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ENSINO MÉDIO

Livro do PROFESSOR | FÍSICA | L1

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© 2023 – SAE DIGITAL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização
por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


SAE DIGITAL
B238l Barboza, Anni Provietti Costa.

Livro didático: Física volume 1 / Anni Provietti Costa


Barboza ... [et. al]. ilustrado Cinthia Satoko Fujii de Siqueira, Deny
Mayer Machado, Scarllet Gabardo Anderson, Wagner de Oliveira
Ramari. - Curitiba: SAE DIGITAL, 2023.

148 p.; il. color. 1 v. (Série 1º ano)

ISBN: 978-85-535-1925-5 (livro do professor)

1. Livro didático. 2. Física. 3. Ensino Médio. 3. Barboza,


Anni Provietti Costa. I. Título.

CDD 530.07

Gerência de conteúdo educacional Rita Egashira Vanzela


Gerência editorial Tassiane Aparecida Sauerbier
Coordenação editorial Juliana Wojciechowski
Edição Lucas Carvalho Moreira, Tássila Zerbini Monteiro Pereira
Coordenação de Revisão Fabiana Teixeira Lima
Revisão Brunno Freire, Igor Spisila, Juliana Basichetti Martins, Ludmilla Borinelli, Marcela Batista Martinhão,
Priscila Sousa, Thainara Gabardo
Cotejo Anna Karolina de Souza, Rafaella Ravedutti
Qualidade Mariana Chaves, Raul Jungles
Projeto gráfico Gustavo Ribeiro Vieira, Thiago Figueiredo Venâncio, Wagner de Oliveira Ramari
Arte da capa Cinthia Satoko Fujii de Siqueira, Deny Mayer Machado, Scarllet Gabardo Anderson, Wagner de Oliveira
Ramari
Iconografia Ana Paula de Jesus Gonçalves Cruz, Paulo Gustavo Costa
Ilustrações Cinthia Satoko Fujii de Siqueira, Deny Mayer Machado, Scarllet Gabardo Anderson, Wagner de Oliveira
Ramari
Supervisão de Produção Visual Marina Prado Pereira de Mello
Diagramação André Lima, Bruna Aparecida de Andrade, Fernanda Wolf, Flávia Sousa Gonçalves, Gustavo Ribeiro
Vieira, Luana Santos, Luciana Nesello Künzel, Luisa Piechnik Souza, Raphaela Candido, Silvia Santos,
Thiago Figueiredo Venâncio
Coordenação de processos Janaina Alves
Processos Luana Rosa de Souza, Vitor Ribeiro
Colaboração externa Caio Paes Ramalho (Preparação de Texto), Diego Vinicius Kloss (Diagramação), Eduardo Rengel
(Edição), Haleccia Victoria de Siqueira (Edição), Mariana Al Zaher (Análise de Conteúdo), Miopia (Arte
- Finalistas), Rodrigo Morante Blanco (Análise de Conteúdo), Thaís Andrade Daou Alves (Preparação
de Texto), Walter Zonaro Junior (Análise de Conteúdo)
Autoria Anni Provietti Costa Barboza, Daneele Saracol Tusnski, Daniel Ferreira Cesar, Letícia Beraldi Mancia,
Matheus Lincoln Borges dos Santos (Conexões & Contextos), Paulo Roberto Fiatte Carvalho

Todos os direitos reservados.

SAE DIGITAL S/A.


PI_EM23_1_FIS

R. João Domachoski, 5. CEP: 81200-150


Mossunguê – Curitiba – PR
0800 725 9797 | Site: sae.digital

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Pensando a educação
para o futuro
O futuro é agora!
Pensar a educação em uma época de grandes transfor-
mações históricas como a que vivemos, quando as principais
instituições que sempre sustentaram a nossa sociedade se
veem em constante renovação, não é tarefa das mais fáceis. No
entanto, é imperioso fazê-lo, principalmente quando se tem o
propósito de oferecer educação de qualidade, que promova a
concretização de projetos de vida e a transformação da realida-
de com vistas à promoção de uma sociedade mais justa, inclusi-
va, democrática e sustentável.
As mudanças vividas nas últimas décadas foram tantas e
tão intensas que não seria despropositado sugerir que vivemos
em um novo mundo, com novas configurações sociais: somos
agora uma imensa aldeia global, com uma população mundial
próxima de 8 bilhões de habitantes, grande parte interconecta-
da, cujas fronteiras culturais foram todas embaralhadas e com
elas, consequentemente, também alguns dos principais alicer-
ces das sociedades.
É mesmo desafiador assinalar as origens dos movimentos
que culminaram nessa reconfiguração planetária; no entanto,
é lícito afirmar que, dos vários fenômenos ocorridos nas últi-
mas décadas, o advento das tecnologias digitais de informa-
ção e comunicação (TDIC) e do que se tem chamado de Quarta
Revolução Industrial representam alguns dos eventos que
mais impactaram e têm transformado o nosso cotidiano e a
atual conformação mundial a que se convencionou chamar de
Globalização.
Um dos efeitos mais relevantes dessa revolução sociotecno-
lógica é ter promovido, entre várias outras questões, a eclosão
de uma profusão de vozes que ao menos supúnhamos exis-
tir. Assim, quase todos os habitantes do planeta se tornaram
atores sociais, o que gerou uma troca cultural de proporções
inimagináveis. Essa pluralidade de culturas intercambiantes,
com diferentes modos de compreender e de se posicionar no
mundo, propicia diálogos por vezes profícuos, mas quase sem-
pre conflituosos, que confunde visões e torna a perspectiva de
futuro opaca, incerta e insegura, pois parte das verdades que
iluminava o horizonte foi colocada em xeque.
Essa nova era é caracterizada justamente pela rapidez com
que uma multiplicidade de eventos acontecem e se justapõem.
Mais do que qualquer outra revolução tecnológica, as tecnolo-
gias digitais se apresentam a nós com a mesma celeridade que
apontam para o futuro: elas são o próprio futuro e o futuro é
agora! O amanhã já é hoje!

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III

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Novo Ensino Médio SAE Digital – 1.ª série
Para encarar todos os desafios do Novo Ensino Médio, o SAE Digital elaborou uma proposta baseada em
três premissas:
● Implantação segura e gradativa, que garanta as mudanças previstas pela legislação a todos os alunos
que ingressarem no Ensino Médio em 2022, sem prejudicar aqueles que ingressaram anteriormente.
● Cumprimento da legislação, assegurando a adequação à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e
ofertando aos alunos as condições para que sejam protagonistas de suas jornadas, tendo opções de es-
colha e se desenvolvendo com o auxílio do Projeto de Vida.
● A preparação de nossos alunos para o ingresso nas universidades escolhidas, explorando conteú-
dos, competências e habilidades, assim como proporcionando experiências de prática com os mode-
los de prova.

Carga horária da 1.ª série


A fim de atender as mil horas anuais, o SAE Digital propõe um trabalho com 40 semanas. Dessa forma,
consideramos uma semana (30 aulas*) para adequações e ajustes necessários ao longo do ano letivo. Para
as demais horas, sugere-se a seguinte organização:

FORMAÇÃO GERAL BÁSICA + Itinerários Formativos + PROJETO DE VIDA

24 horas por semana 5 aulas por semana 1 aula por semana

*Considera-se a hora-aula de 50 minutos, de


forma a contabilizar 1000 horas-relógio (60
minutos) nas 40 semanas.
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IV

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Formação Geral Básica
Em nossa proposta da Formação Geral Básica (FGB) proporcionamos soluções para três importantes desafios determinados
pela Reforma:
● A formação voltada ao trabalho com competências e habilidades (previstas pela BNCC);
● A preparação de nossos alunos para o Enem e os vestibulares, considerando as possíveis discrepâncias das matrizes
avaliativas;
● A redução da carga horária destinada aos saberes essenciais (obrigatórios) para essa etapa da Educação Básica.
Tendo em vista esses objetivos, organizamos a FGB com nove componentes curriculares, que podem ser distribuídos com a
seguinte sugestão de número de aulas semanal:

Carga Horária
Área​​s Componente​​s
Semanal 1.ª Série​​

Língua Portuguesa ​ 4​​

Linguagens e suas Tecnologias​​ Literatura​ 1​​

Língua Inglesa​​ 1​​

Matemática e suas Tecnologias​​ Matemática​​ 4​​

História​​ 2​​
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas​​
Geografia​​ 2​​

Biologia​​ 3​​

Ciências da Natureza e suas Tecnologias​​ Física​​ 4​​

Química​​ 3​​

​​ TOTAL​​ 24​​

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Proposta metodológica da
Formação Geral Básica
A Educação Básica tem por objetivo a formação humana em sua integralidade,
garantindo aos alunos o desenvolvimento das dimensões éticas, políticas e estéticas,
para que se tornem cidadãos funcionais e protagonistas da construção de uma socie-
dade justa, democrática e inclusiva. Para isso, as normativas legais que a amparam
preveem a aprendizagem voltada ao desenvolvimento de competências e habilidades
que oportunizem aos alunos mais do que a apreensão e a compreensão de conceitos,
mas também a capacidade de aplicá-los à resolução de situações ou problemas reais.
Antoni Zabala e Laia Arnau contribuem para a reflexão a respeito do trabalho com
competências e habilidades:

Nesse caso, os conteúdos acadêmicos convencionais não são suficientes, pois


não incluem muitos dos conhecimentos teóricos e das habilidades gerais da
maioria das profissões, nem os próprios de muitas delas. As competências re-
lacionadas ao saber fazer e ao saber empreender, às quais vale acrescentar
todas aquelas relacionadas ao trabalho colaborativo e em equipe, são funda-
mentais nesse caso. Nesse nível de exigência, às mudanças relacionadas às
estratégias de ensino implícitas na aprendizagem de competências, devemos
acrescentar a introdução de alguns conteúdos os quais não proveem de discipli-
nas tradicionais, o que significa que há necessidade da formação do professor
contemporâneo em campos distanciados de seus interesses e conhecimentos.

ZABALA, Antoni; ARNAU, Laia. Como aprender e ensinar


competências. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 24.
Para o desenvolvimento das competências, ressalta-se a necessidade de um tra-
balho interligado de diferentes dimensões da vida e de um processo de aprendizagem
em que são mobilizados os componentes atitudinais, procedimentais e conceituais.
Dessa forma, as competências tornam-se resultado da conciliação dos domínios cog-
nitivos de memorização, compreensão, conhecimento, análises e práticas. Ainda de
acordo com os autores, “competência implica a capacidade de refletir sobre sua apli-
cação, e para alcançá-la é necessário o apoio do conhecimento teórico”. (ZABALA e
ARNAU, p. 49)
Nessa perspectiva, o desenvolvimento de competências e habilidades prescinde
de um trabalho que, de fato, estimule os alunos a serem protagonistas do processo
de construção do conhecimento, atribuindo significado aos conteúdos teóricos. Na
proposta do SAE Digital, esse processo de construção se efetiva por meio de uma
sequência didática na qual:
● Os temas são apresentados aos alunos, que devem mobilizar seus conhecimen-
tos prévios para entendê-los;
● São apresentadas situações e problemas reais aos alunos, por meio da
contextualização;
● Os alunos são estimulados a levantar hipóteses de intervenção e resolução;
● Por meio do desenvolvimento do conteúdo, mobilizando os domínios cognitivos
de conhecimento, compreensão, aplicação, análise e síntese, os alunos poderão
confrontar, confirmar ou refutar as hipóteses levantadas;
● Por fim, propõe-se um trabalho de fixação e sistematização com a prática de ati-
vidades presentes no Enem e nos mais importantes vestibulares do país.
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Estrutura metodológica
Essa sequência didática se efetiva por meio do trabalho com as seções e os ícones que compõem cada
um dos módulos da coleção do Novo Ensino Médio.

Seção Ponto de partida


Objetiva a introdução do tema a ser explora-
do no módulo e a ativação dos conhecimentos
prévios dos alunos. Nessa seção, os alunos são,
ainda, estimulados ao levantamento de hipóte-
ses a respeito da situação apresentada.

QR code de abertura
Videoaulas referentes aos conteú-
dos trabalhados nos módulos.

Seção Linha de chegada


Após os estudos e a exploração do conteú-
do, os alunos devem confrontar suas hipóteses,
confirmando ou refutando-as.

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Desenvolvimento do conteúdo
Em seus estudos
sobre linguagem, o Exploração dos conteúdos e temas previstos para o módulo, com rigor científico e favorecendo a
filósofo Mikhail Bakhtin contextualização e atribuição de significado.
argumentava que o falante
não compreende o texto Terceira coluna
de maneira mecânica – Aproveita-se a lateral das páginas para complementar o trabalho com as seguintes informações:
apenas decodificando
palavras e frases –, mas sim
interagindo com elas com
base em seu repertório,
além de experiências e Atualidades: referências que
posição social. estabelecem a relação dos con-
teúdos com questões atuais.

Ernest Rutherford foi


um químico e físico
neozelandês, nascido em Informações adicionais: comple-
1871, criador da teoria
mentos e aprofundamentos aos Post-it: nesse espaço os alunos devem regis-
atômica baseada em
experimentos com a temas por meio de biografias, es- trar conceitos e reflexões-chave para os seus
emissão de partículas. Ele pecificidades, curiosidades, linhas estudos.
ganhou o Prêmio Nobel de do tempo, contrapontos etc.
Química em 1908.

Indicações: oportunidades de
No site a seguir, é
possível visualizar ampliação do tema por meio de
várias demonstrações indicações culturais como livros,
geométricas do Teorema filmes, sites, artigos etc.
de Pitágoras representadas
no GeoGebra. https://
www.geogebra.org/m/
jFFERBdd#material/
HUbe242t. Acesso em: 19 Diálogos: na área de Linguagens
jul. 2021. e suas Tecnologias, permite-se
a ampliação das reflexões entre
os componentes curriculares.

O filme O discurso do rei


(2011) mostra a importância
do rádio como meio de
comunicação de massa no Tecnologia: na área de Matemática
início do século xx. Além e suas Tecnologias, é favorecida
disso, narra a importância a relação entre os conhecimen-
de articular as palavras tos matemáticos e as mudanças
e os recursos usados
tecnológicas.
para o príncipe Albert, da
Inglaterra, conseguir se
expressar bem.

Ciência em ação: na área de


Ciências da Natureza e suas
Georreferenciamento: Tecnologias, são exploradas as
significa referenciar por descobertas científicas e sua
meio de coordenadas aplicabilidade no mundo.
geográficas um mapa, uma
imagem de satélite etc.

Ética: na área de Ciências


Acesse o QR Code a seguir Humanas e Sociais Aplicadas, é
para conhecer um pouco favorecida a constante reflexão
mais do conceito de a respeito da ética e sua relação
estranhamento, criado por com os eventos sociais, políti-
Viktor Chklovsky, e os seus
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cos, culturais e geográficos.


efeitos na arte de compor
literatura.
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VIII

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HABILIDADES NA PRÁTICA
Seção Habilidades na prática
Estímulo ao trabalho de aplicação dos co- Como visto anteriormente, cada pessoa tem as pró-
nhecimentos, favorecendo a interligação entre prias características; então, são necessárias ações in-
os componentes atitudinais, procedimentais e dividuais para que todos tenham acesso aos diferentes
conceituais. Nessa seção, os alunos são orienta- ambientes. Para isso, é importante que a sociedade como
dos a mobilizar diversos domínios cognitivos a um todo entenda que cada pessoa pode auxiliar indivi-
fim de dar significado e aplicabilidade aos con- dualmente no movimento de inclusão, com atitudes que
teúdos que estão sendo estudados. ajudem as pessoas a terem seus diretos garantidos e a se
sentirem bem. Dessa maneira, quais atitudes você, sua
escola e os governantes podem tomar para que todas as
pessoas se sintam incluídas no dia a dia? É importante
pensar em questões tecnológicas e de relacionamento,
leis e adaptações de materiais escolares e de construções.

Seção Saberes em ação


Atividades autorais que dialogam com as habili-
dades previstas para o módulo, oportunizando seu
desenvolvimento e sua aplicabilidade.

Seção Enem e vestibulares


Nessa seção, os alunos são estimulados a
praticar o modelo de provas dos principais vesti-
bulares e do Enem. Objetiva-se, ainda, demons-
trar de que forma os saberes explorados no
módulo podem ser exigidos dos alunos nesses
exames.
Aqui, são trabalhadas questões de nível fácil
e médio, sempre com o nível assinalado.
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Seção Enem e vestibulares + Desafio
Seção destinada aos alunos que querem re-
forçar a prática com questões de alto nível de
dificuldade.
Para essas questões, disponibilizam-se,
também, vídeos explicativos de sua resolução.
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Cartão-resposta
Aqui, os alunos devem preencher os gabari-
tos das seções Enem e vestibulares e Enem e ves-
tibulares + Desafio, praticando esse modelo de
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prova, e podendo, ainda, ter a leitura da aferi-


ção de seu desempenho nas atividades do livro.
X

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Conexões & Contextos
– edição projetos
A escolha do SAE Digital pela adoção dos projetos de trabalho
está relacionada diretamente ao seu compromisso de contribuir
com suas escolas parceiras no atendimento à legislação da educação
brasileira e à formação integral dos alunos do Ensino Médio, sem
deixar de pensar, naturalmente, em contribuir de forma efetiva para
o ingresso desses alunos nas principais universidades do país.
Os projetos de trabalho na Educação Básica têm em vista “dar um
sentido ao conhecimento baseado na busca de relações entre os fe-
nômenos naturais, sociais e pessoais que nos ajude a compreender
melhor a complexidade do mundo em que vivemos.” (HERNÁNDEZ,
2007, p. 73). O percurso proposto pela Aprendizagem Baseada em
Projetos impulsiona os alunos para a pesquisa, a investigação, a in-
terpretação de dados, a transformação de informações em conheci-
mento e, por fim, para a resolução de problemas.
A fim de sintetizar algumas das principais ideias e os propósitos
que sustentam esse modelo de educação, listamos abaixo os prin-
cipais objetivos que justificam nossa escolha pela Aprendizagem
Baseada em Projetos.
● Desenvolvimento do pensamento complexo.
● Desenvolvimento de competências.
● Desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
● Promoção da autonomia e do protagonismo juvenil.
● Promoção da imaginação e da criatividade.
● Desenvolvimento do pensamento reflexivo, crítico e analítico.
● Desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas.
● Formação de cidadãos responsáveis socioambientalmente.
● Formação de pesquisadores capazes de estudar
autonomamente.
● Promoção da autorregulação da aprendizagem/
metacognição.

Por que Aprendizagem


Baseada em Projetos?
Pensar em Aprendizagem Baseada em Projetos é pensar em um
currículo vinculado à realidade do mundo e ao cotidiano dos alunos,
uma vez que, por ter como eixo norteador a resolução de uma si-
tuação-problema, os conteúdos curriculares estão orientados aos
próprios fenômenos da vida e se confundem com eles, confundin-
do-se também com a própria experiência de vida dos alunos. Por
essa razão, Hernández alerta para o fato de que “os projetos de
trabalho se apresentam não como um método ou uma peda-
gogia, mas sim como uma concepção da educação e da escola”.
(HERNÁNDEZ, 1998, p. 89).
Nessa concepção de educação e de escola está implícito o desejo
de dar outro sentido à aprendizagem, que deixa de ser baseada na
simples memorização e repetição para fins classificatórios e prope-
dêuticos e, então, passa a ter o propósito de desenvolver compe-
tências nos alunos a fim de que se tornem capazes de solucionar
problemas reais e não puramente escolares.
Por ter como ponto de partida problemas (fatos, eventos e fenô-
menos) da realidade, os projetos de trabalho aproximam os objetos
de conhecimento do currículo escolar às experiências e aos conheci-
mentos prévios dos alunos, valorizando e ressignificando essas ex-
periências e conhecimentos – fato que, seguramente, mobilizará os
alunos para a aprendizagem.
Por seu enfoque globalizador e pela complexidade dos proble-
mas reais com os quais trabalham, os projetos de trabalho são capa-
zes de contextualizar os conteúdos curriculares e integrar as áreas
do conhecimento, superando, assim, a fragmentação dos saberes
FÍSICA

dos alunos e dando maior sentido ao estudo – o que tornará a apren-


dizagem muito mais significativa.
Por proporem a adoção de metodologias ativas, promovendo
a pesquisa, a descoberta, o diálogo, a reflexão e a intervenção na
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sociedade, os projetos de trabalho possibilitam aos alunos uma


atuação mais ativa, interativa e construtiva no processo de aprendi-
zagem, o que, certamente, motivará os alunos a se engajarem ainda
XI

mais nos estudos.

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Síntese da proposta didático-metodológica para os
Projetos SAE Digital
O SAE Digital oferta, em sua Formação Geral Básica, 4 projetos interdisciplinares para cada área
de conhecimento ao longo do ano. Dessa forma, cada um dos 4 livros da FGB terá 4 projetos (1 projeto
de Linguagens e suas Tecnologias, 1 projeto de Matemática e suas Tecnologias, 1 projeto de Ciências da
Natureza e suas Tecnologias, e 1 projeto de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas), alinhados à seguinte
proposta metodológica.

Superar a fragmentação Interdisciplinaridade PENSAMENTO


do currículo escolar COMPLEXO

Superar a falta de sentido Contextualização APRENDIZAGEM


dos conteúdos curriculares SIGNIFICATIVA

Superar a condição dos Metodologias Ativas AGENTE DA


alunos como receptores e
APRENDIZAGEM
reprodutores

Superar a educação com Competências ATUAÇÃO PLENA NA


fins apenas propedêuticos SOCIEDADE

Sequência didática dos Projetos SAE Digital


A Aprendizagem Baseada em Projetos pode ter diversas configurações. Contudo, é muito comum en-
contrar na literatura especializada no assunto uma indicação convergente: esse modelo de ensino pode ser
muito efetivo quando se parte de um tema do qual se depreende uma situação-problema, que será o ponto
de partida para uma série de pesquisas e estudos até a elaboração de propostas de intervenção para a reso-
lução de tal problema. O Conexão & Contextos – edição projetos do SAE Digital tem justamente essa con-
figuração. Para tanto, buscou-se estabelecer uma sequência didática coerente com essa proposta. Abaixo,
serão apresentadas algumas possibilidades de encaminhamentos para a concepção dos materiais didáticos
e para a aplicação em sala de aula.

Estabelecimento
de relações Tratamento
Tema Situação­-
das
-problema Formulação informações
de hipóteses

Elaboração de
Apresentação
proposta de Avaliação
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Publicação
intervenção
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XII

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Ciências da Natureza e suas Tecnologias
De acordo com a BNCC, a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias deve proporcionar co-
nhecimentos que permitam aos alunos investigar, analisar e discutir situações-problema que emerjam
de diferentes contextos socioculturais, além de compreender e interpretar leis, teorias e modelos, apli-
cando-os na resolução de problemas individuais, sociais e ambientais. Dessa forma, os alunos devem
aprofundar conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental e reelaborar os próprios saberes, a fim
de serem capazes de reconhecer as potencialidades e as limitações das Ciências.
É impossível dissociar os conhecimentos das Ciências da Natureza do cotidiano dos alunos, já que
as temáticas que envolvem essa área do conhecimento estão constantemente presentes nos diferentes
meios de comunicação. Os conceitos científicos dessa área devem se aproximar da realidade dos alunos,
de modo a permitir a inter-relação entre os conceitos e a compreensão de fenômenos mais complexos,
a fim de que possam desenvolver o pensamento crítico e o reconhecimento das implicações da ciência
em diferentes contextos.
O material de Ciências da Natureza do Ensino Médio do SAE Digital acompanha a evolução do conhe-
cimento da área, de modo a desenvolver nos alunos o protagonismo na apropriação do conhecimento
científico e tecnológico exigido na legislação, por meio da aproximação dos conteúdos ao seu cotidiano,
incentivando práticas investigativas, solução de problemas, argumentação e experimentação.
Ao longo dos dois anos do Ensino Médio, é esperado que os alunos desenvolvam as habilidades e
as competências da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, além das competências gerais da
BNCC, dando continuidade às temáticas propostas no Ensino Fundamental e aprofundando-as. Todas
as habilidades específicas propostas para a área são trabalhadas no Ensino Médio de maneira articula-
da entre seus três componentes curriculares: Biologia, Física e Química, que, apesar de apresentarem
características singulares, aproximam-se em conceitos, métodos e procedimentos.
As aprendizagens fundamentais de cada componente foram organizadas em duas unidades temá-
ticas, que estão diretamente relacionadas às competências específicas da área de números 1 e 2. A
unidade Matéria e energia traz temáticas que permitem analisar fenômenos naturais e processos tec-
nológicos, com base nas interações e relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e
coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as
condições de vida em âmbito local, regional e global. Já a unidade Vida, Terra e Cosmos aprofunda con-
ceitos que permitem analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do Cosmos
para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos e do
Universo, bem como fundamentar e defender decisões éticas e responsáveis. Ao longo dos módulos,
em um box especial chamado Ciência em ação, são trabalhadas as habilidades da competência espe-
cífica 3, relacionadas a investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento científico e
tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios das Ciências
da Natureza para propor soluções que considerem demandas locais, regionais e/ou globais, e comuni-
car suas descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes
mídias e tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC).
Todos os quatro volumes do livro que compõem o kit anual apresentam as aprendizagens funda-
mentais de cada componente curricular distribuídas nas duas unidades temáticas apresentadas, com
carga horária e número de módulos igualmente distribuídos em cada uma delas (exceto Física, que
apresenta número ímpar de módulos; neste caso, a carga horária anual foi dividida entre as unidades
temáticas e procurou-se distribuí-la igualmente dentro dos volumes). Os módulos foram organizados de
maneira ordenada e crescente dentro de cada unidade, de modo a respeitar os pré-requisitos necessá-
rios para a construção do conhecimento de maneira efetiva e espiral, conectando e retomando concei-
tos nos diferentes componentes curriculares. As unidades temáticas podem ser trabalhadas paralela ou
sequencialmente, conforme melhor se adequar à dinâmica da escola.
De maneira a aproximar ainda mais as linguagens e os procedimentos próprios das Ciências da
Natureza, cada volume do livro apresenta um projeto integrador da área, que favorece o ensino dos
conceitos de cada componente de maneira articulada e integrada, além de contextualizar os conceitos
abordados no volume, incentivando práticas investigativas e a solução de problemas. O projeto indica,
portanto, o caminho para a compreensão de outros fenômenos mais complexos do que os trabalhados
individualmente em cada módulo, possibilitando inter-relacionar saberes para justificar e embasar uma
premissa biológica. Com isso, busca-se superar o distanciamento do conhecimento científico-biológico
do cotidiano dos alunos.
Assim, o material explora o grande potencial das Ciências, proporcionando o desenvolvimento das
competências necessárias à formação de cidadãos que compreendem o mundo ao seu redor por meio
do pensamento crítico, o que os levará a atuar de maneira significativa e sustentável na sociedade.
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XIII

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Física – 1.ª série
Módulo/ Assunto nº de
Livro N Conteúdos-foco Habilidades
principal aulas

EM13CNT201
Expectativa versus Da Física Clássica à Física Moderna: percurso histórico · As relações entre
EM13CNT301
1 realidade: a trajetória da as áreas da Física · A importância do método científico · A Física na Arte: 3
EM13CNT303
ciência Física apenas ficção científica?
EM13CNT305

A experimentação na EM13CNT205
Sistema Internacional de Unidades · Algarismos significativos · Notação
2 ciência: entre acertos e EM13CNT301 3
científica · Ordem de grandeza
erros EM13CNT302

EM13CNT101
Movimentos: qual a Movimentos: uma introdução · Ponto material e corpo extenso · Trajetória e EM13CNT204
3 3
referência? posição de um corpo · Função horária · Velocidade escalar EM13CNT301
Matéria e Energia

EM13CNT308

EM13CNT101
Velocidade controlada: o Velocidade escalar constante · Funções horárias · Encontro entre corpos ·
4 EM13CNT204 3
movimento uniforme Velocidade relativa entre corpos
EM13CNT301

EM13CNT101
Aperte o cinto:
O movimento também pode variar? · Aceleração escalar · Funções horárias · EM13CNT204
5 o movimento 3
Equação de Torricelli EM13CNT301
uniformemente variado
EM13CNT308

EM13CNT103
EM13CNT204
Do nano ao macro: o que EM13CNT205
1 6 A Física é uma ciência ampla? · Nanotecnologia · Física médica · Astrofísica 3
a Física estuda? EM13CNT209
EM13CNT303
EM13CNT308

O que é a luz na ciência? · Fontes de luz · Meios de propagação da luz · EM13CNT101


7 O que é luz? 3
Princípios da óptica geométrica · Fenômenos da óptica geométrica EM13CNT301

EM13CNT101
EM13CNT204
8 Onde está a luz? Sombras e penumbras · A Lua também tem fases · Eclipses 3
EM13CNT301
EM13CNT303
Vida, Terra e Cosmos

EM13CNT101
9 Qual é a cor? Dispersão da luz · Cor dos corpos · Misturando cores EM13CNT201 3
EM13CNT301

Espelho, espelho meu: a EM13CNT101


10 Leis da reflexão · Espelho plano 3
luz se reflete? EM13CNT301

EM13CNT303
Inclusão: uma questão de
11 O que é inclusão? · A inclusão de deficientes · A engenharia inclusiva EM13CNT305 2
empatia e direitos
EM13CNT307
FÍSICA

PI_EM23_1_FIS

PI_EM23_1_FIS
XIV

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 14 31/08/2022 08:35:55


Módulo/ Assunto nº de
Livro N Conteúdos-foco Habilidades
principal aulas

EM13CNT101
"Quanto mais alto, maior
EM13CNT204
12 a queda": o movimento Queda livre · Lançamento vertical · A engenharia da Big Tower 3
EM13CNT301
vertical
EM13CNT306

Cinemática vetorial: o que Grandeza vetorial versus grandeza escalar · Vetor deslocamento · Velocidade EM13CNT101
13 3
os vetores significam? vetorial · Aceleração vetorial EM13CNT301
Matéria e Energia

Lançamento oblíquo: o EM13CNT101


Como os movimentos se compõem? · Princípio da independência dos
14 resultado da composição EM13CNT204 3
movimentos · Lançamento oblíquo
de movimentos EM13CNT201

Movimento circular:
Medidas angulares · Deslocamento angular · Velocidade angular · Período e EM13CNT101
15 ângulos entrando em 3
frequência EM13CNT301
jogo

Movimento circular
Velocidade angular e linear · Aceleração centrípeta · Transmissão de EM13CNT101
16 uniforme: como se 3
movimentos EM13CNT301
comporta?

Movimentos nos esportes: Basquete: a cesta perfeita · Vôlei: tipos de saque · Ginástica olímpica: corpo
EM13CNT101
2 17 corpos que saltam e que esticado, semiencolhido ou encolhido? · Arremesso de peso: em busca do 2
EM13CNT204
giram maior alcance

Espelhos também podem Espelhos esféricos: o que são? · Construção geométrica das imagens · EM13CNT101
18 3
ser esféricos Estudo analítico dos espelhos esféricos EM13CNT301

EM13CNT101
Refração da luz: o
Vida, Terra e Cosmos

EM13CNT301
19 comportamento da luz Refração: uma introdução · Índice de refração · Leis da refração 3
EM13CNT307
em diferentes meios
EM13CNT310

EM13CNT101
Fenômenos da refração: Dioptro plano · Lâminas de faces paralelas · Prismas de reflexão total · EM13CNT205
20 3
onde estão no cotidiano? Miragem EM13CNT301
EM13CNT307

Lentes esféricas: o que são Elementos geométricos das lentes esféricas · Classificação das lentes · EM13CNT101
21 3
e como se comportam? Construção geométrica das imagens · Estudo analítico das lentes esféricas EM13CNT301

EM13CNT101
Instrumentos ópticos:
EM13CNT301
22 estudando do micro ao Instrumentos de projeção · Instrumentos de observação · O olho humano 3
EM13CNT307
macro
EM13CNT308
FÍSICA
PI_EM23_1_FIS

PI_EM23_1_FIS

XV

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 15 31/08/2022 08:35:55


Módulo/ Assunto nº de
Livro N Conteúdos-foco Habilidades
principal aulas

Hidrostática: os fluidos EM13CNT101


23 Fluidos · Pressão · Massa específica e densidade · Pressão atmosférica 3
em repouso EM13CNT301

Os líquidos também EM13CNT101


24 Teorema de Stevin · Princípio de Pascal · Empuxo · Teorema de Arquimedes 3
exercem pressão EM13CNT301

Hidrodinâmica: os fluidos EM13CNT101


Matéria e Energia

25 Escoamento · Vazão · Equação da continuidade · Princípio de Bernoulli 3


agora se movimentam EM13CNT301

Biofísica: quando a O que é Biofísica? · O esfigmomanômetro: medindo a pressão · Exame de EM13CNT301


26 Biologia e a Física se sangue: aumentando a pressão · Massagem cardíaca: exercendo pressão · EM13CNT303 2
unem Seringas: transmitindo a pressão EM13CNT207

Termologia: estudando as EM13CNT101


27 Temperatura · Calor e equilíbrio térmico · Escalas termométricas 3
temperaturas e o calor EM13CNT301

EM13CNT101
3 28 Afinal, o que é calor? Calor e energia térmica · Calor específico · Capacidade térmica · Calorímetro EM13CNT102 3
EM13CNT301

Processos de troca de EM13CNT101


29 calor: a energia em Condução · Convecção · Irradiação EM13CNT102 3
movimento EM13CNT301

Dilatação: aumentando EM13CNT101


Dilatação linear · Dilatação superficial · Dilatação volumétrica · Dilatação dos
30 ou diminuindo as EM13CNT301 3
líquidos
dimensões dos corpos EM13CNT307
Vida, Terra e Cosmos

"É só uma fase": as fases EM13CNT101


31 Fases da matéria · Calor sensível e calor latente · Fusão e solidificação 3
da matéria EM13CNT301

Mudanças de fase:
Vaporização · Curvas de aquecimento e de resfriamento · Diagramas de EM13CNT101
32 a matéria ainda se 3
fases EM13CNT301
transformando

Mudanças climáticas
EM13CNT101
e seus fenômenos:
33 Efeito estufa · Aquecimento global · Ilhas de calor · Inversão térmica EM13CNT301 3
conceitos físicos
EM13CNT303
envolvidos
FÍSICA

PI_EM23_1_FIS

PI_EM23_1_FIS
XVI

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 16 31/08/2022 08:35:55


Módulo/ Assunto nº de
Livro N Conteúdos-foco Habilidades
principal aulas

Movimentos periódicos: Classificação das ondas · Velocidade de propagação das ondas · Ondas EM13CNT101
34 3
olha a onda! periódicas EM13CNT301

Propagação de pulsos: o Reflexão de um pulso · Refração de um pulso · Interferência · Ondas EM13CNT101


35 3
que esperar? estacionárias EM13CNT301

EM13CNT101
Fenômenos ondulatórios:
Matéria e Energia

36 Frente de onda · Reflexão de ondas · Refração de ondas EM13CNT301 3


o começo!
EM13CNT205

EM13CNT101
Fenômenos ondulatórios:
37 Difração · Polarização · Interferência de ondas bidimensionais · Ressonância EM13CNT301 3
ainda não acabou!
EM13CNT307

EM13CNT101
38 Acústica: solta o som! Propagação do som · Qualidades do som · Cordas vibrantes · Tubos sonoros 3
EM13CNT301

Fenômenos sonoros: Reflexão: reverberação e eco · Refração: sonares · Difração: contornando EM13CNT101
4 39 3
onde se aplicam? obstáculos · Ressonância: sobrepondo sons · Efeito Doppler: fontes sonoras EM13CNT301

EM13CNT101
A teoria do Big Bang · Nosso CEP no Universo: onde estamos localizados? · EM13CNT204
Big Bang: a explosão que
40 Estaria o Universo ainda em expansão? · Das teorias às simulações: o que se EM13CNT205 3
deu origem ao Universo
sabe sobre o Universo? EM13CNT209
EM13CNT301

EM13CNT101
Os estudos sobre
Um pouco de história · Leis de Kepler · Lei da Gravitação Universal · Corpos EM13CNT201
41 Gravitação: o mundo não 3
em órbitas circulares EM13CNT204
gira ao nosso redor
EM13CNT301
Vida, Terra e Cosmos

EM13CNT101
Em busca do equilíbrio:
42 Equilíbrio de um ponto material · Momento de uma força EM13CNT301 2
ponto material
EM13CNT303

EM13CNT101
Em busca do equilíbrio: Equilíbrio de um corpo extenso · Máquinas simples · Biomecânica: quando o EM13CNT301
43 3
corpo extenso corpo humano se transforma em alavanca EM13CNT303
EM13CNT307

Explorações espaciais: Corrida espacial: quais foram os impactos para a ciência, a tecnologia e a EM13CNT207
44 a vida fora da Terra é sociedade? · A engenharia aeroespacial · Explorações em Marte · Missão EM13CNT303 3
possível? Perseverance: quais serão as contribuições para a nanopaleontologia? EM13CNT307

FÍSICA
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PI_EM23_1_FIS

XVII

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 17 31/08/2022 08:35:55


ANOTAÇÕES
FÍSICA

PI_EM23_1_FIS
XVIII

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PODEMOS VIVER EM MARTE? edição projetos

LIVRO DO PROFESSOR edição projetos


ETAPA 1

O imaginário que envolve o ser extraterrestre é fonte tecnológico à espécie humana, a qual poderia contribuir
de inspiração de diversas criações artísticas, como filmes, para a continuidade da existência da vida em situações
livros e quadrinhos de ficção científica, e a aparência de adversas e, dessa maneira, possibilitar a sobrevivência no
seres inteligentes que habitariam outros planetas é objeto planeta Terra naquelas situações adversas.
de especulação há muito tempo. Mas você já imaginou
que os humanos pudessem ser os marcianos? Apesar de
parecer história de ficção científica, a ideia de os seres
O que seria necessário para a colonização de Marte?
humanos serem os primeiros marcianos vem ganhando Para colonizar o Planeta Vermelho, seriam necessárias
força na comunidade científica. A próxima geração de ações como: conhecer todas as características ambien-
seres humanos, por meio de um processo de colonização tais, compreender a possibilidade de adversidades à vida,
bem estruturado em Marte, poderia ser, também, a primei- analisar o tempo, o custo e as consequências de uma
ra geração de extraterrestres. intervenção no local e, por fim, avaliar as possibilidades
A ideia da colonização do Planeta Vermelho vem ga- de criar uma colonização sustentável. Além de Elon Musk,
nhando cada vez mais adeptos. Não só cientistas, mas instituições, engenheiros e cientistas desenvolvem proje-
também empresários, como Elon Musk, já veem grandes tos que simulam as características citadas anteriormente,
oportunidades na vida fora da Terra e, por isso, investem como os módulos habitacionais.
financeiramente nessa ideia. Musk já anunciou que os pla- Considerando os pontos elencados anteriormente, é
nos da SpaceX, sua empresa de sistemas aeroespaciais, possível afirmar que a composição química da atmosfera
são enviar a primeira missão não tripulada a Marte até marciana é favorável ao desenvolvimento de vida humana,
2024, instalar uma base de pesquisa no planeta em 2028 animal e vegetal? A quantidade de água presente em Mar-
e povoá-lo até 2050. te é suficiente para permitir a vida? Como seria possível
obter energia? Seria possível controlar a força da gravida-
Por que Marte foi escolhido? de e seus efeitos? Quais seriam os impactos biológicos no
corpo humano no longo prazo durante a vida em Marte?
Dentre os pontos favoráveis da escolha de Marte para Os investimentos monetários realizados por instituições
a colonização humana, pode-se citar as condições climá- públicas e privadas são suficientes para manter a vida
ticas locais e a composição físico-química da superfície e no planeta vizinho? Reflita sobre essas questões e anote
da atmosfera, que se aproximam às da Terra, a sua dispo- suas ideias. Todas essas hipóteses poderão ser avaliadas
nibilidade de água e o fato de a gravidade ser inferior à da ao longo deste projeto. Mãos à obra!
Terra. Esses fatores contribuem de maneira significativa
para que sejam possíveis a existência da vida orgânica e a
colonização humana no planeta.

Por que investir tempo e dinheiro na colonização de


outro planeta se ainda temos a Terra para morar?
A resposta a essa pergunta pode estar associada
a cenários catastróficos nos quais a vida na Terra não
seria mais possível em razão da poluição, da escassez de
recursos, da exploração ambiental descontrolada ou do
aquecimento global, por exemplo. Porém, é importante
EM23_NAT_CC_1_L1

reconhecer que o desenvolvimento de tecnologia e recur-


Dotted Yeti/Shutterstock

sos para a vida em situações adversas, como a sobrevi-


vência em Marte, torna possível melhorar a vida na Terra.
Colonizar Marte, nesse sentido, garantiria um novo salto

CIÊNCIAS DA NATUREZA 349


PROF

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 349 31/08/2022 08:35:58


ETAPA 2

Chegamos a Marte, e agora?


Suponha que, após o envio de sondas espaciais para a exploração do solo marciano, chegaram ao Planeta Vermelho os
primeiros seres humanos, foram construídos os primeiros módulos habitacionais no local e deu-se início ao processo de colo-
nização do planeta. E agora, o que deve ser feito?
O processo de desenvolvimento de tecnologia para a construção de um módulo habitacional em Marte está ligado às condições
químicas, físicas e biológicas para a manutenção da vida no planeta. Para compreender melhor, pesquise em sites confiáveis e
artigos científicos os aspectos físicos, químicos e biológicos necessários para que haja vida humana, animal e vegetal em Marte.
Por exemplo, sabe-se que:
● A gravidade do Planeta Vermelho é equivalente a 38% da gravidade da Terra. Como isso afetaria o corpo humano?
● A atmosfera marciana é formada quimicamente por 95% de gás carbônico, 3% de gás nitrogênio, 1,6% de gás argônio e
traços de gás oxigênio e outros gases. Como a respiração humana, animal e vegetal seria possível nessas condições?
● Os solos marcianos têm características adversas ao plantio, como acidez elevada e grau de umidade baixo. Quais alter-
nativas seriam possíveis para o cultivo de alimentos?
Essas perguntas são essenciais para dar início à instrumentalização do projeto de construção de um protótipo de um módulo
habitacional em Marte. Desse modo, realize pesquisas que auxiliem na elaboração das respostas para as perguntas acima e para
outras que você considerar importantes para conhecer mais profundamente Marte. Em seguida, liste as informações mais relevan-
tes para cada uma delas no espaço que você considerar adequado para as pesquisas das áreas de física, química e biologia.

QUÍMICA BIOLOGIA
FÍSICA
SSSS

SSSS

SSSS
SSSSSS

SSSSSS

SSSSSS
SSSSSSSS

SSSSSSSS

SSSSSSSS
SSSSSSSSS

SSSSSSSSS

SSSSSSSSS

Já imaginou visitar Marte de sua casa? Com a pla-


taforma Google Mars isso é possível! Essa ferramenta
klyaksun/Shutterstock

funciona de forma parecida com a do Google Earth, e


nela é possível observar detalhes da superfície do planeta
e conferir as naves espaciais que já estiveram por lá.
EM23_NAT_CC_1_L1

EM23_NAT_CC_1_L1

350
PROF

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ETAPA 3

Construindo seu primeiro Com essas ideias, agora está lança-


do o desafio: nesta etapa, você deverá
Registre seu percurso e suas res-
postas para a construção do roteiro do
propor o roteiro de um protótipo de um protótipo.
empreendimento marciano! módulo habitacional marciano que re-
plique um serviço, um empreendimento
Agora que você já pesquisou e listou
ou um estabelecimento essencial para
os aspectos necessários para viabilizar
a manutenção da vida no planeta.
a vida no planeta vizinho, é o momento
de refletir sobre as hipóteses iniciais e ● Justifique a necessidade da
verificar se elas são aplicáveis. construção desse protótipo e
explique o seu funcionamento.
Por exemplo, você pode considerar
interessante construir um módulo para ● Elenque os aspectos físicos,
a prática de crossfit em Marte para químicos e biológicos que preci-
que os seres humanos possam se sarão de adaptação e dê suges-
exercitar, mas será que ele funciona- tões de como fazê-la, sempre
ria da mesma maneira que na Terra? de acordo com os resultados de
Em razão de a gravidade de Marte ser sua pesquisa.
cerca de 38% da gravidade da Terra, ● Proponha resoluções eficazes
os exercícios de levantamento de peso para cada situação adversa pre-
que conhecemos aqui não resultariam, vista, por exemplo o desenvolvi-
em Marte, no mesmo desenvolvimento mento de novas tecnologias e/
muscular. O motivo para isso é que, ou a adaptação de tecnologias
apesar de os objetos terem a mesma já conhecidas atualmente.
massa em ambos os planetas, eles ● Esclareça os benefícios que o
apresentariam menor peso em Marte desenvolvimento dessas tecno-
devido à ação da gravidade menor do logias trará para a vida na Terra.
planeta em relação à Terra. Já para a Por exemplo, você pode propor o
produção de alimentos, é necessário desenvolvimento de uma más-
controlar o pH e a umidade do solo de cara para respirar na atmosfera
Marte, por exemplo, por meio da utili- marciana que será útil para re-
zação de grandes estufas controladas duzir problemas pulmonares em
digitalmente. Contudo, se o protótipo cidades poluídas na Terra. Ou,
objetiva a produção de combustíveis, ainda, desenvolver um método
uma possibilidade é utilizar a água em de reaproveitamento de água
processos eletrolíticos, com a obtenção em Marte que também poderá
de gases oxigênio e hidrogênio. ser aplicado na Terra.

Representação de um módulo habitacional. Pe3k/Shutterstock

Gol
den
No filme The Martian (Perdido em Marte), de 2016,
EM23_NAT_CC_1_L1

EM23_NAT_CC_1_L1

Sik
ork um astronauta é abandonado em Marte e precisa
a/S
hut
ters
adaptar o módulo habitacional em que vive para
toc
k gerar alimento e energia. O filme apresenta, ainda, as
condições necessárias para a viagem entre os planetas
e fornece dicas de adaptações necessárias para a vida
em solo marciano.

CIÊNCIAS DA NATUREZA 351


PROF

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 351 31/08/2022 08:36:06


ETAPA 4

Da ideia à prática: propondo seu módulo habitacional marciano


Agora que você já pesquisou e listou os aspectos necessários para viabilizar a vida no planeta vizinho, é hora de criar sua
proposta de como seria um módulo habitacional sustentável, assim como engenheiros e cientistas o fazem. Mas como?
Por meio da construção de um protótipo! A apresentação do protótipo do módulo habitacional poderá conter um infográfico
explicativo que detalhe as funcionalidades do seu projeto, as adaptações necessárias, seus benefícios e o modelo de constru-
ção que ele terá. Após compreender a realidade marciana e propor soluções às possíveis adversidades, você deve atentar-se a
alguns pontos para viabilizar a construção desse protótipo. Ele apresenta...?
1) Pesquisa e resultados: as informações relevantes que você encontrou no processo de investigação; a fonte dos dados; o
modo como eles impactam o processo de construção do módulo; os aspectos físicos, químicos e biológicos encontra-
dos durante o levantamento de dados.
2) Viabilidade: a ideia do protótipo do módulo a ser construído e a sua relevância para a manutenção da vida em Marte.
3) Sustentabilidade: o modo como o projeto garante a utilização do mínimo de recursos e o máximo reaproveitamento
deles, sendo adequado à vida humana e financeiramente possível.
4) Adaptabilidade: o modo como o projeto irá se adaptar às condições de vida em Marte e as tecnologias que serão utiliza-
das e desenvolvidas no processo.
5) Benefícios: os impactos que a implementação do módulo marciano terá na vida em Marte e o modo como ele poderá
contribuir para a vida na Terra.

2 Viabilidade

4 Adaptabilidade

1 Pesquisa e resultados
Elegant Solution/Shutterstock

5 Benefícios

3 Sustentabilidade

Na construção do protótipo do módulo habitacional, inclua, se possível, recursos como maquetes digitais ou repre-
sentações gráficas (como desenhos), que exemplifiquem como será o seu módulo marciano. Em seguida, apresente seu
protótipo explicando a trajetória do projeto desde as hipóteses criadas para as perguntas iniciais até a escolha do modelo
EM23_NAT_CC_1_L1

do módulo habitacional.
Lembre-se de que todo o processo de pesquisa e criação de um módulo habitacional em Marte pode resultar em bene-
fícios para a vida na Terra. Isto é o que a ciência pode fazer: transformar conhecimento em qualidade de vida, desenvolvi-
mento e futuro.

352
PROF

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FÍSICA
Expectativa versus realidade:
a trajetória da ciência Física ............................................... 354

A experimentação na ciência:
L1
entre acertos e erros ............................................................ 365

Movimentos: qual a referência? ..........................................376

Velocidade controlada:
o movimento uniforme ........................................................ 387

Aperte o cinto:
o movimento uniformemente variado .............................. 398

Do nano ao macro:
o que a Física estuda? ......................................................... 409

O que é luz? ............................................................................ 420

Onde está a luz? ..................................................................... 431

Qual é a cor? .......................................................................... 442

Espelho, espelho meu:


a luz se reflete? ...................................................................... 453

Inclusão: uma questão


de empatia e direitos ........................................................... 464

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 353 31/08/2022 08:36:07


01 PONTO DE PARTIDA

TonyV3112/shutterstock
Senhor,

01/44
Os recentes trabalhos de Fermi e Szilard, cujos manuscritos recebi, levam a pensar que o urâ-
nio poderá talvez, em um futuro próximo, tornar-se uma nova fonte de energia importante. […]
No decorrer desse último trimestre, os trabalhos de Joliot na França, e de Fermi e Szilard,
nos Estados Unidos, determinaram que será certamente possível, em um futuro próximo, pro-
vocar uma reação nuclear em cadeia a partir de uma massa significativa de urânio, reação que
será capaz de liberar grandes quantidades de energia e novos elementos semelhantes ao rádio.
Pode também acontecer que o domínio desse novo fenômeno abra caminho – ainda que no
momento não se tenha tanta certeza – à fabricação de bombas extremamente poderosas e de
concepção inteiramente nova. […]
Levando em conta essa situação, talvez lhe pareça aconselhável cuidar para que um conta-
to permanente seja mantido entre a Administração americana e o pequeno grupo de físicos que
trabalham atualmente, nos Estados Unidos, nesse projeto de reação em cadeia. Uma das manei-
ras de conseguir isso seria, por exemplo, atribuir a alguém de inteira confiança a seguinte tarefa:
informar os diferentes ministérios sobre os avanços nesse campo; propor recomendações para
medidas governamentais; cuidar especialmente para que os Estados Unidos mantenham re-
Expectativa versus realidade:

servas suficientes de minério de urânio; acelerar, nos limites dos orçamentos dos laboratórios
a trajetória da ciência Física

universitários, os trabalhos que estão sendo conduzidos atualmente; propor, se necessário, a


criação de fundos provenientes da participação de particulares desejosos de dar sua contri-
buição a essa causa; obter, finalmente, a colaboração de laboratórios industriais dotados de
melhores equipamentos que os laboratórios das universidades.

GRUBBA, L. S. Ganhamos a guerra, não a paz – Einstein and the scientific ethic: the struggle for peace and rights. Direito e Justiça, Santo
Ângelo, ano XIII, n. 22, p. 183-206, abr. 2014. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/322641398.pdf. Acesso em: 31 jul. 2021.
A ciência pode ser compreendida como a área do conhecimento que utiliza um método sistemático e seguro de
investigação da realidade, conhecido como método científico. No entanto, nem sempre as descobertas científicas
promoveram bem-estar social, como ocorreu com o domínio da energia nuclear na primeira metade do século XX.
As preocupações com o uso indevido dessa forma de energia foram registradas na carta escrita pelo físico nuclear
Leo Szilard e assinada pelo físico teórico Albert Einstein, que foi encaminhada ao presidente norte-americano
Franklin D. Roosevelt em 2 de agosto de 1939.
Diante do exposto a respeito da ética científica, discuta as perguntas a seguir com os colegas e o professor e
registre suas respostas.
1. Quais os aspectos positivos e negativos que a ciência promoveu para a sociedade a partir do século XX?

2. Por que é necessário debater a respeito da ética na pesquisa científica?


O texto apresentado nesta seção tem como objetivo levar os alunos a refletir sobre os dois lados da ciência: o que pode auxiliar a sociedade e o
que pode trazer malefícios. Assim, são abordados pontos sobre método científico, ética na pesquisa, segurança e a relação entre ciência,
tecnologia, sociedade e meio ambiente, o que desenvolve as habilidades EM13CNT301 e EM13CNT303 da BNCC. Para isso, realize um momento
de roda de conversa ou simule um tribunal, no qual os alunos podem se organizar em dois grupos com ideias contrárias e debater suas
concepções sobre o tema, a fim de um grupo convencer o outro sobre suas ideias. Com isso, os alunos poderão, mesmo que sem concordar
com as posições adotadas pela ciência, entender as posições dos cientistas. Após a atividade, é importante frisar os pontos citados
anteriormente nesta orientação.

Torres de resfriamento da usina nuclear de Doel,


Bélgica. Usinas nucleares utilizam energia nuclear para
produzir energia elétrica de forma limpa, sem emitir
poluentes na atmosfera, apenas vapor de água, e sem
contribuir com o aquecimento global.
Escola Digital

EM23_1_FIS_01

FÍS
354

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 354 31/08/2022 08:36:09


Da Física Clássica à Física
Moderna: percurso histórico
A Física (do grego φύσις – physis), cujo significado é natureza, pertence ao ramo da ciência
que estuda fenômenos naturais fundamentais, como o movimento, as forças da natureza, o
calor, a luz, o som, a eletricidade, o magnetismo, os astros, a estrutura da matéria, a energia e
suas manifestações, entre outros elementos.
Embora seja difícil precisar onde a ciência tenha se iniciado – tendo em vista que a curiosida-
de e o desejo de compreender a natureza e seus fenômenos são intrínsecos ao ser humano –,
existem registros desde o período pré-histórico sobre o conhecimento adquirido pela humanida-
de por meio de observações. Contudo, somente na Antiguidade Clássica se registraram respos-
tas para os fenômenos naturais utilizando a lógica e deixando de lado as explicações mitológicas.
Um dos grandes pensadores gregos da Antiguidade Clássica foi Aristóteles (384 a.C.-
-322 a.C.), que dividiu o conhecimento de sua época em várias áreas, incluindo a Física. Embora
ele tenha sido pioneiro, muitas de suas conclusões acerca dos fenômenos naturais se mostra-
ram equivocadas com o tempo.
Um exemplo são suas reflexões sobre o movimento dos corpos. Para o filósofo, à exceção
dos corpos celestes, todos os demais corpos deveriam ocupar um lugar natural no espaço.
Uma vez que o corpo chegasse a esse lugar, movido por puxões ou empurrões, ali permanece-
ria em repouso. Portanto, Aristóteles afirmava que o estado natural dos corpos era o repouso,
e não o movimento. Devido à sua grande influência como pensador, seus ideais e suas refle-
xões perduraram mais de mil e quinhentos anos, até o período conhecido como Idade Média,
com o surgimento da chamada Filosofia Escolástica.
A partir dela, esperava-se conciliar principalmente a filosofia de Aristóteles com a fé e a
razão. Os métodos para desenvolver novos conhecimentos eram a oratória, a dialética e a retó-
rica, com base na ideia de que a fé e a razão tinham papéis distintos, porém complementares.
Um dos equívocos científicos da época foi a aceitação ampla do modelo cosmológico geocên-
trico, que considerava a Terra o centro do Universo.
No entanto, nem todos os pensadores da época aceitavam a visão aristotélica de mundo,
tampouco o modelo geocêntrico, e muitos começaram a questionar verdades consideradas
absolutas. Entre os séculos XV e XVII, influências sociais, políticas e religiosas da época resul-
taram na chamada Revolução Científica, no período histórico conhecido como Renascimento.
Durante esse período, não apenas a ciência se transformava, mas também as artes, a polí-
tica, a economia e a própria compreensão da realidade. A natureza passou a ser comparada a
uma máquina, e a tarefa dos filósofos naturais era compreender seu funcionamento. A visão
mecanicista do mundo passou a prevalecer na Europa, e a influência religiosa – que domi-
nou por muito tempo o pensamento ocidental – deu lugar ao pensamento racional, com a
Matemática como linguagem para compreender essa nova realidade.
Na época, um dos primeiros pensadores que se opuseram à ideia de que a Terra estava
em repouso foi o astrônomo e matemático polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), que criou
o modelo cosmológico conhecido como heliocêntrico, em que a Terra não seria o centro do
Universo, e sim estaria orbitando o Sol.
Outro grande defensor do modelo heliocêntrico foi o também astrônomo e matemático
Galileu Galilei (1564-1642), cuja metodologia de investigação dos fenômenos da natureza foi
reconhecida como método científico. Além de diversas observações astronômicas, Galileu
também realizou experimentos sobre a queda de corpos, o que trouxe novos conceitos para o
movimento deles.
Alguns meses após a morte de Galileu, nasceu Isaac Newton (1643-1727), o mais influente
filósofo natural da Revolução Científica. Ele unificou as teorias sobre os corpos terrestres e os
Janaka Dharmasena/Shutterstock

que estão no espaço, o que possibilitou a criação e o desenvolvimento de novas técnicas entre
os séculos XVIII e XIX. A mecânica newtoniana tornou-se a base do que ficou conhecido como
Física Clássica.

O homem vitruviano, de Leonardo da Vinci (1452-1519),


representa o corpo humano em proporções matemáticas em
FÍSICA

conjunto com o ideal clássico de beleza e harmonia, em uma


obra que abarca muitos valores do Renascimento.
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Com base em conceitos como força e energia, elaborados Assim, o desenvolvimento do Eletromagnetismo e dos
por Newton, outras áreas da Física, como a Termodinâmica motores elétricos é comumente associado ao período co-
e o Eletromagnetismo, desenvolveram-se de forma conside- nhecido como Segunda Revolução Industrial.
rável nos séculos seguintes. Por cerca de 200 anos, a Física Após um período de grande desenvolvimen-
Clássica foi a base para a compreensão dos mais variados to na Mecânica, na Óptica, na Termodinâmica e no
fenômenos naturais. Eletromagnetismo, os cientistas perceberam que a Física
Entre os séculos XVIII e XIX, houve um segundo mo- havia atingido certos limites, pois alguns fenômenos natu-
mento de grande importância para o desenvolvimento da rais já não podiam ser explicados adequadamente pelos
Física: a Revolução Industrial, quando, devido à situação conceitos estabelecidos pela Física Clássica. Uma nova for-
econômica e política da Europa, foi necessário aperfeiçoar ma de explicar a natureza era necessária. Entre o final do
as máquinas a vapor para o transporte por locomotivas e século XIX e o início do século XX, a Física iniciou uma nova
para as indústrias. fase de sua história.
Com isso, importantes relações entre o calor e o traba- Estudos sobre a natureza atômica da matéria, a ra-
lho mecânico foram estabelecidas. James Prescott Joule dioatividade e a ondulatória levaram ao surgimento da
(1818-1889) foi o responsável por conectar a mecânica new- Mecânica Quântica. Max Planck (1858-1947), Albert
toniana com a Termodinâmica ao determinar o equivalente Einstein (1879-1955) e Niels Bohr (1885-1962) são os prin-
mecânico do calor. Outro importante cientista desse perío- cipais nomes da primeira fase do desenvolvimento da
do foi o físico e engenheiro francês Nicolas Léonard Sadi Mecânica Quântica. Inicialmente, a Física Quântica utilizou
Carnot (1796-1832), que estabeleceu os limites para conver- muitos conhecimentos prévios desenvolvidos pelas vá-
ter energia térmica em energia mecânica. rias áreas da Física Clássica, então ficou conhecida como
Após um período de cerca de cem anos de desenvol- Mecânica Quântica Semiclássica.
vimento da Termodinâmica e das máquinas térmicas, Em um segundo momento, nomes como Erwin
surgiram necessidades referentes à eletricidade e suas ins- Schrödinger (1887-1961), Werner Heisenberg (1901-1976),
talações; assim, outra importante área da Física iniciava seu Max Born (1882-1970), Louis de Broglie (1892-1987), Paul
desenvolvimento: o Eletromagnetismo. Dirac (1902-1984) e Wolfgang Pauli (1900-1958) propuseram
Em 1820, o físico dinamarquês Hans Christian Oersted novas formas de analisar a natureza em sua estrutura mais
(1777-1851) demonstrou que uma corrente elétrica era fundamental, criando a teoria da mecânica ondulatória.
capaz de produzir campos magnéticos, interferindo na Albert Einstein, além de contribuir para o desenvol-
agulha magnética de uma bússola. Com esse experimen- vimento da Mecânica Quântica, teve grande importân-
to, a eletricidade e o magnetismo – até então estudados cia no desenvolvimento da Relatividade Restrita e da
como áreas independentes – se unificaram. Alguns anos Relatividade Geral, áreas da Física que buscam compreen-
depois, o físico britânico Michael Faraday (1791- der fenômenos que ocorrem em velocidades próximas à
-1867) descobriu a indução eletromagnética e verificou que da luz e fenômenos relacionados à gravidade. As mecâ-
o magnetismo também era capaz de produzir correntes elé- nicas quântica e relativística formam a base do que ficou
tricas. Pela indução eletromagnética, foram construídos os conhecido como Física Moderna.
primeiros motores elétricos. Assim como a mecânica newtoniana forneceu novos
Poucos anos depois, o físico escocês James Clerk entendimentos sobre a realidade em sua época, revolucio-
Maxwell (1831-1879), com base nos trabalhos de outros nando a forma como passou a ser compreendida, a Física
cientistas do Eletromagnetismo, demonstrou a natureza Moderna cumpre o mesmo papel nos tempos atuais, mu-
eletromagnética da luz. Desse modo, a Óptica, a Ondulatória dando completamente a percepção da realidade, princi-
e o Eletromagnetismo se unificaram em uma única teoria. palmente em relação à estrutura elementar da matéria, ao
espaço e ao tempo.

