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¹Mestre em Psicologia (UNIFOR); bacharel em Teologia (UNINTA); licenciado em Ciências da Religião (UVA),
Pedagogia (FAIBRA) e Filosofia (FAEME); especialista em Psicopedagogia (FMB) e em História das Relações
Políticas (FAK-UFC). E-mail: sofiagledson@gmail.com
²Graduando em Teologia (FMB); licenciado em História (UFC); Mestre em História Social (UFC); doutorando
História Social (UFC). E-mail: felipeoliveira1991@hotmail.com
³Bacharel em Psicologia (UNICATÓLICA-CE); acupunturista (ABACO-RJ). E-mail: fglq@yahoo.com.br
RESUMO ABSTRACT
Este artigo tem como objetivo, por meio de revisão This article aims, through a bibliographic review,
bibliográfica, ressaltar a relevância das teorias do to highlight the relevance of the theories of the
sociólogo polonês Zygmunt Bauman e do filósofo Polish sociologist Zygmunt Bauman and the
francês Gilles Lipovetsky, sobre a Sociedade French philosopher Gilles Lipovetsky on Modern
Moderna. “Modernidade líquida” é um termo Society. “Liquid modernity” is a term coined by
cunhado pelo sociólogo Zigmunt Bauman para sociologist Zigmunt Bauman to describe the fluid
descrever a natureza fluida e mutável da sociedade and changing nature of contemporary society,
contemporânea, onde as relações e instituições where relationships and institutions tend to be
tendem a ser mais voláteis e menos duradouras. Já a more volatile and less enduring. The “age of
“era do vazio” é um conceito do filósofo Gilles emptiness” is a concept by the philosopher Gilles
Lipovetsky, que fala sobre a busca por prazeres Lipovetsky, who talks about the search for
superficiais e a ênfase na individualidade na superficial pleasures and the emphasis on
sociedade pós-moderna. Para esses pensadores, o individuality in postmodern society. For these
mundo capitalista, trouxe grandes consequências thinkers, the capitalist world brought great
para a humanidade. Ambos os termos refletem as consequences for humanity. Both terms reflect
mudanças culturais e sociais nas últimas décadas. cultural and social changes in recent decades.e.
PALAVRAS-CHAVE: KEYWORDS:
Modernidade Líquida; Era do Vazio; Sociedade Liquid Modernity; Age of the Void; Contemporay
contemporânea. society
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1. INTRODUÇÃO
No final de sua obra "Era dos Extremos", o historiador britânico Eric Hobsbawm (2000)
disse que o século XX pode ser considerado como o século das guerras mundiais, quentes e frias,
travadas de maneira apocalíptica por grandes potências. Em sua definição, o século XX resultou
em um derramamento de sangue e em um cenário de destruição em massa na modernidade sem
precedentes (HOBSBAWM, 2000).
No entanto, como efetivamente definir os principais acontecimentos do século XX? Foram
eles trágicos ou maravilhosos? Que reflexões ainda podem ser feitas a respeito desse período de
impressões tão antagônicas?
Na realidade, o século XX pode sim ser definido como sinônimo de dor e de situações de
barbárie, com violência direcionada à humanidade. Por outro lado, ele pode também ser
compreendido, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, como um século que experimentou
um salto vertiginoso com a chegada da tecnologia da informatização (COTRIM, G. &
FERNANDES, M. 2010).
Para a maioria dos teóricos, incluindo Zygmunt Bauman (2007), concorda-se que na década
de 1970 houve uma profunda mudança na organização das sociedades capitalistas. Isso ocorreu à
medida que o desenvolvimento dos sistemas de comunicação e informação tornou-se cada vez
mais presente na vida de milhões de indivíduos ao redor do mundo, resultando em importantes
desdobramentos econômicos, políticos e ambientais.
O crescimento da "sociedade em rede" nas últimas décadas, quando examinado de perto,
solidificará de maneira organizada e eficaz os mais diversos processos da vida moderna. Isso está
se tornando gradualmente uma tendência dominante na contemporaneidade.
