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SAE DIGITAL S/A

LIVRO DO PROFESSOR
SAE DIGITAL S/A LÍNGUA PORTUGUESA
Curitiba 9.° ANO - LIVRO 1
2021 ENSINO FUNDAMENTAL

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© 2021 – SAE DIGITAL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do deten-
tor dos direitos autorais.

Catalogação na Publicação (CIP)


Ensino Fundamental : Língua Portuguesa : 9.o ano: livro 1 : professor – 1. ed. –
Curitiba, PR : SAE Digital S/A, 2021.
92 p.
ISBN: 978-85-535-1119-8
1. Ensino Fundamental. 2. Língua Portuguesa. 3. Educação.
I. Título.
CDD: 469
CDU: 373.5:371.1

Diretoria editorial Lucélia Secco


Gerência editorial Tassiane Aparecida Sauerbier
Coordenação editorial Tatiana Maria Couto Carvalho
Edição Inglyde Jeane da Silva Vieira, Patricia dos Santos Oga, Jéssica de Lima
Revisão Everson de Lara Caetano, Gabriele Varão, Juliana Basichetti Martins, Priscila Sousa, Thainara Gabardo,
Victor Truccolo
Coordenação de qualidade -
Qualidade Brunno Freire, Igor Spisila, Mariana Chaves
Cotejo Anna Karolina de Souza, Ludmilla Borinelli, Rafaella Ravedutti, Wagner Revoredo
Supervisão de produção visual Jéssica Suelen de Morais
Iconografia Jhennyfer Pertille
Cartografia Júlio Manoel França da Silva
Ilustrações Carlos Morevi, Deny Machado, Scarllet Anderson
Arte da capa Deny Mayer Machado | Catay/Shutterstock/PIUS OTOMI EKPEI/AFP via Getty Images
Projeto gráfico Gustavo Ribeiro Vieira
Diagramação André Lima, Gustavo Ribeiro Vieira, Jéssica Xavier de Carvalho, Luana Santos, Luisa Piechnik Souza, Ralph
Glauber Barbosa, Raphaela Candido, Silvia Santos, Thaísa Werner, Thiago Figueiredo Venâncio
Coordenação de Processos Janaina Alves
Processos Janio Lima, Raul Jungles, Vitor Ribeiro
Autor Carlos Eduardo da Silva, Regina do Socorro Portela, Tainá Siqueira Thies
Coordenação pedagógica Cristiane Sliva, Jardiel Loretto Filho

Todos os direitos reservados.

SAE DIGITAL S/A.


R. João Domachoski, 5. CEP: 81200-150
Mossunguê – Curitiba – PR
0800 725 9797 | Site: sae.digital

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1. Pilares pedagógicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .VI


2. Ensino Fundamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . VIII
3. Conheça o material do SAE Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XI
4. Pressupostos teórico­-metodológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XVIII
5. Programação anual de conteúdos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XXV

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SAE Digital Fundamental
Anos Iniciais

e BNCC
Estímulo à oralidade e
troca de experiências.

Educação Infantil
Estímulo em rodas de conversa e
valorização do conhecimento
prévio da criança.

Saberes Apro
Autoconhecimento e Ensino Médio iniciais pelo
Mundo do
autocuidado
Vínculo do conteúdo com o aluno
contexto e exploração de
questões complexas em
Cuidar de sua saúde física e emocional,
gonismo
Prota
relação a conceitos ou a
reconhecendo suas emoções e as dos visões de mundo.
outros, com autocrítica e capacidade
para lidar com elas.
Tomada de
Fundamental ações
Cultura digital
Anos Finais

e
Comunicar-se, acessar e Busca por novas conexões entre os

idad
produzir informações e objetos apreendidos, atrelando-se
um ou mais conhecimentos de
conhecimentos, resolver Iniciativa

ação da real
diferentes áreas.
problemas e exercer
protagonismo e autoria. concreta

Repertório cultural Fundamental


Anos Iniciais

form
Fruir e participar de práticas
Engajamento
diversificadas da produção Os objetos de conhecimento são estudados

ns
artístico-cultural. e analisados sob diferentes perspectivas:

Tra
geográfica, científica, matemática, histórica,
filosófica e linguística.

Mundo
transformado Co
mp
Educação Infantil le x
id a d e
e sabere
Conexões entre todos os campos de
experiências e objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento preconizados pela BNCC.

Trabalho e Novas
conexões Conhecimentos Inter
projeto de vida
de diferentes dos
áreas
Entender o mundo do trabalho e fazer Pré-vestibular
escolhas alinhadas à cidadania e ao seu
projeto de vida com liberdade, autonomia Quantidade considerável de questões de
criticidade e responsabilidade. vestibular e de Enem que trazem
abordagens complexas e interdisciplinares.
Ensino Médio Fundamenta
Comunicação
Tomada de ações, transformação da realidade
Anos Finais
local, engajamento naquilo que o aluno pode e
Estabelecimento de relação e
Expressar-se e partilhar informações, consegue empreender e em ações que
conteúdos curriculares para com
transformam o mundo.
experiências, ideias, sentimentos e e interação com o mundo, bem
produzir sentidos que levem ao engajamento social e cient
entendimento mútuo.

IV LÍNGUA PORTUGUESA

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INFOGRÁFICO
Fundamental
Anos Finais
SAE E BNCC
Relação do conhecimento prévio
com os saberes das ciências.

Ensino Médio
Problematização e vínculo entre curiosidade,
bem como estabelecimento de ponte entre
conhecimentos prévios e novos.

s Aproximação
s pelo afeto Educação Infantil
Autonomia Responsabilidade e cidadania
Construção do letramento científico,
matemático e linguístico em consonância
com os direitos de aprendizagem e os
campos de experiências. Tomar decisões com base em princípios
rotagonismo éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.
Mundo das Fundamental
ciências Anos Iniciais Pensamento científi-
co crítico e criativo
Ri

Construção e apresentação dos


go

conceitos estruturais das ciências que


permitirão o desenvolvimento das
rc

habilidades previstas no segmento. Investigar causas, elaborar e testar


onc

Relevância hipóteses, formular e resolver


problemas e criar soluções.
eitua

Fundamental
Anos Finais
l e conteúdo

Aprofundamento do conhecimento Conhecimento


científico por meio de apresentação e
Pesquisas e sistematização de conteúdos relevantes.
descobertas Entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e
rele

colaborar com a sociedade.


Ensino Médio
va

Domínio
nte

Exposição sistematizada e hierarquizada de


das bases conhecimento e informação relevante.

p los conceituais
últi
de e saberes m
Pré-vestibular
Compreensão da abordagem teórica
Mundo com apresentação de conteúdo relevante,
sistematizado e hierarquizado. Argumentação
ntos revisitado
Interdependência
ntes dos saberes Formular, negociar e defender ideias,
reas pontos de vista e decisões comuns,
Educação Infantil com base em direitos humanos,
consciência socioambiental, consumo
Observação da realidade para responsável e ética.
compreensão do mundo e
Fundamental desenvolvimento integral da criança.

Fundamental Anos Iniciais Empatia e cooperação


Anos Finais
Estabelecimento de relação entre
ecimento de relação entre os os conteúdos curriculares para
curriculares para compreensão compreensão e interação com o Fazer-se respeitar e promover respeito ao
ão com o mundo, bem como mundo. outro e aos direitos humanos, com
amento social e científico. acolhimento e valorização da diversidade,
sem preconceito de qualquer natureza.

LÍNGUA PORTUGUESA V

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1. Pilares pedagógicos
Os pilares pedagógicos
Os pilares pedagógicos do sistema de ensino do SAE Digital vêm ao en-
do sistema de ensino contro das habilidades esperadas dos aprendizes, expostos a um ambiente
do SAE Digital visam que exige leitura plural do mundo, caracterizada por constantes mudanças
o desenvolvimento de nos campos científico, tecnológico e político.
competências que contribuam
para viabilização do projeto de Os desafios da atualidade preveem uma formação que priorize a capa-
vida dos estudantes, de forma cidade de refletir e de interpretar as realidades local e global, bem como agir
que ele incida positivamente de acordo com as necessidades coletivas por meio do desenvolvimento da
na sociedade global.
empatia, da resiliência e do senso de cooperação.
Para desenvolver habilidades que atendam a tão complexas necessida-
des, as estratégias do SAE Digital estão fundamentadas em quatro pilares do
trabalho pedagógico: protagonismo, rigor conceitual e conteúdo relevante,
complexidade e saberes múltiplos e transformação da realidade.

Protagonismo
A educação é o único
Uma prática pedagógica estruturada no protagonismo considera o es-
fazer capaz de transformar tudante como centro do processo de sua aprendizagem, tem como ponto de
potenciais em competências partida os conhecimentos prévios que ele possui para, a partir deles, promover
para viver. Agir em favor o fortalecimento de sua identidade, a sua autonomia e o desenvolvimento das
de nossas gerações, nessa
perspectiva, é criar concepções habilidades necessárias à concretização de seu projeto de vida e sua atuação
e práticas educacionais na sociedade com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sus-
que sejam capazes de tentáveis e solidários.
gerar competências
para que o indivíduo
transforme a si mesmo e Rigor conceitual e conteúdo relevante
as suas circunstâncias a
partir do desenvolvimento Esse pilar, que abarca duas ideias complementares, corrobora o enten-
pleno de seus potenciais. dimento de que a educação deve sempre se pautar em bases conceituais do
(DELORS, 2001, p. 100) conhecimento acadêmico e científico. Na era da informação, a escola assume
o papel de propulsora da pesquisa para a escolha, a apropriação e a produção
do conhecimento por parte dos professores e dos estudantes, a fim de garantir
a sistematização dos processos de ensino e de aprendizagem pautados na
precisão da cientificidade e na relevância do currículo.

Complexidade e saberes múltiplos


O material didático
O paradigma atual do conhecimento requer a superação da disposição
consistente fundamenta-se estanque do currículo escolar. Trazemos como proposta para o trabalho peda-
em cuidadosa construção gógico o pilar complexidade e saberes múltiplos visando ao desenvolvimento
conceitual e adequação do pensamento complexo, que só se efetiva por meio de um trabalho inter e
metodológica. As formas e os
mecanismos que norteiam transdisciplinar. Promover a religação dos saberes com vistas à formação de
a realização do trabalho e a leitores competentes e capazes de atuar em um cenário complexo é um dos
elaboração de suas conclusões compromissos impreteríveis dos quais a escola não pode se eximir.
são claros, apropriados e
resistentes ao processo de
crítica franca e aberta. Ele gera
conhecimento confiável.

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Transformação da realidade
Com base no entendimento da educação como agente transformador da
realidade, o sistema de ensino do SAE Digital incorpora à sua proposta pedagó-
gica um trabalho sistemático com temas contemporâneos de relevância social
que afetam a vida humana em escala local, regional e global. Ao promover
a consciência dos direitos e deveres de todo ser humano, o exercício pleno
da cidadania e a tomada de decisões para iniciativas concretas de impacto
socioambiental, visamos à manutenção do estado democrático de direito e
à transformação da realidade.

Tecnologia digital
relevante – SAE Digital
Conceito de tecnologia digital
relevante – SAE Digital
São recursos digitais – livros, atividades, jogos, realidade aumentada,
vídeos, animações, aplicativos, plataforma adaptativa, avaliações, ferramentas
de gestão escolar, de gestão da aprendizagem e de desenvolvimento dos
profissionais da Educação – concebidos com intencionalidade pedagógica,
integrados à proposta e aos conteúdos dos materiais impressos e com uma
dinâmica eficiente, a fim de que cumpram um papel efetivo no processo
educativo por meio
1) da interação do aluno com o conteúdo digital, tendo como propósito
contribuir para a sua aprendizagem;
2) da sensibilização/motivação do aluno para a aprendizagem;
3) da promoção da apropriação de conceitos ou do desenvolvimento de
habilidades e atitudes;
4) do acompanhamento do desempenho e das adaptações e das perso-
nalizações necessárias a uma aprendizagem significativa;
5) da gestão do desempenho e da aprendizagem do aluno;
6) da formação permanente do professor.

Outras considerações a respeito


de tecnologia digital relevante
O projeto de Tecnologia digital relevante – SAE Digital também tem como
enfoque aproximar a produção do SAE Digital às metodologias contemporâ-
neas da aprendizagem:
• Por desenvolver o conteúdo digital produzido em consonância com
o material impresso, pode ser considerado como um modelo híbrido
de ensino.

LÍNGUA PORTUGUESA VII

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• Por promover a autonomia do aluno em seu processo de aprendiza-
gem, os objetos digitais podem ser considerados como metodologia
ativa.
• Por promover o uso de diversas mídias digitais, os objetos digitais
podem contribuir para o letramento digital.
• Por ofertar feedbacks do desempenho dos alunos, pode contribuir
com a regulação e a autorregulação da aprendizagem.

2. Ensino Fundamental
O Ensino Fundamental faz parte de um dos níveis da Educação Básica.
Segundo o artigo 32 da
LDB, o Ensino Fundamental
Desde 2006, passou a ter duração de 9 anos, de acordo com a Lei de Diretrizes
tem como objetivo: e Bases da Educação (LDB n.º 9.395/96), em que foram alterados os artigos
1) o desenvolvimento da 29, 30, 32 e 87, por meio da Lei Ordinária n.º 11.274/2006.
capacidade de aprender, O Ensino Fundamental é obrigatório e atende as crianças a partir dos 6
tendo como meios básicos
o pleno domínio da leitura, anos de idade. Está dividido da seguinte forma:
da escrita e do cálculo; • Anos iniciais – do 1.o ao 5.o ano.
2) a compreensão do
• Anos finais – do 6.o ao 9.o ano.
ambiente natural e social,
do sistema político, da Além da LDB, o Ensino Fundamental é regido por documentos, como as
tecnologia, das artes e
dos valores em que se
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, o Plano Nacional
fundamenta a sociedade; de Educação (PNE) de 2014, as resoluções do Conselho Nacional de Educação
3) o desenvolvimento
(CNE) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
da capacidade de A versão homologada, em dezembro de 2017, da BNCC apresenta as
aprendizagem, tendo competências gerais que se inter-relacionam e perpassam todos os compo-
em vista a aquisição
de conhecimentos e
nentes curriculares ao longo da Educação Básica.
habilidades e a formação
de atitudes e valores; 2.1 SAE Digital no Ensino Fundamental
4) o fortalecimento dos
vínculos de família, dos Nos anos finais do Ensino Fundamental, o trabalho escolar deve instigar
laços de solidariedade nos alunos a curiosidade e o prazer pelas descobertas, além de promover a
humana e de tolerância aprendizagem das diferentes formas de sistematização das informações e dos
recíproca em que se
assenta a vida social.
temas trabalhados. Isso porque o conhecimento adquirido já nos primeiros
anos do Ensino Fundamental é essencial para o desempenho dos alunos nas
próximas fases da vida escolar.
Os conteúdos sistematizados que compõem o sistema de ensino do SAE
Digital estão relacionados às seguintes áreas de conhecimento:
• Linguagens.
• Matemática.
• Ciências da Natureza.
• Ciências Humanas.

VIII LÍNGUA PORTUGUESA

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2.1.1 Linguagens
Para expressar ideias, pensamentos, sentimentos e intenções e estabe-
lecer relações interpessoais, faz-se necessário o uso da linguagem. É também
pela linguagem que se podem construir os quadros de referências culturais
– concepções e ideologias, mitos, representações, conhecimento científico
e arte.
A linguagem – oral, escrita, imagética ou corporal – faz parte da atividade
discursiva, ou seja, do ato de falar, de expressar claramente ideias, informações
ou sentimentos a alguém.
A linguagem possibilita ao homem a apreensão do mundo exterior, dan-
do-lhe meios para se posicionar criticamente perante os outros, tornando-o
agente transformador. Dessa forma, a linguagem é compreendida como a
maior ferramenta da convivência humana, assim como das transformações
que a educação busca. Parece difícil alcançar as mudanças necessárias para
a construção de um mundo melhor sem os saberes provenientes da área de
linguagens e sua aplicação prática.
Essas são as reflexões das quais partem a seleção e a sistematização do
material didático SAE Digital nessa área, que compreende:
• Língua Portuguesa.
• Língua Inglesa.
• Língua Espanhola.
• Arte.
• Educação Física.

2.1.2 Matemática
O trabalho desenvolvido em Matemática tem como objetivo a compreen-
são e o uso dos conteúdos relevantes na resolução de desafios e problemas;
a busca pelos resultados; a prática de levantar hipóteses e confrontá-las, sem
receio de errar.

[...] A Matemática se faz presente desde cedo e durante toda a vida dos indivíduos. O
indivíduo está imerso num mundo de números (quantificando, medindo, comparando,
realizando cálculos etc.) quando realiza diversas atividades do cotidiano: em casa, nas
ruas, na escola [...]. Para que ele seja bem-sucedido nessas atividades é necessário que o
indivíduo seja numeralizado. Mas o que significa ser numeralizado? [...] ser numeralizado
significa “ser capaz de pensar sobre e discutir relações numéricas e espaciais utilizando as
convenções da nossa própria cultura” [...]. Ser numeralizado está além de resolver cálculos,
é ter uma boa compreensão e intuição sobre os números, sendo capaz de compreender as
regras implícitas que envolvem os conceitos matemáticos, utilizando-os nas suas prática co-
tidianas, nos diversos contextos e em diferentes sistemas de comunicação e representação.

[...]

O sentido de número [...] refere-se à habilidade de lidar, de forma flexível e eficiente,


com números e quantidades nas situações cotidianas extraescolares. [...]

BATISTA, Rosita Marina Ferreira; SILVA, Juliana Ferreira Gomes da; SPINILLO, Alina Galvão.
Os usos e funções dos números e medidas em situações escolares e extraescolares.
Simpósio Internacional de Pesquisa em Educação Matemática. Pernambuco, 2008.

LÍNGUA PORTUGUESA IX

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Com base nessas reflexões, o material do SAE Digital apresenta os conteú-
dos relevantes da área de Matemática relacionados à resolução de problemas
na vida cotidiana e à aplicação desses saberes nos desafios próprios do mun-
do escolar. A proposta de trabalho leva em conta a capacidade intelectual, a
estruturação do pensamento e o desenvolvimento do raciocínio lógico dos
alunos, reforçando que não há como desassociar um aspecto do outro.
Dessa forma, o material do SAE Digital propõe um trabalho no qual en-
sinar e aprender Matemática não se limite a dar respostas, mas sim a propor
investigações, respeitar as ideias e o conhecimento prévio de cada aluno, pos-
sibilitando o desenvolvimento da vontade de estudar os conteúdos da área.

2.1.3 Ciências Humanas


A área das Ciências Humanas tem um objetivo maior, que é ampliar a
compreensão dos alunos sobre sua realidade e a das pessoas em outros es-
As propostas de paços e outros períodos.
trabalho partem sempre Para tanto, essa área trabalha com a consciência de que os alunos são
do conhecimento prévio
agentes transformadores do seu momento histórico, do seu espaço geográ-
dos alunos sobre os
conteúdos relevantes, fico, e fazem constantes reflexões sobre os acontecimentos na sociedade em
confrontando-o com as que vivem. Dessa forma, podem fazer escolhas e estabelecer critérios para
explicações apresentadas orientar suas ações de maneira mais consciente e propositiva.
no espaço escolar.
No material do SAE Digital, as Ciências Humanas compreendem:
• Geografia. • História. • Filosofia.
A Geografia estuda as relações entre o processo histórico que regula a
formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza, por meio
da leitura do espaço geográfico e da paisagem.
A História estuda as sociedades ao longo do tempo, proporcionando aos
alunos condições para se compreenderem como sujeitos históricos.
A Filosofia apresenta conceitos e situações que estimulam os alunos a
desenvolver o raciocínio, o espírito crítico e o gosto pela busca do conheci-
mento e dos saberes elaborados por diferentes filósofos em períodos e locais
diversos.

2.1.4 Ciências da Natureza


O ensino de Ciências da Natureza possibilita que diferentes explicações
do mundo, das transformações produzidas pelos seres humanos e dos fe-
nômenos da natureza possam ser expostas, comparadas e compreendidas.
O trabalho nessa área permite que o conhecimento prévio dos alunos seja
explorado e contraposto com diferentes explicações, de forma crítica, ques-
tionadora, investigativa e reflexiva. As propostas de reflexão desenvolvem a
percepção dos limites de cada conceito e a explicação dos modelos científicos,
favorecendo a construção da autonomia de pensamentos e ações.
São características gerais do trabalho escolar com as Ciências da Natureza:
a) buscar a compreensão dos fenômenos da natureza; b) gerar representações
do mundo; c) descobrir e explicar fenômenos naturais; d) organizar e sintetizar
o conhecimento científico em teorias.

X LÍNGUA PORTUGUESA

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3. Conheça o material do SAE Digital
3.1 Impressos
O material de cada ano está organizado em quatro livros, contendo to-
dos os componentes curriculares: Língua Portuguesa, Matemática, História,
Geografia, Ciências, Língua Inglesa, Arte, Educação Física e Filosofia.
Além desses, o componente curricular Língua Espanhola, para todos os
anos, é oferecido separadamente.

3.1.1 Livros – aluno


Os componentes curriculares são organizados em unidades, e estas, em
capítulos.
As aberturas dos capítulos funcionam como uma provocação para os
alunos, que são convidados a apresentar o que já sabem sobre o tema, rela-
cionando esse saber à leitura de imagens.
Em seguida, o material conduz os alunos por um caminho de leituras,
debates, relação de atividades individuais e coletivas, produções de textos
e experimentos. A intenção é ampliar e aprofundar conhecimentos ou, em
algumas situações, confrontar saberes e elaborar outros. As propostas de tra-
balho são apresentadas em seções de atividades com objetivos específicos.
Conheça melhor cada uma delas na página seguinte.

LÍNGUA PORTUGUESA XI

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Conheça as seções, os boxes e os ícones do seu livro
ATIVIDADES PARA SABER MAIS
Esta seção consiste em exercícios gramati- Indica o momento de aprofundar ou ampliar
cais sobre o conteúdo linguístico trabalhado algum aspecto do conteúdo que você está
no capítulo. estudando no capítulo.

INTERAÇÃO CONEXÃO
Quando aparecer esta seção, será proposto um Este é um espaço que apresenta texto e
trabalho em grupo, como debate, pesquisa e atividades que fazem a articulação entre
elaboração de painel. diversos conteúdos.

PARA IR ALÉM DESENVOLVER E APLICAR


Aqui você encontra dicas de leituras, músicas Esta seção propõe atividades investigativas e
ou vídeos para aprofundar seu conhecimento. motivadoras para você resolver individualmente.

TER ATITUDE DE OLHO NA PROVA

Esta seção apresenta uma proposta para um É uma seção exclusiva para o 9.º ano e apre-
trabalho prático. senta questões de provas para auxiliar você a
ingressar no Ensino Médio.

EM TEMPO
Quando aparecer este ícone, será a hora
É o momento de recordar uma ideia já de exercitar a oralidade com os colegas
estudada. Pode apresentar, também, a de turma.
explicação ou o significado de um termo ou de
um conteúdo apresentado no texto. Este ícone indica que há uma Realidade
aumentada que pode ser acessada com
o celular ou tablet.
GÊNERO TEXTUAL

É o momento de sistematizar o conceito do


Esta seção aparece quando há necessi-
ER

gênero trabalhado no capítulo descrevendo


AZ

F dade de explicar os procedimentos para


suas principais características quanto ao estilo, COMO
realização de uma atividade.
ao tema e à composição.

ESTUDO LINGUÍSTICO PRODUÇÃO DE TEXTO T TEXTO E CONTEXTO


C
Este ícone marca o trabalho Quando aparecer este ícone, é Este ícone marca as atividades
com o estudo linguístico ou hora de produzir textos, sejam de compreensão, interpreta-
com a gramática apresentada eles orais ou escritos. ção e inferência com base no
no capítulo. gênero apresentado no início
do capítulo. Essas atividades
solicitam análise a respeito
do tema, da composição e do
estilo do texto.

A LÍNGUA PORTUGUESA E TECNOLOGIA Este ícone indica o


desenvolvimento
É um espaço que apresenta relações entre o conteúdo que você da educação para o
está estudando e as tecnologias referentes a ele. consumo consciente.

XII LÍNGUA PORTUGUESA

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As unidades e os capítulos programados para cada livro, por componen-
tes curriculares, buscam se adequar ao trabalho realizado em dez semanas
de aula, com a seguinte sugestão de distribuição:
Componente curricular Aulas por semana Total de aulas
Matemática 5 50
Língua Portuguesa 5 50
Geografia 3 30
História 3 30
Ciências 3 30
Artes 1 10
Língua Inglesa 2 20
Filosofia 1 10
Educação Física 2 20
Língua Espanhola 1 10

3.1.2 Livros – professor


O material para o professor apresenta uma organização especial. No
livro 1 são expostas:
• apresentação dos princípios pedagógicos do material;
• proposta de trabalho pedagógico por componente curricular;
• explicação das seções do Livro do professor;
• programação anual dos conteúdos (unidades, capítulos, conteúdos
descritos, número de aulas).
O miolo do Livro do professor apresenta o Livro do aluno de forma
reduzida. No entorno do Livro do aluno, são apresentadas ao professor as
orientações pedagógicas, organizadas nas seguintes seções:
• Objetivos do capítulo – sempre no início de cada capítulo, determi-
nam as metas a serem alcançadas, relacionadas ao conteúdo abordado
e à expectativa de aprendizagem por parte dos alunos.
• Encaminhamento metodológico – orientações sugeridas, sejam com
relação ao conteúdo, ao procedimento ou à atitude para desenvolver
o trabalho;
• Habilidades trabalhadas no capítulo de acordo com a BNCC;
• Dica para ampliar o trabalho – indicações de filmes e sites, sinopses
e pequenos textos;
• Sugestão de atividade – indicações de tarefa para serem realizadas
em sala de aula;
• Realidade aumentada – apresenta a lista de RAs que fazem parte do
capítulo;
• Orientação para RA – encaminhamentos metodológicos e sugestões
de atividade inseridos na página que apresenta o ícone da RA.
• Resposta – gabaritos e sugestões de resposta às atividades propostas.

3.2 Digital
A experiência com os materiais didáticos do SAE Digital vai além do
trabalho com o material impresso.

LÍNGUA PORTUGUESA XIII

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Alunos e professores contam com uma versão digital dos livros, dispo-
nível para lousa digital, computadores, tablets e smartphones, na qual estão
inseridos os objetos digitais e os áudios para língua estrangeira. Também
há atividades propostas na Plataforma de Aprendizagem Adaptativa, na
Plataforma Literária e no Portal SAE Digital.
Conheça a seguir cada um desses materiais.

3.2.1 Livros digitais e Realidade


aumentada – aluno
Essas ferramentas permitem visualizar digitalmente o livro igual ao
impresso, porém acrescido de animações e recursos para ampliar imagens,
acompanhar slides e fixar o conteúdo por meio de diversos exercícios. Ao todo,
são 14 formas de interação disponíveis para auxiliar o trabalho do professor
e tornar o aprendizado mais dinâmico, sendo um complemento para a sala
de aula e para os estudos em casa. Depois de baixados, os recursos podem
ser utilizados offline, ou seja, não necessitando a conexão com a internet.
Nos livros impressos, um ícone com o código RA (Realidade aumentada)
permite a visualização dos objetos digitais.
As Realidades aumentadas estão disponíveis do 6.º ao 9.º ano para
os componentes curriculares de Língua Portuguesa, Matemática, História,
Geografia, Ciências, Língua Inglesa, Arte, Filosofia, Educação Física e Língua
Espanhola.

3.2.2 Livros digitais e Realidade aumentada – professor


O Livro digital do professor apresenta o mesmo conteúdo do Livro digital
do aluno, acrescido de orientações metodológicas. Estas referem-se tanto às
propostas de trabalho do livro impresso quanto aos objetos digitais e as RAs.
Os encaminhamentos metodológicos para os Objetos digitais e às RAs
referem-se ao conteúdo do componente curricular e à forma do próprio
objeto. Além disso, oferecem sugestões de como ampliar o trabalho com a
atividade proposta.

3.2.3 Plataforma de Aprendizagem Adaptativa


A ferramenta oferece questões e videoaulas prontas para os alunos uti-
lizarem como forma de estudo.
Esse espaço possibilita ao estudante acompanhar videoaulas de con-
teúdos ministrados em sala de aula e testar seus conhecimentos por meio
de questões vinculadas ao assunto que está sendo estudado. O sistema gera
dados para que o professor e a gestão pedagógica acompanhem o desem-
penho do estudante na realização das atividades propostas na plataforma
e a assertividade nas questões acerca dos conteúdos estudados. Com base
nos dados coletados, o professor e a gestão pedagógica têm parâmetros para
estabelecer novas estratégias de ensino.
As atividades propostas na plataforma estão disponíveis para todos os
livros que serão usados no ano escolar.