As locomotivas a vapor foram um símbolo da Revolução Industrial


stock

e proporcionaram o transporte de minérios, alimentos e outros


Sever07/Shuttter

produtos produzidos pelas indústrias. Construída pela primeira


vez, em 1804, por Richard Trevithick (1771-1833), teve como base
os estudos das relações entre calor e trabalho mecânico e utilizou
o motor a vapor desenvolvido, em 1769, pelo matemático e
engenheiro mecânico James Watt (1736-1819).
FÍSICA

EM23_1_FIS_01

EM23_1_FIS_01
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Relações entre as áreas da Física
Ao longo do percurso histórico da ciência, a Física foi se desenvolvendo em diferentes áreas, sem que tivessem uma co-
nexão aparente. No entanto, conforme essas áreas foram tendo os próprios desenvolvimentos, elas foram se conectando.
Da mesma maneira que as peças de um quebra-cabeça que, quando conectadas corretamente, formam uma imagem, as
diferentes áreas da Física, quando juntas, fornecem uma imagem mais completa da natureza e de seus fenômenos.
Considerando as principais áreas da Física, a Mecânica Clássica merece um papel de destaque, pois foi com base em
vários conceitos desenvolvidos por ela que as demais áreas puderam se desenvolver. Isso mostra que as divisões da Física
são aparentes, não absolutas, pois todas estão conectadas. Contudo, por uma questão de organização, além de razões
históricas, atualmente a Física se divide em vários ramos (ou áreas), apresentados a seguir.

rs tock
tte
hu
Mecânica: área mais abrangente da Física, busca compreender e descrever, com base nas leis de
S
in/
Fok

Newton, o movimento ou a ausência do movimento dos corpos por meio da Cinemática; os motivos
Dmitry

que causam o movimento ou o equilíbrio dos corpos e as energias associadas a um corpo ou a um


sistema por meio da Dinâmica; entre outros aspectos.
Os principais conceitos desenvolvidos nessa área são: referencial, trajetória, velocidade, acele-
ração, força, quantidade de movimento e gravitação dos corpos.
DDDD
DD
DDD
D D

DD
Termologia: é a área da Física que busca descrever e compreender os conceitos que envolvem

DDDD
DDDD
a temperatura e a energia em trânsito. Pertencem a essa área a Termometria, a Calorimetria e a

DD D
Termodinâmica. Os principais conceitos trabalhados nessa área são temperatura, calor, energia inter-
na e a relação entre as energias interna, térmica e mecânica.
DD DDDD
DDD
DD
D
DDD
DDD

Ondulatória: busca compreender e descrever os fenômenos ondulatórios e as ondas de maneira


DDDDDDD

geral, sejam elas mecânicas ou eletromagnéticas. Os principais conceitos desenvolvidos nessa área
são a produção e a propagação de ondas, além da energia transmitida por elas.

aaaaaaa
aaa
a a

aa
aaaa
Acústica: busca descrever e compreender o som, suas propriedades e qualidades. Os principais con-

aaaa
aa a
ceitos desenvolvidos nessa área são a produção e a propagação de ondas sonoras, além da energia
transmitida por elas.

AA AAAA
AAA
AA
AA
AA AA

Óptica: procura compreender e descrever os fenômenos associados à luz, suas propriedades e


AAAAAAAAA

características. Pode se dividir em óptica geométrica e óptica física. Os principais conceitos desen-
volvidos nessa área são os fenômenos associados à luz e sua interação com os diferentes meios.
AAAA
AAA

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Eletromagnetismo: procura compreender e descrever os fenômenos associados à eletricidade, ao


erst
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magnetismo e às ondas eletromagnéticas. Os principais conceitos desenvolvidos nessa área são car-
ga elétrica, corrente elétrica, campo elétrico, resistência elétrica, campo magnético e fluxo magnético.

rs tock
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S

Física Moderna: procura compreender e descrever fenômenos em velocidades próximas à da


in/
Fok

FÍSICA

luz (chamados de relativísticos) e relacionados a sistemas moleculares, atômicos e subatômicos


Dmitry

(chamados de quânticos). Os principais conceitos trabalhados nessa área são os postulados da


Relatividade, a dualidade onda-partícula, o efeito fotoelétrico, a radiação do corpo negro e o princí-
pio da incerteza.
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EM23_1_FIS_01

357

Inclua nessa discussão as áreas em que a Física se mistura com outras ciências ou áreas do conhecimento, como a Biofísica, a Física Médica, a Geofísica, a Econofísica, a
Astrofísica, entre outras.

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A importância do método científico
Como muitas questões científicas surgem com base na realidade vivida pelos seres humanos, é possível afirmar que
o conhecimento científico – além de toda sua base teórica – tem como estímulo contextos sociais, culturais, econômicos e
políticos de cada época. Durante o Renascimento, por exemplo, Galileu Galilei, querendo compreender o movimento dos
corpos e demonstrar os equívocos do pensamento de Aristóteles, foi o responsável pelo resgate e aperfeiçoamento do
método científico, que se baseia na observação, na razão e na experimentação.

9 Exemplo:
De acordo com o pensamento de Aristóteles, corpos de maior Coleta e análise de dados: em um primeiro momento, Galileu
massa chegam ao solo em menos tempo do que corpos com me- apenas verificou se sua hipótese era satisfatória para resolver o
nos massa quando abandonados da mesma altura e ao mesmo problema. Logo, não foi necessário coletar dados. É importan-
tempo. Para testar o que foi dito por Aristóteles, Galileu seguiu te lembrar que nessa época não havia instrumentos precisos
os seguintes passos: para marcar o tempo.
Observação de um fenômeno natural: o fenômeno natural Conclusão: após comprovar sua hipótese inicial, o próximo
em observação é a queda simultânea de corpos com diferen- passo de Galileu foi continuar estudando o fenômeno de for-
tes massas de uma mesma altura. ma mais detalhada, a fim de identificar diferentes problemas
Problematização: identificar se corpos com diferentes mas- e desenvolver novos experimentos capazes de validar suas
sas, quando abandonados simultaneamente da mesma altura, hipóteses.
tocam o solo no mesmo instante ou em instantes diferentes. Na tentativa de obter uma relação matemática entre o espaço
Formulação de uma hipótese: a hipótese inicial de Galileu foi percorrido por um corpo durante a queda e o tempo de queda,
que, independentemente da massa, dois corpos sempre chega- Galileu propôs um segundo experimento, mais elaborado, co-
rão ao solo ao mesmo tempo. nhecido como experimento do plano inclinado. Utilizando um
relógio de água para medir o tempo de movimento de diversos
Experimentação: o experimento montado inicialmente por
objetos sobre o plano inclinado, Galileu concluiu que o espaço
Galileu para testar se sua hipótese era válida consistia em aban-
percorrido é proporcional ao quadrado do tempo de queda do
donar diferentes corpos, de diferentes massas, da mesma altura
corpo, independentemente da massa do corpo.
e ao mesmo tempo. Com isso ele poderia comprovar se os cor-
pos chegariam ou não ao solo no mesmo instante.
Embora o método científico tenha sofrido algumas variações desde a época de Galileu, de forma geral, suas principais
etapas podem ser resumidas assim:

Com base na análise do experimento e dos dados coletados, a etapa de


conclusões é a validação ou a rejeição da hipótese inicial. Caso ela se
mostre incorreta ou incompleta, uma nova hipótese deverá ser formulada,
e um novo experimento deverá testá-la. Caso esteja correta, experimentos
adicionais poderão ser propostos para aprimorar a hipótese inicial e
entender melhor o fenômeno em estudo.
Durante o estudo
de qualquer
fenômeno natural,
sua observação
cuidadosa é a
primeira etapa do
método.
VectorMine/Shutterstock

Caso o experimento
possibilite a realização Conclusões Observação
de medições, os dados
experimentais deverão
ser coletados, anali- Durante a observação
sados e confrontados do fenômeno,
com a hipótese inicial. O MÉTODO identificar um problema
Essa é a quinta etapa CIENTÍFICO específico é a segunda
do método. etapa do método.
Coleta e análise de dados Problematização

Identificado o problema,
A experimentação a formulação de
FÍSICA

– quarta etapa do uma hipótese inicial


método – fornece é a terceira etapa do
uma forma segura Formulação de método. A hipótese é
Experimentação
de testar se a hipóteses uma ideia inicial que
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hipótese inicial está procura explicar o


correta ou não. problema identificado.
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A importância do método científico deve-se, então, ao fato de que as questões e as hipóteses
sobre determinado assunto a ser estudado podem ser testadas mediante um ou mais experi-
mentos. Em muitos casos, a experimentação permite medições que fornecem dados numéricos,
os quais podem ser analisados e, muitas vezes, convertidos em relações matemáticas úteis ao
entendimento do fenômeno observado. Ainda, pode-se obter resultados que contribuem para o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

HABILIDADES NA PRÁTICA

Galileu demonstrou que corpos de massas diferentes, se abandonados da mesma altura e no mesmo
instante, chegam ao solo ao mesmo tempo, o que provou os equívocos do pensamento de Aristóteles.
Suponha que você queira reproduzir o experimento de Galileu e comprovar suas descobertas. Ao soltar
de uma mesma altura e no mesmo instante uma folha de papel e uma borracha, você perceberá que a
borracha toca o chão primeiro. Utilizando o passo a passo do método científico:
1. Estabeleça uma hipótese para explicar esse fato observado;

2. Proponha um experimento que possa ser utilizado para testar sua hipótese;

3. Após executar o experimento, descreva suas conclusões sobre o fato observado e sobre o experimento
proposto por você. FÍSICA
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Física na arte: apenas ficção científica?
Você já ouviu falar de ficção científica? É um gênero originalmente literário que se esta-
beleceu no final do século XIX e, com sua popularização, chegou aos cinemas e às televisões
americanas, com filmes como Guerra nas estrelas (Star wars), Jornada nas estrelas (Star trek) e Matrix.
Mas, afinal, o que é a ficção científica? De maneira geral, a ficção científica utiliza as tendências do
mundo real para trazer possibilidades de uma visão futurística ou de um fato extraordinário desse mes-
mo mundo, podendo utilizar os conceitos e a essência da ciência e da tecnologia. Com isso, o gênero nos
leva a refletir sobre fatos que nossa consciência admite como reais e possíveis, devido às experiências
que já vivenciamos.
Contudo, alguns filmes, para trazer mais emoções aos telespectadores, acabam não considerando
os acontecimentos conhecidos e aceitos até o momento pela ciência. A seguir, algumas cenas que não
seguem os conceitos da Física.
Filme Cena Explicação
No espaço está presente o vácuo, então não há um meio para que as ondas
Guerra nas
Explosões no espaço sonoras se propaguem. Além disso, no vácuo também há a ausência do oxigênio.
estrelas
Portanto, não é possível ter explosões com som e com combustão no espaço.
Guerra nas
Viagens na Mesmo alcançando a velocidade da luz, o que ainda não foi provado ser
estrelas e Jornada
velocidade da luz possível, as naves demorariam muitos anos para chegar a seus destinos.
nas estrelas
Mutação genética Raios gama são ondas eletromagnéticas altamente energéticas que, ao
O incrível Hulk induzida por entrarem em contato com as células humanas, matam-nas ao invés de
radiação (raios gama) provocar mutações.
De volta para o Estudos ainda não conseguiram confirmar a possibilidade de viagem no tempo
Viagem no tempo
futuro ou como fazê-la.

Mesmo que alguns filmes e livros de ficção científica nem sempre considerem conceitos científicos, o im-
svekloid/Shutterstock

portante é a imersão do telespectador. Imagine filmes de super-herói sem a armadura do Homem de Ferro
ou sem a visão de raios X do Super-Homem, ou de guerras espaciais sem o som das explosões no espaço. Por
isso, o importante é “entrar” no filme.
Por fim, como diria a famosa frase do filme Guerra nas estrelas: “Que a força esteja com você”.

LINHA DE CHEGADA
A utilização da energia nuclear para construir bombas atômicas 1. Qual a importância da ética na ciência?
representa um risco real de extinção da humanidade desde o fim
da Segunda Guerra Mundial. No início da produção das armas nu-
cleares e com a possibilidade de uma guerra nuclear, foi produzido
um manifesto, conhecido como Manifesto Russell-Einstein, assina-
do em 9 de julho de 1955 por onze cientistas contra a produção
de armas atômicas no mundo. 2. Como as reflexões e os debates éticos sobre a ciência e o uso do
Apesar do esforço dos cientistas, o manifesto não conseguiu atingir conhecimento por ela gerado podem contribuir para o bem-estar
seus principais objetivos. Desde 1945, já foram feitos mais de 2 social?
600 testes com armas nucleares. Contudo, a mesma energia inicial-
mente utilizada para propósitos bélicos hoje também é utilizada
para fins pacíficos, como geração de energia elétrica com base
em energia nuclear, ou para salvar vidas com medicina nuclear.
Dessa maneira, é importante compreender que a ciência produz
conhecimento, que é um elemento neutro e essencial para a evo- 3. Como os conhecimentos da Física podem contribuir (ou não) para
lução da civilização humana. Já a aplicação desse conhecimento a ciência, a tecnologia, a sociedade e o meio ambiente?
pode se voltar tanto ao benefício quanto ao malefício da sociedade.
Sobre isso, responda às perguntas a seguir e registre suas respostas. A proposta da seção Linha de chegada é que os alunos compreendam que há
diversas pesquisas e aplicações científicas e que nelas é fundamental ter
Everett Collection/Shutterstock

ética e responsabilidade social. Para isso, foram propostas três questões. A


Imagem da explosão primeira com o objetivo de discutir a importância da ética na ciência. Para essa
FÍSICA

da bomba atômica, em questão, é possível discutir casos reais em que a ciência se mostrou prejudicial ou
9 de agosto de 1945, trazer um texto científico que aborde o tema. Na proposta da primeira questão
na cidade de Nagasaki, também é possível discutir os impactos tecnológicos, sociais, ambientais e
Japão, durante a Segunda econômicos da utilização e dos testes de bombas atômicas. Para isso, é possível
Guerra Mundial. Estima- citar os ataques a Hiroshima e Nagasaki, na Segunda Guerra Mundial, e os testes
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se que 74 mil pessoas que estão sendo realizados por países como Rússia e Coreia do Norte.
morreram devido à Já a segunda questão traz a discussão sobre como a ética pode contribuir para a
bomba. sociedade. Esse tema pode ser debatido entre os alunos, para que eles possam
360

defender suas ideias e/ou argumentar contra ou favor das alegações dos outros
alunos. Na última questão, os alunos devem pensar nesses requisitos na área de
pesquisa da Física e retomar o que foi apresentado no módulo.

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Saberes em ação I. Dos minerais naturais existentes na Terra, o diamante é o que
apresenta maior dureza.
1. A Física é uma ciência fundamental, que busca compreender II. A vida na Terra surgiu de intensas descargas elétricas em uma
uma grande variedade de fenômenos naturais. Atualmente, a combinação particular de compostos orgânicos que estavam
quantidade dos fenômenos observados é muito maior do que agrupados há milhões de anos.
aqueles observados nos tempos de Aristóteles, Galileu ou Newton. III. O Sol é a estrela mais brilhante do céu.
Um exemplo disso são os fenômenos que ocorrem desde escalas
atômicas e subatômicas até escalas astronômicas. Além disso,
atualmente, o volume de publicações científicas é muito maior
do que era há 100 anos, por exemplo.
Reflita sobre essa evolução do conhecimento científico e aponte,
pelo menos, três razões que contribuem para explicar esse fato e
como essa evolução contribui para a sociedade.

4. Uma nova área da ciência que tem se destacado nos últimos


tempos é a Biomimética. Essa área procura compreender as solu-
ções inteligentes encontradas na natureza para resolver diversos
problemas e como é possível adaptar essas soluções para resolver
problemas da sociedade.
Um exemplo da Biomimética é a criação do velcro por George
de Mestral. Analisando cuidadosamente no microscópio como
as sementes de carrapicho ficavam grudadas nos pelos de seu
cachorro, ele verificou que as sementes eram formadas por vários
ganchos que se enroscavam nos pelos do cachorro. Com base
nisso, desenvolveu um material artificial que funcionava pelo
mesmo princípio.

Daniel Brasil/Shutterstock
2. Em 1675, Isaac Newton escreveu uma carta a um de seus maiores
críticos, o também cientista Robert Hooke, e deixou registrada uma
frase que é referenciada até os dias atuais: “se eu enxerguei mais
longe foi por estar apoiado em ombros de gigantes”. Nessa frase,
Isaac Newton refere-se às descobertas de seus antecessores, as
quais lhe serviram de base para as próprias descobertas.
a) Reflita sobre o processo de construção do conhecimento cien-
tífico e da evolução da ciência ao longo dos séculos e procure
explicar, com suas palavras, a afirmação feita por Newton.

Imagem aproximada da estrutura de funcionamento do velcro.

O método utilizado por George de Mestral no desenvolvimento do


velcro é conhecido como engenharia reversa. Sobre isso:
a) Compare os passos da engenharia reversa utilizados por
Mestral no desenvolvimento do velcro com os passos do mé-
todo científico e aponte quais são suas semelhanças e quais
b) Além disso, pesquise o contexto da revolução científica viven- são suas diferenças.
ciado por Newton e identifique quem eram os gigantes a que
ele se referia quando escreveu tal frase.

b) Mediante a comparação estabelecida no item anterior, você


considera a engenharia reversa um método seguro para
compreender fenômenos naturais?

3. O método científico foi o responsável por estabelecer um proce-


FÍSICA

dimento seguro na busca pela compreensão dos mais variados


fenômenos naturais. Embora existam relatos do uso da experimen-
tação para a compreensão de fenômenos naturais que precedem
Galileu, durante a Idade Média, ele reestruturou boa parte desse
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método na forma como é utilizado ainda hoje.


Determine quais das afirmativas a seguir podem ser comprovadas
361

pelo método científico e porquê.

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Enem e vestibulares acordou com um susto. Olhou para cima. “Com certeza um pás-
saro ou um esquilo derrubou a maçã da árvore”, supôs. Mas não
1. C1:H3 (UFRGS-2020) Assinale a alternativa que preenche cor- havia pássaros ou esquilos na árvore por perto. Ele, então, pensou:
retamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que “Apenas alguns minutos antes, a maçã estava pendurada na árvo-
Fácil

aparecem. re. Nenhuma força externa fez ela cair. Deve haver alguma força
Eratóstenes (276-194 a.C.), matemático, poeta, geógrafo e biblio- subjacente que causa a queda das coisas para a terra”.
The English Enlightenment, p. 1-3, apud MARTINS, R. A. A maçã
tecário da Biblioteca de Alexandria, nascido na Grécia Antiga há de Newton: história, lendas e tolices. In: SILVA, C. C. (org.). Estudos
mais de 2000 anos, calculou as dimensões da Terra pela primeira de história e filosofia das ciências: subsídios para aplicação no
vez com um erro muito pequeno. Seus cálculos utilizavam um ensino. São Paulo: Livraria da Física, 2006. p. 169 (adaptado).
modelo ........ da Terra que, na realidade, apresenta a forma ........ .
Em contraponto a uma interpretação idealizada, o texto aponta
a) cilíndrico – esférica
para a seguinte dimensão fundamental da ciência moderna:
b) plano – esférica a) Falsificação de teses.
c) esférico – plana b) Negação da observação.
d) esférico – geoidal c) Proposição de hipóteses.
e) geoidal – esférica d) Contemplação da natureza.
2. C5:H17 (UECE-2016) Atente ao seguinte estudo de caso: Em um e) Universalização de conclusões.
hospital do interior do Ceará, um grupo de pesquisadores pretende
5. C5:H19 (UEA-2017) Após uma coleta de exemplares em um
Fácil

investigar o efeito da adição da vitamina C à medicação rotineira


para pacientes hipertensos, partindo da informação, existente em ecossistema marinho costeiro, constatou-se a presença de um

Fácil
literatura, de que o ácido ascórbico combinado a medicamento determinado ser vivo, que um pesquisador cogitou ser um animal
para hipertensão potencializa este medicamento. com organização corporal bastante simples e de origem antiga,
pertencente ao grupo dos poríferos.
Considerando as etapas do método científico para um experimen-
to relacionado a essa problemática, assinale a opção que NÃO Com base no método de investigação científica, o passo seguinte
corresponde a uma delas. à hipótese levantada pelo pesquisador é
a) Observação. a) a realização de testes ou experimentos.
b) Formulação de hipótese. b) a confirmação da hipótese.
c) Realização de dedução. c) a conclusão sobre a hipótese levantada.
d) Uso do senso comum para as discussões e conclusões. d) a análise dos resultados já obtidos.
3. C5:H19 (UERJ-2018) e) a rejeição da hipótese.
COLEÇÃO DE PÁSSAROS E DE INSETOS DO MUSEU NACIONAL DE 6. C5:H19 (UEA-2018) No século XVII, o médico e cientista Jan
Fácil

HISTÓRIA NATURAL DOS ESTADOS UNIDOS Baptista van Helmont indicou uma maneira capaz de promover
Fácil

a geração espontânea de roedores. De acordo com Helmont,


bastava colocar uma camisa suja e sementes de trigo em um re-
cipiente aberto para que, em 21 dias, fosse constatada a geração
espontânea dos roedores.
Assinale a alternativa que relaciona as informações do texto com
o método de investigação científica.
a) O teste realizado com a camisa suja consistiu na comprovação
da hipótese desenvolvida.
b) A observação de um fato levou o cientista a desenvolver um
teste com a camisa suja.
c) A hipótese foi desenvolvida pelo cientista após a realização
super.abril.com.br do teste com a camisa suja.
Os zoólogos em seus museus de História Natural, sem se deslo- d) O cientista comprovou que os roedores são gerados espon-
carem mais do que poucos metros e abrindo apenas algumas taneamente a partir da camisa suja.
gavetas, puderam viajar através de todos os continentes. Muitos e) A montagem do conjunto camisa suja e grãos de trigo con-
aspectos comuns, que não podiam ser vistos em espécies pe- sistiu na observação do experimento.
rigosas distantes no tempo e no espaço, passaram a aparecer
facilmente entre o conteúdo de uma vitrina e o da próxima. 7. C5:H19 (UEA-2019) Ao colher frutos diretamente da árvore,
Adaptado de LOPES, M. O Brasil descobre a pesquisa científica: os museus e uma estudante notou diversas larvas de insetos em seu interior
Médio

as ciências naturais no século XIX. São Paulo: HUCITEC; Brasília: UnB, 2009. (I). Imaginou, então, que alguma espécie de mosca deveria ter
colocado seus ovos nos frutos quando estes ainda estavam em
No decorrer dos séculos XIX e XX, museus de História Natural processo de maturação (II). Logo, pensou que se alguém tivesse
foram criados em diversos países. Esses espaços buscavam não só ensacado os frutos, antes da postura dos ovos das moscas, as
expor curiosidades, como também promover, em novas bases, o larvas seriam evitadas (III). Assim, realizou esse procedimento
conhecimento científico de fenômenos e seres vivos. com outros frutos (IV). Após algum tempo, ao abrir alguns frutos
A promoção dessa forma de conhecimento sobre a natureza se ensacados e já maduros, notou que realmente seu pensamento
relacionava com a seguinte sequência de procedimentos: estava correto (V).
a) coletar, observar e classificar Com relação ao método de investigação científica, é correto
afirmar que
FÍSICA

b) analisar, colecionar e organizar


c) experimentar, reunir e desmistificar a) I corresponde à hipótese levantada.
d) descobrir, uniformizar e hierarquizar b) III corresponde ao experimento testado.
c) IV corresponde à dedução imaginada.
EM23_1_FIS_01

EM23_1_FIS_01

4. C1:H3 (Enem-2019) A lenda diz que, em um belo dia ensolarado,


Newton estava relaxando sob uma macieira. Pássaros gorjeavam d) II corresponde ao fato verificado.
Fácil

em suas orelhas. Havia uma brisa gentil. Ele cochilou por alguns e) V corresponde ao resultado analisado.
362

minutos. De repente, uma maçã caiu sobre a sua cabeça e ele

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8. C5:H17 (UFRGS-2019) Na coluna da esquerda, estão listados Considerando as etapas do método científico, é correto afirmar
Médio eventos ou situações físicas; na da direita, grandes áreas das que este experimento
teorias físicas. a) não permitiu resultados conclusivos, pois dois dos frascos
permaneceram fechados.
1. Descrição de sistemas que en- a) Física Clássica
volvam objetos que se movam b) permitiu concluir que o ar é necessário para o crescimento
com velocidades próximas da das larvas de moscas.
velocidade da luz. c) fortaleceu a teoria da abiogênese.
2. Descrição de fenômenos que b) Física Quântica d) comprovou que pedaços de carne mantidos em frascos co-
ocorrem em dimensões mui- bertos não se deterioram.
to pequenas, como as de um e) usou um dos frascos como controle para testar uma hipótese.
átomo.
11. C1:H3 (Enem-2014) A filosofia encontra-se escrita neste grande
3. Unificação da Eletricidade e do c) Física livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é,

Médio
Magnetismo, conforme realiza- Relativística o universo), que não se pode compreender antes de entender
da por Maxwell. a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele
está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos,
A alternativa que relaciona corretamente o evento ou a situação circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é
com a área usada para descrevê-lo é impossível entender humanamente as palavras; sem eles, vagamos
a) 1(a), 2(b) e 3(c). perdidos dentro de um obscuro labirinto.
GALILEI, G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
b) 1(a), 2(c) e 3(b).
c) 1(b), 2(c) e 3(a). No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a
posição de Galileu significava defender a
d) 1(c), 2(a) e 3(b).
a) continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na
e) 1(c), 2(b) e 3(a).
Idade Média.
9. C1:H3 (UFRGS) Considere o enunciado abaixo e as três propostas b) necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado do
para completá-lo. exame matemático.
Médio

Fleming, um microbiologista, ao examinar placas de cultivo


c) oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da
semeadas com bactérias, observou que elas eram incapazes de
filosofia escolástica.
crescer de uma colônia de fungos contaminantes. A identificação
posterior dos antibióticos comprovou a hipótese formulada pelo d) importância da independência da investigação científica
pesquisador de que os fungos produzem substâncias que inibem pretendida pela Igreja.
o crescimento das bactérias. e) inadequação da matemática para elaborar uma explicação
Sabendo-se que Fleming aplicou em sua pesquisa o método racional da natureza.
científico, é correto afirmar que
1 - ele formulou uma hipótese de pesquisa tendo como base a Enem e vestibulares + Desafio
observação de que as bactérias não proliferavam em determinado
ambiente. 12. C1:H3 (Enem-2017) Dado que, dos hábitos racionais
2 - ele realizou experimentos de acordo com predições decorren- com os quais captamos a verdade, alguns são sempre
Difícil

tes da formulação de uma hipótese, ou seja a de que substâncias verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a
produzidas por fungos inibem o crescimento bacteriano. opinião e o cálculo, enquanto o conhecimento científico
3 - ele concluiu, baseado em suas reflexões sobre a reprodução e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum outro
de fungos, que a substância por eles produzida inibia a divisão gênero de conhecimento é mais exato que o conhecimento cien-
mitótica de bactérias. tífico, exceto a intuição, e, por outro lado, os princípios são mais
Quais estão corretas? conhecidos que as demonstrações, e dado que todo conhecimento
científico constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver
a) Apenas 1. d) Apenas 1 e 2.
conhecimento científico dos princípios, e dado que não pode haver
b) Apenas 2. e) 1, 2 e 3. nada mais verdadeiro que o conhecimento científico, exceto a in-
c) Apenas 3. tuição, a intuição deve ter por objeto os princípios.
ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In: REALE, G. História
10. C1:H3 (UEA-2016) No século XVII, o cientista italiano Francesco da Filosofia Antiga. São Paulo: Loyola, 1994.
Redi questionou se organismos vivos poderiam se originar da
Médio

matéria inanimada ou apenas de outros organismos vivos. Em Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pertencem ao
busca de uma resposta, realizou um experimento que consistiu domínio do(a)
em colocar pedaços de carne fresca em três frascos de vidro. Um a) opinião, pois fazem parte da formação da pessoa.
dos vidros foi imediatamente vedado com uma tampa, o outro foi
b) cálculo, pois são demonstrados por argumento.
imediatamente coberto com gaze, e o outro permaneceu aberto.
Em pouco tempo, moscas aproximaram-se dos vidros, mas só c) conhecimento científico, pois admitem provas empíricas.
conseguiram pousar na carne do vidro que ficou aberto. Após d) intuição, pois ela é mais exata que o conhecimento científico.
alguns dias, a carne deste vidro estava repleta de larvas. e) prática de hábitos racionais, pois com ela se capta a verdade.
13. C1:H3 (Enem) Os produtos e seu consumo constituem
a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa
Difícil

meta foi proposta pela primeira vez no início da


FÍSICA

Modernidade, como expectativa de que o homem po-


deria dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida
em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon
e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”,
EM23_1_FIS_01

EM23_1_FIS_01

“de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar


o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques,
363

Scientiae Studia. São Paulo, v. 2 n. 4, 2004 (adaptado).

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Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o 15. C1:H3 (Enem) Assentado, portanto, que a Escritura, em
projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber muitas passagens, não apenas admite, mas necessita

Difícil
que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse de exposições diferentes do significado aparente das
contexto, a investigação científica consiste em palavras, parece-me que, nas discussões naturais, de-
a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as veria ser deixada em último lugar.
disputas teóricas ainda existentes. GALILEI, G. Carta a Benedetto Castelli. In: Ciência e fé:
cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e com a Bíblia. São Paulo: Unesp, 2009. (adaptado).
ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas O texto, extraído da carta escrita por Galileu (1564-1642) cerca
do saber que almejam o progresso. de trinta anos antes de sua condenação pelo Tribunal do Santo
Ofício, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e século XVII. A declaração de Galileu defende que
eliminar os discursos éticos e religiosos.
a) a bíblia, por registrar literalmente a palavra divina, apresenta
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e a verdade dos fatos naturais, tornando-se guia para a ciência.
impor limites aos debates acadêmicos.
b) o significado aparente daquilo que é lido acerca da natureza
14. C1:H3 (Enem) na bíblia constitui uma referência primeira.
TEXTO I c) as diferentes exposições quanto ao significado das palavras
Difícil

Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus bíblicas devem evitar confrontos com os dogmas da Igreja.
primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como d) a bíblia deve receber uma interpretação literal porque, desse
verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão modo, não será desviada a verdade natural.
mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era e) os intérpretes precisam propor, para as passagens bíblicas,
necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me sentidos que ultrapassem o significado imediato das palavras.
de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo
novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira
Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).

TEXTO II
É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do
próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela
dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de
alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente
nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa
mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes. A metafísica da modernidade.
São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).

A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para


viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se
a) retomar o método da tradição para edificar a ciência com
legitimidade.
b) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e
concepções.
c) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos
esclarecidos.
GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
d) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
ultrapassados. 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
2. Abraooaplicativo e aponte
aplicativo a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam 3. Oao lado paradeste
gabarito acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
ser questionados. ­módulo.

Cartão-resposta Expectativa versus realidade: a trajetória da ciência Física

1 A B C D E 5 A B C D E 9 A B C D E 13 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 6 A B C D E 10 A B C D E 14 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 11 A B C D E 15 A B C D E
4 A B C D E 8 A B C D E 12 A B C D E
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364

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PONTO DE PARTIDA
02
Onde a Metrologia afeta seu dia a dia?
A Metrologia é definida pelo VIM – Vocabulário Internacional de Metrologia – como “A ciên-
cia da medição” e adicionalmente informa que “A Metrologia abrange todos os aspectos teóricos
e práticos relativos à medição, qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da ciência
02/44
ou tecnologia”.
[...] Geralmente, não percebemos que a Metrologia não está apenas nas indústrias ou nas
universidades, a medição e seus aspectos técnicos estão em nossas vidas diariamente. Somos
cercados por instrumentos de medição que afetam diretamente nossa qualidade de vida, nossas
relações de consumos e até nossas decisões.
A história das medições está ligada à formação das sociedades e civilizações. A necessidade
de se medir, ter padrões de grandezas, comparar distâncias e tempos, observação e localiza-
ção por astros, quantificação de alimentos são exemplos de características de povos nômades
na antiguidade.
Nos dias de hoje não é diferente, temos necessidades de medição constantes e diárias. [...] Não
somente nas indústrias, mas também na nossa casa, no supermercado, no carro, no celular, na
farmácia etc., enfim nossa vida é metrologia.

A experimentação na ciência:
ONDE a Metrologia afeta seu dia a dia? ACC Engenharia da medição. Disponível em: https://
accmetrologia.com.br/onde-a-metrologia-afeta-seu-dia-a-dia/. Acesso em: 17 ago. 2021.

É importante compreender que a padronização dos muitos processos de medição e das unidades de medida não
apenas trouxe benefícios para as várias áreas da ciência, mas contribuiu também para os diferentes setores da
sociedade, como comércio, saúde, indústria, segurança e meio ambiente.
Pensando nos benefícios dos processos de padronização de medição e das unidades de medida para a sociedade,
responda às perguntas a seguir.

entre acertos e erros


1. Qual a importância desses processos para a sociedade e sua organização?

2. Como a metrologia tem contribuído para a integração entre os países nos mais variados setores da sociedade?

3. As unidades de medida não são as mesmas em todos os países do mundo, e projetos de engenharia e tecnologia
feitos em conjunto por países diferentes podem trazer prejuízos catastróficos quando o padrão de unidades de
medida das partes envolvidas no desenvolvimento é diferente. Em uma roda de conversa, faça uma pesquisa sobre
os maiores erros em projetos de engenharia e tecnologia causados por falta de padrão em unidades de medida.
Elabore uma lista e discuta com os colegas os eventos encontrados por vocês.
Utilize esse texto introdutório para resgatar com os alunos os conhecimentos deles sobre unidades de medida. Faça uma breve pesquisa
sobre quais unidades os alunos já viram em produtos de supermercado, produtos eletrônicos etc. Caso alguns alunos já tenham tido
experiências internacionais, faça um levantamento das unidades que eles viram em outros países que sejam diferentes das utilizadas nos
produtos brasileiros e de unidades que sejam iguais às utilizadas aqui.

Conjunto de pesos de laboratório de alta precisão. Eles são


utilizados na calibração de equipamentos, como as balanças.
Escola Digital

FÍS
Anastasia Perez/Shutterstock
365

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Sistema Internacional de Unidades
Quilograma físico deixa Juntamente à experimentação, a capacidade de realizar medições foi fundamental para a com-
de existir. Entenda o que preensão e a descrição precisa dos fenômenos naturais. Cada medida está associada a uma grande-
muda na nova definição
za física e cada grandeza descreve uma propriedade específica do fenômeno estudado. Portanto,
[...] O que muda? uma grandeza física é tudo aquilo que pode ser medido, seja por meio de instrumentos, seja por
Em termos práticos, para a meio de cálculos matemáticos.
população em geral, tudo
continua igual. Contudo, Cada grandeza física possui uma ou mais unidades de medida que a caracterizam e é por meio
isso acarreta mudanças das unidades de medida que podemos diferenciar uma grandeza de outra. Considere a grandeza fí-
em outras três unidades sica massa, uma propriedade que representa a quantidade de matéria de um corpo. Para expressar
atreladas à massa: o
corretamente a medida da massa de um corpo, é preciso representar a magnitude dessa grandeza,
kelvin, o ampére e o mol.
[...] Anteriormente, a base ou seja, o número e a unidade de medida, como 10 kg (10 quilogramas).
era na liga de iridium e Com a evolução da ciência e o aperfeiçoamento
platina que ficava dentro
dos processos e dos instrumentos de medida, no-
de uma engenhosa balança
em Paris. O número era
relacionado ao peso do
vas grandezas físicas foram sendo definidas.
Contudo, devido à falta de padronização nas
kg
objeto, ou seja, a força que definições dessas grandezas e de suas uni-
a gravidade faz na massa dades de medida, à mesma grandeza físi-

cd

m
para o centro da Terra.
ca foram atribuídas diferentes unidades.
O novo método é chamado
Um exemplo disso é a grandeza física
de balança de Kibble e

SI
não usa estes elementos. comprimento, que pode ser representa-
Agora, é gerada uma força da pelas seguintes unidades de medida:
eletromagnética a qual metro, jarda, pé, polegada, milha e ou-
é usada para calcular a

mol
tras derivações.
massa de um objeto.

s
[...] Contudo, para Devido à necessidade de organizar
utilização comum, (por e padronizar as grandezas físicas e suas
exemplo, descobrir unidades de medida, foi criado o Sistema
quantos quilos você tem) Internacional de Unidades (SI).
a balança da farmácia vai
Atualmente o SI está organizado em sete
continuar suprindo muito
bem. grandezas físicas que foram adotadas e defi- K A
WAKKA, W. Quilograma físico nidas como fundamentais ou de base. São elas:
deixa de existir. Entenda o
que muda na nova definição.
Canaltech, 21 maio 2019. Representação esquemática das sete grandezas fundamentais do SI.
Disponível em: https://
canaltech.com.br/ciencia/
quilograma-fisico-deixa-de- Cada uma dessas grandezas tem uma unidade de medida que a representa, conforme a
existir-entenda-o-que-muda- tabela a seguir.
na-nova-definicao-139697/.
Acesso em: 27 jul. 2021. Grandeza Unidade Símbolo
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Temperatura termodinâmica kelvin K
Corrente elétrica ampere A
Quantidade de substância mol mol
Intensidade luminosa candela cd

Há também as grandezas chamadas de derivadas, utilizadas em muitas situações do dia a dia


e nos estudos da Física. São elas:
Grandeza Unidade Símbolo
Velocidade metro por segundo m/s
Aceleração metro por segundo ao quadrado m/s²
Densidade quilograma por metro cúbico kg/m³
Força newton N
FÍSICA

Energia joule J
Pressão pascal Pa
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EM23_1_FIS_02

Potência watt W
Carga elétrica coulomb C
366

Resistência elétrica ohm Ω

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O SI criou também regras para a representação das unidades. Entre essas regras, as princi-
pais são:

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● Nomes das unidades de medida: tanto os das grandezas fundamentais como os das
derivadas devem ser escritos sempre com letra minúscula.
● Símbolos das unidades de medida: tanto as unidades das grandezas fundamentais
quanto as das grandezas derivadas têm suas unidades de medida representadas por le-
tras minúsculas, com exceção da unidade litro (L). Contudo, quando as unidades forem
derivadas de nomes de cientistas, deverão ser representadas por letras maiúsculas. Por
exemplo, a grandeza temperatura, cuja unidade é o kelvin, tem como símbolo o K, ou a
grandeza força, cuja unidade é o newton, tem como símbolo o N.

HABILIDADES NA PRÁTICA

A padronização das unidades de medida fundamentais sempre foi um grande desafio. De tempos em
tempos, as definições mudavam a fim de se buscar uma melhor precisão, o que levou os cientistas a
definirem as sete grandezas fundamentais em termos de constantes físicas da natureza, que não se alte-
raram, por exemplo o metro, definido em função da velocidade da luz, e o segundo, definido em função
das oscilações da luz emitida pelo átomo de um isótopo do elemento químico césio 133. Em termos
práticos, as definições anteriores não sofreram alteração, considerando que apenas se tornaram mais
precisas. Sabendo disso, explique a importância em nossa sociedade de se ter os padrões das unidades
de medida fundamentais definidos em termos de constantes físicas da natureza. Registre sua resposta.

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Algarismos significativos
Muitas grandezas físicas são medidas diretamente com instrumentos de medida. Assim, para
medir a massa de um corpo, por exemplo, utiliza-se uma balança; para medir o comprimento
de um corpo, utiliza-se uma régua; ou, ainda, para medir a duração de uma viagem, é possível
utilizar um relógio.
Entretanto, independentemente do instrumento de medida utilizado, seja ele digital, seja
analógico, ou por mais sofisticado que seja, sempre apresentará uma imprecisão na medida. As trenas são
Com isso, ao calcular a medida de qualquer grandeza física, o resultado obtido será um número instrumentos de
inexato e a imprecisão da medida dependerá tanto do limite de precisão do instrumento de me- medição que tem
FÍSICA

em sua estrutura
dida como da habilidade do experimentador que a calcula.
uma haste metálica
Uma maneira de representar a medida de uma grandeza física de forma mais aproximada flexível e graduada
do valor real é utilizar algarismos significativos, que fornecem o grau de precisão da medida. em centímetros e
EM23_1_FIS_02

EM23_1_FIS_02

polegadas.
Quando uma medida é representada com algarismos significativos, o último algarismo significa-
tivo da medida é chamado de algarismo duvidoso, pois ele está fora da precisão do instrumen-
367

to e não se pode ter certeza sobre seu valor.

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9 Exemplo:

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Suponha que uma pessoa, ao medir sua massa corporal em
● Se o algarismo duvidoso for maior do que cinco,
uma balança, obtenha o valor de 84,70 kg. Se a precisão da
então o último algarismo significativo deverá ser
balança, conforme indicada pelo manual, for de ± 0,1 kg, en-
aumentado em uma unidade.
tão pode-se afirmar que, para essa medida, os dois primeiros
dígitos (8 e 4) são precisos, pois estão dentro da precisão da ● Se o algarismo duvidoso for menor do que cinco,
balança. Já os dois últimos dígitos (7 e 0) carregam a impre- então o último algarismo significativo deverá per-
cisão da medida por estarem fora da precisão da balança. manecer inalterado.
Dessa forma, a medida da massa corporal dessa pessoa teria ● Se o algarismo duvidoso for igual a cinco e qualquer
quatro algarismos significativos: os dois primeiros (8 e 4) sen- outro algarismo posterior for diferente de zero, en-
do precisos e os últimos (7 e 0) sendo estimados e a medida tão o último algarismo considerado deverá ser au-
podendo ser apresentada como (84,70 ± 0,1) kg. Na prática, mentado em uma unidade.
essa representação indica que essa grandeza pode assumir ● Se o algarismo duvidoso for igual a cinco e os de-
qualquer valor entre 84,60 kg e 84,80 kg. mais algarismo posteriores forem iguais a zero,
então o último algarismo considerado deverá ser
A quantidade de algarismos significativos de uma me- aumentado em uma unidade se for ímpar e manti-
dida pode ser determinada com base nas seguintes regras: do inalterado se for par.
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● Todos os algarismos diferentes de zero (1 a 9) são Notação científica


significativos. Algumas grandezas físicas podem apresentar valores de-
● A quantidade de algarismos significativos de um masiadamente grandes ou pequenos, como a massa da Terra
número corresponde à quantidade de algarismos (5 972 400 000 000 000 000 000 000 kg) e a carga elementar
contados da esquerda para a direita. Por exemplo, do elétron (0,000000000000000000160218 C). Cálculos en-
os números 3 045; 304,5; 30,45; e 3,045 possuem volvendo números com essas características podem apre-
quatro algarismos significativos. sentar certo grau de dificuldade e serem muito trabalhosos.
● Quando um número apresenta zeros à esquerda Para simplificar esses cálculos, é possível representar
de um número significativo, esses zeros não são números que sejam muito grandes ou muito pequenos em
considerados significativos. Por exemplo, o núme- um formato conhecido como notação científica. Nesse
ro 0,054 possui apenas dois algarismos significati- tipo de representação, os números são escritos utilizando
vos, o 5 e o 4. potências de base 10 da seguinte maneira:
● Zeros à direita da vírgula decimal são considerados
y = N · 10n
algarismos significativos. Por exemplo, 0,500 tem
três algarismos significativos. Contudo, 0,051 tem Em que y representa o valor da grandeza física, N represen-
dois algarismos significativos. ta um número real (1 ≤ N < 10) e 10n representa o termo
● Quando um zero estiver entre dois algarismos di- exponencial (n ∈  ).
ferentes de zero, ele será considerado significativo. Para representar um número em notação científica,
O número 6,094 tem, por exemplo, quatro algaris- adotam-se as seguintes regras:
mos significativos.
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● Quando um número for exato, é considerado


● Com o número escrito na forma decimal, a vírgula
que ele tem infinitos algarismos significativos. Por
deve ser deslocada até que fique entre o primeiro e
exemplo, se considerarmos o número 43,00 como
o segundo algarismos significativos.
exato, representá-lo como 43 ou 43,0000 é indife-
rente, para efeito de cálculos matemáticos. ● O valor do expoente será igual à quantidade de ca-
sas decimais em que a vírgula foi deslocada para
● Quando operações matemáticas envolvendo nú-
ficar entre o primeiro e o segundo algarismos
meros com diferentes algarismos significativos são
significativos.
realizadas, o resultado deve ter a precisão do nú-
mero que possuir a menor quantidade de algaris- ● Se a vírgula for deslocada para a esquerda, o ex-
mos significativos. poente será positivo.
● Se a vírgula for deslocada para a direita, o expoen-
te será negativo.

Em algumas situações, para que o resultado matemá-


tico seja corretamente representado, será preciso usar o O número de algarismos significativos utilizados na repre-
arredondamento de números. Nesses casos, as regras de sentação final dependerá da precisão associada à grandeza
FÍSICA

arredondamento de números a serem consideradas são física representada. Caso seja necessário, o número deverá
as seguintes: ser arredondado seguindo as mesmas regras já apresenta-
das anteriormente.
EM23_1_FIS_02

EM23_1_FIS_02
368

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9 Exemplo: 9 Exemplo:
Representação da massa da Terra em notação científica: Considere uma barra metálica, com comprimento inicial L, que
foi dividida em duas partes: a primeira parte com medida de
5 972 400 000 000
 000
  kg
000 000 000
1,2 · 103 cm e a segunda parte com 2,3 · 102 cm. Para descobrir
24 casas
o comprimento inicial da barra, é preciso somar os compri-
Dessa forma: 5,9724 · 10 kg ≈ 5,97 · 1024 kg
24
mentos das duas partes resultantes do corte. Dessa forma:
Observe que a vírgula, que se encontra após o último zero à L = (1,2 · 103) cm + (2,3 · 102) cm ⇒ (1,2 + 0,23) · 103 cm
direita, foi deslocada 24 casas para a esquerda, sendo posiciona- L = 1,43 · 103 cm
da antes do primeiro algarismo significativo. O expoente, nesse
● Multiplicação: multiplicam-se os termos dígitos e somam-
caso, é igual ao número de casas em que a vírgula foi desloca-
-se os expoentes.
da (24) e positivo, pois a vírgula foi deslocada para a esquerda.
Ao final, o resultado foi aproximado tal que a massa da Terra (N1 · 10n1) · (N2 · 10n2) = (N1 · N2) · 10n1 + n2
fosse representada com apenas três algarismos significativos.
Representação da carga elementar em notação científica: 9 Exemplo:
0, 000000000000000000160218
 C Considere uma placa retangular com suas arestas medindo
19 casas 2,4 · 101 cm e 1,5 · 102 cm. Para calcular a área da placa, é pre-
Dessa forma: 1,6022 · 10–19 C ≈ 1,6 · 10–19 C ciso multiplicar os valores das arestas. Dessa forma:
Observe que a vírgula foi deslocada dezenove casas para a A = (2,4 · 101) cm · (1,5 · 102) cm
direita, sendo posicionada após o primeiro algarismo signi- (2,4 · 1,5) · 101+2 cm2
ficativo. O expoente, nesse caso, é igual ao número de casas A = 3,6 ·103 cm2
em que a vírgula foi deslocada (19) e negativo, pois a vírgula
● Divisão: dividem-se os termos dígitos e subtraem-se
foi deslocada para a direita. Ao final, o resultado foi repre-
os expoentes.
sentado com apenas dois algarismos significativos.
(N1 · 10n1) ÷ (N2 · 10n2) = (N1 ÷ N2) · 10n1 – n2
Operações matemáticas
Embora a representação de números em potência de 9 Exemplo:
base 10 seja muito útil, é preciso ter atenção ao se realizar Considere que uma pessoa com peso de 1 · 103 N está pisan-
operações matemáticas entre números dessa natureza. do em uma área de 0,2 · 102 m2. Para determinar a pressão
● Adição e subtração: é necessário deixar todos os termos que essa pessoa exerce sobre o solo, é preciso dividir seu peso
na mesma potência de dez e, em seguida, realizar a adição pela área do local. Dessa forma:
ou a subtração dos termos dígitos. P = (1 · 103) N ÷ (0,2 · 102) m2
N1 · 10 + N2 · 10 = (N1 + N2) · 10
n1 n1 n1
P = (1 ÷ 0,2) · 103–2
P = 5 · 101 N/m2
e
Para facilitar a representação de números em potên-
cia de base 10, o SI adota prefixos especiais para algumas
N1 · 10n1 – N2 · 10n1 = (N1 – N2) · 10n1
potências. A tabela seguinte mostra o nome, o símbolo, a
representação em potência de base 10 e a representação
decimal dos principais prefixos.

KPixMining/Shutterstock

O paquímetro é um
instrumento de medição
que permite a identificação
de dimensões de pequenos
objetos. Esse instrumento
tem, em média, precisão
de 0,02 mm, o que garante
medidas muito próximas da
dimensão real dos objetos.
FÍSICA
EM23_1_FIS_02

EM23_1_FIS_02

369

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9 Exemplo:
Representação Representação
Nome Símbolo
em base 10 decimal Leia o texto a seguir sobre a Itaipu Binacional.
peta P 10 15
1 000 000 000 000 000
A Itaipu Binacional é líder mundial em produção
tera T 1012 1 000 000 000 000
de energia limpa e renovável, tendo produzido mais
giga G 109 1 000 000 000 de 2,7 milhões de gigawatts-hora (GWh) desde o
mega M 10 6
1 000 000 início de sua operação, em 1984. Com 20 unida-
des geradoras e 14.000 MW de potência instalada,
quilo k 103 1 000
fornece 10,8% da energia consumida no Brasil e
hecto h 10 2
100 88,5% no Paraguai.
deca da 10 1
10
GERAÇÃO. Itaipu Binacional. Disponível em: https://www.
------------ ----------- 100 1 itaipu.gov.br/energia/geracao. Acesso em: 13 jul. 2021.

deci d 10–1 0,1 De acordo com o texto, a potência instalada da usina de Itaipu
centi c 10 –2
0,01 é de 14 000 MW. Determine, em GW, o valor dessa potência.
mili m 10–3 0,001 Para representar essa potência em GW, faz-se:

micro μ 10 –6
0,000001 Potência = 14 000 MW = 14 000 ·106 W

nano n 10–9 0,000000001


Potência = 14 · 103 ·106 W
Potência = 14 · 109 W
pico p 10–12 0,000000000001
Potência = 14 GW (por unidade geradora)
femto f 10–15 0,000000000000001

A Física ainda adota um prefixo especial chamado de


Ordem de grandeza
­ångström (Å), apenas para representar comprimentos de Embora a representação de grandezas físicas por nota-
escala atômica. Sua representação em potência de base 10 ção científica seja muito útil, muitas vezes se deseja obter
é 10 –10 m e sua representação decimal é 0,0000000001 m. apenas uma estimativa da medida da grandeza física estu-
dada, não sendo necessário saber o valor exato da medição.
Os prefixos do SI são amplamente utilizados no cotidia-
Nesse caso, o que se busca determinar é a ordem de gran-
no e de diversas maneiras. Acompanhe algumas situações
deza (OG) associada à grandeza física. Portanto:
usuais na tabela seguinte.

Grandeza Representação A ordem de grandeza é uma estimativa da medida da


Nome Símbolo grandeza física.
física em base 10
quilômetro km 103 m Para determinar a ordem de grandeza de uma grandeza
Comprimento centímetro cm 10–2 m física, adota-se o seguinte procedimento:
milímetro mm 10–3 m
mentalmind/Shutterstock

tonelada t 106 g ● Escreve-se a grandeza física em notação científica


Massa quilograma kg 10 g
3 na forma N · 10n.

miligrama mg 10–3 g ● Compara-se N com 3,16 e:

Volume litro L 10–3 m3


I. Se N ≥ 3,16, a ordem de grandeza será represen-
tada por:
quilobyte kB 103 B
OG = 10n + 1
Informação megabyte MB 106 B
digital gigabyte GB 109 B II. Se N < 3,16, a ordem de grandeza será represen-
terabyte TB 10 B
12 tada por:
OG = 10n
Perceba que a utilização de prefixos facilita o processo
de conversão de grandezas físicas cujos múltiplos e submúl-
tiplos são definidos em termos de potências de base 10 e
dos prefixos do SI. As grandezas massa e comprimento são O fator comparativo 3,16 é obtido pela relação ma-
exemplos disso. temática 10 ≈ 3,16. A potência 10 representa o valor
Quando os prefixos são utilizados para representar intermediário entre as potências 10 0 e 101 desta maneira:
grandezas físicas, nem sempre elas estarão na represen-
100  10  101  1  3,16  10
tação usual de notação científica, ou, ainda, pode ser que,
para adaptar alguma grandeza a determinado prefixo, seja
A representação da ordem de grandeza de uma grande-
FÍSICA

preciso deslocar a vírgula quantas casas forem necessárias


za física envolve apenas a base 10 com o expoente n, sem o
até atingir a base 10 que representa o prefixo desejado.
valor de N.
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EM23_1_FIS_02
370

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9 Exemplo:
Se o vírus da covid-19 (SARS-CoV-2) tem um diâmetro variável entre 50 nm e 200 nm, qual
a ordem de grandeza para os diâmetros máximo e mínimo do vírus?
É possível representar o diâmetro menor em notação científica da seguinte maneira:
50 nm = 50 · 10–9 m = 5,0 · 10–8 m
Após isso, comparando o valor de N com o fator 3,16, sabe-se que 5,0 > 3,16. Portanto,
a ordem de grandeza do vírus, adotando seu diâmetro mínimo, será:
OG = 10–8+1 = 10–7 m.
Para o diâmetro maior, o passo a passo é o mesmo. Primeiro o diâmetro será represen-
tado em notação científica:
200 nm = 200 · 10–9 m = 2,00 · 10–7 m
Após isso, comparando o valor de N com o fator 3,16, sabe-se que 2,0 < 3,16. Portanto,
a ordem de grandeza do diâmetro máximo do vírus será:

GEMINI PRO STUDIO/Shutterstock


OG = 10–7 m.

LINHA DE CHEGADA
1. Leia o texto a seguir.
Erros de cálculo na engenharia
[...] Hyatt Regency Hotel
[...] Com as imagens obtidas no dia do acidente, determinou-se o número de pessoas que se encontravam na passarela e, com os cálcu-
los, o valor de carga que a estrutura estava submetida. De acordo com o projeto original, foram estabelecidas condições de escoramento
idênticas para as três passarelas, porém com a análise e realização de cálculos concluiu-se que as passarelas no projeto suportariam apenas
60% da carga mínima exigida pelo Kansas City Building Code. Com as alterações realizadas no projeto, as passarelas do segundo e quarto
andar foram construídas suportando apenas 30% da carga mínima.
[...] Foguete Ariane 5
A falha no lançamento foi causada por um erro no software de controle. O erro de overflow ocorre quando se tem
um valor atribuído a uma variável que é maior do que o maior valor que esta variável consegue representar. Havendo
um sistema decimal, que representa os valores de 0 a 9, se tentássemos atribuir o resultado da operação 5+5 em
uma variável deste tipo, o resultado seria um overflow, resultando em falhas na execução de uma programação.
[...] O erro de operando ocorreu devido a um valor inesperadamente elevado de uma função de alinhamento
interno, denominada BH (horizontal bias), que está relacionada com a componente horizontal da velocidade moni-
torada pela plataforma. Este valor é calculado como um indicador de precisão de alinhamento ao longo do tempo.
O valor de BH foi muito maior do que o previsto porque o segmento inicial da trajetória do Ariane 5 difere da
trajetória do Ariane 4 e resulta em valores consideravelmente altos para a componente horizontal da velocidade.
FLORENZANO, G. S. et al. Erros de cálculo na engenharia. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 15., 2018, Resende,
Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos18/23226187.pdf. Acesso em: 11 ago. 2021.
canadianPhotographer56/Shutterstock

Refletindo sobre a importância da metrologia e das regras de medição apresentadas ao longo do capítulo,
indique, para cada um dos casos acima:
a) Como as falhas ocorridas poderiam ter sido evitadas.

b) As consequências da não utilização criteriosa das medições estabelecidas pelo SI ou dos cálculos com
precisão de medidas.
FÍSICA

Retome com os alunos a ideia de padronização de unidades, de forma que os alunos possam estabelecer intervenções
para solucionar problemas e analisar as consequências que a falta de padronização pode trazer na forma de vidas
perdidas, de investimentos e de projetos que deram errado. O texto proposto traz duas situações nas quais os erros de
EM23_1_FIS_02

EM23_1_FIS_02

cálculo resultaram em acidentes. Com isso, é importante discutir com os alunos sobre as perguntas propostas, de maneira
que eles compreendam a necessidade de se ter conhecimento dos cálculos matemáticos, das unidades de medida, dos
padrões de medida, dos instrumentos de medição, dos materiais adequados, além do cuidado no momento de propor e
371

executar um projeto.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 371 31/08/2022 08:36:28


Saberes em ação

Naeblys/Shutterstock
1. Embora o SI tenha sido proposto para criar padrões de referência
para todas as medidas, as medidas usuais ainda são amplamente
utilizadas no dia a dia, pois, muitas delas, possuem uma com-
preensão mais intuitiva. Um exemplo disso é a medida da tela de
celulares, televisores ou computadores. Embora a medida padrão
no SI para se medir comprimento seja o metro, no Brasil, as telas
de equipamentos eletrônicos são medidas na diagonal e em po-
legadas, uma medida utilizada no Sistema Imperial Britânico de
medidas. A polegada é definida como a medida média da largura
do polegar de uma pessoa adulta. Para efeitos de equivalência
entre os sistemas de medida, atualmente 1 polegada equivale
a 0,0254 m.
a) Se um celular possui tela de 5,9 polegadas, qual sua medida
em unidades do SI?

Representação esquemática, fora de escala, da sonda solar Parker


voando próximo do Sol.
Alpha Centauri é o sistema estelar mais próximo do sistema
solar, localizado a uma distância de 4,37 anos-luz do Sol. O
b) Utilizando uma régua, estime o valor de uma polegada sua
ano-luz é uma unidade astronômica de distância obtida cal-
e depois expresse a medida da tela do celular utilizando sua
culando-se a distância percorrida pela luz, no vácuo, durante
polegada como unidade de medida.
o tempo de 1 ano. Considerando que a velocidade da luz no
vácuo seja aproximadamente 300 000 km/s e que um ano tenha
31 536 000s, estime a ordem de grandeza da quantidade de horas
que duraria uma viagem entre o Sol e Alpha Centauri, caso fosse
feita na velocidade atingida pela sonda solar Parker.

2. Leia o trecho a seguir.


Os caminhões-pipa são versáteis e podem ser utilizados no
abastecimento de água, no combate a incêndios, na agricultura
e na pecuária, na higienização de calçadas e nas ruas urbanas e
para ajudar na trafegabilidade das estradas rurais [...]. O veículo
tem um jato de água na frente, um atrás, uma bomba para
abastecimento de reservatório e caixa-d’água com capacidade
de seis mil litros. Na parte superior, ainda há outra bomba com
jato-d’água de longo alcance para auxiliar no combate emergen-
cial a pequenos incêndios.
ESTADO compra 100 caminhões-pipa para auxiliar os municípios. Agência
de notícias do Paraná. Disponível em: https://www.aen.pr.gov.br/
modules/noticias/article.php?storyid=109109&tit=Estadocompra-100-
caminhoes-pipa-para-auxiliar-os-municipios. Acesso em: 11 ago. 2021.

A vazão de um caminhão-pipa para o abastecimento de água Enem e vestibulares


pode ser em torno de 30 m³/h. Já uma mangueira de jardim tem
1. C5:H17 (FMP-2021) A tabela abaixo apresenta unidades de medida
a capacidade de encher um balde de 5 L em 4min, aproximada-
de diversas grandezas físicas.
mente. A piscina de uma residência foi construída na forma de um
Fácil

paralelepípedo com as seguintes dimensões: 3 m x 2 m x 1,5 m Coluna I Coluna II Coluna III Coluna IV Coluna V
(comprimento x largura x profundidade). Estime a quantidade de
dias necessários para encher completamente essa piscina e compare m.s -1
cm.s -1
m.s -1
K m.s-1
com a estimativa de tempo necessário para encher a mesma piscina N m N Hz N.m-2
utilizando um caminhão-pipa. Adote: 1 m³ = 1 000 L.
kgf kg m.s -2
s mL
J kg.m.s-1 V/m kWh Cd

A coluna que apresenta apenas unidades de medida do Sistema


Internacional de Unidades é a
a) coluna I
b) coluna III
c) coluna V
3. Leia o trecho a seguir. d) coluna II
A sonda solar Parker, da Nasa, registrou mais um recorde.
e) coluna IV
FÍSICA

Após se tornar o objeto a realizar o voo mais próximo do Sol, a


18,6 milhões de quilômetros de distância, a sonda foi reconhecida 2. C5:H17 (UFPR-2020) Grandezas físicas são caracterizadas pelos
como a criação humana a atingir a maior velocidade possível, seus valores numéricos e respectivas unidades. Há vários sistemas
Fácil

cerca de 393 mil km/h. de unidades, sendo que o principal, em uso na maioria dos países,
EM23_1_FIS_02

EM23_1_FIS_02

ANDRION, R. Sonda da Nasa é o objeto mais rápido já criado. é o Sistema Internacional de Unidades – SI. Esse sistema é com-
Olhar digital, 4 fev. 2020. Disponível em: https://olhardigital. posto por sete unidades básicas (ou fundamentais) e por unidades
com.br/2020/02/04/ciencia-e-espaco/sonda-da-nasa-e-o- derivadas, formadas por combinações daquelas. A respeito do
372

objeto-mais-rapido-ja-criado/. Acesso em: 11 ago. 2021.


assunto, considere as seguintes afirmativas:

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1. No SI, a unidade associada com a grandeza capacitância é 8. C5:H17 (Enem-2017) Uma das principais provas de velocidade do
farad. atletismo é a prova dos 400 metros rasos. No Campeonato Mundial

Fácil
2. No Sl, a unidade associada com a grandeza energia é erg. de Sevilha, em 1999, o atleta Michael Johnson venceu essa prova,
com a marca de 43,18 segundos.
3. No SI, a unidade associada com a grandeza campo magnético
Esse tempo, em segundo, escrito em notação científica é
é tesla.
a) 0,4318 × 102
4. No SI, a unidade associada com a grandeza pressão é pascal.
Assinale a alternativa correta. b) 4,318 × 101
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. c) 43,18 × 100
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. d) 431,8 × 10–1
c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. e) 4 318 × 10-2
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 9. C5:H17 (Enem-2021) A resolução de um instrumento de medição
é definida como a menor variação de uma grandeza que pode ser
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Fácil
medida. O paquímetro é um instrumento de medição de grandezas
3. C5:H17 (UECE-2020) Na conversão entre múltiplos de uma unidade de comprimento linear. Um fabricante de componentes para por-
de medida, tais como Hz para MHz, kg para g, o fator de conversão tões eletrônicos produz eixos com diâmetros diferentes e possui
Fácil

a) é adimensional. paquímetros com resoluções de 0,02 mm (paquímetro A) e 0,05


b) tem a mesma dimensão da unidade em que se apresenta mm (paquímetro B). Um funcionário dessa empresa mediu um eixo
como prefixo. com diâmetro nominal de 11,0 mm com uso do paquímetro A, e
outro eixo com diâmetro nominal de 12,5 mm com o paquímetro B.
c) tem a dimensão de frequência multiplicada por massa.
Quais são as possíveis leituras obtidas com o uso dos paquímetros
d) não pode ter sua unidade de medida determinada somente A e B, em milímetro, respectivamente?
com os dados do enunciado. a) 11,01 e 12,50
4. C5:H17 (UECE-2019) As grandezas físicas escalares são expressas b) 11,02 e 12,51
apenas pelo seu valor numérico e unidade de medida. As grande-
c) 11,04 e 12,55
Fácil

zas físicas vetoriais além do valor numérico e unidade de medida,


para serem expressas, necessitam de direção e sentido. Com base d) 11,05 e 12,50
nisso, assinale a opção que corresponde a uma grandeza física de e) 11,06 e 12,54
natureza vetorial.
10. C5:H17 (FATEC-2018) No relatório comparativo 2003-2014
a) massa do Sistema de Informações da Mobilidade Urbana, da ANTP
Médio

b) energia (Associação Nacional de Transportes Públicos), foi levantado


c) temperatura que milhões de pessoas utilizam o transporte coletivo (ônibus
municipal, metrô e trem) para deslocamento ao trabalho. No ano
d) força
de 2014, esse tipo de transporte foi responsável pelo consumo
5. C5:H17 (UECE-2015) No Sistema Internacional de Unidades, com- de aproximadamente 3,3 Gtep contra 10,3 Gtep do transporte
primento, massa e tempo são algumas grandezas fundamentais, e individual (automóveis e motos).
Fácil

a partir delas são definidas outras, como por exemplo aceleração, Fonte dos dados: http://files.antp.org.br/2016/9/3/sistemasinformacao-
área e volume. Suponha que em outro sistema de unidades sejam mobilidade--comparativo-2003 2014.pdf. Acesso em: 10.11.2017.
adotadas como grandezas fundamentais o tempo, a massa e a
É correto afirmar que a diferença entre a energia consumida pelo
velocidade. Nesse sistema hipotético, a altura de uma pessoa seria
transporte coletivo e o transporte individual, em 2014, em GWh,
dada em unidades de
foi, aproximadamente, de:
a) tempo × velocidade.
Considere
b) massa × tempo. tep = tonelada equivalente de petróleo
c) massa × velocidade. 1 tep = 1,2 × 107 Wh
d) tempo × massa × velocidade. a) 8,4 × 103
6. C5:H17 (UECE-2016) Considere um sistema em que as unidades b) 8,4 × 105
fundamentais sejam força, cujo símbolo para sua unidade de c) 8,4 × 107
Fácil

medida seja G, e velocidade, com unidade simbolizada por H.


