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CADERNO DO PROFESSOR
ENSINO FUNDAMENTAL
A N O S F I N A I S
BOOK_ARTE_CP.indb
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BOOK ndb 2
BOOK ndb 3
Concepção do Programa e elaboração de conteúdos
Wanderley Messias da Costa Maria Etelvina R. Balan, Maria Helena de Castro Lima, Paula
Diretor Executivo Marcia Ciacco da Silva Dias, Rodnei Pereira, Selma Venco e
Walkiria Rigolon
Márgara Raquel Cunha
Diretora de Políticas Sociais Autores
Arte: Carolina Martins, Eloise Guazzelli, Emily Hozokawa Dias,
Coordenação Executiva do Projeto Gisa Picosque e Lais Schalch; Ciências: Gustavo Isaac Killner,
José Lucas Cordeiro Maria Helena de Castro Lima e Rodnei Pereira; Geografia: Cláudia
Beatriz de Castro N. Ometto, Clodoaldo Gomes Alencar Jr.,
Coordenação Técnica Edinilson Quintiliano dos Santos, Liliane Bordignon de Souza
Impressos: Dilma Fabri Marão Pichoneri e Mait Bertollo; História: Ana Paula Alves de Lavos, Fábio
Vídeos: Cristiane Ballerini Luis Barbosa dos Santos e Fernando Manzieri Heder; Inglês:
Clélia La Laina e Eduardo Portela; Língua Portuguesa: Claudio
Equipe Técnica e Pedagógica Bazzoni, Giulia Mendonça e Walkiria Rigolon; Matemática:
Ana Paula Alves de Lavos, Cláudia Beatriz de Castro N. Ometto, Antonio José Lopes, Marcos Luis Gomes, Maria Etelvina R.
Clélia La Laina, Elen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Emily Balan e Paula Marcia Ciacco da Silva Dias; Trabalho: Maria
Hozokawa Dias, Fernando Manzieri Heder, Herbert Rodrigues, Helena de Castro Lima e Selma Venco (material adaptado e
Laís Schalch, Liliane Bordignon de Souza, Marcos Luis Gomes, inserido nas demais disciplinas)
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BOOK ndb 4
Caro(a) professor(a)
Secretaria da Educação
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
Apresentação 9
A escolarização de jovens e adultos no Brasil e no Estado de São Paulo 11
Princípios e concepções do Programa 14
O mundo do trabalho como eixo integrador
Levantamento de conhecimentos prévios
Problematização e contextualização
Orientação de estudos na Educação de Jovens e Adultos
Por que aprender a ler textos longos e difíceis?
Arte 31
Orientações gerais 33
Volume 1 37
Volume 2 52
Volume 3 67
Volume 4 81
Este Caderno do Professor compõe os materiais didáticos do Programa Educação de Jovens e Adultos
(EJA) – Mundo do Trabalho, produzidos especialmente para os Centros Estaduais de Educação de Jovens
e Adultos (CEEJAs). Além dele, você está recebendo os materiais destinados aos estudantes: os quatro
Volumes do Caderno do Estudante, os vídeos que complementam e problematizam os conteúdos abor-
dados nos Cadernos e, também, os dois vídeos de Orientação de estudo.
Esses materiais foram elaborados para atender a uma justa e antiga reivindicação de profes-
sores, estudantes e sociedade em geral: poder contar com materiais de apoio específicos para os
estudos desse segmento.
Afinal, você que atua nessa modalidade de ensino sabe que estudar na idade adulta demanda
maior esforço, dado o acúmulo de responsabilidades (trabalho, família, atividades domésticas etc.),
e que o ato de estar diariamente em uma escola é, muitas vezes, um obstáculo para a retomada dos
estudos, sobretudo devido à dificuldade de se conciliar estudo e trabalho. Nesse contexto, os CEEJAs
têm se constituído em uma alternativa para garantir o direito à educação aos que não conseguem
frequentar regularmente a escola, tendo, assim, a opção de realizar um curso com presença flexível.
No entanto, propor um material didático para esse contexto é um desafio. Por isso, buscou-se
estabelecer uma maior interlocução com os estudantes, favorecendo um diálogo mais claro e aces-
sível, a fim de provocá-los e, ao mesmo tempo, estimulá-los a estudar, sem banalizar os conteú-
dos desenvolvidos. Além disso, procurou-se favorecer um ensino emancipador, um dos principais
objetivos do Programa. Para tanto, considerou-se necessário ampliar significativamente o grau de
autonomia dos estudantes, de modo a contribuir com a formação de sujeitos críticos que leiam o
mundo e nele ajam, transformando-o, como apontava Paulo Freire em Pedagogia do oprimido (1970).
