedade disciplinar vai dar
espaço para a sociedade do desempenho. A ideia de que os sujeitos são empresários de si mesmos,
e que, portanto, tem de alguma forma, uma autossuficiência.
Neste novo modelo, desvinculando-se totalmente da negatividade, e aposta na sociedade
que não é a do controle. Mas de um poder ilimitado, positivo, onde a ideia de desempenho é a
forma mais rápida e produtiva. Diferentemente da sociedade dos sujeitos da obediência
foucaultiana (HAN, 2015)
Na visão de Lipovetsky (2005), é exatamente a partir dessa nova ideologia, desse novo
sistema, que vai surgir o hiperconsumidor, ou seja, o sujeito das experiências do aqui e agora. Que
tem um grau considerável de superficialidade, divorciado da consciência crítica, que
consequentemente impactua a vida pessoal e coletiva na modernidade.
Isso significa para Lipovetsky (2005), o fim do pós-modernismo, e o início da era
hipermoderna. Onde as contradições, o pessimismo, o individualismo e o hedonismo se presentam
consideravelmente. Afastando-se drasticamente das tradições e do seu sentido histórico.
Para Charles (2009), essa atmosfera de incertezas, de políticas duvidosas, de dilemas
intermináveis, tem a ver com a ausência de fundamentos éticos imprescindíveis. Isto é, de uma
ausência de consciência sustentável, onde se necessita desenvolver a cultura do cuidado, com as
sociedades e com as futuras gerações.
Infelizmente, a crença que se depositou na ciência e na técnica a partir dos anos de 1980,

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estar atrelada aos desejos do capitalismo. Homens e mulheres vivem hoje em meio a sedução,
frivolidade e narcisismo. Abraçando comportamentos contraditórios com relação a vida pessoal e
coletiva.
O consumismo exacerbado, passou a ser algo fundamental nas sociedades modernas.
Porque é através dele que a ideologia capitalista vai se concretizar, marcar sua identidade. Com a
ajuda de uma publicidade eufórica que não mede esforços para alcançar seus objetivos.
A pós-modernidade narcísica, afigurada na ilusão, ganha força através de uma bem
elaborada comunicação. Que tem por sua vez, a expressão mais brutal do vazio contemporâneo.
Porque coloca um modelo de sob vida. Fundamentada somente numa espécie de tirania do
instante, das hiperproduções que não passam de uma farsa cruel.
A hipermodernidade na compressão de Lipovetsky (2005), nasce a partir de uma moda,
cujo estereótipos carregam no seu processo, toda uma criatividade capitalista, absolutamente
apelativa nas suas tendências. Onde a era pós-moral, que procura entender o lugar das estruturas
socializantes, por sua vez, diante do cenário, perdem autoridade.
Neste sentido, algumas ideologias no âmbito social, acabam sendo deixadas no meio do
caminho. Projetos históricos que possibilitava o diálogo, já não mais mobilizam as novas gerações,
sobretudo no âmbito sociopolítico. Instaurada “sem tragédia e sem apocalipse”. (LIPOVETSKY,
2004b, p. 22).
O que se encontra hoje, é o apogeu do consumo puro que funciona não como algo que tem
um significado social, que dar assistência as necessidades de uma civilização. Mas como panóplia
de serviços destinados aos indivíduos (LIPOVETSKY, 2007, p. 37).
Neste sistema, os produtos, os objetos consumidos, são de certa forma “desinteressantes”.
Porque para o hiperconsumidor, o produto pelo produto não tem o mesmo valor, sentido,
experiencia de outrora.
Para ele não se trata de uma conquista, posse de um determinado produto. Mas sim, tem a
ver com as “experiências, sensações e emoções” que eles causam com esses sujeitos. Causando,
portanto, uma espécie de fetichização (LIPOVETSKY, 2007, p. 54).
Para Lipovetsky (2005) isso são estratégias para funcionar a engrenagem que proporciona
um variado cardápio de produtos e serviços para consumo. Tendo como objetivo, exaltar a
felicidade privada da hipermodernidade, que traz a tira colo, o hiperindividualismo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

"Modernidade Líquida" de Zygmunt Bauman (2014) e "A Era do Vazio" de Gilles


Lipovetsky (2005) são obras que abordam a sociedade contemporânea, mas de maneiras distintas.
Bauman discute a fluidez das relações humanas e a instabilidade das estruturas sociais na
modernidade, enquanto Lipovetsky analisa o vazio existencial e o culto à individualidade.
Ambos os autores exploram as consequências do consumismo e da busca por prazer
imediato, mas com focos ligeiramente diferentes. Enquanto Bauman enfatiza a falta de conexões
duradouras, Lipovetsky destaca a ênfase na imagem pessoal e na superficialidade.
Em resumo, ambas as obras oferecem perspectivas críticas sobre a sociedade
contemporânea, porém, com ênfases distintas.

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