Em termos dessas unidades, potência seria dada em unidades de d) 8,4 × 109
a) H/G. e) 8,4 × 1011
b) H × G. 11. C5:H17 (Enem-2017) Medir distâncias sempre foi uma neces-
sidade da humanidade. Ao longo do tempo fez-se necessária
Médio

c) G/H.
a criação de unidades de medidas que pudessem representar
d) G2/H. tais distâncias, como, por exemplo, o metro. Uma unidade de
7. C5:H17 (UECE-2018) Recentemente o tema combustível e cami- comprimento pouco conhecida é a Unidade Astronômica (UA),
nhões ganhou destaque nos noticiários com a greve de caminho- utilizada para descrever, por exemplo, distâncias entre corpos
Fácil

neiros. Suponha que o consumo (c) de diesel de um caminhão, em celestes. Por definição, 1 UA equivale à distância entre a Terra e
m3 de combustível por metro viajado, seja proporcional à massa M o Sol, que em notação científica é dada por 1,496 × 102 milhões
do veículo. Considere que o consumo seja descrito pela equação de quilômetros.
c = β M, onde β é uma constante. No Sistema Internacional de Na mesma forma de representação, 1 UA, em metro, equivale a
Unidades β tem unidade de a) 1,496 × 105 m
FÍSICA

a) km/L. b) 1,496 × 106 m


b) m2/kg. c) 1,496 × 108 m
c) L/km. d) 1,496 × 1010 m
EM23_1_FIS_02

EM23_1_FIS_02

d) m/kg. e) 1,496 × 1011 m


373

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12. C5:H17 (Fuvest-2020) Em 20 de maio de 2019, as unidades de Enem e vestibulares + Desafio
base do Sistema Internacional de Unidades (Sl) passaram a ser
Médio

definidas a partir de valores exatos de algumas constantes físicas. 16. C5:H17 (Enem-2016) A volemia (V) de um indivíduo
Entre elas, está a constante de Planck h, que relaciona a energia é a quantidade total de sangue em seu sistema cir-

Difícil
E de um fóton (quantum de radiação eletromagnética) com a sua culatório (coração, artérias, veias e capilares). Ela é
frequência ƒ na forma E = hƒ. útil quando se pretende estimar o número total (N)
A unidade da constante de Planck em termos das unidades de de hemácias de uma pessoa, a qual é obtida multiplicando-se
base do Sl (quilograma, metro e segundo) é: a volemia (V) peIa concentração (C) de hemácias no sangue, isto
a) kg m2/s é, N = V × C. Num adulto normal essa concentração é de
b) kg s/m2 5 200 000 hemácias por mL de sangue, conduzindo a grandes
valores de N. Uma maneira adequada de informar essas grandes
c) m2s/kg quantidades é utilizar a notação científica, que consiste em
d) kg s/m expressar N na forma N = Q × 10n, sendo 1 ≤ Q < 10 e n um
e) kg m2/s3 número inteiro.
Considere um adulto normal, com voIemia de 5 000 mL.
13. C5:H17 (Enem-2020) Três pessoas, X, Y e Z, compraram plantas
http://lperfline.com. Acesso em: 23 fev. 2013 (adaptado)
ornamentais de uma mesma espécie que serão cultivadas em
Médio

vasos de diferentes tamanhos. Qual a quantidade total de hemácias desse adulto, em notação
O vaso escolhido pela pessoa X tem capacidade de 4 dm3. O vaso científica?
da pessoa Y tem capacidade de 7 000 cm3 e o de Z tem capacidade a) 2,6 × 10–10
igual a 20 L.
b) 2,6 × 10–9
Após um tempo do plantio das mudas, um botânico que acom-
panha o desenvolvimento delas realizou algumas medições e c) 2,6 × 109
registrou que a planta que está no vaso da pessoa X tem 0,6 m d) 2,6 × 1010
de altura. Já as plantas que estão nos vasos de Y e Z têm, respec- e) 2,6 × 1011
tivamente, alturas medindo 120 cm e 900 mm.
17.  5:H17 (UFRGS-2020) No Sistema Internacional de
C
O vaso de maior capacidade e a planta de maior altura são, res-
Unidades (SI), utiliza-se o metro (m), o quilograma (kg)
Difícil

pectivamente, os de
e o segundo (s), respectivamente, como unidades de
a) Y e X. d) Z e Y. comprimento, massa e tempo. Em Astronomia, são
b) Y e Z. e) Z e Z. definidas unidades de medida mais apropriadas para
c) Z e X. o estudo de objetos astronômicos no Sistema Solar.
A tabela abaixo mostra a equivalência entre as duas notações.
14. C5:H17 (Enem-2016) Benjamin Franklin (1706-1790), por volta de
1757, percebeu que dois barcos que compunham a frota com a SI
Sistema de Unidades Astronômicas
Médio

qual viajava para Londres permaneciam estáveis, enquanto os (aproximadamente)


outros eram jogados pelo vento. Ao questionar o porquê daquele Distância (m) 1 UA = 1,5 × 1011 m
fenômeno, foi informado pelo capitão que provavelmente os
Massa (kg) Massa do Sol (MSol) = 2 × 1030 kg
cozinheiros haviam arremessado óleo pelos lados dos barcos.
Inquirindo mais a respeito, soube que habitantes das ilhas do Tempo (s) 1 ano = 3,15 × 107 s
Pacífico jogavam óleo na água para impedir que o vento a agi-
tasse e atrapalhasse a pesca. Em 1774, Franklin resolveu testar o Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas
fenômeno jogando uma colher de chá (4 mL) de óleo de oliva em abaixo, na ordem em que aparecem.
um lago onde pequenas ondas eram formadas. Mais curioso que A órbita do planeta Netuno em torno do Sol tem um raio médio
o efeito de acalmar as ondas foi o fato de que o óleo havia se espa- de 4,5 × 109 km. Essa distância corresponde, aproximadamente,
lhado completamente pelo lago, numa área de aproximadamente a ........ UA.
2 000 m2, formando um filme fino. Embora não tenha sido a inten- Júpiter, o planeta mais massivo do Sistema Solar, tem massa MJ
ção original de Franklin, esse experimento permite uma estimativa aproximadamente igual a 2 × 1022 kg, o que corresponde a ........ MSol.
da ordem de grandeza do tamanho das moléculas. Para isso, basta O módulo da velocidade da luz, c = 3 × 105 km/s, corresponde a,
supor que o óleo se espalha até formar uma camada com uma aproximadamente, ........ UA/ano.
única molécula de espessura.
RAMOS, C. H. I. História. CBME Informação, n. 9, jan. 2006 (adaptado).
a) 30 – 1,0 × 108 – 1,4 × 109
b) 30 – 1,0 × 10–8 – 6,3 × 104
Nas condições do experimento realizado por Franklin, as moléculas
c) 3 – 1,0 × 10–8 – 6,3 × 101
do óleo apresentam um tamanho da ordem de
d) 0,03 – 1,0 × 10–8 – 6,3 × 104
a) 10–3 m.
e) 0,03 – 1,0 × 108 – 1,4 × 109
b) 10–5 m.
c) 10–7 m. 18. C5:H17 (Fuvest-2016) Uma gota de chuva se forma no
alto de uma nuvem espessa. À medida que vai caindo
Difícil

d) 10 m.
–9
dentro da nuvem, a massa da gota vai aumentando, e
e) 10–11 m. o incremento de massa Δm, em um pequeno intervalo
15. C5:H17 (UERJ-2018) Considera-se a morte de uma estrela o mo- de tempo Δt, pode ser aproximado pela expressão: Δm = α v S Δt,
mento em que ela deixa de emitir luz, o que não é percebido de em que α é uma constante, v é a velocidade da gota, e S, a área
Médio

imediato na Terra. A distância das estrelas em relação ao planeta de sua superfície. No sistema internacional de unidades (SI), a
Terra é medida em anos-luz, que corresponde ao deslocamento constante α é:
FÍSICA

que a luz percorre no vácuo durante o período de um ano. Admita a) expressa em kg.m3
que a luz de uma estrela que se encontra a 7 500 anos-luz da Terra b) expressa em kg.m–3
se apague. O tempo para que a morte dessa estrela seja visível na c) expressa em m3.s.kg–1
EM23_1_FIS_02

EM23_1_FIS_02

Terra equivale à seguinte ordem de grandeza, em meses:


d) expressa em m3.s–1
a) 103 c) 105
e) adimensional.
b) 104 d) 106
374

EM23_1_FIS_02.indd 374 01/09/2022 15:44:27


19. C5:H17 (Enem-2019) Astrônomos medem a velocidade
Difícil de afastamento de galáxias distantes pela detecção
da luz emitida por esses sistemas. A Lei de Hubble
afirma que a velocidade de afastamento de uma ga-
láxia (em km/s) é proporcional à sua distância até a Terra, medida
em megaparsec (Mpc). Nessa lei, a constante de proporcionali-
dade é a constante de Hubble (H0) e seu valor mais aceito é de
72 km/s/Mpc. O parsec (pc) é uma unidade de distância utilizada
em astronomia que vale aproximadamente 3 × 10 16 m.
Observações astronômicas determinaram que a velocidade de
afastamento de uma determinada galáxia é de 1 440 km/s.
Utilizando a Lei de Hubble, pode-se concluir que a distância até
essa galáxia, medida em km, é igual a:
a) 20 × 100
b) 20 × 106
c) 6 × 1020
d) 6 × 1023
e) 6 × 1026
20. C5:H17 (Enem-2020) Uma torneira está gotejando água
em um balde com capacidade de 18 litros. No instante
Difícil

atual, o balde se encontra com ocupação de 50% de


sua capacidade. A cada segundo caem 5 gotas de água
da torneira, e uma gota é formada, em média, por 5 × 10–2 mL de
água.
Quanto tempo, em hora, será necessário para encher completa-
mente o balde, partindo do instante atual?
a) 2 × 101
b) 1 × 101
c) 2 × 10–2
d) 1 × 10–2
e) 1 × 10–3
21. C5:H17 (UEM-2016) Considere três grandezas físicas
denominadas como A, B e C. Sabendo que a dimensão
Difícil

de cada uma dessas grandezas é expressa, respectiva-


mente, por [A] = ML/T², [B] = L/T² e [C] = L/T, é correto
afirmar que:

(1) O produto de A e C tem dimensão de quantidade de


movimento.
(2) A razão entre as grandezas A e B corresponde a uma grandeza
com dimensão do inverso de massa.
(3) No Sistema Internacional de Unidades (SI), as grandezas
A, B e C são expressas, respectivamente, em N, m/s2 e m/s.
(4) A razão B/C tem dimensão de frequência.
(5) Na equação x(t) = β t, para que x(t) tenha a dimensão de
comprimento, sabendo que t tem dimensão de tempo, é
necessário que β tenha a dimensão de C. GABARITO ONLINE
E SOLUCIONÁRIO ONLINE
GABARITO
Soma ( ) 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
2. Abraooaplicativo e aponte
aplicativo a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oao lado paradeste
gabarito
­módulo.
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido em sua deste
tela.

Cartão-resposta A experimentação na ciência: entre acertos e erros

1 A B C D E 6 A B C D E 11 A B C D E 16 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 7 A B C D E 12 A B C D E 17 A B C D E
3 A B C D E 8 A B C D E 13 A B C D E 18 A B C D E
4 A B C D E 9 A B C D E 14 A B C D E 19 A B C D E
EM23_1_FIS_02

EM23_1_FIS_02

5 A B C D E 10 A B C D E 15 A B C D E 20 A B C D E
375

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03 PONTO DE PARTIDA

Dez razões para você reduzir a velocidade

03/44 [...] MENOR IMPACTO


Quanto maior a velocidade, menos o motorista tem tempo para parar e evitar o acidente. Esta
conclusão é unânime entre os estudos técnicos, simulados e avaliação de acidentes reais ocorri-
dos no mundo todo e chancelados pela Organização Mundial da Saúde (OMS): um carro viajando
a 50 km/h precisa de 13 metros para parar enquanto um carro viajando a 40km/h pode parar
por menos de 8,5 metros.
Um aumento de velocidade de 1 km/h leva a um aumento médio de 3% do risco de se envol-
ver em um acidente causando lesões e um acréscimo de 4% a 5% do risco de se envolver em uma
ocorrência fatal.
A velocidade também piora os efeitos de uma colisão: quanto mais rápido um veículo estiver,
mais forte será o impacto. Para os ocupantes de um carro em movimento a 80 km/h no momen-
to da colisão, a probabilidade de morrer em um acidente é 20 vezes maior do que se o veículo só
tivesse sido dirigido a 30 km/h.
A relação velocidade e gravidade do trauma é ainda pior para pedestres e ciclistas, que não
Movimentos: qual a referência?

estão protegidos pela estrutura de carros e caminhões. São os mais vulneráveis no trânsito e pre-
cisam ser protegidos. Ainda segundo a OMS, pedestres têm 90% de chance de sobrevivência se
atropelado por um carro que trafega a 30 km/h ou menos. Esta chance cai para menos de 50%
quando o choque ocorre a 45 km/h e é extremamente baixa se o choque for a 80 km/h.
A PRIORIDADE É O SER HUMANO
Com velocidades menores, as ruas se tornam mais tranquilas para quem caminha, corre, pe-
dala e convive no espaço público, que é de todos. A proteção de crianças, idosos e pessoas com
dificuldade de locomoção aumenta. O foco passa a ser no ser humano, não no veículo: são vias
mais acessíveis e compartilháveis.
PREFEITURA de Curitiba. Dez razões para você reduzir a velocidade.
Por dentro da cidade. Disponível em: https://www.curitiba.pr.gov.br/
noticiasespeciais/transito-seguro/16. Acesso em: 27 jul. 2021.
ako photography/Shutterstock

A velocidade de um corpo é uma importante grandeza física utilizada no


estudo do movimento, e sua análise é fundamental quando consideramos
suas consequências para o trânsito. Dessa forma, a falta de atenção e as altas
velocidades têm contribuído grandemente para o aumento dos acidentes
de trânsito no Brasil. Por esse motivo, a implementação de mecanismos de
fiscalização eletrônica, que busca reduzir a velocidade dos condutores nas
vias públicas, tem aumentado cada vez mais. Refletindo sobre a segurança
no trânsito, responda:
1. Você sabe quais são as suas obrigações e quais regras deve cumprir, seja
como pedestre, seja como ciclista, para andar com mais segurança?

2. Além dos dispositivos utilizados para fiscalizar o trânsito, como radares e


lombadas eletrônicas, que outros elementos e fatores podem ser utilizados
para tornar o trânsito mais seguro para todas as pessoas envolvidas nele?
Escola Digital

3. Como você imagina que uma lombada eletrônica funciona no momento


de medir as velocidades dos veículos?
O texto apresentado nesta seção tem como objetivo levar o aluno à reflexão sobre as
responsabilidades, os direitos e os deveres de cada um no trânsito, considerando o conceito da
velocidade dos corpos. Procure desenvolver, por meio de discussões, a relação entre as principais
EM23_1_FIS_03

variáveis cinemáticas e a fiscalização no trânsito. Para isso, mostre aos alunos que o excesso de
Semáforos são sistemas que
FÍS ajudam no controle do tráfego
velocidade nas vias públicas aliado às distrações ao volante (como o uso de celulares) e o tempo de
reação do corpo humano têm aumentado as estatísticas de acidentes de trânsito. O intuito é
376 de veículos em vias urbanas. desenvolver as habilidades EM13CNT101, EM13CNT303 e EM13CNT306 da BNCC.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 376 31/08/2022 08:36:36


Movimentos: uma introdução
O movimento de um corpo é um fenômeno natural sensível à escolha do referencial. Afirmar, por
exemplo, que uma pessoa está em repouso (parada) ou em movimento só é possível com a definição de
um referencial. Sem essa definição, a pessoa tanto pode estar parada como em movimento ao mesmo
tempo. Dessa forma:

O referencial pode ser compreendido como um local, ou um ponto de r­ eferência, a partir do


qual o observador analisa e descreve o fenômeno estudado.

Considere a seguinte situação: em uma estação de metrô, alguns viajantes que estão sobre a plata-
forma de embarque observam um vagão partindo da estação com passageiros em seu interior.
● Adotando como referencial o chão da estação: podemos afirmar que os viajantes na estação estão
parados e que tanto o vagão quanto os passageiros dentro dele estão em movimento.
● Adotando como referencial o chão do vagão: podemos afirmar que os passageiros dentro do vagão
estão em repouso e que os viajantes na estação estão em movimento.
Essa situação mostra que movimento e repouso são conceitos que dependem do referencial ado-
tado, ou seja, nada se encontra em movimento ou repouso absoluto.

Ponto material e corpo extenso


Em muitos aspectos, as dimensões (tamanho) do corpo observado podem ser, ou não, relevantes
para o estudo de seu movimento. Assim, durante esse estudo, o móvel poderá ser classificado quanto
às suas dimensões, como:

● Ponto material: quando as dimensões do móvel são desprezíveis tanto para


o estudo quanto para a descrição do movimento.
● Corpo extenso: quando as dimensões do móvel são relevantes para o estu-
do e a descrição do movimento.
MM
MM
No entanto, da mesma forma que movimento e repouso são MM
MM

conceitos relativos ao referencial adotado, a classificação de um

MM
MM
MM
corpo como ponto material ou corpo extenso também é relativa à

MM
MM
escolha do referencial.
Por exemplo, ao percorrer a trajetória entre duas cidades, um
carro é considerado um ponto material. Contudo, esse mesmo
carro, ao manobrar dentro de uma garagem, é considerado um
­corpo extenso.
Macrovector/Shutterstock

Representação
esquemática de um
FÍSICA

carro sendo um
ponto material se
comparado à uma
longa estrada e o
EM23_1_FIS_03

mesmo carro sendo


um corpo extenso se
comparado ao espaço
no qual está contido.
377

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 377 31/08/2022 08:36:37


Trajetória e posição de um corpo
Outro importante conceito relacionado ao movimento e que também é sensível à escolha do referencial é a
trajetória executada por um corpo em movimento.

A trajetória de um móvel pode ser definida como as várias posições sucessivas ocupadas pelo móvel
durante seu movimento.

No estudo da cinemática, dependendo do referencial adotado, a trajetória pode ser classificada como retilínea
ou curvilínea. Observe, no exemplo a seguir, como a escolha do referencial pode interferir na descrição da trajetória.

9 Exemplo:
A situação ao lado ilustra um avião (referencial A)
SAE DIGITAL S/A

se deslocando horizontalmente para a direita com cer-


ta velocidade constante (v) em relação ao solo. Ele é
observado por uma pessoa (referencial B) em repouso
em relação ao solo. Em determinado momento, o avião
lança uma carga em direção ao solo.
Para o referencial A, a trajetória percorrida pela car-
ga será retilínea, enquanto para o referencial B, será
curvilínea. Essa divergência na descrição da trajetória
ocorre porque, para o referencial A, tanto o avião quan-
to a carga têm a mesma velocidade. Assim, para quem
está no avião, a trajetória pode ser descrita como um
segmento de reta vertical.
Para o referencial B, que se encontra em repouso
A trajetória da carga, percebida por alguém de dentro do avião, éem relação ao solo, há a percepção da carga se mo-
de uma linha reta vertical, enquanto a trajetória percebida por uma
vimentando tanto na direção vertical, descendo com
pessoa que está fora do avião é curvilínea.
a aceleração da gravidade, como na horizontal, des-
locando-se para a direita. Dessa forma, os dois movimentos em conjunto fazem com que no referencial B a descrição
da trajetória seja curvilínea.
Além das trajetórias, ainda é possível analisar as posições, representadas pela letra s, ocupadas pelo corpo ao
se movimentar. Você já reparou que nas estradas há algumas placas que indicam a quilometragem em que você se
encontra naquele momento? Elas servem para localizar os motoristas e se referem a que distância eles estão do
ponto que foi definido como a origem da estrada.
Para determinar esquematicamente a posição de um corpo em determinado instante, é preciso determinar a
distância percorrida na trajetória, do ponto de origem até o ponto em que a medição será feita.

9 Exemplo:
Considere um carro que partiu do ponto de origem (0 km) em uma estrada e continuou sua trajetória ao longo de um
período t.
Sendo Serra/Shutterstock

petovarga/Shutterstock

0 10 km 20 km 30 km 40 km 50 km 60 km 70 km

t = 1h
Deslocamento

Com base nas informações fornecidas, é possível afirmar que, no instante de tempo t = 1 h, o carro se localizava na es-
trada na posição s = 70 km. A cada novo instante de tempo, o carro irá adquirir novas posições, formando, durante a
viagem, uma trajetória.

Função horária
FÍSICA

Durante o estudo da cinemática, além de conhecer a trajetória descrita por um móvel, é importante conhecer
também, a cada instante, sua posição e velocidade. Para isso, em muitos casos, uma possibilidade é utilizar uma
função matemática conhecida como função horária da posição.
EM23_1_FIS_03

EM23_1_FIS_03

Iniciaremos o estudo da função horária da posição com um dos movimentos mais simples da Física, o movi-
mento retilíneo com velocidade constante. Acompanhe o exemplo a seguir.
378

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9 Exemplo:
Por questões de segurança, muitas empresas recorrem ao monitoramento via satélite em tempo real de seus veículos. Além disso, a
velocidade desses veículos pode ser limitada pela central de monitoramento da empresa, de forma a não exceder um certo limite.
Suponha que um desses veículos esteja movendo-se por uma rodovia retilínea e sua posição esteja sendo registrada por meio do
GPS instalado no veículo. A tabela a seguir mostra os valores das posições ocupadas pelo veículo em certos instantes de tempo.

s (m) 20 35 50 65 80 95 110 125 140


t (s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Com base nos dados fornecidos na tabela, é possível construir uma relação matemática entre a posição (s) ocupada pelo
veículo e seu período de movimento (t), ou seja, uma função do tipo s(t). Suponha que um veículo esteja viajando por uma ro-
dovia com uma velocidade constante de 15 m/s e que, no instante inicial t = 0s, esse veículo se encontre na posição s0 = 20 m
da estrada. Para esse caso, a função que relaciona as posições do veículo em cada instante de tempo com a sua velocidade é:
s(t) = s0 + v · t ⇒ s(t) = 20 +15 · t.
A função horária da posição possui muitas utilidades práticas. Um exemplo da aplicabilidade dessa função é prever em
qual posição o móvel, que se move com velocidade constante, estará em um instante de tempo futuro.

9 Exemplo:
Suponha que a empresa de monitoramento do exemplo anterior queira saber em qual posição o veículo estará no instante
t = 12s, supondo que sua velocidade seja mantida constante durante toda a trajetória.
Para obter essa informação, basta substituir o instante de tempo desejado, t = 12s, na função horária encontrada para o movimento:
s(t) = 20 + 15 · t ⇒ s(t = 12) = 20 + 15 · 12 ⇒ s(t = 12) = 200 m
Portanto, após 12s do início do movimento, o veículo deverá estar na posição s = 200 m.
Outra possibilidade para o uso da função horária da posição é determinar, a partir das posições finais e iniciais forne-
cidas, quanto tempo o móvel levou para percorrer essa trajetória.
Embora a função horária da posição tenha sido fornecida diretamente, procure fazer os alunos compreenderem
9 Exemplo como ela foi construída. Um recurso bastante interessante é por meio de tentativa e erro.
Suponha, agora, que a empresa queira saber em qual instante de tempo esse veículo passará pela posição s = 740 m.
Para obter esse tempo, basta substituir a posição desejada do veículo na função horária e determinar o tempo t:
s(t) = 20 + 15 · t ⇒ 740 = 20 + 15 · t ⇒ 15 · t = 740 – 20 ⇒ 15 · t = 720
720
⇒ t= ⇒ t = 48s
15
Portanto, esse veículo passará pela posição s = 720 m no instante de tempo 48s após o início da contagem de tempo (t = 0s).

HABILIDADES NA PRÁTICA

1. Ao unir os pontos de um gráfico com o eixo x representando o tempo e o eixo y representando o espaço percorrido por um corpo, é
possível observar a formação de uma reta. Matematicamente essa reta indica que a relação entre a posição e o tempo apresenta um
comportamento linear. Esse comportamento pode ser descrito por uma função conhecida como função afim ou função polinomial
de primeiro grau, cuja fórmula matemática é: f(x) = a · x + b, em que o parâmetro a é conhecido como o coeficiente angular da reta,
e o parâmetro b é conhecido como o coeficiente linear da reta. Sendo assim, faça o gráfico da função horária do veículo dos exem-
plos anteriores utilizando a tabela de posições e tempo da página 318 e, após isso, realize uma comparação entre a função afim e a
função horária da posição para encontrar a correspondência entre os parâmetros de uma e de outra.
O objetivo da atividade da seção Habilidades na prática é apresentar as relações entre os conceitos de coeficiente angular e linear da matemática e os seus
significados no contexto de um movimento sem variação na velocidade. Por isso, foram unidos os conceitos da Física com os da Matemática para que os alunos
consigam compreender como eles se relacionam.
Sendo Serra/Shutterstock

FÍSICA
EM23_1_FIS_03

EM23_1_FIS_03

379

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Velocidade escalar
Dicas para as unidades de Na construção da função horária, a velocidade do móvel aparece como um dos parâmetros em
medida da velocidade.
sua composição. A seguir, serão aprofundados os estudos sobre essa importante grandeza física
• A unidade de
velocidade será sempre associada a qualquer tipo de movimento.

Velocidade escalar média


uma composição
de uma unidade de
comprimento (km, m,
cm, mm etc.) e uma Antes de definir o que é velocidade escalar média, é necessário definir dois conceitos que estão
unidade de tempo (s, diretamente associados a ela: a variação de espaço (∆s) e a variação de tempo (∆t).
min, h, dia etc.).
Considere um veículo se deslocando entre duas cidades. Durante a trajetória, provavelmente
• Observe a unidade da
velocidade quando esse veículo irá aumentar sua velocidade e frear. Com isso, adotará diferentes velocidades durante
fornecida. As grandezas o deslocamento.
tempo e espaço deverão
ter as mesmas unidades Dessa forma, estudar o movimento do veículo a cada ponto da sua trajetória seria trabalhoso,
que as utilizadas na porém, é possível estudar o movimento considerando sua variação total de espaço (∆s) e de tempo
composição da unidade (∆t). O diagrama a seguir mostra uma representação geométrica das variações de espaço e tempo
da velocidade. Caso a
velocidade não seja
durante o deslocamento de um móvel.
fornecida, as unidades
de tempo e espaço
fornecidas servirão para Origem s0 ∆s = s – s0 s
Hangouts Vectro Pro/Shutterstock

compor a unidade de
velocidade.

Espaço

Nos veículos, o dispositivo


responsável por mostrar
a velocidade instantânea
é o velocímetro. Em Referencial Tempo
geral, os veículos saem de
fábrica com velocímetros
∆t = t – t0
marcando valores de
velocidade em torno de 0 t0 t
10% acima da velocidade
instantânea real do O esquema anterior ilustra um veículo deslocando-se entre duas posições, s 0 e s, medidas a
veículo. Isso é proposital,
a fim de diminuir os riscos partir de um referencial localizado na posição de origem. Quando o veículo se encontra na posição
de acidentes. s 0 , seu tempo é t 0 , e, quando atinge a posição s, seu tempo é t. Ambos os tempos são medidos com
base no tempo inicial t = 0. Nessa situação, a variação de espaço sofrida pelo móvel entre a posição
s 0 e a posição s será definida como: ∆s = s – s 0 . Da mesma forma, a variação de tempo entre o tempo
t 0 e o tempo t será definida como: ∆t = t – t 0 .
A essa relação entre a razão de ∆s e ∆t em um movimento é dado o nome de velocidade escalar
média, que, matematicamente, pode ser representada como:

s
vm 
t

A velocidade é uma grandeza física derivada, e sua unidade de medida no SI é o metro por
segundo (m/s). Além disso, é uma grandeza física vetorial, isto é, ela possui um módulo, uma
direção e um sentido. Nesse primeiro momento, observa-se apenas seu aspecto escalar, ou seja,
aquele que se preocupa apenas em estudar seu módulo, que é o seu valor numérico.
Além de ser representada em m/s, outra unidade muito utilizada para representar a velocidade
é o quilômetro por hora (km/h). Para fazer a conversão entre essas unidades, pode-se utilizar a
seguinte relação:
O fator de
conversão pode ser m 
 3 ,6
 km
demonstrado como  
um exercício em
s  3 ,6 h
sala de aula.
FÍSICA

Em um movimento, é relevante perceber que as medidas da posição inicial s 0 e do tempo inicial


t 0 não precisam, necessariamente, coincidir com o zero (s 0 = 0 e t 0 = 0). Entretanto, em muitas situa-
ções, tem-se a liberdade de escolher referenciais que coincidam com s 0 = 0 e t 0 = 0.
EM23_1_FIS_03

EM23_1_FIS_03

Outro ponto importante que deve ser entendido é a orientação do movimento e o sinal de ∆s,
já que o tempo sempre será positivo. Assim, é possível classificar o movimento dos corpos como
380

progressivo ou retrógrado.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 380 31/08/2022 08:36:41


● Corpo se movimentando no sentido determinado para a trajetória

v

Hangouts Vectro Pro/Shutterstock +


0 s0 s
∆s

Nesse caso, o corpo está se movimentando a favor do sentido da trajetória, ou seja, as posições do corpo aumentam
com o passar do tempo, caracterizando um movimento progressivo.

s > s 0 ⇒ ∆s > 0 ⇒ vm > 0

9 Exemplo:
Um motorista deseja fazer uma viagem entre as cidades de Londrina e Curitiba. Ao inserir em um aplicativo de mapas a posição
de partida (Londrina) e chegada (Curitiba), o aplicativo lhe fornece três possíveis trajetórias, com suas respectivas distâncias e
seus respectivos tempos de viagem. Na trajetória com o menor tempo de viagem, o aplicativo informa que a distância percorrida
será de 386 km, e o tempo de viagem, de 5h30min. Qual será a velocidade média desse veículo considerando os dados forneci-
dos pelo aplicativo?
É possível adotar como referencial a cidade de Londrina. Com isso, na posição de partida desse motorista, tem-se: s0 = 0 km e
t0 = 0h. Já para a posição de chegada, em Curitiba, tem-se para o espaço e o tempo finais: s = 386 km e t = 5h30min.
Inicialmente é preciso converter o tempo para hora: 5h30min = 5,5h. Com o tempo representado em horas, calcula-se a velocida-
de média do veículo desta forma:

s s  s0 386  0 386
vm    vm   vm   v m  70 km/h
t t  t0 5, 5  0 5, 5

A velocidade escalar média de aproximadamente 70 km/h deve ser compreendida da seguinte forma: se ela for mantida durante
toda a trajetória, o percurso total de 386 km será completo em aproximadamente 5,5h. Portanto, a velocidade média representa
uma estimativa de velocidade para que determinado percurso seja completado em certo intervalo de tempo. Como dito ante-
riormente, haverá trechos em que o motorista conseguirá se mover a velocidades maiores, assim como haverá trechos em que o
motorista será obrigado a reduzir a velocidade. Nesse caso, essas alterações de velocidade não são consideradas.
● Corpo se movimentando no sentido oposto ao determinado para a trajetória

v

+
s s0 0
∆s

Nesse caso, o corpo está se movimentando no sentido oposto ao da trajetória, ou seja, as posições do corpo diminuem
com o passar do tempo, caracterizando um movimento retrógrado.

s < s 0 ⇒ ∆s < 0 ⇒ vm < 0

9 Exemplo:
Caso o motorista do exemplo anterior faça a viagem de volta, ou seja, de Curitiba para Londrina, mas o referencial adotado ain-
da seja de Londrina para Curitiba, o que acontecerá com os valores do deslocamento e da velocidade?
Como o motorista está se movimentando no sentido contrário do referencial, o deslocamento continuará com o mesmo compri-
FÍSICA

mento, porém com sinal negativo:


Ds = 0 – 386 = –386 km
A velocidade média também assumirá sinal negativo:
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EM23_1_FIS_03

s 0  386
vm   vm   v m  70 km / h
t 5, 5
381

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Velocidade escalar instantânea
Marques/Shutterstock

Diferentemente da velocidade média, que fornece um valor estimado de velocidade entre uma posição inicial e uma
posição final, sem levar em conta as velocidades intermediárias, a velocidade instantânea procura determinar a veloci-
dade exata de um móvel em um dado instante de tempo.
Para que a velocidade instantânea possa representar a velocidade real do móvel, as posições inicial (s 0) e final (s) de-
vem ser próximas o suficiente para que o deslocamento efetuado pelo móvel (∆s = s – s 0) seja feito em um intervalo de
tempo muito pequeno, próximo de zero.

9 Exemplo:
A lombada eletrônica é um dispositivo de segurança instalado nas vias urbanas com o objetivo de reduzir a velocidade dos mo-
toristas em certos trechos. Seu princípio de funcionamento é baseado em sensores adequadamente espaçados, que servem
para medir a velocidade instantânea dos veículos.
Considere, por exemplo, uma lombada eletrônica com dois sensores a uma distância de 1,5 m um do outro. Se o tempo de
deslocamento de um veículo, entre o primeiro e o segundo sensor, medido pelo equipamento foi de 0,090s e se essa via pos-
sui velocidade limite de 50 km/h, o motorista teria excedido o limite de velocidade ao ter passado pela lombada eletrônica.
Nesse caso, é necessário observar que: ∆s = 1,5 m (distância entre os sensores) e ∆t = 0,090s (tempo de movimento entre os sen-
sores). Portanto, sua velocidade escalar seria:
s s  s0 1, 5
v  ⇒v= ⇒ v ≈ 16,67 m/s
t t  t0 0, 090
v ≈ (16,67 m/s) · 3,6 ⇒ v ≈ 60 km/h
Nesse caso, a velocidade de 60 km/h representa a velocidade escalar instantânea do veículo. Perceba que a variação de tem-
po entre o primeiro e o segundo sensor foi próxima de zero (∆t = 0,090s), tempo insuficiente para que a velocidade do veículo
sofresse uma alteração significativa. Como o condutor excedeu o limite de velocidade da via, ele está sujeito a penalidades.

LINHA DE CHEGADA
De todos os elementos do trânsito, o maior fator de risco é a alta velocidade dos veículos, pois, quanto mais rápido um veículo estiver,
de mais espaço e mais tempo ele precisará para parar. Com isso, saber como estimar uma distância segura entre dois veículos, o que está
atrás e o que está à frente, torna-se essencial para evitar colisões.
Especialistas sugerem que a distância entre um carro e outro deve ser tal que, quando o carro da frente passar por um referencial
que esteja em repouso em relação à via, o carro de trás demore cerca de 2s para passar pelo mesmo referencial. A distância correspon-
dente a esses 2s é chamada de distância de seguimento. Outro importante parâmetro que um condutor deve conhecer é a distância
de reação, que é a distância que o veículo que está atrás percorre entre o instante que o motorista percebe um perigo e o instante que
efetivamente começa a frear o veículo.
Considerando os conceitos apresentados neste módulo, responda às questões a seguir.
1. Você sabe o que é tempo de reação do ser humano? Pesquise e registre suas descobertas sobre como ocorre essa reação, a velocidade
(ou rapidez) com que ela ocorre no corpo humano e como ela pode auxiliar em situações do dia a dia.

2. Suponha que um veículo esteja circulando em uma via cuja velocidade limite seja 60 km/h. Se um condutor se mantiver nessa velocidade,
qual é a distância mínima que ele deverá manter a fim de evitar uma colisão caso o carro da frente pare bruscamente?
O foco da atividade é utilizar os conceitos básicos de cinemática para apresentar os termos distância de seguimento e distância de reação. Para isso, foram propostas
FÍSICA

duas questões. A primeira tem o intuito de que o aluno pesquise sobre o tempo de reação do corpo humano. Nesse momento, é possível discutir os perigos do
trânsito quando o motorista não está atento. Também é possível abordar o uso excessivo do celular por motoristas, o que pode ocasionar diversos acidentes. A
segunda questão pede aos alunos que calculem a estimativa de distância para que os motoristas possam se manter em uma zona de segurança no trânsito.
EM23_1_FIS_03

EM23_1_FIS_03
382

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Saberes em ação 3. Durante uma tempestade, três fenômenos que ocorrem com
relativa frequência são o raio, o relâmpago e o trovão. O raio
1. Leia o texto a seguir sobre Felix Baumgartner, primeiro homem está relacionado à descarga elétrica de grande intensidade que
a quebrar a barreira do som em um salto em queda livre a partir ocorre, geralmente, entre uma nuvem eletricamente carregada e
da estratosfera. a superfície do planeta, ou pontos próximos à superfície, como
para-raios ou árvores. Já o relâmpago está ligado ao clarão pro-
Há 5 anos, este homem saltava da estratosfera
vocado pela descarga elétrica que sensibiliza os olhos humanos.
Em 14 de outubro de 2012, o austríaco Felix Baumgartner en- Por fim, o trovão é o som que sensibiliza os ouvidos e é produzido
trou para a história como o primeiro homem a quebrar a barreira pelo rápido aquecimento e pela expansão do ar quando ocorre a
do som durante um salto em queda livre. Baumgartner embarcou descarga elétrica. Em geral, os seres humanos são primeiramente
em um balão até a estratosfera, a 39,015 quilômetros acima da sensibilizados pelo relâmpago e, posteriormente, pelo trovão.
superfície terrestre, de onde executou o salto que entrou para

Matt Biddulph/W.Commons
a história. Durante 4 minutos e 20 segundos, ele caiu em queda
livre e atingiu, ao final desse tempo, a estonteante velocidade de
1.342,8 km/h. Logo após, Baumgartner liberou seu paraquedas e
pousou em segurança no solo. O tempo total do voo, desde o instan-
te do salto até tocar o solo, foi de cerca de 9 minutos e 9 segundos.
TREEGARDENER, C. Há 5 anos, este homem saltava da estratosfera.
Red Bull, 11 out. 2017. Disponível em: https://www.redbull.com/br-pt/
red-bull-stratos-comemora-5-anos. Acesso em: 16 ago. 2021.

Considerando o salto de Felix Baumgartner:


a) Determine sua velocidade média durante todo o salto, desde
o momento que abandonou o balão até o momento em que Os para-raios, de modo geral, são hastes de metal conectadas à terra por
tocou o solo, em km/h. meio de cabos. Em razão da sua composição e do formato pontudo, os
para-raios têm como função atrair os raios para eles, evitando que atinjam
diretamente o solo.
a) Pesquise e explique qual o motivo de sermos sensibilizados,
na maioria dos casos, primeiro pelo relâmpago e somente
depois pelo trovão.

b) Compare a velocidade média calculada no item a com a má-


xima velocidade atingida por ele durante o salto. Explique o
possível motivo de as duas velocidades serem tão diferentes.

b) Durante uma tempestade, um estudante de física decidiu


realizar o seguinte experimento: com um cronômetro, mediu
o intervalo de tempo entre a luz do relâmpago e o som do
trovão e obteve o valor de 3s. Sabendo que a velocidade do
som no ar é de aproximadamente 340 m/s, ele determinou a
distância aproximada da queda do raio. Qual foi a distância
encontrada pelo estudante?
2. O chamado tempo de reação (TR) é definido como o intervalo de
tempo existente entre a chegada de qualquer estímulo externo,
seja visual ou audível, e uma resposta motora. Considerando o TR
de condutores, leia o seguinte trecho:
A distância de reação é aquela que o veículo percorre desde o
instante em que o motorista vê o obstáculo ou a situação de perigo
até o momento em que efetivamente pisa no freio. O tempo de
reação de um condutor pode variar de 0,2s a 0,7s, ou seja, durante
esse intervalo de tempo, o veículo se movimenta com velocidade
praticamente constante.
RODRIGUES, T. P. Física: Tempo de reação e de frenagem. Folha de
S.Paulo, 31 out. 2002. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ c) Sabendo que a velocidade da luz é de aproximadamente
folha/educacao/ult305u11233.shtml. Acesso em: 16 ago. 2021.
3 · 108 m/s, calcule qual é a fração de tempo que a luz levou
Considere dois condutores dirigindo seus carros a 90 km/h em uma para se deslocar do local da queda até o ponto em que o
via. Diante de um perigo iminente na via, ambos são forçados a estudante se encontrava.
frearem seus carros. Calcule a diferença, em metros, entre a distância
de reação do motorista com maior tempo de reação até o motorista
com menor tempo de reação.
FÍSICA
EM23_1_FIS_03

EM23_1_FIS_03

383

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 383 31/08/2022 08:36:46


Enem e vestibulares
1. C5:H17 (Unesp-2015) A fotografia mostra um avião bombardeiro
norte-americano B52 despejando bombas sobre determinada
Fácil

cidade no Vietnã do Norte, em dezembro de 1972.

a) 0,8 m/dia.
b) 1,6 m/dia.
c) 25 m/dia.
d) 50 m/dia.
4. C5:H17 (UFPR-2016) Um sistema amplamente utilizado para
determinar a velocidade de veículos – muitas vezes, chamado

Fácil
erroneamente de “radar” – possui dois sensores constituídos por
laços de fios condutores embutidos no asfalto. Cada um dos laços
corresponde a uma bobina. Quando o veículo passa pelo primeiro
laço, a indutância da bobina é alterada e é detectada a passagem
do veículo por essa bobina. Nesse momento, é acionada a con-
tagem de tempo, que é interrompida quando da passagem do
(www.nationalmuseum.af.mil. Adaptado.) veículo pela segunda bobina.
Durante essa operação, o avião bombardeiro sobrevoou, horizon- Com base nesse sistema, considere a seguinte situação: em uma
talmente e com velocidade vetorial constante, a região atacada, determinada via, cuja velocidade limite é 60 km/h, a distância
enquanto abandonava as bombas que, na fotografia tirada de entre as bobinas é de 3,0 m. Ao passar um veículo por esse “radar”,
outro avião em repouso em relação ao bombardeiro, aparecem foi registrado um intervalo de tempo de passagem entre as duas
alinhadas verticalmente sob ele, durante a queda. bobinas de 200 ms. Assinale a alternativa que apresenta a veloci-
dade determinada pelo sistema quando da passagem do veículo.
Desprezando a resistência do ar e a atuação de forças horizontais
sobre as bombas, é correto afirmar que: a) 15 km/h.
a) no referencial em repouso sobre a superfície da Terra, cada b) 23,7 km/h.
bomba percorreu uma trajetória parabólica diferente. c) 54 km/h.
b) no referencial em repouso sobre a superfície da Terra, as bom- d) 58,2 km/h.
bas estavam em movimento retilíneo acelerado. e) 66,6 km/h.
c) no referencial do avião bombardeiro, a trajetória de cada
5. C5:H17 (UFRGS-2016) Pedro e Paulo diariamente usam bicicletas
bomba é representada por um arco de parábola.
para ir ao colégio. O gráfico abaixo mostra como ambos percorre-
Fácil

d) enquanto caíam, as bombas estavam todas em repouso, uma ram as distâncias até o colégio, em função do tempo, em certo dia.
em relação às outras.
e) as bombas atingiram um mesmo ponto sobre a superfície da
Terra, uma vez que caíram verticalmente.
2. C5:H17 (Unicamp-2016) Drones são veículos voadores não tripu-
lados, controlados remotamente e guiados por GPS. Uma de suas
Fácil

potenciais aplicações é reduzir o tempo da prestação de primeiros


socorros, levando pequenos equipamentos e instruções ao local
do socorro, para que qualquer pessoa administre os primeiros
cuidados até a chegada de uma ambulância. Considere um caso
em que o drone ambulância se deslocou 9 km em 5 minutos. Nesse
caso, o módulo de sua velocidade média é de aproximadamente
a) 1,4 m/s
b) 30 m/s Com base no gráfico, considere as seguintes afirmações.
c) 45 m/s I - A velocidade média desenvolvida por Pedro foi maior do que
d) 140 m/s a desenvolvida por Paulo.
3. C5:H17 (Unicamp-2018) Situado na costa peruana, Chankillo, o II - A máxima velocidade foi desenvolvida por Paulo.
mais antigo observatório das Américas, é composto por treze III - Ambos estiveram parados pelo mesmo intervalo de tempo,
Fácil

torres que se alinham de norte a sul ao longo de uma colina. Em durante seus percursos.
21 de dezembro, quando ocorre o solstício de verão no Hemisfério Quais estão corretas?
Sul, o Sol nasce à direita da primeira torre (sul), na extrema direita, a) Apenas I.
a partir de um ponto de observação definido. À medida que os
b) Apenas II.
dias passam, a posição em que o Sol nasce se desloca entre as
torres rumo à esquerda (norte). Pode-se calcular o dia do ano, c) Apenas III.
observando-se qual torre coincide com a posição do Sol ao ama- d) Apenas II e III.
FÍSICA

nhecer. Em 21 de junho, solstício de inverno no Hemisfério Sul, e) I, II e III.


o Sol nasce à esquerda da última torre na extrema esquerda e, à
medida que os dias passam, vai se movendo rumo à direita, para 6. C5:H17 (Enem-2018) Numa atividade de treinamento realizada
reiniciar o ciclo no dezembro seguinte. Sabendo que as torres de no Exército de um determinado país, três equipes – Alpha, Beta e
Fácil

EM23_1_FIS_03

EM23_1_FIS_03

Chankillo se posicionam ao longo de 300 metros no eixo norte-sul, Gama – foram designadas a percorrer diferentes caminhos, todos
a velocidade escalar média com a qual a posição do nascer do Sol com os mesmos pontos de partida e de chegada.
se desloca através das torres é de aproximadamente ● A equipe Alpha realizou seu percurso em 90 minutos com uma
384

velocidade média de 6,0 km/h.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 384 31/08/2022 08:36:47


● A equipe Beta também percorreu sua trajetória em 90 minutos, ou variáveis durante o percurso. Ana chegou ao ponto final da
mas sua velocidade média foi de 5,0 km/h. corrida antes de Vitória, sendo que o tempo utilizado por Ana, para
● Com uma velocidade média de 6,5 km/h, a equipe Gama toda a corrida, foi 30% menor que o tempo da amiga para a mesma
concluiu seu caminho em 60 minutos. distância. Sabe-se também que Vitória concluiu a minimaratona
com uma velocidade média de 3,333 m/s.
Com base nesses dados, foram comparadas as distâncias dBeta;
dAlpha e dGama percorridas pelas três equipes. A ordem das distâncias Assinale a alternativa que apresenta os valores corretos do tempo
percorridas pelas equipes Alpha, Beta e Gama é de corrida de Ana, o tempo de corrida de Vitória e a velocidade
média de corrida de Ana, respectivamente.
a) dGama < dBeta < dAlpha
a) 25,00 min; 17,50 min; 2,33 ms–1
b) dAlpha = dBeta < dGama
b) 1.050,10 s; 1.500,15 s; 4,76 ms–1
c) dGama < dBeta = dAlpha
c) 1.050,10 s; 450,45 s; 11,10 ms–1
d) dBeta < dAlpha <dGama
d) 1.500,15 s; 1.050,10 s; 4,76 ms–1
e) dGama < dAlpha < dBeta
e) 450,45 s; 1.050,10 s; 11,10 ms–1
7. C5:H17 (PUC-Campinas-2019) Um motorista pretendia percorrer a
distância entre duas cidades desenvolvendo a velocidade média
Enem e vestibulares + Desafio
Médio

de 90 km/h (1,5 km/min). Entretanto, um trecho de 3,0 km da


estrada estava em obras, com o trânsito fluindo em um único
12. C5:H17 (Unicamp-2021) Recentemente, uma equipe
sentido de cada vez e com velocidade reduzida. Por esse motivo,
internacional de cientistas detectou a explosão de uma
ele ficou parado durante 5,0 minutos e depois percorreu o trecho

Difícil
estrela conhecida como SN2016aps, que teria sido a
em obras com velocidade de 30 km/h (0,5 km/min). Considerando
explosão de supernova mais brilhante já registrada.
que antes de ficar parado e depois de percorrer o trecho em obras
ele desenvolveu a velocidade média pretendida, o tempo de A SN2016aps dista da Terra 4,0 bilhões de anos-luz, enquanto a
atraso na viagem foi supernova DES16C2nm, localizada a 10,5 bilhões de anos-luz de
distância da Terra, é a mais distante já descoberta. Considere que
a) 7,0 min.
uma explosão das duas supernovas ocorra simultaneamente.
b) 8,0 min. Quando o sinal luminoso da explosão da supernova mais pró-
c) 9,0 min. xima for detectado na Terra, a radiação luminosa da supernova
d) 10,0 min. DES16C2nm estará a uma distância da Terra aproximadamente
igual a
e) 11,0 min.
a) 6,5 × 109 km.
8. C5:H17 (Unesp-2017) Juliana pratica corridas e consegue correr
b) 9,0 × 1015 km.
5,0 km em meia hora. Seu próximo desafio é participar da corrida
Médio

de São Silvestre, cujo percurso é de 15 km. Como é uma distân- c) 3,6 × 1016 km.
cia maior do que a que está acostumada a correr, seu instrutor d) 5,9 × 1022 km.
orientou que diminuísse sua velocidade média habitual em 40% Dados: 1 ano = 3,0 × 107 s
durante a nova prova. Se seguir a orientação de seu instrutor, Velocidade da luz: c = 3,0 × 108 m/s.
Juliana completará a corrida de São Silvestre em
13. C5:H17 (Enem-2017) A agricultura de precisão reúne
a) 2h40min.
técnicas agrícolas que consideram particularidades
Difícil

b) 3h00min. locais do solo ou lavoura a fim de otimizar o uso de


c) 2h15min. recursos. Uma das formas de adquirir informações
d) 2h30min. sobre essas particularidades é a fotografia aérea de baixa altitude
realizada por um veículo aéreo não tripulado (vant). Na fase de
e) 1h52min. aquisição é importante determinar o nível de sobreposição entre
9. C5:H17 (UFU-2019) O morcego é um animal que possui um sistema as fotografias. A figura ilustra como uma sequência de imagens é
de orientação por meio da emissão de ondas sonoras. Quando esse coletada por um vant e como são formadas as sobreposições
Médio

animal emite um som e recebe o eco 0,3 segundos após, significa frontais.
que o obstáculo está a que distância dele? (Considere a velocidade
do som no ar de 340m/s).
a) 102 m.
b) 51 m.
c) 340 m.
d) 1.133 m.
10. C5:H17 (PUC-Rio-2016) Um carro viaja a 100 km/h por 15 minutos
e, então, baixa sua velocidade a 60 km/h, percorrendo 75 km nesta
Médio

velocidade. Qual é a velocidade média do carro para o trajeto


total, em km/h?
a) 80
b) 75
c) 67
d) 85
FÍSICA

e) 58 O operador do vant recebe uma encomenda na qual as imagens


11. C5:H17 (UNISC-2021) No ano de 2019, as amigas Ana e Vitória devem ter uma sobreposição frontal de 20% em um terreno plano.
participaram da XVI Minimaratona da Cidade de Não-Me-Toque. Para realizar a aquisição das imagens, seleciona uma altitude H fixa
Médio

de voo de 1 000 m, a uma velocidade constante de 50 m s−1. A aber-


EM23_1_FIS_03

EM23_1_FIS_03

Durante a corrida, que teve um percurso de 5 km, as duas amigas se


distanciaram, desenvolvendo marchas de velocidades constantes tura da câmera fotográfica do vant é de 90°. Considere tg(45°) = 1.
Natural Resources Canada. Concepts of Aerial Photography. Disponível
em: www.nrcan.gc.ca. Acesso em: 26 abr. 2019 (adaptado).
385

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 385 31/08/2022 08:36:47


Com que intervalo de tempo o operador deve adquirir duas b) o intervalo de tempo ∆t que as informações enviadas pela
imagens consecutivas? nave, a 5 bilhões de km da Terra, na menor distância de
a) 40 segundos. aproximação entre a nave e Plutão, levaram para chegar em
nosso planeta;
b) 32 segundos.
c) 28 segundos.
d) 16 segundos.
e) 8 segundos.
14. C5:H17 (Mackenzie-2020) Nos Estados Unidos da
América, a unidade de medida mais comum para a
Difícil

velocidade dos carros e motos no trânsito é a milha por


hora (mph). Um carro que se encontra a uma velocida-
de de 50 mph tem uma velocidade correspondente, em m/s, de
aproximadamente

c) o ano em que Plutão completará uma volta em torno do Sol,


Dado: 1 milha = 1,6 quilômetro a partir de quando foi descoberto.
a) 22
b) 35
c) 80
d) 15
e) 30
15. C5:H17 (Fuvest-2016) Em janeiro de 2006, a nave espa-
cial New Horizons foi lançada da Terra com destino a
Difícil

Plutão, astro descoberto em 1930. Em julho de 2015,


após uma jornada de aproximadamente 9,5 anos e
5 bilhões de km, a nave atinge a distância de 12,5 mil km da su-
perfície de Plutão, a mais próxima do astro, e começa a enviar
informações para a Terra, por ondas de rádio. Determine
a) a velocidade média v da nave durante a viagem;

Note e adote:
Velocidade da luz = 3 × 108 m/s
Velocidade média de Plutão = 4,7 km/s
Perímetro da órbita elíptica de Plutão = 35,4 × 109 km
1 ano = 3 × 107 s

GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
2. Abraooaplicativo e aponte
aplicativo a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oao lado paradeste
gabarito
­módulo.
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.

Cartão-resposta Movimentos: qual a referência?

1 5 9
FÍSICA

A B C D E A B C D E A B C D E 13 A B C D E
2 A B C D E 6 A B C D E 10 A B C D E 14 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 11 A B C D E
EM23_1_FIS_03

4 A B C D E 8 A B C D E 12 A B C D E
386

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PONTO DE PARTIDA
04
Pista de atletismo de Tóquio tem ­tecnologia

04/44
que melhora desempenho do atleta
[...] O Estádio Olímpico de Tóquio teve uma pista especialmente criada pela empresa Mondo,
que existe desde 1948 e já foi a criadora de percursos em 12 jogos olímpicos. Mas essa, feita para
o evento japonês, teve um diferencial importante sob a ótica tecnológica, o que pode dar uma
“forcinha” para os atletas quebrarem recordes mundiais.
A superfície apresenta grânulos de borracha tridimensionais projetados especificamente para
o chamado sistema polimérico — macromoléculas formadas a partir de unidades estruturais me-
nores. Essa novidade fica na camada superior da MONDOTRACK WS, como foi chamada a pista,
e traz um composto covulcanizado.
[...] A pista não é projetada para ninguém afundar ou quicar sobre ela, mas para maximizar

Velocidade controlada:
o movimento uniforme
a velocidade por meio da elasticidade. Abaixo da borracha vulcanizada há camadas de ar para
absorver o choque na pisada, armazenar energia e oferecer uma resposta cinética imediata. Ou
seja, na prática, a pista pega a energia gerada pelo passo e a joga de volta contra o corredor.
[...] O atleta estadunidense dos 400 metros com obstáculos Sydney McLaughlin explica a sensação
de pisar sobre a pista tecnológica: “Algumas pistas absorvem seu movimento e sua força. Esta a re-
genera e devolve para você. Definitivamente dá para sentir isso”, disse ao site da Associated Press.
Se a pista facilita ou não a quebra de recordes, isso não importa muito. O fato é que os
atletas estão lá para dar o seu melhor e têm alcançado índices incríveis, como ocorreu com a
velocista jamaicana Elaine Thompson-Herah — quebrou um recorde olímpico de 33 anos nos
100 metros femininos.

LISBOA, A. Pista de atletismo de Tóquio tem tecnologia que melhora desempenho do atleta. Canaltech,
2 ago. 2021. Disponível em: https://canaltech.com.br/inovacao/pista-de-atletismo-de-toquio-tem-
tecnologia-que-melhora-desempenho-do-atleta-191475/. Acesso em: 13 ago. 2021.

1. Em seu caderno, responda às perguntas a seguir sobre as tecnologias no esporte e como elas se relacionam com
a grandeza velocidade.
a) Considere a situação na qual, em um treino para uma prova de 100 metros rasos, a atleta Elaine Thompson-
kovop58/Shutterstock

Herah decide fazer um experimento. Em um dia, vai correr em uma pista comum e, no outro, sob as mesmas
condições, vai utilizar a pista Mondotrack WS. Após os treinos, a atleta percebeu que melhorou seu tempo no
segundo dia de treinamento. No primeiro dia, Elaine completou os 100 m em 10s63 e, no segundo dia, melho-
rou seu tempo em aproximadamente 0,02 segundos. O que significa a redução no tempo da atleta? Você sabe
qual grandeza física está associada a essa melhora no desempenho?
b) Além dos 100 metros rasos, há outros esportes, como a maratona e a marcha atlética, pertencentes à modali-
dade corrida. Pesquise por que nesses esportes de longos percursos a constância no ritmo da corrida é mais
importante que variar a velocidade para ter um rendimento melhor na prova.
c) Além da tecnologia envolvida nas pistas de corrida, como a Mondotrack WS, há outras já sendo utilizadas ou
estudadas. Pesquise quais tecnologias já estão sendo utilizadas para esportes como futebol, natação e
esgrima. Em seguida, descreva quais são essas tecnologias e como elas podem auxiliar em re-
sultados mais precisos e em melhores performances dos atletas.