XIV LÍNGUA PORTUGUESA

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3.2.4 Plataforma Digital Literária
A Plataforma Digital Literária é uma ferramenta que tem como objetivo
o trabalho com obras significativas das literaturas brasileira e mundial.
Antes do período de matrículas, a escola recebe a lista de obras que
são indicadas para serem trabalhadas, por livro, com cada turma do Ensino
Fundamental.
São oferecidas cinco opções de trabalho para os 6.º, 7.º e 8.º anos, en-
quanto para o 9.º ano há oito opções. A escola pode, então, escolher com
qual obra prefere trabalhar.
Por meio dessa ferramenta, o professor realiza o trabalho com o livro
selecionado. Para isso, ele conta com:
• encaminhamentos metodológicos;
• avaliações;
• propostas de produção de texto;
• vídeos de contextualização histórica, que podem ser exibidos em sala
de aula.
Ao trabalhar com a plataforma literária, os alunos contam com:
• vídeos que instigam a leitura;
• quiz;
• questões digitais elaboradas sobre o contexto literário da obra.
Os livros selecionados e indicados pelo sistema de ensino do SAE Digital
para a escolha da escola são:

Plataforma literária - Ensino Fundamental II


Ano Título do livro Autor Editora

O que é liberdade Renata Bueno Cia das Letrinhas

Miguel de Cervantes - Adaptação


Dom Quixote (em quadrinhos) Ática
de Márcia Williams

6.º Diário de Pilar em Machu Picchu Flávia L. e Silva Zahar

A guerra de Troia em
Mauricio de Sousa e Fábio Sombra Melhoramentos
versos de cordel

A cidade sinistra dos corvos Lemony Snicket Cia das Letrinhas

A droga da obediência Pedro Bandeira Moderna

Comédias para se ler na escola Luis Fernando Verissimo Objetiva

7.º Sonhos em Amarelo Luiz Antonio Aguiar Melhoramentos

O menino sem imaginação Carlos Eduardo Novaes Ática

William Shakespeare - Adaptação


A megera domada Editora FTD
de Flávio de Souza

LÍNGUA PORTUGUESA XV

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Plataforma literária - Ensino Fundamental II
Ano Título do livro Autor Editora

O mistério das aranhas verdes Carlos Heitor Cony e Anna Lee Salamandra

O mistério da Casa Verde Moacyr Scliar Ática

8.º O Médico e o Monstro Robert Louis Stevenson Melhoramentos

Volta ao mundo em 80 dias Júlio Verne Melhoramentos

Chapeuzinho Vermelho
Jerome Kakan Martins Fontes
em Manhattan

Eu sou Malala Malala Yousafzai e Christina Lamb José Olympio

Ferreira Gullar, José Lins do


O melhor da crônica brasileira Rego, Rachel de Queiroz e José Olímpio
Luis Fernando Verissimo

A menina que roubava livros Markus Zusak Intrínseca

Viagem ao centro da Terra Júlio Verne Melhoramentos


9.º
Vitor Hugo - Tradução e
Os miseráveis Moderna
adaptação de Walcyr Carrasco

Orgulho e preconceito Jane Austen Paulus

Casa de pensão Aluísio de Azevedo Obliqclássicos

Histórias de vaqueiros e cantadores Luis Câmara Cascudo Global

*A Plataforma Literária apresenta atividades para todos os livros indicados,


porém, tais livros não são vendidos pelo SAE Digital.

3.2.5 Desafio SAE Teens


Tem como objetivo dimensionar o desempenho dos alunos em seus
processos de aprendizagem, oferecendo resultados e hipóteses para investir
neles, redirecionar a prática pedagógica e aprimorar nossos materiais. Conta
com aplicação impressa e online, sendo que neste segundo modelo ofere-
cemos correção em duas metodologias – Teoria de Resposta ao Item/TRI e
Teoria Clássica de Testes/TCT – e disponibilizamos os relatórios de resultados
dos alunos.
O Desafio SAE Teens conta com 38 questões para o 6.º e o 7.º ano, 48 para
o 8.º ano e 54 para o 9.º ano. Os componentes curriculares cobertos são
Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Língua Espanhola, Matemática, História,
Geografia, Ciências, Filosofia e Arte, sendo que o aluno opta por uma das
duas línguas estrangeiras.

3.2.6 Portal SAE Digital


O Portal SAE Digital é um ambiente virtual desenvolvido para ampliar a
possibilidade de interação e troca de informação entre educadores e escola.
São várias ferramentas de interação e conteúdo pedagógico disponibi-
lizadas em diferentes formatos e linguagens, dentre elas:

XVI LÍNGUA PORTUGUESA

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Áudio para download e
acompanhamento das
Banco de provas.
aulas de Língua Inglesa
e Língua Espanhola.

Conteúdos programáticos. Material do professor.

Planejamento da
Videoaulas.
plataforma literária.

O Banco de provas apresenta uma avaliação bimestral para cada um dos


componentes curriculares. Cada prova conta com 10 questões, entre disser-
tativas e de múltipla escolha, que abordam todo o conteúdo trabalhado no
livro. Todas as questões recebem um valor de acordo com o grau de desafio
apresentado.
As provas estão disponíveis em dois formatos:
• PDF – não editável, para a aplicação de um mesmo instrumento de ava-
liação em todas as turmas, caso a escola considere essa possibilidade.
• Word – editável, para se adequar à realidade de cada turma, caso a
escola considere essa possibilidade.
Em ambos os formatos há tanto a versão para o aluno, com o espaço
destinado às respostas, quanto a versão para o professor, com os gabaritos.

3.2.7 Caderno digital de produção de textos


É oferecido bimestralmente, no Portal SAE Digital, um caderno de pro-
dução textual para cada ano. O material amplia o estudo dos gêneros desen-
volvidos pelo material didático. Nesse caderno, com base em textos atuais
e diversificados, é feita uma análise detalhada da estrutura dos gêneros que
dão fundamento ao texto a ser desenvolvido pelo aluno, num total de cinco
produções bimestrais.
O caderno proporciona, também, subsídios ao professor para proceder
à correção, bem como orientar a reescrita de textos de seus alunos.

3.2.8 Caderno digital de atividades de Matemática


No Portal SAE está disponibilizado bimestralmente, para os professores,
quatro cadernos digitais de atividades, um para cada um dos anos finais do
Ensino Fundamental.
Cada caderno tem, em média, 100 exercícios distribuídos entre os capítu-
los de cada livro, sempre conectado ao material didático. O objetivo é oferecer
aos alunos a possibilidade de ampliar o contato com o raciocínio matemático.
O professor pode decidir quantos e quais exercícios utilizar com sua
turma, levando em conta a realidade local. Todos os cadernos apresentam
os gabaritos para os professores.

LÍNGUA PORTUGUESA XVII

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4. Pressupostos teórico-metodológicos
A Base Nacional Comum Curricular
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento
de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo
de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver
ao longo de etapas e modalidades da Educação Básica, de modo que
tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento,
em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação
(PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação
escolar, tal como a define o § 1.º do Artigo 1.º da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB, Lei n.º 9.394/1996)1, e está orientado pelos
princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana
integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva,
como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Básica (DCN)2.
Referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas
e das redes escolares dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e
das propostas pedagógicas das instituições escolares, a BNCC integra a
política nacional da Educação Básica e vai contribuir para o alinhamento
de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, refe-
rentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos
educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para
o pleno desenvolvimento da educação.
Nesse sentido, espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação
das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de cola-
boração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade
da educação. Assim, para além da garantia de acesso e permanência na
escola, é necessário que sistemas, redes e escolas garantam um patamar
comum de aprendizagens a todos os estudantes, tarefa para a qual a
BNCC é instrumento fundamental.
Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas
na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvi-
mento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito
pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhe-
cimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas
e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas comple-
xas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do
trabalho.
Ao definir essas competências, a BNCC reconhece que a “educação
deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transforma-
ção da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e, também,

XVIII LÍNGUA PORTUGUESA

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voltada para a preservação da natureza” (BRASIL, 2013)3, além de se mos-
trar alinhada à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU)4.
É imprescindível destacar que as competências gerais da Educação
Básica, apresentadas a seguir, inter-relacionam-se e desdobram-se no
tratamento didático proposto para as três etapas da Educação Básica
(Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), articulando-se
na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e
na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.

Competências gerais da Educação Básica


1) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2) Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria
das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade para investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3) Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das
locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas
da produção artístico-cultural.
4) Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica,
para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que
levem ao entendimento mútuo.
5) Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação
e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comuni-
car, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.
6) Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apro-
priar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer esco-
lhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida,
com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7) Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e deci-
sões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito

LÍNGUA PORTUGUESA XIX

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local, regional e global, com posicionamento ético com relação
ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8) Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros com autocrítica e capacidade para lidar
com elas.
9) Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coopera-
ção, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos
direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes suas identidades,
suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qual-
quer natureza.
10) Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com
base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis
e solidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Educação
é a Base. Versão Final. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2018.

BNCC no Ensino Fundamental – Anos Finais


Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Finais, os estudantes se
deparam com desafios de maior complexidade, sobretudo devido à ne-
cessidade de se apropriarem dos conhecimentos relacionados às áreas
nas diferentes lógicas de organização. Tendo em vista essa maior espe-
cialização, é importante, nos vários componentes curriculares, retomar e
ressignificar as aprendizagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais no
contexto das diferentes áreas, visando ao aprofundamento e à ampliação
de repertórios dos estudantes.
Nesse sentido, também é importante fortalecer a autonomia desses
adolescentes, oferecendo-lhes condições e ferramentas para interagir
criticamente com diferentes conhecimentos e fontes de informação.
Os estudantes dessa fase inserem-se em uma faixa etária que cor-
responde à transição entre infância e adolescência, marcada por intensas
mudanças decorrentes de transformações biológicas, psicológicas, sociais
e emocionais. Nesse período de vida, como bem aponta o Parecer CNE/
CEB n.º 11/2010, ampliam-se os vínculos sociais e os laços afetivos, as
possibilidades intelectuais e a capacidade de raciocínios mais abstratos.
Os estudantes tornam-se mais capazes de ver e avaliar os fatos pelo ponto
de vista do outro, exercendo a capacidade de descentração, “importante
na construção da autonomia e na aquisição de valores morais e éticos”
(BRASIL, 2010).

XX LÍNGUA PORTUGUESA

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As mudanças próprias dessa fase da vida implicam a compreensão
do adolescente como sujeito em desenvolvimento, com singularidades
e formações identitárias e culturais próprias, que demandam práticas
escolares diferenciadas, capazes de contemplar suas necessidades e seus
diferentes modos de inserção social. Conforme reconhecem as DCN, é
frequente, nessa etapa,

observar forte adesão aos padrões de comportamento dos jovens da mesma idade,
o que é evidenciado pela forma de se vestir e também pela linguagem utilizada por
eles. Isso requer dos educadores maior disposição para entender e dialogar com as
formas próprias de expressão das culturas juvenis, cujos traços são mais visíveis,
sobretudo, nas áreas urbanas mais densamente povoados.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Educação


é a Base. Versão Final. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2018.

Há que se considerar, ainda, que a cultura digital tem promovido


mudanças sociais significativas nas sociedades contemporâneas. Em de-
corrência do avanço e da multiplicação das tecnologias de informação e
comunicação e do crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de
computadores, telefones celulares, tablets e afins, os estudantes estão di-
namicamente inseridos nessa cultura, não somente como consumidores.
Os jovens têm se engajado cada vez mais como protagonistas da cultura
digital, envolvendo-se diretamente em novas formas de interação multi-
midiática e multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de
modo cada vez mais ágil. Por sua vez, essa cultura também apresenta forte
apelo emocional e induz ao imediatismo de respostas e à efemeridade
das informações, privilegiando análises superficiais e o uso de imagens
e formas de expressão mais sintéticas, diferentes dos modos de dizer e
argumentar característicos da vida escolar.
Todo esse quadro impõe à escola desafios ao cumprimento do seu
papel relacionado à formação das novas gerações. É importante que a
instituição escolar preserve seu compromisso de estimular a reflexão e
a análise aprofundada e contribua para o desenvolvimento, no estudan-
te, de uma atitude crítica em relação ao conteúdo e à multiplicidade de
ofertas midiáticas e digitais. Contudo, também é imprescindível que a
escola compreenda e incorpore mais as novas linguagens e seus modos
de funcionamento, desvendando possibilidades de comunicação (e tam-
bém de manipulação), e que eduque para usos mais democráticos das
tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital.
Ao aproveitar o potencial de comunicação do universo digital, a escola
pode instituir novos modos de promover a aprendizagem, a interação
e o compartilhamento de significados entre professores e estudantes.
Além disso, e tendo por base o compromisso da escola de propiciar
uma formação integral, balizada pelos direitos humanos e princípios
democráticos, é preciso considerar a necessidade de desnaturalizar
qualquer forma de violência nas sociedades contemporâneas, incluindo

LÍNGUA PORTUGUESA XXI

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a violência simbólica de grupos sociais que impõem normas, valores e
conhecimentos tidos como universais e que não estabelecem diálogo
entre as diferentes culturas presentes na comunidade e na escola.
Em todas as etapas de escolarização, mas de modo especial entre os
estudantes dessa fase do Ensino Fundamental, esses fatores frequente-
mente dificultam a convivência cotidiana e a aprendizagem, conduzindo
ao desinteresse e à alienação e, não raro, à agressividade e ao fracasso
escolar. Atenta a culturas distintas, não uniformes nem contínuas dos
estudantes dessa etapa, é necessário que a escola dialogue com a diver-
sidade de formação e vivências para enfrentar com sucesso os desafios
de seus propósitos educativos. A compreensão dos estudantes como
sujeitos com histórias e saberes construídos nas interações com outras
pessoas, tanto do entorno social mais próximo quanto do universo da
cultura midiática e digital, fortalece o potencial da escola como espaço
formador e orientador para a cidadania consciente, crítica e participativa.
Nessa direção, no Ensino Fundamental – Anos Finais, a escola pode
contribuir para o delineamento do projeto de vida dos estudantes, ao
estabelecer uma articulação não somente com os anseios desses jovens
em relação ao seu futuro, como também com a continuidade dos estudos
no Ensino Médio. Esse processo de reflexão sobre o que cada jovem quer
ser no futuro, e de planejamento de ações para construir esse futuro, pode
representar mais uma possibilidade de desenvolvimento pessoal e social.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Educação
é a Base. Versão Final. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2018.

Nas próximas páginas, você encontrará os pressupostos teórico-meto-


andrea crisante/Shutterstock
dológicos e os objetivos gerais de todos os componentes curriculares. Para
conhecer os objetivos específicos e os encaminhamentos metodológicos para
cada capítulo, por componente curricular, você deve usar o livro do professor.

4.1 Língua Portuguesa


Atualmente, não existe apenas uma forma de conceber o ensino da língua
portuguesa. Sob esse ponto de vista, seu ensino também apresenta diferentes
configurações, dependendo da concepção adotada.
A língua pode ser definida como um conjunto aberto e múltiplo de
práticas sociais, orais ou escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente
situados. Nesse sentido, somos considerados seres de linguagem, e não meros
aplicadores de regras de um sistema gramatical; também não somos meros
reprodutores de certo monumento linguístico cristalizado ou, ainda, não
somos meros usuários de um instrumento externo a nós.
Tratando-se da língua materna, a escola nunca parte do zero. Ensinar
português é, portanto, em especial, oferecer aos alunos a oportunidade de
amadurecer e ampliar o domínio das práticas de linguagem que já conhece.
Além dessa premissa, a aprendizagem da língua materna é vista como ins-
trumento importante para a obtenção e a construção de conhecimentos nas
demais áreas do saber.

XXII LÍNGUA PORTUGUESA

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No material do SAE Digital, as propostas de trabalho com a língua por-
tuguesa indicam a sistematização de um conjunto de disposições e atitudes,
como ler, interpretar, pesquisar, selecionar informações, analisar, argumentar
e produzir textos orais e escritos. O objetivo é possibilitar que o alunos usem
adequadamente a língua e produzam novos conhecimentos sobre ela e a
partir dela. Dessa forma, eles podem participar do mundo social, incluindo
cidadania, trabalho e continuidade dos estudos. Portanto, a língua é vista
como elemento de integração social que permite ao aluno desenvolver e
manifestar tais habilidades em sua vida cotidiana.
A metodologia adotada prevê atividades que favoreçam o desenvolvi-
mento da observação, da percepção e da ampliação ou descoberta do mundo
pelos alunos, interagindo com o uso da língua para a solução de problemas
cotidianos. O objeto linguístico central é o texto e seus aspectos gramaticais;
para isso, estudam-se elementos linguísticos e aspectos da grafia e são forne-
cidos meios para o aluno perceber as especificidades dos diversos gêneros
textuais e analisar seu conteúdo, sua estrutura, seu objetivo, o público-alvo,
o local de circulação etc.
O professor deve encarar o desafio de preparar os alunos para compreen-
der os mecanismos linguísticos que se encontram à sua disposição e, assim,
permitir-lhes atingir os objetivos propostos no ensino da língua portuguesa.
A abertura de cada capítulo apresenta uma imagem sobre a qual há uma
proposta de leitura e discussão. Essa imagem tem conexão direta com o tema
a ser estudado no capítulo. O objetivo dessa abertura é trabalhar com o co-
nhecimento prévio dos alunos. Na sequência, há um texto pertencente a um
gênero relevante. O estudo desse texto é explorado em vários aspectos, desde
sua estrutura até os significados e sentidos compreendidos pelos alunos.
Em seguida, é apresentado o estudo linguístico, com teorias e reflexões
sobre estruturas gramaticais e textuais.
Por fim, há a apresentação de propostas de produção de texto cujos
temas e gêneros foram trabalhados ao longo do capítulo. Essas produções
de texto permitem ao aluno aplicar os conhecimentos conquistados, para
ampliar sua leitura de mundo.
É importante relacionar Língua Portuguesa aos demais componentes
curriculares, em resposta às atuais tendências interdisciplinares que permeiam
todo o trabalho, na tentativa de compor um painel cultural bastante amplo.
Por isso, as atividades propostas em diversas seções permitem ao aluno rela-
cionar o componente curricular que está estudando aos demais, propondo
desafios que exigem a relação entre diversos aspectos que foram estudados
em cada capítulo.

Competências específicas de Língua


Portuguesa para o Ensino Fundamental

1) Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico,


social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso,
reconhecendo-a como meio de construção de identidades de
seus usuários e da comunidade a que pertencem.

LÍNGUA PORTUGUESA XXIII

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2) Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma
de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e
utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cul-
tura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) e de
se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social.
3) Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos
que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com
compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e senti-
mentos, e continuar aprendendo.
4) Compreender o fenômeno da variação linguística, demons-
trando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e
rejeitando preconceitos linguísticos.
5) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de lingua-
gem adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es)
e ao gênero do discurso/gênero textual.
6) Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em
interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se
ética e criticamente com relação a conteúdos discriminatórios
que ferem direitos humanos e ambientais.
7) Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação
de sentidos, valores e ideologias.
8) Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com
objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pes-
soal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.).
9) Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o
desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a
literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas
de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento,
reconhecendo o potencial transformador e humanizador da
experiência com a literatura.
10) Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mí-
dias e ferramentas digitais para expandir as formas de produzir
sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender
e refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Educação


é a Base. Versão Final. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2018.
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XXIV LÍNGUA PORTUGUESA

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5. Programação anual de conteúdos
Nas próximas páginas, você encontrará as programações anuais de todos
os componentes curriculares referentes aos 4 anos do Ensino Fundamental –
Anos Finais. Elas foram organizadas para que você possa montar um grande
painel em sua sala, se achar conveniente. Para isso, basta recortar as progra-
mações do seu livro da coordenação.
A elaboração desse painel possibilitará a você ter uma visualização com-
pleta dos conteúdos que serão trabalhados em todos os anos e todos os com-
ponentes curriculares. Dessa forma, você poderá auxiliar os seus professores
na identificação de conteúdos que aparecem em mais de um componente
e que poderão ser trabalhados em paralelo, bem como na elaboração de
projetos interdisciplinares ou complementares.
O material do SAE Digital passa por atualizações constantes ao longo
do ano, em todos os livros. Então, é importante que você fique atento para
algumas mudanças que vierem a ocorrer nas programações dos conteúdos.
Se isso acontecer, você pode fazer uma cópia da programação que é enviada
bimestralmente no livro do professor. Dessa maneira, o painel da sua sala de
coordenação estará sempre atualizado.
Ainda, no QR Code aqui disposto, apresentamos também uma propos-
ta de trabalho para os modelos trimestrais. O QRcode irá direcioná-lo a um
arquivo em PDF. Esse arquivo pode ser impresso, e também está disponível
para consulta no Portal.

LÍNGUA PORTUGUESA XXV

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Programação anual de conteúdos – Língua Portuguesa – 9. ano o

Unidades Capítulos Conteúdos Habilidades Aulas


EF69LP08 EF69LP11
• Artigo de opinião EF89LP24
1. Gosto se EF67LP05 EF69LP13
• Figuras de linguagem I: elipse, zeugma, assíndeto, EF89LP27 10
discute? EF89LP15 EF69LP15
polissíndeto, anáfora, aliteração, pleonasmo EF89LP37
1. Música EF69LP07 EF69LP16
• Ensaio/Jingle (spot) EF89LP24
2. O que se EF69LP02 EF69LP09
• Figuras de Linguagem II: metáfora, metonímia, EF89LP27 10
ouve por aí EF69LP07 EF89LP11
catacrese, perífrase, sinestesia EF89LP32
EF69LP44 EF89LP27
1. Poesia e • Slam poetry EF69LP11
EF69LP46 EF69LP48 EF89LP33 10
Livro 1

música • Plural dos substantivos compostos EF69LP13


2. Letras e EF69LP51 EF69LP54
composições • Edital EF69LP20 EF69LP26
2. O show deve EF89LP17
• Projeto cultural EF69LP24 EF69LP27 EF89LP22 10
continuar EF89LP20
• Frase, oração e período EF69LP25 EF89LP15
• Texto não verbal
• Fotorreportagem EF69LP03
• Período simples e composto EF69LP15
3. Uma imagem 1. A imagem na EF69LP07 EF69LP14
• Orações coordenadas: período composto, oração EF69LP16 EF09LP08 10
diz tudo? comunicação EF69LP11 EF89LP27
coordenada assindética, oração coordenada EF69LP38
sindética, classificação das sindéticas (aditivas, EF69LP13
adversativas, alternativas, explicativas, conclusivas)

• Artigo de opinião EF69LP11


EF89LP03 EF89LP27 EF08LP11
• Crônica argumentativa EF69LP13
1. A era do selfie EF89LP04 EF09LP04 EF89LP12 10
• Período composto por subordinação EF69LP14
EF89LP24 EF09LP12 EF09LP01
(O.S.S.S., O.S.S.O.D., O.S.S.O.I.) EF69LP56

4. O poder das
imagens • Romance (trecho) – elementos da narrativa
2. Quanto vale EF69LP47 EF69LP47 EF69LP56
• Período composto por subordinação EF09LP04 10
uma imagem? EF69LP44 EF69LP51 EF89LP35
(O.S.S.P., O.S.S.C.N., O.S.S.A.)
Livro 2

3. Retratos do • Biografia ficcional e não ficcional EF69LP44 EF69LP49 EF89LP27 EF89LP33


10
mundo • Período composto por subordinação (Oração reduzida) EF09LP05 EF69LP56 EF89LP32 EF09LP04

EF89LP27
EF69LP03 EF69LP44
• Poema visual EF89LP33
EF69LP07 EF69LP48
1. Vendo e lendo • Morfologia – estrutura das palavras: radical, EF15LP08 10
EF69LP16 EF69LP56
5. Quanto vale afixo, vogal temática e desinências EF69LP49
EF69LP39 EF89LP24
uma ideia EF67LP31
• Poema EF69LP38 EF89LP05 EF89LP36
2. Pensando as EF89LP25
• Processo de formação de palavras: derivação e EF69LP44 EF89LP24 EF89LP32 10
palavras EF69LP56
composição; hibridismo, redução e onomatopeia EF69LP48 EF89LP33 EF69LP46
• Artigo de opinião
EF69LP03 EF69LP06
1. Mercado • Reportagem
EF69LP16 EF89LP04 EF69LP07 EF67LP33 10
das artes • Pronomes relativos
EF89LP03 EF69LP56
6. Arte e valor • Pontuação
• Cartaz EF69LP02
2. Valores EF69LP27 EF89LP19
• Carta aberta EF69LP21 10
intangíveis EF89LP14 EF09LP08
• Orações subordinadas adjetivas EF69LP22
• Infográfico
EF69LP34
Livro 3

1. Fábrica de • Resumo EF69LP29 EF69LP34


EF69LP07 10
ideias • Orações subordinadas adverbiais: temporais, EF69LP33 EF09LP08
EF08LP04
condicionais, causais e consecutivas
• Resenha
EF89LP12 EF89LP06
2. O que se • Artigo de opinião EF69LP21
7. Criatividade EF69LP15 EF89LP27 EF89LP28 10
vê por aí • Orações subordinadas adverbiais: concessivas, EF89LP03
EF89LP26 EF09LP08
proporcionais, conformativas, finais e comparativas
EF69LP08 EF69LP34
• Teatro – elementos do texto dramático EF89LP32
3. Cultura EF69LP50 EF69LP44
• Radionovela EF89LP34 10
popular EF69LP51 EF69LP46
• Concordância nominal e verbal EF69LP56
EF69LP52 EF69LP53
EF69LP11
EF69LP39 EF89LP12
EF69LP13
1. Ler é um • Reportagem EF08LP04 EF89LP13
EF69LP15 10
prazer? • Regência nominal EF89LP08 EF89LP24
8. Palavras – universo EF69LP16
EF89LP09 EF89LP27
de possibilidades EF69LP32
EF69LP29 EF69LP35 EF69LP43 EF08LP04
2. O poder das • Artigo de divulgação científica
EF69LP31 EF69LP36 EF69LP55 EF89LP29 10
palavras • Regência verbal
EF69LP32 EF69LP42 EF69LP56 EF09LP07
EF69LP03 EF69LP13 EF69LP56
• Entrevista EF89LP13
Livro 4

EF69LP06 EF69LP15 EF08LP04


1. O mercado • Emprego de algumas palavras: mal/mau, afim/a EF89LP27
EF69LP07 EF69LP16 EF89LP08 10
das letras fim, demais/de mais, onde/aonde, senão/se não EF89LP30
EF69LP10 EF69LP37 EF89LP09
• Acentuação EF09LP04
EF69LP11 EF69LP39 EF89LP12

9. A letra e o papel • Fanfic EF69LP49 EF89LP33


2. Leitura e • Emprego de algumas expressões: em vez de/ao invés de, EF69LP46
EF69LP51 EF89LP35 EF08LP04 10
leitores de encontro a/ao encontro de, acerca de/há cerca de EF69LP47
EF89LP32 EF69LP56
• Emprego da crase

EF69LP07 EF69LP49 EF08LP04


3. O futuro da • Ficção científica EF09LP04
EF69LP34 EF69LP55 EF89LP28 10
leitura • Colocação pronominal EF09LP10
EF69LP44 EF69LP56 EF89LP33

XXVI LÍNGUA PORTUGUESA

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 26 16/09/2020 12:43:22


k
hutterstoc
ntin/S
sta
K on
ov
n
ga
Yu

Língua
Portuguesa
Unidade 1 | Música
Capítulo 1 | Gosto se discute? ..................................................................................... 8
Capítulo 2 | O que se ouve por aí ........................................................................... 17
Unidade 2 | Letras e composições
Capítulo 1 | Poesia e música...................................................................................... 31
Capítulo 2 | O show deve continuar....................................................................... 43
Unidade 3 | Uma imagem diz tudo?
Capítulo 1 | A imagem na comunicação.............................................................. 55

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 7 16/09/2020 12:43:25


• Gênero (Campo jornalístico-midiático)
• Artigo de opinião
Objetivos do capítulo • Estudo linguístico
• Figuras de linguagem I
• Perceber a diversidade mu- • Elipse
sical brasileira por meio de um • Zeugma
• Polissíndeto
artigo de opinião.
• Assíndeto
• Conhecer o novo merca- • Anáfora
• Aliteração
do musical com base nos • Pleonasmo
argumentos de um artigo • Produção de texto
de opinião. • Artigo de opinião

• Discutir tema polêmico –


gosto musical.
• Trabalhar o gênero artigo de
opinião em leituras e por meio
de produção textual.
• Identificar as figuras de
linguagem: elipse, zeugma, po-
lissíndeto, assíndeto, anáfora e
pleonasmo.
• Relacionar os conteúdos às
atividades práticas.
Escola Digital
• Produzir um artigo de opinião.

