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O bom currículo de Arte para 6º a 9º ano deve contemplar quatro linguagens 

- artes visuais, música, teatro e dança - trabalhadas de forma


integrada. Para tanto, é preciso basear o fazer pedagógico da disciplina em três eixos norteadores: reflexão, apreciação e produção; de modo que a
turma vivencie a arte em todas as suas dimensões.

Expectativas de aprendizagem 
■ Perceber as pequenas variações dos elementos da linguagem visual, como tons e semitons das cores, diferenças de textura e forma etc. 
■ Valorizar o(s) autor(es) dos objetos culturais, intérpretes das músicas e canções apreciadas, conhecendo sua biografia e suas principais obras. 
■ Produzir objetos culturais visuais, individualmente e em grupo, utilizando suportes, materiais e técnicas variados. 
■ Reconhecer diferentes ritmos musicais. 
■ Apreciar peças teatrais da comunidade e pertencentes ao contexto jovem. 
■ Criar e construir cenas que contenham enredo/história/conflito dramático, personagens/diálogos, local e ação dramática definidos.

O que ensinar em Arte do 6º ao 9º ano


Artes visuais, dança, teatro e música devem ser abordados no ensino dessa disciplina, que se baseia na reflexão, na
apreciação e na produção

Neila Baldi (novaescola@atleitor.com.br)

Fotos: Paulo Vitale

Mais sobre Artes

ESPECIAL

 Arte

REPORTAGENS

 Expectativas de aprendizagem em Arte - 6º ao 9º ano


 Proposta de plano plurianual
 Explore diversos olhares na fotografia

PLANOS DE AULA

 Imagens do cotidiano
 É grafite ou não é?

Foi-se o tempo em que a aula de Arte só tinha ênfase nas artes plásticas e se resumia a desenhos e pinturas. Hoje, o bom currículo da disciplina deve
contemplar as quatro linguagens: artes visuais, música, teatro e dança - o que nem sempre é cumprido em virtude da formação dos professores,
muitos deles especialistas em apenas uma das áreas (conheça as expectativas de aprendizagem) . Assim, se o educador estudou Música, por
exemplo, essa linguagem acaba enfatizada no currículo. Para os especialistas, o ideal é trabalhar as quatro de forma integrada. 

O fazer pedagógico na disciplina é baseado na chamada metodologia ou proposta triangular, defendida por Ana Mae Barbosa, da Escola de
Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (USP), que contempla três eixos norteadores: reflexão, apreciação e produção (leia uma
proposta de plano plurianual para a área). Priscila de Souza, professora da EE Gabriela Mistral, em São Paulo, trabalha dentro dessa abordagem.
"Por meio desse tripé, o ser humano vivencia a arte em todas as suas dimensões, independentemente da linguagem escolhida." 

No Ensino Fundamental, cada conteúdo deve ser ensinado levando em consideração os três eixos. A aprendizagem de temas como o Modernismo, o
Barroco e o Expressionismo requer do estudante reconstruir esses conceitos em interações sucessivas, além de pesquisar, escutar narrativas,
participar da fruição de obras, executar trechos de peças musicais compostas nesses períodos e ler e redigir textos, entre outras atividades. 

Ao propor projetos, é preciso prever a apreciação e a pesquisa 

Mirian Celeste Martins, docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie e diretora do Rizoma Cultural, ambos em São Paulo, acrescenta que nessa
fase da escolarização o ideal é trabalhar com base em projetos e não de forma estanque. "Cada um deve focalizar um conceito, que pode ser
desenvolvido numa determinada linguagem", afirma. É interessante que o trabalho provoque o que a especialista chama de "nutrição estética", ou
seja, que o mesmo conceito possa ser ampliado em conexões com outros conceitos, obras e linguagens. 

Um exemplo citado por Mirian é o da materialidade. Para abordá-lo, o professor levanta o que os alunos sabem sobre materiais, ferramentas e
suportes utilizados em arte. Feito isso, é possível pensar em ações expressivas, de apreciação e de pesquisa, que podem ser implementadas para
ampliar o contato com uma ou mais linguagens artísticas. 

Mesmo admitindo que as modalidades possam ser trabalhadas em séries diferentes de um ciclo - se artes visuais e teatro forem eleitos nas
primeiras, por exemplo, e dança e música nas demais -, aquelas não contempladas em determinada fase podem ser abordadas durante a apreciação
de espetáculos ou por meio da apreciação de produções em vídeos ou pôsteres, por exemplo. 