J JJ
JJ
JJJ
JJ
J JJ
JJ
JJ
Escola Digital
JJ
JJ
JJ

O texto trabalhado na seção tem como objetivo mostrar aos alunos novas tecnologias e como
elas podem estar aplicadas nos conceitos de movimento uniforme, o que desenvolverá as
habilidades EM13CNT303 e EM13CNT307 da BNCC. Além disso, também é possível aplicar os
conceitos de deslocamento, tempo e velocidade escalar média nas situações-problema
propostas com base no tema do texto e desenvolver a habilidade EM13CNT204. Se achar
pertinente, promova uma discussão sobre as tecnologias pesquisadas pelos alunos e enfatize
FÍS
387
a importância das pesquisas para o campo dos esportes.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 387 31/08/2022 08:36:53


Velocidade escalar constante
Grande parte dos movimentos que ocorrem no dia a Por meio do gráfico da velocidade em função do tempo,
dia não mantém a velocidade durante toda a trajetória. Por é possível determinar o espaço percorrido (Δs) pelo corpo.
exemplo, ao se deslocar, você inicia o movimento adqui- Para isso, é preciso calcular a área entre o eixo da abcissa e
rindo certa velocidade e, para parar, diminui a velocidade. a reta que caracteriza o movimento.
Contudo, alguns movimentos, como os de uma escada ro-
v (m/s)
lante, de uma esteira ergométrica, de um metrô, de um ele-
vador ou até mesmo de rotação da Terra, apresentam um
v
ponto em comum: velocidade constante. Esse movimento
com velocidade constante recebe o nome de movimento
uniforme.
Área v
Considera-se que um corpo está realizando um mo-
vimento uniforme quando percorre distâncias iguais em
intervalos de tempo iguais.
t0 ∆t t (s)
t
Dessa maneira, no movimento uniforme não há varia-
ção da velocidade com o passar do tempo. Isso significa
que, nesse tipo de movimento, não há aceleração, ou seja, a Dessa maneira:
aceleração é nula (a = 0).
N
A velocidade escalar (v) é, então, descrita por uma fun- s  área
ção constante.

v = f(t) = constante
9 Exemplo:
Com base no gráfico apresentado a seguir, calcule o deslo-
Graficamente, o movimento uniforme pode ser expres- camento ∆s sofrido pelo corpo que descreveu o movimento.
so das seguintes maneiras: v (m/s)
● v>0
v (m/s)
5

Movimento progressivo

7 t (s)

t (s) É possível calcular o deslocamento de um móvel por meio


● v<0 do cálculo do módulo da área da figura em um diagrama
v × t. A figura geométrica apresentada no exercício é um re-
v (m/s)
tângulo cuja área é o produto entre a base a altura, ou seja,
A = b · h. Desse modo(7 – 0) · 5
N N N
t (s)
A  s  A  b  h   A  t  v
N N
Movimento retrógrado A (7  0)  5  A  35  s  35 m
Um caso específico do movimento uniforme é o mo-
vimento retilíneo uniforme, que, como o próprio nome
v sugere, é o movimento em trajetórias retilíneas com velo-
cidade constante.
FÍSICA

Os trens dos metrôs são veículos que mantêm,


EM23_1_FIS_04

EM23_1_FIS_04

durante a maior parte do percurso, velocidade


constante. O trem de metrô mais rápido do
mundo é o Shangai Transrapid, na China, com
388

velocidade de 431 km/h.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 388 31/08/2022 08:36:56


Velocidade escalar média O que é o escuro? Ele tem
A velocidade escalar média de um corpo em movimento uniforme pode ser matematicamente uma velocidade como
definida como: a luz?
O escuro não é uma coisa.
s s  s0 Ele é só a ausência de luz.
vm   Portanto, na letra fria das
t t  t 0 leis da física, não pode ter
uma velocidade.
Em que vm é a velocidade escalar média, ∆s é a distância percorrida, s é a posição final, s 0 é a posi- [...] A velocidade da
ção inicial, ∆t é o intervalo de tempo, t é o tempo final e t 0 é o tempo inicial. luz, diga-se, é uma
coisa traiçoeira. Se dois

Velocidade escalar instantânea


ciclistas pedalam à
mesma velocidade, as
duas bicicletas ficam
Anteriormente, foi abordado o conceito de velocidade escalar média, que está ligado à medi-
paradas uma em relação
ção da velocidade em um determinado intervalo de tempo. No movimento uniforme, como não à outra e eles podem até
há aceleração e a velocidade é constante ao longo de todo um percurso, a velocidade instantânea conversar. Com a luz, não
pode ser considerada igual à velocidade escalar média. tem conversa: a velocidade
dos fótons é sempre
300 mil km/s, não importa
HABILIDADES NA PRÁTICA o quão rápido você esteja
em relação a eles. É
impossível emparelhar
Triatlo com a luz. Essa invariância,
[...] O triatlo olímpico consiste em uma disputa de 1.500 metros de natação, 40 quilômetros de ciclis- descoberta por Albert
mo e 10 quilômetros de corrida. Existe uma variante, com distâncias bem mais longas e que também se Einstein, é contraintuitiva,
tornou tradicional. Trata-se do Iron Man, disputado no Havaí, que tem distâncias de 3,8 km de natação, mas é fundamental para as
180 km de ciclismo e 42 km de corrida. equações da Relatividade.
A luz, no vácuo, é o limite
Triatlo. Rede do Esporte. Disponível em: http://rededoesporte.gov.br/pt-br/
de velocidade do Universo.
megaeventos/olimpiadas/modalidades/triatlo. Acesso em: 21 jul. 2021.
VAIANO, B. O que é o escuro?
Nos Jogos Olímpicos de 2016, a medalha de ouro foi conquistada pelo britânico Alistair Brownlee com Ele tem uma velocidade como
o tempo total de 1h45min1s (esse tempo inclui a transição entre as modalidades). Seus tempos parciais a luz? Superinteressante,
16 jul. 2021. Disponível em:
foram de 17min24s na natação, 55min4s no ciclismo e 31min9s na corrida. Em 2018, o Campeonato https://super.abril.com.
Mundial de Iron Man, no Havaí, foi marcado pelo recorde estabelecido por Patrick Lange, que completou br/blog/oraculo/o-que-
a prova em 7h52min39s. Supondo que a velocidade de Lange tenha se mantido constante durante toda e-o-escuro-ele-tem-uma-
a prova, em quanto tempo ele completaria a prova do triatlo com essa velocidade? velocidade-como-a-luz/.
Acesso em: 29 jul. 2021.

A proposta da seção Habilidades na prática é que os alunos, com os conceitos de movimento uniforme apresentados até
o momento, proponham uma solução para a situação-problema apresentada. Para isso, eles devem interpretar o texto e
os dados fornecidos nele, além de interpretar a situação proposta no enunciado.

ck
ttersto
i/Shu
rugin
m Pe
Willia
FÍSICA
EM23_1_FIS_04

EM23_1_FIS_04

389

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 389 31/08/2022 08:36:57


Funções horárias
As funções horárias são dadas por equações que relacionam grandezas físicas cujos valores dependem do instante em
que elas são medidas. No movimento uniforme, é possível estabelecer relações entre velocidade, tempo e espaço, como
apresentado a seguir.

Função horária das posições


A função horária das posições permite determinar a posição (s) de um corpo em qualquer instante de tempo (t), ou seja,
é uma função do tipo s = f(t).
Por exemplo, considere um carro no tempo t 0 = 0s, na posição s 0 e com velocidade v0 . Após se deslocar com velocidade
constante em uma trajetória retilínea, o carro se encontra no instante t, na posição s e com velocidade v.
 
v v
Hangouts Vectro Pro/Shutterstock

Origem

t0 = 0s
s0

s
t
Por ser um movimento retilíneo uniforme, o corpo tem velocidade escalar média igual à velocidade escalar instantânea.
s s  s0
Assim, para o movimento do carro, tem-se a seguinte equação de velocidade: v  
t t  t 0
s  s0
Sabendo que o tempo inicial t 0 é igual a 0, tem-se: v   s  s0  v  t
t
Então, ao representar a posição s em função do tempo t, obtém-se a função horária das posições:

s = s0 + v · t

Em que s é a posição final (m), s 0 é a posição inicial (m), v é a velocidade (m/s) e t é o tempo (s).

● As unidades de medida da posição e do tempo podem variar dependendo da situação proposta. Pelo SI, tem-se o metro e
o segundo, mas usualmente também podem ser utilizados o quilômetro para a posição e o minuto para o tempo.
● Na função horária das posições, a posição inicial s0 e a velocidade v são constantes.

9 Exemplo:
Suponha que um veículo que executa um movimento uniforme e progressivo parte do ponto 10 m da trajetória e, durante o per-
curso, desempenha velocidade constante de 50 m/s.
v = 50 m/s

m
0 10 20 30
Origem

Considerando a situação descrita anteriormente:


a) Indique a função horária que descreve o movimento desse veículo.
b) Determine a posição do veículo após 1 minuto.
Observe a seguir como encontrar as respostas para as situações solicitadas acima.
a) Primeiro é preciso identificar os dados para escrever a função horária do movimento.
Dados: s é a posição final, s0 = 10 m, v = 50 m/s e t é o tempo.
Considerando que a função horária tem a forma s = s0 + v · t, encontra-se a seguinte função para o movimento do automóvel:
s = 10 + 50 · t
FÍSICA

b) Para calcular a posição em função do tempo, utiliza-se a função horária característica do movimento, definida na letra a. Nela,
substitui-se o tempo solicitado (t = 1min = 60s). Assim:
s = 10 + 50 · t ⇒ s = 10 + 50 · 60
EM23_1_FIS_04

EM23_1_FIS_04

s = 10 + 3 000 ⇒ s = 3 010 m
Sendo a função horária das posições uma função de 1.º grau em relação ao tempo, seu gráfico é representado por uma
390

reta. No caso do gráfico da função s = f(t), a velocidade e os espaços percorridos são iguais em um mesmo período.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 390 31/08/2022 08:37:01


● Velocidade positiva (v > 0): movimento progressivo

s (m)
 
v v s

s0
Origem

t0 = 0s
s0

s
t t0 t t (s)

Quando a velocidade é positiva, significa que o corpo está se movimentando no mesmo sentido estabelecido para a
trajetória e, então, realiza um movimento progressivo com suas posições aumentando com o passar do tempo. Por isso, o
gráfico que representa esse movimento para a função s = f(t) é uma reta crescente.
● Velocidade negativa (v < 0): movimento retrógrado

s (m)
 
v v

s0

Origem
s
t0 = 0s s0

s
t
t0 t t (s)

Quando a velocidade é negativa, significa que o corpo está se movimentando no sentido oposto ao estabelecido para
a trajetória e, então, realiza um movimento retrógrado com suas posições diminuindo com o passar do tempo. Por isso, o
gráfico que representa esse movimento para a função s = f(t) é uma reta decrescente.
● Velocidade nula (v = 0)
Quando a velocidade é nula, o corpo encontra-se em repouso, e a posição não se altera com o passar do tempo.

s (m)

Repouso (v = 0)

t (s)

FÍSICA
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391

hutterstock
it Khuansuwan/S
zhangyang, Prakas

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Propriedades gráficas 9 Exemplo:
Corpos com sentidos opostos
No gráfico da posição em função do tempo, é possível
calcular a velocidade do corpo com base na tangente do ân- Dois carros, A e B, movem-se em movimento uniforme e em
gulo formado pela reta que representa o movimento. sentidos opostos com velocidades escalares de módulos
24 m/s e 20 m/s, respectivamente.
s (m)
No instante t = 0s, eles estão a uma distância de 440 metros
um do outro, e o carro A está na posição de origem. Com a
s2
orientação da trajetória positiva para A, B realiza um movi-
mento retrógrado em relação à trajetória (v < 0).
t = 0s
24 m/s 20 m/s
∆s
A B
+
s1
∆t 440 m
Em qual instante o carro A encontra o carro B?
s0 S0A + vA ⋅ t = S0B + vB ⋅ t ⇒ 0 + 24 ⋅ t = 440 – 20 ⋅ t
24 ⋅ t + 20 ⋅ t = 440 ⇒ 44 ⋅ t = 440
t1 t2 t (s) 440
t= ⇒ t = 10s
44
Com isso, é possível afirmar que a velocidade é numeri- Ou seja, o encontro entre os dois automóveis demora 10 se-
camente igual à tangente do ângulo θ. gundos para acontecer.
cateto oposto
v  tan () 
cateto adjacente
s s2  s1 Velocidade relativa
entre corpos
v  tan()  
t t 2  t1

Encontro entre corpos No estudo dos movimentos uniformes, define-se como


velocidade relativa, ou velocidade escalar relativa, a diferen-
O encontro entre corpos analisa o movimento de corpos
ça entre as velocidades escalares de dois móveis durante
que se deslocam no mesmo sentido ou em sentidos opos-
um afastamento ou uma aproximação.
tos. Nos dois casos, pressupõe-se que, para um corpo A en-
contrar ou ultrapassar um corpo B, é necessário que eles ● Corpos se deslocando com o mesmo sentido
estejam na mesma trajetória. Nesse caso, o módulo da velocidade relativa entre os
Dessa maneira, é possível igualar as funções horárias dos dois corpos é representado pela diferença entre as veloci-
dois corpos (A e B) para que seja cumprida a igualdade sA = sB . dades dos corpos na trajetória, tanto em uma aproximação
quanto em um afastamento entre eles.
Sendo s A = s 0A + vA ⋅ t e s B = s 0B + vB ⋅ t:
v rel  v A  vB
s0A + vA ⋅ t = s0B + vB ⋅ t

Em que s 0A e s 0B são as posições iniciais dos corpos A e B (m) 9 Exemplo:


e vA e vB são as velocidades desses dois corpos (m/s).
Considere dois carros, A e B, movimentando-se no mesmo sen-
9 Exemplo: tido em uma estrada com velocidades escalares constantes de
Corpos com mesmo sentido 110 km/h e 85 km/h, respectivamente.
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Dois carros, A e B, movem-se em movimento uniforme e no


mesmo sentido com velocidades escalares de módulos 20 m/s vA = 110 km/h vB = 85 km/h
e 15 m/s, respectivamente. A B
No instante t = 0s, eles estão a uma distância de 100 metros um +
do outro, e B está à frente de A, que está na posição de origem.
t = 0s Qual é a velocidade relativa do carro A em relação ao carro B?
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20 m/s 15 m/s
A B Como ambos os carros estão no mesmo sentido, utiliza-se a
seguinte equação:
+
v rel  v A  v B
100 m
Substituindo os valores fornecidos:
FÍSICA

Em qual instante o carro A alcança o carro B?


v rel  110  85
S0A + vA ⋅ t = S0B + vB ⋅ t ⇒ 0 + 20 ⋅ t = 100 + 15 ⋅ t
20 ⋅ t – 15 ⋅ t = 100 ⇒ 5 ⋅ t = 100 v rel = 25 km/h
EM23_1_FIS_04

EM23_1_FIS_04

100 Basicamente, é possível considerar que o carro B estava para-


t= ⇒ t = 20s
5 do e o carro A estava se afastando dele com uma velocidade
392

Ou seja, A alcança B após 20 segundos. escalar de 25 km/h.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 392 31/08/2022 08:37:05


● Corpos se deslocando com sentidos contrários vC = 50 km/h vD = –72 km/h
Nesse caso, o módulo da velocidade relativa entre os C D
dois corpos é representado pela soma entre as velocida- +
des dos corpos na trajetória, tanto em uma aproximação
quanto em um afastamento entre eles. Qual a velocidade relativa do carro C em relação ao carro D?
v rel  v A  v B
v rel  v A  vB
Substituindo os valores fornecidos:
v rel  50  72
9 Exemplo:
v rel = 122 km/h
Considere dois carros, C e D, deslocando-se em sentidos con-
trários. O carro C movimenta-se com velocidade constante de Isso significa que os dois carros se aproximam a uma
50 km/h, e o carro D mantém velocidade de −72 km/h. Observe ­velocidade de 122 km/h. Analogamente, após se cruzarem, vão
que este tem velocidade negativa, pois se desloca no sentido se afastar um do outro com essa mesma velocidade.
contrário ao da trajetória.

LINHA DE CHEGADA

1. O velocista jamaicano Usain Bolt é considerado um dos homens mais rápidos do mundo depois de ter quebrado o recorde mundial dos
100 m e 200 m rasos, em 2009, no Mundial de Atletismo. Ele completou a prova em menos de 10s, com a marca de 9,58s para percorrer
100 m. Não poderia ser diferente nas Olimpíadas de 2016 quando completou a prova dos 100 m rasos em apenas 9,81s. Nessa competição,
ele usava sapatilhas especiais para melhorar a tração e o controle de estabilidade. Acompanhe na tabela a seguir os tempos parciais de
Usain Bolt ao quebrar o recorde mundial, em 2009, em Berlim.

Posição (m) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100


Tempo (s) 0 1,85 2,89 3,78 4,64 5,49 6,31 7,11 7,92 8,74 9,58

Com base nos dados apresentados e nas discussões realizadas até aqui, responda às questões a seguir.
a) Calcule a velocidade média de Bolt em cada intervalo de tempo.

b) Quais são as vantagens de fazer a análise do movimento com base em representações gráficas?

c) Faça um gráfico da posição em função do tempo. Ao analisar o gráfico a partir da posição 30 m, como você classifica o movimento do
atleta na prova?

O objetivo das atividades propostas na seção Linha de chegada é o resgate e as conexões dos conceitos apresentados no módulo. Para isso, foram propostas três
atividades: uma de cálculo, outra que busca desenvolver a parte analítica dos alunos e, por fim, uma que busca conectar a interpretação do texto com os
conhecimentos gráficos dos alunos. Se achar pertinente, é possível trazer os resultados obtidos pelos velocistas na Olimpíada de Tóquio, realizada em 2021, e
compará-los com os de Usain Bolt para promover novas discussões sobre o tema.
FÍSICA
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Saberes em ação 2. Em grandes cidades do Brasil e do mundo, o metrô é um meio de
transporte muito utilizado. Estima-se que por dia o metrô de São
1. Localizado na costa do Egito, o Canal de Suez é uma passagem Paulo transporte aproximadamente 4 milhões de pessoas. Um
construída no século XIX que conecta o Oceano Atlântico ao estudo recente divulgou que os metrôs na cidade de São Paulo
Oceano Índico. Essa rota é utilizada na indústria da navegação circulam com uma velocidade média de 9 m/s, quatro vezes maior
e possibilita a economia de, ao menos, 10 dias de viagem em que a velocidade média dos carros nas ruas da capital nos dias
comparação com outras rotas marítimas de ligação desses dois de tráfego intenso. (Dados do site: http://www.metro.sp.gov.br/).
oceanos. Em março de 2021, o meganavio Ever Given encalhou Suponha que um passageiro, viajando de metrô em movimento
ao tentar passar pelo canal de Suez durante uma tempestade retilíneo uniforme, de posse de um cronômetro, mediu o tempo
com ventos fortes e areia. Medindo 400 metros de comprimento de sua viagem obtendo 7 minutos e 45 segundos. Sabendo que
e pesando 220 mil toneladas, o meganavio causou um gigantesco o metrô descreveu uma velocidade constante entre as estações
impacto econômico mundial e infinitos transtornos à indústria de e que não houve nenhuma parada durante o percurso, calcule:
navegação ao permanecer 6 dias encalhado. a) A distância percorrida em quilômetros na viagem do passa-
geiro em questão.
Dipix/Shutterstock

b) O tempo que um carro levaria para fazer o mesmo percurso


em um dia de tráfego intenso.

Navios enfileirados atravessando o canal de Suez.


De acordo com autoridades da área, no final do sexto dia havia
mais de 400 navios na fila de espera para cruzar o canal e um 3. Numa corrida, a largada é um dos momentos mais críticos, pois
prejuízo de mais de 300 bilhões de dólares a companhias de a densidade de carros em uma pequena parte é muito grande,
transporte marítimo devido aos atrasos. Imagine que um navio e é nessa situação em que os acidentes estão mais propícios a
brasileiro que estava na fila de espera precise chegar o quanto acontecer. Em dado momento de uma corrida, após a largada, na
antes ao Brasil e descreva um movimento uniforme. Considere que iminência de uma ultrapassagem a equipe do primeiro piloto o
a velocidade escalar média de um navio cargueiro é de 50 km/h informa pelo rádio “O segundo competidor está 5 m/s mais rápido
e que a distância entre o Canal de Suez e o Porto de Santos é de do que você”. Se o primeiro colocado estava a 288 km/h, qual era
aproximadamente 15 000 km. a velocidade do segundo colocado?
a) Calcule quantos dias o navio levará para chegar ao Brasil.

b) Suponha que o navio transporte uma carga perecível e que


o tempo máximo para que os produtos não estraguem é de Enem e vestibulares
8 dias. Nesse sentido, calcule qual a velocidade média que o
navio teria que desenvolver no percurso para chegar 1 dia 1. C6:H20 (UERJ-2019) O Sol é a estrela mais próxima da Terra e dista
antes do prazo de validade. cerca de 150 000 000 km do nosso planeta. Admitindo que a luz
Fácil

percorre 300 000 km por segundo, o tempo, em minutos, para


a luz que sai do Sol chegar à Terra é, aproximadamente, igual a:
a) 7,3
b) 7,8
c) 8,3
d) 8,8
2. C5:H17 (Unesp-2021) A Força Aérea Brasileira (FAB) pretende
c) Para ter uma ideia dos impactos que esse evento causou, realizar em breve o ensaio em voo do primeiro motor aeronáutico
Fácil

calcule qual a porcentagem do trajeto até o Brasil que o navio hipersônico feito no país. O teste integra um projeto mais amplo
FÍSICA

brasileiro poderia ter feito durante os 6 dias de encalhamento. cujo objetivo é dominar o ciclo de desenvolvimento de veículos
hipersônicos.
Além do motor hipersônico, o projeto, chamado de Propulsão
Hipersônica 14-X, prevê a construção de um veículo aéreo não
EM23_1_FIS_04

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tripulado (VANT), onde esse motor será instalado. O quadro mostra


um comparativo entre a velocidade atingida pelo VANT 14-X e por
394

outros veículos aéreos.

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Considerando que as medidas dos segmentos AB, BC e AC são,
respectivamente, 60 m, 80 m e 100 m, e que o tempo cronometrado
para dar uma volta no trecho BCDB foi de 40 s, a velocidade escalar
média desenvolvida por essa pessoa nessa volta foi de
a) 4,1 m/s.
b) 6,0 m/s.
c) 5,2 m/s.
d) 4,8 m/s.
e) 3,6 m/s.
5. C6:H20 (UFRGS-2018) Em grandes aeroportos e shoppings, exis-
(http://revistapesquisa.fapesp.br, janeiro de 2019. Adaptado.) tem esteiras móveis horizontais para facilitar o deslocamento

Fácil
de pessoas. Considere uma esteira com 48 m de comprimento e
Esses veículos podem ter suas velocidades descritas pelo número velocidade de 1,0 m/s. Uma pessoa ingressa na esteira e segue ca-
de Mach (ou “velocidade Mach”), que é uma medida adimensional minhando sobre ela com velocidade constante no mesmo sentido
de velocidade. O número Mach indica a razão entre a velocidade de movimento da esteira. A pessoa atinge a outra extremidade
de um corpo num meio fluido e a velocidade do som nesse meio. 30 s após ter ingressado na esteira. Com que velocidade, em m/s,
Assim, se um corpo chegou ao número de Mach 5 no ar, ele atin- a pessoa caminha sobre a esteira?
giu cinco vezes a velocidade do som no ar, ou seja, 1 700 metros a) 2,6
por segundo.
b) 1,6
No caso do VANT 14-X, ele poderá atingir uma velocidade, que
corresponderá, aproximadamente, ao número de: c) 1,0
a) Mach 98. d) 0,8
b) Mach 35. e) 0,6
c) Mach 127. 6. C6:H20 (Enem-2018) Em uma corrida de dez voltas disputada por
dois carros antigos, A e B, o carro A completou as dez voltas antes
d) Mach 7. Fácil
que o carro B completasse a oitava volta. Sabe-se que durante
e) Mach 10. toda a corrida os dois carros mantiveram velocidades constantes
3. C5:H17 (Enem-2019) Nas estradas brasileiras existem vários apa- iguais a 18 m/s e 14 m/s. Sabe-se também que o carro B gastaria
relhos com a finalidade de medir a velocidade dos veículos. Em 288 segundos para completar oito voltas. A distância, em metro,
Fácil

uma rodovia, cuja velocidade máxima permitida é de 80 km h-1, que o carro B percorreu do início da corrida até o momento em
um carro percorre a distância de 50 cm entre dois sensores no que o carro A completou a décima volta foi mais próxima de:
tempo de 20 ms. De acordo com a Resolução n. 396, do Conselho a) 6 480. d) 4 032.
Nacional de Trânsito, para vias com velocidade de até 100 km h-1, b) 5 184. e) 3 920.
a velocidade medida pelo aparelho tem a tolerância de +7 km h-1
além da velocidade máxima permitida na via. Considere que a c) 5 040.
velocidade final registrada do carro é o valor medido descontado 7. C5:H18 (UPF-2021) A galáxia de Andrômeda é considerada atual-
o valor da tolerância do aparelho. mente a mais próxima da via Láctea estando aproximadamente
Fácil

Nesse caso, qual foi a velocidade final registrada pelo aparelho? 2,54 milhões de anos-luz de distância da Terra. Isso significa que
a) 38 km h-1 a distância de Andrômeda até a Terra, em metros, é da ordem de
grandeza de:
b) 65 km h-1
(Considere a velocidade da luz como sendo 3 x 108 m/s)
c) 83 km h-1
a) 1017
d) 90 km h-1
b) 1022
e) 97 km h-1
c) 1021
4. C6:H20 (Unesp-2021) A figura mostra a visão aérea de um parque d) 1023
onde existem ruas que podem ser utilizadas para corridas e ca-
Fácil

minhadas. Nesse parque há uma pista ABCA em que uma pessoa e) 1015
corre dando voltas sucessivas. 8. C5:H17 (FGV-2020) Dois amigos, Marcos e Pedro, estão às margens
de um lago, no ponto A, e decidem nadar até um barco, que se
Médio

encontra no ponto C. Marcos supõe que chegará mais rápido se


nadar direto do ponto A até o ponto C, enquanto Pedro supõe
que seria mais rápido correr até o ponto B, que está sobre uma
reta que contém o ponto C e é perpendicular à margem, e depois
nadar até o barco.
FÍSICA
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EM23_1_FIS_04

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Considere que a distância entre os pontos A e C seja 50 m, que que tem 5,79 km de extensão. A corrida é finalizada quando uma
a distância entre A e B seja 30 m, que a distância entre B e C seja das duas situações ocorre antes: ou o número estipulado de voltas
40 m, que Marcos e Pedro nadem com velocidade média de 1,0 m/s é alcançado, ou a duração da corrida chega a 2 horas. Suponha
e que Pedro corra com velocidade média de 3,0 m/s. Ao realizarem que o regulamento seja alterado, e agora a corrida é finalizada
a travessia, partindo no mesmo instante, apenas pelo tempo de prova. Considere ainda que Hamilton tenha
a) Marcos chega ao barco 1,0 segundo antes de Pedro. mantido a velocidade escalar média. Quantas voltas a mais o piloto
completará até que a prova seja finalizada pelo tempo?
b) Marcos chega ao barco 0,5 segundo antes de Pedro.
a) 29
c) Pedro chega ao barco 1,0 segundo antes de Marcos.
b) 46
d) Pedro chega ao barco 0,5 segundo antes de Marcos.
c) 55
e) Pedro e Marcos chegam juntos ao barco.
d) 61
9. C5:H17 (Enem-2018) Para garantir segurança ao dirigir, alguns
motoristas instalam dispositivos em seus carros que alertam e) 70
Médio

quando uma certa velocidade máxima (vmáx) pré-programada pelo


usuário de acordo com a velocidade máxima da via de tráfego, é Enem e vestibulares + Desafio
ultrapassada. O gráfico exibido pelo dispositivo no painel do carro
após o final de uma viagem fornece a velocidade (km/h) do carro 13. C5:H17 (Fuvest-2020) Um estímulo nervoso em um dos
em função do tempo (h). dedos do pé de um indivíduo demora cerca de 30 ms

Difícil
para chegar ao cérebro. Nos membros inferiores, o
Velocidade (km/h)
pulso elétrico, que conduz a informação do estímulo,
é transmitido pelo nervo ciático, chegando à base do tronco em
20 ms. Da base do tronco ao cérebro, o pulso é conduzido na
medula espinhal. Considerando que a altura média do brasileiro
vmáx é de 1,70 m e supondo uma razão média de 0,6 entre o compri-
mento dos membros inferiores e a altura de uma pessoa, pode-se
concluir que as velocidades médias de propagação do pulso
nervoso desde os dedos do pé até o cérebro e da base do tronco
0 Tempo (h)
até o cérebro são, respectivamente:
a) 51 m/s e 51 m/s
De acordo com o gráfico, quantas vezes o dispositivo alertou o b) 51 m/s e 57 m/s
motorista no percurso da viagem?
c) 57 m/s e 57 m/s
a) 1
d) 57 m/s e 68 m/s
b) 2
e) 68 m/s e 68 m/s
c) 3
14. C6:H20 (UERJ-2020) O universo observável, que se
d) 4 expande em velocidade constante, tem extensão
Difícil

e) 5 média de 93 bilhões de anos-luz e idade de 13,8 bilhões


10. C5:H17 (UFMS-2019) No dia 4 de novembro de 2018, foi realizada de anos. Quando o universo tiver a idade de 20 bilhões
a 8.ª volta UFMS. O percurso tem largada e chegada em frente ao de anos, sua extensão, em bilhões de anos-luz, será igual a:
Médio

prédio da Reitoria da universidade, com circuitos de uma ou duas a) 105


voltas, sendo cada volta de 3,5 km. b) 115
Um atleta que correrá as duas voltas terminará a primeira volta c) 135
com um pace médio de 6,0 min/km. Como ele pretende completar
a prova com um pace médio de 5,0 min/km, a segunda volta deve d) 165
ser completada com uma velocidade média de: 15. C5:H17 (AFA-2019) Três partículas, A, B e C, movimen-
a) 4,0 km/h. tam-se, com velocidades constantes, ao longo de uma
Difícil

mesma direção. No instante inicial, t0 = 0, a distância


b) 12 km/h.
entre A e B vale x, e entre B e C vale y, conforme indica
c) 14,4 km/h. a figura a seguir.
d) 15 km/h. A
e) 18 km/h.
B
11. C6:H20 (FMJ-2021) O ônibus P sai de São Paulo com destino a
Jundiaí mantendo velocidade constante de 80 km/h. Quinze mi- C
Médio

nutos depois, o ônibus R sai de Jundiaí com destino a São Paulo,


também com velocidade constante de 80 km/h e percorrendo, x y
em sentido contrário, o mesmo trajeto do ônibus P. Sabendo que
a distância entre as duas cidades é de 50 km os ônibus se encon- Em t = 2s, a partícula A cruza com a partícula B. Em t = 3s, a partícula
trarão a uma distância de São Paulo igual a A cruza com a partícula C. A partícula C alcançará a partícula B no
a) 38 km. instante dado pela relação
b) 30 km. 6y
a)
2y − x
c) 32 km.
FÍSICA

d) 35 km. 6( y − x)
b)
e) 40 km. 2 y − 3x
12. C5:H17 (EFOMM-2019) Um circuito muito veloz da Fórmula 1 é o y−x
c)
EM23_1_FIS_04

EM23_1_FIS_04

GP de Monza, onde grande parte do circuito é percorrida com velo- 3x


Médio

cidade acima dos 300 km/h. O campeão em 2018 dessa corrida foi
3y
Lewis Hamilton com sua Mercedes V6 Turbo Híbrido, levando um d)
396

tempo total de 1h 16m 54s, para percorrer as 53 voltas do circuito y−x

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 396 31/08/2022 08:37:10


16. C5:H17 (CPS-2019) A Estrela da Morte é uma arma ícone
Difícil da série cinematográfica Star Wars. De formato esférico
ela era considerada similar a uma Lua. Essa arma/esta-
ção espacial podia se locomover pelo espaço na velo-
cidade da luz, ou seja, 3,0 x 105 km/s.
Admita que a Estrela da Morte precisasse se posicionar de ma-
neira a realizar um ataque de máxima eficiência ao Planeta C.
Inicialmente, a estação espacial encontrava-se no ponto A e, entre
ela e o Planeta C, havia um grande asteroide, por isso necessitou
ir para o ponto B, de modo a poder visualizar perfeitamente o
Planeta C, conforme a figura.

Assinale a alternativa que contém o tempo que a Estrela da Morte


demorou para se locomover do ponto A para o B.
a) 5,0 x 104 s
b) 15,0 x 104 s
c) 45,0 x 104 s
d) 353 x 104 s
353
e) x 104 s
3

GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
2. Abraooaplicativo e aponte
aplicativo a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oao lado paradeste
gabarito
­módulo.
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.

Cartão-resposta Velocidade controlada: o movimento uniforme

1 A B C D E 5 A B C D E 9 A B C D E 13 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 6 A B C D E 10 A B C D E 14 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 11 A B C D E 15 A B C D E
EM23_1_FIS_04

EM23_1_FIS_04

4 A B C D E 8 A B C D E 12 A B C D E 16 A B C D E
397

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05 PONTO DE PARTIDA

Gosta de acelerar? Em 2024 os carros vão ter limitador de velocidade

05/44 A partir de 2024, todos os carros novos comercializados na Europa deverão sair de fábrica
com limitador de velocidade. A decisão, na verdade, faz parte do pacote de medidas anuncia-
do em 2019, mas que afetará todos os novos modelos homologados já a partir de julho de 2022.
Aqueles homologados antes dessa data terão o prazo até 2024 para se adequarem à nova regra.
Essa tecnologia utilizará os dados do GPS mais as câmeras e os leitores de sinais de trânsito
presentes no veículo para determinar a velocidade limite em cada rua ou estrada.
A proposta veio do conselho de segurança viária da União Europeia, o European Transport
Safety Concil (ETSC), e esse novo sistema de limitador de velocidade irá se chamar Intelligent
Speed Assistant (ISA), ou assistente inteligente de velocidade, na tradução para o português.
Para manter o condutor no limite de velocidade, as soluções previstas incluirão avisos sono-
ros e visuais no painel, chegando até a controlar o pedal do acelerador para que o motorista não
consiga ultrapassá-lo. O objetivo, claro, é reduzir os acidentes no trânsito. Isso significa que o
motorista não poderá mais “pisar fundo” e passar do limite da via mesmo que esteja no meio
do deserto em uma estrada vazia de madrugada.
Para desativar esse sistema, será necessária uma série de ações para garantir que se trata
Aperte o cinto: o movimento

apenas de uma ultrapassagem, por exemplo, ou uma manobra temporária.


De acordo com o ETSC, um terço das colisões com vítimas fatais envolvem pelo menos uma
das partes envolvidas em velocidade inapropriada para a via, deixando pedestres e ciclistas en-
tre os mais vulneráveis. Com o ISA, a previsão é reduzir em 20% o número de mortes no trânsito.
uniformemente variado

RINALDI, A. Novos carros na Europa terão limitador de velocidade em 2022. Carro, 2 jul. 2021. Disponível em: https://
revistacarro.com.br/novos-carros-na-europa-terao-limitador-de-velocidade-em-2022. Acesso em: 18 jul. 2021.

1. No texto acima, é citada a tecnologia ISA, porém ela 2. Analise o trecho “Isso significa que o motorista não po-
não é a única com a finalidade de auxiliar na redução derá mais ‘pisar fundo’ e passar do limite da via mesmo
da gravidade de acidentes de trânsito. Os radares, que esteja no meio do deserto em uma estrada vazia
que têm como finalidade controlar a velocidade dos de madrugada”. Nesse caso, é possível afirmar que a
veículos, medem a velocidade instantânea de carros, velocidade pode variar em intervalos de tempo iguais
motos ou caminhões que passam por seus sensores, ou ela sempre será uniforme? Explique sua hipótese.
no entanto há projetos que visam instalar nas vias
brasileiras os radares de velocidade média. Pesquise e
registre a seguir informações sobre o funcionamento
dos radares de velocidade média e se é possível afir-
mar que esse tipo de radar é mais eficiente que o de
velocidade instantânea. 3. As indústrias automobilísticas têm avançado e moder-
O texto apresentado na seção tem como objetivo promover a reflexão
dos alunos sobre a importância das tecnologias para a sociedade nizado seus modelos. Infelizmente, os modelos mais
moderna. Também, aborda pontos de debate sobre segurança, seguros ainda estão fora do poder aquisitivo da gran-
de maioria da população. Pensando nisso, pesquise
Fahroni/Shutterstock

respeito no trânsito e vida em sociedade, de acordo com a habilidade


EM13CNT306 da BNCC. Por meio da leitura do texto, os alunos também a evolução dos itens de segurança obrigatórios para
poderão avaliar os possíveis riscos que o trânsito oferece e aplicar modelos populares nos últimos 10 anos na legislação
conhecimentos das Ciências da Natureza para justificar o uso de
equipamentos e recursos, bem como comportamentos de segurança
brasileira. Discuta as informações pesquisadas com
que visam à integridade física, individual e coletiva, em conformidade seus colegas.
com a habilidade EM13CNT302 da BNCC. Em uma roda de conversa,
podem ser levantadas as concepções prévias dos alunos ao elaborarem
hipóteses para responder às situações-problema sob uma perspectiva
científica, de acordo com a habilidade EM13CNT301 da BNCC.
Escola Digital

EM23_1_FIS_05

Alguns carros esportivos, como o


FÍS Lamborghini Aventador LP 740-4, podem
chegar à velocidade de 350 km/h.
398

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 398 31/08/2022 08:37:19


O movimento também pode variar?
No módulo anterior, foi visto que o movimento pode ser uniforme, com o módulo da velocidade não sofrendo alteração.
Contudo, você já reparou que quase tudo que se movimenta à nossa volta sofre alguma variação no módulo da velocidade?
Na realidade, em quase todos os movimentos, os corpos têm o módulo de sua velocidade alterado no decorrer do tempo.
Considere o caso de um ônibus circulando na rua a uma velocidade constante, até que uma pessoa solicita sua parada.
Diante disso, o motorista do ônibus pisa no freio e diminui a velocidade do veículo a cada instante, até que este fique em re-
pouso. Após o passageiro entrar no ônibus, o motorista pisa no acelerador, aumentando a velocidade a cada instante de tem-
po. Devido às mudanças na velocidade do veículo, em determinado intervalo de tempo, o movimento realizado pelo veículo
é classificado como um movimento variado. Contudo, se a variação da velocidade escalar for a mesma para os intervalos de
tempo iguais, o corpo realizará um movimento uniformemente variado, ou seja, sua aceleração será constante e não nula.

Aceleração escalar
Durante um movimento, é possível que a velocidade escalar aumente ou diminua com maior ou menor rapidez no de-
correr de certo intervalo de tempo. A grandeza que mede essa rapidez de variação é a aceleração escalar, a qual pode ser
classificada como média ou instantânea, dependendo do intervalo de tempo em que o movimento está sendo analisado.

Aceleração escalar média Como houve aumento da velocidade em determinado instan-


te de tempo (18 km/h em 5s), é possível afirmar que houve
A aceleração escalar média é a responsável por medir a
aceleração. Para definir o valor da aceleração escalar média
rapidez com que a velocidade varia em determinado inter-
do ônibus, é preciso identificar as velocidades e os tempos da
valo de tempo. Matematicamente, essa relação é dada por:
trajetória, sendo v0 = 54 km/h = 15 m/s, v = 72 km/h = 20 m/s,
t0 = 0s e t = 5s.
v v  v 0
am   Logo, a aceleração escalar média é:
t t  t0
v 20  15
am   am 
t 5 0
Em que a m é a aceleração escalar média (m/s2), ∆v é a veloci-
5
dade média (m/s), v é a velocidade final (m/s), v0 é a velocida- am = ⇒ am = 1 m/s2
5
de inicial (m/s), ∆t é o intervalo de tempo do movimento (s),
Isso significa que a velocidade aumentou 1 m/s a cada 1s, sen-
t é o tempo final (s) e t 0 é o tempo inicial (s).
do essa a taxa de variação da velocidade do ônibus.
9 Exemplo: Graficamente, é possível representar a aceleração no
Considere que, após o embarque de uma passageira, o ônibus movimento uniformemente variado da seguinte maneira:
citado anteriormente começa a circular a uma velocidade de
a (m/s²)

54 km/h. Em seguida, o motorista pisa no acelerador e, pas-


sados 5s, o velocímetro indica uma velocidade de 72 km/h. Em que a va-
Nessa situação, é possível afirmar que houve aceleração? Se riação da
sim, qual é o valor da aceleração escalar média? velocidade
a>0 (∆v) é nume-
ricamente
v0 v igual à área
t (s) acima ou abai-
xo da reta:

Scharfsinn/Shutterstock
a<0
N
t0 t v  área
VVadyab Pico/Yuri Schmidt/Shutterstock

FÍSICA
EM23_1_FIS_05

399

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Aceleração escalar instantânea
Diferentemente da aceleração escalar média, a instantânea determina a aceleração a cada instante de tempo. Sendo
assim, é preciso que o intervalo de tempo escolhido seja o menor possível, ou seja, o mais próximo de zero (∆t → 0).
De acordo com o referencial adotado e a relação entre os sinais da velocidade escalar e da aceleração escalar, é possível
classificar os movimentos como acelerado ou retardado.

Movimento acelerado
Quando a velocidade escalar e a aceleração escalar têm o mesmo sentido em uma trajetória, o módulo da velocidade
escalar aumenta no decorrer do tempo, o que torna o movimento acelerado.

9 Exemplo:
Considere um veículo se movimentando de acordo com o esquema e os dados do quadro a seguir.
 
v a

t (s) 0 1 2 3
v (m/s) 15 20 25 30

+
Nesse caso, o motorista está realizando sua viagem no mesmo sentido da trajetória e acelerando o carro com a = 5 m/s2, assim,
entende-se que a > 0 e v > 0.
O movimento acelerado ainda pode ser do tipo progressivo ou retrógrado, dependendo do comportamento do módulo
da velocidade escalar e do sentido percorrido pelo corpo.
● Movimento progressivo acelerado: o sentido do movimento é a favor do sentido estabelecido para a trajetória, e o módu-
lo da velocidade escalar aumenta com o passar do tempo, isto é, v > 0 e a > 0

v0 < v

 
v0 v

● Movimento retrógrado acelerado: o sentido do movimento é oposto ao sentido estabelecido para a trajetória, e o módu-
lo da velocidade escalar aumenta com o tempo, isto é, v < 0 e a < 0.

Hangouts Vectro Pro/


Shutterstock
v0 < v

 
v v0

Movimento retardado
Quando a velocidade escalar e a aceleração escalar têm sentidos opostos em uma trajetória, o módulo da velocidade
escalar diminui no decorrer do tempo, o que torna o movimento retardado.

9 Exemplo:
Considere um veículo se movimentando de acordo com o esquema e os dados do quadro a seguir.
 
v a

t (s) 0 1 2 3
v (m/s) 30 25 20 15
FÍSICA

Nesse caso, o motorista está realizando sua viagem no mesmo sentido da trajetória e freando o carro com a = –5 m/s2, e enten-
EM23_1_FIS_05

EM23_1_FIS_05

de-se que a < 0 e v > 0.


O movimento retardado ainda pode ser do tipo progressivo ou retrógrado, dependendo do comportamento do módulo
400

da velocidade escalar e do sentido percorrido pelo corpo.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 400 31/08/2022 08:37:27


● Movimento progressivo retardado: o sentido do movi- Considerando que a aceleração escalar média é cons-
mento é o mesmo que o sentido estabelecido para a tra- tante e que t 0 = 0, a aceleração escalar média do carro no
jetória, e o módulo da velocidade escalar diminui com o intervalo ∆t foi:
passar do tempo, isto é, v > 0 e a < 0. v v  v 0
am  
v0 > v t t  t0
 
v0 v v  v0
am 
t
v − v0 = a ⋅ t
● Movimento retrógrado retardado: o sentido do movi- Mantendo v no primeiro membro da equação, tem-se
mento é oposto ao sentido estabelecido para a trajetória, como função horária da velocidade:
e o módulo da velocidade escalar diminui com o passar do
tempo, isto é, v < 0 e a > 0. v = v0 + a ⋅ t
v0 > v
  Em que v é a velocidade final (m/s), v0 é a velocidade inicial
v v0 (m/s), a é a aceleração (m/s2) e t é o tempo (s).
Sendo uma função de 1.º grau em relação ao tempo, sua
representação gráfica é dada por uma reta. No caso do grá-
9 Exemplo: fico da função v = f(t), a velocidade pode aumentar ou dimi-
Em diversas situações do cotidiano, ocorrem movimentos ace- nuir de acordo com o sinal da aceleração, a velocidade inicial
lerados ou retardados: uma pedra lançada verticalmente para (v0) e a aceleração (a) são constantes e, para cada valor do
cima, a queda de um corpo no chão, um carro freando para pas- tempo (t), há uma velocidade (v) correspondente.
sar por uma lombada ou ultrapassagens entre carros. Dentre ● Aceleração positiva (a > 0)
esses movimentos citados, quais podem ser classificados como
retardado e quais podem ser classificados como acelerado?

v (m/s)
4
Movimento acelerado – é possível classificar como acelerado: v
1) a queda de um corpo no chão, pois a velocidade e a ace- 3
leração, que nesse caso é a aceleração da gravidade, têm o
mesmo sentido (de cima para baixo); e 2) o momento da ul- 2 Movimento
progressivo
trapassagem, pois também apresenta velocidade e aceleração
acelerado
no mesmo sentido. 1 (v > 0 e a > 0)
Movimento retardado – é possível classificar como retardado: Inversão de
sentido
1) a pedra lançada verticalmente para cima, pois a velocida- 0 1 2 3 4 5 6 7 t (s)
de tem sentido para cima e a aceleração da gravidade tem
sentido para baixo; e 2) o carro passando por uma lombada, –1
pois, no instante em que diminui a velocidade, a aceleração Movimento retrógrado
tem sentido oposto. –2 retardado
(v < 0 e a > 0)

Funções horárias
v0
–3

As funções horárias são dadas por equações que relacio-


nam duas grandezas físicas. No movimento uniformemente ● Aceleração negativa (a < 0)
variado, é possível estabelecer relações entre para a velocida-
de, o tempo e o espaço percorrido, como explicado a seguir.
v (m/s)

Função horária da velocidade


v0
3
A função horária da velocidade nos permite calcular a Movimento progressivo
velocidade (v) de um corpo em qualquer instante de tempo 2 retardado
(t), ou seja, é uma função do tipo v = f(t) obtida com base na (v > 0 e a < 0)
equação da aceleração escalar. 1
Para chegar à função horária da velocidade, considere Inversão de
um carro no instante t 0 = 0 com velocidade v0 . Após se des- sentido
0 1 2 3 4 5 6 7 t (s)
locar com aceleração escalar constante em uma trajetória
retilínea, o carro se encontra com velocidade v no instante t. –1
 
v0 v Movimento retrógrado
–2 acelerado
Hangouts Vectro
Pro/Shutterstock

FÍSICA

(v < 0 e a < 0)
v
–3
t0 = 0 t
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EM23_1_FIS_05

401

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 
Propriedades gráficas

Hangouts Vectro Pro/Shutterstock


v0 v
Analisando os gráficos da velocidade em
função do tempo, é possível encontrar algumas
Origem
propriedades:
1) A área entre a reta e o eixo das abcissas é nu- s0 t0 = 0
mericamente igual ao espaço percorrido (∆s) s t
pelo corpo, e esse espaço percorrido pode ser
positivo ou negativo. Por meio da área do trapézio do gráfico da
v (m/s) função v = f(t), é possível determinar o espaço
v percorrido pelo corpo.
v (m/s)
v

v0

∆s
v0

∆s

t0 t t (s)

N
t0 t t (s)
s  área
Assim:
2) A aceleração é numericamente igual à tangen-
te do ângulo θ.
N
(B  b)  h ( v  v 0 )  t
s  área  
2 2
v (m/s)
Sendo v = v0 + a · t, ∆s = s – s 0 e, substituindo
essas variáveis na equação acima, tem-se:
v2 (v0  a  t  v0 )  t
s  s0 
2
Somando as velocidades iniciais v0:
(2  v 0  a  t )  t
Δv s  s0 
2
Multiplicando a expressão dentro dos pa-
rênteses por t, encontra-se:
v1 2  v 0  t  a  t²
Δt s  s0 
2
Mantendo s no primeiro membro da equa-
ção, tem-se:
v0
 2.v 0  t  a  t ² 
s  s0 
t2  2 
t1 t (s)
Simplificando:
cateto oposto 2  v0  t
a  tan ()  a  t²
cateto adjacente s  s0  
2 2
v v 2  v1 Desse modo, tem-se como função horária
a  tan()   da posição:
t t 2  t1

Função horária s  s0  v 0  t 
1
 a  t²
das posições
2

A função horária das posições permite de- Em que s é a posição final (m), s 0 é a posição
terminar a posição (s) de um corpo em qual- inicial (m), v0 é a velocidade inicial (m/s), a é a
quer instante de tempo (t), ou seja, é uma aceleração (m/s2) e t é o tempo (s).
função do tipo s = f(t). Para chegar à função Sendo uma função de 2.º grau em relação
FÍSICA

horária das posições, considere um carro no ao tempo, a função horária da posição tem seu
instante t 0 = 0, na posição s 0 e com velocidade gráfico representado por uma parábola. No
v 0 . Após se deslocar com aceleração escalar caso do gráfico da função s = f(t), a velocidade
constante em uma trajetória retilínea, o carro varia, e os espaços percorridos não são iguais
EM23_1_FIS_05

EM23_1_FIS_05

se encontra na posição s e com velocidade v em um mesmo período.


no instante t.
402

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● Aceleração positiva (a > 0) ● Aceleração negativa (a < 0)

s (m) s (m) v=0

Concavidade
para baixo
Retardado Acelerado

Retardado Acelerado

Concavidade
para cima

v=0 t (s) t (s)

HABILIDADES NA PRÁTICA

Até o momento, foi visto que é possível determinar matematicamente a velocidade e as posições dos corpos em função do tempo
gasto durante o movimento. Agora, observe essas relações na prática por meio de um experimento.
Materiais:
1 cano de PVC com 40 cm cortado na horizontal, 1 régua com 30 cm, bolinha de gude, apoio para o cano de PVC ficar inclinado (uma
opção é um bloco de isopor) e cronômetro.
Passo a passo:
● Marque no cano as posições com intervalos de 5 cm e indique as posições inicial e final.
● Coloque o apoio em uma superfície plana e, sobre ele, apoie uma das extremidades do cano de PVC, a fim de obter certa inclinação
em relação à superfície. A outra extremidade do cano deve estar apoiada na superfície plana.
● Faça uma tabela que tenha espaços para o preenchimento dos dados sobre posições, tempos, velocidades e acelerações.
● Solte a bolinha no plano e marque o tempo em que ela passou pelas marcas das posições. Na sequência, anote os dados na tabela.
Repita três vezes para garantir que os dados estejam corretos.
Após finalizar a coleta e a análise dos dados, discuta com os colegas qual foi o movimento observado no experimento e as razões
para ser esse tipo de movimento. Em seguida, responda às questões.
1. Calcule as velocidades e as acelerações de cada movimento e preencha a tabela com os resultados.

Com o objetivo desenvolver a habilidade EM13CNT301 da BNCC, a seção Habilidades na prática traz como proposta um experimento para observar o
movimento variado. Auxilie os alunos na montagem do experimento e na coleta de dados. Em seguida, discuta o tipo de movimento observado e quais
equações podem ser utilizadas para completar a tabela. Por fim, auxilie-os na montagem do gráfico.

2. Faça o gráfico do espaço em função do tempo com base nos dados coletados.
FÍSICA
EM23_1_FIS_05

EM23_1_FIS_05

403

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Equação de Torricelli
9 Exemplo:
Uma bola é abandonada a uma altura de 40 m em um local
Evangelista Torricelli (1608-1647), com o uso das funções onde a aceleração da gravidade é g = 10 m/s2. Desprezando
da velocidade e da posição, equacionou uma nova maneira o atrito da bola com o ar, qual será a velocidade com que o
de ­determinar a velocidade de um corpo sem depender da corpo tocará o solo?
variável tempo. Para isso, ele uniu as funções horárias da
Perceba que a variável tempo não foi fornecida. Contudo, é
posição e da velocidade da seguinte maneira:
possível determinar a velocidade da bola com o auxílio da
v = v0 + a⋅t equação de Torricelli.
Isolando t, tem-se: v 2  v02  2  a  s
v  v0 v² = 0 + 2 · 10 · 40
t
a v² = 800
Substituindo t na função horária das posições, v = 800
encontra-se:
2
v = 28,3 m/s
 v  v0  1  v  v0 
s  s0  v 0     a 
 a  2  a 
Eliminando os parênteses e reduzindo os termos seme-
lhantes, obtém-se a equação de Torricelli:

v 2  v 20  2  a  s

SSSS
Retrato de Evangelista

SSS
SS
Torricelli, um físico e

S
S
SS
matemático italiano.
SS
SS
SS

LINHA DE CHEGADA

1. Neste módulo, foram discutidos alguns conceitos sobre o movimento variado e uniformemente variado. Considerando esses novos conhe-
cimentos, retome algumas hipóteses criadas na seção Ponto de partida. Para isso, faça o que é pedido a seguir.
a) Pode-se afirmar que os radares de velocidade média são mais eficientes que os de velocidade instantânea? Descreva o que você man-
teria, modificaria ou excluiria de sua hipótese inicial considerando a aceleração dos corpos.
Espera-se que os alunos, após fazerem a pesquisa e finalizarem o capítulo,

Tonktiti/Shutterstock
percebam que os radares de velocidade instantânea não impedem que o
motorista trafegue acima da velocidade média da via, enquanto o radar de
velocidade média calcula o tempo que motorista leva para passar entre dois
radares consecutivos com base na velocidade máxima da via. Com isso, se o
motorista passar em um intervalo de tempo menor que o esperado para o
espaço estabelecido, significará que o motorista acelerou o carro durante o
trajeto e conduziu o carro acima da velocidade permitida.

b) Utilizando os conceitos de aceleração e movimento variado,


faça um infográfico sobre segurança no trânsito e limite de
velocidade e exponha na escola.
Espera-se que os alunos reflitam sobre como os conceitos do módulo
podem estar aplicados no tema segurança ao trânsito. Estimule a busca de
informações em sites reconhecidos e a criatividade dos alunos na
montagem do infográfico.
FÍSICA

EM23_1_FIS_05

EM23_1_FIS_05
404

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Saberes em ação 120 km de altura em relação ao nível do mar e é extremamente
rarefeita e que o atrito é mínimo, a ponto de ser desconsiderado.
1. A segurança no trânsito tem sido tema de constantes debates em

W.Commons
foros internacionais por todo o mundo. As discussões envolvem
desde políticas de ações de conscientização até a implementação
de itens de segurança em carros populares, como foi a caso de
airbags frontais, controle de estabilidade, freios ABS etc. Porém,
uma nova tecnologia com o intuito de diminuir acidentes será
obrigatória para todos os veículos 0 km nos Estados Unidos da
América a partir de setembro de 2022: a Automatic Emergency
Braking (AEB) ou, em português, Frenagem Automática de Imagem do
Emergência. Imagens e dados coletados por câmeras e sensores foguete Long
instalados no para-brisa e no para-choque dianteiro do carro são March-5B.
enviados para um conjunto de softwares que determinam em
Dado: a = 10 m/s2
tempo real a distância e a velocidade relativa entre o carro e um
obstáculo à sua frente. Em situações em que o motorista não está a) Calcule a velocidade com que o fragmento do foguete pode
atento e acelera ou não freia diante de um obstáculo, a tecnologia atingir o solo.
AEB atua e evita a colisão.

metamorworks/Shutterstock

b) Destroços, como os do foguete chinês, fragmentos de saté-


lites a até ferramentas perdidas por astronautas durante as
missões espaciais são denominados lixo espacial. Segundo
um levantamento feito pela NASA, desde o lançamento do
Sputnik, primeiro satélite lançado ao espaço, já foram lan-
çados mais de 4 000 satélites na órbita da Terra e a maioria
a) Considere um carro A viajando com uma velocidade constante deles estão hoje desativados. Com relação aos que ainda estão
de 90 km/h e um carro B 40 metros à frente do carro A. Sabendo em funcionamento, você sabe para que são usados e como
que o sistema de Frenagem Automática de Emergência de interferem diretamente nas atividades econômicas e sociais
alguns carros é acionado quando detecta que o tempo de da população de maneira geral?
colisão é inferior a 5s, determine a desaceleração que esse
dispositivo do carro A deve realizar para evitar a colisão frontal
com o carro B.

Enem e vestibulares

b) Qual a velocidade máxima permitida da rua de sua escola? 1. C5:H17 (UERJ-2021) Uma motocicleta se move por uma rodovia
Você julga essa velocidade adequada? Por quê? retilínea, com sua velocidade variando linearmente ao longo do
Fácil

tempo, conforme representado no gráfico abaixo.


velocidade (m/s)

20

15

10

5
2. Com o intuito de explorar o Sistema Solar, o ser humano já chegou
à Lua e até mesmo a Marte. No entanto, em maio de 2021, notícias
de que o foguete chinês Long March-5B estava fora de controle 0 2 4 6 8 10 12
chamou a atenção mundial, pois estava para entrar a qualquer tempo (s)
momento na atmosfera terrestre. Segundo autoridades, o foguete
A velocidade média da motocicleta, em m/s, no intervalo de
pesava mais de 22 toneladas e foi lançado de uma estação chinesa.
FÍSICA

tempo compreendido entre t = 0 e t = 12 s, é igual a:


O foguete foi deixado para orbitar pelo espaço até que a gravidade
da Terra o arrastasse de volta. Ao reentrar na atmosfera terrestre, a) 5,0
foi quase que totalmente destruído, no entanto, ainda sobraram b) 6,5
fragmentos que poderiam cair em regiões povoadas. Suponha que
EM23_1_FIS_05

EM23_1_FIS_05

c) 10,0
um fragmento do foguete entre na atmosfera com uma velocidade
d) 12,5
de 25 000 km/h, que a atmosfera terrestre está a aproximadamente
405

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2. C5:H17 (Enem-2016) Dois veículos que trafegam com velocidade Na demonstração, o astronauta deixou cair em um mesmo instante
constante em uma estrada, na mesma direção e sentido, devem e de uma mesma altura um martelo de 1,32 kg e uma pena de
Fácil

manter entre si uma distância mínima. Isso porque o movimento 30 g. Durante a queda no vácuo, esses objetos apresentam iguais:
de um veículo, até que ele pare totalmente, ocorre em duas etapas, a) inércias.
a partir do momento em que o motorista detecta um problema
b) impulsos.
que exige uma freada brusca. A primeira etapa é associada à
distância que o veículo percorre entre o intervalo de tempo da c) trabalhos.
detecção do problema e o acionamento dos freios. Já a segunda d) acelerações.
se relaciona com a distância que o automóvel percorre enquanto e) energias potenciais.
os freios agem com desaceleração constante.
Considerando a situação descrita, qual esboço gráfico representa
5. C6:H20 (Enem-2016) Para um salto no Grand Canyon usando
motos, dois paraquedistas vão utilizar uma moto cada, sendo
a velocidade do automóvel em relação à distância percorrida até

Fácil
que uma delas possui massa três vezes maior. Foram construídas
parar totalmente?
duas pistas idênticas até a beira do precipício, de forma que no
a) momento do salto as motos deixem a pista horizontalmente e
ao mesmo tempo. No instante em que saltam, os paraquedistas
Velocidade (m/s)

abandonam suas motos e elas caem praticamente sem resistência


do ar. As motos atingem o solo simultaneamente porque
a) possuem a mesma inércia.
b) estão sujeitas à mesma força resultante.
Distância (m)
c) têm a mesma quantidade de movimento inicial.
b) d) adquirem a mesma aceleração durante a queda.
e) são lançadas com a mesma velocidade horizontal.
Velocidade (m/s)

6. C5:H17 (UFRGS-2019) Um automóvel viaja por uma estrada


Médio retilínea com velocidade constante. A partir de dado instante,
considerado como t = 0, o automóvel sofre acelerações distintas
em três intervalos consecutivos de tempo, conforme representado
Distância (m) no gráfico abaixo.
c)
Velocidade (m/s)

Distância (m)

d)
Velocidade (m/s)

Assinale a alternativa que contém o gráfico que melhor representa


o deslocamento do automóvel, nos mesmos intervalos de tempo.
Distância (m)
Informação: nos gráficos, (0,0) representa a origem do sistema de
e) coordenadas.
a)
Velocidade (m/s)

d)

Distância (m)

3. C6:H20 (Unesp-2018) Um foguete lançador de satélites, partindo


do repouso, atinge a velocidade de 5 400 km/h após 50 segundos. b)
Fácil

Supondo que esse foguete se desloque em trajetória retilínea, sua e)


aceleração escalar média é de
a) 30 m/s2. d) 108 m/s2.
b) 150 m/s2. e) 54 m/s2.
c) 388 m/s . 2

4. C5:H18 (Enem-2018) Ao soltar um martelo e uma pena na Lua em


FÍSICA

1973, o astronauta David Scott confirmou que ambos atingiram c)


Fácil

juntos a superfície. O cientista italiano Galileu Galilei (1564-


1642), um dos maiores pensadores de todos os tempos, previu
que, se minimizarmos a resistência do ar, os corpos chegariam
EM23_1_FIS_05

EM23_1_FIS_05

juntos à superfície.
OLIVEIRA, A. A influência do olhar. Disponível em: cienciahoje.
org.br. Acesso em: 15 ago. 2016 (adaptado).
406

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7. C6:H20 (UFJF-2017) Uma pequena aeronave não tripulada, de
aproximadamente dois metros de comprimento, chamada X-43A, s (cm) t (s)
Médio

foi a primeira aeronave hipersônica que utilizou com sucesso um


sistema de propulsão por foguete chamado Scramjet. Ao contrário 0 0
de foguetes, que devem carregar tanto o combustível quanto o
comburente, os Scramjets transportam apenas combustível e 1,0 2,0
utilizam como comburente o oxigênio da atmosfera. Isso reduz o
peso, aumentando sua eficiência. Assim, durante os testes, o X-43A, 4,0 4,0
partindo do repouso, conseguiu atingir incríveis 12 150 km/h
(3 375 m/s) durante os dez primeiros segundos de voo. 9,0 6,0
Disponível em: http://www.tecmundo.com.br/veiculos/13811-
os-10-objetosmais-velozes-construidos-pelo-homem.
16,0 8,0
htm. Acesso em 01/09/2016. Adaptado.

Com base nessa notícia e considerando que a aceleração da


É correto afirmar que a gota realiza um movimento:
aeronave permaneceu constante durante todo o teste, podemos
dizer que o X-43A percorreu uma distância de a) com aceleração variável, crescente com o tempo.
a) 16,875 km. b) com aceleração variável, decrescente com o tempo.
b) 33,730 km. c) uniformemente variado, com aceleração de 1,0 cm/s2.
c) 242,850 km. d) uniformemente variado, com aceleração de 0,5 cm/s2.
d) 3 337,0 km. e) uniformemente variado, com aceleração de 0,25 cm/s2.
e) 12 446,0 km.
Enem e vestibulares + Desafio
8. C5:H17 (FGV-2018) A figura ilustra um tubo cilíndrico contendo
óleo de cozinha em seu interior e uma trena para graduar a altura 9. C5:H17 (FGV-2021) Um motorista, que conduz seu
Médio

da quantidade de óleo. A montagem tem como finalidade o estudo caminhão com velocidade constante de 25 m/s
Difícil
do movimento retilíneo de uma gota de água dentro do óleo. Da (90 km/h) por uma estrada retilínea, plana e horizontal,
seringa, é abandonada, do repouso e bem próxima da superfície aciona os freios quando percebe um ônibus a sua frente
livre do óleo, uma gota de água que vai descer pelo óleo. As po- deslocando-se lentamente no mesmo sentido, com velocidade
sições ocupadas pela gota, em função do tempo, são anotadas constante de 5 m/s (18 km/h). Supondo-se que a distância entre
na tabela, e o marco zero da trajetória da gota é admitido junto à o caminhão e o ônibus no instante em que o motorista do cami-
superfície livre do óleo. nhão aciona os freios é de 80 m, que o ônibus não altera sua ve-
locidade e que não há mudança nas direções dos movimentos de
ambos os veículos, o módulo da aceleração mínima, admitida
constante, que deve ser imprimida ao caminhão para evitar a
colisão é
a) 1,5 m/s2.
b) 2,5 m/s2.
c) 3,0 m/s2.
d) 3,5 m/s2.
e) 4,0 m/s2.
10. C6:H20 (Mackenzie-2019) Um bitrem, também chama-
do de treminhão, é comum nas zonas rurais do Brasil.
Difícil

Eles são enormes caminhões com três carretas e seu


comprimento beira os vinte metros. Um deles, irregular,
com 22,5 m de comprimento, trafega carregado por uma rodovia
e passa por um posto rodoviário com velocidade constante de 20
m/s. O policial, que está sobre uma motocicleta assimilável a um
ponto material, decide abordar o treminhão quando o ponto
extremo traseiro deste está a uma distância de 42 m. Acelera então
constantemente com módulo 1,0 m/s2. Alcança o ponto extremo
traseiro e prossegue com a mesma aceleração constante até o
ponto extremo dianteiro para dar sinal ao motorista. Pode-se
afirmar corretamente que o módulo aproximado da velocidade
da motocicleta, em km/h, no momento em que o policial dá sinal
ao motorista vale:
a) 100
b) 120
c) 135
d) 150
e) 155
FÍSICA

11. C5:H17 (Unesp-2017) No período de estiagem, uma


pequena pedra foi abandonada, a partir do repouso,
Difícil

do alto de uma ponte sobre uma represa e verificou-se


que demorou 2,0s para atingir a superfície da água.
EM23_1_FIS_05

EM23_1_FIS_05

Após um período de chuvas, outra pedra idêntica foi abandonada


do mesmo local, também a partir do repouso e, desta vez, a pedra
407

(Física em contextos - Mauricio Pietrocola e outros) demorou 1,6s para atingir a superfície da água.