Realidade aumentada
• Artigo de opinião idade

1
un

• Figuras de linguagem I

Encaminhamento
metodológico Mú
sica
Neste capítulo, será
trabalhado o gênero artigo de
opinião, em leituras e produção Ollyy/Shut
terstock

de texto, usando como temática


a música. Esse trabalho con-
templa a habilidade EF67LP05, 1. Gosto se discute?
de identificar e avaliar teses/ Quando se trata de música, será que é possível discutir nossos gostos ou devemos concordar com
opiniões/posicionamentos ex- o ditado: “Gosto não se discute”?
plícitos e argumentos em textos Que influência a música pode exercer em nossas vidas?
argumentativos manifestando
concordância ou discordância.
Também serão trabalhadas 8
algumas figuras de linguagem
como a elipse, o polissíndeto, o
assíndeto, a anáfora, a aliteração
e o pleonasmo. Essa análise dos Enfatize a beleza da pluralidade de estilos e a contribuição que cada um pode dar
efeitos de sentido do uso de para a arte e para a vida das pessoas.
figuras de linguagem contempla
a habilidade EF89LP37.
Na abertura do capítu-
lo, trabalhe com os alunos a
impressão que se tem de cada
imagem, o que acham que cada
uma das pessoas está ouvindo,
cantando ou tocando.
Explore a pergunta inicial
do capítulo e mostre que discu-
tir o gosto musical é possível,
desde que o respeito prevaleça.

8 LÍNGUA PORTUGUESA

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 8 16/09/2020 12:44:01


Diversidade musical
Vivemos em um país culturalmente muito rico. No Brasil, coexistem diversas expressões culturais apresentação dos argumentos e
e diversos gêneros musicais. Leia, a seguir, um trecho de um artigo de opinião que descreve um pouco réplica feitos pelas equipes.
o cenário musical brasileiro e as suas diferenças nos últimos 30 anos. O texto é de Sérgio Maggio, jor- Lembre-os de que não há
nalista, escritor, dramaturgo e diretor de teatro.
motivo para agressões verbais ao
O Brasil musical de 2017 é tão interessante quanto o de 1987 defenderem seu ponto de vista.
Sérgio Maggio Ao término do debate,
Há dias, corre uma lista infeliz nas redes sociais que simplifica uma velha discussão sobre os rumos peça aos alunos que apre-
da música brasileira. A de que estamos perdendo qualidade? Que ficamos medíocres musicalmente? sentem seus argumentos de
Criou-se uma relação de supostos artistas bem colocados na mídia, em 1987 (o ano em que o rock na-
forma resumida, colocando-os
cional tomou conta das rádios), e estabeleceu-se uma comparação com os mais bem-sucedidos de 2017.
no quadro. Discuta com eles a
[…]
construção dos argumentos,
Em 1987, Chacrinha balançava a pança e comandava a massa com seu “Cassino” nas tardes de analisando-os e auxiliando-os na
sábados da Rede Globo. Uma espécie de mosaico do que a indústria gostaria que o brasileiro consu-
misse. Estavam lá de Rosana a Cazuza; de Capital Inicial a Sandra de Sá; De Lecy Brandão ao Olodum.
melhoria das construções.
Em 1987, éramos tão diversos e pop quanto agora em 2017. Talvez, a maior diferença é que não O desenvolvimento desta
tínhamos as bandeiras do preconceito coladas no peito. Não éramos musicalmente melhores nem atividade vai ao encontro das
piores. Tentávamos decorar a letra quilométrica de “Faroeste Caboclo”, da Legião Urbana, enquanto habilidades:
cantarolávamos, com facilidade e felicidade, a bela “Retratos & Canções”, interpretada divinamente por • EF69LP13, ao solicitar o
Sandra de Sá. Havia uma convivência musical e o programa do Chacrinha era o nosso reflexo no espelho.
engajamento e contribuir com
[…]
a busca de conclusões comuns
Em 30 anos que separam esses supostos dois blocos de artistas, a música brasileira se diversificou relativas a temas ou questões
ainda mais. Está mais democrática. Interessante, aliás, perceber quem compõe o mundo musical de
polêmicas de interesse da tur-
2017: negros, mulheres, trans e artistas nascidos e criados nas periferias. Embora não seja fã ardoroso
da maioria, vejo o sucesso desses intérpretes como um fenômeno social bem-vindo.
ma e/ou de relevância social.
A música brasileira é o segmento cultural mais importante do país no mundo. O que promove • EF69LP15, ao propiciar a
maior visibilidade e respeito, sobretudo, pela diversidade de ritmos e sonoridades. Da bossa nova ao apresentação de argumentos e
samba, temos um universo de possibilidades musicais que não se resume a uma dezena de nomes. contra-argumentos coerentes,
Somos o que ouvimos. É a nossa identidade.
respeitando os turnos de fala,
A torcida de nariz para o sucesso dos ídolos de agora é também cíclica. Artistas populares que na participação em discussões
foram massacrados por uma suposta elite intelectual no passado, hoje, são cultuados. Wando, por
sobre temas controversos e/ou
exemplo. Hoje, saudado em festas chiques. Outrora, atribuído como lixo musical. Não é só questão
de gosto. É também uma disfarçada tentativa de discriminação.
polêmicos.
“Afinal, será que temos vergonha de sermos o que somos: essa mistura maravilhosa chamada Brasil?”. • EF89LP15, ao orientar o uso
MAGGIO, Sérgio. O Brasil musical de 2017 é tão interessante quanto o de 1987. Metrópoles. Disponível em: https://www.
dos operadores argumentati-
metropoles.com/tipo-assim/o-brasil-musical-de-2017-e-tao-interessante-quanto-o-de-1987/amp. Acesso em 03 ago. 2019. vos que marcam a defesa de
ideia e de diálogo com a tese
INTERAÇÃO
do outro: concordo, discordo,
Dividam-se em grupos para realizarem um debate sobre gostos e gêneros musicais. Cada concordo parcialmente, do
grupo deverá se subdividir em três equipes. meu ponto de vista, na pers-
Combinem com seu professor os gêneros que serão debatidos. Poderão escolher entre pectiva aqui assumida etc.
EF21_9_POR_L1_U1_01

diferentes estilos: rock, funk, sertanejo, rap, pop latino, samba, pagode, MPB etc. Levantem alguns
dados relativos a cada gênero musical, itens como número de grandes artistas, número de ouvin- • EF69LP11, ao identificar
tes, aceitação do público, músicas do gênero que estiveram no topo da audiência por mais tempo, e analisar posicionamentos
entre outras informações que acharem pertinentes. defendidos e refutados na
escuta de interações polêmicas
LÍNGUA PORTUGUESA 9 em entrevistas, discussões e
debates (televisivo, em sala
de aula, em redes sociais etc.),
entre outros, e se posicionar
Orientação para RA frente a eles.
Após trabalhar a sessão Gênero textual, trabalhe a Realidade aumentada Artigo de • EF89LP27, tecer considera-
opinião, que reitera as características desse gênero jornalístico. ções e formular problematiza-
ções pertinentes, em momen-
Encaminhamento metodológico tos oportunos, em situações
O texto inicial do capítulo traz uma reflexão sobre a expressão musical no Brasil. de aulas, apresentação oral,
Esse valor vem sempre atrelado a questões sociais, econômicas, políticas e de gênero. seminário etc.
É importante conversar com os alunos a respeito da percepção que possam ter em
relação à construção de valor de um artista e sua música, pois temos muitos artistas
brasileiros atuais que são rechaçados por muitas pessoas e, ao mesmo tempo, são con-
sagrados internacionalmente, arrebanhando multidões em seus shows. Pergunte aos
alunos por que isso pode ocorrer.
Em seguida, para a seção Interação, separe os alunos em grupos para a pesquisa dos
gêneros musicais. O debate, após a pesquisa, deverá ser estruturado, com tempo para

LÍNGUA PORTUGUESA 9

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 9 16/09/2020 12:44:03


De posse dessas informações, cada grupo deverá defender o seu gênero musical, afirmando
ser o mais ouvido e de melhor qualidade. Cada grupo terá cinco minutos para emitir seu parecer.
Resposta Após a exposição, o grupo contrário deverá contra-argumentar, defendendo seu gênero.
Também deve haver um tempo para a réplica, que pode ter a duração de três minutos. Utilizem,
1. Sérgio Maggio. Ele é nos debates, os operadores argumentativos que marcam a defesa de ideia e de diálogo com a
jornalista, escritor, dramaturgo tese do outro: concordo, discordo, concordo parcialmente, do meu ponto de vista, na perspectiva aqui
e diretor de teatro. assumida etc.
Por fim, façam um levantamento dos argumentos apresentados pelos dois grupos e analisem
2. A de que a música perderia se eles foram efetivos ou não. Lembrem-se: nada de agressão! O debate deve ser fundamentado
a qualidade nos dias atuais, e cordial!
ao serem comparadas as
melhores produções de 2017 GÊNERO TEXTUAL
com as de 1987. Entretanto Além de informar o leitor, o artigo de opinião tem como função persuadi-lo a concordar com o posicionamento do
sinaliza que isso é uma velha articulista. Textos assim ajudam o público a refletir sobre os acontecimentos do mundo onde vive, no que diz respeito
à cultura, política, sociedade etc. Eles auxiliam o leitor no processo de construção de seu ponto de vista ou reforçam
discussão acerca de algo que o posicionamento que ele já tem sobre determinado fato. Os artigos de opinião assinados refletem o ponto de vista
do articulista e, não necessariamente, do jornal, uma vez que a função desse gênero é estimular o debate e a reflexão
não ocorre e usa o corpo do sobre as diversas tendências do pensamento contemporâneo. Quanto ao meio de circulação, os artigos de opinião
costumam aparecer em colunas assinadas dos jornais e das revistas, sendo comum que um articulista acabe escrevendo
texto para provar essa ideia. semanalmente num mesmo veículo de comunicação e ganhe leitores fiéis, uma vez que o público leitor, na maioria
das vezes, possui pensamentos e opiniões semelhantes aos do articulista cujo trabalho acompanha.
3. O autor coloca que não
havia preconceito com a T
C TEXTO E CONTEXTO
diversidade musical, e que 1.
nos últimos 30 anos essa
diversidade aumentou e crê 1. Quem assina o artigo de opinião?
que os grupos que compõem
o cenário musical são
bem-vindos.
2. No primeiro parágrafo do texto, o autor contextualiza o tema que quer desenvolver. Qual é
4. Significa dizer que a música esse tema?
brasileira aceita diversos
grupos sociais que estavam
excluídos em 1987, como
negros, mulheres, trans e
3. Que argumentos o autor usa para elucidar a ideia de que a música não perdeu a qualidade?
artistas nascidos e criados
nas periferias.

4. O autor do texto também argumenta que a música brasileira é democrática. O que quer dizer isso?

EF21_9_POR_L1_U1_01
10 LÍNGUA PORTUGUESA

10 LÍNGUA PORTUGUESA

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5. Você acha que há preconceito musical? Por quê? Dê exemplos.

6. No último parágrafo de um artigo de opinião, o autor recupera a ideia central de seu texto e tenta
persuadir o leitor reforçando essa ideia. Como isso foi feito no texto lido?

ESTUDO LINGUÍSTICO

Figuras de linguagem I
As figuras de linguagem são recursos utilizados para dar maior expressividade à linguagem, de
maneira diferente da usual, seja no que diz respeito ao sentido, à posição ou à combinação das palavras.
Veja algumas delas:

Elipse
É a omissão de um termo que não foi mencionado anteriormente e que, pelo contexto, é facilmente
identificado pelo leitor ou ouvinte. Exemplo:

Quando bem empregada, a música aumenta a energia e a eficiência,


eleva o ânimo, diminui as tensões e quebra a monotonia.

Observe que, nesse trecho, o autor omitiu alguns termos que podem ser identificados pelo leitor.
A frase, com todos os termos, poderia ser assim:

Quando bem empregada, a música aumenta a energia e a eficiência das pessoas, eleva
o ânimo das pessoas, diminui as tensões e quebra a monotonia das pessoas.

EM TEMPO
Zeugma é uma espécie de elipse que consiste na omissão de um termo anteriormente citado na frase. Esse recurso,
geralmente, é utilizado para dar concisão ao texto. Na frase a seguir, além da elipse, ocorre zeugma.
Exemplo:
Quando bem empregada, a música funcional aumenta a energia e a eficiência, eleva o ânimo, diminui as tensões e quebra
a monotonia.
Nesse trecho, o autor omitiu algumas palavras que foram empregadas anteriormente. A frase, com os termos, poderia
EF21_9_POR_L1_U1_01

EF21_9_POR_L1_U1_01

ser assim:
Quando bem empregada, a música funcional aumenta a energia e a eficiência, a música funcional eleva o ânimo, a música
funcional diminui as tensões e quebra a monotonia.

LÍNGUA PORTUGUESA 11

Resposta
5. Resposta pessoal.
6. Lançando uma pergunta “Afinal, será que temos vergonha de sermos o
que somos: essa mistura maravilhosa chamada Brasil?. Com ela, o autor busca
persuadir o leitor de que, se somos brasileiros, temos uma cultura diversificada e
não podemos ter preconceito com os vários estilos existentes, preferindo um em
detrimento de outro.

LÍNGUA PORTUGUESA 11

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 11 16/09/2020 12:44:11


Polissíndeto
Orientação para RA É o emprego repetitivo de conjunções entre
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Após os alunos lerem as palavras de uma frase ou entre frases de um texto,
geralmente para enfatizar a ideia de acréscimo ou Que mesmo em face do maior encanto
definições de figuras de lingua- Dele se encante mais meu pensamento.
de sucessão. Veja o exemplo ao lado.
gem, apresente a Realidade au-
Observe que o autor utiliza a repetição da [...]
mentada Figuras de linguagem I,
conjunção e para dar ênfase à atenção ao seu amor.
uma animação que identifica, MORAES, Vinicius de. Soneto de fidelidade. In:
MORAES, Vinicius de. Soneto de fidelidade e outros
em alguns versos de canções, Assíndeto poemas. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.
diferentes figuras de linguagem.
É a figura inversa ao polissíndeto. Consiste na omissão da conjunção. Exemplo:
Depois de assistirem à anima-
ção, os alunos poderão parodiar “Na academia, música frenética, bem ritmada. No aeroporto ou na sala de espera do
músicas, usando outros versos consultório do dentista, uma trilha sonora suave, tranquila.”
em que predominem diferentes
figuras de linguagem. Observe que, no trecho “Na academia, música frenética, bem ritmada.”, as duas últimas frases se
dispõem em sequência, separadas por vírgula, mas poderiam ser separadas pela conjunção e. O mesmo
acontece no trecho “No aeroporto ou na sala de espera do consultório do dentista, uma trilha sonora
suave, tranquila”.

Anáfora
É a repetição de uma ou mais palavras em uma sequência de frases. Costuma ser mais utilizada
em textos poéticos para dar ritmo e musicalidade. Exemplo:

Quando não tinha nada, eu quis.


Quando tudo era ausência, esperei.
Quando tive frio, tremi.
Quando tive coragem, liguei.
[...]

CÉSAR, Chico. À primeira vista. In: CÉSAR, Chico. Aos Vivos. São Paulo: Velas, 1995. Faixa 3.

Observe que, na música, o compositor fez a repetição da palavra “Quando” para enfatizar suas
sensações.

Aliteração
EM TEMPO
É a repetição de sons consonantais. Assim como a aná-
fora, também é mais utilizada em textos poéticos. Exemplo: A assonância também é um recurso
da linguagem que consiste na repetição
de sons, mas, nesse caso, de sons vocá-
Chove chuva choverando licos. Repare como na canção “Linha do
Equador”, de Djavan, há a repetição da
Que a cidade de meu bem vogal u:
Está-se toda se lavando Minha foz do Iguaçu
Polo sul, meu azul
Luz do sentimento nu
ANDRADE, Oswald de. Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald

EF21_9_POR_L1_U1_01
de Andrade. In: ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas. 4. ed. Rio Linha do Equador – Djavan
de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971. p. 170. (Obras Completas; 7).

12 LÍNGUA PORTUGUESA

12 LÍNGUA PORTUGUESA

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 12 16/09/2020 12:44:14


Pleonasmo
Consiste em intensificar o significado de uma palavra por meio de redundância para torná-la mais
expressiva. Veja um exemplo na música de Chico Buarque:

Mas voltou a saudade


É pra ficar, aí eu encarei de frente
Aí eu encarei de frente, menina
Se eu ficar na saudade, é “deixa estar”
Saudade engole a gente, saudade engole a gente menina
[...]

BUARQUE, Chico. Tanta saudade. In: BUARQUE, Chico. Chico


Buarque. Rio de Janeiro: BMG, 1989. Faixa 9.

Pode-se dizer que aqui temos a repetição enfática de uma ideia.

ATIVIDADES

1. Observe as letras de música a seguir. Os trechos destacados são exemplos das figuras de lin-
guagem estudadas. Classifique-os:
I II
Palavras Telegrama
Palavras não são más [...]
Palavras não são quentes Eu tava só
Palavras são iguais Sozinho!
Sendo diferentes Mais solitário
Palavras não são frias
Que um paulistano
Palavras não são boas
Que um canastrão na hora que cai o pano
[...]
[...]
FROMER, Marcelo; BRITTO, Sérgio. Palavras. Intérprete:
Sérgio Britto. In: TITÃS. Õ Blésq Blom. Rio de Janeiro: Wea BALEIRO, Zeca. Telegrama. In:BALEIRO, Zeca. Pet Shop Mundo
Discos, 1989. 1 disco sonoro (34’50’’), lado A, faixa 5. Cão. Manaus: MZA/Abril Music, 2002. 1 CD (49’17’’), faixa 4.

2. Identifique as figuras de sintaxe nas frases a seguir:


a) “Cheguei, chegaste, vinhas fatigada.” b) “Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua.”
Olavo Bilac Olavo Bilac

c) “Pobres plebeus de plena plenitude.” d) “És bela – eu moço; tens amor – eu medo!”
Helenadetrioa.Rock Casimiro de Abreu
EF21_9_POR_L1_U1_01

EF21_9_POR_L1_U1_01

LÍNGUA PORTUGUESA 13

Resposta
1.
I. Anáfora.
II. Pleonasmo/polissíndeto.
2.
a) Elipse.
b) Polissíndeto.
c) Aliteração.
d) Zeugma.

LÍNGUA PORTUGUESA 13

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e) “Tudo o que é muito, é demais. Peço, me perdoe a redundância.”

Resposta
Casuarina

2.
e) Pleonasmo.
Encaminhamento CONEXÃO
metodológico
Para a seção Conexão, O streaming acordou e revolucionou o mercado da música mundialmente
Tainá Freitas, 25 set. 2017
leia o texto com os alunos e
questione-os sobre a utilização Dos discos aos CDs, dos CDs aos downloads: para quem pensava que nada superaria
dos streamings de música e a facilidade dos downloads, o streaming – transmissão de dados através de rede – chegou
para mudar esta ideia. Só nos Estados Unidos, mais de 30 milhões de pessoas pagam e
se já utilizaram CDs e vinis ao usam o serviço, o que representa um aumento de 48% (US$ 2,5 bilhões) apenas no primeiro
longo da vida. Para a atividade, semestre de 2017. No mundo, a estimativa é de 112 milhões de usuários.
divida-os em grupos e peça a Segundo dados da RIAA, Associação de Gravadoras dos Estados Unidos, o streaming
eles que selecionem um cantor/ domina agora 62% da indústria musical americana. No Brasil, o streaming cresceu 52,4%
compositor famoso. Cuide para comparado a 2015, segundo dados de relatório da IFPI (sigla em inglês para Federação
que não repitam o artista entre Internacional da Indústria Fotográfica).
os grupos. […]
A indústria musical decaiu cerca de 40% de 1999 a 2014, apresentando melhorias
Depois de fazerem pes- apenas a partir de 2015. O crescimento foi, justamente, por conta do mercado digital. […]
quisa na internet para levanta- O streaming supera o download por não precisar armazenar as músicas – o que economiza
mento de dados, eles devem espaço nos dispositivos, algo cada vez mais valioso – e pelo preço, já que se paga uma
construir um infográfico com assinatura mensal fixa, e não por cada música ouvida. Você acaba tendo muito mais diver-
as informações e apresentá-las sidade com menos dinheiro gasto.
à turma. […]
O meio digital é cada vez mais relevante e tem uma lógica própria também. Isso mu-
A seção Conexão con- dou certos setores da economia de “escassez” para “abundância” recentemente – e isso é
templa a habilidade EF89LP24 muito, mas muito relevante.
(Campo de atuação da vida
pública) ao solicitar a realização FREITAS, Tainá. O streaming acordou e revolucionou o mercado da música mundialmente. StartSe. 25 set.
2017. Disponível em: https://www.startse.com/noticia/nova-economia/tecnologia-inovacao/39592/o-
de pesquisa, estabelecendo o streaming-acordou-e-revolucionou-o-mercado-da-musica-mundialmente. Acesso em: 03 ago. 2019.

recorte de questões, usando Depois de ler o texto sobre o novo mercado da música, em grupos, selecionem um artista que
fontes abertas. esteja fazendo sucesso. Combinem entre os grupos para não escolherem o mesmo artista. Em segui-
da, façam um levantamento sobre a relevância da participação do seu artista no cenário da música.
Pesquisem dados como:
• por quanto tempo esteve no topo das paradas musicais;
• quanto faturou no último ano;
• quantos álbuns lançou;
• quantos shows faz por ano e outros dados que acharem relevantes.

EF21_9_POR_L1_U1_01
Com base nos dados, construam um infográfico com imagens e números encontrados. Por fim,
apresentem o infográfico à turma.

14 LÍNGUA PORTUGUESA

14 LÍNGUA PORTUGUESA

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PRODUÇÃO DE
PRODUÇÃO DE TEXTO
TEXTO
No decorrer
decorrer do do capítulo,
capítulo, foram
foram trabalhados
trabalhados alguns
Acesse no QR Code: Artigo
No alguns textos
textos que
que falam
falam sobre
sobre música,
música, seus
seus efeitos
efeitos ee de opinião.
as variações dos gostos e ritmos musicais.
as variações dos gostos e ritmos musicais.
Com base
Com base nas
nas pesquisas
pesquisas já já desenvolvidas
desenvolvidas durante
durante o o capítulo
capítulo ou
ou sobre
sobre um
um outro
outro estilo
estilo musical
musical de
de
sua preferência,
sua preferência, elabore
elabore um artigo de
um artigo de opinião
opinião aa respeito
respeito desse
desse estilo.
estilo. Quanto
Quanto àà estrutura,
estrutura, oo artigo
artigo de
de
opinião, de
opinião, de maneira
maneira geral,
geral, apresenta
apresenta uma uma contextualização
contextualização do do assunto
assunto nono primeiro
primeiro parágrafo,
parágrafo, que
que éé
desenvolvido no
desenvolvido no corpo
corpo dodo texto,
texto, ee aa conclusão
conclusão que
que reforça
reforça aa tese
tese defendida
defendida pelo
pelo autor.
autor. O
O que
que se
se ob-
ob-
serva no
serva no desenvolvimento
desenvolvimento do do texto
texto éé que
que oo articulista
articulista constrói
constrói uma
uma sequência
sequência argumentativa,
argumentativa, mas mas oo
modo como
modo como essa
essa sequência
sequência ocorre
ocorre depende
depende de de autor
autor para
para autor,
autor, pois
pois oo grande
grande objetivo
objetivo éé apresentar
apresentar
argumentos sólidos
argumentos sólidos ee consistentes
consistentes parapara sustentar
sustentar aa análise.
análise. Ao
Ao escrever
escrever umum artigo
artigo de
de opinião,
opinião, espera-se
espera-se
que o
que o articulista
articulista utilize
utilize aa modalidade
modalidade formalformal da
da língua
língua portuguesa,
portuguesa, umauma vez
vez que
que o
o texto
texto será
será publicado
publicado
em fontes
em fontes como
como jornais
jornais e e revistas
revistas dede prestígio.
prestígio.
Sendo assim, você será o articulista
Sendo assim, você será o articulista agora. agora. Combine
Combine com com seu
seu professor
professor onde
onde seu
seu texto
texto vai
vai circular
circular
quando ficar pronto. Se em uma exposição, fixado em painel ou mural, em um jornal da sala de
quando ficar pronto. Se em uma exposição, fixado em painel ou mural, em um jornal da sala de aula,
aula,
em um
em blog construído
um blog construído pela
pela turma,
turma, nasnas redes
redes sociais
sociais etc.
etc.
ER
AZ

F
COMO
Para elaborar seu texto, que deverá ter de 12 a 20 linhas, leia as orientações a seguir,
que poderão auxiliar em seu trabalho.
• Escolha um título polêmico ou provocador para o texto.
• No primeiro parágrafo do seu artigo, mostre que ideia ou tese irá defender a respeito do
estilo escolhido. Que ponto de vista você tem a respeito dele? É o melhor estilo do Brasil?
As letras são as mais inteligentes? Ele perde para os gêneros musicais antigos?
• No desenvolvimento do texto, que poderá ocupar de dois a três parágrafos, use argumentos
para defender sua tese. Poderá justificar ideias respondendo a perguntas como:
• Onde e como surgiu o estilo musical que você selecionou?
• Ele recebeu influência de outro estilo musical?
• Quais os principais instrumentos musicais utilizados em sua execução?
• Qual a sua banda ou o seu artista preferido nesse estilo?
• Que outras características esse estilo possui?
• Você poderá utilizar citações de especialistas que também gostam do estilo musical que
escolheu, além de dados estatísticos que comprovam ser o melhor, mais ouvido etc.
• Conclua seu texto instigando o leitor. Lance uma pergunta ou reflexão persuadindo-o ou
convencendo-o a respeito da ideia defendida.
EF21_9_POR_L1_U1_01
EF21_9_POR_L1_U1_01

LÍNGUA PORTUGUESA 15

Encaminhamento metodológico
Os encaminhamentos para a elaboração de um artigo de opinião na Produção de
texto levam em consideração a habilidade EF69LP07 ao orientar a construção da tex-
tualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero, utilizando estratégias de
planejamento e passos para sua elaboração. Faz uso também da habilidade EF69LP08
ao revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião,
entre outros –, tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em
questão, as características do gênero, os aspectos relativos à textualidade e a adequa-
ção à norma culta.
Disponibilizamos uma grade de correção para a elaboração dessa produção que
pode ser partilhada com os alunos quanto aos aspectos composicionais do texto e
possível reescrita.

LÍNGUA PORTUGUESA 15

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16/09/2020 12:44:24
Gosto se discute? – Relacionando conceitos
Música
nta
um texto no qual
ese
apr tematizada o autor apresenta
pelo
é determinado tema
vários estilos aborda
ARTIGO DE OPINIÃO e seu ponto de vista,
usando argumentos
frutos
dep
end apresenta para defendê-lo.
e de
sofrem
da diversidade Gosto musical
apresenta

cultural
preconceitos
FIGURAS DE LINGUAGEM
Elipse Zeugma Assíndeto Polissíndeto Anáfora Aliteração
omite omite repete repete repete
omite
um termo conjunções entre uma ou mais
um termo que a conjunção entre o mesmo som
que não foi palavras de uma palavras em
foi mencionado palavras de uma em palavras
mencionado
frase ou entre frase ou entre fra- uma sequência diferentes.
anteriormente. anteriormente. frases de um texto. ses de um texto. de frases.
Ex.: Ex.: Ex.: Ex.:
Termo mencionado

Ex.: Ex.:
Termo implícito

Quando bem empregada, a música funcio- Chega de temer E se perder Quando não tinha nada, Pobres plebeus de plena
nal aumenta a energia e a eficiência, eleva o Chorar E se achar eu quis, plenitude.
ânimo, diminui as tensões e quebra a mono- Sofrer E tudo aquilo que é viver quando tudo era ausência (Helenadetroia.Rock)

LÍNGUA PORTUGUESA
tonia. Sorrir esperei,
(Gonzaguinha)
Se dar (Gonzaguinha) quando... (Chico César)
Quando bem empregada, a
Quando bem empregada, a
música funcional aumenta
a energia e a eficiência
música funcional aumenta Pleonasmo
a energia e a eficiência, a
(das pessoas), eleva o
música funcional eleva o enaltece
ânimo (das pessoas),
ânimo, a música funcional
diminui as tensões e Tudo o que é muito, é demais
quebra a monotonia
diminui as tensões e o significado de uma palavra
quebra a monotonia. Ex.: Peço, me perdoe a redundância
(das pessoas). por meio de redundância. (Casuarina)

16
aprendizagem do aluno e na au-
Relacionando conceitos é validar

o processo de ensino e aprendi-


para a construção da síntese de
como objetivo principal sinteti-

é importante que ele contribua

zagem, oferecendo dados para


que ela pode dar insumos para
zar o conhecimento adquirido.

tocrítica do professor, uma vez

uma avaliação e validação dos


Assim, deixamos espaços para
aluno. O mapa conceitual tem

que o aluno os preencha, pois

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 16
ajudá-lo a organizar os assun-
e verificar a aprendizagem do

aos conceitos trabalhados no


conteúdos. Essa prática pode

Sugerimos que todo o


tos e os temas relacionados

explorado com enfoque na

LÍNGUA PORTUGUESA
potencial dessa seção seja
A proposta da seção
Encaminhamento

objetivos propostos.
metodológico

capítulo.