Assim, para facilitar os momentos de estudo, os Cadernos são consumíveis, o que permitirá aos
estudantes ter espaço para realização da maior parte das atividades – e também possibilitará a você um
maior acompanhamento do percurso de aprendizagem de cada estudante.
Os Cadernos foram organizados em Unidades, cada uma delas dividida em diferentes Temas.
Foram também criadas seções para favorecer o autoestudo e, ao mesmo tempo, possibilitar a con-
cretização dos princípios pedagógicos defendidos pelo Programa, como levantamento de conhe-
cimentos prévios, contextualização, problematização e desenvolvimento de procedimentos de
estudo, entre outros.
Além disso, para ajudar os estudantes a compreender melhor alguns dos assuntos tratados nos
Cadernos das diferentes disciplinas, todos os Volumes contam com vídeos produzidos especial-
mente para o Programa, que explicam, exemplificam e ampliam os conteúdos tratados no material
impresso, sendo um importante recurso didático.
Este Caderno do Professor, por sua vez, foi planejado com o intuito de apoiar a organização
do seu trabalho pedagógico no CEEJA. As orientações propostas visam contemplar os momen-
tos em que os estudantes procuram o CEEJA para esclarecer dúvidas ou participar de atividades
programadas. Aqui, você encontrará orientações e sugestões específicas para cada um dos Volumes
Além disso, é importante que você conheça os objetivos e os conteúdos desenvolvidos nos
Cadernos do Estudante, bem como o teor dos vídeos que os acompanham, de modo a melhor pla-
nejar sua atuação.
O Programa EJA – Mundo do Trabalho conta ainda com um site exclusivo, que você poderá visitar
sempre que desejar: <http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br>. Nele, além de informações sobre
o Programa, você acessa os Cadernos do Estudante, os Cadernos do Professor e os vídeos de todas as
disciplinas do Ensino Fundamental – Anos Finais, ao clicar na aba Conteúdo CEEJA. Lá também estão
disponíveis os vídeos de Trabalho, que abordam temas bastante significativos para jovens e adultos;
para encontrá-los, basta clicar na aba Conteúdo EJA. No site, você tem acesso ainda à Sala dos Pro-
fessores, um espaço virtual no qual pode postar comentários e dúvidas, além de compartilhar suas
experiências com outros docentes desse segmento.
Bom trabalho!
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Os dados relativos à escolarização no Brasil e no Estado de São Paulo mostram que ainda
há muito por avançar no tocante à Educação de Jovens e Adultos (EJA). As Pesquisas nacionais
por amostra de domicílio (PNAD, 1997, 2011, 2012) apontam que a taxa de analfabetismo entre
pessoas de 15 anos ou mais no Brasil diminuiu entre 1997 e 2011 (de 14,7% para 8,4%, respecti-
vamente). No entanto, em 2012, essa taxa subiu para 8,5%, indicando um aumento de 300 mil
novos analfabetos em relação à pesquisa de 2011.
No que diz respeito ao Estado de São Paulo, dados da PNAD 2012 – compilados pela Secreta-
ria de Planejamento e Desenvolvimento Regional e veiculados pela Fundação Sistema Estadual
de Análise de Dados (Seade) – indicam que 3,81% da população com 15 anos ou mais ainda
está em condições de analfabetismo, embora esse porcentual tenha sido reduzido em relação
a 2007, quando a taxa encontrava-se em 4,61%. Em relação aos anos de escolaridade, 34,83%
da população com 25 anos ou mais tem no máximo oito anos de estudo, e apenas 69,50% da
população de 18 a 24 anos concluiu o Ensino Médio.
Por que isso acontece? Antes de se abordar diretamente a questão da Educação, é impor-
tante falar da formação social do Brasil e de seus desdobramentos na construção de uma
desigualdade social profunda. A síntese descrita por Gilberto Freyre em Casa-grande e senzala
(1933) ilustra parcialmente a relação de subordinação que esteve presente em nossa história
– posto que o autor acreditava haver uma relação afetiva entre senhor e escravo. A dimensão
da escravidão é um elemento diferencial entre os povos e carrega, ao longo de sua história,
desdobramentos que provocam diferenciações entre os iguais. Os dados do Censo nacional de
1890, por exemplo, apontavam que 82,63% da população com mais de 5 anos era analfabeta e,
em 1950, essa taxa ainda era de 57,2% (Paiva, 1990).