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Considerando essas condições, aproximadamente quanto tempo
depois da abertura do semáforo O os semáforos A, B e C devem
abrir, respectivamente?
a) 20 s, 45 s e 70 s.
b) 25 s, 50 s e 75 s.
c) 28 s, 42 s e 53 s.
d) 30 s, 55 s e 80 s.
e) 35 s, 60 s e 85 s.
(www.folharibeiraopires.com.br. Adaptado.) 14. C6:H20 (UERJ-2019) Uma estudante, para chegar à UERJ,
embarca no metrô na estação São Cristóvão. Ao sair
Considerando a aceleração gravitacional igual a 10 m/s2 e des-

Difícil
dessa estação, a composição acelera uniformemente
prezando a existência de correntes de ar e a sua resistência, é
até atingir a velocidade de 22 m/s e, após ter atingido
correto afirmar que, entre as duas medidas, o nível da água da
essa velocidade, percorre 1200 m em movimento uniforme. A
represa elevou-se
partir daí, desacelera uniformemente até parar na estação seguin-
a) 5,4 m. te, Maracanã. Estime, em metros, a distância total percorrida pela
b) 7,2 m. composição entre as duas estações.
c) 1,2 m.
d) 0,8 m.
e) 4,6 m.
12. C6:H20 (Enem-2017) Um motorista que atende a uma
chamada de celular é levado à desatenção, aumentan-
Difícil

do a possibilidade de acidentes ocorrerem em razão


do aumento de seu tempo de reação. Considere dois
motoristas, o primeiro atento e o segundo utilizando o celular
enquanto dirige. Eles aceleram seus carros inicialmente a
1,00 m/s². Em resposta a uma emergência, freiam com uma desa- 15. C6:H20 (UERJ-2018) Um guarda rodoviário, ao utilizar
celeração igual a 5,00 m/s². O motorista atento aciona o freio à um radar, verifica que um automóvel em movimento
Difícil

velocidade de 14,0 m/s, enquanto o desatento, em situação aná- uniformemente variado passa por um ponto de uma
loga, leva 1,00 segundo a mais para iniciar a frenagem. Que dis- rodovia com velocidade de 10 m/s. Cinco segundos
tância o motorista desatento percorre a mais do que o motorista depois, o automóvel passa por outro ponto da mesma rodovia
atento, até a parada total dos carros? com velocidade de 25 m/s. Admita que a infração por excesso
a) 2,90 m de velocidade seja aplicada quando, nesse intervalo de tempo,
b) 14,0 m a distância entre esses dois pontos é superior a 120 m. Indique
se o automóvel foi multado, justificando sua resposta com base
c) 14,5 m nos cálculos.
d) 15,0 m
e) 17,4 m
13. C5:H17 (Enem-2020) Você foi contratado para sincro-
nizar os quatro semáforos de uma avenida, indicados
Difícil

pelas letras O, A, B e C conforme a figura.

Os semáforos estão separados por uma distância de 500 m.


Segundo os dados estatísticos da companhia controladora de 
trânsito, um veículo, que está inicialmente parado no semáforo O,
tipicamente parte com aceleração constante de 1 m s–2 até atingir
a velocidade de 72 km h–1 e, a partir daí, prossegue com velocidade GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
constante. Você deve ajustar os semáforos A, B e C de modo que 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
eles mudem para a cor verde quando o veículo estiver a 100 m 2. Abraooaplicativo e aponte
aplicativo a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
de cruzá-los, para que ele não tenha que reduzir a velocidade em 3. Oao lado paradeste
gabarito
­módulo.
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
nenhum momento.

Cartão-resposta Aperte o cinto: o movimento uniformemente variado

1 A B C D E 5 A B C D E 9 A B C D E 13 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 6 A B C D E 10 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 11 A B C D E
4 A B C D E 8 A B C D E 12 A B C D E
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408

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PONTO DE PARTIDA
06
Nanotecnologia pode ajudar em processos de despoluição
Polímero, inicialmente planejado para a produção de medicamentos, é base
para a criação de sistema capaz de eliminar resíduos do meio ambiente
[...] Uma pesquisa realizada no Massachusetts Institute of Technology (MIT) em busca de novos
06/44
nanomedicamentos resultou em um novo método que utiliza a luz ultravioleta para, rapida-
mente, extrair e isolar diversas moléculas contaminantes do solo e da água. A professora da
Faculdade de Farmácia da UFG, Eliana Martins Lima, foi uma das responsáveis pela descober-
ta, junto com os pesquisadores Ferdinand Brandl e Nicolas Bertrand, no laboratório do professor
Robert Langer, no Koch Institute for Integrative Cancer Research do MIT.
A pesquisadora da UFG esteve no MIT em um projeto de colaboração para estudar nano-
partículas para a fabricação de nanomedicamentos, sua área de atuação na UFG. Durante as
pesquisas, ela e os colegas encontraram um polímero (macromoléculas formadas a partir de
unidades estruturais menores) que não se mostrou adequado para a produção de medicamen-
tos, mas que acabou servindo de base para a criação de um sistema capaz de eliminar resíduos
tanto da indústria farmacêutica, como de outros poluentes do meio ambiente. “Foi uma dessas
coincidências felizes”, conta a professora.

OLÍMPIO, W. Nanotecnologia pode ajudar em processos de despoluição. Jornal UFG, 25 nov. 2015. Disponível em:
https://jornal.ufg.br/n/84513-nanotecnologia-pode-ajudar-em-processos-de-despoluicao. Acesso em: 21 jul. 2021.

A nanotecnologia é uma área relativamente nova na ciência, mas já tem grande relevância em diversas outras

Do nano ao macro: o que


áreas de pesquisa. Sobre as aplicações da nanotecnologia e a importância da pesquisa científica, responda às
perguntas a seguir.
1. Você já tinha lido ou ouvido algo sobre nanotecnologia? Além do que foi citado no texto, o que você imagina
que é pesquisado na área e onde essas pesquisas podem estar presentes no cotidiano das pessoas?

2. No texto, foi relatado que a pesquisa não revelou um resultado positivo para o objetivo inicial dos pesquisado-

a Física estuda?
res, porém os resultados trouxeram grandes possibilidades para a questão ambiental. Nesse caso, o resultado
negativo para a área de medicamentos foi positivo para a área ambiental. Assim, você considera que a pesquisa
realizada para os medicamentos tem menor valor que a descoberta realizada sobre o meio ambiente? É possível
definir que uma pesquisa é boa, enquanto outra não?

3. Com base no que foi relatado no texto sobre a pesquisa, você considera que o objetivo científico é sempre
obter um resultado com uso imediato e buscar o melhor para a ciência e a sociedade ou ambos os objetivos?
kotoffei/Shutterstock

O texto desta seção tem como objetivo apresentar aos alunos a área da nanotecnologia, além de trazer a reflexão sobre o método
científico, visando desenvolver a habilidade EM13CNT303 da BNCC. Por meio de uma roda de conversa sobre o assunto,é possível levantar
os conhecimentos prévios dos alunos sobre pesquisas científicas, além de explorar como eles interpretam o valor de uma pesquisa que
nem sempre encontra os resultados esperados.
Escola Digital

FÍS
409

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A Física é uma ciência ampla?
A Física busca compreender os fenômenos e os comportamentos naturais e gerais da nature-
za. Ela estuda desde a criação e a expansão do universo até o comportamento de uma partícula
subatômica. Consequentemente, é uma ciência que busca sempre se desenvolver e se aprimorar
lovelyday12Olexandr, Panchenko, allstars, Corona Borealis Studio, ANURAK
PONGPATIMET, nobeastsofierce, irin-k, ShadeDesign, MarySan/Shutterstock

A nanotecnologia está visando a melhorias e soluções para as demandas da sociedade.


cada vez mais presente
na ciência e, no Brasil, Ao longo dos anos, as grandes áreas da Física Clássica, como a Mecânica, a Termodinâmica, o
o Ceará tem grande Eletromagnetismo, a Óptica e a Ondulatória, tiveram, a partir do início do século XX, seus conceitos
importância nisso, pois expandidos por meio da Física Moderna e da Física Quântica. Surgiram, assim, pesquisas nas áreas
está entre os 10 principais de Relatividade, Física Quântica, Física Nuclear, Física da Matéria Condensada, além de pesquisas
centros de pesquisa em
nanotecnologia na América
mais aprofundadas sobre Cosmologia e Astrofísica, o que ampliou ainda mais os estudos sobre a
Latina. Antonio Gomes natureza. A seguir, serão apresentadas algumas dessas áreas e como elas estão presentes no dia
de Souza Filho, professor a dia das pessoas, mesmo que não sejam visíveis aos olhos.

Nanotecnologia
do departamento de
Física da Universidade
Federal do Ceará, estuda
Em 1959, durante uma palestra para a Sociedade Americana de Física, o físico Richard
as propriedades dos
materiais, como o carbono, Feynman (1918-1988) levantou uma hipótese sobre algo ainda distante naquela época: manipular
em escala nanométrica. e controlar coisas em escala atômica, sendo possível “ajustar” os átomos da maneira que quisésse-
Com base nos resultados mos. Contudo, em sua palestra, Feynman não citou o termo nano, sendo a palavra nanotecnologia
encontrados pelo utilizada somente em 1974, pelo pesquisador japonês Norio Taniguchi (1912-1999).
cientista e sua equipe,
em 2009, eles receberam Para definir o que é o campo de nanotecnologia, antes é preciso compreender suas origens,
o prêmio Somiya, da como a nanociência. Tanto a nanociência quanto a nanotecnologia são campos de pesquisa mul-
União Internacional das tidisciplinares, ou seja, envolvem diferentes áreas, pesquisadores e conhecimento. Para ambas,
Sociedades de Pesquisa unem-se conceitos das ciências naturais, como Física, Química e Biologia, às áreas de Engenharia,
em Materiais, o qual foi
Computação, Saúde, entre outras. Então, o que diferencia a nanociência da nanotecnologia?
destinado pela primeira
vez a um grupo de A nanociência estuda os fenômenos em escalas atômicas e moleculares, enquanto a na-
brasileiros.
notecnologia, com o objetivo de desenvolver aplicações tecnológicas, realiza a produção e a
Este módulo aborda diferentes manipulação de estruturas e materiais com formas e tamanhos em escalas nanométricas.
áreas de estudo que envolvem
os conceitos da Física, a fim de As diferentes escalas que nos cercam
desenvolver as habilidades da
BNCC: EM13CNT103, Microscópio eletrônico Microscópio óptico Olho humano
EM13CNT104, EM13CNT209,
EM13CNT306, EM13CNT307 e 0,1 nm 1 nm 10 nm 100 nm 1 µm 10 µm 100 µm 1 mm 1 cm 10 cm 1m
EM13CNT308. Por serem áreas
Atômica –
com diversas aplicações e Molecular Nanoescala Microescala Macroescala
curiosidades, é possível

ShadeDesign, MarySan, irin-k, DKN0049,


Corona Borealis Studio, nobeastsofierce,
ANURAK PONGPATIMET/Shutterstock
desenvolver o tema utilizando
textos e vídeos de divulgação
científica, além de estimular o
debate sobre os prós e os
contras de cada uma dessas
áreas. Joaninha
Átomo (0,1 nm) DNA (2,5 nm de espessura) Hemácias (5 µm) (4 mm de comprimento)

Molécula (0,1 nm) Vírus (80-100 nm) Pólen (6 µm) Criança (1 m de altura)
Fonte: SILVA, G.; TOMA, H. E. Nanotecnologia para todos! Cartilha educativa para divulgação
e Ensino de Nanotecnologia. São Paulo: Edição dos autores, 2018. 72p.

Aplicações da nanotecnologia

Eletrônica Transporte de medicamentos Fármacos de liberação lenta Construção civil


As pesquisas com nanotubos de Atualmente, as nanopartículas As pesquisas sobre nanocápsulas A nanotecnologia
carbono estão permitindo o avanço magnéticas estão sendo muito têm como principal objetivo o também está presente
tecnológico e a miniaturização dos exploradas na área da saúde em transporte de medicamentos na na construção civil por
eletrônicos e seus componentes. busca de tratamentos contra o corrente sanguínea, de modo meio de pesquisas sobre
Alguns resultados que se esperam câncer. Para isso, as nanopartículas que eles se dirijam até o alvo a confecção de cimentos,
FÍSICA

são baterias ainda menores e mais magnéticas são cobertas por desejado, sejam liberados de aços, revestimentos,
leves, mas com grande capacidade um fármaco desejado, injetadas maneira controlada, aumentem vidros, entre outros
de carga. Em 2021, a empresa de na corrente sanguínea e fixadas seu tempo de ação (entre 4 e 5 componentes. No
computação IBM conseguiu alcançar pelo campo magnético. Após dias) e reduzam efeitos colaterais. cimento, por exemplo,
a marca de 2 nm para um chip, além esse processo, é aplicado um Para isso, os medicamentos estão sendo inseridos
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de conseguir colocar dentro dele 50 novo campo magnético sobre as são inseridos no núcleo e nanotubos de carbono,
bilhões de transistores (dispositivos nanopartículas, o que faz com que ficam protegidos pela película o que origina materiais
utilizados para amplificar ou atenuar elas aqueçam e danifiquem ou polimérica até chegarem ao com alta resistência
410

a intensidade da corrente elétrica). matem as células tumorais. destino planejado. mecânica.

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As nanoestruturas e
as nanopartículas
Muito presentes nas pesquisas da nanotec-
nologia, as nanoestruturas são microestrutu-
ras que podem ter suas estruturas modificadas,
o que altera propriedades físicas e químicas da
matéria e resulta em aumento de resistência,
diminuição de elasticidade e melhorias nas
propriedades térmicas do material. Já as nano-
partículas são as partículas da matéria em di-
mensão de 100 nm ou menos que, nessa escala,
apresentam propriedades diferentes da maté-
ria de origem quando em escala macroscópica.
Cientistas descobrem
como os camaleões
mudam de cor

Tyler Boyes, My Portfolio, HaHanna, Love Employee, D Busquets, Akim Kartashov, verona studio, New Africa/Shutterstock
Por muito tempo, o ato
Os nanotubos de carbono são dos camaleões mudarem
O grafeno pode ser definido como uma de cor parecia mágica e as
nanoestrutura plana derivada do grafite e formada nanoestruturas em formato tubular
compostas de átomos de carbono e têm respostas dos estudiosos
por uma camada de átomos de carbono dispostos de eram sempre confusas.
forma hexagonal. Sendo um material transparente, como base a estrutura do grafeno. Dessa
maneira, os nanotubos de carbono são Os cientistas pensavam
com resistência mecânica três vezes maior que a do que apenas os machos se
aço, grande condução elétrica, excelente condução como folhas de grafenos enroladas em
forma de tubo. Um fato interessante sobre transformavam e que o seu
térmica (permite que o calor seja dissipado mais pigmento era controlado
rápido), flexibilidade e leveza, é considerado um o nanotubo de carbono é que, dependendo
de como for enrolado, suas características por células especiais
material capaz de revolucionar a indústria no futuro. que dispersavam tons
de condutividade serão alteradas.
abaixo da pele externa
transparente – algo
semelhante aos polvos.
HABILIDADES NA PRÁTICA
Finalmente, depois de
anos de pesquisa, parecem
As nanopartículas magnéticas, como o próprio Por ser uma área relativamente nova e ter algo concreto sobre o
nome sugere, são nanopartículas que apresentam uma ciência desconhecida para algu- assunto e o mecanismo
propriedades magnéticas e são classificadas como mas pessoas, a nanotecnologia é alvo tem mais em comum com
superparamagnéticas, ou seja, apresentam alta de muitas fake news. A mais recente física e com nanomateriais
magnetização e são fortemente atraídas por campos falava sobre o uso da vacina contra do que com a biologia.
magnéticos quando um ímã é aproximado. a covid-19 para injetar nanochips Ao estudar camaleões-
no cérebro das pessoas vacinadas. -panteras do sexo
Pesquise sobre outras fake news que masculino na Ilha de
envolvem a nanotecnologia. Em Madagascar, uma equipe
multidisciplinar de
seguida, escolha uma dessas notícias
biólogos e físicos da
e a refute explicando, com base em Universidade de Genebra
As nanocápsulas são nanoestruturas em formato conhecimentos científicos, o motivo
esférico, revestidas com uma película polimérica
descobriu que a mudança
da mensagem não ser verdadeira e de cor é impulsionada
(como gelatina ou albumina) e com um núcleo em
como ela pode afetar negativamente por um conjunto de
seu interior. Dentro desse núcleo, são inseridos os
materiais que serão transportados até o destino a ciência e a sociedade. Registre seus minúsculos cristais
planejado. argumentos no seu caderno. embutidos na pele desses
répteis. Essa pele é coberta
por uma fina camada de
nanocristais de guanina
(um dos componentes do
DNA), que são deformáveis
e que refletem a luz,
chamados de iridóforos.
Tintas Protetores solar Tecidos Embalagens Dependendo da
proximidade desses
Com a presença de Estudos mostraram Com o uso de nanofios de Com o uso de cristais agrupados na pele,
nanopartículas de que, com o uso de prata, foi possível criar os nanopartículas
eles refletem diferentes
dióxido de titânio em sua nanopartículas de dióxido tecidos chamados de “tecidos e nanofibras, foi
composição, as tintas, de titânio na composição inteligentes”. Algumas de possível desenvolver
comprimentos de onda
chamadas de "tintas dos protetores suas funcionalidades são a embalagens da luz. [...] As cores das
inteligentes", podem solar, aumentou eliminação de 99,9% dos vírus que retardam o camuflagens vistas pelos
ter efeito bactericida significativamente o no tecido e o controle de amadurecimento olhos humanos são
em ambientes internos fator de proteção contra fungos e bactérias. Em testes dos alimentos sem o resultados da interação
e eliminar poluentes os raios ultravioleta, a realizados com o tecido, foi uso de conservantes. desses cristais com o
FÍSICA

orgânicos das superfícies dispersão, a incorporação possível chegar à estimativa Para isso, essas pigmento natural na pele.
quando em contato com a na pele e a transparência de que ele demoraria 2 embalagens são MORÉ, C. T. Cientistas
radiação solar. A expectativa do produto na pele. Além minutos para eliminar o vírus capazes de absorver descobrem como os camaleões
é que essas tintas, disso, também houve da covid-19. A expectativa é a umidade e o gás mudam de cor. FTC, 20 abr.
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EM23_1_FIS_06

ainda em processo de maior durabilidade que esses tecidos possam ser etileno (responsável 2015. Disponível em: https://
desenvolvimento, possam e não se apresentou utilizados, principalmente, por acelerar o followthecolours.com.br/
ajudar, principalmente, em sensível à água. em máscaras e roupas amadurecimento). gotas-de-cor/cientistas-
411

ambientes hospitalares. hospitalares. descobrem-como-os-


camaleoes-mudam-de-cor/.
Acesso em: 22 jul. 2021.

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Física Médica
A Física Médica é um campo multidisciplinar que une os conceitos de Física com os de Química
e Biologia, para se conectarem à Medicina. A atuação do físico médico pode ser dividida em três
áreas: radiodiagnóstico, medicina nuclear e radioterapia, todas embasadas no uso das radiações.
Radiação é uma onda eletromagnética que pode ser classificada como de baixa energia ou
de alta energia, ou não ionizante e ionizante, respectivamente. As radiações utilizadas pela Física
Médica são do tipo ionizante e podem ter origem nuclear, como as radiações alfa, beta e gama,
ou eletromagnética, como os raios X. Essas ondas possuem muita energia, a ponto de conseguir
arrancar elétrons dos átomos.
O corpo humano é composto de moléculas formadas principalmente pelos átomos de carbo-
no, de oxigênio, de nitrogênio, de hidrogênio e de fósforo, responsáveis pela estrutura de células e
de tecidos. Dessa maneira, de acordo com o tipo de radiação e o tempo de exposição, esses raios
podem trazer benefícios ou malefícios. Nesse momento, é essencial a atuação dos físicos médicos
em hospitais e em centros de diagnósticos por imagens para garantir segurança nas atividades que
utilizam radiação.

Radiodiagnóstico Medicina nuclear


Como o próprio nome sugere, Ocorre a administração no corpo de
são diagnósticos resultantes de pequenas doses de radiação por via
exames que utilizam radiação io- oral ou venosa, que permanecem no
nizante. Os exames mais comuns corpo por algumas horas. Para que
na área do radiodiagnóstico são o haja segurança para o paciente e o
raio X (ou radiografia) e a tomogra- profissional, o físico médico realiza
fia computadorizada. Com o uso a troca e a avaliação das doses, além
das radiações ionizantes, esses da verificação de contaminação de
exames permitem a visualização superfícies. Com a utilização das
das partes ósseas e das partes substâncias radioativas, é possível
moles do corpo humano, o que ver, além do contorno dos órgãos e
viabiliza um diagnóstico rápido, dos tecidos, seus interiores e funcio-
indolor e não invasivo. namentos.
Nesse campo, o físico médico Os principais exames realizados na
auxilia, principalmente, no desen- medicina nuclear são a cintilografia
volvimento e na implementação e a tomografia por emissão de pó-
de programas e equipamentos sitrons (PET Scan). Na cintilografia, é
de segurança, além da compra, administrado no paciente substâncias
avaliação e calibração dos equi- radioativas específicas para cada
pamentos que utilizam radiação. órgão que precisa ser investigado e,
Essa atuação se mostra muito dependendo do padrão de distribui-
Visualização importante para a segurança dos ção que apresentar para a substância,
Pode ocorrer por meio pacientes e dos profissionais, pois pode indicar o tipo de anomalia no
de exames de imagens. reduz o nível de radiação absorvi- corpo. Já o PET Scan, também por
Cada exame tem uma ca- da pelo corpo. Exemplos práticos meio do uso de substâncias radioa-
racterística, o que permite disso são o desenvolvimento e o tivas, é capaz de verificar anomalias
FÍSICA

visualizar o corpo humano uso dos aventais fabricados com nas atividades metabólicas das células
de diferentes maneiras e chumbo, o que reduz significativa- e detectar problemas neurológicos,
profundidades. mente o nível de radiação. cardíacos e cancerígenos.
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Designua/Shutterstock
Espectro visível Espectro
eletromagnético
Ondas de rádio Micro-ondas Infravermelho Ultravioleta Raio X Raio gama A energia do tipo eletro-
magnética consiste em
ondas que tem comprimen-
tos, energias e frequências
de onda específicos. Todas
essas ondas compõem o
Frequência chamado espectro eletro-
magnético.

Radioproteção
É essencial que, em ambientes com a presença de radiação, haja protocolos de segurança que envolvam o
paciente, o profissional radiologista, todas as pessoas que estejam no ambiente externo e o meio ambiente,
sendo muitos desses protocolos realizados e pensados pelos físicos médicos. Em uma sala de exames de raio
X, por exemplo, existem medidas como a medição da radiação e a blindagem usando chumbo. As paredes de
concreto que separam os ambientes interno e externo, por exemplo, têm espessura de 2,8 metros para que a
radiação fique contida.

SAE DIGITAL S/A


Radioterapia
É um tratamento
para destruir as cé-
lulas cancerígenas ou
impedi-las de cresce-
rem. O tratamento
consiste, então, na
emissão de radiação
por meio de um apa-
relho, que pode ficar
distante do paciente VectorMine/Shutterstock
2 prótons e 2 nêutrons
ou ser colocado em
contato direto com Partículas alfa
o local a ser tratado. Ionização
Durante o tratamen- Elétrons de alta energia
to, o físico médico Partículas beta
tem como principais Ionização
funções calcular a Radiação eletromagnética
dosimetria da ra- de alta energia
diação que deve ser Raios gama
absorvida pelo pa-
Raios X
ciente, garantir que Ionização
as radiações atinjam
a área correta do Nêutrons livres
Partículas de
FÍSICA

corpo do paciente,
nêutron Ionização
monitorar a expo-
sição à radiação de
quem ficar próximo
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aos equipamentos. Papel Lâmina de alumínio Parede de Concreto


Poder de penetração Bloqueia chumbo Bloqueia
Bloqueia
partículas α partículas β Bloqueia raios partículas de
413

γeX nêutron

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Astrofísica
Para sistematizar o estudo do Universo, alguns campos, como a Astrofísica, foram cria-
dos. Como sugere o nome, a Astrofísica é a ciência que observa fenômenos do espaço e dos
corpos celestes sob as leis e os conhecimentos da física.
Durante séculos, somente o que podia ser visto a olho nu era traduzido em conheci-
mento pelos cientistas. Nesses estudos, a luz visível era a principal linguagem utilizada
para entender o Universo, por meio da observação da variação das posições dos corpos
celestes, bem como o tamanho e o que orbitava ou não cada um. No entanto, com o avanço
da tecnologia e da ciência, descobriu-se que todos os corpos, inclusive planetas, estrelas
e galáxias inteiras, emitem radiações que vão além da luz visível e são muito importantes
para o estudo do Universo. Para a captação e a análise dessas radiações, foram desenvol-
vidos instrumentos como os radiotelescópios.
Os radiotelescópios são antenas projetadas para a captação de radiações eletromag-
néticas no comprimento de ondas de rádio. Como isso pode ajudar nos estudos sobre o
Universo? Bom, os astros emitem diferentes tipos de radiação, ou seja, diferentes com-
primentos de onda. Assim, cada tipo de radiação emitida contém um tipo de informação,
o que permite aos pesquisadores obterem informações específicas sobre os corpos que
estão sendo estudados.
Manamana/Shutterstock

Antenas de radiotelescópio do conjunto Very


Large Array, no Observatório Nacional de
Radioastronomia, Novo México.
FÍSICA

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Muitas descobertas importantes puderam ser feitas por meio dos radiotelescópios, entre
eles, o radiotelescópio de Arecibo, com quase 305 metros, que se localizava em Porto Rico.
Ele auxiliou nos cálculos do período de rotação do planeta Mercúrio, no estudo sobre Vênus,
na localização de asteroides, na localização de gelo nos polos de Mercúrio, na primeira des-
coberta de exoplanetas, entre outras descobertas que impulsionam a ciência. Em 2019, outra
detecção das radiações enviadas pelo Universo trouxe surpresas para os pesquisadores: o
radiotelescópio LOFAR (Low Frequency Array), formado por quase 100 mil antenas e loca-
lizado na Europa, detectou a existência de milhares de novas galáxias e astros, até aquele
momento, desconhecidos.
Muito já se sabe com o uso dos radiotelescópios atuais, no entanto, após quase 30 anos
de planejamento, foi aprovada em 2021 a construção do SKA Observatory, que pretende ser,
em 2029, a maior rede de radiotelescópios do mundo. Sua estrutura contará com 197 pratos
na África do Sul e 131 antenas na Austrália, que, comparada a outros instrumentos já prontos,
terá resolução quatro vezes maior, sensibilidade cinco vezes maior e velocidade de pesquisa
50 vezes mais rápida. Com isso, pode-se refletir e questionar sobre as próximas descobertas
que o SKA Observatory trará para a ciência e a sociedade.

LINHA DE CHEGADA

Leia o texto a seguir.


Ciência e tecnologia: mudar de rumo para não perder o futuro
Com o conhecimento, o universo natural se expande e ganha novos contornos. [...] Mais do que técnicas, instrumentos e equipamen-
tos, trata-se da produção e compreensão ininterrupta da existência humana. Exatamente por isso, a ciência e a tecnologia estão entre as
fundações de nossa civilização.
[...] Desse prisma, as atividades de laboratório, realizadas por homens e mulheres de branco e maquinário high tech, são apenas uma
pequena parte do que pode se chamar de ciência. O conhecimento científico tem a ver com a busca e identificação de padrões, de repli-
cabilidade, de simulações, testes e comprovações. É espaço que comporta a imaginação, a curiosidade, a intuição e a dedução, em que a
subjetividade é minimizada, jamais eliminada.
ARBIX, G. Ciência e tecnologia: mudar de rumo para não perder o futuro. Jornal da USP, 12 set. 2018. Disponível em: https://
jornal.usp.br/artigos/ciencia-e-tecnologia-mudar-de-rumo-para-nao-perder-o-futuro/. Acesso em: 24 jul. 2021.

Neste módulo, foram apresentadas algumas áreas em que a Física está presente

ESO/O. Furtak
de diferentes maneiras para embasá-las. Também foi visto que a nanotecnologia
é o estudo em escala nano visando a tecnologias para a sociedade, que a Física
Médica é o estudo dos conceitos físicos aplicados à medicina e que a Astrofísica
estuda os astros com base nos conceitos da física. Todas são áreas que, por meio
da tecnologia, podem revolucionar a ciência no futuro. Sobre isso, responda às
questões a seguir.
1. Como os testes, assim como erros e acertos, são importantes para o desenvolvi-
mento da ciência?
A seção Linha de chegada traz como proposta a reflexão sobre a ligação entre ciência, tecnologia,
sociedade e meio ambiente. Para isso, são propostas aos alunos perguntas em que eles podem
utilizar o que estudaram durante o módulo para discutir o papel da ciência e o que fariam se fossem O EHT (Event Horizon Telescope) é uma associação
cientista. Para esse momento, é importante explicar aos alunos os dois lados da ciência, ou seja, que internacional de observatórios astronômicos,
a ciência, em praticamente todo o tempo, traz grandes descobertas e benefícios para a sociedade, localizados nos pontos definidos no mapa,
mas que, em certos momentos, pode trazer impactos negativos. responsável pelas fotos dos buracos negros M87
e Sagittarius A*. A associação dos telescópios e
2. Como as áreas de Nanotecnologia, Física Médica e Astrofísica podem ser posi- radiotelescópios dos observatórios do EHT permite a
tivas para a sociedade e em quais situações você considera que podem trazer formação de um radiotelescópio virtual, com área de
resultados negativos? observação de aproximadamente um terço da área
da Terra, muito maior do que qualquer telescópio ou
radiotelescópio sozinho conseguiria alcançar.
FÍSICA

3. Das áreas apresentadas, qual você escolheria para pesquisar? Dentro da área escolhida, sobre o que você pesquisaria e por quê?
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Saberes em ação Pesquise como o grafite atua no reator nuclear e o que pode
acontecer caso essa barreira de contenção não seja utilizada
1. para controlar as reações nucleares dentro do reator. Registre
suas descobertas.
Servidores da Saúde trabalham sem aparelho
que mede níveis de radiação no DF
O Sintar-DF (Sindicato dos Técnicos e Auxiliares em Radiologia
do Distrito Federal) denuncia que cerca de 2 mil servidores da rede
pública de Saúde trabalham sem aparelhos que medem os níveis
de radiação aos quais são expostos durante exames com raio-X.
Os dosímetros foram retirados de hospitais e UPAs (Unidade de
Pronto Atendimento) na semana passada, depois que se encerrou
o contrato da empresa fornecedora com o governo.
[...] Estamos entre a cruz e a espada, porque a sociedade vai
fazer exame, e a gente fica com receio de tomar dose excessiva e
não ser monitorada, como fica nossa situação? A radiação não te
dá um efeito imediato. Ela pode, daqui a 4 ou 5 anos, te dar efeito
genético, de câncer, de mutação.
SERVIDORES da Saúde trabalham sem aparelho que mede níveis de 3. Nem sempre os computadores couberam em quartos, mochilas ou
radiação no DF. R7, 30 jul. 2015. Disponível em: https://noticias.r7.com/ até mesmo em bolsos. Quase um século atrás, os computadores
distrito-federal/servidores-da-saude-trabalham-sem-aparelho-que-mede-
niveis-de-radiacao-no-df-30072015. Acesso em: 17 ago. 2021.
funcionavam por meio de tubos condutores de energia, chamados
de válvulas, e ocupavam pavilhões inteiros de indústrias, salas de
a) Profissionais que trabalham com radiação ionizante, como o escritório enormes, como era o caso do primeiro computador
raio X, precisam manter o protocolo de segurança. Quais os eletrônico conhecido como ENIAC. Após anos de desenvolvimento,
riscos de um protocolo falho? as válvulas deram origem a equipamentos cada vez menores co-
nhecidos como transístores e chips. Porém, os chips de computador
estão chegando ao limite máximo de desempenho e redução e
de tamanho, e a engenharia hoje procura uma nova alternativa:
os nanotubos de carbono.
Faça uma pesquisa sobre os nanotubos de carbono e responda
às seguintes questões:
a) Como são feitos os nanotubos de carbono?

b) Pesquise o funcionamento de um dosímetro individual. Como


ele funciona?

b) Quais são as características dos nanotubos que despertaram


o interesse da engenharia para o uso computacional?
2. Um reator de usina nuclear funciona com um combustível radioati-
vo, que provoca a fissão nuclear liberando nêutrons do núcleo dos
átomos desse combustível, responsáveis por realizar o processo de
fissão nuclear. Para evitar que a liberação de nêutrons saia do contro-
le, são utilizadas hastes de grafite conhecidas como moderadores.
Designua/Shutterstock

Haste de controle
Combustível
c) A utilização de nanotubos de carbono é feita em larga escala
nuclear atualmente? Por quê?

Moderador
de grafite
FÍSICA

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Representação esquemática de um reator nuclear, com moderadores de


grafite.
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Enem e vestibulares sol, que tem 2x1030 kg de massa, aproximadamente. Em 2015, o
Prêmio Nobel de Física foi concedido a cientistas que descobriram
1. C5:H17 (IFPR-2014) Carl Sagan é um norte-americano que passou uma das menores massas, 4x10-33g, a de um neutrino, um tipo de
a infância observando as estrelas e a vida adulta estudando-as em partícula elementar.
Fácil

seu centro de pesquisas na NASA. De 1960 (data de seu doutorado Em ciência, uma maneira de se trabalhar com valores muito gran-
em astronomia e astrofísica) até 1996 (data de sua morte), Carl des ou muito pequenos é a ordem de grandeza. Com base nas duas
ensinou coisas maravilhosas, não só restritas ao campo científico, descobertas apontadas, quantas vezes a ordem de grandeza da
mas também lições humanas, de como conviver em paz e prospe- massa de Laniakea é maior do que a de um neutrino?
rar de forma agradável e otimista em uma civilização altamente a) 1082
desenvolvida tecnologicamente. Carl Sagan foi considerado um b) 1079
dos maiores divulgadores científicos do século XX. Isto porque a
divulgação científica implica difundir o conhecimento c) 1049
a) Científico para públicos não especializados d) 1062
b) Comum para públicos especializados 4. C5:H17 (UCS) A nanotecnologia é um dos ramos mais promissores
para o progresso tecnológico humano. Essa área se baseia na
c) Não científico para públicos especializados

Fácil
manipulação de estruturas em escala de comprimento, segundo
d) Científico somente por meio de ilustrações o que é indicado no próprio nome, na ordem de grandeza de
e) Científico somente por meio de revistas científicas a) 0,001 m.
2. C2:H6 Na radiologia, o uso de equipamento de segurança é im- b) 0,000.1 m.
portante devido o uso de elementos radioativos, com emissão de c) 0,000.001 m.
Fácil

raios-X, porém observamos no cotidiano que o paciente não usa


um equipamento igual ao do técnico que realiza o exame. d) 0,000.000.001 m.
e) 0,000.000.000.000.001 m.

wavebreakmedia/Shutterstock
5. C6:H22 (UEG) Uma população humana foi acidentalmente exposta
à radiação gama, cujas ondas são eletromagnéticas de grande
Fácil
frequência e equivalem a pequenos comprimentos de onda. A
exposição foi letal em aproximadamente 20% da população, e os
sobreviventes foram monitorados por equipe médica especiali-
zada durante décadas.
Sobre os efeitos da radiação sobre os indivíduos envolvidos nesse
acidente, é CORRETO afirmar:
a) A massa das partículas eletromagnéticas causou desvio nas
ondas e, consequentemente, baixo poder de penetração na
matéria biológica exposta.
b) Lesões por queimadura e desidratação foram a principal causa
de letalidade, enquanto as mutações foram potencialmente
danosas a prazo mais longo.
c) Mutações genéticas ocorreram por ionização da matéria,
Imagem representativa de um radiologista utilizando um avental de alternando o comportamento dos alelos em uma população
proteção e a paciente utilizando um avental comum.
e impedindo a evolução por desequilíbrio gênico.
Marque a alternativa que melhor explica a diferença no uso e que d) A baixa capacidade de penetração dessas ondas eletromag-
indica o equipamento de segurança adequado. néticas minimizou os danos genéticos no núcleo celular, sem
a) O procedimento para o paciente é de exposição única, dire- alteração significativa das frequências alélicas.
cionada e não representa um risco, enquanto o técnico por 6. C6:H22 (UEG) Alguns exames hospitalares se baseiam na ob-
participar de vários exames pode sofrer com uma exposição servação de uma radiografia. Esses exames ainda são bastante
Fácil

prolongada. Para evitar os efeitos, o técnico deve usar luvas, utilizados devido ao fato de serem de baixo custo. Numa ra-
avental e óculos com chumbo na composição. diografia, uma “fotografia” é tirada de algumas partes do corpo
b) O procedimento para o paciente é de exposição intensa e humano, utilizando para isso um feixe de raios X, que é uma
representa um risco agudo, enquanto o técnico por participar radiação ionizante. Um médico-pesquisador interessado nas
de vários exames pode diluir os efeitos com o uso de equipa- características dos raios X resolve fazer um experimento em
mento. Para evitar os efeitos, o técnico deve usar luvas, avental que ele radiografa sua mão com sua aliança de ouro em um dos
e óculos com alumínio na composição. dedos. Com relação à imagem revelada no filme, o pesquisador
c) O procedimento para o paciente é de exposição única e não concluiu o seguinte:
representa um risco agudo, enquanto o técnico por participar a) A radiografia discrimina tecidos com iguais densidades, devido
de vários exames pode sofrer com uma exposição prolonga- a todos estarem imersos em meio aquoso: densidade óssea,
da. Para evitar os efeitos, o técnico deve usar luvas, avental e densidade de partes moles, densidade de gordura, densidade
óculos brancos que refletem os raios. de aérea e densidade metálica.
d) O procedimento para o paciente é de exposição única e não b) Os ossos e a aliança são mais densos que os tecidos, a gordura
representa um risco agudo, enquanto o técnico por participar e a carne, pois, ao observar o filme, as regiões relacionadas aos
de vários exames pode sofrer com uma exposição prolonga- ossos e à aliança estão mais brancas.
da. Para evitar os efeitos, o técnico deve usar luvas, avental e c) Aliança de ouro não aparece destacada na radiografia, pois
FÍSICA

óculos brancos com alumínio na composição. os raios X têm efeitos apenas em materiais inteiramente ou
3. C3:H1 (UFU-2018) Em 2014, um importante trabalho publicado parcialmente orgânicos.
revelou novos dados sobre a estrutura em larga escala do universo, d) Os raios X penetram menos em regiões moles e queimam
Fácil
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EM23_1_FIS_06

indicando que nossa galáxia faz parte de um superaglomerado menos o filme, mostrando uma região mais escura quando
chamado Laniakea, com massa de cerca de 1017 estrelas como o observado.
417

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7. C5:H17 (Etec-2017) Leia o texto para responder à questão. 9. C5:H17 A astronomia de raios X e de raios gama levou à descoberta
No tratamento da maioria dos cânceres, a quimioterapia é dos pulsares, um tipo de estrela extremamente densa que emite
Médio

Médio
frequentemente usada para retardar a progressão da doença. os raios por seus polos. Um dos pulsares mais próximo da Terra é
Contudo, esse tratamento provoca, muitas vezes, efeitos colaterais o Geminga, cerca de 800 anos-luz.
indesejáveis, tais como a perda de cabelo, vômitos e problemas

NASA/CXC/PSU/B
digestivos. A razão desses efeitos colaterais está associada ao
fato das drogas quimioterápicas injetáveis conseguirem chegar a
qualquer parte do corpo, atingindo não só as células cancerosas,
mas também as células saudáveis.
Para minimizar esse tipo de dano à saúde já debilitada do
paciente, muitas pesquisas estão sendo feitas utilizando nano-
partículas no tratamento do câncer.
A nanotecnologia se tornou, nos últimos anos, uma importan-
te aliada na área de saúde, em especial da medicina, no que se
refere à manipulação de partículas ultrapequenas (nanopartícu-
las), para prevenir, diagnosticar ou curar doenças. Atualmente, a Imagem da estrela Geminga.
definição mais usada estipula que uma partícula é nano se o seu
diâmetro equivale a um bilionésimo de metro (10-9 m). a) 2,666 · 108 segundos
No combate ao câncer de próstata, por exemplo, pesquisadores b) 2,5333 · 108 segundos
desenvolveram uma estratégia de ataque direto às células doentes c) 2,5333 · 1010 segundos
por meio de nanopartículas. São elas que levam o fármaco, em altas d) 2,766 · 108 segundos
concentrações, até as células cancerosas, evitando que a maioria
das células saudáveis sejam atingidas. Os pesquisadores utilizaram e) 2,666 · 1012 segundos
nanopartículas de sílica carregadas de uma substância que combate 10. C6:H22 Num laboratório, um pesquisador precisa transportar 3
esse tipo de câncer. Elas são, ainda, revestidas por uma vitamina, o substâncias com frequência. Ele possui 3 caixas feitas de alumí-
folato, que é naturalmente atraída pelas células tumorais. Médio nio, mas cada substância emite uma radiação, de acordo com a
Nos testes in vitro, as nanopartículas atingiram seu objetivo tabela a seguir.
e eliminaram cerca de 70% das células tumorais da próstata, en-
Substância Radiação emitida
quanto apenas 10% das células saudáveis foram atingidas.
Esse resultado foi considerado muito favorável se comparado A Alfa
aos efeitos gerais de uma quimioterapia. B Beta
Porém, por trás dessa nova tecnologia promissora, existe um
C Gama
risco: determinados tipos de nanopartículas poderiam passar
livremente pelas defesas naturais do corpo humano, tais como
a pele, a membrana mucosa do nariz, da garganta, dos pulmões De acordo com a tabela e seus conhecimentos, indique a afirma-
e do intestino. Isso prejudicaria os órgãos internos, suscetíveis a ção correta:
essas partículas ultrapequenas. a) O alumínio consegue bloquear todas as radiações, sendo o trans-
http://tinyurl.com/zesrhtm Acesso em: 16.09.2016. Adaptado porte de todas as substâncias seguro nas caixas do laboratório.
b) Apenas a substância A deveria ser transportada na caixa de
De acordo com o texto, é correto afirmar que
alumínio, pois as radiações beta e gama conseguem penetrar
a) Não é possível levar as nanopartículas até as células tumorais, o alumínio, logo precisariam de uma caixa de chumbo.
que precisam ser eliminadas.
c) A substância B emite a radiação com o maior poder penetrante,
b) As nanopartículas atingiram as células in vitro, mas mataram, logo só seria seguro com uma caixa feita de chumbo.
proporcionalmente, mais células saudáveis do que tumorais.
d) As substâncias A e B podem ser transportadas na caixa de
c) Fármacos podem ser associados às nanopartículas e direciona- alumínio, pois as radiações alfa e beta são bloqueadas pelo
dos, de forma mais específica, para as células tumorais em um alumínio. O mesmo não ocorre com a radiação gama, logo a
determinado local. C deveria ser colocada numa caixa de chumbo.
d) As nanopartículas da vitamina folato, revestidas de sílica,
passaram livremente pela mucosa do nariz e prejudicaram o
Enem e vestibulares + Desafio
coração e os pulmões.
e) A utilização de nanopartículas na indústria e na medicina 11. C5:H17 (Unicamp-2019) O físico inglês Stephen
requer estudos mais detalhados, pois elas são células e ra- Hawking (1942-2018), além de suas contribuições
Difícil

dioativas, causadoras de câncer. importantes para a cosmologia, a física teórica e sobre


8. C5:H17 (Fuvest) Astrônomos observaram que a nossa galáxia, a a origem do universo, nos últimos anos de sua vida
Via Láctea, está a 2,5x106 anos-luz de Andrômeda, a galáxia mais passou a sugerir estratégias para salvar a raça humana de uma
Médio

próxima da nossa. Com base nessa informação, estudantes em possível extinção, entre elas, a mudança para outro planeta. Em
uma sala de aula afirmaram o seguinte: abril de 2018, uma empresa americana, em colaboração com a
Nasa, lançou o satélite TESS, que analisará cerca de vinte mil pla-
I. A distância entre a Via Láctea e Andrômeda é de 2,5 milhões
netas fora do sistema solar. Esses planetas orbitam estrelas situadas
de km.
a menos de trezentos anos-luz da Terra, sendo que um ano-luz é
II. A distância entre a Via Láctea e Andrômeda é maior que a distância que a luz percorre no vácuo em um ano. Considere um
2x1019km. ônibus espacial atual que viaja a uma velocidade média de
III. A luz proveniente de Andrômeda leva 2,5 milhões de anos v = 2,0 x 104 km/s. O tempo que esse ônibus levaria para chegar a
FÍSICA

para chegar à Via Láctea. um planeta a uma distância de 100 anos-luz é igual a
Dados: 1 ano tem aproximadamente 3x107s Dado: a velocidade da luz no vácuo é igual a c = 3,0 x108 m/s.
Está correto apenas o que se afirma em: a) 66 anos
EM23_1_FIS_06

EM23_1_FIS_06

a) I d) I e III b) 100 anos


b) II e) II e III c) 600 anos
418

c) III d) 1500 anos

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12. C5:H17 As unidades de medidas são importantes para km. Considerando a velocidade do sangue variando de 33 cm/s a
Difícil que os trabalhos científicos sejam mais fáceis de difun- 0,033 cm/s, na aorta e nos capilares, respectivamente, responda:
dir, entender e repetir por outros cientistas. Uma das a) Qual a velocidade da nanopartícula, em m/s, para que ela
unidades mais antigas usadas pela radioatividade percorra toda a extensão dos vasos ao longo de 1 mês, des-
homenageia a cientista Marie Curie, é chamada Curie (Ci) e expres- considerando a ação do fluxo sanguíneo?
sa as desintegrações nucleares por segundo em uma quantidade
de substância radioativa. Porém, a unidade Curie não faz parte do
Sistema Internacional, sendo o Becquerel (Bq), em homenagem a
Antoine-Henri Becquerel, a unidade de medida mais utilizada
atualmente. Considerando que 1 Curie (Ci) são 3,7 · 1010 desinte- b) Qual a aceleração média da nanopartícula para que possa ir da
grações por segundo e 1 Becquerel (Bq) é 1 desintegração por aorta para um capilar em 40 segundos, sem uso de motores?
segundo, converta 10 Bq em Ci.

16. C5:H17 Leia o texto e responda às questões a seguir.


Com o aumento do potencial inovador da

Difícil
Nanotecnologia, e a consequente expansão da sua uti-
13. C6:H22 O radioisótopo do hidrogênio, o trítio, é um lização nas mais diversas áreas da sociedade, algumas
subproduto de usinas nucleares geradoras de energia preocupações relacionadas à segurança, principalmente ambien-
Difícil

elétrica que, por decaimento, emite partículas beta. A tal, começaram a ser foco de discussões e pesquisas. Como muitos
emissão média anual global na água tritiada de instala- dos materiais em escala nanométrica não existem naturalmente na
ções nucleares é de 16 PBq (­petabecquerels, ou seja, 1015 Bq) e natureza, seus efeitos negativos e potenciais impactos aos seres
apresenta um risco à saúde quando entra em contato direto com vivos e ao meio ambiente não são conhecidos pelos cientistas,
células e tecidos por meio da ingestão, da inalação ou da absorção. gerando certa preocupação na sociedade.
Se considerar o valor de atividades 100 BqL–1 de trítio na água [...] Outro grande problema é a elevada reatividade das na-
destinada ao consumo humano, qual o volume de água necessário noestruturas. Segundo o autor, alguns nanomateriais podem ser
para reduzir o efeito em 45% da atividade do trítio anualmente? potencialmente explosivos, como é o caso de nanopartículas de
dióxido de titânio e nanoestruturas de dióxido de silício. Contudo,
o principal problema [...] é a falta de conhecimento acerca do
comportamento das nanopartículas. Sendo assim, várias organi-
zações foram criadas pelo mundo para determinar as regras de
manipulação e fabricação de nanoestruturas.
14. C5:H17 Em determinada questão da prova de Física, TONET, M. D.; LEONEL, A. A. Nanociência e Nanotecnologia: uma revisão
para indicar a distância entre duas cidades, a unidade bibliográfica acerca das contribuições e desafios para o ensino de Física.
Difícil

Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 36, n. 2, p. 431-456, ago. 2019.


de medida de comprimento ficou errada. A distância
seria em km, mas a unidade usada foi de anos-luz. Sobre o tema, pesquise quais impactos as nanopartículas e na-
Considerando que um automóvel, com velocidade de 70 km/h, noestruturas podem gerar para o corpo humano e para o meio
levasse o tempo de 1,5h para percorrer a distância entre as cidades ambiente. Quais atitudes podem ser tomadas pelos laboratórios de
em km, qual seria a velocidade necessária para deslocar a distância, pesquisa, indústrias e órgãos responsáveis para evitar esses danos?
com a unidade errada em anos-luz, nesse mesmo tempo? Sendo
a velocidade da luz no vácuo (3 · 108 m/s) irreal de se ultrapassar,
o valor encontrado seria possível de atingir?


15. C5:H17 Algumas pesquisas médicas utilizam a nano-
tecnologia para desenvolver nanopartículas capazes
Difícil

GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
de entrar na corrente sanguínea e tratar algumas
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
doenças, como aterosclerose, câncer e malformações 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
arteriovenosas. Imagine uma nanopartícula presente na circulação 2. Abraooaplicativo e aponte
aplicativo a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
sanguínea que, para avaliar possíveis doenças, precise percorrer 3. Oao lado paradeste
gabarito
­módulo.
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido em sua deste
tela.
todos os vasos sanguíneos, cuja extensão é estimada em 100 000

Cartão-resposta Do nano ao macro: o que a Física estuda?

1 A B C D E 4 A B C D E 7 A B C D E 10 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 5 A B C D E 8 A B C D E 11 A B C D E
3 A B C D E 6 A B C D E 9 A B C D E
EM23_1_FIS_06

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07 PONTO DE PARTIDA

Câmera consegue capturar um trilhão de quadros por segundo

07/44 Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) criaram


um sistema de imagens que consegue capturar um trilhão de quadros por segundo. A taxa é rá-
pida o suficiente para produzir um vídeo em câmera lenta de uma rajada de luz atravessando o
comprimento de uma garrafa de um litro. Ao custo de 250.000 dólares, a câmera poderá ser usa-
da na computação quântica, produção de vídeos, geração de imagens médicas e células solares.
[...] Os criadores da super câmera lenta explicam como o sistema funciona:
A configuração da câmera é completamente diferente das convencionais. A abertura da má-
quina é uma fenda estreitíssima, por onde entram as partículas de luz, ou fótons. De acordo com
os cientistas, o modo como os fótons entram e são desviados na câmera permitem a produção
Utilize o texto para
apenas de uma imagem unidimensional. Para análises químicas, isso é irrelevante.
questionar os alunos
sobre o que sabem da Contudo, para uma câmera de vídeo, essa é uma tremenda desvantagem. Os vídeos precisam
luz. A discussão pode de duas dimensões (altura e largura) para gerar corretamente imagens que os seres humanos
ser com relação à
percepção que se tem possam reconhecer. Para fazer isso, os professores do Media Lab repetem a cena a ser filmada
do recebimento de (como a luz atravessando uma garrafa) diversas vezes capturando o momento de diversos ân-
informações gulos diferentes. Isso garante a construção de uma imagem de duas dimensões.
instantâneas e à ligação
que isso tem com a Para isso, os pesquisadores precisam sincronizar a câmera e o laser que gera o pulso de luz
velocidade da luz. É para que o tempo de exposição seja o mesmo em todos os registros. Todo esse esforço requer
possível também
uma bateria de equipamentos óticos de precisão e extremo controle mecânico. A luz demora
levantar oralmente
hipóteses com os apenas um nano segundo – a bilionésima parte de um segundo – para atravessar uma garrafa,
alunos sobre a natureza mas é preciso uma hora para coletar todas as informações para o vídeo final. Por isso, Raskar
da luz, uma vez que o brinca que a câmera também é chamada “a mais lenta câmera rápida do mundo”.
experimento da
matéria consegue
registrá-la CÂMERA consegue capturar um trilhão de quadros por segundo. Veja, 6 maio 2016. Disponível em: https://veja.abril.
atravessando um fluido com.br/ciencia/camera-consegue-capturar-um-trilhao-de-quadros-por-segundo/. Acesso em: 28 jul. 2021.
e um material plástico
transparente. Representação esquemática de alguns passos do experimento

SAE DIGITAL S/A


O que é luz?

Representação da captação da luz atravessando a garrafa com líquido feita pela super
câmera do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

1. Considerando que a garrafa de 1 litro utilizada no 2. O texto aborda a dificuldade de registrar um evento
experimento tem aproximadamente 30 cm de com- tão rápido quanto a passagem da luz. Faça uma pes-
primento e que o tempo informado pela matéria foi quisa sobre os objetos e os fenômenos mais rápidos da
de aproximadamente um nanosegundo, calcule a natureza e identifique a relação entre as velocidades
Escola Digital

velocidade com que a luz se propaga. encontradas e a velocidade da luz. Registre suas res-
postas e, em seguida, discuta-as com os seus colegas.
EM23_1_FIS_07

FÍS
420

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O que é a luz na ciência?

Domínio Público
Por muito tempo, os cientistas discutiram a natureza da luz visível, e as duas
teorias mais aceitas foram: a de que a luz tinha tanto uma natureza ondulatória
quanto uma natureza corpuscular.
A teoria da natureza corpuscular da luz foi desenvolvida pelo físico e mate-
mático inglês Isaac Newton (1643-1727) e consiste em um modelo no qual a luz
é formada por micropartículas emitidas por fontes luminosas. Após a realização
de experimentos utilizando a luz como estudo, Newton publicou seu livro Opticks:
or, A Treatise of the Reflexions, Refractions, Inflexions and Colours of Light (Óptica:
ou, um tratado sobre reflexões, refrações, inflexões e cores da luz), que deu base
para a teoria corpuscular da luz. Por meio da teoria de Newton, fenômenos físicos
como a reflexão e a refração, que serão vistos no final do módulo, foram expli-
cados por uma força que atuaria refletindo ou transmitindo os raios luminosos.
O físico holandês Christiaan Huygens (1629-1695) também investigou a na-
tureza da luz e apresentou uma teoria do comportamento dela diferente da pro-
posta por Newton, pois afirmou que, em vez de micropartículas, a luz tinha a Primeira edição do Óptica: ou, um
natureza e o comportamento de uma onda. tratado sobre reflexões, refrações,
inflexões e cores da luz, publicado em
A teoria de Huygens, publicada no livro Tratado sobre a Luz, em 1690, também
1704, por Isaac Newton. Seu nome
contribuiu para a compreensão de alguns princípios e fenômenos ópticos, o que não foi creditado na primeira edição.
aumentou os debates sobre a natureza da luz. A teoria de Newton prevaleceu até

Christiaen Huygens/W.Commons
que Thomas Young (1773-1829) e Augustin Fresnel (1788-1827) realizaram expe-
rimentos que mostraram que a luz podia sofrer difração, contornando obstácu-
los, e que também sofria o fenômeno da interferência, em que a região iluminada
apresenta regiões escuras. Esses efeitos eram observados apenas em fenôme-
nos ondulatórios.
Emre Terim/Shutterstock

Onda Onda
incidente incidente

Capa do livro Tratado sobre a Luz,


publicado em 1690, por Christiaan
Huygens.

A B C

Representação de comportamentos ondulatórios da luz. Ao passar pelo


obstáculo com uma fenda, a luz sofre difração, contornando o obstáculo e
ao passar pelo obstáculo com duas fendas, a luz sofre interferência, gerando
faixas com sombras na região iluminada.
Já no século XIX, James Clerk Maxwell (1831-1879), físico britânico
Domínio Público

estudioso do eletromagnetismo, afirmou que a luz visível era um caso


particular de onda eletromagnética, pois a velocidade da luz era a mesma
medida para todas as ondas eletromagnéticas (3 · 108 m/s), hipótese que
foi confirmada por Heinrich Hertz (1857-1894), em 1886.
Mesmo após Hertz confirmar a hipótese de Maxwell, o debate sobre a
natureza da luz ainda não havia terminado, pois era necessário entender o
efeito fotovoltaico. Esse fenômeno contradizia a teoria ondulatória porque
mostrava a interação física entre a luz incidida em uma superfície metálica,
que provocava a movimentação de elétrons livres na superfície, gerando
uma corrente elétrica.
FÍSICA

Albert Einstein (1879-1955) propôs que a luz apresentava pequenos


pacotes de energia, chamados de fótons, que eram responsáveis por se
chocarem com os elétrons, o que os ejetava da superfície da placa metálica.
EM23_1_FIS_07

Inicialmente, a hipótese de Einstein não foi bem-aceita pela comunidade Foto do físico James Clerk Maxwell,
científica. Contudo, na primeira metade do século XX, o consenso científico responsável pela unificação da teoria
compreendeu que a luz tem uma natureza dupla, isto é, se comporta tanto eletromagnética.
421

como partícula quanto como onda.


NeoLeo/Shutterstock

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 421 31/08/2022 08:38:10


Fontes de luz
Só é possível enxergar os objetos e os fenômenos do cotidiano porque a luz sai deles e chega aos olhos.
Essa luz pode ser proveniente do próprio corpo ou da reflexão da luz nesse corpo. Desse modo, os corpos
visíveis podem ser classificados como:
● Fontes de luz primária − corpos que emitem luz própria (produzem radiação luminosa). Alguns exemplos
são o Sol, as estrelas no céu noturno, uma vela acesa, os faróis dos carros quando estão ligados, a tela do
celular acesa e a televisão ligada.
● Fontes de luz secundária − corpos que não emitem luz própria, mas refletem a luz que recebem de cor-
pos luminosos. Alguns exemplos são a Lua, os livros, as casas e todos os outros corpos que não são fon-
tes de luz primária.
Durante a noite, uma cidade apresenta fontes luminosas como postes de luz, lâmpadas em casas e pré-
dios, letreiros iluminados e semáforos. Quando uma pessoa anda nas ruas no período da noite, geralmente
não tem dificuldade para enxergar o caminho e os objetos, pois a quantidade de iluminação é suficiente.
No entanto, ao visualizar a mesma cidade, no mesmo horário, pela janela de um avião, não é possível visua-
lizar elementos como morros, rios e detalhes arquitetônicos. Isso acontece porque a iluminação, que era
extensa ao caminhar pelas ruas, torna-se um conjunto de pontinhos de luz visto do avião. O mesmo ocorre
com o Sol visto ao meio-dia e as estrelas vistas no céu noturno. Enquanto um tem sua luz com dimensões
consideráveis para o ambiente, o outro é apenas um ponto luminoso.
Assim, também é possível classificar as fontes de luz conforme suas dimensões e sua distância até o
observador, como:
● Fontes de luz extensa − fontes que têm dimensões significativas em relação aos corpos que estão sendo
iluminados. São exemplos dessas fontes: o Sol em relação à Terra, uma lâmpada de tubo dentro de uma
sala e o farol de um carro próximo.
● Fonte puntiforme − fontes que têm dimensões irrelevantes em relação aos corpos que estão sendo ilumi-
nados. São exemplos: as estrelas distantes da Terra, o farol de um carro distante e as luzes da cidade vis-
tas da janela de um avião.
Sobre os tipos de luz que as fontes luminosas podem emitir, pode-se ter a seguinte classificação:
● Luz monocromática − formada apenas por uma cor. São exemplos: os lasers, a lâmpada de vapor de só-
dio (amarela) e as lâmpadas coloridas.
● Luz policromática − formada por duas ou mais cores monocromáticas. Um exemplo é a luz solar, com-
posta das cores violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho, as quais formam a luz branca quan-
do combinadas.

Raio de luz
O raio de luz é a representação gráfica da propagação da informação
luminosa na forma de uma linha orientada, que indica a direção e o sentido
da propagação em um meio. Em uma fonte luminosa, esses raios, que são
emitidos em todas as direções, aparecem de maneira perpendicular às fren-
tes de onda da luz emitida pela fonte.
Observe, por exemplo, a imagem de uma vela acesa. Nela, é possível de-
senhar círculos de diferentes raios, com o centro na chama da vela, e obser-
var linhas perpendiculares transpassando esses círculos, sendo cada círculo
uma frente de onda.

Frentes de onda ou
frentes de luz
FÍSICA

Vela emitindo luz Gagnar/Shutterstock


EM23_1_FIS_07

EM23_1_FIS_07

Raios de luz saindo de uma fonte luminosa


perpendiculares às frentes de onda.
422

Little_Monster_2070; Sansanorth/Shutterstock

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Meio translúcido
Se essa fonte luminosa estiver muito distante do objeto
iluminado ou apresentar um direcionamento da luz, como
em algumas lanternas e lasers, os raios luminosos poderão Meio de propagação que apresenta uma pequena dificul-
se apresentar das seguintes maneiras: dade para a luz se propagar, o que permite a passagem da luz,
● Feixe paralelo mas dificulta a visibilidade. Ao contrário dos meios transpa-
rentes, em que os raios se propagam sem desviar, nos meios
translúcidos, os raios sofrem desvios distintos, e o resultado é
a distorção na silhueta dos objetos observados através desses
meios. São considerados translúcidos materiais como o vidro
leitoso, o papel manteiga e a neblina.