16
• Gênero (Campos jornalístico-midiático
e das práticas de estudo e pesquisa)
• Jingle/spot Encaminhamento
metodológico
• Ensaio
• Reportagem
• Estudo linguístico
• Figuras de linguagem II Neste capítulo, será apre-
• Metáfora sentado o jingle por meio de
• Metonímia ensaio e reportagem. O tema
• Catacrese
• Sinestesia
será trabalhado em leituras,
• Perífrase pesquisa e produção de texto.
• Produção de texto Nesse contexto, o professor
• Jingle possibilitará uma viagem pela
história, recuperando jingles
de propagandas antigas e que
consagraram políticos como
Juscelino Kubitschek e Jânio
Quadros. Essa viagem promete
ser engraçada e até ingênua,
pois aborda ritmos e tecnologias
antigas quanto às letras e execu-
ções musicais, sem, tampouco,
perder em criticidade. Para
culminar o trabalho, o aluno
criará um jingle e o apresentará
Escola Digital à turma. A análise do jingle tam-
bém contemplará sua relação
com o spot. O trabalho com este
gênero contempla a habilida-
idade de EF69LP02 ao apresentar e

1
solicitar análise de semioses
un

e mídias, sua adequação ao


público-alvo, aos objetivos do
anunciante e/ou da campanha
Mú e à construção composicional e
sica estilo dos gêneros em questão.
Quanto ao trabalho linguístico,
terstock
serão revisadas algumas figuras
Ollyy/Shut
de linguagem como metáfora,
metonímia, catacrese, perífrase
2. O que se ouve por aí e sinestesia.
A pessoa da imagem está ouvindo uma música agradável?
Quanto à abertura do
capítulo, explore a imagem
De que estilo de música você gosta?
e pergunte aos alunos o que
acham que ela representa.
Deixe-os levantar hipóteses e
17
trocar ideias entre si. Depois,
peça a um dos alunos que leia o
texto de abertura.
Na sequência, promova
Objetivos do capítulo um debate com base no ques-
tionamento apresentado.
• Trabalhar a interpretação textual por meio da tipologia narrativa.
• Incentivar a troca de ideias em grupo de forma crítica e construtiva.
• Identificar figuras de sintaxe: metáfora, metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase.
• Compreender as principais características do gênero ensaio.
• Produzir um jingle.

Realidade aumentada
• Ensaio
• Figuras de linguagem II

LÍNGUA PORTUGUESA 17

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Perseguido pela música
Encaminhamento Você já experimentou os efeitos positivos de ouvir uma música de que gosta, seja enquanto estuda,
metodológico faz atividades físicas ou tenta relaxar? Mas e se a música não é do seu gosto pessoal e não lhe sai da
cabeça? Você já passou por isso? A esse respeito, leia o texto que segue.
A linguagem musical
atinge a percepção humana de Brainworms: música que não sai da cabeça
uma forma diferente. Não é à
Às vezes a imaginação musical normal transpõe um limite e se torna,
toa que os alunos, e até alguns por assim dizer, patológica, como quando determinado fragmento de uma
professores, recorrem a músicas música se repete incessantemente por dias a fio e às vezes nos irrita. Essas re-
para facilitar a tarefa de “deco- petições, em geral uma frase ou tema breve e bem definido de três ou quatro compassos,
rar” conteúdos. A apreensão de tendem a continuar por horas ou dias, circulando na mente, antes de desaparecer pouco a pouco.
uma mensagem acompanha- Essa repetição interminável e o fato de que a música em questão pode ser banal ou sem graça, não
da de melodia se dá de outra nos agradar ou até mesmo ser abominável, indica um processo coercivo: a música entrou e subverteu
forma, mais profunda do que uma parte do cérebro, forçando-o a disparar de maneira repetitiva e autônoma (como pode ocorrer
a compreensão intelectual. A com um tique ou uma convulsão).
música, linguagem não verbal, Um jingle publicitário ou a música-tema de um filme ou programa de televisão podem desenca-
dear esse processo para muitas pessoas. Isso não é coincidência, pois a indústria da música os cria
atinge o terreno das emoções,
justamente para “fisgar” os ouvintes, para “pegar” e “não sair da cabeça”, introduzir-se à força pelos
da intuição, das nossas capaci- ouvidos ou pela mente como uma lacraia. Vem daí o termo em inglês earworms (algo como “vermes
dades não racionais. de ouvido”), se bem que até poderíamos chamá-los de brainworms, ou “vermes de cérebro” (em 1987
uma revista jornalística, para gracejar, definiu-os como “agentes musicais cognitivamente infecciosos”).
Um amigo meu, Nick Younes, contou-me como a música “Love and marriage”, de James Van
Heusen, não lhe saiu da cabeça. Ouvi-la uma única vez, cantada por Frank Sinatra como música-tema
do programa de televisão “Married with children” [Um amor de família], já bastou para fisgar Nick.
Ele ficou “preso no ritmo da música”, e ela tocou em sua mente quase sem parar durante dez dias.
Com a repetição incessante, ela logo perdeu o encanto, a animação, a musicalidade e o significado.
A música interferia em seu trabalho na escola, em seu pensamento, em sua paz de espírito, em seu
sono. Ele tentou interrompê-la de vários modos, porém não conseguiu. “Dei muitos pulos. Contei
até cem. Joguei água no rosto. Tentei falar em voz alta comigo mesmo, tapando os ouvidos.” Por fim,
ela desapareceu aos poucos – mas quando ele me contou essa história, ela voltou a persegui-lo por
várias horas.
Embora o termo earworm tenha sido usado pela primeira vez na década de 1980 (como uma
tradução literal do alemão Ohrwurm), o conceito não tem nada de novo. Já na década de 1920
Nicholas Slonimsky, compositor e musicólogo, estava deliberadamente inventando formas ou frases
musicais que pudessem fisgar a mente e forçá-la à imitação e à repetição. E em 1876 Mark Twain es-
creveu um conto, “A literary nightmare” [Um pesadelo literário], depois reintitulado “Punch, brothers,
punch” [Soquem, irmãos, soquem], no qual o narrador se vê indefeso diante de algumas “rimas bem
cadenciadas”.
Elas tomaram posse total e instantânea de mim. Durante todo o café da manhã valsaram pelo
meu cérebro. [...] Por uma hora, lutei com todas as forças, mas em vão. Minha cabeça não parava
de cantarolar. [...] Fui dar uma volta pelo centro da cidade, e logo descobri que meus pés estavam
marcando o ritmo daquela melodia implacável. [...] Anoiteceu e eu continuei a cantarolar, fui para a
cama, rolei, me revirei e cantarolei noite adentro.

EF21_9_POR_L1_U1_02
Dois dias depois, o narrador encontra um velho amigo, um pastor, e inadvertidamente o “infecta”
com a música; o pastor, por sua vez, inadvertidamente infecta toda a congregação.

18 LÍNGUA PORTUGUESA

18 LÍNGUA PORTUGUESA

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O que está acontecendo, nas esferas psicológica e neurológica, quando uma música ou um jingle
se apossa de alguém dessa maneira? Quais são as características que tornam uma melodia ou canção 2. “A música entrou e
assim tão “perigosa” ou “infecciosa”? Será alguma singularidade do som ou do timbre, do ritmo ou da subverteu uma parte do
melodia? Será a repetição? Ou será o despertar de ressonâncias ou associações emocionais especiais?
cérebro, forçando-o a disparar
[...]
Metade de nós vive plugada em iPods, 24 horas, imersa em concertos com repertório da própria
de maneira repetitiva e
escolha, praticamente alheia ao ambiente. E para quem não está plugado há a música incessante, autônoma (como pode
inevitável e muitas vezes ensurdecedora nos restaurantes, bares, lojas e academias. Essa barragem acontecer com um tique ou
musical gera certa tensão em nosso sistema auditivo primorosamente sensível, o qual não pode ser
uma convulsão).”
sobrecarregado sem temíveis consequências. Uma delas é a grave perda de audição encontrada em
parcelas cada vez maiores da população, mesmo entre os jovens e particularmente entre os músicos. 3. C
Outra, são as irritantes músicas que não saem da cabeça, os brainworms, que chegam sem ser cha-
mados e só vão embora quando bem entendem. Podem não passar de anúncios de creme dental,
mas neurologicamente são irresistíveis.
Orientação para RA
Após terem lido o ensaio
SACKS, Oliver. Alucinações musicais. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 51-58.
“Brainworms: música que não
GÊNERO TEXTUAL sai da cabeça”, bem como as
informações contidas na seção
O ensaio, como gênero textual, nasceu humilde, sem a pretensão de transmitir conhecimentos acadêmicos como
verdadeiros, nem de ser escrito como tratado filosófico ou científico. Porém, é o gênero no qual podem ser encontrados Gênero textual, trabalhe com
textos em que questionamentos subjetivos estão liberados, mas com julgamentos teóricos bem fundamentados. É
um gênero no qual se encontra o estudo investigativo, analítico, com interpretação e julgamentos pessoais, contudo
os alunos a Realidade aumen-
com maior liberdade de expressão e preocupação com o estilo do texto. O verbo ensaiar (por exemplo, no teatro) já tada Ensaio. Ela apresenta um
nos apresenta a necessidade de exercitar e experimentar algo, de alcançar a pretensão do definitivo.
texto de Mário de Andrade que
T deverá ser colocado em ordem
C TEXTO E CONTEXTO linear. O texto, na íntegra, está
disponível no site:
1. Qual é o tema central do texto de Sacks? • www.ufrgs.br/cdrom/
mandrade/. Acesso em:
3 ago. 2017.
Informe a eles que Mário
de Andrade, além de escritor,
2. Transcreva do texto o trecho em que o neurologista explica esse acontecimento. foi um estudioso da música e
folclore brasileiros e contribuiu
muito com seus ensaios a res-
peito de nossa cultura.
A Realidade aumentada
ainda propõe aos alunos que es-
crevam um ensaio sobre algum
3. O texto de Oliver Sacks pertence a um gênero conhecido como ensaio. Com base no texto do artista musical de que gostam.
neurologista, indique o item que expressa a finalidade desse gênero textual. Solicite a eles que troquem
a) Narrar uma história ficcional. seus textos com os colegas, os
EF21_9_POR_L1_U1_02

EF21_9_POR_L1_U1_02

b) Descrever ações, ensinar como se faz alguma coisa. quais deverão lê-los ao restante
c) Transmitir conhecimento, expor um conteúdo de maneira livre. da turma.
d) Expressar opinião referente a um assunto sem fundamentação teórica.

LÍNGUA PORTUGUESA 19

Dica para ampliar o trabalho


Neste capítulo, é apresentado um trecho do livro Alucinações mu-
as
as Letr

sicais, do médico e professor de neurologia Oliver Sacks. Ele investiga o


que acontece com o cérebro quando ouvimos ou criamos uma música. O
ania d

livro é uma coletânea de casos que mostra como uma canção é capaz de
Comp

reavivar memórias ou induzir estados emocionais. Você pode encontrar


na internet resenhas sobre essa obra.
Resposta
1. As músicas que entram na cabeça contra a nossa vontade e se
repetem incessantemente.

LÍNGUA PORTUGUESA 19

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4. O exemplo citado pelo autor, de seu amigo Nick Younes, serve para mostrar atitudes que podem
nos livrar dos brainworms? Justifique sua resposta.
Resposta
4. Não. Pois o amigo, embora
tenha feito muitas coisas para
se livrar de uma música que
“grudou” no seu cérebro, não
obteve sucesso. Só aos poucos,
com o tempo, é que a música
5. A leitura atenta do texto permite deduzir uma sequência cronológica de alguns acontecimentos
foi desaparecendo. relacionados aos brainworms. Explique essa sequência.
5. Em 1876, Mark Twain
escreveu um conto, A literary
nightmare (Um pesadelo
literário), no qual o narrador
se vê indefeso diante
de algumas “rimas bem
cadenciadas”. Na década de
1920, Nicholas Slonimsky, 6. A sobrecarga no nosso sistema auditivo pode trazer outras consequências além dos brainworms?
Quais?
compositor e musicólogo,
estava deliberadamente
inventando formas ou frases
musicais que pudessem fisgar
a mente e forçá-la à imitação e 7. Este fenômeno de uma música se instalar no cérebro contra a vontade é fruto do acaso ou pode
à repetição. O termo earworm ser intencional? Explique sua resposta.
foi usado pela primeira vez na
década de 1980, mas, em 1987,
uma revista jornalística, para
gracejar, definiu os brainworms
como “agentes musicais
8. Por que, apesar de tratar de música, o autor do texto cita um conto de Mark Twain?
cognitivamente infecciosos”.
6. Sim, a perda auditiva
precoce.
7. Pode ser intencional, como 9. O trecho “a grave perda de audição encontrada em parcelas cada vez maiores da população, mesmo
no caso dos jingles da publici- entre os jovens e particularmente entre os músicos” permite deduzir que

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dade e das músicas-tema de a) só os músicos correm o risco de perder a audição.
filmes. b) a perda auditiva pode atingir igualmente toda a população.
c) são observados casos de perda auditiva em muitas pessoas, apesar de não serem velhas.
8. Porque o conto apresenta d) músicos mais velhos não têm perda auditiva.
um enredo que mostra o
20 LÍNGUA PORTUGUESA
problema analisado pelo livro.
9. B

20 LÍNGUA PORTUGUESA

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O texto retirado do livro de Oliver Sacks trata de um fenômeno que está presente no dia a dia das
pessoas: as músicas que não saem da cabeça.
• Você se lembra da última vez em que uma música “grudou” na sua cabeça? Conte como foi aos Jingles Clássicos 1 – Alguns
colegas. vão rir, outros vão chorar,
• Você gosta ou já gostou de alguma música “grudenta”?
mas todos vão se emocionar!
Disponível em:
• Alguma música irrita você ou faz com que se sinta feliz?
• Há alguma música que você associe a um momento da sua vida? • www.youtube.com/
watch?v=kcGcggXuwsU.

INTERAÇÃO
Top 10 Commercial
Jingles. Disponível em:
• www.youtube.com/
Jingle e spot watch?v=SBzR--CrgAM.
Converse com seus colegas sobre a afirmação a seguir, na qual Sacks comenta os jingles. Apresente alguns links
com jingles de propagandas que
“Um jingle publicitário ou a música-tema de um filme ou programa de televisão podem de-
sencadear esse processo para muitas pessoas. Isso não é coincidência, pois a indústria da música
fizeram sucesso no rádio e na TV:
cria-os justamente para ‘fisgar’ os ouvintes, para ‘pegar’ e ‘não sair da cabeça’”. Jingles e Comerciais
Famosos de Rádio e TV.
Oliver Sacks
Disponível em:
Jingles são músicas criadas para promover uma mar- • www.locutor.info/
ca, um produto ou uma ideia. Geralmente, as melodias audiojingles.html.
são simples, com duração curta para fácil memorização.
Às vezes, são acompanhados de letras também de fácil 8 jingles inesquecíveis
assimilação que pretendem causar interesse no ouvinte da propaganda brasileira.
pelo produto que está sendo anunciado. Disponível em:
O spot também é uma produção de áudio utiliza-
da como peça publicitária em rádio ou mesmo em TV.
gra
ph
eg
o/S
• https://exame.abril.com.br/
Diferentemente do jingle que é cantado, o spot é produ-
hu
tte
rst
oc
marketing/noticias/8-jingles-
zido com uma locução simples ou mista (duas ou mais
k
inesqueciveis.
vozes), mixada com ou sem efeitos sonoros ou uma mú-
Clube do Jingle. Disponível
sica de fundo. Pode-se dizer que o spot é um roteiro, uma
indicação do texto a ser falado pelo locutor, gravado em em:
fita ou disco e usado em transmissão radiofônica. • www.clubedojingle.com/
Como o spot se vincula a um produto anunciado, faz jingles.
parte dos gêneros publicitários, que são variados, pois se
ajustam às necessidades do comércio. Quanto ao spot, acesse
Leiam a seguir algumas características do spot e do jingle.
com os alunos o link:
• http://www.spotcomercial.
Spot Jingle com.br.
Texto claro e breve Melodia simples e curta
Frases de fácil assimilação e memorização Ritmo de apelo popular
Locução convincente Fórmulas repetitivas
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• Você se lembra de algum jingle ou spot?


• Atualmente, eles aparecem muito em propagandas só para divulgar produtos ou por outros
motivos?
LÍNGUA PORTUGUESA 21

Encaminhamento metodológico
Divida a turma em grupos para a realização da pesquisa.
Este é o momento de desenvolver a oralidade e a capacidade de organização dos
alunos, fazer as conexões entre o texto lido e as experiências de cada um e oportunizar
maior entendimento. É necessário estimular a participação organizada e partilhar infor-
mações que incentivem o grupo. Explore a cultura midiática que está presente no dia a
dia das pessoas. Este trabalho desenvolve a habilidade EF89LP27 da BNCC ao solicitar
aos alunos que teçam considerações e formulem problematizações pertinentes em
situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.
Dica para ampliar o trabalho
Apresente vídeos de propagandas antigas e novas para que os alunos possam
comparar os jingles com os vídeos disponíveis nos links a seguir:

LÍNGUA PORTUGUESA 21

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 21 16/09/2020 12:45:14


Reúna-se com alguns colegas e pesquisem jingles ou spots que fazem ou que já fizeram sucesso
entre os brasileiros. Para isso, escolham pessoas de faixas etárias diferentes e perguntem a elas quais
Encaminhamento os jingles ou spots de que se lembram. Tragam os resultados para a sala de aula e elaborem com a
metodológico turma um cartaz coletivo sobre “Os jingles (ou spots) mais famosos” ou, também, para a criação de
uma linha do tempo sobre esses gêneros no Brasil.
Há outros trechos que
podem ser vistos como metáfo-
ras pelos alunos. O importante ESTUDO LINGUÍSTICO
é verificar se eles entenderam
a relação de semelhança e
as comparações implícitas.
Aproveite para explorar o cará- Figuras de linguagem II
ter figurado de nossa linguagem No capítulo anterior, você estudou alguns recursos da linguagem figurada que podem ser utili-
cotidiana, como: zados para expressar de forma diferente, pessoal, o que pensamos e o que sentimos. Agora, conheça
mais alguns.
Esse problema fritou meu
cérebro. Metáfora
Você é meu sol. No texto “Brainworms: música que não sai da cabeça”, o autor utiliza uma figura de linguagem ao
Você ficou um camarão se referir às músicas que insistem em ficar na memória.
com todo esse sol.
[...] se bem que até poderíamos cha-
Orientação para RA má-los de brainworms, ou “vermes de

Neizu/Shutterstock
Depois de trabalhar as cérebro” [...]
figuras de linguagens presen-
tes neste capítulo, mostre aos
alunos a Realidade aumen- O autor usou uma figura de linguagem denominada metáfora. Essa figura consiste em empregar
tada homônima, Figuras de uma palavra ou uma expressão em vez de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da
Linguagem II, reforçando que semelhança que atribuímos a ela. É uma espécie de comparação, só que de forma abreviada. Em vez
são muito utilizadas no meio de dizer que certas músicas são invasivas como vermes no cérebro, o autor afirma que elas são vermes
musical. Repasse as característi- de cérebro, metaforicamente.
cas de cada uma delas e solicite Metonímia
que busquem mais músicas com
as figuras estudadas. É uma figura muito usual, que consiste em substituir
um termo por outro, porque existe entre eles uma ligação, EM TEMPO
afinidade ou relação de sentido. A metonímia é parecida com a metáfora,
Usamos tantas metonímias na linguagem cotidiana que pois também é a substituição de um ter-
mo por outro, não havendo uma relação
já existem algumas classificações: de semelhança ou comparação, e sim de
• a causa pelo efeito e vice-versa: Não respeitam meus significado. Por exemplo, se dizemos que
alguém é um “mala sem alça”, isso é uma
cabelos brancos (idade avançada). metáfora, pois há semelhança entre o com-
portamento dessa pessoa e uma mala que
• o autor pela obra: Minha mãe adora ler Paulo Leminski está sem alça para se carregar.
(os livros/poemas de Paulo Leminski).

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22 LÍNGUA PORTUGUESA

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• o abstrato pelo concreto e vice-versa: Contamos com seu coração para ajudar nessa causa (coração
no lugar de emoção, sensibilidade).
• o lugar de origem ou de produção pelo produto: Ele ganhou uma garrafa de Porto (do vinho que
vem da cidade de Porto).
• o continente pelo conteúdo: Tomei duas canecas e fiquei enjoado (tomou a bebida que estava
na caneca).
• o todo pela parte e vice-versa: Tinha duas mil cabeças de gado (tinha os animais, não só as cabeças).
• o singular pelo plural e vice-versa: Brasileiro gosta de música (os brasileiros gostam de música).
• a marca pelo produto: Usei um band-aid para proteger meu ferimento (band-aid é a marca; cura-
tivo adesivo é o produto).

1. Analise as palavras destacadas nos trechos dos jingles a seguir e aponte que figuras
de linguagem eles apresentam.
a) “Pipoca e guaraná
Que programa legal
Só eu e você
E sem piruá!
Que tal?”

b) “Aqui é Brasil
Aqui é raça e respeito
É coração amarelo batendo forte no peito”

c) “A água do chuveiro
Cai na cabeleira, cachoeira
Vem me molhar
Chuá chuá”

d) “Pegue um abridor, wow, wow, wow


Abra uma Sukita, tá que tá!
Pegue essa laranja, é pra já
O gosto que agita-ta-ta-ta!”
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LÍNGUA PORTUGUESA 23

Resposta
1.
a) Metáfora
b) Metonímia
c) Metáfora
d) Metonímia

LÍNGUA PORTUGUESA 23

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Catacrese
Certamente você já deve ter escutado ou, até mesmo, usado a expressão “braço de cadeira” ou
“braço de sofá”, sem se dar conta de que a cadeira e o sofá não possuem braço, pois essa é uma parte
do corpo de seres humanos e animais. Ocorre que, na falta de uma palavra específica para denominar
a parte da cadeira ou do sofá onde apoiamos os braços, usamos a própria palavra “braço”.
A catacrese é uma espécie de metáfora desgastada que, quando usamos, não a reconhecemos
como tal e não percebemos que há uma comparação implícita. Veja mais exemplos:

Nyanza/Shutterstock
Ele quebrou a asa da xícara. (asa = alça)
Essa mesa está com as pernas bambas.
(pernas = apoios)

Sinestesia
Consiste em expressar misturas de sensações olfativas, tá-
teis, gustativas, visuais e auditivas para provocar o entendimento.

Azurhino/Shutterstock
Exemplo:

Gosto de perfumes doces.


(perfume/olfato – doce/paladar)

O perfume é reconhecido pelo olfato e o doce está relacionado ao paladar.

Perífrase
Figura de linguagem que consiste em denominar algo ou alguém com base em uma característica.
Exemplo:

A Praia da Pipa, em Tibau do Sul,


no Rio Grande do Norte, é conhecida

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como “Cidade do Sol” porque o Sol está
Praia da Pipa, Tibau do Sul (RN). presente o ano todo nessa cidade praiana.

24 LÍNGUA PORTUGUESA

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ATIVIDADES
3.
1. O texto “Brainworms: música que não sai da cabeça” apresenta algumas figuras de linguagem.
Transcreva alguns exemplos de metáforas presentes nele. a) Metáfora.
b) Sinestesia.
c) Metáfora.
d) Metonímia.
Encaminhamento
metodológico
Para a letra b da ativi-
dade 3, chame a atenção dos
alunos para o significado da
palavra “tenaz” (que tem grande
força de coesão; que adere for-
temente, que se apega com for-
2. Já sabemos que a metáfora é uma comparação abreviada. Reescreva o trecho a seguir fazendo ça a um objeto; muito viscoso)
as alterações necessárias para transformar a comparação em metáfora: e para a mistura dessa sensação
“A música entrou e subverteu uma parte do cérebro, forçando-o a disparar de maneira repe- tátil com a sensação auditiva da
titiva e autônoma (como pode ocorrer com um tique ou uma convulsão).” música.
Para a letra d da ativida-
de 3, observar com os alunos
que os outros exemplos estão
no plural, mas a palavra “músi-
3. Analise outros trechos do texto de Sacks, classificando as figuras de linguagem que estão ca”, mesmo no singular, repre-
destacadas: senta as músicas.
a) “Essa pequena frase de seis notas em tom menor era cantada (eu contei!) 46 vezes no de-
correr da canção, e tal repetição martelava-a na minha cabeça.”

b) “[...] não faz diferença se essas músicas tenazes têm letra ou não.”

c) “[...] síndrome de Tourette ou de distúrbio obsessivo-compulsivo podem ser fisgados por


um som, uma palavra ou um ruído e repeti-lo, ecoá-lo em voz alta ou para si mesmos
por semanas a fio.”

d) “Obviamente, na própria música existem tendências inerentes à reiteração. Nossos poemas,


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baladas e canções são ricos em repetições”.

LÍNGUA PORTUGUESA 25

Resposta
1. A indústria da música os cria justamente para “fisgar” os ouvintes, para “pegar”
e “não sair da cabeça”, introduzir-se à força pelos ouvidos; “agentes musicais
cognitivamente infecciosos”; Ele ficou “preso no ritmo da música”; ela voltou a
persegui-lo por várias horas; Elas tomaram posse total e instantânea de mim.
Durante todo o café da manhã valsaram pelo meu cérebro. [...] Por uma hora,
lutei com todas as forças, mas em vão. Minha cabeça não parava de cantarolar; o
narrador encontra um velho amigo, um pastor, e inadvertidamente o “infecta” com
a música; barragem musical.
2. O cérebro foi levado a uma convulsão musical.

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4. Classifique as figuras de linguagem:

Resposta ( 1 ) Perífrase.
( 2 ) Sinestesia.
4. 5, 3, 3, 4, 1, 2, 4, 4, 1. ( 3 ) Metonímia.
( 4 ) Catacrese.
5. Resposta pessoal.
( 5 ) Metáfora.
( ) Meu coração é um almirante louco.
( ) Cleópatra deixou-se picar pela morte.
( ) O bonde passa cheio de pernas.
( ) Ninguém coça as costas da cadeira.
( ) O rei do futebol está com o trono ameaçado.
( ) Um grito cortante me fez acordar.
( ) O dente de alho não morde coisa alguma.
( ) E a boca da calça, não fala nunca?
( ) A rainha dos baixinhos enfrenta crise de audiência.
5. Pesquise letras de jingles ou canções que apresentem duas das figuras de linguagem que você
estudou neste capítulo: metáfora, catacrese, metonímia, sinestesia e perífrase. Ex.:
• Figura de linguagem: Sinestesia .
“Pegue um abridor, wow, wow, wow
Abra uma Sukita, tá que tá!
Pegue essa laranja, é pra já
O gosto que agita-ta-ta-ta!”
• Figura de linguagem: .

• Figura de linguagem: .

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DE OLHO NA PROVA

1. (IFSP-2014) Considere os versos de Manoel de Barros para responder à questão.


Na fazenda
Barulhinho vermelho de cajus
e o riacho passando
nos fundos do quintal...
Dali
se escutavam os ventos com a boca
como um dia ser árvore.

Eu era lutador de jacaré.


As árvores falavam. [...]
BARROS, Manoel de. Compêndio para uso dos pássaros. 2. ed. São Paulo: Leya, 2010. Adaptado.

Sobre a figura de linguagem empregada pelo eu lírico no primeiro verso do poema, é correto
afirmar que se trata de
a) metáfora, pois há a aproximação implícita entre os termos barulhinho e cajus.
b) comparação, já que a palavra vermelho faz referência ao nome cajus, que é a cor natural
desse fruto.
c) sinestesia, pois o verso mistura sensações auditivas e visuais com o uso da expressão “ba-
rulhinho vermelho”.
d) metonímia, já que o verso “barulhinho vermelho de cajus” representa toda a Mata Atlântica
da região.
e) personificação, pois os cajueiros executam ações características do homem ao emitirem
sons e ficarem vermelhos.
2. (CPMG – adap.) Identifique as figuras de linguagem empregadas nas seguintes frases:
a) O cheiro doce e verde do capim traziam recordações da fazenda.

b) Ouviu-se um estalo seco.

c) Fitei-a longamente, fixando meu olhar na menina dos olhos dela.

3. (CPMG–2013 – adap.) Identifique as figuras de linguagem marcando:


(1) Metáfora
(2) Metonímia
(3) Catacrese
(4) Comparação
a) ( ) Gosto de ouvir Titãs.
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b) ( ) A doçura do teu olhar é minha vida.


c) ( ) Usarei no tempero um dente de alho.
d) ( ) Você é venenosa como uma cobra.