Assim como em outras disciplinas, recomenda-se também que a aprendizagem seja significativa. Por isso, Rosa Iavelberg, diretora do Centro
Universitário Maria Antonia, em São Paulo, lembra a importância de conhecer a realidade do aluno. "Do que um adolescente gosta? O que interessa
a ele?", questiona. 

Desse modo, nas artes visuais, por exemplo, o grafite pode ser a porta de entrada para alguns conceitos da área, pois é algo bem próximo do
interesse dos alunos nessa idade - assim como a integração de mídias. Rosa acrescenta que nessa faixa etária a arte contemporânea interessa mais
aos alunos e, assim, com base nela, fica mais fácil trabalhar outros períodos históricos. 

O importante nessa fase da vida é o aluno "fazer pensando" e "pensar fazendo". Ou seja, não apenas priorizar a prática e deixar que a aula de Arte
seja "lazer", mas refletir sobre ela, das mais variadas formas. Veja a seguir quatro situações didáticas essenciais para o ensino de Arte, do 6º ao 9º
ano.

Período: 6º ano

1º semestre

Sequências didáticas
- Desenho em papel com diferentes instrumentos: riscazdores (carvão, pastéis secos, pastéis de óleo, lápis de cor e grafite) e processos líquidos
(aguarela e guache). 

Atividades permanentes
- Visitas mensais a museus, igrejas, galerias e patrimônios artísticos.

Projetos didáticos
- Animações (técnica stopmotion) com uso de câmeras de telefone celular: bidimensionais (com recortes) e tridimensionais (com objetos),
integrando trilha musical.

2º semestre 

Sequências didáticas
- Técnica vocal: noções básicas sobre a produção de som, postura, respiração, afinação e classificação vocal. 

Atividades permanentes
- Visitas mensais a museus, igrejas, galerias e patrimônios artísticos.

Projetos didáticos
- Pantomima, a arte de narrar com o corpo, com atividades de mímica, improvisação e interação com diferentes objetos, sem o uso da voz. As
apresentações individuais podem ser feitas num festival para a comunidade.

Período: 7º ano 
1º semestre
Sequências didáticas
- Relações entre o corpo e o espaço: dança. Exibição de vídeos para a análise de diferentes estilos (balé, dança contemporânea e street dance) e
elementos. 

Atividades permanentes
- Visitas mensais a museus, igrejas, galerias e patrimônios artísticos.

Projetos didáticos
- Dança. Reprodução de uma coreografia coletiva consagrada (videoclipe ou filme musical) para ser apresentada para a comunidade escolar.

2º semestre 

Sequências didáticas
- Fotografia: enquadramento, escala de cinzas, escolha de temas. Apreciação da obra de fotógrafos famosos, como Marc Ferrez (1843-1923), Henri
Cartier-Bresso- (1908-2004), Cristiano Mascaro, Sebastião Salgado e Walker Evans (1903-1975). 

Atividades permanentes
- Visitas mensais a museus, igrejas, galerias e patrimônios artísticos.

Projetos didáticos
- Fotografia. Produção de uma fotonovela em que sejam trabalhados conceitos de fotografia, expressão corporal, enredo, ação e conflito dramáticos.
Organizados em grupos, os alunos devem escrever um roteiro com base em pesquisas e na apreciação de fotonovelas de diferentes épocas.

Período: 8º ano 
1º semestre

Sequências didáticas
- Arte e mídia: interferência na mídia impressa, colagem na história da arte e as relações entre arte e publicidade. 

Atividades permanentes
- Visitas mensais a museus, igrejas, galerias e patrimônios artísticos.

Projetos didáticos
- Esculutura: do bi ao tridimensional. Apreciação de produções de artistas como Amilcar de Castro (1920-2002), Lygia Clarck (1920-1988) e Franz
Weissman- (1911-2005) e produção de obras para a montagem de uma exposição.

2º semestre 

Sequências didáticas
- O registro visual: pintura e fotografia. Análise de artistas viajantes, como Jean-Baptiste Debret (1768-1848) e Albert Eckhout (1610-1666), saídas
fotográficas e atividades de pintura de paisagens. 

Atividades permanentes
- Mostra fotográfica. A cada dois meses, mudar o tema da exposição, explorando novas temáticas e locais. 
- Visitas mensais a museus, igrejas, galerias e patrimônios artísticos.