Representação esquemática de um feixe de raios luminosos


paralelos.

● Feixe divergente
Vela Observador
Raios luminosos atravessando um meio translúcido sofrendo
desvios.

Meio opaco
Meio que não permite a propagação de raios de luz. Os
raios não conseguem penetrar em meios opacos porque
são absorvidos e refletidos, o que bloqueia completamen-
Representação esquemática de um feixe de raios luminosos te a visibilidade. São considerados meios opacos materiais
divergentes. como a madeira, o concreto e o papelão.
● Feixe convergente

Vela Observador
Raios luminosos bloqueados por um meio opaco.

Princípios da óptica
geométrica
Representação esquemática de um feixe de raios luminosos
convergentes.

Meios de propagação da luz


No estudo da Óptica, a propagação da luz se baseia em
alguns princípios fundamentais: princípio de propagação
A luz emitida pelo Sol atravessa o espaço, ou seja, pro- retilínea da luz, princípio da independência dos raios de luz
paga-se no vácuo, entra na atmosfera e atinge a superfície e princípio da reversibilidade dos raios de luz. Conheça cada
terrestre, chegando até regiões profundas de lagos e ocea- um desses princípios a seguir.
nos. Durante esse trajeto, a luz atravessa diferentes meios de ● Princípio da propagação retilínea da luz: em meios ho-
propagação, que podem ser classificados como: transparen- mogêneos e transparentes, a luz se propaga em linha reta,
te, translúcido e opaco. sem conseguir contornar objetos. Um exemplo desse prin-
cípio no dia a dia é a formação das sombras quando um
Meio transparente corpo opaco é iluminado.
Meio que não oferece obstáculos à propagação da luz, de
Oleg Elkov/Shutterstock

modo que a trajetória dos raios luminosos permanece inal-


terada, o que permite a visualização de objetos com nitidez.
O vácuo é o meio transparente ideal, e a velocidade da luz
tem o valor máximo nesse meio, equivalente a c = 3 · 108 m/s.
Existem ainda outros meios que podem ser considerados
transparentes, como o ar puro e o vidro hialino.
FÍSICA
EM23_1_FIS_07

EM23_1_FIS_07

Vela Observador
Raios luminosos atravessando um meio transparente sem sofrer Imagem da aplicação do princípio da
423

desvios. propagação retilínea da luz.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 423 31/08/2022 08:38:30


● Princípio da independência dos raios de luz: um raio luminoso não sofre nenhum tipo de inter-
ferência ao cruzar com outro raio, ou seja, os raios luminosos são independentes uns dos outros.
Com isso, caso um raio luminoso atravesse outro raio, ambos continuarão com suas trajetórias
inalteradas, como na imagem a seguir.

Party people studio/Shutterstock


Imagem da aplicação do princípio da independência dos raios de luz.

● Princípio da reversibilidade dos raios de luz: a trajetória percorrida pelo raio de luz não se al-
tera quando o sentido de propagação é invertido, como no esquema a seguir. Um exemplo disso
é olhar pelo retrovisor do carro e enxergar o motorista do carro de trás. Se você consegue vê-lo,
ele também te vê.

Party people studio; Gagnar/Dmytro


Serebrennikov; Little_Monster_2070;
Oleg Elkov; mentalmind/Shutterstock
Representação esquemática do princípio da reversibilidade dos raios de luz.

Câmara escura
A câmara escura é formada por um compartimento fechado, revestido internamente com um
material sensível à luz, com um pequeno orifício que permite a passagem dos raios de luz prove-
nientes do objeto observado. Ao colocar um objeto em frente à câmara escura, os raios luminosos
partem desse objeto e entram na câmera através do pequeno orifício, de modo que uma imagem
do objeto seja gravada no revestimento fotossensível da câmara.
A câmara escura permite, então, experimentar o princípio da propagação retilínea da luz, uma
vez que os raios de luz provenientes da extremidade superior do objeto seguem em linha reta
passando pelo orifício até a extremidade inferior da imagem e vice-versa.

o i
OlgaGi/Shutterstock

p p’
Representação esquemática de uma câmara escura.

No esquema da câmara acima, o é o tamanho do objeto, p é a distância do objeto até a câmara, i é


o tamanho da imagem e p’ é a distância do anteparo até o orifício. É possível perceber que os raios su-
periores e inferiores da formação da imagem produzem dois triângulos semelhantes. Essa semelhança
de triângulos permite encontrar as relações dos tamanhos do objeto e da imagem e suas distâncias em
FÍSICA

relação ao orifício da câmara.


A descrição detalhada da câmara escura foi publicada, em 1558, por Giovanni Battista Della
Porta, que descreveu o método de gravação das imagens no fundo de uma câmara escura. Esse me-
EM23_1_FIS_07

EM23_1_FIS_07

canismo, apesar de apresentar as imagens invertidas em relação ao objeto, foi a base para o início
da fotografia e do cinema.
424

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 424 31/08/2022 08:38:35


Fenômenos da óptica geométrica
Uma parte importante dos estudos da óptica geométrica é o comportamento do raio de luz quando encontra outro meio
de propagação. Os fenômenos fundamentais que ocorrem nessa situação são reflexão, refração e absorção.

Reflexão
A reflexão é o fenômeno em que os raios luminosos incidem sobre uma superfície e retornam para seu meio inicial, mu-
dando apenas de sentido e/ou direção. Esse fenômeno pode acontecer de duas maneiras: reflexão regular e reflexão difusa.

Reflexão regular Reflexão difusa


Quando um feixe de raios paralelos incide sobre uma No entanto, caso a superfície refletora seja irregular,
superfície de separação perfeitamente polida e refletora ocorrerá uma reflexão difusa. Nesse caso, os raios lumi-
(como um espelho), observa-se uma reflexão especular nosos incidem paralelamente sobre a superfície irregular
ou reflexão regular, e os raios refletidos continuam a se e retornam ao meio com diferentes direções.
propagar paralelamente.

Meio 1 Raios incidentes Meio 1


Raios incidentes Raios refletidos Raios refletidos de
paralelos paralelos paralelos maneira difusa

Meio 2 Meio 2
Representação esquemática de uma reflexão regular. Representação esquemática de uma reflexão difusa.

HABILIDADES NA PRÁTICA

Até o momento, foram apresentados os princípios geométricos que envolvem a propagação da luz nos diferentes meios. Agora,
vamos ver um desses princípios na prática por meio de um experimento?
Material: uma lata de leite em pó, papel vegetal, papel-cartão preto, um martelo, um prego, uma tesoura, fita adesiva e uma vela.
Passo a passo do experimento:
I. Revista a parte interna da lata com o papel-cartão preto.
II. Use o prego para fazer um furo pequeno no fundo da lata e, em seguida, tampe o furo com um pedaço de papel-cartão, mas de
forma que ele possa ser retirado de cima do furo posteriormente.
III. Corte o papel vegetal e cole com a fita adesiva no lado oposto ao orifício criado com o prego.
IV. Posicione a lata de frente para a vela acesa, retire o pedaço de papel-cartão de cima do orifício e apague a luz do ambiente (isso
permite visualizar melhor a imagem da vela).
A proposta da seção é a montagem
SAE DIGITAL S/A

simplificada de uma câmara escura


Vela
para que os alunos tenham a
oportunidade de extrapolar a parte
4 cm teórica apresentada. Se possível,
sugira que coloquem a vela a
diferentes distâncias do orifício para
Orifício
que possam observar as mudanças na
Papel vegetal 12 cm 30 cm imagem formada.

Discuta com o professor e os colegas o que você observou e registre suas conclusões.
FÍSICA
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Refração
O fenômeno da refração ocorre quando um raio lumi-
noso atravessa uma superfície que separa dois meios óp- Cada meio tem um índice
ticos distintos; desse modo, ocorre um desvio na trajetória de refração (n), grandeza física
de propagação, caso o raio luminoso atinja a separação das que caracteriza a dificuldade
superfícies com ângulo diferente de 90°. A velocidade da luz de propagação da luz no meio.
em um meio de propagação específico é determinada pelas No vácuo, esse índice é 1.
características do meio óptico no qual ela se propaga e, por
causa da diferença de velocidade de propagação entre dife-
rentes meios, a direção do caminho da luz é alterada.
Absorção
Em alguns casos, a luz que incide em uma superfície não
Raios
incidentes
é refletida nem propagada em outro meio. Nesse caso, diz-
paralelos -se que a luz foi absorvida pela superfície em que ela incide.

Meio 1 Raios incidentes


paralelos
Fronteira entre os meios

Meio 2

Meio 1
Raios refratados
paralelos
Representação esquemática da refração da luz. Representação esquemática da absorção da luz.
TBone Lee/Shutterstock

Baía do rui Han, na cidade Da Nang, Vietnã, com os suas


estruturas podendo ser vistas na água por meio do fenômeno de
reflexão.
LINHA DE CHEGADA
LINHA DE CHEGADA

O físico Albert Einstein, além de contribuir para a teoria da dualidade da luz ao explicar o efeito fotoelétrico, marcou a ciência moderna
com a teoria da relatividade, pois esta modificou a concepção do espaço e do tempo. A teoria trouxe como premissas que “as leis físicas
devem ser as mesmas em quaisquer referenciais inerciais” e que “a velocidade da luz no vácuo tem o mesmo valor medida a partir de
qualquer referencial inercial”. A relatividade de Einstein tornou a velocidade da luz no vácuo a única grandeza absoluta em qualquer
referencial.
Por que a luz seria capaz de atingir a velocidade máxima no vácuo e, assim, fazer parte de uma premissa da relatividade? Em primeiro
lugar, como o vácuo é um meio considerado transparente, homogêneo, que permite uma trajetória livre e bem definida, ele torna o
deslocamento da luz ideal. Em segundo lugar, a partícula elementar da luz, o fóton, não possui massa. Assim, apesar do comportamento
de partícula, a luz consegue viajar, no vácuo, em uma velocidade máxima alcançada dentro do Universo.
Como dito, a ausência de massa possibilita que a luz atinja a velocidade máxima. Contudo, o que ocorreria se pudéssemos viajar na
velocidade da luz? De acordo com a Física Moderna, E = m · c2, a energia é proporcional à massa e ao quadrado da velocidade da luz
no vácuo, logo, quanto maior a energia, maior a massa. Desse modo, quanto mais próximo da velocidade da luz, mais difícil se torna
alterar o estado de movimento dos corpos, sendo o efeito sobre a massa percebido apenas em velocidades altíssimas, muito distantes
das observadas no cotidiano.
1. Com base no que foi estudado até aqui, realize uma pesquisa a respeito das mudanças que ocorreram em nossa sociedade devido aos
postulados da relatividade de Einstein e reflita sobre o modo como essas mudanças provocaram efeitos positivos e negativos no dia a
FÍSICA

dia. Registre suas respostas e suas reflexões sobre o tema nas linhas a seguir.
Nesta seção, a proposta é elaborar com os alunos algumas reflexões sobre a velocidade da luz e incentivar o debate sobre os efeitos que os corpos teriam em movimentos
próximos da velocidade da luz. Também é possível fazer ligações com as aplicações práticas das propriedades da luz e da relatividade em instrumentos, processos e
estudos na sociedade.
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Saberes em ação ionizante. Isso significa que ela pode ser vista, da mesma forma que
se enxerga uma luz de lâmpada incandescente ou fluorescente.
LUZ violeta pode ser usada como clareador dental, mostra estudo. USP, 8
1. abr. 2016. Disponível em: https://www5.usp.br/noticias/ciencias/luz-violeta-
Descoberta nova propriedade da luz pode-ser-usada-como-clareador-dental/. Acesso em: 17 ago. 2021.
Cientistas espanhóis fazem achado que poderia
Com base no texto e em pesquisas, cite:
servir para estudar melhor os menores objetos da
natureza como vírus, células ou átomos a) como podemos classificar a luz violeta, a luz de LED azul e a
luz proveniente de uma lâmpada incandescente.
Há 30 anos foram desenvolvidos feixes de luz laser que se
deslocam girando ao redor de um ponto, uma espécie de tornado
luminoso. Como um redemoinho, esses feixes podem capturar
moléculas e partículas com um tamanho de bilionésimos de metro
e fazê-las girar, o que permite observá-las em três dimensões. No
ano passado, o norte-americano Arthur Ashkin ganhou o Prêmio
Nobel de Física pelo desenvolvimento dessas “ferramentas de luz”
e sua aplicação ao mundo da biologia. Esse tipo de luz também
serve para armazenar e transmitir informações e para o entrela-
çamento quântico de partículas.
Até agora só puderam ser criados redemoinhos de luz com
uma velocidade de rotação constante. Rego, juntamente com seu b) um problema associado à exposição à luz ultravioleta e um
colega Carlos Hernández-García e seu chefe de grupo, Luis Plaja, uso benéfico.
todos da Universidade de Salamanca, fizeram os cálculos teóricos
que demonstraram que essa velocidade pode ser variável. [...]
“Primeiro são criados feixes de luz laser infravermelha focalizada
intensamente sobre uma nuvem de gás. Ao atravessá-la, os pulsos
de laser são transformados em feixes com forma de vórtice, com
comprimento de onda próximo ao dos raios X e cuja velocidade é
variável ao longo do tempo”, explica [Hernández García].
DOMÍNGUEZ, N. Descoberta nova propriedade da luz. El País, 28 jun.
2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/26/
ciencia/1561572669_082334.html. Acesso em: 17 ago. 2021.
Com base no texto, responda:
3.
a) Uma nova propriedade da luz foi descoberta, o que indica Olhos reconhecem a luz por causa do
que ainda não foi completamente compreendida, apesar de trabalho dos cones e bastonetes
ser estudada ao longo dos séculos. Qual a primeira teoria da
natureza da luz? Em contato com outras células, podem
reconhecer formas, cores e movimentos
[...] Cones e bastonetes possuem a capacidade de reconhecer
formas, cores e movimentos, a partir do contato com outras células.
Isso acontece devido aos fotopigmentos próximos à membrana, deri-
vados da vitamina A, que são sensíveis ao estímulo da luz, e modificam
a sua forma, além de estimularem na membrana a “abertura de canais
iônicos, tornando essas células eletrificadas”. Rocha comenta também
que alguns fotorreceptores são mais sensíveis à luz verde, azul e
vermelha, o que faz com que percebam diferenças entre as cores.
Para este trabalho exaustivo, chamado de foto transmissão,
b) Das informações estudadas neste módulo, quais os princípios é preciso “muita energia, e requer que essas células façam um
e os fenômenos da luz? autorreparo diariamente”, já que não são substituídas ao longo
do tempo, além de perda natural com o passar dos anos de vida.
“O reparo é sustentado pelas células pigmentadas, que estão
próximas aos cones e bastonetes”, informa Rocha.
ROCHA, E. Olhos reconhecem a luz por causa do trabalho dos cones
e bastonetes. Jornal da USP, 4 nov. 2020. Disponível em: https://
jornal.usp.br/radio-usp/olhos-reconhecem-a-luz-por-causa-do-
trabalho-dos-cones-e-bastonetes/. Acesso em: 17 ago. 2021.

Pesquise e explique o que ocorre quando há deficiência nos cones,


mas os bastonetes estão normais. Pode-se dizer que o resultado
é similar ao daltonismo?
2.
Luz violeta pode ser usada como
clareador dental, mostra estudo
Experimentos no Instituto de Física de São Carlos
mostraram que a luz violeta tem energia suficiente
para quebrar os pigmentos do dente
FÍSICA

O clareamento dental feito apenas com a aplicação de luz


violeta se mostrou tão eficaz quanto os métodos já conhecidos. A
eficácia foi comprovada através de um estudo desenvolvido por
EM23_1_FIS_07

EM23_1_FIS_07

Vitor Hugo Panhóca, pesquisador e pós-doutorando do Grupo de


Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP. Ao contrário
da luz ultravioleta, por exemplo, a violeta é uma luz visível e não
427

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Enem e vestibulares III. Ela não teve sucesso com este procedimento, pois ao abrir a
porta de vidro, parte da luz solar que antes era refletida, agora
1. C5:H17 (EEAR-2019) Considere um observador frente a três ante- não é mais, assim a intensidade da radiação solar no interior
paros, em um meio homogêneo e transparente, cada um com um da cozinha aumentou.
Fácil

orifício em seu respectivo centro, conforme mostra a figura que se IV. Ela não teve sucesso, uma vez que a intensidade da radiação
segue. Através desses orifícios, o observador consegue enxergar a solar no interior de sua cozinha permanece constante.
chama de uma vela devido a um princípio da Óptica Geométrica Das proposições acima apresentadas, está(ão) correta(s):
denominado ____________.
a) Somente I
b) Somente III
c) Somente II
d) Somente IV
e) Somente I e II
5. C5:H17 (Vunesp-2015) Observe a figura a seguir e assinale a
alternativa correta.

Fácil
a) Princípio da independência dos raios de luz.
b) Princípio da reversibilidade dos raios de luz.
c) Princípio da propagação retilínea da luz.
d) Princípio da reflexão dos raios de luz.
2. C1:H3 (Enem-2016) Algumas crianças, ao brincarem de escon-
de-esconde, tapam os olhos com as mãos, acreditando que, ao
Fácil

adotarem tal procedimento, não poderão ser vistas.


Essa percepção da criança contraria o conhecimento científico
porque, para serem vistos, os objetos: a) Reflexão difusa refere-se à absorção total da luz que incide
a) Refletem partículas de luz (fótons) que atingem os olhos. sobre superfícies rugosas; enquanto reflexão especular refe-
re-se à reflexão total da luz que incide sobre superfícies lisas
b) Geram partículas de luz (fótons), convertidas pela fonte
e brilhantes.
externa.
b) Reflexão difusa refere-se à reflexão total da luz que incide
c) São atingidos por partículas de luz (fótons), emitidas pelos
sobre superfícies rugosas e brilhantes; enquanto reflexão
olhos.
especular refere-se à absorção total da luz que incide sobre
d) Refletem partículas de luz (fótons), que se chocam com os superfícies lisas.
fótons emitidos pelos olhos.
c) Reflexão difusa refere-se ao espalhamento, em várias direções,
e) São atingidos pelas partículas de luz (fótons), emitidas pela da luz que incide sobre superfícies rugosas; enquanto reflexão
fonte externa e pelos olhos. especular refere-se à reflexão, em somente uma direção, da
3. C5:H17 (UEA-2015) Se uma câmara escura de orifício for apontada luz que incide sobre superfícies lisas e brilhantes.
para um objeto, a imagem do objeto formada no interior da câmara d) Tanto a reflexão difusa como a reflexão especular referem-se
Fácil

será invertida, como mostra a figura. à reflexão total da luz que incide sobre qualquer tipo de
superfície; o que muda é somente a posição do rebatedor.
e) Reflexão difusa refere-se à reflexão total da luz do dia que é
mais difusa; enquanto a reflexão especular refere-se à reflexão
parcial da luz de tungstênio que é mais dura.
6. C5:H17 (FCM-PB-2015) Você pode construir uma câmara escura
com uma lata de leite em pó ou com uma caixa de sapatos. Faça
Fácil

o furo no fundo da lata ou numa lateral da caixa e coloque o papel


(www2.fc.unesp.br) vegetal no lugar da tampa ou na lateral oposta. Está pronta uma
câmara escura simples, porém, com menos recurso.
A formação dessa imagem invertida se deve ao:
a) princípio da reversibilidade dos raios de luz.
b) fenômeno da refração da luz.
c) fenômeno da reflexão regular da luz.
d) princípio da propagação retilínea da luz.
e) fenômeno da difração da luz.
4. C5:H18 (UEPB) Num dia de sol intenso, com o intuito de diminuir a
intensidade da radiação solar que penetra em sua cozinha, através
Fácil

de uma porta de vidro transparente, a dona de casa decidiu abri-la.


Com base nesta atitude, analise as seguintes proposições:
FÍSICA

I. Ela foi feliz com tal procedimento, porque a intensidade da


radiação solar na cozinha diminuiu, já que os raios solares são
concentrados na cozinha pela porta de vidro.
II. Ela foi feliz com tal procedimento, porque a intensidade da (http://www.if.usp.br/gref/optica/optica1.pdf )
EM23_1_FIS_07

EM23_1_FIS_07

radiação solar diminui devido à convecção solar provocada Podemos compreender como a imagem de um objeto é formada
pela radiação. no papel vegetal colocado no interior de uma câmara escura, ou
428

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mesmo sobre a nossa retina. Cada ponto do objeto luminoso ou
iluminado emite ou reflete a luz em todas as direções e, portanto
também na direção do pequeno orifício. Como pudemos observar
a imagem projetada, nestas condições, aparecerá invertida. Na
segunda figura, a imagem aparece invertida em relação ao objeto.
Esta inversão da imagem é justificada pela(o):
a) reversibilidade da luz.
b) propagação retilínea da luz.
c) reflexão difusa da luz.
d) independência dos raios de luz.
e) lei de Snell – Descartes.
7. C5:H17 (Enem-2019) Quando se considera a extrema velocidade
com que a luz se espalha por todos os lados e que, quando vêm de
Médio

diferentes lugares, mesmo totalmente opostos, os raios luminosos


se atravessam uns aos outros sem se atrapalharem, compreende-se
que, quando vemos um objeto luminoso, isso não poderia ocorrer O esboço que melhor representa o anteparo iluminado pelas três
pelo transporte de uma matéria que venha do objeto até nós, como lâmpadas acesas é
uma flecha ou bala atravessa o ar; pois certamente isso repugna
a)
bastante a essas duas propriedades da luz, principalmente a última.
HUYGENS, C. in: MARTINS, R. A. Tratado sobre a luz, de Cristian
Huygens. Caderno de História e Filosofia da Ciência, supl. 4, 1986.

O texto contesta que concepção acerca do comportamento da luz?


a) O entendimento de que a luz precisa de um meio de propaga-
ção, difundido pelos defensores da existência do éter. b)
b) O modelo ondulatório para a luz, o qual considera a possibi-
lidade de interferência entre feixes luminosos.
c) O modelo corpuscular defendido por Newton, que descreve
a luz como um feixe de partículas.
d) A crenças na velocidade infinita da luz, defendida pela maioria c)
dos filósofos gregos.
e) A ideia defendida pelos gregos de que a luz era produzida
pelos olhos.
8. C5:H18 (IFBA-2018) Um objeto luminoso e linear é colocado a
20 cm do orifício de uma câmara escura, obtendo-se em sua pa-
Médio

rede do fundo, uma figura projetada de 8 cm de comprimento. O d)


objeto é, então, afastado, sendo colocado a 80 cm do orifício da
câmara. O comprimento da nova figura projetada na parede do
fundo da câmara é:
a) 32 cm
b) 16 cm e)
c) 2 cm
d) 4 cm
e) 10 cm
9. C6:H22 (UECE-2019) A energia solar fotovoltaica é uma das fontes
de energia em franca ascensão no Brasil. Dentre os diversos com-
Médio

ponentes de um sistema solar fotovoltaico destaca-se o painel Enem e vestibulares + Desafio


solar. De modo simplificado, esse componente é constituído por
uma camada de vidro para proteção mecânica, seguida de uma 11. C5:H17 (UFG-2014) A técnica de pintura conhecida
camada formada por células solares e uma última camada, na parte como pontilhismo, desenvolvida na França em meados
Difícil

inferior, também para proteção e isolamento. do século XIX, principalmente por George Seraut e Paul
Sendo o vidro um material semitransparente, um raio solar que Signac, utilizou princípios de óptica na realização de
chega ao painel é suas obras. Essa técnica consiste em pintar um grande número de
a) parcialmente refletido e totalmente refratado pelo vidro. pequenos pontos igualmente espaçados de cores primárias, tal
que a ilusão da mistura de cores é produzida somente nos olhos
b) parcialmente refletido e parcialmente refratado pelo vidro.
do observador.
c) totalmente refratado pelo vidro. De acordo com o critério de Rayleigh, dois pontos são distinguidos
d) totalmente refletido pelo vidro. pelo olho humano se estiverem separados por um ângulo dado
10. C5:H17 (Fuvest) Uma determinada montagem óptica é com- pela relação sen     1, 22   / d em que λ é o comprimento de
FÍSICA

posta por um anteparo, uma máscara com furo triangular e onda da luz e d é o diâmetro da pupila.
Médio

três lâmpadas, L1, L2 e L3, conforme a figura a seguir. L1 e L3


são pequenas lâmpadas de lanterna e L2, uma lâmpada com
filamento extenso e linear, mas pequena nas outras dimensões.
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EM23_1_FIS_07

No esquema, apresenta-se a imagem projetada no anteparo


com apenas L1 acesa.
429

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Considerando que, em média, d = 2,0 mm e que para ângulos 13. C5:H18 (UERJ-2016) A altura da imagem de um objeto,
pequenos, vale a relação sen     tg     , a que distância posicionado a uma distância P1 do orifício de uma

Difícil
mínima D, em metros, de uma pintura pontilhista um observador câmara escura, corresponde a 5% da altura desse ob-
deve estar para observar a mistura de pontos, no caso da cor jeto. A altura da imagem desse mesmo objeto, posicio-
verde    500nm, se o espaçamento entre os pontos for de nado a uma distância P2 do orifício da câmara escura, corresponde
x  1, 22mm? a 50% de sua altura.
a) 0,4 Calcule P2 em função de P1.
b) 0,8
c) 2,0
d) 4,0
e) 8,0
12. C5:H17 (Unesp) A figura 1 mostra um quadro de
Georges Seurat, grande expressão do pontilhismo.
14. C5:H17 (UFTM) Uma câmara escura de orifício reproduz
Difícil

uma imagem de 10 cm de altura de uma árvore observa-

Difícil
da. Se reduzirmos em 15 m a distância horizontal da câ-
mara à árvore, essa imagem passa a ter altura de 15 cm.

orifício

objeto

figura 1
(Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte, 1884.)
De forma grosseira podemos dizer que a pintura consiste de uma
enorme quantidade de pontos de cores puras, bem próximos uns imagem
dos outros, tal que a composição adequada dos pontos causa a
sensação de vibração e efeitos de luz e sombra impressionantes.
Alguns pontos individuais podem ser notados se chegarmos pró- a) Qual é a distância horizontal inicial da árvore à câmara?
ximo ao quadro. Isso ocorre porque a resolução angular do olho
humano é θmín ≅ 3,3 × 10-4 rad. A figura 2 indica a configuração
geométrica para que uma pessoa perceba a separação d entre
dois pontos vizinhos à distância L ≅ 30 cm do quadro.

b) Ao se diminuir o comprimento da câmara, porém mantendo


seu orifício à mesma distância da árvore, o que ocorre com a
imagem formada? Justifique.

figura 2
Considerando que para ângulos θ < 0,17 rad é válida a aproxima-
ção tg θ ≅ θ, a distância d aproximada entre esses dois pontos,
representados na figura 2, é, em milímetros, igual a
a) 0,1.
GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
b) 0,2. 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
c) 0,5.
2. Abraooaplicativo e aponte
aplicativo a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
d) 0,7. 3. Oao lado paradeste
gabarito acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido em sua deste
tela.
­módulo.
e) 0,9.

Cartão-resposta O que é luz?

1 A B C D E 4 A B C D E 7 A B C D E 10 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 5 A B C D E 8 A B C D E 11 A B C D E
3 A B C D E 6 A B C D E 9 A B C D E 12 A B C D E
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PONTO DE PARTIDA
08

Kostas Koutsaftikis/Shutterstock
Lua de Sangue e eclipse da Superlua: entenda tudo sobre os fenômenos
A princípio parece muito assustador o nome “lua de sangue” ou “lua sangrenta”, mas o ter-
mo foi dado pelo fato do astro ficar vermelho durante um período específico.
Por ser um dos fenômenos mais raros e, sobretudo, mais belos que pode ser visto a olho
08/44
nu, acaba envolvendo muitos mistérios e causa até mesmo uma certa dramaticidade com seu
aparecimento.
Confira agora e esclareça o que é a lua de sangue, por que ela acontece e até mesmo quando.
O que é a lua de sangue?
Acima de tudo, é preciso explicar que a lua não sangra verdadeiramente, é só um termo apli-
cado a ela por estar vermelha. Na verdade, esse fenômeno acontece quando há um eclipse
durante a Superlua.
Mas, em primeiro lugar, é preciso falar o que seria um eclipse lunar [...].
Contudo, resumidamente, um eclipse lunar é quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham em
uma perfeita harmonia, deixando nosso planeta no centro dos dois. Desse modo, o Sol não con-
segue alcançar a lua com seus raios.
Isso porque a Terra impede que isso aconteça, uma vez que está localizada bem no meio dos
dois. Dessa forma, a sombra do nosso planeta é jogada na lua, que acaba “escurecendo”.
Já a Superlua acontece quando a Lua fica cheia e se aproxima do ponto mais próximo da terra,
que se chama perigeu. Aliás, é exatamente a união dos dois fenômenos que resulta na chama-
da lua de sangue.
Ela, por sua vez, carrega muitas crenças e significados para pessoas diferentes. Dessa forma,
em sua maioria, esses indivíduos acreditam que ela seja o fim do mundo.
Quando é possível ver o fenômeno?
A lua de sangue [...] depende da Superlua junto de um eclipse lunar para acontecer. Ou seja,
[...] é raro de se acontecer.

Onde está a luz?


[...] é preciso que a lua esteja cheia e atinja seu perigeu, popularmente falando, quando ela
atinge o ponto mais próximo do planeta Terra.
[...] esses dois fenômenos astronômicos podem ser vistos de qualquer lugar da Terra, sem usar
aparelhos como o telescópio.

CARVALHO, I. Lua de Sangue e eclipse da Superlua: entenda tudo sobre os fenômenos. Segredos do mundo.
Disponível em: https://segredosdomundo.r7.com/lua-de-sangue/. Acesso em: 22 jul. 2021.

1. Você já viu um eclipse? Como você acha que acontece esse fenômeno e como a Física está presente nele?
Discuta com os colegas sobre os eclipses e descubra quais são as experiências da turma com a observação
desses fenômenos.
2. O texto acima cita que existem diferentes crenças e significados atribuídos aos fenômenos da superlua e da
lua de sangue. Sobre isso, pesquise as diferentes culturas que falam sobre esses dois fenômenos e, em seguida,
identifique se os povos atribuem a ocorrência desses fenômenos a um significado místico ou algum tipo de
conhecimento científico. Em seu caderno, registre seus resultados.
3. Além do fenômeno da lua de sangue, é possível registrar outros fenômenos celestes envolvendo a coloração
e o tamanho da Lua por conta de eclipses. Pesquise alguns desses fenômenos e faça registros em seu caderno
explicando os que achar mais interessantes.
O texto da seção Ponto de partida tem como objetivo apresentar os fenômenos da superlua e da lua de
sangue, a fim de desenvolver as habilidades EM13CNT201, EM13CNT204 e EM13CNT301 da BNCC. Dessa
forma, as perguntas envolvem pesquisas sobre como outras culturas, em diferentes épocas, entendem esses
fenômenos. Além disso, é um momento para os alunos conhecerem outros fenômenos e verem quais
consideram interessantes. Com as respostas deles para as questões da seção, é possível, por meio de
Escola Digital

discussões, levantar as concepções prévias da turma e avaliar a melhor maneira de conduzir o tema do
módulo.

Imagem da superlua no céu


de Atenas, Grécia, em 2018.

FÍS
431

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Sombras e penumbras
As sombras são fenômenos ópticos criados quando um corpo opaco é colocado na presença de uma fonte luminosa,
como quando você anda sob o Sol. Apesar de parecer sempre terem as mesmas características, as sombras podem apre-
sentar diferenças dependendo das dimensões da fonte luminosa.
Como visto anteriormente, de acordo com o princípio da propagação retilínea da luz, quando os raios luminosos estão
em um meio homogêneo, eles se propagam em linha reta. Essa propriedade da luz, quando aplicada para diferentes dimen-
sões da fonte luminosa, pode gerar sombras e penumbras.

Fonte pontual Fonte extensa


Quando um corpo opaco é colocado entre uma fonte de Quando um corpo opaco é colocado entre uma fonte de
luz pontual e um anteparo, esse objeto bloqueia os raios luz extensa e um anteparo, os raios luminosos incidentes pas-
luminosos incidentes, o que projeta uma região de sombra sam rentes às bordas do objeto iluminado e formam a sombra
(também conhecida como umbra) com aspecto uniforme e nítida. Contudo, por conta das dimensões da fonte, também
contornos nítidos. há uma região em volta da sombra nítida, onde alguns raios
de luz conseguem incidir, o que resulta em uma sombra com
pouca nitidez e mais clara, conhecida como penumbra.

grayjay/Shutterstock
grayjay/Shutterstock
Penumbra

Corpo opaco Corpo opaco

Fonte Fonte Cone de penumbra


pontual Cone de Sombra projetada extensa
sombra pela fonte Sombra projetada pela fonte

Região iluminada pela fonte Região iluminada pela fonte

Representação esquemática de uma fonte pontual iluminando um Representação esquemática de uma fonte extensa iluminando um
corpo opaco e formando sombra. corpo opaco e formando sombra e penumbra.

A Lua também tem fases


Você já percebeu que, ao olhar para a Lua, é possível vê-la com diferentes formas com o passar dos dias? Você sabe por
que isso acontece? A resposta tem relação com raios luminosos, sombras, posição dos astros e movimentos da Lua.
A Lua é o único satélite natural que orbita a Terra, e elas estão separadas por uma distância de aproximadamente
385 mil quilômetros. Apesar de o raio da Terra (6 371 km) ser apenas 3,7 vezes maior que o da Lua (1 737,4 km), a Lua é
considerada a quinta maior Lua do Sistema Solar, além de a sua presença ajudar na estabilização do movimento da Terra e
na moderação do clima.
A Lua realiza três tipos de movimento, portanto ela tem diferentes posições em relação à Terra e ao Sol. Esses movimen-
tos são denominados:

● Rotação – quando a Lua gira em torno do próprio eixo.


shooarts/Shutterstock
● Revolução – quando a Lua orbita a Terra.
● Translação – quando a Lua orbita o Sol junto com a
Terra.
Os movimentos de rotação e revolução acontecem de
maneira síncrona, de forma que sempre a mesma super-
fície da Lua fique voltada para a Terra, ou seja, o outro
hemisfério da Lua não é visto do planeta.
Por ser um corpo iluminado pelo Sol, a luz emitida
da Lua é a que ela reflete do Sol. Dessa forma, ao longo
de um mês, dependendo da posição do Sol, da Terra e
da Lua, é comum que esta apresente diferentes formas,
chamadas de fases lunares.
FÍSICA

Apesar de o aspecto da Lua modificar-se diariamen-


te, ela passa por quatro fases principais e quatro fases
secundárias durante os movimentos de rotação e revo-
EM23_1_FIS_08

EM23_1_FIS_08

lução. Essas fases dependem do quão iluminada está a


face voltada para a Terra e são caracterizadas conforme
432

as imagens ao lado.
Representação esquemática das diferentes fases da lua.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 432 31/08/2022 08:38:46


Nova
TT
TTT TT
Nessa fase, a face iluminada da Lua não pode ser vista da Terra pelo fato de
TTTTTTTTTTTT

a Lua estar entre o Sol e a Terra; desse modo a face que é voltada para a Terra
é a não iluminada. Com o passar dos dias, a Lua desloca-se e sua face visível
vai ficando crescentemente mais iluminada no lado Oeste.
TTT T
TT
TT

Imagem da Lua na fase nova.


TT

CCCCCCCCCCCCCCCCC
T T
CC C
TT
TT T CC

Crescente
Nessa fase, a Lua começa a aparecer na nossa visão. Como a parte volta-
da para a Terra ainda está pouco iluminada, seu formato côncavo ainda é
bem fino, o que resulta em uma visão de, aproximadamente, 34% da super-
fície lunar.
Imagem da Lua na fase crescente vista do Hemisfério Sul.
tttttt
ttttt
ttt
tt
t ttt

Quarto crescente
tt
tt

Nessa fase, a Lua está a Leste do Sol e separada da Terra por um ângu-
lo de 90°. Isso resulta somente na visão de um semicírculo da face Oeste da
Lua. Com o passar dos dias, novamente a face da Lua vai ficando crescente-
mente mais iluminada no lado Oeste.
Imagem da Lua na fase quarto crescente vista do Hemisfério Sul.

Valery Brozhinsky/Shutterstock
Crescente gibosa

CC C
Nessa fase, a Lua e o Sol estão quase em sentidos opostos em re-

CCCCCCCCCCCCCCCCC
lação à Terra. Como é uma fase de transição entre as fases quarto
crescente e cheia, praticamente toda a superfície voltada para a Terra
está iluminada.

CC
Imagem da Lua na fase crescente gibosa vista do Hemisfério Sul.
CC CCCC
CCC
CC

Cheia
CCC
C
CC
CCC
CC

Nessa fase, o Sol e a Lua estão em sentidos opostos à Terra, separados por
um ângulo de 180°, o que resulta na face da Lua completamente iluminada.
Com o passar dos dias, a face iluminada fica cada vez menor à medida que a
Lua se move para Oeste do Sol e perde luminosidade na face Oeste.

Imagem da Lua na fase cheia vista do Hemisfério Sul. CCCCCCCCCCCCCCCCC


CC C CC

Minguante gibosa
Nessa fase, a Lua está em um processo de transição no qual, devido ao seu
movimento, tem sua face voltada para a Terra gradualmente menos ilumina-
da pelo Sol.
Imagem da Lua na fase minguante gibosa vista do Hemisfério Sul.
tttttttttttttt
tttt ttt
ttt

Quarto minguante
Nessa fase, a Lua está a Oeste do Sol a um ângulo de 90° da Terra. Isso resul-
ta somente na visão do semicírculo Leste da Lua. Com o passar dos dias, a Lua
continua se movimentando e perde gradativamente a luminosidade do Sol.
Imagem da Lua na fase quarto minguante vista do Hemisfério Sul.
CCCCCCCCCCCCCCCCC
CC C CC
FÍSICA

Minguante
Nessa fase, a Lua apresenta um pequeno formato côncavo para sua parte
EM23_1_FIS_08

EM23_1_FIS_08

iluminada. Devido ao movimento constante da Lua, ela perde gradativa-


mente a luminosidade, até novamente estar na fase nova.
433

Imagem da Lua na fase minguante vista do Hemisfério Sul.

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Eclipses
A luz do sol ilumina os planetas e outros astros do Sistema Solar, o que provoca a formação de sombras desses objetos
celestes. Essas sombras são responsáveis por um fenômeno que pode ser visto aqui da Terra e que chama muito a atenção:
o eclipse.
Existem dois tipos de eclipse que podem ser vistos da Terra, o solar e o lunar. Ambos ocorrem devido à formação de
sombras e penumbras e dependem do alinhamento entre a Terra, o Sol e a Lua.
TTTT

Eclipse lunar
TT
TT
TT
T

TT
TT
Para entender a formação dos eclipses lunares, primeiro é preciso compreender como fun-

T TT
TTT
ciona a interação entre a Terra, o Sol e a Lua.

TTTT
A Terra realiza um movimento de translação ao redor do Sol, e a Lua, por sua vez, possui um
movimento de translação ao redor da Terra. Entretanto, essas órbitas não acontecem no mes-
mo plano. A órbita lunar ao redor da Terra possui uma inclinação de aproximadamente 5° em
relação à órbita de translação terrestre ao redor do Sol.
Os eclipses lunares ocorrem, então, quando a Lua se encontra em regiões em que a Terra
consegue bloquear a luz solar que deveria incidir na Lua e projeta sua sombra sobre esta. Foto de um eclipse total
com lua de sangue que
Quando a Lua passa somente pela penumbra terrestre, o eclipse é chamado de penumbral e ocorreu em 2018, sendo
resulta em uma variação do brilho da Lua, que dificilmente é notada a olho nu. Se parte da Lua considerado o eclipse mais
está na penumbra, mas também na umbra, diz-se que o eclipse é parcial. Contudo, se a Lua está longo do século.
totalmente imersa na umbra terrestre, o eclipse é denominado total.

FORMAÇÃO DO ECLIPSE L NAR


Umbra
As pessoas que observam o
eclipse na região de umbra,
observam o eclipse total da Lua.

Penumbra
As pessoas que observam o
eclipse na região de penumbra,
observam o eclipse parcial da Lua.
A Lua está na umbra
da Terra, região de
eclipses totais e da lua
de sangue.

A Lua começa a
sair da umbra da A Lua começa
Terra, até que fique a entrar na
totalmente fora da penumbra da Terra
penumbra. e fica parcialmente
encoberta.
FÍSICA

EM23_1_FIS_08

EM23_1_FIS_08
434

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 434 31/08/2022 08:39:04


Eclipse solar
Quando a Lua se encontra entre o Sol e a Terra, ocorrem os chamados eclipses solares, em que a umbra e a penumbra da
Lua são projetadas sobre a Terra. Nesse caso, um observador que estiver nessas regiões verá a Lua como um objeto opaco
que bloqueia toda ou parte da luz solar. Ao todo, existem três tipos de eclipses solares: parcial, total e anular.

Parcial
O eclipse solar parcial ocorre quando a Lua encobre parcialmente a luz do sol. É o tipo de eclipse solar mais comum, pois
é um evento visível nas regiões em que a penumbra da Lua está incidindo na Terra e não é necessário o alinhamento total
entre o Sol, a Lua e a Terra.

Total
O eclipse solar total ocorre quando a Lua encobre totalmente a luz do sol e nenhuma parte do corpo solar é visível. Esse
tipo de fenômeno é considerado raro e só é visível nas regiões em que a umbra da Lua é projetada na superfície terrestre.
Esse tipo de eclipse é muito importante para os astrônomos, pois, como a luz solar não incide na Terra, torna possível en-
xergar e estudar a região externa do Sol, conhecida como coroa solar.

Anular
Apesar de muito parecido com o eclipse solar total, o eclipse solar anular é o mais raro de todos os tipos de eclipse solar,
pois depende do alinhamento dos astros e da proximidade da Lua em relação à Terra. O eclipse anular ocorre, então, quan-
do o centro da Lua passa em frente ao centro do Sol, enquanto a Lua se encontra no ponto mais distante da Terra. Quando
isso ocorre, o diâmetro aparente da Lua, visto da Terra, é ligeiramente menor que o diâmetro aparente do Sol e parte do
corpo solar é vista em forma de um disco entorno da Lua.

SAE DIGITAL S/A


FORMAÇÃO DO ECLIPSE S LAR

Umbra Penumbra
Se você se Se você se
encontra encontra na
na região região de
de umbra, penumbra,
poderá ver poderá ver
um eclipse um eclipse
total ou parcial.
anular.
FÍSICA

Quando a A Lua cobre A Lua cobre todo A Lua começa A Lua termina a
EM23_1_FIS_08

EM23_1_FIS_08

borda da Lua metade do Sol o Sol e forma um a se afastar e ocultação do Sol.


começa a cobrir em um eclipse eclipse total ou mostra parte
o Sol. parcial. anular. do corpo solar.
435

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 435 31/08/2022 08:39:14


HABILIDADES NA PRÁTICA
Se necessário, auxilie os alunos
na montagem dos sistemas, Até o momento, foi vista a parte esquemática de como ocorrem, dependendo da posição dos astros,
considerando o eixo de os diferentes eclipses lunar e solar. Agora, observe a relação Sol-Terra-Lua na prática por meio de
inclinação da Terra, as um experimento.
distâncias entre os astros e o
Materiais:
sentido dos movimentos da
Terra e da Lua. ● Sala escurecida
● Mesa
● Lanterna
● 1 bola de isopor pequena
● 1 bola de isopor com, no mínimo, o dobro do diâmetro da bola anterior
● 1 metro de arame
● 1 alicate
● 1 alfinete
Passo a passo do experimento:
I. Monte o sistema Sol-Terra-Lua necessário para demonstrar: 1) a ocorrência do eclipse solar; 2) a não
ocorrência do eclipse solar; 3) a ocorrência do eclipse lunar; e 4) a não ocorrência do eclipse lunar.
II. Repita o sistema que representa o eclipse solar, mas não acenda a fonte luminosa inicialmente. Em
seguida, insira o alfinete em uma posição qualquer da esfera que representa a Terra, a fim de definir
a posição de um observador de um eclipse lunar. Ligue a fonte luminosa e observe se o eclipse é
visível na posição escolhida para o observador. Repita esse passo alterando as posições do alfinete.
Questões para responder:
1. Por que é importante considerar os diâmetros diferentes das esferas no momento do experimento?

2. Quais as condições necessárias para que um observador na Terra consiga observar um eclipse lunar?
FÍSICA

EM23_1_FIS_08

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436

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A observação dos eclipses Observação dos
eclipses solares
O eclipse lunar pode ser observado a olho nu, ou para ver mais detalhes, com instru- O que não utilizar
mentos ópticos como um binóculo ou telescópio. Há, ainda, sites de observatórios astro- • Óculos escuros
nômicos e de divulgação científica que costumam fazer transmissões ao vivo de eclipses • Exames de raio X
e eventos astronômicos para pessoas que não podem estar presentes nos locais em que
• Vidros escuros
esses fenômenos ocorrem. Já para observar o eclipse solar é preciso tomar mais cuidados,
• Câmeras
pois olhar diretamente para o Sol pode causar danos irreversíveis à visão. Então, o que
• Instrumentos de
pode ou não ser utilizando para observar os eclipses solares? observação sem filtro
No box Info +, ao lado, você pode encontrar quais materiais são recomendados utilizar O que utilizar
ou não na observação de um eclipse solar. Contudo, independentemente do método que • Filtros especiais para
você escolher para observar o eclipse, com certeza vai ser uma experiência inesquecível. óculos
• Filtros especiais para
instrumentos de
observação
• Filtros presentes nas
máscaras de soldadores
• Projeção da imagem do
Sol em um anteparo
• Sites com transmissão
ao vivo

mrotchka/Shutterstock
LINHA DE CHEGADA

Raymond Cassel/Shutterstock
Predições de ocultações estelares ao alcance de todos
A ocultação estelar ocorre, como sugere o nome, quando um corpo interpõe-se entre o observador e uma
estrela, bloqueando total ou parcialmente a luz observada. Trata-se de uma poderosa ferramenta para estudo de
pequenos corpos, pois permite que tamanho e forma dos objetos sejam conhecidos com precisão de até poucos
quilômetros. A técnica também permite a detecção e estudo de atmosferas bastante tênues, investigação das
vizinhanças imediatas do corpo e até mesmo de aspectos gerais da topografia. Qual a relevância das predições
em tudo isto? São elas que dizem quando e onde, sobre a Terra, um tal evento poderá ser observado.
Em 2013, pesquisadores do LIneA participaram de uma importante descoberta por meio de uma ocultação
estelar visível a partir da América do Sul. Através dela, foi detectado um sistema de anéis ao redor de Chariklo – um
Centauro com diâmetro aproximado de 250 km que orbita entre Saturno e Urano. Antes, sistemas de anéis eram
conhecidos apenas nos planetas gigantes – Júpiter, Saturno, Urano, Netuno.
PREDIÇÕES de ocultações estelares ao alcance de todos. LineA, 26 jul. 2017. Disponível em: https://www.linea.gov.
br/2017/07/predicoes-de-ocultacoes-estelares-ao-alcance-de-todos/. Acesso em: 23 jul. 2021.

Com base em seus conhecimentos e nas informações apresentadas no texto acima, responda às questões a seguir.
1. Faça uma pesquisa de corpos celestes famosos descobertos pela Física e pela Astronomia por meio do método
de observação de eclipses ou ocultação estelar. Registre suas descobertas.
Utilize esta seção para retomar com os alunos os conceitos que explicam o sistema e o
funcionamento dos tipos de eclipses. Além disso, reforce a ocultação de corpos celestes e as áreas
de atuação que a ciência e a engenharia têm explorado com o conhecimento dos eclipses.

2. Com base no que foi abordado neste módulo, você acredita que eclipses
FÍSICA

poderiam ser vistos a partir de outros planetas? Por quê?


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Representação do centauro
437

Chariklo e seus anéis.

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Saberes em ação 3. Os eclipses solares podem ser de três tipos: parciais, totais ou
anulares. Esse último ocorre quando a Lua é visível com tamanho
1. Marta comprou uma bela casa com a frente voltada para o Norte, angular um pouco menor que o Sol, de forma que cubra o disco
para garantir que a residência fique sempre bem iluminada e solar deixando apenas um fino anel visível ao seu redor. Explique
aquecida pela luz solar. Na frente da residência, há um jardim, com por que ocorre essa variação do tamanho angular da Lua.
uma muda de árvore de 80 cm de altura plantada a 3 m da casa.
Marta gostaria que a sombra da árvore cobrisse todo o jardim,
porém sem encobrir a parede da casa. Para certificar-se disso,
ela pesquisou e descobriu que a árvore pode crescer até 2,5 m
de altura. Observando a posição da sombra, ela percebe que, na
posição atual da árvore, a sombra chega a 1,9 m de distância da
parede da casa.
divanov/Shutterstock

4. Leia o trecho da reportagem a seguir e responda às questões.


Eclipse lunar e superlua: onde será visível
o fenômeno de 26 de maio?

Exemplo de casa em que a sombra da árvore do jardim cobre a parede Ronald Nieves/Shutterstock
da casa.

Com base nessas informações, calcule o tamanho da sombra da


árvore quando a planta atingir a altura máxima esperada e indique
se Marta deve ou não alterar a posição da árvore no seu jardim.

Nesta quarta-feira (26/05), ocorrerá o primeiro eclipse lunar de


2021, que também será uma superlua e poderá ser visto da maior
parte da América do Sul. A madrugada desta quarta-feira, 26 de
maio, será especial. Vai ocorrer o primeiro eclipse lunar de 2021,
que também será uma superlua e uma “lua de sangue”. No Brasil,
o eclipse total da Lua não poderá ser visto, mas na maior parte do
território será possível observar um eclipse parcial ou penumbral.
2. As fases da lua acontecem porque nem sempre é possível observar Já a “lua de sangue” poderá ser vista em qualquer lugar.
toda a sua face iluminada diretamente pelo Sol. São quatro fases ECLIPSE lunar e superlua: onde será visível o fenômeno de 26 de
principais: lua cheia, quando é possível ver totalmente a face maio? Tilt UOL, 25 maio 2021. Disponível em: https://www.uol.com.
iluminada; lua nova, quando não se vê nada da face iluminada; br/tilt/noticias/bbc/2021/05/25/eclipse-lunar-e-superlua-onde-sera-
lua crescente e lua minguante, intermediárias entre a lua cheia visivel-o-fenomeno-de-26-de-maio.htm. Acesso em: 18 ago. 2021.
e a lua nova.
a) O fenômeno da superlua só ocorre junto com um eclipse lu-
Ian Doktor/Shutterstock

nar? Justifique explicando qual é a condição para que ocorra


uma superlua.

Com base nessas informações e no seu conhecimento sobre os b) Qual a relação do fenômeno da lua de sangue com o eclipse
eclipses, indique em qual fase da lua é possível ter um eclipse lunar?
solar total? Por quê?

c) Você já observou um eclipse lunar? Se sim, relate para os cole-


FÍSICA

gas quando foi e o que mais chamou a sua atenção.


EM23_1_FIS_08

EM23_1_FIS_08
438

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Enem e vestibulares Admitindo que o centro de todos os elementos da figura, exceto as
finas colunas que suportam o telhado do carrinho, estão no mesmo
1. C6:H20 (Enem) plano vertical, considerando apenas as luzes emitidas diretamente
do poste e do lampião e, tratando-os como os extremos de uma
Fácil

única fonte extensa de luz, a base do poste, a lixeira e o banquinho,


nessa ordem, estariam inseridos em regiões classificáveis como
a) luz, sombra e sombra.
b) luz, penumbra e sombra.
c) luz, penumbra e penumbra.
d) penumbra, sombra e sombra.
Ciência Hoje. v.5, nº 27, dez. 1986. Encarte.
e) penumbra, penumbra e penumbra.
Os quadrinhos mostram, por meio da projeção da sombra da 4. C6:H20 (UFRGS-2018) Considere as afirmações abaixo, sobre o
árvore e do menino, a sequência de períodos do dia: matutino, sistema Terra-Lua.

Fácil
meio-dia e vespertino, que é determinada I. Para acontecer um eclipse lunar, a Lua deve estar na fase Cheia.
a) pela posição vertical da árvore e do menino.
II. Quando acontece um eclipse solar, a Terra está entre o Sol
b) pela posição do menino em relação à árvore. e a Lua.
c) pelo movimento aparente do Sol em torno da Terra. III. Da Terra, vê-se sempre a mesma face da Lua, porque a Lua
d) pelo fuso horário específico de cada ponto da superfície da gira em torno do próprio eixo no mesmo tempo em que gira
Terra. em torno da Terra.
e) pela estação do ano, sendo que no inverno os dias são mais Quais estão corretas?
curtos que no verão. a) Apenas I.
2. C5:H7 (EEAR-2016) Um aluno da Escola de Especialistas de b) Apenas II.
Aeronáutica que participaria de uma instrução de rapel ficou c) Apenas I e III.
Fácil

impressionado com a altura da torre para treinamento. Para tentar


d) Apenas II e III.
estimar a altura da torre, fincou uma haste perpendicular ao solo,
deixando-a com 1 m de altura. Observou que a sombra da haste e) I, II e III.
tinha 2 m e a sombra da torre tinha 30 m. 5. C6:H20 (Fatec-2020) Em 2019 comemora-se, em todo o mundo,
o centenário das observações astronômicas realizadas na cidade
Fácil

de Sobral (CE), durante o eclipse solar de 29 de maio de 1919. As


medidas da deflexão da luz decorrentes das estrelas na borda do
Sol constituíram uma prova fundamental para a confirmação da
Teoria da Relatividade Geral do físico Albert Einstein.
<http://tinyurl.com/y2rn2ptp>. Acesso em: 10.10.2019. Adaptado.

Sobre o eclipse referido, é correto afirmar que


a) as regiões de eclipse solar total comprovam a Terra ser plana
Desta forma, estimou que a altura da torre, em metros, seria de: e as de eclipse solar parcial a Lua ser esférica.
a) 10 b) as regiões de eclipse solar total equivalem às penumbras e as
b) 15 de eclipse solar parcial, às sombras.
c) 20 c) a Terra se coloca entre o Sol e a Lua, projetando, assim, a
d) 25 sombra da Terra na Lua.
d) o Sol se coloca entre a Terra e a Lua, projetando, assim, a
3. C5:H7 (FGV) O vendedor de churros havia escolhido um local muito
sombra do Sol na Terra.
próximo a um poste de iluminação. Pendurado no interior do car-
Fácil

rinho, um lampião aceso melhorava as condições de iluminação. e) a Lua se coloca entre o Sol e a Terra, projetando, assim, a
sombra da Lua na Terra.
6. C6:H20 (FGV-2021) A imagem mostra duas fotografias da Lua,
obtidas em uma mesma localidade.
Fácil

(www.zenite.nu)

O intervalo de tempo mínimo entre os instantes em que as fotos


foram obtidas é de, aproximadamente,
FÍSICA

a) 6 horas.
b) 12 horas.
c) 7 dias.
EM23_1_FIS_08

EM23_1_FIS_08

d) 14 dias.
e) 1 mês.
439

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7. C6:H20 (UFU-2018) Eclipses são fenômenos naturais, nos quais 12. C6:H20 (Unioeste-2019) No dia 27 de julho deste ano de 2018,
um corpo extenso como a Lua ou a Terra bloqueia a passagem aconteceu um fenômeno celeste denominado de “Lua de Sangue”.

Médio
Fácil

dos raios solares quando Sol, Terra e Lua se encontram alinhados Considerado o eclipse lunar com maior duração já ocorrido no sé-
espacialmente. No exato momento de um eclipse total da Lua, uma culo 21, o fenômeno acontece devido à luz do Sol, que é refratada
pessoa que estivesse em nosso satélite natural, justamente na face pela atmosfera da Terra e chega à superfície da Lua no espectro
voltada para nosso planeta, presenciaria de lá, o que, na Terra, seria do vermelho (REVISTA GALILEU, 2018). Sobre o fenômeno dos
a) um eclipse total do Sol. eclipses, a propagação da luz e as cores dos objetos, assinale a
alternativa CORRETA.
b) Um eclipse parcial da Lua.
(Fonte: REVISTA GALILEU, Lua de Sangue: por que o eclipse será o mais
c) Um eclipse parcial do Sol. longo do século? Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/
Ciencia/noticia/2018/07/lua-de-sangue-por-que-o-eclipse-sera-o-
d) Uma visão do Sol sem eclipse. mais-longo-doseculo.html. Acesso em: 20 de agosto de 2018.)
8. C6:H20 (UEMA-2016) Os eclipses solar e lunar são fenômenos as-
tronômicos que ocorrem sob determinadas condições naturais. A a) O eclipse lunar ocorre quando a Lua se encontra entre o Sol
Fácil

época de ocorrência, a duração e as circunstâncias desses eclipses e a Terra, em perfeito alinhamento, projetando sua sombra
dependem da geometria variável do sistema Terra-Lua-Sol. sobre a superfície do planeta.
As fases da Lua em que ocorrem os eclipses solar e lunar, b) Eclipses são fenômenos que acontecem como consequência
respectivamente, são imediata do princípio de propagação retilínea da luz.
a) nova e cheia. c) O fenômeno da interferência explica a decomposição da luz
b) minguante e nova. branca nas diversas cores que formam o espectro da luz visível
quando essa atravessa a atmosfera terrestre.
c) minguante e crescente.
d) Dentre as cores visíveis, a vermelha é a que possui maior
d) cheia e crescente. energia, por isso ela consegue atravessar a atmosfera terrestre
e) nova e minguante. e atingir a superfície da Lua durante o eclipse.
9. C5:H7 (UEMA-2015) O edifício Monumental, localizado em um e) No fenômeno da “Lua de Sangue”, a Lua absorve apenas a
shopping de São Luís-MA, iluminado pelos raios solares, projeta frequência do vermelho e reflete as demais frequências da
Médio

uma sombra de comprimento L = 80 m. Simultaneamente, um luz solar.


homem de 1,80 m de altura, que está próximo ao edifício, projeta 13. C6:H20 (CFTMG-2018) No dia 21 de agosto de 2017, o eclipse total
uma sombra de l = 3,20 m. do Sol pôde ser visto nos Estados Unidos, e o melhor lugar para
Médio

O valor correspondente, em metros, à altura do prédio é igual a avistá-lo foi em Carbondale, pois ali o Sol foi coberto pela Lua
a) 50,00 durante mais tempo.
b) 47,50 Considerando-se esse fato, a fase anterior da Lua em relação à do
dia que ocorreu o eclipse nessa região era
c) 45,00
a) Minguante.
d) 42,50
b) Crescente.
e) 40,00
c) Cheia.
10. C6:H20 (ETEC-2020) SOHO, abreviação de Solar & Heliospheric
Observatory, é uma sonda que orbita o Sol e coleta informações d) Nova.
Médio

de nossa estrela utilizando vários instrumentos. Um deles regis-


tra o comportamento da coroa solar e, para isso, conta com um Enem e vestibulares + Desafio
pequeno disco opaco que fica estrategicamente posicionado à
frente da câmera, ocultando a visão do disco solar. 14. C5:H7 (CPS-2017) Produzir sombras na parede é uma
Esse instrumento simula o que acontece quando, devidamente brincadeira simples. Para brincar, basta que você pro-
Difícil

protegidos, estamos observando, daqui da Terra, o Sol no mo- videncie uma vela e um ambiente escuro.
mento em que ocorre um eclipse Em certa noite, quando a luz havia acabado, Fernando
a) lunar total, com a Lua se interpondo entre a Terra e o Sol. e seu irmãozinho, aproveitaram a luz de uma vela acesa deixada
sobre a mesa para brincarem com sombras. Posicionou, cuidado-
b) lunar parcial, com a Terra se interpondo entre a Lua e o Sol.
samente, sua mão espalmada entre a chama e a parede, de forma
c) solar total, com a Lua se interpondo entre a Terra e o Sol. que a palma da mão estivesse paralela à parede. A ação assustou
d) solar total, com a Terra se interpondo entre a Lua e o Sol. seu irmãozinho, uma vez que a sombra projetada na parede tinha
e) solar parcial, com a Lua se interpondo entre a Terra e o Sol. cinco vezes a largura da mão espalmada de Fernando.
Sabendo que a distância da mão de Fernando até a chama da vela
11. C6:H20 (IFSP-2017) Durante algum tempo, acreditou-se que o era de 0,5 m e que a largura de sua mão quando espalmada é de
eclipse solar representava a ira dos deuses sobre a humanidade. 20 cm a distância entre a parede e a chama da vela (considerada
Médio

Hoje, sabe-se que este eclipse é um fenômeno natural no qual puntiforme), era de
a Lua encobre alguns raios provenientes do Sol, causando uma
sombra sobre alguns pontos da Terra. Sobre o eclipse solar e a a) 0,5 m.
propagação da luz, analise as assertivas abaixo. b) 1,0 m.
I. A Lua precisa estar na fase cheia para absorver alguns raios c) 2,0 m.
vindos do Sol e causar o eclipse na Terra. d) 2,5 m.
II. A posição dos astros no eclipse solar é: Sol – Lua – Terra. e) 5,0 m.
III. O princípio da propagação retilínea da luz explica o fenômeno 15. C6:H20 (Enem-2019) A figura mostra, de forma esque-
de sombra feito pela Lua sobre a Terra.
FÍSICA

mática, uma representação comum em diversos livros


Difícil

IV. O eclipse solar demonstra a face circular da Terra sobre a Lua. e textos sobre eclipses. Apenas analisando essa figura,
É correto o que se afirma em um estudante pode concluir que os eclipses podem
a) I e II, apenas. d) I, apenas. ocorrer duas vezes a cada volta completa da Lua em torno da Terra.
EM23_1_FIS_08

EM23_1_FIS_08

Apesar de a figura levar a essa percepção, algumas informações


b) II e III, apenas. e) III, apenas. adicionais são necessárias para se concluir que nem o eclipse solar,
c) III e IV, apenas. nem o lunar ocorrem com tal periodicidade.
440

EM23_1_FIS_08.indd 440 01/09/2022 15:50:14


LUA As figuras a seguir mostram como um observador, da Terra, pode
ver a Lua. Numa noite de Lua Cheia, ele vê como na figura I.