LÍNGUA PORTUGUESA 27

Resposta
1. C
2.
a) Sinestesia.
b) Sinestesia.
c) Metonímia/catacrese.
3.
a) 2
b) 1
c) 3
d) 4

LÍNGUA PORTUGUESA 27

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CONEXÃO

Resposta Jingles “grudam” como chiclete e embalam o voto


1. Sabe aqueles jingles de campanhas políticas

JrCasas/Shutterstock
que depois de ouvir uma vez eles não saem mais da
a) Eles fizeram uma analogia cabeça? Eles existem há bastante tempo e depois
que se descobriu que eles grudam como chiclete,
entre os jingles e o chiclete,
políticos não abrem mão de ter uma “boa” canção
indicando uma semelhança nas eleições. Mas se hoje eles são usados para pro-
entre eles. moção eleitoreira, no princípio, os jingles serviam
para atacar o adversário. Em 1914, o presidenciável
b) Foram empregadas para Marechal Hermes da Fonseca, popularmente cha-
enfatizar a ideia de que os mado de Dudu, foi atacado pelos opositores com
o primeiro jingle político do país: “Ai Filomena, se
jingles políticos são facilmente eu fosse como tu/tirava a urucubaca da careca do
memorizados e difíceis de Dudu.”“Eram paródias, usadas normalmente com ritmo de marchinhas de Carnaval, que criti-
serem esquecidos. Portanto, cavam o governo. Só depois, os jingles foram usados para autopromoção”, afirma a professora
de Publicidade e Propaganda Luciana Panke, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Como
é uma forma de indicar que, o objetivo do jingle é ser curto e fácil de ser memorizado – com ritmos da moda – não é difícil
assim como os chicletes, ele “grudar” nas pessoas. “O jingle tem função de memorização de um nome [de pessoa ou
grudam e são difíceis de tirar. marca] ou de um número. Na política, pode causar simpatia pelo candidato, mas não acredito
que seja um determinante para o voto”, afirma Luciana.
2. Tinham a finalidade de [...]
atacar o adversário. JINGLES “grudam” como chiclete e embalam o voto. Gazeta do Povo. 1º out. 2010. Disponível em: https://www.gazetadopovo.
com.br/vida-e-cidadania/jingles-grudam-como-chiclete-e-embalam-o-voto-01bkyomnvtv7bkisp53ganuby/. Acesso em: 3 ago. 2019.
3. Os primeiros jingles políticos
1. Releia o título da reportagem e responda às questões.
eram paródias, usados
Jingles “grudam” como chiclete e embalam o voto
normalmente com ritmo de a) Que estratégia foi usada pelos jornalistas para introduzir o assunto da reportagem?
marchinhas de Carnaval, que b) Qual é a função das aspas na palavra “grudam” no título?
criticavam o governo. 2. Segundo a reportagem, atualmente os jingles são usados para promoção eleitoreira e no princípio
tinham outra finalidade. Qual era essa finalidade?
4. O jingle tem a função de
memorização de um nome
(pessoa ou marca) ou de um 3. Como eram os primeiros jingles políticos?

número.

Encaminhamento 4. Qual é a função dos jingles?


metodológico
Apresente aos alunos, por
meio de uma exposição sonora
ou audiovisual, alguns jingles de
campanha política ou de algum PARA IR ALÉM

EF21_9_POR_L1_U1_02
comercial atual. Em seguida,
Acesse o site abaixo e conheça alguns jingles da história das eleições do país:
faça um momento de interação
entre os alunos. Pergunte o que • www.terra.com.br/noticias/infograficos/eleicoes-2012/jingles-historicos/. Acesso em: 31 jul. 2019.
acharam da música e depois
explique como são utilizadas no
28 LÍNGUA PORTUGUESA
cotidiano, principalmente no
meio publicitário.
Sugestões de links:
• Jingle JK.
www.youtube.com/ watch?-
feature=player_embedded&-
v=FDXUWyXsJu4.
• Varre, varre, vassourinha
(1960).
www.youtube.com/
watch?v=m0QfM_IJsBw.
• Levanta a Mão (1994).
www.youtube.com/watch?fea-
ture=player_embedded&v=1r-
nh9GJo7Pg.

28 LÍNGUA PORTUGUESA

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 28 16/09/2020 12:46:25


PRODUÇÃO DE TEXTO
Para auxiliar os alunos na
Leia o texto a seguir para produzir seu texto. melhor compreensão da paró-
dia musical, passe o vídeo da
[...]
marca Assolan, a qual faz uma
Mas o que exatamente é um Jingle? recriação da música “Festa no
Um formato publicitário de áudio que une uma mensagem institucional de um pro- apê”, composta e cantada pelo
duto específico ou não, de uma marca a algum gênero musical. As durações podem variar,
porém as mais veiculadas são entre 15 e 30 segundos. Uma das vantagens de se usá-lo para
cantor Latino. Caso os alunos
uma campanha, é da repetição para a possível persuasão não conheçam a música origi-
e de escolher um ritmo musical em que o seu público- nal, mostre antes a eles.
-alvo tem grande afinidade. Com certeza ele irá gerar a as-
O vídeo da propaganda
similação da informação por meio do entretenimento e a
mensagem publicitária será inserida na mente do “target”, Assolan pode ser encontrado
causando o efeito de você não conseguir tirar a música da no link:
sua cabeça nunca mais. • https://www.youtube.com/

Ron Leishman/Shutterstock
Um fato bem legal sobre os Jingles é que eles conse- watch?v=9uNzpGnKZ5s,
guem sobreviver na história por diversos anos da mesma
forma que as músicas. É muito mais difícil alguém lembrar e a música do cantor
de um anúncio de revista que foi feito há muitos anos, sem Latino no:
ser da área de comunicação, mas nunca nos esquecemos dos
“mamíferos” da Parmalat, e muito menos dos “cachinhos” da • https://www.letras.mus.br/
Johnson’s Baby. E se alguém começar a “cantar” os ingredientes do Big Mac você certamente latino/101382/.
irá se lembrar e completar a música, [...].
Se os alunos se sentirem
HIAGO, Bruno. Jingles - música para propaganda. Troca o disco. Disponível em: https://trocaodisco.
com.br/2014/04/jingles-musica-para-propaganda.html. Acesso em: 3 ago. 2019.
confortáveis, eles poderão
cantar em sala. Caso contrário,
Perceba que um jingle usa a música para vender um produto ou uma ideia, logo, acompanha poderão trazer a paródia musi-
propagandas e campanhas publicitárias. cal previamente gravada.
Em equipes, você vai escolher um jingle para fazer uma paródia. Ou seja, pesquise um jingle que
possa ter-lhe interessado no capítulo deste livro acerca das campanhas políticas ou outro qualquer
A seção Produção de texto,
para elaborar uma crítica ou imitação. Como vimos, muitas vezes, os jingles e as propagandas utilizam por parte do aluno, contempla
a paródia como elemento de composição. No caso da música, a paródia modifica a letra e utiliza a as habilidades:
melodia para recriar a canção, inserindo novas palavras e significados. • EF69LP07 ao produzir texto,
considerando sua adequa-
ção ao contexto, produção e
ER

Para sua produção, tenha em mente: EM TEMPO


AZ

COMO
F
• a escolha da propaganda ou campanha
circulação.
Paródia
que irá usar; (pa.ró.di:a) • EF69LP0 e EF89LP11 ao
sf.
• o público-alvo. Ou seja, a quem se destina a pa- 1. Imitação engraçada ou crítica de uma planejar um jingle, tendo como
ródia da propaganda ou campanha (alunos, pais, obra (literária, teatral, musical). temática uma campanha
professores etc); 2. Imitação burlesca de qualquer coisa: A publicitária.
vaidade é a paródia do orgulho.
• a produção da letra. É preciso levar em considera- Disponível em: www.aulete.com.br.
Acesso em: 7 ago. 2018. • EF89LP32 ao analisar os
ção a melodia escolhida, usando do humor e atuali-
zando a campanha ou propaganda aos nossos dias;
efeitos de sentido decorrentes
EF21_9_POR_L1_U1_02

EF21_9_POR_L1_U1_02

do uso de mecanismos de
• a maneira de apresentar. Poderá fazer uma gravação
intertextualidade (referências,
em vídeo e disponibilizá-la nas redes sociais ou apre-
sentá-la em sala de aula em apresentação ao vivo.
alusões, retomadas).
Disponibilizamos uma
LÍNGUA PORTUGUESA 29 grade de correção para a elabo-
ração dessa produção que pode
ser partilhada com os alunos
quanto aos aspectos compo-
Encaminhamento metodológico sicionais do texto e possível
A seção Produção de texto vai ao encontro da habilidade EF89LP24 da BNCC ao reescrita.
sugerir pesquisa, usando fontes abertas e confiáveis. Acesse no QR Code:
Para o trabalho, divida a turma em grupos, tendo como tema um dos assuntos Paródia de um jingle.
desenvolvidos em sala ou outro de preferência de cada grupo.
Apresente aos alunos alguns jingles antigos que fizeram sucesso:
• Big Mac. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=Am3Iojvw08Q.
• Bichinhos da Parmalat. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=8xKIPZZSX9s.
• Bichinhos da Parmalat. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=TxC2qbJ6NTk.
O último link mostra os mamíferos da Parmalat crescidos, recuperando a mesma
melodia para fazer um novo comercial.

LÍNGUA PORTUGUESA 29

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 29 16/09/2020 12:46:27


16/09/2020 12:46:29
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O que se ouve por aí – Relacionando conceitos
JINGLE questi
ona
tematizado
um texto investigativo, analítico,
é
uma música criada pelo
é
com julgamentos pessoais.
para promover uma
ENSAIO
marca, um produ- de música chiclete
como
to ou uma ideia sobre
s
ado
cham
são possui
Brainworms
possuem Metonímia
Metáfora apresentam
FIGURAS DE LINGUAGEM
apresentam
consiste
em substituir um termo pelo outro,
é apresentam porque existe entre eles uma ligação,
afinidade ou relação de sentido.
o emprego de Ex.:
uma palavra Catacrese Sinestesia Perífrase
a causa pelo efeito e vice-versa:
ou expressão Não respeitam meus cabelos brancos.
é consiste consiste
que compara (idade avançada).
implicitamente o uso em sentido em expressar em denominar
o autor pela obra:
pela semelhança. figurado por falta Minha mãe adora ler Paulo Leminski
misturas de sen- algo ou alguém (os livros/poemas de Paulo Leminski).
de um termo
Ex.:
específico ou por
sações olfativas, com base em uma o continente pelo conteúdo:
táteis, gustativas, característica. Tomei duas canecas e fiquei enjoado.
“Se bem que até pode-
desconhecimento
(tomou a bebida que estava na caneca).
ríamos chamá-los de do mesmo. visuais e auditivas. Ex.:
brainworms, ou vermes o todo pela parte e vice-versa:
de cérebro.” Ex.: Tinha duas mil cabeças de gado

LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.:
“Cidade maravilhosa / (tinha os animais, não só as cabeças).
Cheia de encantos mil/ Cidade
“Como manda o figurino “[...] não faz diferença se o singular pelo plural e vice-versa:
maravilhosa /Coração do meu
Eu não digo quem me essas músicas tenazes “Obviamente, na própria música existem
Brasil.” (Rio de Janeiro, por
trouxe. têm letra ou não.” tendências inerentes à reiteração. “
Caetano Veloso)
Sapato de bico fino
Conversa de bico doce” o abstrato pelo concreto e vice-versa:
(Casuarina) Contamos com seu coração para ajudar
nessa causa. (coração no lugar de emoção).
a marca pelo produto:
“Peguei minha Brahma, levantei, tirei a dama”. Casuarina

30
aprendizagem do aluno e na au-

o processo de ensino e aprendi-


Relacionando conceitos é validar

para a construção da síntese de


como objetivo principal sinteti-

é importante que ele contribua

zagem, oferecendo dados para


que ela pode dar insumos para
zar o conhecimento adquirido.

tocrítica do professor, uma vez

uma avaliação e validação dos


Assim, deixamos espaços para
aluno. O mapa conceitual tem

que o aluno os preencha, pois

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 30
ajudá-lo a organizar os assun-
e verificar a aprendizagem do

aos conceitos trabalhados no


conteúdos. Essa prática pode

Sugerimos que todo o


tos e os temas relacionados

explorado com enfoque na

LÍNGUA PORTUGUESA
potencial dessa seção seja
A proposta da seção
Encaminhamento

objetivos propostos.
metodológico

capítulo.

30
• Gênero (Campo jornalístico-mi-
diático e artístico-literário)
• Reportagem/Slam poetry - Mantua, 05 de março de 1535),
• Estudo linguístico continuaremos a refletir sobre a
• Plural dos substantivos compostos música, focando os cantadores
• Produção de texto trovadorescos e suas relações com
• Poema ou canção
manifestações atuais da poesia.
Nesse caso, a slam poetry, que é
apresentada por uma reportagem.
Como produção textual, será soli-
citado ao aluno que produza um
poema ou uma canção. Também
será trabalhado o plural dos subs-
tantivos compostos.
Este capítulo aborda a
habilidade EF89LP33, ao pro-
porcionar a leitura de rap, slam –
tecendo avaliação sobre o texto
lido e estabelecendo preferên-
cias por gêneros, temas, autores.
Explique aos alunos que a
poesia trovadoresca originou-
-se na Idade Média e teve seu
ponto alto na segunda metade
do século XIII. É considerada a
Escola Digital
origem da literatura portuguesa.
Entretanto, foi escrita na língua
chamada galego-português, que
deu origem ao português e ao
idade galego, que ainda sobrevive na
2
un

província espanhola da Galiza.


Havia duas espécies de poesia
trovadoresca: a lírico-amorosa e
a satírica.
Le t es Sobre a origem dessa poe-
ras e composiçõ sia, existem quatro explicações:
uma diz que é de origem árabe;
sta
outra, que é de origem popular,
Lorenzo Co
humilde; há também indícios
de que possa ter se originado
1. Poesia e música da literatura latina produzida
durante a Idade Média; e, por
O Trovadorismo foi um estilo de época que nasceu nos últimos séculos da Idade Média, marcado por fim, que ela seja filha da poesia
composições poéticas elaboradas para serem cantadas e acompanhadas por instrumentos musicais. Para
você, que tipo de relação há entre música e poesia?
litúrgica-cristã, que se desenvol-
veu no período.
Seja qual for sua origem, foi
de Provença, na França, que ela
31
se irradiou para outras regiões
da Península Ibérica. Nessa
região, por exemplo, o poeta era
chamado de troubadour, ou seja,
Objetivos do capítulo trovador, palavra da qual deriva-
• Estabelecer relação entre a poesia e a música. ram-se os termos trovadorismo,
trovadoresco etc.
• Conhecer a poesia slam ou slam poetry.
• Compreender o plural dos substantivos compostos.
Dica para ampliar
o trabalho
• Escrever letra de música ou poema.
MOISÉS, Massaud. A lite-
Realidade aumentada ratura portuguesa. São Paulo:
Cultrix, 2006. p. 19-20.
• Substantivos simples e compostos
• Substantivos compostos

Encaminhamento metodológico
Neste capítulo, após a leitura da pintura intitulada Concierto (1485–1495, National
Gallery, Londres), obra do pintor renascentista italiano Lorenzo di Ottavio Costa (Ferrara, 1460

LÍNGUA PORTUGUESA 31

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 31 16/09/2020 12:47:23


Campeonato de poesia
Encaminhamento Atualmente, os rappers poderiam ser chamados de trovadores, pois juntam poesia e música. Mas e
metodológico se a poesia for apenas declamada? E se o poeta for responsável pela sonoridade que embala o público
apenas com um microfone, sem a presença de instrumentos musicais? Nesse caso, temos a poesia
Antes de iniciar a leitura slam. Leia mais sobre ela na reportagem a seguir.
do texto, explique aos alunos
aos alunos que a literatura Slam poetry
trovadoresca se desenvolveu Microfone e poesia
inicialmente acompanhada de por Julia Garcia
música, uma vez que era algo
Um microfone na mão e opiniões e verdades a serem divididas. Soa familiar? A descrição traz à
fácil de ser transmitido oralmen- mente nomes do gênero musical rap – rhythm and poetry, literalmente, ritmo e poesia –, representado
te. As poesias eram compostas no Brasil por nomes como Racionais MCs, Emicida, Marcelo D2 e Sabotage. Porém, a poesia entoada
por um trovador, que geralmen- com um microfone, que teve origem em batalhas entre os artistas, não é mais exclusividade do rap.
te era um membro da nobre- Estamos falando da poesia slam, ou slam poetry, como é chamada em inglês. Essa história começa
za, e cantadas pelos jograis. em 1984, numa escola de Chicago, no estado americano de Illinois; lá, Marc Smith deu início ao que
se crê ter sido o primeiro campeonato de poesias ao microfone, julgado pelo público – que dava
Acompanhada de música e notas a cada poeta – e decidido através do confronto indireto entre os participantes. Aos poucos,
dança, a poesia trovadoresca era a iniciativa se espalharia pelo país e, nos anos 90, a diversos países da América, que começaram a
chamada de cantiga e desenvol- adotar o modo de expressão. Também conhecido como spoken word, ou palavra falada, o gênero
ganhou força com a aceitação de adolescentes e poetas independentes, que viram nessa forma de
veu-se fora dos locais comuns fazer literatura um campo maior de possibilidades de inovação e arte.
de produção cultural da época É difícil traduzir o termo; slam refere-se a um grande barulho, como o causado por uma porta
(mosteiros, conventos). que bate com o vento forte. Dessa forma, podemos nos referir ao campeonato como uma batalha de
Inicialmente, as cantigas poesias agitadas, fortes. Em países de língua francesa e espanhola, idiomas em que poderíamos nos
basear para arriscar uma adaptação, traduzem apenas o termo poetry, mantendo o slam, provavelmen-
eram dirigidas para o público te pelo sentido onomatopeico da palavra. É uma boa solução: a poesia slam não é declamada e cada
das cortes, retratando o ambien- poeta imprime ao seu texto cadências, ritmos e leituras próprios, que, sem sua voz, seriam decididos
te nobre da época. Elas foram pelo leitor. É um poema que necessariamente terá ruído, barulho, vida própria – nada parecido com
adquirindo proximidade com uma leitura silenciosa e calma, normalmente associada ao gênero poético.
a camada popular por meio Se a juventude apropriou-se das competições e causou a transição para um novo gênero de
poesia, não é à toa: com características do rap, influências de diversos estilos musicais (que podem
de cancioneiros, reuniões de servir de pano de fundo para os poemas) e uma possibilidade nova, sem regras
poesias feitas para que elas não de expressão, onde o que vale é expor suas ideias e sentimentos de forma
se perdessem com o tempo. original e pungente, a poesia slam é ao mesmo tempo uma válvula de escape
Existiam quatro tipos de can- para esse período da vida famoso pelas contradições e dúvidas e um caminho
novo para a arte, que parece ainda não ter sido plenamente descoberto – ou
tigas: de amor, de amigo, de seja, ainda precisa ser explorado. Os poemas precisam ser próprios, esta é a
escárnio e de maldizer. única regra indisputável, que não varia em competição alguma do mundo;
tudo o mais é autônomo. [...]
Depois da leitura do texto,
peça aos alunos que estabe- GARCIA, Julia. Conheça a poesia slam. Conhecimento literatura. Disponível em: http://
leçam relação entre a lírica conhecimentoliteratura.com.br/conheca-a-poesia-slam/. Acesso em: 03 ago. 2019.

trovadoresca e a poesia slam. Se


achar pertinente, solicite-lhes GÊNERO TEXTUAL
que façam uma pesquisa sobre O slam poetry, além da organização em versos e estrofes e da
as características de cada estilo. utilização de rimas, também apresenta outros recursos sonoros

EF21_9_POR_L1_U2_01
presentes na composição de poemas, como a regularidade métri-
O Brasil possui um campeo- ca (quantidade determinada de sílabas nos versos), a regularidade
rítmica (que dá ritmo ao texto pela posição das sílabas tônicas nos
nato de Slam e os vencedores versos), as aliterações (repetição proposital de determinados sons
consonantais) e as assonâncias (repetição de sons vocálicos).
seguem para uma competição
internacional. Se achar interes-
sante conversar com os alunos 32 LÍNGUA PORTUGUESA
sobre o campeonato, acesse a
página oficial do evento no link:
• www.facebook.com/
POETRYSLAMBRASIL/.

32 LÍNGUA PORTUGUESA

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 32 16/09/2020 12:47:33


T
C TEXTO E CONTEXTO
suas ideias e seus sentimentos
1. Como a reportagem define a poesia slam? de forma original e pungente.
Ao mesmo tempo, é uma
válvula de escape para esse
período da vida, famoso pelas
contradições e dúvidas, além
de um caminho novo para a
2. De acordo com a repórter Julia Garcia, há um público específico para a poesia slam? Qual? arte, que parece ainda não ter
sido plenamente descoberto.
3. É possível inferir o conteúdo das poesias slam? Que trecho do texto permite essa inferência? 7. A poesia slam se apropriou
do formato do rap (poesia
entoada com um microfone)
e tem influências de diversos
estilos musicais (que podem
4. Quais as diferenças entre poesia slam e poesia comum?
servir de pano de fundo para
as declamações).

5. O texto argumenta que esse tipo de arte é “uma possibilidade nova, sem regras, de expressão”.
Contudo, há uma única regra para as disputas de poesia ao microfone. Qual?

6. De acordo com o autor do texto, há motivos para os adolescentes se identificarem com esse tipo
de arte. Quais?

7. Como podemos explicar a relação entre poesia slam e música?


EF21_9_POR_L1_U2_01

EF21_9_POR_L1_U2_01

LÍNGUA PORTUGUESA 33

Resposta
1. Como um gênero de poesia declamado ao microfone, com acompanhamento
musical, sem regras. O que vale é expor ideias e sentimentos de forma original e
pungente.
2. Sim. Adolescentes e poetas.
3. Sim, pois tratam de temas sociais e opiniões dos compositores. O trecho do
texto é: “[...] e opiniões e verdades a serem divididas”.
4. A poesia slam não é declamada e cada poeta imprime ao seu texto cadências,
leituras e ritmos próprios que, sem sua voz, seriam decididos pelo leitor.
5. Os poemas precisam ser próprios, terem sido compostos por quem fala/canta.
6. É uma nova possibilidade de expressão, sem regras, na qual o que vale é expor

LÍNGUA PORTUGUESA 33

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 33 16/09/2020 12:47:34


CONEXÃO
Encaminhamento Leia o slam da poeta Bell Puã, vencedora do Slam BR –
metodológico Campeonato Brasileiro de Poesia Falada de 2017.
Para ampliar o trabalho
da seção Conexão, acesse com É que pra vocês nós é caricatura
os alunos a cobertura feita pela Não importa de onde eu venha,
Me chamam ‘paraíba’
revista Continente em relação
me respeita, boy! A poeta Bell Puã,
à vencedora, Bell Puã, do 24 anos, arrasou
Sou da terra de Capiba,
concurso Slam BR, disponível Mestre Vitalino,
com seus versos
no Slam BR 2017.
no link: Paulo Freire, maracatu,
• www.revistacontinente.com. Manoel Bandeira, cultura popular pulsante,
br/secoes/curtas/bell-pua. brega, Lia de Itamaracá,
frevo, Luiz Gonzaga lá do Exu, Pernambuco,
“Foi assim que Bell Puã coco de roda, só dá tu!
bradou e recitou sua poesia
no último dia do Slam BR – PUÃ, Bell. Disponível em: www.revistacontinente.com.br/secoes/curtas/bell-pua. Acesso em: 31 jul. 2019.

Campeonato Brasileiro de
Troque ideias com os colegas.
Poesia Falada, no domingo
• Qual o preconceito que Bell Puã critica em seu slam?
(17/12). Do evento nacional
• Já viram alguma disputa de música de improviso? E de poesia?
realizado em São Paulo, ela
saiu vencedora com destino • Se sim, onde foi? O que acharam? Como era?
a Paris, onde irá competir • Conhecem algum grupo de rap? Qual?
mundialmente em maio de • Conhecem algum poeta? Ele se apresenta ao vivo?
2018. Seu poema, aclamado • O que acham da mistura de poesia com música?
pela plateia e pelo júri, não so-
mente enaltecia Pernambuco, INTERAÇÃO
mas – como é característica
do slam – o afrontava. ‘O slam [...]
não é qualquer poema, é Os slams são competições de poesia que ocorrem no mundo inteiro. Tem até uma copa
poema combativo, afrontando do mundo de slam que acontece em Paris, na França, com os campeões e representantes de
cada país. Os encontros de “slam poetry” foram idealizados em 1985 pelo norte-americano Marc
a ordem, os bons costumes’, Smith. Poeta e operário da construção civil, Smith passou a realizar os recitais de poesia em um
comenta Bell, em entrevista à clube de jazz de Chicago, com a intenção de trazer novos ares ao formato de leitura de poesia em
Continente Online”. eventos de microfone aberto, onde qualquer pessoa pode subir ao palco e apresentar seu texto.
Podemos perceber, com Tão logo o evento se popularizou, Smith definiu regras para sua realização. Na estrutura
básica, os performers apresentam textos próprios, num determinado período de tempo
base no texto citado, que o slam (geralmente, três minutos). Ao final, o público escolhe quais as melhores interpretações.
de Bell Puã afronta, mas princi- [...]
palmente apresenta uma crítica
em relação à visão que a socie- VILAR, Sérgio. Hoje tem campeinho do menor concurso de poesia do mundo, na Casa da Ribeira.
Portal no Ar, 14 de maio de 2013. Disponível em: http://portalnoar.com.br/hoje-tem-campeinho-
dade tem de pessoas como ela, do-menor-concurso-de-poesia-do-mundo-na-casa-da-ribeira/. Acesso em: 8 ago. 2018.
vindas de Pernambuco.

EF21_9_POR_L1_U2_01
Com seus colegas, crie uma competição de slams. As regras a seguir devem ser respeitadas, mas o
Ao identificar e analisar tema e o estilo do seu texto será definido por você, pois o slam deverá ser escrito unicamente por você.
posicionamentos defendidos e Depois de escrever seu poema, leia e cronometre sua declamação para ver se não ultrapassará
refutados na escuta de inte- o tempo definido para essa forma de competição.
rações polêmicas de interesse
da turma e/ou de relevância 34 LÍNGUA PORTUGUESA
social, contemplamos as habi-
lidades EF69LP11 e EF69LP13,
e também a habilidade
EF89LP27 ao tecer considera-
ções e formular problematiza- Antes de partir para a atividade, pergunte aos alunos o que entenderam do texto
ções pertinentes, em situações e quais estilos parecidos com o slam conhecem.
de aulas.
Na seção Interação,
estimule os alunos a trocarem
ideias, de modo que fiquem à
vontade com os colegas para
discutirem um tema, visto que a
música é um assunto do interes-
se de todos e o que muda são os
estilos.

34 LÍNGUA PORTUGUESA

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 34 16/09/2020 12:47:47


A seguir, as principais regras que os campeonatos de poesia slam adotam pelo mundo:
• a apresentação tem tempo determinado: 3 minutos. Isso não significa que o poema não
poderá ser lido em um tempo menor. Mas, como é a performance que será avaliada, com
o conteúdo do texto, quanto mais rápida a leitura, menos impacto o poeta slam causará;
• não é permitido o uso de cenário, figurino, recursos visuais ou musicais (todos os demais
recursos disponíveis em sala de aula poderão ser utilizados, tais como microfone, quadro,
giz, carteiras etc.);
• os poemas são autorais, mas podem ser realizados samplings (utilização de palavras e letras
de obras de outros autores);
• a performance não deverá ultrapassar o limite dos 3 minutos; entretanto, não haverá pena-
lidade caso a apresentação ultrapasse em 10 segundos esse limite;
• o tempo das performances será controlado por um apresentador (que poderá ser o professor).
Além dele, deverão ser escolhidos cinco juízes, que darão notas de 0 a 10. Dessas notas, a
mais alta e a mais baixa serão descartadas. Depois, as três restantes serão somadas para se
chegar à pontuação final do poema.

Tempo e penalidade
3min10s e abaixo: não há penalidade O anúncio de penalidades de tempo será
3min10s – 3min20s: 0,5 ponto feito pelo apresentador depois que os juízes
tiverem atribuído as notas à apresentação do
3min20s – 3min30s: 1 ponto
poeta. Os juízes não devem ser notificados
3min30s – 3min40s: 1,5 ponto sobre penalidades de tempo antes de terem
3min40s – 3min50s: 2 pontos registrado as notas do poeta.
Acima: 0,5 ponto para cada 10 segundos

SLAM Poesia. As regras do slam poesia. Disponível em: www.slampoesia.blogspot.


com.br/2008/06/as-regras-do-slam-poesia.html. Acesso em: 8 ago. 2018.