Partindo dessa compreensão, é possível apoiar-se em Álvaro Vieira Pinto (1983), que afirma ser
equivocado considerar os estudantes jovens e adultos como pessoas sem capacidade, desinteres-
sados, maldotados ou preguiçosos, marginalizando-os cada vez mais. Ao contrário, é preciso reco-
nhecer esses estudantes como seres produtores e portadores de ideias e conhecimentos valiosos.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, asse-
gurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria.
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Contudo, segundo Rita de Cássia Morete (2010), naquele período, pela demanda da mesma
lei, enquanto o número de salas do Ensino Fundamental era ampliado, contraditoriamente,
o ensino de adultos era reduzido drasticamente no que dizia respeito ao atendimento à
demanda, uma vez que o ensino para o público da EJA poderia ser organizado de diversas for-
mas e em diferentes modalidades. Assim, na tentativa de atender as necessidades e expectati-
vas de um público que, por vezes, tem pressa – porque não obter a certificação de escolaridade
em um curto período pode significar, para um trabalhador, a demissão ou, se desempregado,
a dificuldade de concorrer a determinada vaga –, entre 1971 e 1976 ofereceram-se diversas
modalidades a esse público, criando-se, inclusive, o Serviço de Ensino Supletivo em 1976.
No que diz respeito ao Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA), o projeto
de implementação aconteceu também em 1976, sendo que as atividades iniciaram-se apenas
em 1981, nas dependências do Centro Estadual de Educação Supletiva Dona Clara Mantelli, no
município de São Paulo (Morete, 2010).
A LDB garante, portanto, uma modalidade de estudo organizada de forma modular, semi-
presencial e individualizada, tal como a proposta dos CEEJAs, uma vez que, em sua maioria,
os estudantes que frequentam essa modalidade de ensino são de uma realidade diferenciada
da dos estudantes que se mantiveram no ensino regular. Um dos elementos mais fortes de
diferenciação é o fato de estarem inseridos de alguma maneira no mundo do trabalho – e, para
grande parte deles, essa é a questão central que os pressiona e os desafia por diversas razões,
das quais a mais objetiva é a sobrevivência, ainda que não seja a única: persistência por uma
vida melhor e valorização da vida também perpassam a trajetória de cada estudante.
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Com a Resolução SE no 3/2010, foram estabelecidas normas para a organização dos cursos de
EJA, confirmadas, posteriormente, pela nova LDB (2013). Os CEEJAs deveriam, a partir de então,
adotar materiais didáticos que atendessem às Propostas Curriculares dos cursos de Ensino
Fundamental e Médio da rede pública regular do Estado de São Paulo, garantindo o desenvol-
vimento efetivo do currículo oficial.
Assim como para outros segmentos da Educação, é essencial saber quem são esses estu-
dantes, como vivem e quais seus conhecimentos, para que o planejamento possa considerar
interesses e vivência, e para que eles próprios se conheçam e se reconheçam, construindo sua
identidade individual e de grupo. No caso do CEEJA, esse mapeamento é necessário para que
os estudantes possam identificar as próprias experiências e conhecimentos prévios, uma vez
que o estudo deverá ser autoinstrutivo, estabelecendo estratégias de confronto entre os conhe-
cimentos já construídos e os novos, que farão mais sentido quando articulados ao cotidiano
dos jovens e adultos.
Acredita-se, portanto, que este Programa possa contribuir para que os estudantes jovens e
adultos valorizem e reexaminem sua vivência e seu olhar sobre a realidade, e também com-
partilhem sua cultura e origem, com abertura para romper preconceitos.
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É por esses motivos que, sem negar a dinâmica das diversas áreas de conhecimento, mas procu-
rando não encerrá-las em gavetas separadas, este Programa propõe o “mundo do trabalho” como
eixo integrador dos conteúdos, a fim de facilitar a compreensão dos temas desenvolvidos e favore-
cer uma visão não estanque entre os conteúdos e a vida de cada estudante, como possibilidade de
motivação e articulação que provoca novas relações entre diferentes dimensões e conhecimentos.