Esse novo modelo está avançando com uma velocidade impressionante, nunca antes vista,
conquistando espaços e alcançando sucesso em diversas áreas do mercado. Isso está alterando
significativamente os processos de operação, produção, poder e cultura. Isso leva em consideração
a influência das ideologias do sistema capitalista, cujo desejo é introduzir valores afetivos e
sensações de bem-estar que servem apenas aos interesses voltados para a economia da felicidade,
ou que podem gerar frustração nos indivíduos. Assim, emerge o conceito de liquidez no mundo
moderno, como apresentado nas obras de Bauman (2007).
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Se o homem é bom por natureza, planta amor, como insistia Jean-Jacques, ou por natureza
ele é mau, como presumia Hobbes; para Bauman não faz nenhum sentido. Na modernidade
líquida, a resposta se encontra na verdade, na moralidade. Somente através dela é que os seres
humanos irão entender o seu devido papel, e, portanto, esse entender o seu diferencial, o traço
singular da sua condição humana, quando comparado com outro modo de ser e estar no mundo
(BAUMAN, 2011).
Bauman (2001) diz “ Ser moral não significa necessariamente “ser bom”, mas ter comido
da arvore do bem e do mal e saber que coisas e atos podem ser bons e maus” (Ibdem, 2011, p. 54).
Logo, uma vez que as experiencias são compartilhadas, vai lhe permitir uma aventura complexa,
recheada de poder, de autotransformação e transformação. Podendo então, ao mesmo tempo
ameaçar de forma violenta, tudo o que se constrói, que se sabe e que hoje pode identificar o que
somos, enquanto sujeitos (BERMAN, 1986).
A modernidade ainda que deseje anular fronteiras, encurtar os espaços geográficos, as
raças, as nacionalidades, as diferentes expressões religiosas e ideológicas, ela não vai conseguir.
Pois ela não passa de uma unidade paradoxal. Sua essência, promove, anuncia um tipo de cardápio
permanente, mas que desintegra os indivíduos, fazendo com que eles travem em suas vidas, uma
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eterna luta. E, diga-se de passagem, de maneira desigual. Esquecendo de destacar que “tudo o que
era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente
forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas” (BERMAN,
1986, p. 15).
Nesta perspectiva, o conceito baumaniano de modernidade líquida, vai se aproximar
significativamente de Sigmund Freud em “O mal-estar na civilização”. Onde ele afirmava que o
homem dito civilizado, tinha trocado boa parte de suas possibilidades de felicidade, por uma
porção de segurança (FREUD, 1997). Ou seja, deixou de lado a felicidade que significa liberdade
para agir conforme seus impulsos, instintos e desejos. Dando lugar a um tipo de segurança que vai
dizer onde e como algo deve ser feito, para que não haja possibilidade de hesitação e indecisão; já
mostrando sua vulnerável e precária ideologia (BAUMAN, 2008).
Buscar a felicidade a qualquer custo, numa sociedade em que o consumo é o principal
objetivo, merece uma reflexão mais cuidadosa. Porque há indícios de insuficiência, ingenuidade,
alienação. O sujeito moderno, frente aos resultados de suas ações, apresenta um descredito
considerável, longe de qualquer sinônimo de felicidade que a vida possa oferecer (BAUMAN,
2009).
Se hoje vive-se uma sociedade de consumidores, onde os laços devem seguir as tendências,
os padrões da moda. Compradores precisam então experimentar um pouco de tudo. O maior
número de mercadorias. Deve se permitir ao consumo diversificado. Inclusive entre indivíduos.
Contrariando até mesmo as relações “até que a morte os separe” da tradição.
Nesta sociedade, pode se perceber de fato, é que existem esquemas de experiências “light”,
que reduzem consideravelmente algumas responsabilidades dos envolvidos, ainda que a felicidade
seja apenas uma parte alcançada (BAUMAN, 2009).
As relações sinônimo de força e fortaleza, no mundo líquido vai basear-se numa história de
ficção, não conseguindo, portanto, entender a verdade. Mas dar espaço para a negligência moral.
Posteriormente, não se dando conta, dos percentuais de analgésicos e tranquilizantes que uma boa
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parte de indivíduos tomam para suportar as dores, os problemas construídos que os rodeiam
(BAUMAN, 2014).