Período: 9º ano 
1º semestre

Sequências didáticas
- Música: ritmos brasileiros. Exibição de vídeos para a análise de diferentes ritmos nacionais (samba, forró, xaxado, xote e bossa nova).

Atividades permanentes
- Mostra fotográfica. A cada dois meses, mudar o tema da exposição, explorando novas temáticas e locais. 
- Visitas mensais a museus, igrejas, galerias e patrimônios artísticos.

2º semestre 
Atividades permanentes
- Visitas mensais a museus, igrejas, galerias e patrimônios artísticos. 

Projetos didáticos
- Arte e reprodutibilidade. Produção de um grande estêncil nos muros internos e/ou externos da escola após trabalhar conceitos de circulação de
arte e reprodutibilidade, apropriação e street art.

É grafite ou não é?
Bloco de Conteúdo
Arte

Conteúdo
Arte em Diferentes Épocas e Lugares

Objetivo 
Discutir as relações entre a arte e o lugar em que é exposta e fazer com que os alunos experimentem ações como espectadores de arte.
Mais sobre Arte

Expectativa de aprendizagem

 Arte - 6º a 9º ano

Conteúdos 
Arte contemporânea, grafite 

Anos 
8º. e 9º. ano

Tempo estimado 
Três aulas

Materiais necessários 
Cópia dos textos "Grafite e Cia." e "Cidade Muda”; folha de monobloco e caneta ou lápis preto; para o varal ou mural – barbante e pregador ou papel
colorido para o fundo e fita crepe; acesso à rede no laboratório de informática da escola ou cópia da entrevista dos grafiteiros gêmeos transcrita.

Desenvolvimento 

Aula 1  Para iniciar as atividades, monte um mural ou varal com imagens de grafite – retiradas de revistas, jornais ou da internet - e peça que os
alunos observem os materiais. Peça que pesquisem em casa outras referências e tragam na aula seguinte.
O grafiteiro Titi Freak trabalhando em painel para a mostra De Dentro para Fora / De Fora para Dentro no Masp (Museu de Arte de São Paulo). Foto: Fernando
Moraes

Em seguida, explique à moçada o objetivo da sequência didática: aprofundar o conhecimento da turma sobre o grafite e discutir as opiniões de cada
um em relação ao tema. Diga a eles que, para isto, durante as próximas aulas vão ler textos, ouvir depoimentos e escrever pequenos textos para
poder debater o assunto. 

Organize a turma em grupos de quatro alunos e solicite que leiam o texto abaixo, que divulga uma exposição de grafite no MASP- Museu de Arte de
São Paulo. Proponha que a primeira leitura seja silenciosa e realizada individualmente. Em seguida, peça que façam uma leitura em grupo,
procurando um fragmento no texto – pode ser frase – que considerem a mais importante para compreensão do que é o grafite. Peça que sublinhem
o fragmento selecionado. Como o texto é muito curto, cada grupo pode escolher apenas um fragmento. 

Os grupos devem eleger um escriba – que irá registrar todos os argumentos levantados ao longo da aula – e um relator – responsável por apresentar
o ponto de vista do grupo à classe.

Grafite e Cia.

Masp se rende à arte urbana 


Fernando Masini

O MASP abriu suas portas à arte que ocupa ruas, vielas e viadutos. A exposição “De dentro para fora/ De fora para dentro” promove um grupo de
artistas acostumado a viver e a trabalhar a margem do mecenato. 

Carlos Dias, Daniel Melim, Ramon Martins, Stephan Doitschinoff, Titi Freak formam o time comandado por Baixo Ribeiro, um dos curadores da
mostra. O destaque são os seis murais inéditos que serão apagados no final da exposição. 

Zezão transporta elementos de uma favela e leva seus traços azuis das galerias fluviais. Outras cem obras- entre telas, fotos e vídeos – compõem a
coletiva. 

Masp - hall cívico e mezanino – Av. Paulista, 1578, Bela Vista 


Tel:             011-32515644      . terça, quarta e sexta a domingo, das 11h às 18h e quinta até as 19h. Até 5/2/2009. 

texto retirado do Guia da Folha, 20/11/2009

Para socializar as opiniões da turma, solicite que um aluno inicie a leitura do texto em voz alta e que cada grupo sinalize o trecho que acredita ser o
mais importante. 