ESTUDO LINGUÍSTICO
No texto que acabou de ler, você viu a dificuldade de traduzir slam poetry. A expressão está mais
N
para uma palavra composta como poesia-barulho. Em Língua Portuguesa, temos uma série de palavras
compostas. Algumas delas podem nos deixar em dúvida na hora de as escrevermos no plural.

Plural dos substantivos EM TEMPO


compostos Como vimos, quando há dois substantivos,
ambos irão para o plural. Porém, quando o
Quando se trata de substantivos compostos, formados segundo elemento estiver indicando tipo
por mais de um radical, devem-se levar em conta várias regras ou finalidade ao primeiro, pode-se optar
por uma dessas formas: colocar apenas o
para a formação do plural, pois a flexão pode ser apenas de primeiro elemento ou ambos no plural:
um dos elementos que formam a palavra ou dos dois. Exs.:
banana-maçã = bananas-maçã;
Flexão dos dois elementos bananas-maçãs.
peixe-espada = peixes-espada;
EF21_9_POR_L1_U2_01

EF21_9_POR_L1_U2_01

Ocorre quando há: couve-flor peixes-espadas.


salário-família = salários-família;
Substantivo + substantivo couves-flores salários-famílias.

LÍNGUA PORTUGUESA 35

Orientação para RA
Mostre aos alunos a Realidade aumentada Substantivos simples e compostos.
Depois, explique-lhes que nos substantivos compostos, geralmente, a segunda palavra
é determinante para o significado da primeira.
Em seguida, solicite aos alunos mais exemplos de substantivos simples e compostos.

LÍNGUA PORTUGUESA 35

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 35 16/09/2020 12:47:48


Substantivo + adjetivo
arroz-doce

Orientação para RA arrozes-doces

Após apresentação da teo-


ria, trabalhe a Realidade aumen- Adjetivo + substantivo
gentil-homem
tada Substantivos compostos, gentis-homens
em que serão feitas atividades
com o propósito de memorizar
o conteúdo. Numeral + substantivo quinta-feira
quintas-feiras

Flexão apenas do segundo elemento


Ocorre quando há:
Verbo + substantivo
quebra-cabeça
quebra-cabeças

Palavra invariável + palavra variável


alto-falante
alto-falantes

Palavras repetidas ou imitativas


reco-reco / reco-recos
blá-blá-blá / blá-blá-blás
tique-taque / tique-taques
pingue-pongue / pingue-pongues

Flexão apenas do primeiro elemento


Se o segundo elemento for uma preposição, só o primeiro irá para o plural.

pé de moleque / pés de moleque


pimenta-do-reino / pimentas-do-reino
mula sem cabeça / mulas sem cabeça

Observe que pé de moleque e mula sem cabeça perderam o hífen em virtude da Reforma
Ortográfica. Os substantivos compostos cujos elementos são ligados por uma preposição ou por uma
conjunção não têm mais hífen, a não ser que se forme palavra denominadora de espécie botânica
ou zoológica, como pimenta-do-reino, cana-de-açúcar, copo-de-leite, bem-te-vi, porco-da-índia ou
se for uma das seguintes exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia e

EF21_9_POR_L1_U2_01
o adjetivo composto cor-de-rosa; além dos substantivos compostos derivados de topônimos, como
mato-grossense-do-sul.

36 LÍNGUA PORTUGUESA

36 LÍNGUA PORTUGUESA

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Permanecem invariáveis
Quando há:
• Verbo + advérbio
o bota-fora
os bota-fora

• Verbo + substantivo no plural


o saca-rolhas
os saca-rolhas

• Substantivos iniciados por porta


o porta-joias / os porta-joias
o porta-malas / os porta-malas

ATIVIDADES

1. O substantivo composto que está indevidamente escrito no plural é


a) pingue-pongues.
b) passatempos.
c) abaixos-assinados.
d) pega-pegas.
e) pães de ló.
2. Reescreva o substantivo composto assinalado no exercício anterior flexionando-o corretamente.

3. O plural de come-come é:
a) come-comes. b) comes-come. c) comes-comes.
4. O plural de quero-quero é:
a) queros-quero. b) quero-queros. c) queros-queros.
5. O plural de vaivém é:
a) vaisvéns. b) vaisvém. c) vaivéns.
6. Flexione os substantivos compostos a seguir.
a) bem-amado;

b) vira-lata;
EF21_9_POR_L1_U2_01

EF21_9_POR_L1_U2_01

c) banana-maçã;

LÍNGUA PORTUGUESA 37

Resposta
1. C
2. Abaixo-assinados.
3. A
4. B
5. C
6.
a) bem-amados.
b) vira-latas.
c) bananas-maçã; bananas-maçãs.

LÍNGUA PORTUGUESA 37

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d) beija-flor;

Resposta
e) guarda-roupa;
6.
d) beija-flores.
f ) guarda-civil;
e) guarda-roupas.
f) guardas-civis. g) quinta-feira;
g) quintas-feiras.
h) arranha-céus. h) arranha-céu;

i) bem-te-vis.
i) bem-te-vi.
7. B
Respostas da seção De olho
7. O plural dos substantivos “couve-flor”, “pão de ló” e “amor-perfeito” é
na prova:
a) couve-flores; pães de ló; amores-perfeitos.
1. A b) couves-flores; pães de ló; amores-perfeitos.
c) couves-flores; pão de ló; amor-perfeitos.
2. B
d) couves-flores; pão de lós; amores-perfeitos.
e) couves-flores; pães de ló; amor-perfeitos.

DE OLHO NA PROVA

1. (UFSM) Identifique a alternativa em que os vocábulos formam plural, respectivamente, como


pão de ló, guarda-civil e alto-falante:
a) pé de moleque, boa-vida, abaixo-assinado.
b) bem-te-vi, guarda-pó, alto-relevo.
c) louva-a-deus, guarda-roupa, obra-prima.
d) café com leite, guarda-noturno, baixo-relevo.
e) vassoura-de-bruxa, beija-flor, primeiro-ministro.
2. (UMESP) Os compostos estão corretamente pluralizados em:
a) caneta-tinteiros, bananas-maçã, decretos-lei.
b) canetas-tinteiros, bananas-maçãs, decretos-leis.
c) caneta-tinteiros, banana-maçãs, decreto-leis.
d) canetas-tinteiro, bananas-maçã, decreto-leis.
e) canetas-tinteiros, banana-maçãs, decretos-lei.
3. (UFV) O plural dos nomes compostos está correto em todas as alternativas, exceto:

EF21_9_POR_L1_U2_01
a) Ele gosta de amores-perfeitos e cultiva-os.
b) Os vice-diretores reunir-se-ão na próxima semana.
c) As aulas serão dadas às segundas-feiras.

38 LÍNGUA PORTUGUESA

38 LÍNGUA PORTUGUESA

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d) Há muitos beijas-flores no seu quintal.
e) A moda está voltando às saias-balão. e seu canto costuma ser acompa-
4. Reescreva o substantivo composto assinalado no exercício anterior flexionando-o corretamente. nhado de instrumentos musicais.
O cordel é também conhecido no
Brasil como folheto, um gênero
5. (UFU) Dentre os plurais de nomes compostos aqui relacionados, há um que está errado. Qual? literário popular escrito frequente-
a) Escolas-modelo. mente na forma rimada, originado
b) Quebra-nozes. em relatos orais e depois impresso
c) Chefes-de-seções. em folhetos. O nome tem origem
d) Guardas-noturnos. na forma como tradicionalmente
e) Redatores-chefes. os folhetos eram expostos para
6. Reescreva o substantivo composto assinalado no exercício anterior flexionando-o corretamente. venda, pendurados em cor-
das, cordéis ou barbantes, em
Portugal. No Nordeste do Brasil, o
nome foi herdado, mas o folhe-
to brasileiro pode ou não estar
exposto em barbantes.
Explique aos alunos que a
métrica dos versos nos repentes
CONEXÃO
e cordéis é definida pela quan-
As competições de slams podem ser
tidade de sílabas poéticas, isto
associadas aos repentistas nordestinos em é, o número de sílabas sonoras,

Creative/W.Commons
festivais de cantadores. O repente, conheci- diferentemente das sílabas
do também como cantoria, é uma arte bra- gramaticais a que estamos
sileira com base no improviso entre dois acostumados, e que a ocorrência
cantadores. Chama-se repente porque o das sílabas tônicas na última e
canto e os versos dos poetas são feitos “de penúltima sílabas pode apresen-
repente” ou em uma ação repentina. Nos tar dúvida quanto à contagem,
desafios dos festivais, eles recebem um
tema – chamado de “mote” – e só tomam
pois as sílabas métricas são
conhecimento dele quando já estão no contadas até a última tônica de
palco, perante o público. Por ser cantado, cada verso. Além disso, há as
o repente é um gênero da oralidade, mas elisões (junção de vogais) entre
pode ser transcrito. Nesse sentido, associa-se ao cordel por apresentar semelhança das estrutu- as sílabas.
ras poéticas utilizadas, como sextilhas, septilhas e décimas, que são estrofes de seis, sete e dez
Para ampliar essa temática,
versos respectivamente.
é possível acessar o site:
Além, disso obedecem:
• http://portaldoprofessor.
• a uma MÉTRICA, que é a estrutura rítmica ou composição dos versos. Um verso consiste
mec.gov.br/fichaTecnicaAula.
num conjunto de palavras, as quais comportam um número específico de acentos tônicos
a partir de um número determinado de sílabas métricas ou poéticas; html?aula=20032.
• ao RITMO, que se refere à sucessão de sílabas fortes e fracas, com intervalos regulares, ou Esse trabalho contempla a
EF21_9_POR_L1_U2_01

EF21_9_POR_L1_U2_01

não muito espaçados; habilidade EF69LP44 ao inferir a


presença de valores sociais, cul-
• à RIMA, que é a identidade ou semelhança de sons apresentados pelos versos.
turais e humanos e de diferentes
visões de mundo, em textos
LÍNGUA PORTUGUESA 39
literários, reconhecendo nesses
textos formas de estabelecer
múltiplos olhares sobre as iden-
tidades, sociedades e culturas
Resposta e considerando a autoria e o
contexto social e histórico de
3. D sua produção. Também con-
templa as habilidades EF69LP48
4. Beija-flores. e EF69LP54 ao analisar e in-
5. C terpretar, em poemas, efeitos
produzidos pelo uso de recursos
6. Chefes-de-seção. expressivos sonoros (estrofação,
rimas, aliterações etc).
Encaminhamento metodológico
Na seção Conexão, retome a relação entre música e poesia, associando-as ao repente
e ao cordel. Explique aos alunos que o repente é conhecido também como desafio. Esta
é uma tradição folclórica brasileira, em que a origem também remonta aos trovadores
medievais. Especialmente forte no Nordeste brasileiro, é uma mescla entre poesia e música
na qual predomina o improviso. O repente apresenta diversos modelos de métrica e rima,

LÍNGUA PORTUGUESA 39

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 39 16/09/2020 12:47:53


Veja como podemos aplicar esta estrutura poética na sextilha de Fenelon Dantas, repentista
paraibano.
Resposta 1 2 3 4 5 6 7
“Sou/ po/e/ta/ can/ta/dor
1. Falam sobre a arte de fazer
des/de o/ tem/po/ de/ me/ni/no - rima (ino)
poesia. sa/í/ de/ lá/ pra/ São/ Pau/lo
2. Sim, cada um deles se pra/ cum/prir/ com/ meu/ des/ti/no - rima (ino)
o/ Bra/sil/ co/nhe/ce em/ pe/so
preocupa em descrever, cada
o/ can/ta/dor/ nor/des/ti/no”. - rima (ino)
vez melhor, e de maneira mais
Os versos são heptassílabos (sete sílabas) ou redondilhas maiores. A contagem é demonstrada
bela, o que é a poesia.
no primeiro verso. Os demais versos obedecem à mesma contagem de sílabas ou escansão.
3. Sim, são sextilhas, com O ritmo é marcado pelas tônicas na 3.ª e na 7.ª sílabas. Há uma variação no terceiro verso marcada
pelas tônicas na 2.ª e na 4.ª sílabas, e no sexto verso em que o ritmo é marcado na 4.ª e na 7.ª sílabas.
versos heptassílabos. Os
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20032. Acesso em: 8 ago. 2018. Adaptado.
segundos, quartos e sextos
Com seu professor, assista ao vídeo “Poetas do repente”, do Ministério da Educação e Cultura, TV
versos apresentam rimas. Escola e Fundação Joaquim Nabuco, disponível no link: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/
DetalheObraForm.do?select_action
DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=53742 e responda, oralmente, às questões a seguir.
Transcrição da primeira estrofe
1. Os dois cantadores falam sobre o quê?
do repente:
2. Os poetas fazem um desafio? Justifique sua resposta.
1 2 3 4 5 6 7 3. Há métrica, ritmo e rima nos versos cantados? Como isso se apresenta?
Quan/ do/ tu/do/ co/me/çou/
O/ cri/a/dor/ pen/sou/ bem PARA SABER MAIS
Só/ e/le/ po/de/ di/zer/
Características das Cantigas de Escárnio Presentes no
De on/de a/ po/e/si/a/ vem Rap “Fala Sério” de Gabriel “O Pensador”
E/ quan/do e/le/ fez/ o/ mun/do [...]
A sátira trovadoresca é reconhecida por apresentar uma leitura social. O objetivo dos trovado-
Fez/ po/e/si/a/ tam/bém res era satirizar os tipos sociais, em detrimento de características psicológicas e afins. Eram alvos
das cantigas de escárnio, por exemplo, os membros do clero que eram conhecidos pela sovinice
ou incompetência, e da mesma forma os nobres falidos e os abastados que judiavam dos pobres.
As cantigas de escárnio do século XII, apesar de não se referirem de forma direta à pessoa
retratada, têm uma grande importância documental, histórica. Eram comuns os ataques aos
políticos da época e à nobreza esnobe e decadente.
No rap Fala Sério, de Gabriel, “O Pensador”, identifica-se o sirventês político, através do ataque
aos políticos brasileiros envolvidos no escândalo do mensalão (que ocorreu em 2005) [...]. A pala-
vra “mensalão” passou a ser utilizada para se referir a este escândalo, pois eram “comprados” votos
de parlamentares. Gabriel, “O Pensador”, vem de uma família de classe média alta, mas sempre
se preocupou com a realidade da população brasileira, especialmente as menos favorecidas.
Suas canções exprimem o descontentamento do rapper com a política e a sociedade no Brasil.
Nos versos: “Fala sério, me fazendo de palhaço, fazendo estardalhaço, de onde vem o dinheiro
do mensalão? Olha a nuvem de fumaça desviando a atenção”, fica evidente a revolta do cantor
com relação à corrupção de grande parte dos políticos brasileiros. Este mesmo questionamento

EF21_9_POR_L1_U2_01
foi feito pela população brasileira, que acompanhou todos os detalhes do escândalo. [...]

CANTIGAS de escárnio e o rap. Academia. Disponível em: https://www.academia.edu/17433757/


Cantigas_de_esc%C3%A1rnio_e_o_rap?auto=download. Acesso em: 3 ago. 2019.

40 LÍNGUA PORTUGUESA

40 LÍNGUA PORTUGUESA

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Pesquise no dicionário o significado da palavra sirventês e escreva-o a seguir.

Dica para ampliar


o trabalho
A literatura é um fenô-
meno artístico e cultural vivo,
dinâmico, complexo, que não
caminha de forma linear e isola-
da. Os diálogos que ocorrem em
seu interior transcendem fron-
Agora, troque ideias com os colegas sobre o que a palavra sirventês, que aparece no texto anterior, teiras geográficas e linguísticas.
quer dizer no contexto: “No rap ‘Fala Sério’, de Gabriel, O Pensador, identifica-se o sirventês político, por Ora, se o percurso da própria
meio do ataque aos políticos brasileiros envolvidos no escândalo do mensalão (que ocorreu em 2005) [...].” literatura está cheio de rupturas,
retomadas e saltos, por que
PARA SABER MAIS o professor, prendendo-se à
rigidez da cronologia histórica,
A literatura e o protesto há séculos andam de
mãos dadas, mas a presença da juventude nessa
deveria engessá-la?
união é muitas vezes ignorada; a recente no- Quando se propõe uma
toriedade da poesia slam – que chegou a ser perspectiva dialógica para o tra-

Avener Prado/Folhapress
tema de um reality show na rede americana balho com a literatura brasileira,
HBO – não apenas nos faz repensar o gê- não se pretende desprestigiar
nero poético como um todo, mas também
evidencia quem pode escrever. Para ser um
nossas tradições, nossa cultura
poeta slam, basta um poema de autoria própria, nem nossa formação étnica e
um público e um microfone; a produção literária linguística, mas, sim, perseguir
passa a ser acessível e atraente. [...] Rapper Mano Brown, durante show
os diálogos travados por nossa
A poesia slam é uma excelente forma de mostrar que em comemoração aos 25 anos do literatura, com ela mesma ou
grupo Racionais Mc’s, no Espaço
o gênero poético é muito mais do que rimas e palavras de das Américas, em São Paulo (SP). com outras literaturas, e assim
amor e que a literatura é ferramenta de expressão [...]. O disco é o primeiro de músicas
inéditas do grupo em 12 anos.
compreendê-la melhor e respei-
Disponível em: http://conhecimentoliteratura.com.br/conheca-a-poesia-slam. Acesso em: 9 ago. 2019.
tá-la em sua historicidade.
Nessa perspectiva, tam-
bém não cabe o limite estrito
do texto literário. Como força
PRODUÇÃO DE TEXTO dinâmica do processo cultural,
Percebemos que, desde as trovas satíricas até os raps atuais, os artistas se utilizam da música e a literatura dialoga com outras
da poesia para apresentar uma leitura da sociedade na qual vivem ou para fazer alguma crítica social. artes e linguagens, às vezes to-
mando a dianteira do processo
de mudanças, às vezes ficando
ER

à mercê de mudanças que


AZ

F
COMO
Escolha um aspecto social marcante da atualidade (nacional ou internacional) para
retratar e escreva a sua letra de música ou slam para ser lido em voz alta. Siga as dicas:
ocorrem em outras artes. Sem
perder de vista o objeto central
EF21_9_POR_L1_U2_01

EF21_9_POR_L1_U2_01

• o texto deve conter, no mínimo, uma página;


– o texto literário –, na aula de
• fique à vontade para utilizar as figuras de linguagem que estudamos no capítulo;
literatura cabe a música popu-
• poderá fazer uso da estrutura poética que estudamos (rimas e ritmo).
lar, a pintura, o cinema, o teatro,
a TV, o cartum, o quadrinho, a
LÍNGUA PORTUGUESA 41 Internet. Cabem, enfim, todas as
linguagens e todos os textos e
mídias, ou seja, cabe a vida que
com a literatura dialoga.
Encaminhamento metodológico CEREJA, William. Por que o
jovem não gosta de ler? Gazeta
Esclareça aos alunos que “sirventês” é como era denominada a poesia satírica ca- Mercantil, São Paulo, 9 dez. 2005.
racterística da literatura trovadoresca dos séculos XII e XIII. Com base nessa explicação,
eles podem fazer uma pesquisa mais aprofundada. Disponibilizamos uma gra-
Para a seção Produção de texto, auxilie os alunos na busca de fatos atuais que de de correção para a elaboração
podem ser traduzidos em versos. Ao final da atividade, pode ser montada uma mostra dessa produção que pode ser
ou um sarau para as apresentações. partilhada com os alunos quanto
aos aspectos composicionais do
A realização dessa proposta vai ao encontro da habilidade EF69LP46 ao participar
texto e possível reescrita.
de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações
artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, apresentações teatrais, musicais e de Acesse no QR Code: Slam
filmes, cineclubes, saraus etc. Apresenta também a habilidade EF69LP51 ao engajar-se ati- poetry.
vamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo
em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos.

LÍNGUA PORTUGUESA 41

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 41 16/09/2020 12:48:06


16/09/2020 12:48:08
EF21_9_POR_L1_U2_01
Poesia e música – Relacionando conceitos
SLAM POETRY apre
senta
da no
um
em
com (Poesia-barulho) SLAM BR por
tem
Bell Puã
é
o Trovadorismo
Poesia e música
tem em comum
com
apresentação de 3 minutos
Repentistas de cordel
que contém
PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS
Flexionam-se os Flexiona-se o segundo Flexão apenas
Não variam
dois elementos elemento do primeiro
Substantivo Substantivo Numeral Verbo Palavras Verbo
Verbo Verbo
Quando houver
+ + + + repetidas ou +
+ +
preposição
substantivo adjetivo substantivo substantivo imitativas advérbio
advérbio Substantivo
no plural
Ex.: Ex.: Ex.: Ex.: Ex.: Ex.: Ex.:
Ex.:
Reco-recos Os bota-fora
Couves-flores Amores-perfeito Quintas-feiras Quebra-cabeças Pés de moleque
Tique-taques Os porta-joias
Pingue-pongues
Quando o segundo adjetivo

LÍNGUA PORTUGUESA
elemento estiver +
indicando tipo substantivo
ou finalidade ao Palavra invariável Substantivos
primeiro, pode-se
Ex.:
+ iniciados
usar somente o Palavra variável por porta
Gentis-homens
primeiro no plural.
Ex.: Ex.:
Ex.:
Os porta-joias
escola-padrão – escolas-padrão
Alto-falantes
banana-maçã – bananas-maçã

42
aprendizagem do aluno e na au-
Relacionando conceitos é validar

o processo de ensino e aprendi-


para a construção da síntese de
como objetivo principal sinteti-

é importante que ele contribua

zagem, oferecendo dados para


que ela pode dar insumos para
zar o conhecimento adquirido.

tocrítica do professor, uma vez

uma avaliação e validação dos


Assim, deixamos espaços para
aluno. O mapa conceitual tem

que o aluno os preencha, pois

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 42
ajudá-lo a organizar os assun-
e verificar a aprendizagem do

aos conceitos trabalhados no


conteúdos. Essa prática pode

Sugerimos que todo o


tos e os temas relacionados

explorado com enfoque na

LÍNGUA PORTUGUESA
potencial dessa seção seja
A proposta da seção
Encaminhamento

objetivos propostos.
metodológico

capítulo.

42
• Gênero (Campo da atua-
ção da vida pública)
• Edital Encaminhamento
metodológico
• Estudo linguístico
• Frase, oração e período
• Produção de texto
• Projeto cultural Neste capítulo, abordare-
mos documentos relacionados
ao Campo de atuação da vida
pública, com base na análise
de um edital de patrocínio e
produção de um projeto cul-
tural que possa ser aplicado na
escola.
Discutiremos como a arte
é financiada no país para melhor
compreender os processos de
produção e recepção da arte
brasileira.
Explore a imagem na pági-
na de abertura, questionando os
alunos se já estiveram em shows
ou grandes espetáculos, gratui-
tos ou pagos. Pergunte a eles
o que sentiram nesses eventos
Escola Digital
e se acham que é importante
termos oferta de momentos
culturais nas cidades.
idade
O capítulo, ainda, retomará
a classificação de frase, oração e
2
un

período.

Le t es
ras e composiçõ

k
erstoc
da/Shutt
bogdanho

2. O show deve continuar


As apresentações musicais levam emoção ao público. Você já esteve em algum show musical? Quais
emoções você sentiu? Conte para seus colegas.

43

Objetivos do capítulo
• Discutir a necessidade de produções culturais serem financiadas por empresas e
governo.
• Interpretar e compreender editais e projetos culturais.
• Estudar frase, sua classificação, oração e período.
• Produzir um projeto cultural.

Realidade aumentada
• Edital
• Frase, oração e período

LÍNGUA PORTUGUESA 43

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 43 16/09/2020 12:48:43


O show deve continuar
Encaminhamento Quando vamos a um espetáculo, de música, dança, teatro ou artes visuais, não sabemos o tama-
metodológico nho do trabalho por trás da montagem. Porém, antes de iniciar o trabalho em si, há uma tarefa muito
importante, que é a do produtor cultural. Ele fará uma proposta para conseguir financiamento e, assim,
O edital é um documento poder montar o espetáculo. Chamamos isso de captação financeira. Mas de onde vem o dinheiro? De
importante na vida da maioria empresas e do governo. Veja a seguir um edital do Banco do Brasil para patrocínio de obras culturais.
das pessoas. Ele é obrigatório no
meio acadêmico para seleção de PROGRAMA BANCO DO BRASIL DE PATROCÍNIO 2019-2020
alunos nos vestibulares, Enem, EDITAL DE PATROCÍNIO – CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL
provas de ingresso em colégios
e cursos de pós-graduação. 1 PREÂMBULO
Também é obrigatório em 1.1 O Banco do Brasil torna pública a abertura do Programa Banco do Brasil de Patrocínio
diversas profissões que plei- 2019-2020, por meio do Edital de Patrocínio – Centro Cultural Banco do Brasil, processo seletivo
teiam financiamento, além de que visa compor a programação do Centro Cultural Banco do Brasil, consoante os termos deste
Edital e de acordo com o disposto no Decreto nº 6.555 de 08.09.2008, na Instrução Normativa da
estar sempre presente no meio
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) nº 09 de 19.12.2014
cultural. A leitura e a análise dos e demais normas aplicáveis em vigor.
editais contemplam a habili- [...]
dade EF69LP20 ao identificar,
tendo em vista o contexto de 2 OBJETO
produção, a forma de organi- 2.1 A Seleção Pública de Projetos para Patrocínios Culturais 2019-2020 tem por objetivo
zação dos textos normativos e selecionar projetos a serem patrocinados pelo Banco do Brasil e demais empresas de seu
Conglomerado (subsidiárias, coligadas e controladas), para compor a programação das unidades
legais, a lógica de hierarquiza- do Centro Cultural Banco do Brasil em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e
ção de seus itens e subitens e São Paulo (SP), nos anos 2019 e 2020.
suas partes. Também se relacio- 2.2 A Seleção dar-se-á por chamada pública, com inscrições pela internet e análise por
na à compreensão de docu- comissão de seleção interna do Banco do Brasil. Poderá contar também com a participação de
mentos legais e normativos, especialistas de mercado, de técnicos de órgãos do Governo Federal indicados pela Secretaria
indo ao encontro da habilidade de Comunicação da Presidência da República e do Ministério da Cultura. […]
EF89LP17, que reconhece e 2.3 As inscrições compreenderão o período entre 07.05.2018 (abertura) e 08.06.2018
analisa possíveis motivações, (encerramento).
finalidades e vinculação “com 3 ÁREAS E SEGMENTOS
experiências humanas e fatos 3.1 Os projetos poderão ser inscritos nas seguintes áreas e segmentos:
históricos e sociais, como forma 3.1.1 Artes Cênicas
de ampliar a compreensão dos
a) circo;
direitos e deveres, de fomentar
b) dança;
os princípios democráticos e
c) festival/mostra;
uma atuação pautada pela ética
d) teatro (adulto e infantil);
da responsabilidade”.
e) evento multidisciplinar; e
Sendo um documento f ) evento área externa (exclusivo CCBB DF).
normativo, com caráter de
[...]
obrigatoriedade, para se obter o

EF21_9_POR_L1_U2_02
3.1.5 Música
que um edital oferece, é preciso
a) série;
cumprir as regras estabelecidas
b) festival;
por ele.
Para o entendimento do
texto será necessário mostrar 44 LÍNGUA PORTUGUESA
aos alunos que um edital possui
partes obrigatórias, que são
os tópicos das seções, dividi-
dos em itens e, na maioria das Também o item 8, intitulado “Critérios de seleção”, possui subitens que são as
vezes, subitens. Não se pode sucessivas enumerações – 8.2; 8.2.1; 8.2.1.1; 8.2.1.2 etc. Observe com os alunos que os
construir um edital com um subitens vão surgindo ao se inserirem novos tópicos ao assunto.
texto corrido, sem organização É provável que algumas palavras precisem ser pesquisadas no dicionário para
entre os temas. De certa forma, total compreensão, como preâmbulo, que significa o texto introdutório que apresen-
os tópicos se constituem como ta o assunto principal a ser discutido. Para tornar a atividade significativa, você pode
os blocos de informação de um solicitar aos alunos que façam uma primeira leitura identificando as palavras que
texto. O tópico 3, por exemplo, não compreendem. Depois, em duplas ou trios, façam a pesquisa para compreensão
intitulado “Áreas e segmentos”, dos significados. Por fim, você pode fazer a discussão com eles sobre o texto em sua
apresenta a numeração 3.1, que totalidade.
por sua vez se subdivide em Converse também com eles sobre a natureza de tal edital, o qual tem o objetivo
3.1.1 (Artes Cênicas), e em letras de incentivar a montagem de espetáculos e programas culturais.
com as respectivas habilidades
contempladas: a), b), c)...

44 LÍNGUA PORTUGUESA

PG21LP291SDP0_MIOLO_EF21_9_POR_L1_LP.indb 44 16/09/2020 12:48:52


c) evento multidisciplinar; e
d) evento área externa (exclusivos CCBB DF e RJ).