Em suma, este modelo líquido, fluido, frouxo da modernidade teorizado por Bauman,
deseja que os sujeitos se sintam pertencentes. Porém submissos a nova ordem de mercado. O que o
torna cada vez mais vendáveis, consumidos sem nenhum pudor, descartados como lixo
(BAUMAN, 2008).
Na obra, “Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos” (BAUMAN, 2004) o
sociólogo investiga as formas pelas quais as relações são flexíveis, fluidas, e que por esta razão,
produz uma incapacidade de amar aos outros, assim como a nós mesmos.
Para ele, isto deve-se a prioridade que os indivíduos da modernidade vão dar aos
relacionamentos em “rede”. Relacionamentos estes, que são fáceis de serem tecidos,
desmanchados. Servindo, portanto, apenas como base para se conectar, como também para se
desconectar de tudo e de todos; com um grau de indiferença considerável, conseguindo
interrompê-las antes mesmo delas começarem a trazer problemas, de ter a necessidade de
cuidados, de investimentos (BAUMAN, 2004).
O “líquido mundo moderno”, de certa forma, não tem como não apresentar sua fragilidade.
A falta de desejo, de iniciativa para buscar parceiros, amigos, e até mesmo parentes, é uma
realidade dura presente nas relações atuais. A grande euforia, estar na vida em “rede”, que vive seu
momento de glória, seu apogeu.
As máquinas digitais na vida dos indivíduos, tem um papel crucial. Ao ponto de fazer com
que os indivíduos se tornem cada vez mais reféns, dependentes delas. As telas coloridas, os cliques
que chegam a tantos outros e outras, numa velocidade que tem a ajuda dos modernos provedores e
plataformas, é hoje um verdadeiro fetiche.
Com toda essa tecnologia nos aparelhos, informatização de ponta, fez com que os
consumidores corressem para adquiri-los a qualquer custo. De tal maneira que não se pode, através
do “marketing” feito, pensar uma vida atualizada sem eles. Porque a ideia construída é de que, uma
vez que adquirido o produto, aí sim, os indivíduos se tornam inclusos, aceitos pela sociedade. Não
é à toa que as visualizações, as curtidas, os “likes”, é quase uma obrigação no atual contexto. Tem
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Pode-se dizer que a atual sociedade a partir dessa análise, vai ser responsável pela
implementação de um tipo de cultura polida dentro de um ambiente materialista, consumista e
individualista. Conseguindo cada vez mais, mudar os padrões de comportamento humano,
maneiras de experimentar o tempo, o conceito de felicidade/afetividade e a relação dos indivíduos
com a sociedade/estado.
A infinita liberdade de escolha, da multiplicidade de opções e da coerção de otimização
presente neste “líquido mundo moderno”, traz muitos danos para os indivíduos, ao ponto de deixá-
los fragilizados nas relações, nos laços humanos. Porque um relacionamento, não é uma tarefa
fácil. Requer um investimento relevante. E tudo isso é inicialmente, uma transação insegura, uma
dor de cabeça, e não um remédio (BAUMAN, 2004).
Toda essa insegurança, compromete e muito os casais. Porque de alguma maneira, essa
influência caba gerando em certos casos um tipo de comportamento não construtivo. Uma relação
não agradável. Há de fato hoje, inúmeros
Relatos afirmam que há inúmeros relacionamentos abusivos, e com um grau de obsessivo
controle, chegando a patamares de violência física. O que vai comprometer de certa forma,
qualquer tipo de relacionamentos, pertos, próximos ou diretos; assim como os que são construídos
a distância, longe, nas “redes” (BAUMAN, 2004).
Investir numa relação com critérios amorosos, passou a ser um grande desafio. Porque
entende-se que a essência do indivíduo da modernidade líquida, é ideológica, fundamentada nos
princípios do sistema capitalista. E devido a isso, a relação com o outro, carregam elementos de
muita estranheza, com pouca sentimentalidade. Se acentuando infelizmente nos interesses
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particulares, egoístas de uma boa parte dos sujeitos da sociedade (FROMM, 1983).