Raios solares
(Sol distante) TERRA

Assinale a alternativa em que haja correta correspondência entre


a posição da Lua, a figura observada e o tipo de eclipse.
Lua na posição Figura observada Tipo de eclipse
A periodicidade dos eclipses ser diferente da possível percepção a) 1 III Solar parcial
do estudante ocorre em razão de
b) 2 II Lunar parcial
a) eclipses noturnos serem imperceptíveis da Terra.
b) planos das órbitas da Terra e da Lua serem diferentes. c) 3 I Solar total

c) distância entre a Terra e a Lua variar ao longo da órbita. d) 4 IV Lunar total

d) eclipses serem visíveis apenas em parte da superfície da Terra. e) 3 V Lunar parcial


e) o Sol ser uma fonte de luz extensa comparado ao tamanho
da Lua.
16. C6:H20 (IFSP) Mecanismos do Eclipse
A condição para que ocorra um Eclipse é que haja um
Difícil

alinhamento total ou parcial entre Sol, Terra e Lua. A


inclinação da órbita da Lua com relação ao equador da
Terra provoca o fenômeno da Lua nascer em pontos diferentes
no horizonte a cada dia.
Se não houvesse essa inclinação, todos os meses teríamos um
Eclipse da Lua (na Lua Cheia) e um Eclipse do Sol (na Lua Nova).

(www.seara.ufc.br/astronomia/fenomenos/
eclipses.htm. Acesso em: 03.10.2012.)

Abaixo vemos a Lua representada, na figura, nas posições 1, 2, 3 e


4, correspondentes a instantes diferentes de um eclipse. 

GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
2. Abraooaplicativo e aponte
aplicativo a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oao lado paradeste
gabarito
­módulo.
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.

Cartão-resposta Onde está a luz?


FÍSICA

1 A B C D E 5 A B C D E 9 A B C D E 13 A B C D E
2 A B C D E 6 A B C D E 10 A B C D E 14 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 11 A B C D E 15 A B C D E
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EM23_1_FIS_08

4 A B C D E 8 A B C D E 12 A B C D E 16 A B C D E
441

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09 PONTO DE PARTIDA

Viagem sensorial

09/44 [...] Como a sinestesia acontece?


Para a maioria das pessoas, os estímulos externos recebidos no cérebro são processados para-
lelamente e em uma rota específica. Ou seja, nenhum cruza com o outro, e eles são interpretados
separadamente. Porém, no cérebro de um sinesteta, as trilhas se cruzam, criando uma verda-
deira salada sensorial entre visão, audição, paladar, tato e olfato. Isso faz com que uma pessoa
possa sentir gosto em sons ou enxergar cores em palavras, entre tantas outras misturas possí-
veis para cada indivíduo sinesteta.
O texto trabalhado na [...] Sinestesia em suas diferentes formas
seção tem como objetivo
Luiza Dias, por exemplo, conta que para ela números têm cores e que os sons apresentam
fazer com que os alunos
conheçam situações uma sinfonia sensorial ainda maior: além de coloridos, podem ter gostos, texturas, cheiros e
diferentes em que as cores temperaturas. “Tem músicas que em uma parte vem um gosto tão doce, como marshmallow, e
possam estar aplicadas, a na parte seguinte já surge um sabor metálico... É uma aventura nova a cada som”, revela.
fim de desenvolver as
habilidades EM13CNT101 e Já para Hugo Ramos o espetáculo está no som das palavras: Carol é uma mistura de azul e
EM13CNT301. O assunto vermelho com um fundo verde. Catarina é azul e branco, Janaína é verde e seu nome, Hugo, é
possibilita, por meio de
discussões, levantar os
preto. Foi perguntando “qual a cor do seu nome?” para seus amigos na faculdade que ele des-
conhecimentos prévios dos cobriu que nem todas as pessoas pensavam e sentiam o mundo como ele. E apenas anos depois
alunos sobre as cores, além descobriu que isso tinha um nome e que não era o único com essa raridade sensorial.
de explorar como as cores
podem estar relacionadas Até então, Hugo achava que todos sabiam a cor de seus nomes, assim como sabem quantas
com condições do corpo letras eles possuem. Esse pensamento se dava por conta da naturalidade com que a sinestesia
humano. Uma ocorre no cotidiano dos sinestetas.
possibilidade é
desenvolver o tema com o [...] A ciência ainda não desvendou todos os segredos da sinestesia. Sabe-se que é uma con-
professor de Biologia, que dição congênita, que se manifesta desde o nascimento e possui relação com a genética. Porém,
provavelmente pode
aprofundar o
os genes específicos e a forma como eles atuam no indivíduo para “ativar” a situação são fato-
funcionamento do cérebro res desconhecidos.
no caso de sinestesia.
CALAIS, B.; DEL CARMEN, G. Viagem sensorial. UOL, 21 maio 2020. Viva Bem. Disponível em:
https://www.uol.com.br/vivabem/reportagens-especiais/viagem-sensorial/#cover. Acesso em: 20 jul. 2021.

Sobre o tema sinestesia e sua relação com as cores, responda às questões a seguir, registre suas respostas e, em
seguida, discuta-as com os outros alunos:
Qual é a cor?

1. Como você define o conceito de cores?

2. Um dos tipos de sinestesia é a cromestesia, que faz a pessoa “escutar” cores ao ouvir músicas ou sons. Se a condição
de cromestesia está associada à mistura dos sentidos, como você acha que nesses casos a cor está relacionada aos
sentidos do corpo humano?

sssssssss
ss
s
ss
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s
s
ss
sss

ss
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s
s

3. Em entrevistas e estudos com pessoas com sinestesia, os sinestetas disse-


Escola Digital

ram que têm uma conexão emocional com suas experiências sinestésicas
e, geralmente, gostam delas. Agora, imagine que você é sinesteta, quais
aspectos você consideraria bons e ruins?
EM23_1_FIS_09

FÍS
442

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Dispersão da luz
Em 1672, o físico e matemático Isaac Newton (1642-1727), após várias observações,
apresentou suas teorias sobre o fenômeno da dispersão da luz. De acordo com Newton,
a luz é uma mistura heterogênea de várias cores. Mas como o cientista chegou a essa
conclusão? Após muita pesquisa, tentativas e erros em seus experimentos.
Em sua publicação sobre a dispersão da luz, Newton conta que, em 1666, ele se de-
dicava a polir vidros ópticos, até que obteve um prisma de vidro com formato triangular
para tentar observar a luz nesse objeto. Para isso, escureceu seu quarto e fez um pequeno
buraco na janela, deixando entrar a luz branca do Sol no formato de um pequeno feixe
luminoso, para que incidisse sobre um anteparo na parede oposta.

SAE DIGITAL S/A


Representação esquemática de Newton realizando a dispersão de cores.

Com base nessa configuração, Newton conseguiu observar na parede um conjun-


to de diferentes cores com uma forma geométrica com o comprimento maior que a
largura. A esse conjunto ele deu o nome de espectro. Nesse momento, a ideia que lhe
ocorreu foi que o prisma poderia produzir cores, isto é, a cor branca poderia ser trans-
formada em diferentes cores por meio do prisma, e não separadas.
Curioso com o espectro que apresentava um comprimento cinco vezes maior que a lar-
gura, Newton realizou mais testes e utilizou pedaços de vidros com diferentes espessuras,
além da situação em que colocou o prisma na parte externa do quarto, para que a luz atra-
vessasse o vidro antes de incidir no buraco da janela. Contudo, nenhuma dessas mudanças
influenciou no formato do espectro de cores, que continuou igual à primeira situação.
Com base nos últimos resultados, o foco do experimento foi uma possível irregulari-
FÍSICA

dade no vidro. Para isso, foi colocado junto ao primeiro prisma outro de formato seme-
lhante, de modo que a luz atravessaria os dois antes de incidir sobre o anteparo. Com
isso, Newton pensou que os efeitos esperados do primeiro prisma seriam “destruídos”
pelo segundo prisma, enquanto os efeitos não esperados seriam ainda mais visíveis. Mais
EM23_1_FIS_09

uma vez não houve evidências de efeitos não esperados, o que mostrou que não havia
irregularidade no prisma.
443

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A próxima tentativa de Newton foi examinar as cores utilizando os feixes luminosos do Sol
quando ele estivesse em diferentes posições e alterando os lados do prisma. Nenhuma das ten-
tativas surtiu efeito diferente dos resultados já observados anteriormente.
Por fim, após muitas outras tentativas e alguns anos de pesquisa, o cientista compreendeu que
a luz branca pode ser dispersada e apresentar as diferentes cores pelas quais é formada.

GlobalMediaArt/Shutterstock
Maior comprimento de onda
Menor frequência
Menor energia

Vermelho
Laranja
Amarelo
Verde
Azul
Cia
Luz Vio no
let
a
branca

Maior frequência
Maior energia
Vista frontal do prisma Menor comprimento de onda
Representação da dispersão da luz branca nas sete cores de seu espectro.

Essa descoberta de Newton revolucionou o entendimento sobre as cores. Ainda, as considera-


ções dele sobre o tema são a base dos estudos físicos das cores.

Como ocorre o arco-íris?


O arco-íris é um exemplo de dispersão da luz que ocorre naturalmente. Para que aconteça
esse fenômeno, é necessário que a luz do sol incida sobre gotículas de água na atmosfera, o que
normalmente ocorre durante uma chuva fraca.
Quando o raio incide na borda da gotícula, a luz branca do sol é dispersada dentro dessa gota,
assim como acontece no prisma. O feixe de cores, então, reflete na superfície interna e oposta da
gota e sofre um novo processo de dispersão na saída. Com as condições adequadas, a dispersão
da luz ocorre em muitas gotículas, de modo que o observador vê um arco formado por todas as
cores que compõem a luz do sol.

Por que o céu muda de cor?


Você já reparou que em alguns dias o céu parece estar avermelhado durante o nascer do sol,
azul durante o meio do dia e novamente avermelhado ao pôr do sol? Isso ocorre devido à disper-
são da luz do sol quando atravessa a atmosfera e encontra as diversas moléculas de nitrogênio,
oxigênio e de outros gases que compõem o ar. Mas por que exatamente o azulado e o avermelha-
do para o céu?
A cor do céu está relacionada com a frequência da luz que é reemitida pelas partículas que
compõem a atmosfera, em um fenômeno chamado de espalhamento seletivo. As partículas de oxi-
gênio e nitrogênio são mais eficientes em espalhar frequências referentes às cores violeta e azul.
Sendo os olhos menos sensíveis à cor violeta, vê-se principalmente o espelhamento da luz azul.
Já durante o amanhecer e o entardecer, devido à posição do Sol em re-
Designua/Shutterstock

lação à Terra, a luz precisa percorrer uma maior distância e atravessar mais
Ent atmosfera; consequentemente, a maior parte da luz sofre espalhamento.
ard
e Atmosfer Desse modo, as ondas azuis são ainda mais espalhadas e as cores de menor
Cam cer a
ma inho frequência, como vermelha, laranja e amarela, se propagam e chegam até
is lo
ngo
nós, o que provoca o aspecto alaranjado e avermelhado do céu.
Meio-dia Em cidades com maior índice de poluição, é comum ver o céu mais cla-
Caminho
ro e esbranquiçado. Isso acontece pelo alto número de moléculas poluen-
mais curto
r tes no ar em relação ao número de moléculas de nitrogênio e oxigênio.
ece
anh Nessas condições, o espalhamento da luz solar ocorre, então, de maneira
FÍSICA

A m o
inh praticamente igual para as cores do espectro.
Cam longo
is E se a Terra não tivesse atmosfera, que cor o céu teria? Sem atmosfera,
ma
não haveria moléculas para ocorrer a dispersão da luz, portanto, enxerga-
EM23_1_FIS_09

EM23_1_FIS_09

ríamos o céu do mesmo jeito que o vemos de noite. Mas atenção, a cor do
Representação esquemática das diferentes posições
céu de noite é resultado da ausência de luz solar.
do Sol ao longo de um dia.
444

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Cor dos corpos
Você já ouviu falar que
roupa preta te faz sentir
Os experimentos de Newton mostraram que as cores são ondas luminosas. Então, por que mais calor que roupa
branca? Será que isso é
os objetos são vistos coloridos? Seria a cor uma propriedade dos corpos ou da luz? Para investi- verdade?
gar o comportamento das cores, é preciso entender como os objetos e as cores ao nosso redor A ideia de que roupas
são vistos. pretas esquentam mais
As cores que os olhos enxergam em um corpo iluminado dependem de como ele absorve e que roupas brancas é
muito popular, já que
reflete difusamente a luz incidente. Por exemplo, em situações ideais, se um objeto é iluminado a cor preta absorve as
pela luz solar e reflete difusamente todas as cores, sem absorver qualquer uma delas, ele será ondas que compõem a
visto como um corpo branco. Porém, se um corpo é iluminado e visto como verde, significa que ele luz solar, enquanto a cor
refletiu difusamente somente a cor verde e absorveu todas as outras. branca reflete as ondas
que compõem a luz solar.

Dmytro Serebrennikov/Shutterstock
Contudo, a propriedade
Luz Luz das cores não é suficiente
refletida refletida para determinar a roupa
que irá te fazer passar
mais calor. Fatores como
a emissão de calor do
próprio corpo, os ventos,
Luz Luz Luz
os materiais que compõem
branca branca branca
as roupas e o corte
das roupas têm grande
O objeto é visto na cor verde, O objeto é visto na cor branca, O objeto é visto na cor preta, pois influência.
pois refletiu difusamente a pois refletiu difusamente todas as absorveu todas as componentes Por exemplo, imagine
componente verde e absorveu componentes que compõem a luz que compõem a luz branca e não que, em um dia com
todas as outras cores. branca e não absorveu nenhuma cor. refletiu nenhuma cor. temperatura elevada,
você está utilizando
Como vemos as cores? uma camiseta justa de
cor branca. Devido à
A visão das cores depende das estruturas encontradas no olho humano e de como o cérebro temperatura, seu corpo
interpreta os sinais captados pelo olho. É na retina, estrutura no fundo do olho, que se encontram começa a emitir ondas de
calor, que são rebatidas
dois tipos de células fotorreceptoras relacionadas à visão: os bastonetes e os cones. pelo tecido de cor
Cones Bastonetes branca, o que dificulta o
resfriamento do corpo.
Retina No entanto, nessa mesma
situação, se a roupa
fosse da cor preta, essas
ondas seriam absorvidas
e o corpo conseguiria se
resfriar mais facilmente.
Além disso, se na situação
anterior houvesse a
presença de ventos, a
roupa de cor branca seria
melhor para dissipar o
calor pelo vento ou, se a
roupa fosse de corte mais
largo, ambas as cores
seriam boas.
Representação esquemática de como os bastonetes e os cones se localizam no olho. Em resumo, não há melhor
Os bastonetes são responsáveis pela visão em condições de pouca luz, pela captação dos mo- nem pior cor para se usar,
mas sim um conjunto
vimentos e das formas dos objetos, pela discriminação entre claro e escuro e pela percepção da de fatores que podem te
luminosidade, mas não distinguem as cores. Já os cones são responsáveis pela visão central deta- deixar mais confortável no
lhada, além da percepção das cores. dia a dia.
mentalmind; Designua; Emiliano Rodriguez/Shutterstock

A Universidade das Crianças,


projeto de extensão da
Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG),
produziu um vídeo que
explica de maneira clara e
lúdica como são enxergadas
FÍSICA

as cores. Se achar
pertinente, acesse o vídeo
no link a seguir e mostre-o
aos alunos, para que
consigam visualizar melhor
EM23_1_FIS_09

EM23_1_FIS_09

o funcionamento dos cones


Dependendo das condições do local, é possível e dos bastonetes.
ver, ao mesmo tempo, o céu com cores azuladas, Link: https://vimeo.
445

alaranjadas e avermelhadas. com/139617267

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Esses cones são classificados em três tipos e apresentam diferentes fotopigmentos que auxi-
Você já ouviu falar de liam na visão das cores. São eles:
psicologia das cores?
Segundo pesquisas, com
o uso correto das cores, é ● Cones S: têm cianopigmento, sendo sensível à cor azul.
possível despertar diferentes
sensações nas pessoas. ● Cones M: têm cloropigmento, sendo sensível à cor verde.
Por isso, é muito comum ● Cones L: têm eritopigmento, sendo sensível à cor vermelha.
haver estudos sobre uso e
combinações de cores em
ramos como publicidade e
arquitetura. Confira, a seguir,
as principais sensações,
emoções e lembranças As informações captadas pelos cones são, então, enviadas ao cérebro, que interpreta as fre-
relatadas para cada cor. quências da luz como as diferentes cores. Pode-se dizer, portanto, que para a visão as cores não
• Branco: paz, requinte e são uma propriedade física dos corpos ou da luz, mas sim o modo como o cérebro interpreta a
apatia. frequência dessa luz.
• Preto: elegância, Um exemplo disso é enxergar cores como cinza, rosa e marrom, chamadas de cores não espec-
sofisticação e tristeza. trais, pois não são obtidas diretamente pela dispersão da luz branca. Assim, ao enxergar simulta-
• Vermelho: dinamismo, neamente as cores vermelha e verde, o cérebro interpreta como a cor marrom.
calor, amor, fome, perigo
e impulsividade.
• Azul: produtividade, HABILIDADES NA PRÁTICA
calma e seriedade.
• Verde: frescor, Em algumas pessoas, um distúrbio da visão faz com que os cones não consigam captar uma parte ou
tranquilidade, saúde, a totalidade das cores. Essa condição é chamada de daltonismo e leva a pessoa a ter dificuldade em
natureza e relaxamento. distinguir algumas cores. O caso mais comum é o de confusão entre as cores vermelha e verde. Em
• Amarelo: alegria, casos ainda mais raros, a pessoa pode não enxergar cor, ou seja, vê apenas tons de cinza. Essa condição
estímulo, apetite e é genética, causada por um gene recessivo do cromossomo X. Portanto, é mais comum em homens que
atenção. em mulheres. Sobre o daltonismo, pesquise seus tipos e qual o teste realizado para diagnosticá-lo. Em
• Rosa: delicadeza e seguida, descreva quais podem ser as dificuldades para as pessoas daltônicas.
aconchego.
FÍSICA

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Pigmentos: vendo diferentes cores No simulador Visão de Cor,
Todas as substâncias têm uma cor natural, que é dada pelas propriedades de reflexão difusa e do projeto PhET Interactive
absorção da luz. Não é possível alterar a cor refletida por um objeto, pois isso depende da nature- Simulations, desenvolvido
za do material. A solução para trocar sua cor é, então, cobri-lo com alguma substância que reflita na Universidade do
Colorado, você pode variar
a cor desejada. Essa é a função dos pigmentos, substâncias que possuem a propriedade de refletir as porções das cores do
determinada cor. sistema RGB e observar
Os pigmentos são, geralmente, materiais em pó que, quando misturados a aditivos, estabili- qual é a cor resultante
dessa mistura. Disponível
zantes e outras substâncias, formam as tintas e os corantes. Existem pigmentos e corantes com em:
diferentes propriedades e, graças a eles, é possível atribuir cor aos objetos, aos tecidos, aos cos-
méticos e até à comida.

Misturando cores
Em suas pesquisas sobre a dispersão das cores, Newton percebeu também que, isoladamente,
uma cor não sofre dispersão ao atravessar um prisma, ou seja, se o feixe de luz monocromáti-
ca vermelha atravessar um prisma, ele não apresentará outras cores, somente a vermelha. Com
base nisso, foi possível chegar à conclusão de que cada cor tem características fixas e imutáveis.
Contudo, é possível obter uma mistura de diferentes raios, resultando em uma cor intermediária.
Assim foram definidas as cores primárias e secundárias.

Sistema RGB

MicroOne/Shutterstock
As cores primárias são o vermelho, o azul e o verde, as quais formam Amarelo
Vermelho Verde
um sistema conhecido como RGB (do inglês red-green-blue). Por ser um pa- (Y) (G)
(R)
drão em que há a adição de cores, o sistema é classificado como aditivo.
Mas o que acontece ao adicionar essas cores umas às outras? Quando Branco
três dessas cores primárias são sobrepostas, forma-se a luz branca e,
quando duas dessas cores são sobrepostas, formam-se as cores secun- Magenta Ciano
(M) (C)
dárias, conhecidas como amarelo, magenta e ciano.
É possível, ainda, obter a luz branca pela sobreposição de uma cor se- Azul
cundária com uma cor primária que não faça parte de sua composição. (B)
Essas duas luzes coloridas, quando combinadas, são chamadas de cores
complementares.
Representação esquemática do sistema aditivo RGB.

MicroOne/Shutterstock
Amarelo Branco Azul Magenta Branco Verde Ciano Branco Vermelho

Representação esquemática das cores complementares.

Sendo assim, é possível afirmar que são cores complementares: amarelo e azul, magenta e
verde, e ciano e vermelho.
Casther/Shutterstock

FÍSICA
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Sistema CMYK
No simulador Visão de Cor, No sistema CMYK, as cores são obtidas pela
do projeto PhET Interactive soma de ciano, magenta, amarelo e preto (do Por que as cores saem
Simulations, desenvolvido
inglês cyan-magenta-yellow-black). Nesse sis- diferentes na impressão?
na Universidade do
Colorado, você pode tema, a base é a subtração de cores, portanto Já aconteceu de você observar uma cor
observar o sistema de trata-se de um sistema subtrativo. Assim, por no monitor e na impressão ela sair bem
subtração de cores por meio da mistura de duas cores secundárias, diferente? Isso acontece por causa das co-
meio do uso de filtros
encontram-se as cores primárias. No sistema res base dos sistemas CMYK e RGB. Nessa
coloridos e ver qual é
a cor visualizada por CMYK, a soma de ciano e magenta resulta em situação, o sistema CMYK é composto de
uma pessoa por meio da azul, ciano e amarelo resulta em verde, e ma- cores formadas por pigmentos, enquanto
configuração escolhida. genta e amarelo resulta em vermelho. o RGB é composto de cores de origem lu-
Disponível em:
minosa. Com isso, o sistema CMYK tem um

MicroOne/Shutterstock
espectro de cores menor que o formado
pelo sistema RGB, então não é possível ob-
Azul
ter todas as cores em uma impressão, o que
Ciano (B) Magenta
resulta na diferença das cores.
(C) (M)

Preto
Com o uso do simulador Visão (P)
de Cor, do projeto PhET Verde Vermelho
Interactive Simulations, é
(G) (R)
possível explorar a absorção
das cores por meio dos filtros
Amarelo
coloridos, o que desenvolve a
habilidade EM13CNT301 da
(Y)

Dim Tik/Shutterstock
BNCC.

Representação esquemática do sistema subtrativo


CMYK.
Teoricamente, a soma das cores ciano, ama-
relo e magenta deveria formar o preto ou o
cinza, contudo, em impressões, por exemplo, o
resultado é a cor marrom. Sendo assim, a fim de
economizar tinta e dar contraste às imagens, uti-
liza-se na prática o preto como quarto pigmento.

LINHA DE CHEGADA

Neste módulo, as cores foram estudadas com base no fenômeno de dispersão da luz. Esse fenômeno pode ser observado em prismas, em
arco-íris e até mesmo no céu. Também foi discutido o motivo de os objetos serem vistos com cores determinadas. Para conhecer mais
aplicações das cores, leia o texto a seguir, que trata da importância da iluminação nas residências, e, com base no que foi discutido neste
módulo, responda às perguntas.
Como a iluminação pode valorizar cômodos da casa?
Avaliar qual é a iluminação mais adequada para sua casa e rotina impacta diretamente na melhora da qualidade de vida e produtividade.
E entre os elementos fundamentais para otimizar os ambientes da casa, o cuidado com a iluminação é essencial para valorizar o lar e
melhorar a qualidade de vida.
[...] Uma iluminação adequada também contribui para realçar os cômodos da casa, dando destaque aos acabamentos escolhidos para
esses ambientes e criando uma atmosfera mais acolhedora, que valoriza sua decoração.
COMO a iluminação pode valorizar cômodos da casa?. Gazeta do Povo, 30 jun. 2021. Disponível em: https://www.gazetadopovo.
com.br/conteudo-publicitario/nichele/como-a-iluminacao-pode-valorizar-comodos-da-casa/. Acesso em: 20 jul. 2021.

1. O que determina a cor ou as cores de um objeto de decoração ou de um móvel?


Espera-se que os alunos respondam que as cores dos objetos são determinadas pelos pigmentos que foram utilizados para cobrir o objeto.
FÍSICA

2. Como a escolha da iluminação em uma residência influencia na percepção das cores visualizadas nos objetos presentes em um ambiente?
Comente também o conforto que uma iluminação adequada pode trazer para as pessoas que utilizam determinado ambiente.
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Espera-se que os alunos respondam que a cor da iluminação pode alterar a cor de um objeto. Uma iluminação de luz branca, que contém todas as cores, vai refletir a cor
natural ou do pigmento de cada objeto. Desse modo, a iluminação pode trazer conforto para um ambiente. Um exemplo é a iluminação amarela, que deixa o ambiente com
sensação de mais quente e aconchegante.
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Saberes em ação O uso do filtro amarelo para retratar países da Ásia ou da América
Latina, por exemplo, tem sido criticado recentemente no cinema.
1. A cor da luz que ilumina um ambiente pode alterar a sua aparência Suponha que um cineasta esteja fazendo uma cena desse tipo e
e modificar, inclusive, a cor vista nos objetos. O mesmo efeito pode utilize uma película amarela com o objetivo de simular um país
acontecer com as roupas utilizadas em ambientes iluminados por mais quente.
luzes coloridas. Sem conhecer esse efeito, Carlos se preparou para a) Explique como essa película modifica a percepção das cores
uma festa, colocando uma calça azul, uma camiseta branca e uma dos ambientes.
jaqueta preta. Quando chegou ao local da festa, percebeu que
o ambiente era iluminado por luzes monocromáticas amarelas.
Indique quais cores os convidados da festa observarão nas rou-
pas de Carlos e explique como a cor da iluminação do ambiente
interfere nas cores observadas.
b) Discuta com os seus colegas sobre as questões sociais que
envolvem essa prática.

4. Leia o texto e responda às questões a seguir.


Novidade Têxtil: Cor Estrutural
2. Antônia é uma astrônoma amadora iniciante. Numa tentativa de Todos sabemos como funciona a nossa visão para en-
visualizar melhor o planeta Marte, ela instalou no seu telescópio xergarmos as cores, que depende da quantidade de luz e do
um filtro azul, ou seja, uma película semitransparente que permite comprimento da onda. Assim enxergamos os métodos de pig-
a passagem apenas da luz azul. mentação de roupas, objetos e muitas outras coisas, mas o que
a) Ao apontar o instrumento com o filtro para o planeta Marte, não sabemos é que é possível utilizar um outro método. O mesmo
o que Antônia observou? método que as borboletas, as abelhas, as penas de pavão e até
algumas frutas possuem.
A cor Estrutural é um efeito natural e físico presente em
toda a natureza. [...] Graças a inúmeros estudos de biomimética
pesquisadores estão desenvolvendo tecidos que utilizariam este
mesmo recurso, utilizando a tecnologia microscópica é possível
recriar artificialmente estas estruturas [...].
NOVIDADE Têxtil: Cor Estrutural. Tecidoteca Moda UEM, 12 jun.
2017. Disponível em: http://tecidotecauem.blogspot.com/2017/06/
novidade-textil-cor-estrutural.html. Acesso em: 17 ago. 2021.

a) O que estuda a área da biomimética? Quais inovações e me-


lhorias ela pode trazer para a sociedade?

b) Explique o que determina as cores que são observadas nos


planetas do Sistema Solar.

b) Qual a diferença entre os pigmentos e a cor estrutural?

c) Como o uso das cores estruturais pode contribuir para a cria-


ção de tecidos sustentáveis?
3. Leia o texto a seguir:
Por que o ‘filtro amarelo’ usado nos filmes
de Hollywood é problemático?
Já reparou que toda vez que um filme de Hollywood retrata
algum lugar no México ou em países do sul da Ásia, como a Índia,
a tela ganha tons amarelados? O tal “filtro amarelo” dos longas não
é novidade e pode até parecer inofensivo, mas seu real significado
acaba sendo muito pior. d) Pesquise e discuta com os colegas sobre os prejuízos causados
Supostamente, a intenção do filtro amarelo é retratar climas ao meio ambiente pelo uso de pigmentos artificiais como
mais quentes, áridos e tropicais, o que explicaria o uso em certas corantes e tintas.
regiões da Ásia ou da América Latina.
FÍSICA

Porém, o tom amarelo faz os lugares parecerem ameaçadores,


sujos, primitivos. A impressão passada é de que esses países são
mais feios e “atrasados” em relação a nações ocidentais, contri-
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buindo para um retrato negativo deles.


PALOMARES, D. Por que o ‘filtro amarelo’ usado nos filmes de Hollywood
é problemático?. UOL, 24 abr. 2021. Disponível em: https://www.uol.com.
449

br/splash/noticias/2021/04/24/por-que-o-filtro-amarelo-usado-nos-filmes-
de-hollywood-e-problematico.htm. Acesso em: 17 ago. 2021.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 449 31/08/2022 08:39:38


Enem e vestibulares
1. C5:H18 (UDESC-2015) Com relação aos fenômenos da reflexão e
da refração da luz branca, analise as proposições.
Fácil

I. A transparência dos vidros é explicada pelos fenômenos de


refração e reflexão.
II. A dispersão da luz branca em um prisma de vidro é devida à
reflexão na face de incidência do prisma.
Com relação aos fenômenos da luz ao atravessar o prisma, é
III. A luz branca dispersa em um prisma é composta somente correto afirmar:
pelas cores primárias vermelho, verde e azul. a) Na dispersão da luz, a luz monocromática de maior frequência
Assinale a alternativa correta. sofrerá o menor desvio.
a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. b) Num prisma, a dispersão da luz branca é menos acentuada
b) Somente a afirmativa I é verdadeira. que numa única superfície dióptrica.
c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. c) A separação da luz branca nas cores do arco-íris é possível
d) Somente a afirmativa III é verdadeira. porque cada cor tem um índice de refração diferente.
e) Todas afirmativas são verdadeiras. d) Neste experimento, Newton demonstrou que, combinando
dois ou mais prismas, é possível decompor a luz branca, porém
2. C5:H17 (Enem-2018) A figura representa um prisma óptico, cons- a sua recomposição não é possível.
tituído de um material transparente, cujo índice de refração é
4. C5:H17 (UFU-2015) Quando um raio de luz, vindo do Sol, atinge
Fácil

crescente com a frequência da luz que sobre ele incide. Um feixe


luminoso, composto por luzes vermelha, azul e verde, incide na a Terra, muda sua trajetória inicial. Por isso, vemos o Sol antes

Fácil
face A, emerge na face B e, após ser refletido por um espelho, mesmo de ele ter, de fato, se elevado acima do horizonte, ou seja,
incide num filme para fotografia colorida, revelando três pontos. podemos considerar que vemos o Sol “aparente” e não o real,
conforme indica a figura a seguir.
ho
o

a
ta

el
de

el
nj
ul
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Az

r
o

Am
Ve

r
Vi

La

Ve

400 450 500 550 600 650 700 750 (nm)

Face A Face B

Perfil do filme

Feixe incidente
Prisma

Espelho

Observando os pontos luminosos revelados no filme, de baixo Esse efeito ocorre devido ao fenômeno óptico chamado
para cima, constatam-se as seguintes cores:
a) reflexão.
a) Vermelha, verde, azul.
b) dispersão.
b) Verde, vermelha, azul.
c) refração.
c) Azul, verde, vermelha.
d) difração.
d) Verde, azul, vermelha.
5. C5:H17 (Unesp-2018) Um dos fatores que contribuíram para a
e) Azul, vermelha, verde.
aceitação do modelo atômico proposto por Niels Bohr em 1913
Fácil

foi a explicação dos espectros da luz emitida por átomos de gases


Texto para a próxima questão: aquecidos, que podem ser observados por meio de um aparelho
chamado espectroscópio, cujo esquema está representado na
Os Dez Mais Belos Experimentos da Física
figura. Nesse equipamento, a luz emitida por um gás atravessa uma
A edição de setembro de 2002 da revista Physics World apresentou fenda em um anteparo opaco, forma um estreito feixe que incide
o resultado de uma enquete realizada entre seus leitores sobre o em um elemento óptico, no qual sofre dispersão. Essa luz dispersa-
mais belo experimento da Física. Na tabela abaixo são listados os da incide em um detector, onde é realizado o registro do espectro.
dez experimentos mais votados.

1) Experimento da dupla fenda de 6) Experimento com a balança de


Young, realizado com elétrons. torção, realizado por Cavendish.
2) Experimento da queda dos 7) Medida da circunferência da
corpos, realizado por Galileu. Terra, realizada por Eratóstenes.
8) Experimento sobre o movimento
3) Experimento da gota de óleo. de corpos num plano inclinado,
realizado por Galileu.
4) Decomposição da luz solar com
9) Experimento de Rutherford. (Bruce H. Mahan. Química, 1972. Adaptado.)
um prisma, realizada por Newton.
FÍSICA

5) Experimento da interferência da 10) Experiência do pêndulo de O elemento óptico desse espectroscópio pode ser
luz, realizado por Young. Foucault. a) um espelho convexo.
b) um prisma.
3. C5:H17 (UEG) O experimento de decomposição (dispersão) da luz
EM23_1_FIS_09

EM23_1_FIS_09

c) uma lente divergente.


solar, realizado por Newton, é extraordinariamente simples, sendo
Fácil

necessário somente um prisma. Como ilustra a figura a seguir, ao d) uma lente convergente.
passar por um prisma, a luz solar, que é branca, se decompõe nas e) um espelho plano.
450

cores do arco-íris.

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6. C1:H1 (EEAR-2020) Alguns turistas italianos marcaram um jantar b)
Fácil em um restaurante de uma pequena cidade do interior. O gerente luz branca
do estabelecimento querendo agradar aos visitantes, solicitou
que na parede do jardim fosse colocada uma bandeira da Itália.
O gerente esqueceu que no local, no qual o símbolo do País seria
vermelha
colocado, existe apenas uma única fonte de iluminação, uma
lâmpada que fornece somente uma luz monocromática verde.
A bandeira da Itália apresenta da esquerda para a direita uma azul
sequência de três faixas, com as cores, verde, branca e vermelha. c)
Assinale a alternativa que mostra quais as cores, das três faixas,
luz branca
que seriam vistas pelos turistas na mesma sequência.
azul
a) branca, branca e vermelha c) branca, verde e preta
b) preta, verde e vermelha d) verde, verde e preta
vermelha
7. C1:H1 (IMED-2016) Um observador na superfície do planeta obser-
va num arco-íris primário, que o vermelho é a cor que sempre está d)
Médio

em __________ da cor azul. Isso porque sofre __________ refração luz branca
em relação ao azul. Além disso, é correto dizer que, durante a vermelha
refração nas gotas de chuva, as frequências das cores __________.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente,
as lacunas do trecho acima. azul
a) baixo – menor – aumentam
b) cima – menor – aumentam Enem e vestibulares + Desafio
c) cima – menor – permanecem inalteradas
10. C5:H17 (Enem-2014) É comum aos fotógrafos tirar fotos
d) baixo – maior – permanecem inalteradas
coloridas em ambiente iluminados por lâmpadas fluo-
Difícil
e) baixo – maior – diminuem rescentes, que contêm uma forte composição de luz
8. C5:H18 (UPF-2017) Isaac Newton é reconhecido como um dos verde. A consequência desse fato na fotografia é que
grandes gênios da humanidade. Em sua lápide, na Abadia de todos os objetos claros, principalmente os brancos, aparecerão
Médio

Westminster, em Londres, está escrito: “Disse Deus ‘Faça-se esverdeados. Para equilibrar as cores, deve-se usar um filtro ade-
Newton’ e houve luz nas jazidas”. Dentre suas contribuições para quado para diminuir a intensidade da luz verde que chega aos
o desenvolvimento da Física, estão os estudos relacionados à sensores da câmera fotográfica. Na escolha desse filtro, utiliza-se
dispersão da luz do Sol ao atravessar um prisma de vidro. Nessas o conhecimento da composição das cores-luz primárias: vermelho,
condições, ocorre a decomposição da luz branca nas várias cores. verde e azul; e das cores-luz secundárias: amarelo = vermelho +
Com relação ao fenômeno de dispersão da luz branca, analise as verde, ciano = verde + azul e magenta = vermelho + azul.
informações a seguir. Disponível em: http://nautilus.fis.uc.pt. Acesso em 20 maio 2014 (adaptado).
I. O arco-íris aparece quando os raios de luz branca incidem em Na situação descrita, qual deve ser o filtro utilizado para que a
gotículas de água presentes na atmosfera. fotografia apresente as cores naturais dos objetos?
II. A cor que sofre menor desvio quando a luz branca atravessa a) Ciano. d) Magenta.
um prisma de vidro é a vermelha.
b) Verde. e) Vermelho.
III. A frequência das cores que compõem a luz branca não sofre
alteração ao atravessar um prisma. c) Amarelo.
IV. No interior de um prisma de vidro, as diversas cores que com- 11. C5:H17 (Enem) Sabe-se que o olho humano não con-
põem a luz branca apresentam velocidades de propagação segue diferenciar componentes de cores e vê apenas
Difícil

diferentes. a cor resultante, diferentemente do ouvido, que con-


Está correto o que se afirma em: segue distinguir, por exemplo, dois instrumentos dife-
rentes tocados simultaneamente. Os raios luminosos do espectro
a) II e IV, apenas. visível, que têm comprimento de onda entre 380 nm e 780 nm,
b) I e III, apenas. incidem na córnea, passam pelo cristalino e são projetados na
c) II, III e IV, apenas. retina. Na retina, encontram-se dois tipos de fotorreceptores, os
cones e os bastonetes, que convertem a cor e a intensidade da luz
d) I, II, III e IV.
recebida em impulsos nervosos. Os cones distinguem as cores
e) I e II, apenas. primárias: vermelho, verde e azul, e os bastonetes diferenciam
9. C5:H17 (UFMG) Um arco-íris forma-se devido à dispersão da luz do apenas níveis de intensidade, sem separar comprimentos de onda.
Sol em gotas de água na atmosfera. Após incidir sobre gotas de Os impulsos nervosos produzidos são enviados ao cérebro por
Médio

água na atmosfera, raios de luz são refratados; em seguida, eles meio do nervo óptico, para que se dê a percepção da imagem.
são totalmente refletidos e novamente refratados. Um indivíduo que, por alguma deficiência, não consegue captar
Sabe-se que o índice de refração da água para a luz azul é maior as informações transmitidas pelos cones, perceberá um objeto
que para a luz vermelha. branco, iluminado apenas por luz vermelha, como
Considerando essas informações, assinale a alternativa em que a) um objeto indefinido, pois as células que captam a luz estão
estão mais bem representados os fenômenos que ocorrem em inativas.
uma gota de água e dão origem a um arco-íris. b) um objeto rosa, pois haverá mistura da luz vermelha com o
FÍSICA

a) branco do objeto.
luz branca c) um objeto verde, pois o olho não consegue diferenciar com-
ponentes de cores.
d) um objeto cinza, pois os bastonetes captam luminosidade,
EM23_1_FIS_09

EM23_1_FIS_09

azul
porém não diferenciam cor.
e) um objeto vermelho, pois a retina capta a luz refletida pelo
451

vermelha objeto, transformando-a em vermelho.

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12. C1:H1 (UEPG-2016) Em relação à observação das cores
de objetos, assinale o que for correto.
Difícil

(1) O valor do índice de refração de um prisma de vidro é dife-


rente para cada cor que compõe a luz branca.
(2) Se um objeto iluminado pela luz branca parece azul, o
mesmo objeto ao ser iluminado somente com luz verde
parecerá preto.
(3) As cores observadas em bolhas de sabão e manchas de óleo
podem ser explicadas pelo fenômeno da interferência da luz.
(4) Se uma rosa, com pétalas vermelhas, caule e folhas verdes,
for iluminada apenas com luz vermelha, as pétalas tornam-se
mais quentes que o caule e as folhas.
(5) A cor do céu parece ser azul pelo fato de a atmosfera ab-
sorver quase toda radiação solar e deixar passar apenas a
de cor azul.
Soma ( )
13. C5:H17 (UFSC-2016) Um estudante possui uma lumi-
nária constituída por três lâmpadas de mesma inten-
Difícil

sidade sobre a mesa. Cada lâmpada emite luz de cor


primária. Para verificar os conhecimentos aprendidos
nas aulas de Física, ele faz três experimentos (figuras 1, 2 e 3), nos
quais direciona as três lâmpadas para uma mesma palavra colo-
cada sobre a mesa. Na figura 1, em que as três lâmpadas estão
acesas, e na figura 3, em que apenas a lâmpada 2 está acesa, o
estudante visualiza a palavra FÍSICA na cor verde.

1 2 3 1 2 3 1 2 3

Física Física Física

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Com base no exposto acima, é CORRETO afirmar que:


(1) na figura 1, ocorre a união das três luzes primárias – amarela,
vermelha e azul –, que resulta na luz branca.
(2) na figura 2, a palavra FÍSICA aparece na cor preta porque as
luzes que incidem sobre ela são azul e vermelha.
(3) a lâmpada 2 emite luz de cor verde, por isso a palavra FÍSICA,
na figura 3, aparece na cor verde.
(4) a relação entre as frequências das luzes das lâmpadas 1, 2 e
3 é f3 < f2 < f1, portanto as cores das luzes das lâmpadas 1, 2 GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
e 3 são vermelha, verde e azul, respectivamente. 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
(5) a palavra FÍSICA aparece na cor preta, na figura 2, porque as 2. Abraooaplicativo e aponte
aplicativo a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
luzes das lâmpadas 1 e 3 formam a cor preta. 3. Oao lado paradeste
gabarito
­módulo.
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
Soma ( )

Cartão-resposta Qual é a cor?

1 4 7
FÍSICA

A B C D E A B C D E A B C D E 10 A B C D E
2 A B C D E 5 A B C D E 8 A B C D E 11 A B C D E
3 A B C D E 6 A B C D E 9 A B C D E
EM23_1_FIS_09
452

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PONTO DE PARTIDA
10
O amor – e a tragédia – na mitologia grega
[...] “Os antigos gregos acreditavam que as fatalidades e os sofrimentos eram inevitáveis e po-
diam se abater sobre qualquer um. O que realmente importava era a forma como o ser humano
se comportava diante das dores da vida”, explica Viktor Salis, especialista em fenomenolo-
10/44
gia dos mitos pela Universidade de Sorbonne, na França, e autor de livros como Mitologia Viva
(Nova Alexandria, 2011).
ECO E NARCISO
Conhecer a si mesmo nem sempre é o caminho para uma vida tranquila. Isso é o que suge-
re a história de Narciso, filho da ninfa Liríope e do deus-rio Céfiso. Quando ele era menino, um

Espelho, espelho meu: a luz se reflete?


vidente profetizou “Narciso terá uma vida longa e feliz, desde que jamais conheça a si mesmo”.
Desde pequeno, Narciso teve uma beleza hipnótica.
Mas o rapaz cresceu sem jamais corresponder ao amor de ninguém. Uma das ninfas apaixo-
nadas por Narciso era a desventurada Eco. [...] Hera lançou sobre a ninfa uma maldição: Eco se
tornou incapaz de usar a própria voz, exceto para repetir as palavras dos outros.
Inutilmente, ela seguia Narciso pelos bosques. “Me deixe em paz!”, ordenava o egocêntrico
Narciso, e Eco respondia apenas: “Paz… paz… paz…”. Sem jamais conseguir declarar seu amor
com palavras próprias, Eco acabou se esvanecendo de tristeza: o corpo desapareceu e restou
apenas a voz, condenada a repetir sons alheios.
A vaidade de Narciso era tão grande que irritava alguns deuses. Foi o caso de Ártemis, que
resolveu puni-lo. Um dia, em suas andanças, ele se deitou junto a uma fonte de água pura para
saciar a sede. Mas, no momento em que se inclinava para beber, Ártemis fez com que ele se
apaixonasse pelo rapaz que o contemplava na superfície da água: seu próprio reflexo.
Narciso tentou abraçar o amado; mas a água escorria entre suas mãos. Por fim, [...] de tanto
olhar seu reflexo, ele caiu nas águas e morreu afogado. Na grama às margens da fonte, cresceu
a flor que hoje leva seu nome.

BOTELHO, J. F. O amor – e a tragédia – na mitologia grega. Superinteressante. Disponível em: https://


super.abril.com.br/especiais/o-amor-e-a-tragedia-na-mitologia-grega/. Acesso em: 12 jul. 2021.

A história de Narciso revela alguém apaixonado pela própria ima-

Galleria Nazionale d'Arte Antica.Roma, Itália.


gem a ponto de ficar observando-a até perder a vida. Fascinado
pela história, entre os anos de 1597 e 1599, Caravaggio a retratou
em uma pintura chamada Narciso.
1. Na situação retratada na obra, Narciso está observando seu reflexo
em um lago, como se fosse um espelho. Com base nas informações
apresentadas, elabore hipóteses sobre a possibilidade de compa-
rar a água de um lago com um espelho e responda se é possível
enxergar perfeitamente o próprio reflexo na água e se, para isso,
a água pode estar em movimento ou deve estar em repouso.
Espera-se que os alunos compreendam que um lago, com a água totalmente
parada, pode exercer o papel de um espelho plano. Isso porque pode ser
considerado um espelho qualquer superfície ou objeto que tenha capacidade de
refletir a luz.

2. Na obra, o reflexo de Narciso está menor, do mesmo tamanho ou


maior que o próprio homem? Registre suas observações e, em
seguida, discuta com os colegas se a proporção observada entre
objeto e imagem está de acordo com o esperado.
Esse é um momento para os alunos realizarem as próprias observações e
conclusões, portanto não há certo ou errado na interpretação feita. O objetivo é CARAVAGGIO, Michelangelo Merisi da.
Escola Digital

estimular as relações de simetria entre objeto e imagem. Narciso. 1571-1610. Óleo sobre tela, 110 cm x
92 cm. Galeria Nacional de Arte Antiga, Itália.

3. Como você interpreta a obra de Caravaggio? Quais elementos mais chamaram sua atenção? Você acha que
Caravaggio conseguiu expressar, por meio da pintura, a história de Narciso? Registre suas respostas e, em seguida,
discuta com os colegas os diferentes pontos de vista.
Espera-se que esse momento seja de interação e expressão entre os alunos, de modo que todos possam falar o que observaram e sentiram com
a obra. FÍS
453

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Mega usina solar usa 170
mil espelhos para gerar
Leis da reflexão Sendo o ângulo entre a reta normal e a su-
perfície polida igual a 90°, tem-se:
eletricidade no sul da Você já passou por alguma situação em que,
Califórnia ao se olhar no espelho, também viu o reflexo 50° + î = 90° ⇒ î = 90° – 50° ⇒ î = 40°
A Instalação de Energia de outras pessoas ou objetos que estão à sua Sendo o ângulo de incidência igual ao ân-
Solar Ivanpah (Ivanpah volta? Essa situação só é possível devido ao fe- gulo de reflexão, conclui-se que î = r = 40°.
Solar Energy Facility) no

Espelho plano
deserto de Mojave, no sul nômeno da reflexão da luz e suas duas leis, o
da Califórnia, é uma das que resulta em um processo no qual a luz incide
maiores usinas de energia em uma superfície e retorna para o meio inicial.
solar térmica do mundo. Os espelhos são objetos muito comuns
Para compreender melhor a reflexão da no dia a dia, por isso são fáceis de serem
[...] A planta tem uma
capacidade bruta de 392
luz, considere um raio luminoso incidindo encontrados, comprados e instalados, mas
megawatts! A instalação em uma superfície polida, como representa- nem sempre foi assim. As referências dos
utiliza mais de 170.000 do no esquema a seguir. primeiros espelhos na história foram há cer-
dispositivos chamados Reta normal ca de 5 mil anos, na antiga Suméria. Devido
heliostáticos, cada um
consistindo em dois N às condições da época, esses espelhos não
espelhos que direcionam formavam imagens muito nítidas e eram,
a energia solar para as basicamente, placas de metal polidas.
caldeiras encontradas nas
três torres de energia solar Raio î r̂ Raio Durante muitos anos, as pessoas utili-
incidente refletido zaram esse tipo de espelho e somente no
centralizadas. As caldeiras
usam o calor do Sol para século XIV surgiram os primeiros espelhos
produzir vapor que aciona que utilizavam vidro. Para fazerem a parte
as turbinas para gerar Superfície polida
refletora, artesãos italianos aplicavam sobre
eletricidade.
o vidro uma mistura de estanho e mercúrio.
[...] A mega usina ocupa A 1.ª Lei da Reflexão relaciona o plano em
um espaço um pouco Contudo, a longo prazo, esses fabricantes de
maior que 14 quilômetros que a reta normal , que cruza perpendicular- espelhos começaram a se contaminar com o
quadrados. A instalação mente a superfície polida, e os raios incidente e mercúrio, que é uma substância tóxica.
pode gerar energia refletido estão localizados da seguinte maneira:
suficiente para abastecer E quando surgiram os espelhos utiliza-
140.000 casas por ano. dos atualmente? Somente no século XIX,
O raio incidente, o raio refletido
CANCELIER, M. Mega usina quando foram descobertas novas técnicas
e a reta normal pertencem ao mes-
solar usa 170 mil espelhos com o uso de prata como matéria-prima.
para gerar eletricidade no mo plano, ou seja, são coplanares.
sul da Califórnia. Mundo
conectado, 30 maio 2020. Já a 2.ª Lei da Reflexão relaciona os ân-
Disponível em: https:// gulos de incidência e reflexão de um raio que
mundoconectado.com.br/
noticias/v/13880/mega-usina- incide em uma superfície polida e plana, da
solar-usa-170-mil-espelhos- seguinte maneira:
para-gerar-eletricidade-no-
sul-da-california. Acesso em:
O ângulo de incidência é igual ao
12 jul. 2021
ângulo de reflexão.

î = r̂

9 Exemplo:
Considere um raio de luz que incide sobre
uma superfície plana e polida e, assim, for-
ma um ângulo de 50° com a superfície desse
espelho. Nesse caso, quais são os ângulos de
incidência e reflexão do raio?
A fim de facilitar a compreensão do que foi
exposto no enunciado, é possível esquemati-
zar as informações. Para isso, é preciso traçar
os raios de incidência e reflexão, assim como
a reta normal e os ângulos.
Reta normal
N
FÍSICA

Raio î r̂ Raio
incidente refletido

50º 50º
EM23_1_FIS_10

EM23_1_FIS_10

Superfície polida
454

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Kit Leong/Shutterstock
Atualmente, os espelhos têm três cama- os conceitos das leis da reflexão, é possível
das: na superfície, uma camada de vidro que determinar os raios luminosos refletidos com Ponto objeto
protege a camada metálica; no meio, uma ca- base nos raios luminosos incidentes. • Ponto objeto real:
é o vértice de raios
mada refletora polida de metal (geralmente,
Observador divergentes incidentes

Scottish Fold/Shutterstock
prata); e, por fim, uma camada escura que ab- e é formado pelo
sorve a luz incidente por trás do espelho. cruzamento dos raios
Objeto Espelho Imagem de luz.
Espelho

Why Design/Shutterstock

Superfície Superfície î Normal PO


refletora opaca r̂
Normal • Ponto objeto virtual:
î
é o vértice de raios
PI PO convergentes incidentes
e é formado pelo
cruzamento dos
prolongamentos dos
Representação esquemática de um espelho plano. raios de luz.
Imagem Objeto
Com isso, pode-se definir que: d d
Representação esquemática e propriedades da
Os espelhos planos são superfícies pla- formação de uma imagem em um espelho plano.
PO
nas e polidas, capazes de refletir a luz de
maneira regular e de formar imagens. Observe que, para formar a imagem, os • Ponto objeto
raios foram refletidos do espelho para o ob- impróprio: quando os

Formação de imagens servador e prolongados para a região atrás raios de luz incidem
paralelamente, o ponto
no espelho plano
do espelho. Nesse sistema óptico, o ponto PO objeto se situa no
é chamado de ponto objeto real, definido infinito, e não ocorre a
Para identificar o tipo de imagem formada pelo cruzamento dos raios incidentes. Já o formação de imagem.
pelo espelho plano, considere um objeto po- ponto PI é chamado de ponto imagem vir-
sicionado a certa distância (d) em frente a um tual, definido pela intersecção do prolonga-
espelho plano, sendo observado. Utilizando mento dos raios emergentes. ∞

Ponto imagem
• Ponto imagem
real: é o vértice de
raios convergentes
emergentes e é formado
pelo cruzamento dos
raios de luz.

PI

• Ponto imagem virtual:


é o vértice de raios
divergentes emergentes
e é formado pelo
cruzamento dos
prolongamentos dos
raios de luz.

PI

• Ponto imagem
impróprio: quando os
raios de luz incidem
paralelamente, o ponto
imagem se situa no
FÍSICA

infinito, e não ocorre a


formação de imagem.

Exposição Infinity Mirrors, no museu The Broad, em


EM23_1_FIS_10

EM23_1_FIS_10

Los Angeles. A exposição, criada por Yayoi Kusama, é



composta de seis salas repletas de espelhos planos
dispostos de modo que se tornem espelhos infinitos.
455

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Com isso, é possível definir para os espelhos planos que os objetos e as imagens:
Você já ouviu falar de ● são simétricos em relação ao espelho;
ponto cego? São locais
externos ao veículo, que ● têm natureza contrária, ou seja, quando o objeto é real, a imagem é virtual e vice-versa.
não são visíveis para o Espelho
motorista, o que resulta
na perda de visibilidade
de outros automóveis e/

F F
1 2 2’ 1’
ou pedestres. Os espelhos
3 3’
comuns dos carros têm,
em média, de 18° a 22° 4 4’
de campo visual, sendo
os pontos cegos as Objeto Imagem
colunas frontais, laterais
e traseiras, além dos Ao se referir a um objeto extenso, é possível dizer que:
encostos dos bancos e o ● objeto e imagem estão a uma mesma distância em relação ao espelho;
ajuste incorreto dos três
espelhos retrovisores. ● objeto e imagem têm o mesmo tamanho;
Para auxiliar na diminuição ● a imagem é direita em relação ao objeto;
dos pontos cegos e,
consequentemente, na ● objeto e imagem são enantiomorfas, ou seja, ambos têm formatos iguais, mas disposição simetri-
redução de acidentes, camente reversa em relação a um ponto, um eixo ou um plano;
foram desenvolvidos ● objeto e imagem não se sobrepõem.
sensores de ponto
cego. Por meio de LEDs 9 Exemplo:
instalados na superfície do
espelho retrovisor, esses Um homem de altura H igual a 1,80 m está se olhando em um espelho plano e vertical. Considerando
dispositivos indicam, com que o homem está a uma distância x do espelho, determine o tamanho mínimo que o espelho deve ter
luzes e sons, a presença para que o homem consiga enxergar a imagem do próprio corpo inteiro.
de outros automóveis
próximos da lateral. O primeiro passo para resolver o exemplo é esquematizar a situação exposta no enunciado. Para isso,
Algumas tecnologias é possível seguir alguns passos:
mais avançadas utilizam
câmeras na parte inferior
1) Colocar o corpo objeto e o corpo imagem a uma mesma distância x do espelho.
do retrovisor. Assim, 2) Determinar a posição dos pontos 1, 1’, 2, 2’, 3 e 3’. No esquema, 1 e 1’ são os pontos mais altos
quando o pisca é acionado, dos corpos, 2 e 2’ são os pontos mais baixos dos corpos, 3 e 3’ são os pontos da altura dos olhos
a câmera exibe na central
multimídia do carro
dos corpos.
uma imagem com um 3) Traçar os raios dos pontos 1’ e 2’, referentes aos pontos extremos do corpo imagem, até o ponto 3,
campo visual até quatro referente à altura do olho do corpo objeto.
vezes maior que a de um
espelho normal pode 4) Traçar os raios do ponto 1 e 2, referentes aos pontos extremos do corpo imagem, até o ponto 3’,
proporcionar. referente à altura do olho do corpo imagem.
5) Determinar a posição dos pontos 4 e 5. No esquema, 4 é o ponto mais alto da altura mínima que o
espelho deve ter, e 5 é o ponto mais baixo da altura mínima que o espelho deve ter.
1 1’

3 4 3’
Underducker/Shutterstock

o i
H
5

2 2’

x x

Para o cálculo do tamanho mínimo do espelho, é possível utilizar a semelhança de triângulos. Com
base nos dados fornecidos pelo esquema, tem-se:
d x H x H
 d  d 
FÍSICA

H 2x 2 x 2
1, 80
d  d  0, 90 m
2
EM23_1_FIS_10

EM23_1_FIS_10

Com isso, é possível afirmar que esse é o tamanho mínimo do espelho, independentemente da distân-
cia que a pessoa se posicionar em relação a ele.
456

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HABILIDADES NA PRÁTICA

Scottish Fold/Shutterstock
Vector Up/Shutterstock
E

Espelho plano
Campo
visual
F D

C
A
B

A figura acima é a representação de uma ambulância, uni- Observador d d


dade móvel utilizada para o atendimento de emergências. o
Pensando na grande quantidade de ligações para a emer-
gência e na importância de um atendimento rápido ao pa-
ciente, é essencial que as unidades móveis se movimentem
da maneira mais rápida e segura possível. Para isso, algumas Representação esquemática do campo visual em um espelho plano.
ações são realizadas, como a escrita reversa da palavra am-
bulância na frente da unidade. Levando em consideração o No caso do esquema anterior, toda a parte hachurada
contexto citado, elabore hipóteses de como a escrita reversa representa o campo visual do observador. Nessa posição
auxilia na rápida movimentação das unidades móveis. Em em que o observador se encontra, os pontos A e B não se-
seguida, descreva atitudes que outros motoristas podem riam visíveis, pois não estão no campo visual do observador,
tomar para facilitar a movimentação das unidades móveis enquanto os pontos C, D, E e F seriam visíveis.
que estão a caminho de um atendimento.
9 Exemplo
A seção Habilidades na prática tem como objetivo explorar a habilidade
EM13CNT301 da BNCC. Por isso, apresenta como proposta a discussão das Considere um observador (o) olhando para um espelho pla-
características das imagens por meio do tema ambulâncias. Dessa forma, no, como no esquema a seguir.
ajude os alunos a compreender que a escrita invertida da palavra
ambulância tem como objetivo facilitar a leitura do motorista para que ele E
possa deixar o caminho livre para a unidade móvel o mais rápido possível.
Em seguida, discuta possíveis ações que os motoristas podem ter para
B
o
auxiliar na locomoção rápida das unidades móveis, como sempre estar
atento aos veículos à sua volta, não escutar música alta para não atrapalhar
C F
na escuta da sirene e encostar o carro para que as unidades móveis
possam passar livremente nas ruas. A D

i
Nessa disposição, quais pontos estarão no campo visual des-
se observador?

9 Solução
Utilizando as leis da reflexão para traçar os raios incidentes
e refletidos no espelho plano, encontra-se o seguinte esque-
ma para o campo visual do observador:

Campo visual E
Você já observou um objeto pelo espelho e, ao se me- B
o
xer, percebeu que ele não estava mais visível no espelho?
Isso acontece devido ao chamado campo visual. O campo C F
visual de um espelho plano pode ser, então, definido como: A
D
A região do espaço que, por meio da reflexão, pode ser
vista. Essa região é variável, depende do tamanho e da
posição do espelho, e da posição do observador em rela-
FÍSICA

ção ao espelho.
i
Para determinar o campo visual de um observador (o)
Desse modo, os pontos que estão no campo visual do obser-
em um espelho, liga-se o ponto imagem desse observador
EM23_1_FIS_10

EM23_1_FIS_10

vador são D, E e F.
(i) com as bordas superior e inferior do espelho, como no
esquema a seguir.
457

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 457 31/08/2022 08:39:50


Translação de um espelho plano Rotação de espelhos planos
Você já reparou que, ao se afastar ou se aproximar de Considere que um raio luminoso incide com ângulo a
um espelho, a imagem realiza o mesmo movimento, mas em em um espelho plano, que, posteriormente, foi rotaciona-
sentido contrário? Considerando que as imagens no espelho do sobre um ponto fixo (O), como exemplificado no esque-
plano são simétricas, é possível estabelecer relações entre ma a seguir.
a distância e o objeto, a imagem e o espelho, quando há
translação retilínea desse espelho.
N1
Pensando nisso, imagine a situação em que um objeto (o) i r1

está posicionado fixamente a uma distância (d) da superfí-


cie de um espelho plano. Consequentemente, a imagem (i)
a a
também estará posicionada a uma mesma distância (d). Em
certo momento, o espelho sofre um deslocamento (x), o que A Posição 1 r2
O
resulta, então, em um deslocamento da imagem. α b b
E
∆ B
Posição 2
C
o i N2
D Representação esquemática do movimento de rotação de um
espelho plano.
d d
Na posição 1, há a incidência do raio i e a reflexão do
E
raio r1, ambos com ângulo a em relação à reta normal N1. Já
x na posição 2, quando o espelho sofre rotação com ângulo α,
o raio incidente vai até a nova posição do espelho e reflete
o i’ como raio r2 , ambos com ângulo b em relação à normal N2 .
Com isso, é possível concluir que, ao rotacionar o espelho,
d+x d+x os raios refletidos sofrem uma rotação com ângulo ∆.
Observando o esquema anterior, é possível estabele- Observe no esquema que é possível identificar dois
cer que: triângulos: OAB e ABC. Sabendo que a soma dos ângulos in-
oi = 2d ⇒ oi' = 2 · (d + x) ternos de um triângulo é 180°, tem-se para o triângulo ABC:

Sendo D = oi' – oi, tem-se a seguinte relação para o des- ∆ + 2a + (180° – 2b) = 180° ⇒ ∆ = 2b – 2a ⇒ ∆ = 2 · (b – a)
locamento da imagem: Para o triângulo OAB, tem-se:
D = 2d + 2x – 2d, que, quando simplificada, resulta em: α + (90° + a) + (90° – b) = 180° ⇒ α = b – a
Substituindo a relação ∆ na relação α, tem-se:
D=2·x
∆ = 2α
Em que D é o deslocamento da imagem em relação ao ob-
jeto e x é o deslocamento do espelho em relação ao objeto. Desse modo, é possível afirmar que o ângulo de rotação
Com isso, é possível concluir que: do raio refletido é duas vezes maior do que o ângulo de ro-
tação do espelho.
Se um objeto estiver fixo em relação a um espelho e
esse espelho transladar retilineamente, a imagem tam- Associação de espelhos planos
bém irá se deslocar no mesmo sentido do espelho, mas Quando dois espelhos planos formam um ângulo α en-
com um deslocamento duas vezes maior. tre si, os raios luminosos, provenientes de um ponto objeto
colocado diante deles, sofrem reflexões sucessivas, que dão
Também é possível estabelecer estas relações para a ve-
origem a mais de uma imagem de um mesmo objeto.
locidade da imagem:
Para calcular o número de imagens (N) formadas por uma
1) A velocidade da imagem em relação ao espelho é a associação de espelhos planos, utiliza-se a seguinte equação:
mesma velocidade do espelho em relação ao objeto.
2) Alterando a distância de um espelho em relação a um 360
N 1
objeto, a imagem irá se aproximar ou se afastar com o 
dobro da velocidade do objeto.
Contudo, essa equação só é válida se:
Matematicamente, a relação entre imagem e objeto é 360
dada como: ● A razão for um número par. Nesse caso, o objeto pode

FÍSICA

v i = 2 · vo estar em qualquer posição entre os espelhos.