Conforme os fragmentos forem localizados, a leitura deve ser interrompida para que o relator de cada grupo comente o trecho, tomando como base
a discussão anterior. Se mais de um grupo selecionar o mesmo fragmento, peça que ambos apresentem suas justificativas e procure relacioná-las.
Todos podem fazer comentários durante a leitura, de modo organizado, levantando a mão para pedir a voz. Os fragmentos e registros das discussões
podem ser colocados no varal ou mural para socialização. 

Aula 2  O objetivo da segunda aula é discutir as características do grafite dentro de museus e galerias e nas ruas, fora deles. Para isso, será utilizado
o depoimento da dupla de grafiteiros paulistas “Osgemeos”, disponível na internet. Se a escola tiver laboratório de informática, leve os alunos até lá
e apresente o vídeo a eles. Caso não seja possível, transcreva a entrevista e entregue uma cópia do texto à classe. 

Apresente o depoimento à turma – via internet ou por escrito. Em seguida, peça que discutam a declaração abaixo, feita por Gustavo Pandolfo, um
dos gêmeos, em entrevista à revista Carta Capital: “A partir do momento em que tiramos nosso trabalho das ruas e o levamos ao museu, já não é
grafite. É arte contemporânea, tridimensional”. 

Proponha que a turma reflita sobre o local de realização e exposição do grafite, e elaborem um texto em casa, apontando pelo menos três diferenças
entre expor fora ou dentro de uma instituição cultural. 

Aula 3  No início da aula, peça que os alunos leiam os textos produzidos em casa e os exponham no varal, ou mural. Em seguida, entregue a eles um
texto mais longo, de Marcelo Dantas, que faz referencia à Lei Cidade Limpa – em vigor desde o 1º de janeiro de 2007.

Cidade Muda

por Marcello Dantas 

Depois de mais dois anos em vigor, os paulistanos começam a ver os benefícios da Lei Cidade Limpa. Mas algo além de publicidade sumiu das ruas.
A cidade parece muda. Tenho uma filha de sete anos, em fase de alfabetização. Comecei a me lembrar do quão importante foi para a minha fixação
do alfabeto e o conhecimento de novas palavras a leitura contextualizada da publicidade urbana.

Eu via imagens e as relacionava com as letras. Da mesma forma, as placas dos carros foram fundamentais no meu exercício infantil de aprendizado
da matemática. Hoje, fico vendo minha filha procurar algo para exercitar seu aprendizado, e a única coisa que consegue achar é uma placa de
"PARE".

Entendo que São Paulo havia se tornado uma cidade sem lei nesse aspecto. Admiro muito a coragem da prefeitura de enfrentar o enorme lobby por
trás da publicidade na maior metrópole do país. E, sim, é verdade que em quase toda cidade que se preza no mundo existem regras rígidas da
ocupação do espaço de poluição visual. Assim deve ser. Mas nem só de limpeza vive uma cidade.

Não se pode dizer que Nova York, Paris e Londres sejam cidades descontroladamente poluídas visualmente. Sabe-se bem do poder icônico de
esquinas como Times Square, Champs-Elysées e Picadilly Circus. São Paulo, uma metrópole sem grandes marcos geográficos, como o Rio, por
exemplo, pode se dar ao luxo de ser uma cidade sem imagem? Sem marcos?

E a opinião pública? Eu me recordo ainda de quando, ainda bem jovem, como ativista político em Belo Horizonte, eu saía com os amigos para pichar
as propagandas políticas dos candidatos a deputado da ditadura militar. Era uma arena justa: eles ocupavam o espaço público, e a gente expressava
nossa voz sobre o abuso. Assim como se sabe da importância da mídia exterior de gerar o espírito de uma causa, de mexer com a percepção coletiva
de forma diagonal: atingindo do mendigo ao executivo. É ainda um espaço de consciência de coletividade, que gera a sensação de que algo está
acontecendo na cidade.

Como levantaremos causas comuns daqui para frente? Um desafio que talvez valesse a pena seria liberar uma esquina de São Paulo para a
publicidade desenfreada. E exigir que áreas -hoje entristecidas com suas placas cegas, surdas e mudas- sejam usadas de forma criativa: para ajudar a
alfabetizar, a refletir sobre o próprio espaço público ou para pensar em campanhas de mobilização da sociedade para causas relevantes.