Se amar é querer gerar e procriar, então através dos modelos adotados pela modernidade, as
pessoas estão vivendo uma mentira, uma verdadeira contradição. Pois se não há entrega, confiança
entre homens e mulheres, em tão não há amor (BAUMAN, 2004).
E isto fica claro, uma vez que nos deparamos com sujeitos que desejam coisas prontas,
completas e concluídas. Diferente do amor, que é fruto de criação, momento de transcendência,
aberto ao destino e que deseja liberdade no ser. Um tipo de liberdade que se incorpora no outro.
Que passa a ser o companheiro do amor. Atingido profundamente pela humildade, coragem e
muita disciplina (BAUMAN, 2004).
Assim, através deste olhar, o amor talvez seja uma das respostas para se combater o
individualismo, que tem na sua essência a solidão. Solidão que nasce a partir de seres humanos e
culturas que optam pela separação, pela desunião. Fruto de um tipo de sujeito que “não se
preocupa com sua vida e felicidade, mas em tornar-se vendável”, como diz Froom (1983, p. 72).
Na sociedade líquida, causa uma flexibilidade irresponsável, pois levam muitos indivíduos
adquirirem um quadro de ansiedade considerável, pelo fato de não saberem dos riscos, ou os
caminhos que precisam ser tomados para que suas vidas não virem um caos (SENNETT, 2002).
A dinâmica de ter um vasto banquete, que propõe a sociedade moderna, ainda vive o
drama, o desconforto de estar eternamente buscando a qualquer custo a felicidade. O que é algo
empobrecedor, uma vez que os indivíduos da modernidade, só entendem a felicidade como
ausência, como falta, mais do que pela sua presença, existência.
O objetivo desse sistema não é um fim a ser atingido, mas uma função continua, cíclica e
intermitente, que não acaba nunca. É uma felicidade que tem a sua construção arquitetada pelo
sistema capitalista. Alimentada por uma espécie de fé incondicional no progresso, na tecnologia,
na ciência, no desenvolvimento econômico, e consequentemente, é a responsável pelas situações
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O mundo líquido, diante das teorias de Bauman (2007), estar relacionado a uma crise que
afeta a humanidade. Nele há um tipo des-indentificação que aliena as distintas sociedades,
mostrando, de certa forma, uma incapacidade de entendimento diante dos reais e diversificados
problemas.
Lipovetsky (2005), vai dizer que esse contexto leva os indivíduos para o drama do
hiperconsumismo. Ele contribui para um vazio desconfortante, de perdição, indecisões e
inquietações. Afinal, os indivíduos do modelo atual de sociedade, vivem uma ideologia que
massageia a alma, procura amenizar as dores com analgésicos, e deixa de combater as suas
verdadeiras doenças.
[...] quanto mais se desenvolve as possibilidades de encontro, mais os
indivíduos se sentem sós; quanto mais as relações se tornam livres,
emancipadas das antigas restrições, mais rara se torna a possibilidade de
conhecer uma relação intensa. Por todo lado há solidão, vazio, dificuldade
de sentir, de ser transportado para fora de si mesmo." (Lipovetsky, 2005, p.
57).
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vida dos indivíduos, no modo de ser sujeito. Todos devem corresponder ao imperativo moral
dominante, contrário aos que ousaram postular nos modos alternativos de vida [...] uma forma de
comunicação de contato diferente com o público e o privado. “O que significa não abrir espaço
para novas visões de mundo, de expressões desejantes, emancipatórias do jugo utilitário.”
(Lipovetsky, 2005, p. 2).
Assim, em meio a tantas diferenças, uma árdua corrida ao sucesso é lançada. Sucesso esse
que estar presente nos diferentes setores da vida moderna, e que diante do sistema não permite dar
espaço para frustações. Na verdade, na atual conjectura, tem que haver um preenchimento positivo,
eficaz diante de um vazio existencial.
Foucault (1977), ao discutir sobre as relações de poder das instituições estabelecidas, como:
família, escola, prisões e quartéis no século XX, já nos alertava da preservação do caráter
disciplinar, cujo objetivo maior, foi sempre alavancar a produção para fins econômicos e políticos.