Nessa direção, o currículo do Programa, proposto originalmente para utilização na EJA pre-
sencial, conta inclusive com a disciplina Trabalho. Essa opção foi feita com o intuito de estrei-
tar o diálogo entre Educação e trabalho, não em uma perspectiva pragmática e utilitarista,
mas reflexiva e crítica. O objetivo central dessa escolha foi o de considerar as expectativas e os
interesses de jovens em busca do primeiro emprego ou de adultos que desejam encontrar ou
manter seu posto de trabalho ou procuram uma nova recolocação profissional. Para tanto, os
materiais abordam temas como direitos relacionados ao trabalho, previdência social, tecnolo-
gia e trabalho, inserção da mulher no mercado de trabalho, trabalho por conta própria, saúde
e trabalho, assédio moral, sindicalismos e estratégias relativas à busca de um emprego, entre
outras temáticas de extrema significância para se entender as transformações no mundo do
trabalho e que permeiam o cotidiano dos estudantes da EJA.
Assim, embora a grade curricular para os CEEJAs não contemple tal disciplina, o conteúdo foi
desenvolvido de forma interdisciplinar, considerando-se os vínculos e as convergências com os
demais campos do conhecimento. Alguns temas, bem como a indicação de vídeos sobre trabalho,
foram incluídos nas disciplinas que compõem o currículo dos CEEJAs. Além disso, os Cadernos e
vídeos produzidos para a EJA presencial podem ser acessados na íntegra pelo site do Programa.
A sugestão é que essas temáticas possam ser desenvolvidas, por exemplo, em oficinas
ministradas por professores de diferentes disciplinas, o que pode motivar os estudantes a fre-
quentarem o CEEJA mais assiduamente.
14
Os estudantes da EJA, de modo geral, desconhecem o quanto já sabem, em razão dos inúmeros
percalços vividos nas trajetórias escolar e pessoal; por isso, é fundamental legitimar os saberes,
as experiências e os conhecimentos construídos pelos estudantes jovens e adultos ao longo da
vida. A legitimação dos conhecimentos ocorre na medida em que são considerados, respeitados
e valorizados em sala de aula, de forma intencional e sistemática. Por isso a importância da
seção O que você já sabe?, que inicia cada um dos Temas do Caderno do Estudante.
Problematização e contextualização
A problematização e a contextualização são princípios essenciais de todo e qualquer pro-
cesso de ensino e aprendizagem. Pelo fato de os estudantes dos CEEJAs não poderem contar
com seu apoio direto, professor, faz-se ainda mais necessário que o próprio material procure
favorecer a construção de novos sentidos e motivar esses estudantes. Por esse motivo, o mate-
rial produzido busca dialogar com a realidade e as necessidades desses jovens e adultos, para
que eles se percebam como sujeitos autônomos nesse processo, estabelecendo relações entre
a vida cotidiana e o que estão estudando.
A problematização dos conteúdos tem papel fundamental na relação entre teoria e prática, bem
como no diálogo com a visão de mundo e com os interesses dos estudantes. O cotidiano, muitas
vezes percebido apenas como recurso para ilustrar uma informação, é objeto de estudo fundamen-
tal, porque somente com base em uma reflexão sobre a realidade é possível transformá-la.
A contextualização, por sua vez, tem relação direta com a problematização, visto não ser
possível problematizar nenhum conteúdo sem que ele seja contextualizado. O tratamento
contextualizado do conhecimento é um recurso pedagógico necessário para que os estudantes
possam ter um papel verdadeiramente ativo em seu processo de aprendizagem.
Professor, sempre que possível, tanto nas oficinas como nos encontros presenciais, procure
propiciar momentos específicos nos quais os estudantes possam expressar conhecimentos, opi-
niões, dúvidas e experiências, de modo que a problematização e a contextualização realizadas
por você possam fomentar o interesse dos estudantes. Nessa perspectiva, é importante que eles
se sintam acolhidos e à vontade nos momentos em que forem ao CEEJA, para que percebam que,
no espaço escolar, eles têm vez e voz, e que são reconhecidos como cidadãos plenos.
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Para tanto, é fundamental ao processo educativo levar em conta as especificidades dos estudan-
tes dessa modalidade de ensino, conhecendo e considerando a trajetória de vida desses jovens e
adultos – e compreendendo-as no contexto de desigualdades que marca a formação social do Brasil.