Existe um impacto subliminar da cidade sem palavras. A verdadeira poluição visual não ocorre na paisagem exterior, mas, sim, na paisagem
interior, no nosso espaço mental. Sinto, hoje, uma maior linearidade de pensamento ao transitar por São Paulo, uma concentração maior e menos
dispersão causada pela publicidade. Um saldo positivo que não parecia óbvio no primeiro momento da lei. 
No entanto, deve haver um ponto de equilíbrio entre a identidade, a criatividade e a limpeza visual de uma cidade muda. Talvez uma linguagem de
sinais.

Marcello Dantas, 41, cria museus e exposições, entre eles o Museu da Língua Portuguesa e a mostra "Bossa na Oca", e é o colunista convidado desta
semana.

Revista da folha- edição 03/05/2009 – SP em cena

Após a leitura do texto, abra um debate para que a turma se posicione em relação à lei e ao impacto dela nas manifestações artísticas de rua, de
modo que uns possam ouvir as opiniões e argumentos dos outros. 

Para finalizar, proponha que os alunos escrevam uma carta para a seção da revista reservada às opiniões e respostas dos leitores em relação ao
artigo, e peça que busquem, nas atividades anteriores, argumentos que justifiquem a possibilidade de manifestação e expressão visual no espaço
público. 

Finalizado este processo, o material pode ser editado e colocado no varal, ou mural, que será exposto fora da sala de aula para que os outros alunos
da escola tenham acesso. Reserve um espaço para que esses novos expectadores também possam deixar suas opiniões.
Geometria e a arte
de Tarsila do
Amaral

Organizado por: Cristiane Chica – coordenadora do Nutec

Idade recomendada: A partir de 9 anos

Conhecer, comparar e identificar sólidos geométricos;


Objetivos: Estabelecer relações entre figuras espaciais e suas representações no plano;
Desenvolver habilidades de percepção visual e espacial e a utilização de instrumentos
para desenhar sólidos geométricos

Primeira etapa: Professor, reproduza a obra Calmaria II (1929), de Tarsila do Amaral, em tamanho adequado para que
PARA COMEÇAR todos os alunos possam observá-la.

Organize a classe em roda de modo que os alunos possam discutir suas percepções diante do quadro.
Comece perguntando se alguém conhece a obra. Conte que a pintora é brasileira, nasceu em 1886, em
Capivari, interior de São Paulo. Mergulhe um pouquinho na história da arte dizendo que a artista renovou
a pintura brasileira ao usar cores e formas e deixou marcado o mais autêntico sentimento nacionalista.
Você pode dar algumas informações e referências bibliográficas para aqueles que desejam saber mais
sobre a artista, mas tome cuidado para não perder de vista seus objetivos.

É importante que neste momento você chame atenção de todos para:

as cores: como a pintora as usa; os efeitos que ela consegue criar; a impressão que
elas nos dão...
as formas: os sólidos geométricos que aparecem na pintura; eles são iguais; os que
estão atrás causam quais impressões...
outros recursos usados pela pintora para termos a sensação de “calmaria”.

Prepare um painel com os tópicos importantes que surgirem durante a discussão. Esse painel deve ficar
afixado na classe para consultas durante o desenvolvimento das atividades.
Segunda etapa: Divida a classe em grupos de 4 alunos, distribua um conjunto de formas geométricas diferentes para
CONSTRUINDO  cada um (veja link abaixo).
SÓLIDOS 
GEOMÉTRICOS
Cada conjunto é composto de figuras que representam as faces de um dos sólidos geométricos que
aparecem na obra: pirâmide de base quadrada, pirâmide de base triangular e paralelepípedo. Mas não
diga isso a eles.

formas geométricas dos sólidos

Peça que abram seus envelopes e descubram qual sólido geométrico que aparece na obra de Tarsila
pode ser formado com as figuras que receberam. Assim que descobrirem, proponha que, usando uma
fita adesiva transparente, montem o sólido geométrico.

Promova uma conversa na sala, de forma que os alunos explicitem como descobriram de qual sólido se
trata, o que fizeram para obtê-lo, se basta juntar as figuras de qualquer forma. Guarde esses sólidos,
pois serão utilizados na quarta etapa desta seqüência didática.
Terceira etapa: Organize a sala novamente em grupos e solicite que todos os grupos montem um paralelepípedo (veja
Conhecendo link a seguir) com as figuras dadas, usando a fita adesiva transparente.
planificações:

figuras que formam um paralelepípedo

Após a montagem do sólido, cada grupo abrirá o sólido retirando algumas fitas adesivas de modo a
formar uma planificação. Nesse momento é possível discutir com os alunos se nas planificações obtidas:

foram usadas todas as figuras necessárias para a composição do sólido;


todas figuras estão presas umas às outras por pelo menos um lado, nunca pelas pontas.