4 PATROCÍNIO
[…]
4.6. O Centro Cultural Banco do Brasil analisa o orçamento apresentado como um dos cri-
térios para escolha da sua programação. Assim, para a concepção dos projetos, é importante
observar os valores praticados no mercado na composição da proposta orçamentária.
[...]
4.8. As datas e os períodos de realização dos projetos selecionados serão negociados, assim
como as contrapartidas, diretamente com cada proponente pela Diretoria Estratégia da Marca
do Banco do Brasil ou por unidade(s) do(s) CCBB(s).
[…]
5 CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO
5.1 Poderão participar deste Edital:
a) Proponentes pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos – instituições, empresas,
fundações ou associações;
b) Proponentes pessoas físicas – brasileiros ou estrangeiros com CPF.
[…]
6 VEDAÇÕES
6.1 É vedada a seleção de projetos e/ou a contratação de empresas:
[…]
m) de cunho político-eleitoral-partidário […];
n) que infrinjam o Código de Defesa do Consumidor ou qualquer outra lei ou norma jurí-
dica vigente;
o) que explorem o trabalho infantil, degradante ou escravo […];
p) que incentivem o uso de bebidas alcoólicas, cigarro ou outras drogas;
q) que violem direitos de terceiros, incluídos os de propriedade intelectual;
r) que causem ou possam vir a causar danos à saúde humana, animal ou ao meio ambiente;
s) que evidenciem discriminação de raça, credo, orientação sexual ou preconceito de
qualquer natureza;
[…]

7 INSCRIÇÃO
7.1 As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas, exclusivamente, pela internet: www.
bb.com.br/patrocinios.
7.2 O prazo para a realização das inscrições é de 07 de maio a 08 de junho de 2018. […]
8 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
[...]
8.2 As propostas serão analisadas considerando-se o Eixo Curatorial 2019-2020 e os critérios
de avaliação descritos a seguir:
EF21_9_POR_L1_U2_02

EF21_9_POR_L1_U2_02

8.2.1 Eixo Curatorial e critérios de avaliação


8.2.1.1 Eixo Curatorial

LÍNGUA PORTUGUESA 45

LÍNGUA PORTUGUESA 45

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Inovação: o projeto é inusitado, novo, criativo e singular na abordagem, no conceito e/ou
na execução e na experimentação;
Encaminhamento Pluralidade: o projeto valoriza a diversidade, a brasilidade, a cultura e os valores nacionais
e internacionais, fatos históricos e as manifestações tradicionais e/ou folclóricas;
metodológico Acessibilidade: O projeto é acessível financeiramente, forma e atrai o público, fomenta
As questões da seção Texto novos talentos, permite a experimentação, é adequado aos espaços dos CCBBs e apresenta
boas perspectivas de captação de recursos por meio de parcerias.
e contexto abordam a habilida-
de EF69LP27 ao proporcionar 8.2.1.2 Critérios de Avaliação
análise da forma composicional 8.2.1.2.1 Relevância Conceitual e Temática: o projeto apresenta importância conceitual e
de textos normativos, como o temática para a sociedade e possui a capacidade de disseminar o conhecimento e multiplicar
edital, contribuindo para a com- ideias;
preensão do gênero. 8.2.1.2.2 Abrangência de público: O projeto atende a diferentes pessoas com diferentes
faixas de renda, idade, gêneros, possuindo acessibilidade para as diferentes deficiências, seja
Resposta visual, auditiva, motora, mental, intelectual etc.
8.2.1.2.3 Relação custo x benefício: valor geral do projeto é compatível com os benefícios
1. O gênero edital está oferecidos. O projeto possui recursos captados com outros patrocinadores, programas de in-
centivos e premiações em dinheiro.
presente em várias esferas da
[...]
nossa vida, como a acadêmica,
profissional e cívica. Portanto, 10 CRONOGRAMA
é preciso conhecê-lo para 10.1 A Seleção Pública de Projetos Culturais 2019-2020 seguirá o seguinte cronograma:
que estejamos cientes dos Inscrição 07.05 a 08.06.2018
protocolos que envolvem
Análise junho a agosto de 2018
comunicados oficiais.
Divulgação de resultados setembro de 2018
Orientação para RA […]
Trabalhe com os alunos a 14.7 Este Edital entra em vigor na data de sua publicação.
Realidade aumentada Edital e
Disponível em: www.bb.com.br/docs/pub/inst/dwn/EditalCCBB20192020.pdf. Acesso em: 9 ago. 2019.
analise com eles o vocabulário,
as formas de estilo, a compreen-
são de leis e a escrita do texto GÊNERO TEXTUAL
normativo, o que vai ao encon- O edital é um gênero textual com caráter de norma, isto é, para que se obtenha o que se espera do edital, é preciso
obedecer às regras que ele estabelece. Os editais são comunicados de ordem oficial que apresentam determinações,
tro da habilidade EF69LP24. avisos e/ou citações. São geralmente públicos, sendo divulgados à comunidade em geral por meio eletrônico ou
de forma impressa, em sites, redes sociais e em jornais. Os mais conhecidos são os editais de concursos públicos. A
linguagem empregada é sempre formal, com utilização de verbos no modo indicativo, no geral. O edital está preso
às formalidades da lei e é publicado em Diário Oficial, nas instâncias municipais, estaduais e federais.

T
C TEXTO E CONTEXTO

1. Para que precisamos conhecer o gênero edital? Explique sua resposta.

EF21_9_POR_L1_U2_02
46 LÍNGUA PORTUGUESA

46 LÍNGUA PORTUGUESA

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2. A quem este edital se destina?

a) circo;
b) dança;
c) festival/mostra; [...]
3. Como se divide o documento? Quais suas seções e seus subitens?
4. É uma seção de introdução,
que dá um resumo breve do
que trata o documento.
5. São proibições para
participar do edital. Ex.:
4. O edital apresenta uma linguagem formal, com frases declarativas. Nesse contexto, o que você
entende por preâmbulo? “6.1 É vedada a seleção de
projetos e/ou a contratação de
empresas:
s) que evidenciem
5. E a palavra vedações, que consta do edital, o que significa? Explique e dê um exemplo do texto.
discriminação de raça,
credo, orientação sexual ou
preconceito de qualquer
natureza;”.
6. Objeto: tem o objetivo de
selecionar projetos.
6. Dê também o significado das seguintes palavras no contexto do edital: Patrocínio: ajuda financeira
objeto: para subsidiar o projeto.
Cronograma: período de
tempo para inscrição, análise e
patrocínio:
divulgação dos resultados.

cronograma:

ESTUDO LINGUÍSTICO
Sabemos que as palavras se organizam em frase, oração e período para dar sentido a uma
informação. Vamos rever esses conceitos.

Frase
EF21_9_POR_L1_U2_02

EF21_9_POR_L1_U2_02

Frase é todo enunciado de sentido completo, capaz de estabelecer comunicação.

LÍNGUA PORTUGUESA 47

Resposta
2. A artistas em geral: atores, músicos etc., que estejam vinculados a instituições,
empresas, fundações ou associações; e também pessoas físicas – brasileiros ou
estrangeiros com CPF. Pressupõe-se maiores de 18 anos.
3. Divide-se em seções numeradas. Aparecem no livro:
1. Preâmbulo, 2. Objeto, 3. Áreas e segmentos, 4. Patrocínio, 5. Condições de
participação, 6. Vedações, 7. Inscrição, 8. Critérios de seleção e 10. Cronograma.
Cada seção apresenta subdivisões, ex.:
3 ÁREAS E SEGMENTOS
3.1 Os projetos poderão ser inscritos nas seguintes áreas e segmentos:
3.1.1 Artes Cênicas

LÍNGUA PORTUGUESA 47

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É a unidade de texto marcada por uma entonação conclusa. Pode ser formada por uma só
palavra ou por várias, entre as quais se inclui ou não um verbo.
Orientação para RA  Exemplos:

Após trabalhar a classifi- Socorro! Sobe! Sem literatura. Foi correndo buscar o violão.
cação das frases, proponha aos
alunos que acessem a Realidade
Classificação da frase
aumentada Frase, Oração e A classificação da frase pode ser feita:
Período, a fim de revisarem o a) de acordo com o sentido expresso pela entonação.
conteúdo estudado. 1. Declarativa – informa ou declara algo, podendo ser afirmativa ou negativa.
1.1 Afirmativa:
O homem está preocupado com a poluição.
1.2 Negativa:
O homem não está preocupado com a poluição.
2. Interrogativa – introduz algum tipo de questionamento.
Você é um dos que se preocupam com a poluição?
3. Exclamativa – demonstra um estado emotivo.
Você é um dos que se preocupam com a poluição!
4. Imperativa – expressa ordem, pedido, conselho.
Preocupe-se com a poluição.
b) de acordo com a sua construção.
Nominal – quando construída sem verbos explícitos na frase:
Cuidado!
O olho na fresta.
Verbal – quando construída com verbos explícitos na frase:
Sobe!
Para ver se ela voltava.

Na língua falada, além das palavras, há outros recursos, como os gestos, a expressão do rosto,
do olhar e, principalmente, a entonação da voz. Dependendo do que se quer expressar, muda-se a
entonação.
Na língua escrita, a intencionalidade do discurso, manifestada pela entonação da voz, é repre-
sentada pela pontuação. A pontuação das frases e orações pode ser considerada:
• lógica, quando tem função de dar clareza às ideias expressas, isto é, tornar as frases e orações
organizadas;
• expressiva, quando tem a função de dar emoção e expressividade ao texto.

EF21_9_POR_L1_U2_02
48 LÍNGUA PORTUGUESA

48 LÍNGUA PORTUGUESA

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Oração
Oração é o enunciado que se estrutura em torno de um verbo ou locução verbal.

Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso, é necessário que o enunciado tenha
sentido completo e apresente verbo expresso ou que não esteja subentendido.
 Exemplo:
Tenho que apanhar o elevador...
Verbo Verbo
Porém, nem toda frase é oração.

 Exemplo:
• É frase porque tem sentido.
Que dia bonito!
• Não é oração porque não tem verbo.

E nem toda oração é frase.


 Exemplo:
Pretendemos que a democracia aconteça.

• É formado com base em dois verbos e, para cada verbo, tem-se uma
oração:
1.ª oração: Pretendemos
2.ª oração: que a democracia aconteça.
• Cada oração isoladamente não tem sentido. Portanto, para formar a
frase, foram necessárias as duas orações.

Período
Período é a frase formada por uma oração (período simples) ou mais de uma
oração (período composto).

Toda frase verbal é chamada de período.


 Exemplos:
Oração

Conversavam no trem dois sujeitos.


Verbo

• É frase e é também oração.


• É um período simples, pois apresenta uma oração.
1.ª oração 2.ª oração
EF21_9_POR_L1_U2_02

EF21_9_POR_L1_U2_02

Fui devagar, mas ou o pé ou o espelho traiu-me. (Machado de Assis)


Verbo Verbo
• É frase e é também oração.
• É um período composto, pois apresenta duas orações.
LÍNGUA PORTUGUESA 49

LÍNGUA PORTUGUESA 49

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ATIVIDADES

Resposta 1. Classifique cada informação em frase, pe- c) “Será que poderemos concorrer com
ríodo simples ou período composto: nossa música?”
1. B, A, C. ( ) “PROGRAMA BANCO DO BRASIL DE
PATROCÍNIO 2019-2020”.
2. d) Não poderão participar do edital músi-
( ) “Os projetos poderão ser inscritos nas
seguintes áreas e segmentos: [...]”. cas de cunho partidário.
a) Frase declarativa afirmativa.
( ) “As inscrições são gratuitas e devem
b) Frase exclamativa. ser realizadas, exclusivamente, pela
c) Frase interrogativa. internet: www.bb.com.br/patrocinios.”
a) Período simples. e) Preste bem atenção na hora de preen-
d) Declarativa negativa. cher as inscrições.
b) Frase.
e) Frase imperativa. c) Período composto.
3. A, D e E. 2. Classifique as frases a seguir de acordo
com o uso da pontuação.
3. Assinale as frases nominais.
a) “Este Edital entra em vigor na data de
a) Condições de participação:
sua publicação.”
b) Poderão participar deste edital:
c) Eu vou na outra viagem.
b) “É uma oportunidade ótima, interes- d) Inteiramente longe da vida.
santíssima!”
e) Hora livre, pinho no braço, dedada nas
cordas.

INTERAÇÃO

Acesso à cultura no Brasil


A relação entre cultura e direitos humanos, bem como de seu papel na luta contra a
discriminação, são questões que o Brasil enfrenta. Entretanto, a integração da cultura com
as demais políticas sociais é uma experiência recente que necessita ser aperfeiçoada.
[…]
Desigualdades no acesso à produção cultural:
• Entretenimento: a minoria dos brasileiros frequenta cinema uma vez no ano. Quase to-
dos os brasileiros nunca frequentaram museus ou jamais frequentaram alguma exposição
de arte. Mais de 70% dos brasileiros nunca assistiram a um espetáculo de dança, embora
muitos saiam para dançar. Grande parte dos municípios não possui salas de cinema,
teatro, museus e espaços culturais multiuso.
• Livros e Bibliotecas: o brasileiro praticamente não tem o hábito de leitura. A maioria dos
livros estão concentrados nas mãos de muito poucos. O preço médio do livro de leitu-
ra é muito elevado quando se compara com a renda do brasileiro nas classes C/D/E.
Muitos municípios brasileiros não têm biblioteca, a maioria destes se localiza no Nordeste,

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e apenas dois no Sudeste.
• Acesso à Internet: uma grande porcentagem de brasileiros não possui computador em casa,
destes, a maioria não tem qualquer acesso à internet (nem no trabalho, nem na escola).

50 LÍNGUA PORTUGUESA

50 LÍNGUA PORTUGUESA

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• Profissionais da Cultura: a metade da população ocupada na área de cultura não têm car-
teira assinada ou trabalha por conta própria. (Fonte: Ministério da Cultura – IBGE - IPEA). do debate. Dessa forma, con-
A focalização das políticas culturais nos níveis estaduais e municipais pode favorecer forme a habilidade EF69LP26,
a superação desse quadro e reforçar a diversidade cultural como fator da sustentabilidade os alunos terão um registro
do desenvolvimento. escrito para apoiar a própria fala
Disponível em: www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/culture-and- no momento em que expuser
development/access-to-culture/. Acesso em: 14 ago. 2018. suas ideias.
Agora é hora de aprofundarmos o que lemos. A leitura do texto “Acesso
• Pesquisem as significações da palavra cultura e como ela se manifesta nas regiões do Brasil. à cultura no Brasil” vai ao en-
• Em grupos, debatam a respeito do acesso a bens culturais pela população brasileira. contro da habilidade EF89LP20,
Todos têm acesso à cultura? A cultura está em todos os lugares? uma vez que apresenta e
• Depois de discutirem as perguntas anteriores, façam um levantamento das possíveis
compara propostas culturais
soluções para que bens culturais possam chegar a todos os cidadãos brasileiros. e orienta a pesquisa em busca
de ações e propostas, além de
• Por fim, apresentem para a turma as soluções encontradas no debate e as informações
propiciar análise e reflexão e
levantadas na pesquisa.
soluções, contrastando dados e
informações.
PARA SABER MAIS

No início deste capítulo, você conheceu parte de um edital para patrocínio de projetos
artísticos. Como vimos, o edital é um instrumento legal que rege um concurso ou uma seleção
pública. Entretanto, há outros formatos de textos que regem concursos, a exemplo dos regu-
lamentos, patrocinados por pessoas físicas ou jurídicas e não estatais. Dê uma olhada no regu-
lamento de um concurso musical, promovido pela cidade de Itatiba, no interior de São Paulo.

INFORMAÇÕES GERAIS
CLASS BAND
É um concurso musical Teen, voltado para os alunos de todas as escolas do
município da cidade a realizar o evento, Fundamental I, Fundamental II e Ensino
Médio, dos (7) sete aos (17) dezessete anos.
Um projeto a fim de incentivar a arte da música no jovem e despertar a cria-
tividade e evolução educacional.
Uma competição saudável para que o aluno mostre seu talento ajudando em
seu caráter, inibição, liderança e participação de uma atividade em conjunto. Uma
organização sociocultural que já acontece em países da Europa, Ásia e Estados
Unidos contando com o incentivo e premiação ao grupo vencedor.
“Sem música, a vida seria um erro.” – Friedrich Nietzche.
INSCRIÇÕES E REGULAMENTOS
O Class Band 1º Festival Teen de música 2017 é promovido na cidade de Itatiba
pelas entidades SIBES, WT ROCK e ITATIBA ESPORTE CLUBE.
Os alunos interessados no Class Band poderão se inscrever a partir do dia 23
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de outubro de 2017 até o dia 23 de novembro de 2017 preenchendo a ficha de


inscrição disponível no site www.sibesitatiba.org.

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Encaminhamento metodológico
Para a seção Interação, os alunos devem fazer a leitura do texto e, na sequência,
debater sobre o acesso aos bens culturais no Brasil, argumentando se esse acesso é
desigual ou não. A discussão a ser realizada no início da atividade leva em consideração
as habilidades EF89LP15 e EF69LP25 ao solicitar a utilização de operadores argumen-
tativos que marcam a defesa de ideias, instigando o posicionamento consistente e o
respeito às opiniões contrárias.
Para a atividade de pesquisa, podem-se dividir os alunos em 5 grupos e distribuir
o nome de uma região brasileira para cada grupo. Assim, a pesquisa das expressões
culturais ficará mais simplificada e focada.
Os alunos deverão apresentar as expressões culturais encontradas, bem como
as soluções pensadas por eles para garantir o acesso da população aos bens culturais.
Para tanto, peça aos alunos que tomem nota das questões que surgirem no decorrer

LÍNGUA PORTUGUESA 51

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Não é obrigatório montar seu grupo musical com alunos da mesma escola,
é permitido com alunos de outras escolas, lembrando que cada integrante tem
que estar matriculado em escolas da cidade de Itatiba e ter entre 7 (sete) e 17
(dezessete) anos.
A banda/grupo ou cantor terá que ter um nome artístico para a apresenta-
ção, não há limite mínimo nem máximo de integrantes, o Class Band 1º Concurso
Teen de música será com releituras (cover), aberto a qualquer estilo musical com
letras em qualquer idioma. Não serão permitidas músicas com letras de conteú-
do violento, pornográfico e ou qualquer assunto que possam ser acessados por
crianças e adolescentes.
Serão permitidas (20) vinte inscrições no total.
É reservado a este evento ter direito ao uso de imagens: em fotografias e ou
vídeos e cartazes dos participantes, podendo usar em propagandas relacionadas
à Instituição e ao Class Band. Cada grupo/banda formada precisa informar no ato
da Inscrição (três) músicas, dentre essas haverá uma avaliação da equipe de téc-
nicos que devolverá a resposta em um prazo de (02) dias úteis, sobre qual música
cada grupo apresentará, esse é o critério para que não aconteçam apresentações
repetidas.
O CORINGA
Cada grupo terá direito a ajuda de apenas uma pessoa mais experiente
que será uma espécie de Coringa (um pai, um amigo, um músico profissional, um
produtor), ou seja, qualquer pessoa maior de idade para representar o grupo e
participar tocando na apresentação.
Toda a renda será em prol da SIBES – Sociedade Itatibense para o bem-estar.
Cada inscrição terá uma taxa de R$30,00 trinta reais por grupo e não por par-
ticipante que deverá ser paga diretamente na Sede da SIBES localizada na Rua
Vergínio Belgine 1307, loteamento Santo Antonio, Itatiba, SP, (11) 4524 1866,
e-mail: ssibes@hotmail.com
A inscrição só terá validade após o pagamento da taxa.
O descumprimento, por parte dos participantes, de qualquer das normas e
condições resultará na sua desclassificação.
APRESENTAÇÃO E PREMIAÇÕES
A Apresentação
O 1º Class Band será realizado no Itatiba Esporte Clube no dia 03 de dezem-
bro de 2017 a partir das 12h. Ficarão reservados 10 minutos para cada banda e
ou grupo para apresentação no dia do evento. É obrigatório que todos os grupos
estejam presentes no local uma hora antes com seu RG ou Documento do regis-
tro escolar para reconhecimento dos organizadores e participação no sorteio da
ordem de apresentação.
O Equipamento
No palco estará disponível: bateria, dois amplificadores de guitarra, um am-
plificador de contrabaixo, microfones, sistema de som completo (P.A.) e monitores.
Instrumentos e equipamentos pessoais cada um terá que levar seu próprio.
O Júri

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Serão convidados músicos de fora da cidade de Itatiba para formar a bancada
dos jurados.

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Premiação Acesse no QR Code: Projeto
Premiação aos três primeiros colocados: cultural.
1.º Colocado – Gravação do DVD.
2.º Colocado – 1 mês de aula na escola WT Rock.
3.º Colocado – Kit de acessórios para instrumentos musicais.

Disponível em: http://www.sibesitatiba.org/class-band-geral/. Acesso em: 9 ago. 2019.

PRODUÇÃO DE TEXTO
No início do capítulo lemos um edital para financiamento de projetos culturais e, na seção
Para saber mais, conhecemos um regimento de concurso musical. Agora vamos elaborar um breve
projeto cultural em sua escola.
Em grupos, discutam o que seria interessante propor à direção da escola para a realização de
um evento cultural. Pode ser uma apresentação de música, dança, teatro, artes visuais, um sarau
literário, exposição de trabalhos, entre outras expressões. O evento que vocês irão propor pode ser
realizado pelos alunos ou com contratação de artistas, a decisão é do grupo. Por exemplo:
• Apresentação de bandas formadas por alunos das escolas vizinhas, numa tarde de shows.
Pais e professores seriam convidados.
• Exposição de artes plásticas. As obras seriam feitas pelos alunos e abertas à exposição pública
durante um período de tempo.
• Festival de teatro etc.
ER
AZ

F
COMO
Para a escrita da proposta, vocês devem seguir as etapas a seguir. Cada etapa contém
uma explicação do que deve ser escrito:
1. Apresentação – Descreva o projeto, o que é, com quem, quando e onde será realizado.
2. Justificativa – Por que vocês pensaram no projeto escolhido? Qual a importância de se realizar
esse projeto na escola?
3. Objetivos – Quais ações serão feitas no projeto? (Exemplos: realizar uma feira de livros; arrecadar
fundos; reverter ingressos em doações etc.)
4. Público-alvo – Para quem será oferecido o projeto? Alunos, professores, funcionários, pais, em
uma instituição carente? Quantas pessoas, aproximadamente, irão participar?
5. Resultados previstos – Quais os benefícios que o evento trará para quem participar?
6. Estratégias de ação – Quais são as etapas para realizar o projeto e quem fará o quê?
7. Cronograma – Quando serão realizadas as etapas? E o evento?
8. Orçamento – Quanto custará o projeto e quem financiará? Quais os materiais necessários e o
valor de cada um?
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9. Contrapartida – A escola precisará fazer alguma coisa para que o evento seja realizado? O quê?
10. Após terminarem de escrever o projeto, apresentem para a turma e façam um debate levantando
os ponto positivos e negativos em relação ao processo de elaboração do projeto.

LÍNGUA PORTUGUESA 53

Dica para ampliar o trabalho


Na seção de Produção de texto, os alunos serão levados a produzir um projeto cul-
tural. Auxilie-os na compreensão das etapas e na escolha de propostas relevantes para a
comunidade escolar. Caso as propostas estejam de acordo, converse com a direção para
que o projeto possa ser realizado. Essa atividade contempla a habilidade EF89LP22,
uma vez que instiga o aluno a compreender e comparar diferentes posicionamentos
que envolvem uma apresentação de propostas. Por meio do debate, de acordo com a
BNCC, os alunos poderão avaliar “a validade e força dos argumentos e as consequências
do que está sendo proposto e, quando for o caso, formular e negociar propostas de
diferentes naturezas relativas a interesses coletivos envolvendo a escola”.
Encaminhamento metodológico
Disponibilizamos uma grade de correção para a elaboração dessa produção que
pode ser partilhada com os alunos quanto aos aspectos composicionais do texto e
possível reescrita.

LÍNGUA PORTUGUESA 53

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O show deve continuar – Relacionando conceitos
Encaminhamento
metodológico EDITAL
A proposta da seção
Relacionando conceitos é validar
Seções apresenta
e verificar a aprendizagem do
aluno. O mapa conceitual tem em
normas
como objetivo principal sinteti- Itens

zar o conhecimento adquirido. ORAÇÃO


Assim, deixamos espaços para Subitens ocorrem em

apre
que o aluno os preencha, pois en
verbo

s
ta
é importante que ele contribua
para a construção da síntese de uma oração
conteúdos. Essa prática pode simples
ajudá-lo a organizar os assun- FRASE PERÍODO
Cheguei!

tos e os temas relacionados de


aco mais de uma oração
aos conceitos trabalhados no rdo
com composto
capítulo. Cheguei cedo, mas não a vi.

Sugerimos que todo o


om

Construção
c
do

potencial dessa seção seja


r
de aco

classifica-se em
explorado com enfoque na nominal – sem verbo Bom dia!
aprendizagem do aluno e na au-
tocrítica do professor, uma vez
verbal – com verbo Gosto de você.
que ela pode dar insumos para
o processo de ensino e aprendi-
zagem, oferecendo dados para
uma avaliação e validação dos Entonação afirmativa Clara chegou.
objetivos propostos.
Declarativa

negativa Francisco não jantou.


classifica-se em

Interrogativa Que horas são?

Exclamativa Você veio!

Imperativa Venha logo!

54 LÍNGUA PORTUGUESA

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• Gênero
• Fotorreportagem (Campo
jornalístico-midiático) Encaminhamento
• Texto não verbal
• Estudo linguístico metodológico
• Período composto por
coordenação Neste capítulo, serão tra-
• Orações assindéticas balhados os textos verbais e não
• Orações sindéticas
verbais, suas formas de assimila-
• Produção textual
• Fotorreportagem ção e significação. Andy Warhol,
artista da pop art, será um dos
ícones analisados. Também
serão estudadas a identificação
e classificação dos períodos
compostos por coordenação.
Com base nas fotorreportagens
apresentadas no capítulo, será
solicitado ao aluno que elabore
este gênero.
Na abertura do capítulo,
são mostradas várias imagens e
pergunta-se se a compreensão
delas é possível, se valem, de
fato, “mais que mil palavras”.
Faça, com os alunos, a leitura
Escola Digital de imagem de cada uma das
figuras (o que significam e se
revelam alguma crítica).

idade

3
un

Um do ?
a imagem diz tu

k
erstoc
e/Shutt
Apostroph

1. A imagem na comunicação
Será que “uma imagem vale mais que mil palavras”, como diz o ditado?
Quanto somos capazes de compreendê-la? Até que ponto ela nos toca?

55

Objetivos do capítulo
• Discutir a importância das imagens para a comunicação humana.
• Conhecer contextos em que são utilizadas imagens para transmitir ideias.
• Analisar as diferentes formas de assimilação das imagens e das palavras.
• Conhecer a pop art e um de seus expoentes: Andy Warhol.
• Identificar e classificar período composto por coordenação.
• Produzir uma fotorreportagem.

Realidade aumentada
• Período simples e composto
• Orações coordenadas sindéticas

LÍNGUA PORTUGUESA 55

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Mais que mil palavras
Encaminhamento Estamos acostumados a ler reportagens que eventualmente trazem uma imagem para com-
metodológico plementar ou ilustrar um assunto. Mas e se as fotografias dissessem tanto quanto os textos? Veja,
a seguir, trechos de uma fotorreportagem, publicada pelo jornal online El País.
O trabalho com a fo-
torreportagem apresentada
neste capítulo aborda a habi- Fotorreportagem: a história por trás de
lidade EF69LP16, do Campo frases que mudaram o mundo
jornalístico-midiático eixo da São declarações de personalidades da política, cultura, ciência e esporte. Depois delas,
Análise linguística e semiótica, nada voltou a ser igual
ao analisar e utilizar as formas MIGUEL ÁNGEL BARGUEÑO
de composição dos gêneros jor- 4 DEZ 2017 - 13:13 BRST
nalísticos da ordem do relatar. [...]