Para auxiliá-lo nessa tarefa, o material produzido para os estudantes dos CEEJAs optou por
garantir momentos específicos em todas as disciplinas para a realização de ações que envolvam
o ato de estudar, que contribuirão também para a vida profissional desses jovens e adultos.
Nos Cadernos do Estudante, a seção Orientação de estudo busca ajudar os estudantes a se apro-
priarem do ato de estudar, por meio da exploração de diferentes procedimentos: identificar a ideia
central de um texto; grifar aspectos mais relevantes em função dos objetivos de leitura; produzir
anotações com base nas leituras; organizar esquemas, resumos, fichamentos; realizar pesquisas
na biblioteca e na internet etc.
Vale salientar, ainda, que se incentiva neste material a prática de registros (ver Mills, 2009) que
ajudem na organização e seleção de informações, tais como a produção de relatórios, comentários
e fichamentos, para que os estudantes historiem e compartilhem suas novas aprendizagens.
Foram também produzidos dois vídeos específicos sobre a importância do ato de estudar.
Esses vídeos enfocam a relevância de se desenvolver o hábito de estudo, mostrando aos estu-
dantes que estudar também se aprende, e contemplam alguns procedimentos de estudo pro-
postos no Caderno do Estudante, como grifo, anotação, resumo, esquema e listas, entre outros.
Sugere-se que esses vídeos sejam utilizados até mesmo em oficinas interdisciplinares, com
foco, por exemplo, no desenvolvimento de pesquisas.
Dessa forma, ao mesmo tempo em que os estudantes se apropriam dos conteúdos de diferentes
campos do conhecimento, eles poderão desenvolver maior grau de autonomia em relação ao estudo.
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Evitar ou sonegar a leitura de textos mais longos e elaborados (como textos literários, expo-
sitivos de diferentes campos do conhecimento e/ou artigos científicos, entre outros) pode
tornar-se um impedimento ao próprio avanço dos estudantes na construção de novos conhe-
cimentos, bem como na ampliação de sua autonomia leitora e escritora.
Sobre textos curtos, é ainda importante destacar outro aspecto: ao simplificar e sintetizar
demasiadamente os textos, intencionando facilitar a “compreensão” dos estudantes, acaba-se,
muitas vezes, provocando exatamente o contrário. Isso porque um texto muito simplificado
pode dificultar o entendimento e causar distorções no conhecimento – visto que, para redu-
zi-lo, muitas informações, exemplos, descrições e explicações essenciais à compreensão são
excluídos, inclusive com risco de banalização dos conteúdos abordados. Além disso, nem sem-
pre um texto curto é, necessariamente, mais fácil de compreender.
Aprender a ler criticamente exige contato com textos diversos, de boa qualidade, de dife-
rentes gêneros textuais, que possibilitem ampliar o universo textual dos estudantes, insti-
gando sua criticidade. O material didático do Programa EJA – Mundo do Trabalho porta essa
dimensão, qual seja: a de favorecer um diálogo com textos mais elaborados, essencial a todo
processo de aprendizagem. E isso não se dá apenas por meio dos textos apresentados, mas por
questões em que os estudantes são convidados a recuperar ideias que favorecem a criação de
hipóteses interpretativas, acionar conhecimentos prévios, estabelecer comparações e relações
com textos de outras disciplinas, bem como organizar registros das observações pessoais que
propiciam novos aprofundamentos.
Ao ler textos mais complexos, os estudantes se deparam com novas indagações e lacunas a
serem preenchidas, que estimulam sua curiosidade crítica e sua capacidade leitora. Tais desa-
fios precisam ser propostos. Contudo, antes de mais nada, os jovens e adultos da EJA precisam
se sentir legitimados e valorizados por seus professores como sujeitos capazes de aprender.
Vale observar que os estudantes da EJA nutrem expectativas determinadas em relação aos
estudos que realizam: esperam encontrar, na escola, respostas a problemas cotidianos com
que se deparam ao lidar com diferentes gêneros textuais do mundo profissional. Nesse sentido,
a ampliação da capacidade leitora e escritora é essencial a esse público – e ela não será alcan-
çada por meio de textos simplificados.