Peça que um aluno cole sua planificação em um cartaz e desafie os demais grupos a conseguir
planificações diferentes.

Nesse mesmo cartaz, escreva ao lado das planificações os nomes das figuras planas que nele
apareceram. É um bom momento para explicar que nos sólidos essas figuras são chamadas de faces.
Nesse caso, o paralelepípedo possui 6 faces.
Quarta etapa: Retome os sólidos produzidos
O que são faces, vértices  pelos grupos na etapa 2 e peça
e arestas? que os alunos identifiquem em
cada um deles o número de faces
e realizem um registro contendo o
nome do sólido e o desenho de
cada uma das faces que o
compõe.

Informe aos alunos que também


podemos identificar outros
elementos em um sólido
geométrico, como os vértices e
as arestas. Explique que a aresta
é um segmento de reta formado
no encontro de duas faces.
Incentive-os a encontrar as
arestas em seus sólidos
geométricos e dizer quantas
possuem.

Pergunte se alguém sabe o nome


que é dado em matemática para
as pontas dos sólidos. Caso não
saibam, diga que chamamos de
vértice. Vértice é o ponto onde
duas ou mais arestas se
encontram. Peça que anotem
quantos vértices possui o seu
sólido geométrico.

Os alunos poderão desenhar seu


sólido, destacar os elementos faces, vértices e arestas e anotar suas respectivas quantidades. Monte um
cartaz com os desenhos produzidos e uma tabela com todas as informações obtidas com esta atividade.
Quinta etapa: Converse com os alunos sobre as atividades de geometria feitas até aqui e peça que, em duplas e
Organizando  consultando os cartazes feitos nas aulas anteriores, escrevam um texto contando o que aprenderam até
o trabalho: agora. Você pode escolher o estilo do texto que desejar: uma carta, uma história em quadrinhos, uma
poesia; enfim, tenha o cuidado de deixar claro o tipo de texto e certifique-se de que eles saibam as suas
características. Por exemplo, as poesias têm uma estrutura diferente de uma carta. O que vocês sabem
sobre um texto que é uma poesia? Tem um título?...
Sexta etapa: Proponha algumas atividades que permitam aos alunos comparar sólidos geométricos e relacioná-los a
Ampliando o olhar: formas presentes no cotidiano, como a proposta a seguir:

1. Complete a tabela escrevendo todas as diferenças e semelhanças que você observa em uma
pirâmide de base quadrada e um cubo (é importante que eles tenham estes sólidos à disposição para
consultá-los quando acharem necessário):

  Cubo Pirâmide de base quadrada

Semelhanças    

Diferenças    
Sétima etapa: Volte para a obra da Tarsila do Amaral e peça que cada aluno faça a sua releitura da obra; o que não
Um novo olhar  significa necessariamente uma cópia, mas as impressões, sensações e inspirações baseadas na obra.
para a obra da Tarsila do
Amaral
Explique que os artistas, antes de realizarem suas pinturas,
fazem um esboço, que são espécies de rascunhos, de ensaio
para fazer o quadro final. No esboço, eles podem ver erros e
consertá-los, fazer testes de cores. Antes de fazer o esboço,
retome com seus alunos aquelas observações iniciais em que
cada um falou sobre as cores usadas no quadro, que
impressões elas causam... Discuta com eles: como fazer para
que os sólidos sejam desenhados no papel e causem a
impressão de profundidade? Faça testes com esses desenhos
e, se preciso, use uma malha pontilhada para os primeiros
esboços.

É importante que a obra da pintora esteja sempre presente


neste momento, para que os alunos possam fazer
comparações entre a produção de cada um e a dela.

Finalmente, cada aluno produz seu quadro. Exponha-os na


escola e valorize o trabalho realizado por todo o grupo.

Para saber mais: Figuras e formas – Kátia Stocco Smole, Maria Ignez Diniz, Patrícia Cândido. ArtMed,
2003
Formas num mundo de formas. Suzana Laino Cândido. Editora Moderna, 80 páginas, 1ª
edição 1997.

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