Musée de l'Air et de l'Espace


4. “Na vida não há nada a temer, apenas compreender. É hora de compreender mais e temer
menos”. (Marie Curie)
Marie Curie (Polônia, 1867- França, 1934) foi uma feminista de fazer, não de falar. Numa
época em que ser cientista transformava a mulher numa avis rara, ela foi a primeira pessoa a
obter dois prêmios Nobel (em 1903 e 1911), por diferentes especialidades (Física e Química), e
a primeira mulher catedrática da Sorbonne (Universidade de Paris). A frase aqui citada se refere
à curiosidade inerente à ciência, mas pode ser extrapolada a qualquer outro terreno: o medo

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do desconhecido, freio de tantas coisas, desaparece frente ao severo escrutínio da razão e do
entendimento. Na imagem, Marie Curie em 1911.
Getty

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TIME
5. “Eu tenho um sonho”. (Martin Luther King)
O discurso proferido por Martin Luther King em 28 de agosto de 1963 no Memorial de Lincoln,
em Washington, foi um dos acontecimentos cruciais do movimento pelos direitos civis que surgira
nos Estados Unidos no final da década anterior. Marcou pelo simbolismo do cenário (aos pés da
estátua de Abraham Lincoln, o presidente que 100 anos antes assinara a abolição da escravidão)
e pelo caráter poético de breve discurso de 17 minutos, que culminou com o famoso mantra “Eu
tenho um sonho”, repetido exatamente nove vezes. Jogando com a ideia do sonho americano,
King disse que o seu era o de um país sem diferenças raciais. O ativista foi assassinado enquanto
proferia outro discurso, em 1968. Na foto, Martin Luther King acena para a multidão durante a
marcha pelo trabalho e pela liberdade, no Memorial de Lincoln em Washington, em 1963.
Getty

EM TEMPO

Repare nas marcas de supressão e na numeração da fotorreportagem que consta no jornal online El País. A
legenda abaixo da fotografia mostra uma numeração antes das frases ditas pelas figuras históricas:
4. “Na vida não há nada a temer, apenas compreender. É hora de compreender mais e temer menos”.
(Marie Curie);
5. “Eu tenho um sonho”. (Martin Luther King);
6. “Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade”. (Neil Armstrong).
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A marca de supressão, [...], sinaliza que ficaram ausentes 23 fotografias, frases e textos do jornal.
Sendo assim, vale a pena dar uma olhada em toda a fotorreportagem para conhecê-la, pois há muitas outras
frases importantíssimas que fazem parte de nossa história. Constate, a seguir, a última declaração já citada
pelo astronauta estadunidense.

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LÍNGUA PORTUGUESA 57

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The Atlantic
6. “Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade”. (Neil Armstrong)
Como tripulante da nave ‘Apollo 11’, Neil Armstrong teve a honra, em julho de 1969, de
ser o primeiro ser humano a colocar os pés na Lua. Foi o apogeu da aventura espacial e um
marco para toda uma geração: um bilhão de espectadores acompanharam a alunissagem ao
vivo pela televisão. O pouso teve impacto em todos os âmbitos, incluindo o da cultura (mas
não em ‘Space Oddity’, de David Bowie, que chegou às lojas oportunamente cinco dias antes
do lançamento): os anos setenta se esbaldaram com canções e filmes sobre o espaço e a Lua.
Na imagem, uma família de Paris assiste pela televisão ao momento em que Armstrong pisava
na Lua, em 21 de julho de 1969.
Getty

ÁNGEL BARGUEÑO, Miguel. Fotorreportagem: a história por trás de frases que mudaram o mundo. El País. Disponível
em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/27/fotorrelato/1511796890_170108.html. Acesso em: 4 ago. 2019.

GÊNERO TEXTUAL

A fotorreportagem é uma matéria jornalística na qual a informação é centrada nas imagens


e no texto. Ela pode narrar ou relatar fatos ou histórias, fazendo uso de fotografias. Podemos
considerar que o jornalista poderia ser um tipo de narrador que conta uma história cotidiana,
articulando texto e imagem em diversas fotografias. As imagens podem ter sido tiradas por
diferentes fotógrafos, mas a fotorreportagem apresenta uma unidade textual, como a temática

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apresentada no texto que abre este capítulo, ao citar frases célebres de pessoas famosas.

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T
C TEXTO E CONTEXTO
um conhecimento prévio
1. A sequência de fotografias e textos abordam que assunto?
para descrevê-las, bem
como entender o tema da
fotorreportagem que cita
as frases impactantes que
pessoas famosas disseram,
2. Quem assina a fotorreportagem? Ou seja, quem escreve os textos que se associam às fotografias? por isso os textos se
complementam às imagens.
5. As legendas apresentam
3. Quem assina as fotografias? as frases que mudaram o
mundo, anunciadas no início
da fotorreportagem. Elas dão
coerência e fundamentação ao
que está sendo proposto pelo
4. As fotografias revelam o que está sendo dito nos textos ou precisam deles para serem enten- texto.
didas? Justifique sua resposta.
6. Várias respostas podem ser
aceitas, mas uma sugestão
é dizer que os meios digitais
comportam vários formatos
de imagens de maneira
rápida e objetiva, além de
as imagens estimularem
as emoções e mexerem
com nossos sentimentos,
independentemente de um
5. Há a presença de uma legenda embaixo de cada fotografia, o que é impactante para a fotor- idioma.
reportagem. Justifique por que ela é importante.
Encaminhamento
metodológico
A seção Texto e contex-
to contempla a habilidade
6. Atualmente as fotorreportagens são muito utilizadas. Por que isso ocorre? Qual sua opinião a
EF69LP03 ao identificar em
respeito?
fotorreportagens o fato ou a
temática retratada, bem como a
perspectiva de abordagem.
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LÍNGUA PORTUGUESA 59

Resposta
1. Discorrem sobre frases de impacto faladas por celebridades que sensibilizaram o
mundo e marcaram a história.
2. É assinado pelo jornalista Miguel Ángel Bargueño.
3. As fotografias são da Getty Images, um banco de imagens dos Estados Unidos da
América que fornece imagens à mídia e à publicidade.
4. Não é possível saber, com base na primeira fotografia, que Marie Curie foi uma
grande cientista, a não ser que já a conhecêssemos. Por mais que a fotografia
de Martin Luther King revele um homem político à frente de muitas pessoas,
ou um líder de grandes massas, também não saberíamos quem é se não o
conhecêssemos. O mesmo ocorre em relação à terceira fotografia, ao apresentar
uma família assistindo ao homem chegar à lua. Em todas as fotografias é preciso

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CONEXÃO

Para ser lembrado


As imagens são mais fáceis de serem assimiladas e lembradas. Entretanto, nem todas
permanecem por anos sendo recordadas pelas pessoas.
No texto a seguir, conheça a história interessante de um quadro que ficou famoso porque
representou algo que não era novidade para ninguém.

Imagem é tudo
O americano Andy Warhol soube explorar essa máxima melhor do que qualquer outro artista.
Uma retrospectiva ilustra por que sua influência é onipresente – e também nefasta.
Marcelo Marthe

Durante um bate-papo com uma decoradora de interiores no começo dos anos 60, o artista plás-
tico americano Andy Warhol (1928-1987) pediu um conselho: que tipo de obra ele deveria produzir
para se tornar famoso rapidamente? Com sua visão pragmática de decoradora, ela tascou: “Por que
você não pega um produto que todo mundo conhece, como uma lata de sopa, e faz um quadro so-
bre ele?”. Assim surgiu uma das criações mais célebres de Warhol – a série de telas que reproduzem
as embalagens da sopa Campbell’s. O episódio capta a essência de Warhol: mais do que qualquer
outro artista de seu tempo, ele entendeu que imagem é tudo na vida moderna. Foi um craque em
manipulá-la – como tema de seu trabalho ou como instrumento de autopromoção. Com seus retra-
tos em série de celebridades como Marilyn Monroe, Liz Taylor e Jackie Kennedy (além das já citadas
latinhas), Warhol se impôs como um dos nomes mais influentes da arte na segunda metade do século
XX. Mas isso não o isenta da culpa por algo terrível: foi Warhol também quem abriu a porteira para
que boa parte da produção contemporânea se diluísse na banalidade e na autocomplacência. [...]
O pop – movimento que extraía seus temas
da cultura de massa americana – já começara a
se delinear quando Warhol trocou a publicidade
pela arte, no fim dos anos 50. [...] Para se ter uma
dimensão do impacto que ele causou nos anos
60, é preciso cotejá-lo com a tendência que até
então pontificava na arte americana, o expres-
sionismo abstrato. Warhol e os artistas dessa
vertente (como Jackson Pollock) eram, em tudo,
opostos. Enquanto os expressionistas viam suas
telas como uma manifestação da subjetividade,
o pop valorizava o aspecto superficial do mundo.
“Se você quiser saber quem é Andy Warhol, olhe
apenas para meu rosto, ou para a superfície de
minhas obras”, dizia ele. Essa mudança de enfoque
passava ainda pela transformação em tema artís-
tico de itens que até então pertenciam apenas à
esfera da vida cotidiana. “Ele se tornou um artista
Uma das imagens da série de Warhol sobre a atriz Marilyn
Monroe: um artista que falou do aprisionamento dos famosos para pessoas que não entendiam nada de arte.

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em seus personagens. Vendia-lhes uma ilusão de como a vida deveria
WARHOL, Andy. Marilyn Diptych. 1962. The Andy ser”, afirma o crítico americano Arthur C. Danto em
Warhol Foundation for Visual Arts, Inc/AUTVIS
um livro recém-lançado sobre o artista.

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Warhol levou tais premissas um passo além de outros pioneiros do pop, como Roy
Lichtenstein – e essa é, sem dúvida, uma das razões pelas quais se sobrepôs a todos eles. Seu arte uma produção em massa,
achado consistiu em expor como, na sociedade atual, pessoas, eventos e produtos dependem correspondendo ao mercado
da projeção contínua de sua imagem nos meios de comunicação para “existir” aos olhos do
e consumo vivido pela maioria
público – um fenômeno que se aprofundaria na era do YouTube. Tomem-se os retratos de Marilyn
presentes na mostra. Warhol fez a série sobre a atriz logo após a morte dela. Enfileirou reprodu-
das pessoas. O objeto artísti-
ções de uma mesma foto que a mostra como a loira sensual dos filmes, aplicando-lhe cores que co para Benjamim perde em
vão do rosa-choque aos tons sombrios. A Marilyn real poderia ter muitos matizes – mas estava “unicidade”, “singularidade” e
aprisionada numa imagem só. “autenticidade”. Sendo assim,
O mundo das celebridades não era objeto apenas das telas ou das reflexões de Warhol. Ele produtos do dia a dia consumi-
fez de sua própria vida uma obra nesse sentido. Se o modernista espanhol Pablo Picasso foi um dos em larga escala, bem como
pintor famoso, Warhol foi o primeiro pop star das artes na acepção moderna. [...] Numa mostra os ideais consumistas aspirados
nos anos 60, as obras tiveram de ser retiradas, como precaução contra a turba que se aglomerou pela sociedade da época iriam
na entrada. Mas, abertas as portas, descobriu-se que o público não ao encontro da arte de Warhol.
estava nem aí para as telas: assim como ocorria com os Beatles,
Dessa forma, poderíamos justifi-
tudo o que a multidão queria era acenar para o próprio Warhol.
car a frase do crítico americano
Em 1968, uma feminista maluca chamada Valerie Solanas
– que defendia nada menos do que o extermínio dos homens –
Arthur C. Danto, quanto ao
invadiu a Factory e deu dois tiros em Warhol. O artista chegou a fato de as pessoas gostarem
ser dado clinicamente como morto e só sobreviveu graças a uma de Warhol. Isso poderia se dar
ressuscitação artificial. O atentado foi um divisor de águas entre porque, como já mencionado,
o Warhol inovador e o Warhol que estabeleceria um padrão de satisfazia os sonhos de consu-
conduta narcisista hoje disseminado pela arte contemporânea mo, inerentes a uma sociedade
(e do qual o inglês Damien Hirst, com seus cadáveres de bichos massificadora e capitalista.
em formol, é o mais aplicado discípulo). Transmutado numa
paródia de si mesmo, Warhol consumiria o resto de seus dias Entretanto, esse posi-
imitando suas criações. Entre os poucos rasgos de criatividade cionamento pode e deve ser
dessa etapa posterior está o retrato feito em apoio ao democrata discutido em sala, mediante a
George McGovern na campanha presidencial americana de 1972. mediação do professor.
Ao aplicar manchas de lilás e verde ao rosto de seu adversário, o A lata da Campbell’s: obra foi dica de
uma decoradora. Este trabalho vai ao en-
republicano Richard Nixon, Warhol lhe conferiu o aspecto de um
extraterrestre. Salva-se, ainda, a série de 2 000 imagens de Mao
WARHOL, Andy. Campbell’s Soup.
1968. The Andy Warhol Foundation
contro da EF69LP14 ao formular
Tsé-tung, o ditador carrancudo da China comunista, com batom for Visual Arts, Inc/AUTVIS. perguntas e decompor, com a
e lápis nos olhos [...]. ajuda dos colegas e dos profes-
sores, tema/questão polêmica,
MARTHE, Marcelo. Imagem é tudo. Veja. Disponível em: www.veja.abril.com.
br/170310/imagem-tudo-p-120.shtml. Acesso em: 18 set. 2018.
explicações e/ou argumentos
relativos ao objeto de discussão
EM TEMPO para análise mais minuciosa
e buscar em fontes diversas
Onipresente: é quando se encontra em toda parte, em tempo real.
Nefasto: é algo que faz mal, nocivo, maléfico. informações ou dados que
Turba: é uma multidão aglomerada, geralmente revoltada, reivindicando justiça. permitam analisar partes da
questão e compartilhá-las com a
• Na sua opinião, por que o artista retratou essas personalidades e a lata da Campbell´s? turma. Bem como as habilidades
• Qual imagem atrai mais sua atenção e por quê? EF69LP11, EF69LP13 e EF89LP27
EF21_9_POR_L1_U3_01

EF21_9_POR_L1_U3_01

• O que você acha que o crítico americano Arthur C. Danto quis dizer quando definiu
ao serem feitas considerações
Warhol como “um artista para pessoas que não entendiam nada de arte. Vendia-lhes e ao serem formuladas pro-
uma ilusão de como a vida deveria ser”? blematizações pertinentes,
em momentos oportunos, em
LÍNGUA PORTUGUESA 61 situações de aulas, apresentação
oral, seminário etc.

Encaminhamento metodológico
Mesmo que as questões respondidas pelo aluno, na seção Conexão, sejam de
cunho pessoal, é pertinente que o professor articule algumas reflexões com ele:
Andy Warhol, na década de 60, apropriou-se das ideias publicitárias em suas
criações, valendo-se de tonalidades fortes e tintas acrílicas. “Neste mesmo período
ele renova o movimento conhecido como pop art, ao gerar mecanicamente inúmeras
cópias de seus trabalhos, através de uma técnica denominada serigrafia - processo de
reprodução de imagens sobre papel, madeira, vidro, entre outros materiais, o qual uti-
liza uma moldura com tela de seda ou nylon formado por malhas; a tinta passa através
das malhas permeáveis, que correspondem à imagem a ser impressa, permanecendo as
restantes impermeáveis à tinta.”
• www.infoescola.com/biografias/andy-warhol/.
Com base nessa afirmação, podemos conceber a “reprodutibilidade técnica”,
termo cunhado pelo crítico cultural, filósofo e sociólogo Walter Benjamin, que via na

LÍNGUA PORTUGUESA 61

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ESTUDO LINGUÍSTICO

Orientação para RA Oração e período


Após a explanação a Quando lemos um texto, percebemos que ele se organiza em períodos. Você se lembra de que
respeito dos períodos simples e a quantidade de orações de um período depende do número de verbos que nele se encontra? Ou
compostos, mostre aos alunos a seja, cada oração é composta por um verbo principal e é a quantidade de verbos que determina o
Realidade aumentada homôni- número de orações em um período. Relembre:
ma, Período simples e composto,
solicitando que respondam Período simples
às questões para testar se os O período simples é formado por apenas uma oração, denominada absoluta.
conteúdos estudados foram
“Warhol fez a série sobre a atriz logo após a morte dela.”
assimilados.
Resposta Período composto
Assindéticas: O período composto é formado por mais de uma oração, portanto com dois ou mais verbos.
As orações assindéticas
não possuem conjunções ligan- Enquanto os expressionistas viam suas telas como uma manifestação da subjeti-
vidade, o pop valorizava o aspecto superficial do mundo.
do-as entre si.
Você já deve ter percebido que os períodos compostos são muito mais utilizados para a cons-
trução de textos do que os simples por facilitarem o encadeamento de ideias.
As orações coordenadas são assim chamadas porque são independentes umas em relação às
outras dentro de um período, embora se liguem pelo sentido que expressam.
As orações subordinadas, como o nome já diz, são aquelas que se subordinam à oração prin-
cipal do período, ou seja, exercem função sintática em relação à outra.

Orações coordenadas
Elas se formam quando o período é composto por orações sintaticamente independentes
entre si, mas que estão ligadas dentro do período por vírgula ou por conjunções coordenativas.
As orações coordenadas podem ser:

Assindéticas
As orações coordenadas são assindéticas quando não vêm introduzidas por conjunção. Observe.

Conteve-se, foi até a varanda, tornou a chorar.

Você consegue perceber por que o período anterior é uma oração coordenada assindé-
tica? Explique sua resposta.

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Sindéticas
As orações coordenadas são sindéticas quando vêm introduzidas por conjunção. aos alunos que escolham o
refrão de alguma canção. Nesse
A tela “Sopão” foi pintada em 1968, mas é famosa até hoje. refrão, deve haver algumas
orações com as conjunções
coordenativas estudadas. Com
Observe com atenção as duas frases e converse sobre a diferença entre elas com os colegas. base nelas, peça a eles que
subvertam o sentido dessa con-
O artista chegou a ser dado clinicamente como morto e só sobreviveu
graças a uma ressuscitação artificial.
junção, mudando totalmente o
sentido do refrão.
O artista chegou a ser dado clinicamente como morto, só sobreviveu
graças a uma ressuscitação artificial.

Agora, explique a diferença entre as orações que as compõem quanto à classificação em


assindética e sindética.

As orações sindéticas são classificadas de acordo com a relação que se estabelece entre as
orações com base na conjunção que contêm.
Coordenada sindética aditiva
Expressa uma ideia de adição, de soma, e pode ser formada pelas seguintes conjunções: e,
nem, mas também, não só etc.

Vamos apreciar as obras e comemorar depois.

Coordenada sindética adversativa


Expressa uma ideia de contraste e compensação, pode ser formada pelas seguintes conjunções:
contudo, todavia, mas, porém, entretanto, senão etc.

Vamos apreciar as obras, mas não vamos comemorar depois.

Houve uma alteração de sentido na frase com a troca das conjunções (de aditiva para
adversativa). Explique o porquê.
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Resposta
Sindéticas:
Na primeira frase, as orações se ligam pela conjunção e, na segunda, ligam-se por
vírgula. Portanto, na primeira frase, a oração coordenada é sindética e, na segunda, é
assindética.
Coordenada sindética adversativa:
Na segunda frase, a segunda oração, com a presença da palavra não, passou a
representar uma ideia que se opõe à da primeira oração (se apreciamos, era natural que
comemorássemos, mas não faremos, contrariando a ideia anterior).
Orientação para RA
Após a explanação sobre as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, traba-
lhe com os alunos a Realidade aumentada Orações coordenadas sindéticas, que mostra
um vídeo para fazer uma revisão do conteúdo. Após assistir ao vídeo, o professor sugira

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Coordenada sindética conclusiva
Resposta Expressa uma ideia de fechamento de algo, definição, conclusão, e pode ser formada pelas
conjunções: logo, pois, portanto, por conseguinte etc.
Comparação entre coor-
Eu já me comprometi a ir à festa, portanto não irei ao cinema.
denada sindética conclusiva e
explicativa:
Espera-se que o aluno Coordenada sindética explicativa
compreenda que as conjunções Remete a uma ideia exposta na oração anterior, justificando-a, e pode ser composta pelas
interferem nos sentidos, mudan- seguintes conjunções: pois, porque, porquanto, que etc.
do as relações entre as orações
Eu vou à festa, pois quero reencontrar uns amigos que estarão lá.
dos períodos, fazendo com que
a primeira oração seja conclusi-
va e a segunda, explicativa. Comente a interferência das conjunções no sentido das orações.
Sindética alternativa:
Sugestão: Para que lado
irei? Ora dizem à esquerda, ora
para a direita...

Coordenada sindética alternativa


Expressa uma ideia de exclusão, de alternância, e pode ser formada pelas seguintes conjunções:
ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer etc.

Você vai à festa ou ao cinema?

Vamos fixar! Com base na imagem a seguir, crie uma oração coordenada sindética
alternativa.

Naypong/Shutterstock

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ATIVIDADES
2.
1. A frase a seguir é uma oração coordenada f ) Eu me questiono, porém tenho medo
assindética. Transforme-a em três tipos de da resposta. a) Aditiva.
oração coordenada sindética diferentes.
b) Explicativa.
“Enquanto os expressionistas viam suas
g) Lenine não só canta, como também
telas como uma manifestação da subjeti- c) Alternativa.
vidade, o pop valorizava o aspecto super- compõe.
ficial do mundo”. d) Alternativa.
h) Ele gosta de estudar, mas não quer ir e) Conclusiva.
à escola. f) Adversativa.
g) Aditiva.
3. Transforme as orações coordenadas de
acordo com o que se pede.
h) Adversativa.
a) Sindética explicativa. 3.
“As imagens têm papel especial no estí- a) As imagens têm papel
mulo de nossas emoções, elas atraem o
olhar e despertam os sentidos”. especial no estímulo de
nossas emoções, pois elas
atraem o olhar e despertam os
sentidos.
b) Se você quiser saber quem
é Andy Warhol, olhe apenas
para meu rosto e para a
2. Classifique as orações coordenadas em
destaque. superfície de minhas obras,
a) Fez sua última exposição e parou de dizia ele.
b) Sindética aditiva.
pintar.
“Se você quiser saber quem é Andy
Warhol, olhe apenas para meu rosto,
b) Venha logo, pois estou lhe esperando. ou para a superfície de minhas obras”,
dizia ele.

c) Ora você quer com açúcar, ora você


quer sem.

d) A arte imita a vida, ou a vida imita a


arte?

e) Já brigamos demais por isso, portanto


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não quero mais falar.

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Encaminhamento metodológico
As questões da seção Atividades contemplam a habilidade EF09LP08 ao fazer com
que os alunos identifiquem as relações existentes entre orações principais e conjunções
coordenativas e subordinativas.
Resposta
1. Os expressionistas viam suas telas como uma manifestação da subjetividade e o
pop valorizava o aspecto superficial do mundo.
Os expressionistas viam suas telas como uma manifestação da subjetividade, mas
o pop valorizava o aspecto superficial do mundo.
Os expressionistas viam suas telas como uma manifestação da subjetividade, pois
o pop valorizava o aspecto superficial do mundo.

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DE OLHO NA PROVA

Resposta 1. (Insper-2013)

1. E A imagem, do aclamado fotógrafo brasileiro


Sebastião Salgado, mostra que as fotografias, da
2. D mesma forma que os textos, podem ser lidas e
interpretadas. A opção de colocar, no primeiro
plano, figuras humanas, provoca no espectador
uma atitude de
a) questionamento sobre a hostilidade da
natureza.
b) admiração pela beleza do cenário.
c) surpresa pelo jogo de luz e sombra.
Disponível em: www.semioticas1.blogspot.com.br/2012/07/
d) mobilização para combater as injustiças genesis-por-sebastiao-salgado.html. Acesso em: 1º ago. 2019.
sociais.
e) reflexão sobre desamparo e fragilidade.
2. (Colégio Militar de Curitiba-2013) Leia a tira a seguir.

Imagem de HQ disponível em: www.blogdogalhardo.zip.net/images/batente128.png


Acesso em: 1º ago. 2019.

Galhardo, em sua tira:


a) valoriza a limitada quantidade de informações que cada um dos equipamentos citados
pode armazenar.
b) mostra que o pen-drive é um equipamento ultrapassado.
c) incentiva o uso, pelas crianças, de equipamentos eletrônicos ultrapassados.
d) apresenta uma crítica sobre a dependência das pessoas aos equipamentos eletrônicos.

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e) comprova que o cérebro humano é capaz de armazenar um número de informações
superior ao da máquina.

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PRODUÇÃO DE TEXTO
Como vimos ao longo do capítulo, a imagem é muito valiosa na hora de veicular uma ideia.
A proposta, agora, é de produzir uma fotorreportagem. Você poderá fazê-la sozinho ou em
dupla. Lembre-se de que a fotorreportagem é considerada um gênero do jornalismo que articula
texto e imagem.
ER
AZ

F
COMO
Assim, para fazer sua fotorreportagem, tome nota:
1. Selecione um tema que ache significativo. O tema da fotorreportagem do início
do capítulo foi de frases que impactaram a história. Com base nisso, poderá escolher algo sig-
nificativo no seu entorno, que não precisa ser de alguém ou algo célebre ou famoso. Pode ser:
• uma denúncia de algo que está errado em sua cidade;
• a cobertura de um evento, do trânsito, da moda;
• os comportamentos das “tribos” de adolescentes;
• o registro da rotina de alguém (idosos da família, relato dos feriados mais divertidos, viagens,
dia das mães...).
2. Enfim, escolha um tema e fotografe-o, contando fatos sobre ele.
3. Lembre-se de que uma fotorreportagem permite uma leitura diferente da fotografia única,
apesar de esses dois modos possuírem unidade narrativa. Portanto, relacione uma fotografia
à outra, bem como os textos que a configuram.
4. Tenha em mente para quem escreve, pois, ao partilhar sua fotorreportagem, existe uma aliança
entre quem lê e quem escreve na ressonância de memórias, temas e conhecimentos.
5. Use uma linguagem clara, adequada. Se sua fotorreportagem, por exemplo, estiver direcionada
a um público mais velho, é pertinente que use uma temática significativa a essa faixa etária,
bem como faça uma adequação da linguagem e do vocabulário.
6. Tire as fotografias relacionadas ao tema, mas não exagere quanto ao número de fotos selecio-
nadas. Tenha em média 6 fotos em sua fotorreportagem.
7. Depois de prontas as fotorreportagens, façam uma mostra em sala de aula. Podem imprimi-las
e fixá-las em mural, ou partilhá-las nas redes sociais, ou ainda apresentá-las em slides na sala
de aula.

Kokliang/Shutterstock
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LÍNGUA PORTUGUESA 67

Encaminhamento metodológico
Disponibilizamos uma grade de correção para a elaboração dessa produção que
pode ser partilhada com os alunos quanto aos aspectos composicionais do texto e
possível reescrita.
Acesse no QR Code: Fotorreportagem.

LÍNGUA PORTUGUESA 67

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A imagem na comunicação – Relacionando conceitos
Encaminhamento
metodológico Imagem
na arte de
A proposta da seção apresentada

Relacionando conceitos é validar usa


e verificar a aprendizagem do fotografia e narrativa FOTORREPORTAGEM Andy Warhol
aluno. O mapa conceitual tem sobre
de forma
como objetivo principal sinteti- responsável pela
rápida
zar o conhecimento adquirido.
frases
Assim, deixamos espaços para objetiva impactantes
apresenta

que o aluno os preencha, pois na história


é importante que ele contribua direta sobre
para a construção da síntese de
conteúdos. Essa prática pode nas décadas de 1950
e 1960, na Inglaterra
ajudá-lo a organizar os assun- cultura de Extrai
olveu-se
e nos Estados Unidos
POP ART desenv da América
tos e os temas relacionados massa temas da

aos conceitos trabalhados no


capítulo. assindéticas ORAÇÕES
sindéticas
COORDENADAS
Sugerimos que todo o
não são são
potencial dessa seção seja classificam-se

explorado com enfoque na introduzidas por conjunção introduzidas por conjunção

aprendizagem do aluno e na au-


tocrítica do professor, uma vez “Conteve-se, foi até a varanda, tonou a chorar.” A tela “Sopão” foi pintada em
1968, mas é famosa até hoje.
que ela pode dar insumos para
de acordo com a conjunção
o processo de ensino e aprendi-
zagem, oferecendo dados para
uma avaliação e validação dos
sindética sindética sindética sindética sindética
objetivos propostos. aditiva adversativa conclusiva explicativa alternativa

Contraste, Explicação e
Adição, soma Definição, conclusão Exclusão, alternância
compensação justificativa

contudo, todavia,
e, mas, também, logo, pois, pois, porque, ou, ou..., ora...ora, já...
mas, porém,
não só etc. entretanto, por porquanto, que etc. já, quer...quer etc.
entretanto,
conseguinte etc.
senão etc.

Chegou tarde,
Vamos jantar Trabalha muito, Já jantei, logo, não porque dormiu Ou você vai à festa,
e dormir. mas ganha pouco. irei ao restaurante. demais. ou ao cinema.

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68 LÍNGUA PORTUGUESA

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LÍNGUA PORTUGUESA XXIX

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TERRA, Ernani. Minigramática. 8. ed. São Paulo: Scipione, 1997.
Top 10 commercial jingles. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=SBzR--CrgAM. Acesso em: 10 ago. 2019.
Varre varre vassourinha! Disponível em: www.youtube.com/watch?v=m0QfM_IJsBw. Acesso em: 10 ago. 2017.

XXX LÍNGUA PORTUGUESA

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