O quadro heterogêneo de uma sala de EJA, conforme demonstra a vivência em sala de aula,
constitui-se num desafio para os profissionais da escola. O ritmo particular de cada estudante
e o histórico distanciamento de materiais didáticos específicos para esse público exigem pro-
por diferentes estratégias de estudo, que contemplem diferentes graus de complexidade e
diferentes modos de leitura. Localizar e recuperar informações do texto, ler para aprender,
ler para se encantar, ler para seguir instruções são alguns dos modos de leitura presentes nas
atividades propostas, visando justamente aprimorar essa capacidade. O objetivo é, portanto,
proporcionar aos estudantes a oportunidade de experimentar distintos modos de ler, para que
possam praticar estratégias de leitura diversificada e delas se apropriar.
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Assim, os textos apresentados nas diferentes disciplinas, apesar de contarem com uma
linguagem mais acessível, visam não banalizar os conteúdos e temas que tratam, podendo
se tornar objetos privilegiados para desenvolver a leitura de textos mais complexos. Com a
sua mediação, podem possibilitar aos estudantes o acionamento de conhecimentos prévios,
a recuperação do contexto de produção do texto estudado, a criação de inferências, hipóteses
e interpretações sobre o tema, como também o compartilhamento de impressões que podem
contribuir sobremaneira para a superação de possíveis dificuldades encontradas por eles ao se
confrontarem com os textos.
Desta forma, sempre que possível, é interessante compartilhar com os estudantes o objetivo da
leitura proposta, como também contextualizar e problematizar o tema a ser abordado, de modo
que eles criem expectativas acerca do que encontrarão no texto. Essas estratégias pedagógicas
favorecem aos estudantes acionar os conhecimentos e as experiências já construídos, facilitando
o estabelecimento de relações que ajudam a tornar mais significativas as leituras propostas. Ao
trabalhar com textos que considere mais “difíceis”, é importante você planejar as intervenções
pedagógicas das quais lançará mão, a fim de que os estudantes possam avançar em sua capaci-
dade leitora e também escritora – visto que ler e compreender textos mais complexos também
desenvolve a escrita e refina o senso crítico.
No caso de uma leitura colaborativa ou compartilhada para estudo do texto, você pode tam-
bém oferecer informações adicionais, a fim de apresentar o autor e o contexto de produção do
texto, e tecer outros comentários que possam provocar uma inquietação crítica, tão necessária
a todo processo de aprendizagem.
A leitura praticada na escola, sobretudo na EJA, precisa ocupar um espaço privilegiado que
legitime seu papel no processo de aprendizagem. Afinal, para muitos jovens e adultos, a escola
pode ser o único espaço em que eles têm maior contato com a leitura. Então, mais do que res-
postas prontas, sempre valem novos questionamentos: Como os estudantes da EJA poderão
aprender a ler textos difíceis se tiverem contato apenas com produções fáceis? Como poderão
ampliar seu grau de autonomia sem se aventurarem pelos caminhos da leitura? Como se tor-
narão cidadãos de direito se não forem reconhecidos como tal?
Referências bibliográficas
BRASIL. Casa Civil. Constituição Federal de 1988, de 5 de outubro de 1988. Disponível em:
<http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/index.shtm>.
Acesso em: 19 ago. 2014.
. Lei federal no 5.692/71, de 11 de agosto de 1971. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014.
. Lei federal no 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014.
. Lei federal no 12.796/13, de 4 de abril de 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014.
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19
OFICINAS
Essa seção é destinada à sugestão de atividades a
serem realizadas em datas previamente agendadas com
os estudantes, estimulando-os a frequentar o CEEJA não
somente para esclarecer dúvidas ou realizar avaliações.
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Essa seção sugere atividades que podem
ser oferecidas aos estudantes nos momentos
presenciais com você, professor, quando eles
precisarem esclarecer dúvidas ou mostrarem
não ter compreendido adequadamente deter-
minado conteúdo. Você pode fazer os ajustes
necessários, tendo em vista as especificidades
de cada estudante.
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21 05/09/14
05/0
/09/14 16:26
Conhecendo o Caderno do Estudante
O Caderno do Estudante do Programa EJA – Mundo do Trabalho/CEEJA foi planejado para faci-
litar os momentos de estudo e aprendizagem, tanto fora da escola como quando os estudantes
forem participar das atividades ou se encontrar com você, professor do CEEJA, ao mesmo tempo
em que busca concretizar os princípios já explicitados, como levantamento de conhecimentos
prévios, contextualização e problematização. O material é consumível, para que os estudantes
possam registrar todo o processo de estudo e identificar as dúvidas que tiverem.