360
● A razão for um número ímpar. Nesse caso, o objeto
Em que vi é a velocidade de deslocamento da imagem em 
EM23_1_FIS_10

EM23_1_FIS_10

relação ao objeto e vo é a velocidade do objeto. deve estar posicionado no plano bissetor de α.


458

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Também há algumas condições para a utilização dessa equação. Observe
a seguir.
● O ângulo α deve ser um múltiplo inteiro de 360°.
● O valor máximo que α pode adotar é 180°.
● Diminuir o ângulo α implica em aumentar cada vez mais o número de imagens.
Dessa maneira, quando α é igual a zero, significa que os espelhos estão paralelos
e infinitas imagens se formam.
● Se o ângulo entre as duas superfícies não espelhada for igual a 120°, a equação
não é válida. Isso ocorre porque o ângulo α teria como valor 240° que, quando in-
serido na equação, resulta em N = 0,5, ou seja, não há formação de imagem.

LINHA DE CHEGADA

Os espelhos planos são instrumentos presentes na sociedade há séculos, utilizados para observar o próprio reflexo, como instrumentos
de observação de um inimigo de guerra ou como objetos de decoração. Os tipos de espelho que temos em casa passaram por diversas
configurações para terem uma superfície polida, um baixo custo e ausência de substâncias tóxicas. Mas será que só eles podem ser con-
siderados espelhos?
Neste módulo, foram discutidos alguns novos conceitos sobre esses espelhos e sobre as leis da reflexão. Considerando esses novos conhe-
cimentos, retome as hipóteses criadas na seção Ponto de partida. Para isso, responda às perguntas a seguir.
1. Por que é possível afirmar que um lago com água em repouso pode ser um espelho? Descreva o que você manteria, modificaria ou excluiria
da sua hipótese inicial.
Espera-se que os alunos compreendam que espelho pode ser qualquer superfície plana e polida capaz de refletir a luz de maneira regular e de formar imagens. Portanto, um
lago com água em repouso é considerado um espelho do tipo plano.

2. É possível que em um espelho plano o reflexo, ou seja, a imagem seja menor que o objeto que lhe deu origem? Descreva as características
das imagens no espelho plano utilizando os conceitos apresentados neste módulo.
Espera-se que os alunos respondam que, para espelhos planos, a imagem deve ser do mesmo tamanho e simétrica ao objeto, além de ser enantiomorfa e direita em relação
ao objeto.

3. Observe novamente o quadro Narciso, de Caravaggio, localizado na página 393 deste material. Nele, o reflexo de Narciso está menor que
o próprio homem. Sabendo das características das imagens formadas por espelhos planos, reflita sobre os possíveis motivos para essa
diferença de tamanho entre o objeto e a imagem na obra e discuta com os colegas sobre a sua conclusão.
Espera-se que os alunos criem hipóteses e levantem a possibilidade de que a posição que o pintor estava em relação a Narciso é diferente da posição que o pintor estava em
relação à imagem, resultando em tamanhos diferentes em sua percepção (pensando que a obra retrata a situação de Narciso como se ela estivesse sendo observada pelo
pintor). Dessa forma, espera-se que os alunos compreendam que, ao mesmo tempo em que um objeto e uma imagem têm o mesmo tamanho linear, também podem ter
dimensões angulares diferentes. Com isso, Narciso, que estaria mais perto do pintor na cena, tem um tamanho maior em relação à imagem, que estaria mais afastada e
inclinada aos olhos de Caravaggio.
Olga Kashubin/Shutterstock

FÍSICA
EM23_1_FIS_10

EM23_1_FIS_10

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Saberes em ação III. O deslocamento da imagem em relação ao pedestre é igual ao
deslocamento do pedestre em relação ao espelho.
1. O forno solar é um aparelho constituído de uma caixa com fundo IV. O motorista e o pedestre conseguem manter o contato visual
preto e tampa de vidro, revestido de espelhos planos. Os espelhos através do espelho por conta do princípio da propagação
refletem a luz do Sol de forma que ela seja concentrada no centro retilínea da luz.
do forno, onde o fundo preto absorve a luz solar refletida e conver- a) Apenas a alternativa I está correta.
te-a em radiação infravermelha, que tem dificuldade de transpor
a tampa de vidro, criando uma pequena estufa. Esse dispositivo b) Apenas II, III e IV estão corretas.
é utilizado em regiões com grande incidência de sol e permite, c) Apenas II e IV estão corretas.
de uma forma sustentável, reduzir o uso de gás ou até mesmo de d) I, II, III e IV estão corretas.
lenha para cozinhar. Observe a imagem de alguns fornos solares
e) Nenhuma das alternativas está correta.
abaixo. A aba superior possui um espelho plano e está presa a
uma dobradiça, que permite a mudança da inclinação em relação 3. No set de filmagens de um seriado de televisão, o diretor de
à tampa de vidro: filmagens precisa fazer uma cena na qual o protagonista da série
sonha que tem dois irmãos gêmeos, porém a equipe de filmagem

Colleen Douglass/Shutterstock
não consegue encontrar atores parecidos com o protagonista. Para
resolver o problema, decidem fazer a filmagem da cena utilizando
2 espelhos planos associados em um ângulo α.
Determine qual deverá ser o ângulo para que a equipe de filmagem
consiga o resultado necessário para a cena.

Fornos solares expostos na Bolívia.


Explique a importância dessa flexibilização de inclinação para
o aproveitamento máximo da radiação solar no aquecimento
do forno.

Enem e vestibulares
1. C5:H18 (Unesp-2021) Em uma barbearia existem dois espelhos
planos verticais, paralelos e distantes 3 m um do outro, com a face
Fácil

refletora de um voltada para a face refletora do outro. Um cliente


está sentado de frente para um deles, a 1 m de distância dele.
Na figura, fora de escala, pode-se notar a infinitude de imagens
geradas devido a reflexões sucessivas nesses espelhos.

2. Um veículo se desloca com velocidade constante de 40 km/h,


e o motorista vê por um espelho plano retrovisor a imagem de
um pedestre pedindo carona em repouso, em relação ao solo. O
pedestre também percebe a imagem do motorista refletida no
espelho retrovisor, como na imagem a seguir.
Oleg Krugliak/Shutterstock
FÍSICA

Assinale as alternativas corretas sobre a situação descrita.


I. O princípio que permite ao motorista e ao pedestre que se
EM23_1_FIS_10

EM23_1_FIS_10

vejam é o princípio da reflexão difusa.


II. A velocidade com que a imagem do pedestre se afasta dele
(https://repositorio.unesp.com.br. Adaptado.)
mesmo é de 80 km/h.
460

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 460 31/08/2022 08:39:55


Nessa situação, considerando as distâncias informadas e as carac- b)
terísticas das imagens formadas por espelhos planos, a distância
entre a cabeça do cliente, indicada pela seta azul na figura, e a
imagem da sua cabeça, indicada pela seta vermelha, é de:
a) 3m
b) 4m
c) 7m
d) 5m
e) 6m
2. C1:H1 (UECE-2018) Em espelhos planos, e no contexto da óptica c)
geométrica, o fenômeno comumente observado com raios de
Fácil

luz é a:
a) reflexão.
b) refração.
c) difração.
d) interferência.
d)
3. C5:H18 (EEAR-2016) Um cidadão coloca um relógio marcando
12:25 (doze horas e vinte e cinco minutos) de cabeça para baixo
Fácil

de frente para um espelho plano, posicionando-o conforme


mostra a figura.

6. C5:H18 (CFTMG-2017) A figura abaixo mostra uma sequência de


experimentos em que um feixe de luz incide sobre um espelho
Fácil

plano. No experimento I, o espelho está na horizontal e, nos


Qual a leitura feita na imagem formada pela reflexão do relógio experimentos II e III, o espelho é inclinado de um ângulo α para
no espelho? esquerda e para a direita, respectivamente. As linhas tracejadas
a) 12:25 mostram três possíveis trajetórias que o feixe pode seguir, após
b) 25:51 refletir-se no espelho.
c) 15:52
d) 25:12
4. C5:H18 (IFPE-2018) Um coreógrafo está ensaiando um número
de frevo e deseja obter uma filmagem com dezesseis imagens de
Fácil

passistas, porém, ele dispõe de apenas 4 dançarinos. Com dois


grandes espelhos planos e os quatro dançarinos entre os espelhos,
o coreógrafo consegue a filmagem da forma desejada. Qual foi o As trajetórias corretas, observadas na sequência dos experimentos
ângulo de associação entre os dois espelhos planos para que o I, II e III, após a reflexão, são, respectivamente,
público, ao assistir à gravação, veja 16 passistas em cena? a) 1, 2 e 3.
a) 45° b) 2, 1 e 3.
b) 60° c) 2, 3 e 1.
c) 90° d) 2, 3 e 2.
d) 30° 7. C1:H1 (UECE-2017) Em um espelho plano perfeito incide um raio
e) 120° de luz. O raio que sai do espelho sofre
Fácil

5. C5:H18 (UFU-2017) João, representado pela letra J, entra em uma a) refração com ângulo de incidência igual ao de reflexão.
sala retangular, onde duas paredes são revestidas por espelhos b) reflexão com ângulo de incidência maior que o de reflexão.
Fácil

planos. Ele se posiciona na bissetriz do ângulo reto formado entre


c) reflexão com ângulo de incidência igual ao de reflexão.
os dois espelhos. Como se configuram o conjunto das imagens de
João em relação aos espelhos e sua posição na sala? d) refração com ângulo de incidência maior que o de reflexão.

a) 8. C5:H18 (UECE-2018) Dois espelhos planos são dispostos paralelos


um ao outro e com as faces reflexivas viradas uma para outra. Em
Médio

um dos espelhos incide um raio de luz com ângulo de incidência


de 45°. Considerando que haja reflexão posterior no outro espelho,
o ângulo de reflexão no segundo espelho é
a) 45°
b) 180°
FÍSICA

c) 90°
d) 22,5°
EM23_1_FIS_10

EM23_1_FIS_10

461

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9. C2:H6 (FCMMG-2018) Dois espelhos perpendiculares entre si estão 12. C5:H18 (Unigranrio-2017) Dois espelhos planos formam um ângulo
posicionados em paredes verticais de um shopping. Mônica mo- de 100° entre si. Um raio de luz incide então no Espelho 1 fazendo
Médio

Médio
ve-se entre eles na direção de Pedro, que está sentado num banco, com ele um ângulo de 50° conforme indicado na figura abaixo.
também entre os espelhos, como mostrado na figura, vista do alto. Sabendo que o raio é refletido na direção do Espelho 2, determine
Pedro observa três imagens da Mônica, através dos espelhos, nas o ângulo que o raio de luz faz com o Espelho 2 ao incidir nele.
regiões R1, R2 e R3. O sentido do movimento de Mônica observado
por Pedro na região R2 é representado pela seta:

a)
a) 30°
b) 40°
c) 60°
b) d) 110°
e) 150°

c) Enem e vestibulares + Desafio


13. C5:H18 (UPE-2018) Uma usina heliotérmica é muito
parecida com uma usina termoelétrica. A diferença é que,
Difícil

d) em vez de usar carvão ou gás como combustível, utiliza


o calor do Sol para gerar eletricidade. [...] O processo
heliotérmico tem início com a reflexão dos raios solares diretos, uti-
lizando um sistema de espelhos, chamados de coletores ou heliósta-
10. C5:H18 (EEAR-2018) Um dado, comumente utilizado em jogos, tos. Esses espelhos acompanham a posição do Sol ao longo do dia e
cujos números nas faces são representados pela quantidade refletem os raios solares para um foco, onde se encontra um receptor.
Médio

de pontos pretos é colocado frente a dois espelhos planos que A principal característica dessa tecnologia é a presença de uma
formam entre si um ângulo de 60°. Nesses espelhos é possível imensa torre no centro da usina.
Fonte: http://energiaheliotermica.gov.br/pt-br/energia-heliotermica/
observar nitidamente as imagens de apenas uma das faces do como-funciona, acessado em: 11 de julho de 2017.
dado, sendo que a soma de todos os pontos pretos observados
nos espelhos, referentes a essa face, totalizam 20 pontos. Portanto,
a face voltada para os espelhos que gera as imagens nítidas é a
do número ____.
a) 1
b) 2
c) 4
d) 5
11. C5:H18 (IFSul-2019) Na figura a seguir, está representado um
espelho plano, onde O é um observador, enquanto A, B e C são
Médio

objetos pontuais.

Suponha que as dimensões do espelho são muito menores que as


dimensões da torre e que o ângulo entre a superfície do espelho
e a horizontal seja de 30°. Determine em qual horário a radiação
solar que atinge o espelho será refletida para a extremidade
superior da torre.
a) 10h
b) 11h
c) 12h
d) 13h
FÍSICA

O observador poderá ver, por reflexão no espelho, o(s) objeto(s) e) 14h


a) A e B 14. C5:H18 (UECE-2017) Dois espelhos planos são posicio-
b) B nados de modo que façam um ângulo de 90° entre si.
Difícil

EM23_1_FIS_10

EM23_1_FIS_10

Considere que um raio de luz incide em um deles, é


c) C refletido e sofre uma segunda reflexão no outro
d) B e C
462

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 462 31/08/2022 08:39:57


espelho. Assuma que o raio incidente está em um plano perpen-
dicular aos espelhos. O ângulo entre o primeiro raio incidente e o
raio que sai do conjunto de espelhos é
a) 0.
b) 90.
c) 45.
d) 180.
15. C5:H18 (UECE-2016) O periscópio é um instrumento
ótico de uso bastante difundido em submarinos. O
Difícil

instrumento é utilizado para observação da superfície


com o submarino ainda mergulhado. O princípio básico
de funcionamento desse instrumento é a reflexão sucessiva da
imagem por dois espelhos planos. No caso de um raio de luz ho-
rizontal incidir no espelho fora d’água, esse raio é refletido em
uma direção vertical e posteriormente refletido pelo espelho no
interior do submarino, de modo a sair do periscópio horizontal-
mente. Supondo que cada espelho absorva 50% do raio de luz
incidente, a razão entre a intensidade da luz que incide no instru-
mento e a que sai do segundo espelho é
a) 1/2.
b) 4.
c) 1/4.
d) 1.
16. C5:H18 (UPE-2015) Dois espelhos planos, E1 e E2 são
posicionados de forma que o maior ângulo entre eles
Difícil

seja igual a θ = 240°. Um objeto pontual está posicio-


nado à mesma distância d até cada espelho, ficando
na reta bissetriz do ângulo entre os espelhos, conforme ilustra a
figura.

Sabendo que a distância entre as imagens do objeto é igual a 1,0


m determine o valor da distância d.
a) 0,5 m
b) 1,5 m
c) 2,0 m
d) 3,5 m 
e) 4,0 m
GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
2. Abra ooaplicativo
aplicativoe aponte a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oao lado paradeste
gabarito
­módulo.
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido em sua deste
tela.

Cartão-resposta Espelho, espelho meu: a luz se reflete?

1 A B C D E 5 A B C D E 9 A B C D E 13 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 6 A B C D E 10 A B C D E 14 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 11 A B C D E 15 A B C D E
EM23_1_FIS_10

EM23_1_FIS_10

4 A B C D E 8 A B C D E 12 A B C D E 16 A B C D E
463

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11 PONTO DE PARTIDA

Acessibilidade: semáforos inteligentes emitem som para

11/44
­facilitar travessia de pessoas com deficiência visual
[...]
Os 12 semáforos distribuídos na cidade são gerenciados pela Companhia de Trânsito e
Transporte de Macapá (CTMac) e contém botoeiras sonoras – caixas com botões que emitem
sinal sonoro indicando a sua localização para pessoas com deficiência ou limitação visual e
mensagem verbal orientando sobre a travessia solicitada.
Com os equipamentos, Macapá passa a atender cidadãos que antes tinham insegurança
na hora de atravessar a rua. Kersia Ferreira, que é deficiente visual e presidente do Instituto
Inclusão no Meio do Mundo, tem sua rotina por ruas da capital e tenta seguir de forma inde-
pendente o seu dia a dia.
“A população precisa entender que necessitamos dessas tecnologias. Fico muito feliz em saber
que é possível ter acessibilidade, que consigo atravessar a rua através dos sinais que o apare-
lho emite e também posso identificar em que trecho da cidade estou, pois quando escuto o som
já sei que estou próximo de um semáforo inteligente” ressalta a jovem.
No cruzamento da rua Leopoldo Machado com avenida Ataíde Teive, Kercia relatou dificulda-
des em escutar os sinais sonoros. A equipe da CTMac constatou que na parte inferior do aparelho
haviam tapado com um tipo de fita adesiva, acredita-se que populares tentaram abafar o som.
“Pedimos para a população não fazer esse tipo de ato, pois, além de danificar o aparelho, em
Inclusão: uma questão de

períodos chuvosos a parte inferior, também serve para escoar a água que, possivelmente, possa
escorrer para a parte interna do equipamento. Pedimos a compreensão e empatia de todos, pois
estamos buscando a inclusão de todos” ressalta Marcílio.

ACESSIBILIDADE: semáforos inteligentes emitem som para facilitar travessia de pessoas com deficiência visual.
Prefeitura de Macapá, 20 jul. 2021. Disponível em: https://macapa.ap.gov.br/acessibilidade-semaforos-inteligentes-
emitem-som-para-facilitar-travessia-de-pessoas-com-deficiencia-visual/. Acesso em: 18 ago. 2021.
empatia e direitos

1. Para você, o que é inclusão e para quem ela é voltada? 3. Segundo o texto, “A equipe da CTMac constatou que
na parte inferior do aparelho haviam tapado com
Esta seção tem como objetivo desenvolver a habilidade
EM13CNT306 da BNCC. Para isso, o texto de abertura aborda as um tipo de fita adesiva, acredita-se que populares
novas tecnologias assistivas e as dificuldades encontradas pelas tentaram abafar o som.”. Qual sua opinião sobre essa
pessoas com deficiência devido à falta de acessibilidade. Já os atitude dos populares? Por quê?
questionamentos levantados têm como objetivo permitir aos
alunos que se imaginem na posição da pessoa com deficiência, a
fim de que compreendam as barreiras impostas pela sociedade,
entendendo que elas podem ser extintas por meio de ações
realizadas por cada um de nós. Desse modo, é importante que os
alunos criem hipóteses e proponham soluções que respeitem a
igualdade e a inclusão. Para isso, em uma roda de conversa,
discutam os tópicos abordados no texto e nas perguntas.

Andrey_Popov/Shutterstock

2. Qual sua opinião sobre o desenvolvimento de novas


tecnologias visando à inclusão das pessoas? Você acha
que a Física pode ajudar? Justifique.
Escola Digital

EM23_1_FIS_11

FÍS Imagem de um deficiente visual prestes


464 a atravessar a rua.

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 464 31/08/2022 08:39:59


O que é inclusão? Você sabia que o termo
Ao longo dos anos, a sociedade passou por diversas mudanças no que tange à inclusão de negros, pessoas portadoras de
indígenas, pessoas com deficiência, vulnerabilidade econômica e estrangeiros. Para entender as prá- deficiência não é correto?
O correto é pessoas com
ticas sociais atuais, é preciso começar com o contexto histórico de exclusão, no qual pessoas conside- deficiência.
radas com características “atípicas” eram excluídas das demais, sendo discriminadas e/ou rejeitadas.
Na década de 1960, com o intuito de criar um movimento em que essas pessoas fizessem
parte da sociedade, iniciou-se o processo de integração social. Nesse processo, as pessoas que Neste primeiro momento, é
importante que os alunos
antes eram excluídas começaram a fazer parte da sociedade, mas em ambientes separados dos compreendam a diferença
ambientes comuns a todos os outros. entre exclusão, integração e
inclusão, a fim de que
Na integração, por exemplo, pessoas com deficiência têm o direito de ir e vir, mas as cidades
entendam que exclusão é
apresentam barreiras, como calçadas desniveladas ou com buracos, falta de rampas, ônibus sem quando as pessoas com
acessibilidade, estabelecimentos sem elevadores, entre outras situações dificultadoras. Com isso, deficiência são marginalizadas
as pessoas estão vivendo em sociedade, mas sem as condições adequadas. da sociedade, integração é
quando estão presentes de
E a inclusão, quando e como surgiu? No final da década de 1980 e começo da década de 1990, maneira pouco independente,
movimentos a favor da inclusão social começaram a surgir e defender que todas as pessoas deve- e inclusão é quando as
barreiras do espaço e da cultura
riam ter, de maneira igualitária, autonomia, independência e empoderamento social. Para isso, o são quebradas e a pessoa se
Brasil criou leis que asseguram a inclusão na sociedade, nas escolas e em qualquer outro espaço, torna autônoma e
sem qualquer tipo de discriminação ou exclusão. independente.

• Prótese: instrumento
utilizado para substituir
órgãos, membros,
tecidos ou articulações
Exclusão Integração Inclusão do corpo. Alguns
exemplos são pernas e

A inclusão de deficientes
mãos mecânicas, além
de corações ou válvulas
artificiais.
A inclusão é um movimento para que todas as pessoas tenham direitos iguais, entre elas, as pes- • Órtese: dispositivo de
soas com deficiência, que são aquelas com impedimento de natureza física, mental, intelectual ou sen- uso provisório, que
sorial a longo prazo. E qual será a representação das pessoas com deficiência na população brasileira? fornece assistência
mecânica ou ortopédica
Segundo o Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 23,9% à pessoa que o utiliza,
da população brasileira (cerca de 45 606 048 pessoas) declararam apresentar, pelo menos, um tipo de mas não substitui
deficiência entre visual, auditiva, motora e intelectual. O que isso significa na população brasileira? órgãos ou membros do
corpo. Alguns exemplos
IBGE, Censo Demográfico 2010

são bengalas, muletas,


aparelhos auditivos e
óculos.

FÍSICA

Fonte: IBGE. Censo de 2010. Disponível em: https://cnae.ibge.gov.br/en/component/content/article/95-7a12/7a12-


EM23_1_FIS_11

vamos-conhecer-o-brasil/nosso-povo/16066-pessoas-com-deficiencia.html. Acesso em: 27 ago. 2021.

Representação de como seria a composição da população brasileira de acordo com o Censo 2010 realizado pelo IBGE.
465

Na sequência, serão detalhadas as deficiências física e sensorial (visual e a auditiva).

PG23LP311SDF0_MIOLO_EM23_1_FIS_LP.indb 465 31/08/2022 08:40:00


O filme A Teoria de
Deficiência física
Tudo conta a história do As pessoas com deficiência física têm comprometimento, em diferentes graus, na mobilidade,
físico Stephen Hawking na coordenação motora e na fala. As causas podem ser consequência de lesões neuromusculares,
(1942-2018), que, aos 21 neurológicas, ortopédicas, má-formação congênita ou condições adquiridas. Os principais tipos
anos, descobriu que tinha
uma doença degenerativa são paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, amputação e
do sistema nervoso, paralisia cerebral.

Acessibilidade: como a Física pode ajudar?


chamada de esclerose
lateral amiotrófica. Aos
30 anos, Hawking já Outra maneira de auxiliar na acessibilidade das pessoas com deficiência física é unir a Física, a
utilizava cadeira de rodas,
Arquitetura e a Engenharia Civil, como na construção de rampas de acesso, elevadores e corrimãos.
a qual, com o tempo, foi
substituída por outra Para que cadeirantes ou pessoas com a mobilidade reduzida consigam utilizar rampas, é preciso
motorizada e com alguns que estas tenham sido fabricadas com materiais que proporcionem certo atrito, de forma a facilitar
instrumentos e softwares a locomoção, além de terem altura e ângulo adequados em relação ao solo. Isso porque, para subir
para facilitar a locomoção uma rampa com uma cadeira de rodas, por exemplo, é preciso considerar algumas forças físicas,
e a comunicação do
cientista. Durante sua como o peso da cadeira de rodas, o peso da pessoa e o atrito entre as rodas e o solo. Contudo, como
vida, Hawking desenvolveu grandezas físicas básicas estão presentes no movimento de uma cadeirante em uma rampa?
grandes estudos e fez Um dos conceitos fundamentais para analisar esse movimento são as três leis de Newton: inércia,
descobertas sobre
relatividade, gravidade e princípio fundamental da dinâmica e ação e reação.
buracos negros. ● Inércia: todo corpo que está em repouso ou em movimento uniforme tende a continuar nesses
estados, a menos que outra força atue sobre esse corpo.
● Princípio fundamental da dinâmica: a força resultante de um corpo pode ser analisada matema-
ticamente como sendo o produto de sua massa e aceleração.
● Ação e reação: para toda força aplicada haverá uma força de reação de mesma intensidade e di-
Por meio de entrevistas, reção, mas com sentido oposto.
o documentário “O
que é Normal?” – Um Além das forças explicadas pelas leis de Newton, também é preciso considerar o atrito, força
documentário do Infame presente quando duas superfícies entram em contato, como a roda da cadeira de rodas e o solo
para o SESC, disponível da rampa. Por isso, é ideal que, no momento de construir uma rampa, os engenheiros utilizem
na plataforma YouTube, materiais que proporcionem um atrito não muito grande (para que as rodas não tenham grande
é possível observar a
rotina de pessoas com
aderência e a pessoa não precise fazer muito esforço) nem muito pequeno (pois as rodas não
deficiência, bem como teriam aderência). Um exemplo é o piso tátil antiaderente para deficientes visuais e pessoas com
quem elas são, suas mobilidade reduzida.
profissões, o preconceito, a
exclusão e o que é preciso
A inclinação adequada das rampas também é fundamental para que as pessoas com deficiên-
para ocorrer a inclusão. cia ou mobilidade reduzida tenham conforto durante os movimentos de subida ou descida. Nesses
Disponível em: casos, além de algumas leis da Física, é fundamental que, no projeto da construção da rampa e
nos cálculos, sejam considerados as unidades de medida do SI e os algarismos significativos para
evitar possíveis acidentes.

9 Exemplo:
Observe no esquema como algumas forças físicas estão envolvidas no movimento de subida de uma cadeiran-
te em uma rampa.

2
1
A força 2 é conhecida como
A força 1 é conhecida como
força-peso. Ela é a força que
força normal. Ela é a força que
a pessoa e a cadeira exercem
o solo exerce sobre a cadeira de
sobre o solo, ou seja, é preciso
rodas e sobre a pessoa.
considerar a soma dos pesos.

4
3
3
A força 4 é a força de atrito
A força 3 é a força aplicada
entre as rodas da cadeira e o
pela pessoa para que ela se
solo. Ela pode ser considerada a
movimente com a cadeira. Essa
força de reação à força aplicada
4
FÍSICA

pode ser considerada a força de


pela pessoa, ou seja, ela dificul-
ação nesse movimento.
ta a subida no movimento.
Sabelskaya/Shutterstock
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2
466

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HABILIDADES NA PRÁTICA
Você sabia que nos
Você sabia que há jogos olímpicos exclusivos para pessoas com deficiência? As paralimpíadas são quadrinhos também
um evento esportivo para atletas com deficiência física composto de 22 modalidades. A edição das há personagens com
Paralimpíadas de 2020 foi remanejada para o ano de 2021, devido à pandemia de covid-19, e contará deficiência? A seguir,
com 253 atletas brasileiros. Faça uma pesquisa sobre o surgimento das paralimpíadas, suas modalidades conheça alguns deles.
e as adaptações e os equipamentos que os atletas precisam para competir. Liste e discuta com os colegas • Demolidor: Matt
cinco modalidades de sua preferência e relacione seus conhecimentos de Física às modalidades e às Murdock, advogado e
adaptações dessas modalidades. super-herói, sofreu um
acidente quando era
A seção Habilidades na prática tem como objetivo desenvolver a habilidade EM13CNT305 da BNCC. Para isso, é abordado o tema criança que envolveu
Jogos Paralímpicos. Logo, a discussão deve reforçar a inclusão das pessoas com deficiência no esporte e como a Física pode uma carga radioativa,
auxiliar no desenvolvimento de adaptações para que seja possível a realização desses jogos. É interessante realizar uma roda de
ocasionando a cegueira.
conversa para que os alunos compartilhem suas pesquisas e percepções de como a Física pode estar presente em diversas
Após o acidente, ele
situações, como no caso dos Jogos Paralímpicos.
treinou seus outros
sentidos, como audição
e tato, para que o
auxiliassem no trabalho
e nas batalhas.
• Professor Xavier:
Charles Francis Xavier,
professor, fundador do
grupo conhecido como
 X-Men e considerado
um dos mais poderosos
telepatas, tornou-se
paraplégico após uma

Deficiência visual
batalha. Desenvolveu,
então, uma cadeira
As pessoas com deficiência visual são aque- básicas do olho, como a córnea, a pupila e o de rodas tecnológica
e flutuante para que
las com comprometimento no campo visual e cristalino. Após passarem por essas estrutu-
pudesse se locomover.
na capacidade de reconhecer objetos a deter- ras, esses raios convergem para a retina, e os
• Gavião Arqueiro: Clint
minada distância (acuidade visual). As princi- impulsos nervosos são transmitidos pelos ner- Barton, considerado
pais causas da deficiência visual são doenças, vos ópticos até o sistema nervoso central, onde o melhor arqueiro de
como catarata, glaucoma e degeneração macu- são decodificados e interpretados. seu universo, teve sua
lar relacionada à idade. orelha parcialmente
lesionada durante uma
batalha, o que o tornou
Derariad/Shutterstock

deficiente auditivo. Em
alguns quadrinhos, o
personagem chegou
Córnea a utilizar aparelhos
Retina
Mochipet/Natee Jitthammachai/
Eva Speshneva/Zeynep Toprak
Bulut/Shutterstock

auditivos e se
Nervos comunicar por Língua
ópticos
de Sinais Americana.

Sistema
nervoso
Pupila Cristalino central
Pessoas com baixa
visão utilizam estes
Representação esquemática e simplificada da instrumentos para
propagação da luz em um olho sem problemas de visão. melhorar a qualidade de
vida:
Mulher com deficiência visual usando bengala, objeto Já em olhos com algum tipo de doença ou • Instrumentos ópticos:
classificado como órtese. deficiência, a luz se refrata de modo diferente, lupas manuais, lupas
o que causa os problemas de visão. A catarata, de apoio, telescópios
Você sabia que os deficientes visuais não
por exemplo, é uma doença de origem patoló- manuais, óculos com
são só aqueles com total falta de visão? Eles lentes de aumento e
também podem ter a chamada baixa visão, ca- gica e uma das principais responsáveis pela ce- prismas.
racterizada por um resíduo visual que permite gueira (47,8% dos casos). Essa doença
• Instrumentos não
o uso de alguns instrumentos ópticos especiais caracteriza-se pela opacidade do cristalino (es- ópticos: materiais
e a leitura de materiais ampliados. trutura responsável por regular o foco dos ob- ampliados,
jetos em diferentes distâncias), o que ocasiona mesas inclinadas,
Deficiência visual: qual a impressão de névoa diante dos olhos. espaçamento maior
a relação com a luz? Com evolução lenta na maioria dos casos,
entre linhas, papéis
sem brilho, lápis e
Por definição, a luz é uma onda eletromag- a opacidade parcial faz com que os raios sejam canetas mais grossos
FÍSICA

nética com três propriedades básicas: ampli- desviados ao atravessar o cristalino, o que im- e com mais contraste
e lâmpadas com
tude (relacionada à intensidade ou ao brilho), pede uma correta propagação da luz nos olhos iluminação controlada.
frequência (relacionada à cor) e polarização e, então, só é possível enxergar vultos e algu-
• Instrumentos
(relacionada ao ângulo e à vibração). Os raios
EM23_1_FIS_11

EM23_1_FIS_11

mas fontes luminosas. Se o caso evoluir, o cris- tecnológicos: circuito


luminosos que incidem nos objetos são refleti- talino poderá ficar completamente opaco, e os fechado de televisão
dos até os olhos do observador e, em olhos sem raios luminosos não conseguirão se propagar (amplia imagens, textos
467

problemas de visão, passam pelas estruturas nos olhos, o que resultará em cegueira. e contrastes).

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mentalmind/Shutterstock
relações da luz com os
Na Física, é possível estudar a deficiência visual por meio das
e a baixa visão a ausência parcial de
olhos, sendo a cegueira a ausência de luz nos olhos,
o, também há muitos fatores biológic os que deter-
luz e o campo visual reduzido. Contud
minam essa condiçã o.

Catarata: desvio ou falta de raios luminosos nos olhos

Cristalino Catarata Catarata


saudável leve avançada

Raios luminosos Raios luminosos Raios luminosos


nitidamente focados espalhados bloqueados
Natee Jitthammachai, Eva Speshneva, Maksim Kavaliou/Shutterstock

Deficiência auditiva
As pessoas com deficiência auditiva são aquelas que apre- Sendo assim, a audição pode ser estudada com base na
sentam perda parcial ou total da função de detectar os sons. frequência e na intensidade sonora. Em audições não com-
Essa condição pode ser causada por genética, lesões ou altera- prometidas, a frequência identificada pelo ser humano está
ções no sistema auditivo periférico. Essas alterações são: na faixa de 20 Hz a 20 000 Hz. Com relação à intensidade
sonora, a escala varia, aproximadamente, entre 0 dB e 115
mentalmind/Shutterstock

● Condutiva − ocorre comprometimento na orelha dB, sendo 0 dB um nível sonoro nulo.


externa e/ou média, o que impede a propagação das Para minimizar os efeitos das alterações auditivas,
ondas sonoras na orelha interna. Pode ser corrigida podem ser utilizados aparelhos auditivos externos. Os
com tratamentos clínicos ou cirurgia. aparelhos auditivos são formados por um microfone, um
● Neurossensorial − ocorre comprometimento na amplificador e um receptor. O microfone tem como função
orelha interna e/ou no nervo auditivo, o que resul- captar o som externo, que é processado e transmitido para
ta na impossibilidade de propagação e interpretação o amplificador a fim de aumentar a intensidade e a percep-
das ondas sonoras. Não tem tratamento e suas pos- ção sonora. Por fim, o receptor direciona as ondas sonoras
síveis causas são herança genética e problemas an- para a orelha interna, onde se transformam em impulsos
tes, durante ou após a gestação. elétricos que são enviados para o sistema nervoso.
● Mista − é caracterizada pela junção das alterações
auditivas do tipo condutiva e neurossensorial.
● Central − ocorre comprometimento no sistema ner-
Estudos mostram que crianças entre 9 e
voso central, o que resulta em dificuldade na com-
11 anos já apresentam sinais de perda au-
preensão dos sons, mas não há diminuição da
ditiva, e adultos entre 20 e 29 anos já têm
sensitividade auditiva.
a audição prejudicada, ambos os casos
devido à exposição aos ruídos externos
Deficiência auditiva: qual intensos e ao uso de fones de ouvido com
a relação com o som? volume muito alto. Como é possível evitar
No dia a dia, o som é propagado por meio de ondas sonoras isso? Não ficar longos períodos em locais
que podem apresentar altura, intensidade e timbre diferentes. com som muito alto, utilizar fone com
cancelamento de ruídos (como o circu-
● Altura: classifica o som em grave ou agudo e é me- maural), utilizar fone nas duas orelhas ao
FÍSICA

dida em hertz (Hz). mesmo tempo e respeitar o princípio de


● Intensidade: classifica o som em fraco ou forte, sen- volume-tempo (se você utiliza o fone com
do a intensidade sonora medida em W/m2 e o nível 80% da capacidade do volume, o tempo
recomendado para a utilização é de 90
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EM23_1_FIS_11

sonoro medido em decibéis (dB).


● Timbre: permite identificar sons com mesma altura e minutos por dia).
intensidade, originados por fontes sonoras diferentes.
468

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Como o som se comporta na orelha?
Até as ondas sonoras chegarem às orelhas e se propagarem nelas há uma longa trajetória e um
complexo sistema auditivo. Observe a seguir como isso ocorre.
SAE DIGITAL S/A

1
Como as ondas sonoras chegam a sua orelha?
As ondas sonoras são propagadas por meio de vibrações
no ar que, ao chegarem na orelha externa, se chocam com
as dobras da orelha. Em seguida, essas ondas entram na
orelha interna, encontrando os ossos como o martelo,
a bigorna e o estribo, sendo, então, transmitidas para o
sistema nervoso para que interprete o som recebido.

2
Onde o tímpano entra nessa história?
Quando o som é captado e rebatido na orelha, ele passa pelo
canal auditivo e encontra o tímpano. O tímpano, que é uma
membrana no fundo do canal auditivo externo, vibra com
a presença das ondas sonoras e transmite essas vibrações
para os ossos da orelha, responsáveis pela amplificação do
som recebido.

3
E os ossos do ouvido, o que fazem?
O martelo, a bigorna e o estribo são os menores ossos do
corpo que, juntos, atravessam a orelha média e amplificam
e transmitem as vibrações do tímpano para a orelha interna.
Apesar de minúsculos, esses ossos podem amplificar as
vibrações em até 22 vezes.

4
Sinais elétricos no nosso corpo, é possível?
Após passarem pelos ossos da orelha, as vibrações chegam até a cóclea,
que tem uma estrutura em espiral e a presença de líquido, sendo o local
onde se situam as células receptoras de som. Nesse momento, as ondas
sonoras estão se propagando em um meio líquido e as células receptoras
transformam o som em sinais elétricos enviados para o nervo auditivo.

5
E agora o cérebro entrou na jogada
Os sinais elétricos enviados por meio dos nervos auditivos são
decodificados pelo cérebro e interpretados como som.

A engenharia inclusiva
O que você acha que é desenvolvido pelo trabalho de um engenheiro? Talvez sua resposta seja
FÍSICA

prédios, pontes, carros, máquinas e indústrias, mas você sabia que existe a área de engenharia
assistiva, que se preocupa com recursos e tecnologias para a inclusão das pessoas?
No Brasil, há cursos, projetos e centros de pesquisa direcionados a essa área, como o curso
EM23_1_FIS_11

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de Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, da Universidade Federal do Recôncavo da


Bahia, e o centro de pesquisa Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva, localizado
em Campinas. Já internacionalmente há também pesquisas sobre engenharia assistiva, como o
469

desenvolvimento da cadeira de rodas Phoenix i.

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HABILIDADES NA PRÁTICA

1. As políticas públicas nacionais e internacionais destinadas às pessoas com deficiência são relativamente recentes e ganharam força
a partir da década de 1990 com a implementação de ideias a favor da inclusão, que defendiam que pessoas com deficiência, seja
física, sensorial ou intelectual, são como qualquer outra pessoa da sociedade. Porém, ainda é comum os espaços não proporciona-
rem acessibilidade e/ou não terem uma cultura de inclusão, o que pode torná-los ambientes hostis. Nesse momento, é necessária a
ajuda de cada um de nós, além da ajuda da ciência, que auxilia nas tecnologias necessárias para a promoção de mais acessibilidade.

Phoenix i: uma cadeira de rodas inteligente criada para reduzir acidentes


Projetada pelo estúdio de design escocês Phoenix Instinct, a “Phoenix i” é uma cadeira de rodas que, além de
ser mais leve, possui um eixo móvel que ajusta automaticamente o centro de gravidade da cadeira, para evitar
acidentes causados pelo desequilíbrio.
Feita de fibra de carbono leve, as rodas da cadeira de rodas são montadas em um eixo ajustável que pode se
mover para frente ou para trás dependendo da posição do usuário. Equipada com sensores que detectam se o
usuário está inclinado para frente ou para trás, a cadeira é capaz de mover a posição do eixo para ajustar seu
centro de gravidade – o que permite estabilidade e agilidade, além de reduzir o risco de quedas para trás.
[...]
Para Slorance, próteses foram revolucionadas nos quesitos função, aparência e percepção, “enquanto a cadeira
de rodas continua sendo o dispositivo inanimado e desajeitado que a prótese costumava ser”, ele completa. “A
distribuição de peso é a chave para a agilidade e estabilidade da cadeira de rodas. As cadeiras de rodas comuns
têm um centro de gravidade fixo e isso dá três opções ao usuário: uma cadeira ágil e instável ou uma cadeira
estável que seja difícil de empurrar, ou uma cadeira que não seja nem muito ágil nem muito estável.

PHOENIX i: uma cadeira de rodas inteligente criada para reduzir acidentes. Inova Social, 8 dez. 2020. Disponível
em: https://inovasocial.com.br/tecnologias-sociais/phoenix-i/. Acesso em: 16 jul. 2021.

A engenharia, assim como outras áreas da ciência, tem um papel fundamental no desenvolvimento da sociedade. E você, o que vai fazer
hoje para auxiliar no movimento de inclusão? Como as tecnologias assistivas podem auxiliar na inclusão? Quais são as tecnologias assis-
tivas já existentes? Realize um debate com os seus colegas sobre quais atitudes podem auxiliar na inclusão de pessoas ou prejudicá-las.

LINHA DE CHEGADA
Neste módulo, foram discutidos alguns conceitos de inclusão na sociedade e como a ciência pode auxiliar nesse processo. Considerando
esses novos conhecimentos, retome as hipóteses criadas na seção Ponto de partida ao responder às perguntas a seguir.
1. Para você, o que é inclusão e para quem ela é voltada? Descreva o que você manteria, modificaria ou excluiria de sua hipótese inicial.

2. O que você entende por acessibilidade? Quem pode se responsabilizar por ela?

3. Como a Física pode auxiliar na inclusão de pessoas com deficiência? Se você fosse um cientista, qual projeto, instrumento ou ferramenta
assistiva iria propor? Quais conceitos físicos estariam envolvidos? Explique sua ideia.
FÍSICA

A seção Linha de chegada tem como objetivo despertar a consciência pessoal de cada aluno por meio da empatia e da participação em sociedade, a fim de melhorar a
inclusão de pessoas com deficiência. Para isso, é importante que as discussões tenham como pontos principais: o papel e a responsabilidade de cada um na sociedade, as
atitudes exclusivas e inclusivas presentes no dia a dia, além do papel da ciência no movimento de inclusão. É importante que os alunos compreendam que, assim como as
pessoas, a ciência tem o poder de propagar conhecimentos que auxiliem pessoas com deficiência, mas que também é possível ocorrer a propagação de notícias falsas, o
que promove a discriminação.
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Saberes em ação para a ciência. Registre seus resultados, relatando as contribuições
e as dificuldades enfrentadas pelos cientistas pesquisados.
1. Leia o texto e responda às questões a seguir.
Física: som e audição humana
O som é talvez um dos temas mais fascinantes tanto por
sua diversidade quanto por sua complexidade. A produção, a
propagação e a percepção do som envolvem conceitos físicos,
biológicos, artísticos e psíquicos que perpassam todas as áreas
do conhecimento humano. Afinal, o que diferencia, fisicamente,
o barulho e o som musical? Quantas e quais sensações são des-
pertadas por uma sequência de notas musicais em diferentes
pessoas? Por sua vez, no contexto da Física, o estudo da produção,
propagação e percepção do som introduz uma gama enorme de
conceitos físicos [...].
RUI, L. R.; STEFFANI, M. H. Física: Som e Audição Humana. In: SIMPÓSIO NACIONAL
DE ENSINO DE FÍSICA, 17., 2007, São Luís. Anais [...]. São Luís: SBF, 2007.
3. Leia o texto a seguir.
a) Realize uma pesquisa sobre quais conceitos físicos estão en- Formas de garantir um processo de
volvidos no som. Descreva brevemente qual o papel de cada contratação mais diverso e justo
conceito na produção e reprodução dos sons. Seleção às cegas é o principal caminho para alcançar
uma multiplicidade saudável de candidatos
[...] Em 1991, foi criada a Lei de Cotas, que garante espaço
no mercado corporativo aos deficientes físicos e intelectuais. A
porcentagem de ocupação depende do tamanho do porte da com-
panhia, mas a lei representou um grande passo para esse grupo
que, por vezes, foi considerado incapaz para exercer alguns cargos.
Todavia, alguns acreditam que não deveria ser necessário
instaurar uma legislação específica para isso, pois o ideal é que
os negócios tenham consciência [...], basta utilizar as ferramentas
adequadas. Uma delas é a seleção às cegas.
“É um método que diminui o impacto de recrutadores discri-
b) Você já ouviu falar sobre o Futebol de 5, modalidade das minarem os candidatos (consciente ou inconscientemente) [...],
Paralimpíadas? Pesquise sobre a modalidade, as conquistas explica Laura Camara, gerente de recursos humanos e comuni-
dos times brasileiros e reflita como o som pode auxiliar na cação corporativa da Lwart Soluções Ambientais. [...]
inclusão nos esportes. MEDEIROS, A. Formas de garantir um processo de contratação mais
diverso e justo. Consumidor moderno, 5 maio. 2021. Disponível
em: https://www.consumidormoderno.com.br/2021/05/05/
processo-contratacao-diverso-justo/. Acesso em: 17 ago. 2021.

Sobre o tema, descreva alguns exemplos de ações que podem ser


tomadas pelas empresas, a fim de proporcionar as mesmas opor-
tunidades para todos. Em seguida, imagine que você é a pessoa
responsável por criar vagas, entrevistar e contratar pessoas para
uma empresa. Quais pré-requisitos você criaria para uma vaga
destinada a pessoas com deficiência?

2. Leia o texto a seguir.


Stephen Hawking experimenta hoje gravidade zero
O físico britânico Stephen Hawking deixa sua cadeira de rodas
nesta quinta-feira, às 15h30m (horário de Brasília), quando vai
desafiar a gravidade ao participar de uma simulação de viagem
espacial no Centro Espacial Kennedy, na Flórida (EUA).
[...]- Para uma pessoa que estudou a gravidade a vida inteira é
uma experiência maravilhosa saber como é a gravidade zero num
ambiente - disse Hawking.
[...] O professor vestirá um traje espacial e será o primeiro
Enem e vestibulares
deficiente físico a realizar um voo destas características.
STEPHEN Hawking experimenta hoje gravidade zero 1. C5:H17 (EEAR-2019) Um adolescente de 12 anos, percebendo
https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/stephen-hawking-
experimenta-hoje-gravidade-zero-agh51813zou9f1n2lmegc2hxq/
alterações em sua voz, comunicou à sua mãe a situação observada
Fácil

com certa regularidade. Em determinados momentos apresen-


Conhecido mundialmente por ser portador da doença neurológica tava tom de voz fina em outros momentos tom de voz grossa. A
FÍSICA

ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), Stephen Hawking superou as questão relatada pelo adolescente refere-se a uma qualidade do
expectativas de vida que os médicos lhe deram, e dedicou sua som denominada:
vida à física e à ciência, publicando artigos acadêmicos e livros a) altura.
de divulgação científica famosos como “Uma breve história do
EM23_1_FIS_11

EM23_1_FIS_11

b) timbre.
tempo”, e “O universo numa casca de noz”.
c) velocidade.
Pesquise a vida de outros cientistas com deficiência da área da
471

Física e outras áreas que contribuíram com seus conhecimentos d) intensidade.

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2. C5:H17 (EEAR-2018) Um professor de música esbraveja com seu 6. C5:H17 Um ponto importante dos projetos de arquitetura é a
discípulo: iluminação. Quando o projeto é voltado para pessoas com baixa
Fácil

Fácil
“Você não é capaz de distinguir a mesma nota musical emitida visão, por exemplo, é preciso ter cuidado com a escuridão e com o
por uma viola e por um violino!”. excesso de iluminação. Nos casos de comprometimento da córnea
A qualidade do som que permite essa distinção à que se refere pela opacificação (a córnea perde transparência), o excesso de
o professor é a(o) luz causa ofuscamento (desconforto visual em que pode “cegar”
momentaneamente), e consequentemente acidentes. Sobre o
a) altura.
comportamento da luz, assinale a resposta incorreta.
b) timbre.
a) Em meios homogêneos e transparentes a luz se propaga de
c) intensidade. forma retilínea.
d) velocidade de propagação. b) Um objeto da cor verde é visto porque reflete a cor verde.
3. C5:H17 (EEAR-2017) A qualidade do som que permite distinguir c) Uma pessoa com catarata avançada apresenta bloqueio dos
um som forte de um som fraco, por meio da amplitude de vibração raios luminosos.
Fácil

da fonte sonora, é definida como d) O ofuscamento só ocorre quando a luz incide diretamente
a) timbre nos olhos, logo um espelho não representa um problema ao
b) altura refletir a luz.
c) intensidade 7. C1:H4 Durante alguns anos, pessoas daltônicas eram proibidas
d) tubo sonoro de tirar carteira de motorista, pois o daltonismo faz com que

Fácil
as pessoas que possuem essa condição tenham dificuldade de
4. C5:H25 enxergar algumas cores dos semáforos, o que poderia causar
Vagas para PCD são infladas para acidentes de trânsito. Pensando em resolver esse problema, a
Fácil

cumprir lei, e não fazer inclusão prefeitura de uma cidade lançou alguns projetos que permitam
As informações são do Cadastro Geral de Empregados e que pessoas com daltonismo possam distinguir as sinalizações
Desempregados (Caged), que de dezembro a abril tem registrado dos semáforos.
mensalmente um saldo negativo de admissões comparadas às Marque a alternativa que melhor ajudaria um motorista daltônico
demissões. O número contrasta com a categoria de pessoas sem a não se envolver em acidentes nos cruzamentos dessa cidade:
deficiência, cujo índice se manteve positivo desde janeiro de a) Semáforos com sinais sonoros de Pare, Siga e Atenção.
2021, apesar de o desemprego atingir 14,8 milhões de brasileiros. b) Substituir as luzes do semáforo por luzes de LED, pois essas
[...] Ivone Santana, chefe-executiva da Rede Empresarial de são mais brilhantes.
Inclusão Social (Reis), acredita que a queda na absorção de pessoas
c) Substituir as luzes redondas dos semáforos por luzes com
com deficiência a partir de janeiro pode estar relacionada ao fim
formatos específicos para cada cor.
da validade da Lei 14.020, de julho de 2020, que vetava a demissão
de PCD sem justa causa até 31 de dezembro do ano passado. A d) Substituir os semáforos por guardas de trânsito presenciais.
lei deixou de ser aplicada a partir de 2021 por estar submetida ao 8. C5:H17 Costuma-se dizer que a “lei do silêncio” dita que após
Decreto Legislativo nº 6, que reconhecia estado de calamidade determinado horário não pode fazer barulho, por exemplo,
Fácil

pública no País até dezembro. realizando festas até de madrugada durante a semana. Na
A lei, de fato, freou em 2020 as demissões de PCDs e reabilita- verdade, qualquer perturbação do trabalho ou sossego alheio
dos. Entre agosto e novembro, o Caged registrou mais admissões está sujeito a multa, e a regulamentação do barulho, ou ruído,
que desligamentos. Em janeiro de 2021, sem mais a vigência da é avaliado de acordo com o nível de decibéis. Considere pessoa
lei, o número de desligamentos voltou a acontecer. liga a televisão após às 20h, com ruído de 70 decibéis, não con-
ALBERNAZ, L. Vagas para PCD são infladas para cumprir lei, e segue ouvir com clareza e aumenta o volume. Considerando
não fazer inclusão. SINDEPRESTEM, 5 jul. 2021. Disponível em: que no período das 20h às 7h, o ruído não pode ultrapassar
https://sindeprestem.com.br/vagas-para-pcd-sao-infladas-para- 50 decibéis, marque a melhor justificativa para a quebra da
cumprir-lei-e-nao-fazer-inclusao/. Acesso em: 17 ago. 2021.
lei do silêncio.
Com base no trecho da reportagem, assinale a alternativa correta. a) Falta de empatia com os vizinhos ao ignorar o nível de ruído,
a) A Lei citada promoveu a inclusão de pessoas com deficiência afinal qualquer pessoa escuta com 70 decibéis.
no mercado de trabalho. b) A pessoa possui audição normal, já que só escuta com clareza
b) O aumento do número de desligamentos indica que a lei acima de 70 decibéis.
integrou, porém, a cultura das empresas ainda permanece c) Indica uma deficiência auditiva moderada devido à falta de
de exclusão. clareza na faixa de 70 decibéis.
c) Inclusão e integração de pessoas com deficiência não precisam d) O ouvinte possui deficiência auditiva severa e não percebe
de políticas para inserção no mercado de trabalho, natural- que o ruído está acima do permitido.
mente esse espaço já é ocupado por essas pessoas.
9. C5:H17 O contraste é a oposição entre coisas, sendo o con-
d) Os números de desligamentos não estão relacionados com as traste de cores um recurso que permite sobressair uma figura
Fácil

deficiências porque os números em relação às pessoas sem ou elemento textual, favorecendo a nitidez. Um dos recursos
deficiências são parecidos. de acessibilidade para pessoas com baixa visão é o acetato
5. C5:H25 A percepção de que a deficiência não significa incapaci- amarelo. Uma folha de celofane na cor amarela colocada por
dade ainda não ultrapassou algumas barreiras culturais. Um dos cima de texto (no padrão preto em fundo branco) em que
Fácil

problemas na falta de acessibilidade na mobilidade urbana é um dos objetivos é aumentar o contraste. Com base nos seus
que a pessoa com deficiência não conquista a independência de conhecimentos de luz e cores, assinale qual é a outra função
transitar pelas ruas. do acetato amarelo.
FÍSICA

Assinale a alternativa que indica uma correta inclusão de deficientes a) A cor tira a definição do texto e a pessoa se concentra no que
visuais no tráfego de pedestres nas calçadas e ao atravessar ruas: está no papel branco.
a) A criação de calçadas táteis e faixas de pedestres elevadas. b) Diminuiu a luz refletida, deixando a leitura mais confortável.
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b) Acompanhantes para pessoas transitando em vias públicas. c) A folha de acetato independente da cor amplia as letras.
c) Semáforos mais brilhantes nos cruzamentos para pedestres. d) O acetato reflete toda a luz, o que melhora a nitidez.
472

d) Calçadas lisas e faixas de pedestres pintadas no asfalto.

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10. C5:H17 (UFG-GO) Leia o texto. 13. C5:H17 Um grupo de estudantes de engenharia projetou um sinal
Médio Mutirão de cirurgia de catarata foi de pedestres sonoro. Para viabilizar os testes, o sinal foi instalado

Médio
prorrogado pela SESAB numa rua do campus universitário e testado com voluntários com
deficiência visual. O sinal funciona com o acionamento de um bo-
Estatísticas do Ministério da Saúde indicam que a cada ano, no tão, devidamente adaptado, e emite dois sinais sonoros indicando
Brasil, são registrados em torno de 120 mil novos casos de catarata, sinal vermelho, um sinal no tempo intermediário disponível para
condição que pode levar à cegueira, mas é reversível mediante a travessia e dois sinais quando o sinal ficará verde. Durante os
cirurgia. A doença afeta o cristalino, provocando dificuldades de testes, os estudantes perceberam que um dos voluntários iniciava
visão, mas, na maioria dos casos, avança de forma lenta. a travessia quando o sinal fecharia para os pedestres. O voluntário,
Disponível em: <http://www.saude.ba.gov.br/ além da cegueira, apresentava deficiência auditiva e não percebia
noticias> Acesso em: 11 set. 2007.
o primeiro sinal sonoro duplo. Caso o projeto não seja alterado,
Uma pessoa submetida a essa cirurgia tem o cristalino substituído numa rua com 10 metros de largura, andando numa velocidade
por uma outra lente intraocular que permite de 1,8 km/h, quanto tempo, após o sinal estar verde, os carros
a) convergir os raios de luz, possibilitando a formação da ima- esperariam enquanto o voluntário atravessa a rua?
gem na retina. a) 6 segundos c) 20 segundos
b) responder aos estímulos luminosos de baixa e alta intensidades. b) 2 segundos d) 18 segundos
c) regular a quantidade de luz que incide sobre o globo ocular.
d) lubrificar o globo ocular devido à produção de fluido lacrimal. Enem e vestibulares + Desafio
e) promover barreira física externa de proteção ao globo ocular. 14. C5:H17 Um dos debates sobre competições esportivas
11. C5:H17 (Enem-2019) Os olhos humanos normalmente têm três é a possibilidade de permitir que atletas com deficiên-

Difícil
tipos de cones responsáveis pela percepção das cores: um tipo cia disputem provas com atletas sem deficiência.
Médio

para tons vermelhos, um para tons azuis e outro para tons verdes. Alguns questionamentos levantados são em relação à
As diversas cores que enxergamos são o resultado da percepção desvantagem física que o atleta com deficiência pode apresentar
das cores básicas, como indica a figura. em competições de alto nível. Na realidade, o que vemos nas
competições esportivas são resultados cada vez mais próximos
dos atletas sem deficiência. Por exemplo, na corrida regular de
100 m rasos, o atleta jamaicano Usain Bolt conseguiu o tempo de
Amarelo 9,58s, já o paratleta brasileiro Petrúcio Ferreia, na corrida de
100 m rasos, da classe T-47 (para amputados de braço), conseguiu
Vermelho Verde o tempo de 10,42s. Imagine que uma pessoa sem deficiência, que
corre com velocidade média de 9 km/h, disputando com Petrúcio
numa pista de 100 m rasos. Qual o valor aproximado da velocidade
Branco relativa entre os atletas?
Magenta Ciano a) 25 m/s d) 43 km/h
b) 34 km/h e) 43 m/s
c) 25 km/h
15.  5:H17 A Tabela de Snellen é utilizada para avaliar a
C
Azul
acuidade visual (AV), ou seja, a capacidade de distinguir
Difícil

a forma e os contornos de um objeto. Na tabela cada


fileira apresenta dois números, o primeiro número é a
distância entre o quadro e o paciente, e o segundo
A protanopia é um tipo de daltonismo em que há diminuição corresponde à distância em que um olho normal leria
ou ausência de receptores da cor vermelha. Considere um teste a letra da fileira.
com dois voluntários: uma pessoa com visão normal e outra com

Toxa2x2/Shutterstock
caso severo de protanopia. Nesse teste, eles devem escrever a
cor dos cartões que lhes são mostrados. São utilizadas as cores
indicadas na figura.
Para qual cartão os dois voluntários identificarão a mesma cor?
a) Vermelho.
b) Magenta.
c) Amarelo.
d) Branco.
e) Azul.
12. C5:H17 O Brasil aparece em 19o lugar no ranking de países com
medalhas nos Jogos Paralímpicos, uma posição ainda melhor que
Médio

a 36a posição nos Jogos Olímpicos. Uma das categorias dos Jogos
Paralímpicos é a prova dos 100 m pela classe T47 (para amputados
de braço), onde o atleta brasileiro Petrúcio Ferreira conquistou o
ouro, em 2016 no Rio, com o tempo de 10,57 segundos.
Com base nas informações, a velocidade média do atleta para-
FÍSICA

límpico na prova foi


a) 9,46 km/h
b) 10 m/s
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c) 34 m/s
d) 34 km/h
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Tabela de Snellen

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De acordo com a tabela, uma pessoa de visão normal, AV = 20/20,
consegue ver a 20 metros de distância o que uma pessoa com
AV = 20/40 veria a 10 m, ou uma com AV = 20/100 veria a 4 m.
Numa rua, duas pessoas estão andando, com a mesma veloci-
dade (1 m/s), uma em direção a outra, sendo uma com visão
normal e outra com AV = 20/100. Considerando que elas distam
50 m, assinale a diferença do tempo em que a pessoa de baixa
visão leva para enxergar a pessoa com visão normal em relação
ao momento em que essa levou para enxergá-la.
a) 15s
b) 23s
c) 8s
d) 16s
16. C5:H17 Uma cadeira de rodas motorizada com especi-
ficação de velocidade máxima de 15 km/h foi doada a
Difícil

um adolescente com deficiência física. Desacostumado


com o uso da cadeira, optou por testar em uma rua
plana e com pouco movimento. Em determinado momento, com
velocidade de 7,2 km/h, ele acelerou a cadeira por 10s e atingiu o
dobro da velocidade. Considerando que a cadeira de rodas possui
2 acionamentos, acelerar e frear, que são realizados com acelera-
ções escalares constantes e de mesmo módulo, responda: qual a
intensidade da aceleração escalar da cadeira no trecho
acelerado?
a) 0,72 m/s2
b) 2,6 m/s2
c) 7,2 m/s2
d) 0,26 m/s2
17. C5:H25
Educação aprova obrigatoriedade de
Difícil

tradutor de Libras em sala de aula


A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados
aprovou proposta que torna obrigatória a presença de tradutor e
intérprete de Libras nas salas de aula dos ensinos básico e superior
para viabilizar o acesso à comunicação, à informação e à educação
de alunos surdos.
A iniciativa está prevista no Projeto de Lei 1690/15 [...]. O texto
acrescenta a exigência à Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(9.394/96).
BRASIL, E. Educação aprova obrigatoriedade de tradutor de Libras em sala
de aula. Câmara dos deputados, 20 set. 2016. Disponível em: https://
www.camara.leg.br/noticias/498588-educacao-aprova-obrigatoriedadede-
tradutor-de-libras-em-sala-de-aula/. Acesso em: 17 ago. 2021.

No Brasil, o ensino a estudantes surdos conseguiu uma grande


conquista ao ser aprovada a lei que torna obrigatória a presença
de intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Sobre isso,
explique por que o ensino com intérpretes em sala de aula é
importante e por que é um ato de inclusão. GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
2. Abraooaplicativo e aponte
aplicativo a câmera
e aponte para um
a câmera paradoso QR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oao lado paradeste
gabarito
­módulo.
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.

Cartão-resposta Inclusão: uma questão de empatia e direitos


FÍSICA

1 A B C D E 5 A B C D E 9 A B C D E 13 A B C D E
2 A B C D E 6 A B C D E 10 A B C D E 14 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 11 A B C D E 15
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A B C D E
4 A B C D E 8 A B C D E 12 A B C D E 16 A B C D E
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