Mas no final do século XX, e início do século XXI, essa sociedade disciplinar vai dar
espaço para a sociedade do desempenho. A ideia de que os sujeitos são empresários de si mesmos,
e que, portanto, tem de alguma forma, uma autossuficiência.
Neste novo modelo, desvinculando-se totalmente da negatividade, e aposta na sociedade
que não é a do controle. Mas de um poder ilimitado, positivo, onde a ideia de desempenho é a
forma mais rápida e produtiva. Diferentemente da sociedade dos sujeitos da obediência
foucaultiana (HAN, 2015)
Na visão de Lipovetsky (2005), é exatamente a partir dessa nova ideologia, desse novo
sistema, que vai surgir o hiperconsumidor, ou seja, o sujeito das experiências do aqui e agora. Que
tem um grau considerável de superficialidade, divorciado da consciência crítica, que
consequentemente impactua a vida pessoal e coletiva na modernidade.
Isso significa para Lipovetsky (2005), o fim do pós-modernismo, e o início da era
hipermoderna. Onde as contradições, o pessimismo, o individualismo e o hedonismo se presentam
consideravelmente. Afastando-se drasticamente das tradições e do seu sentido histórico.
Para Charles (2009), essa atmosfera de incertezas, de políticas duvidosas, de dilemas
intermináveis, tem a ver com a ausência de fundamentos éticos imprescindíveis. Isto é, de uma
ausência de consciência sustentável, onde se necessita desenvolver a cultura do cuidado, com as
sociedades e com as futuras gerações.
Infelizmente, a crença que se depositou na ciência e na técnica a partir dos anos de 1980,
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estar atrelada aos desejos do capitalismo. Homens e mulheres vivem hoje em meio a sedução,
frivolidade e narcisismo. Abraçando comportamentos contraditórios com relação a vida pessoal e
coletiva.
O consumismo exacerbado, passou a ser algo fundamental nas sociedades modernas.
Porque é através dele que a ideologia capitalista vai se concretizar, marcar sua identidade. Com a
ajuda de uma publicidade eufórica que não mede esforços para alcançar seus objetivos.
A pós-modernidade narcísica, afigurada na ilusão, ganha força através de uma bem
elaborada comunicação. Que tem por sua vez, a expressão mais brutal do vazio contemporâneo.
Porque coloca um modelo de sob vida. Fundamentada somente numa espécie de tirania do
instante, das hiperproduções que não passam de uma farsa cruel.
A hipermodernidade na compressão de Lipovetsky (2005), nasce a partir de uma moda,
cujo estereótipos carregam no seu processo, toda uma criatividade capitalista, absolutamente
apelativa nas suas tendências. Onde a era pós-moral, que procura entender o lugar das estruturas
socializantes, por sua vez, diante do cenário, perdem autoridade.
Neste sentido, algumas ideologias no âmbito social, acabam sendo deixadas no meio do
caminho. Projetos históricos que possibilitava o diálogo, já não mais mobilizam as novas gerações,
sobretudo no âmbito sociopolítico. Instaurada “sem tragédia e sem apocalipse”. (LIPOVETSKY,
2004b, p. 22).
O que se encontra hoje, é o apogeu do consumo puro que funciona não como algo que tem
um significado social, que dar assistência as necessidades de uma civilização. Mas como panóplia
de serviços destinados aos indivíduos (LIPOVETSKY, 2007, p. 37).
Neste sistema, os produtos, os objetos consumidos, são de certa forma “desinteressantes”.
Porque para o hiperconsumidor, o produto pelo produto não tem o mesmo valor, sentido,
experiencia de outrora.
Para ele não se trata de uma conquista, posse de um determinado produto. Mas sim, tem a
ver com as “experiências, sensações e emoções” que eles causam com esses sujeitos. Causando,
portanto, uma espécie de fetichização (LIPOVETSKY, 2007, p. 54).
Para Lipovetsky (2005) isso são estratégias para funcionar a engrenagem que proporciona
um variado cardápio de produtos e serviços para consumo. Tendo como objetivo, exaltar a
felicidade privada da hipermodernidade, que traz a tira colo, o hiperindividualismo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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