Os Cadernos têm a seguinte organização: Língua Portuguesa e Matemática contam com 5 Uni-
dades em cada Volume, e Arte, Ciências, Geografia, História e Inglês têm 4 Unidades por Volume.
O SUMÁRIO
O Sumário apresenta a lista das Unidades e seus res-
pectivos Temas – cuja quantidade pode variar.
AS UNIDADES
Para orientar os estudantes, o início
de cada Unidade apresenta uma breve
introdução, destacando os objetivos e
os conteúdos gerais trabalhados, além
de uma lista com os Temas propostos.
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BOOK_ARTE_CP.indb 22
BOOK_ARTE_CP 05/09/14
05/0
/0 16:26
OS TEMAS
As seções e os boxes
Os Temas estão organizados em diversas seções que visam facilitar a aprendizagem.
Cada uma delas tem um objetivo, e é importante que você o conheça, para que possa orientar
melhor os estudantes.
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BOOK_ARTE_CP.indb 23 05/09/14
05/0
/09/14 16:26
Textos
Os textos apresentam os conteúdos e con-
ceitos a serem aprendidos em cada Tema.
Eles foram produzidos, em geral, procurando
dialogar com os estudantes, a partir de uma
linguagem clara e acessível.
Imagens também foram utilizadas para
ilustrar, explicar ou ampliar a compreensão
do conteúdo abordado. Elas aparecem den-
tro de fundos coloridos, nos quais também
são apresentadas as respectivas legendas.
Sempre que necessário, boxes diversos
ainda podem aparecer articulados a esses
textos, visando repertoriar os estudantes
para que eles possam dar prosseguimento
ao estudo.
ATIVIDADE
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BOOK_ARTE_CP.indb 24
BOOK_ARTE_ 05/09/14
05/0
/09/14 16:26
HORA DA CHECAGEM
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BOOK_ARTE_CP.indb 25 05/09/14
05/0
/09/14 16:26
Algumas seções não estão presentes em todas as Unidades,
mas complementam os assuntos abordados!
ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
Para que os estudantes se tornem cada
vez mais autônomos para estudar, essa
seção enfoca, de modo mais sistematizado,
diferentes procedimentos de estudo, im-
portantes para a leitura e a compreensão
dos textos e a realização das atividades,
como grifar, anotar, listar, fichar, esquema-
tizar e resumir, entre outros. Esses proce-
dimentos também são abordados nos dois
vídeos de Orientação de estudo.
PENSE SOBRE...
Essa seção é proposta sempre que houver
a oportunidade de problematizar algum con-
teúdo desenvolvido, por meio de questões
que fomentem a reflexão dos estudantes a
respeito dos aspectos abordados no Tema.
DESAFIO
Essa seção apresenta questões
que caíram em concursos públicos
ou em provas oficiais (como Saresp,
Enem, entre outras) e que enfocam o
conteúdo abordado no Tema. Assim,
os estudantes terão a oportunidade
de conhecer como são construí-
das as provas em diferentes locais
e a importância do que vem sendo
aprendido no material. As respostas
também estão disponíveis na Hora
da checagem.
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BOOK_ARTE_CP 05/09/14
05/0
/09 16:26
MOMENTO CIDADANIA
Essa seção aborda assuntos que têm
relação com o conteúdo abordado e que
também dialogam com interesses da so-
ciedade em geral. Ela informa sobre leis,
direitos humanos, fatos históricos etc.,
que ajudarão os estudantes a aprofunda-
rem seus conhecimentos sobre a noção
de cidadania.
GLOSSÁRIO
Esse boxe apresenta verbetes com
explicações sobre o significado de palavras
e/ou expressões que aparecem nos textos,
com o objetivo de facilitar a compreensão
dos estudantes.
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BOOK_ARTE_CP.indb
TE_CP.indb 27 05/09/14 16:26
0 26
BIOGRAFIA
Esse boxe aborda aspectos
da vida e da obra de autores ou
artistas trabalhados no material,
para ampliar a compreensão dos
estudantes a respeito do texto ou
da imagem que estão estudando.
ASSISTA!
Esse boxe indica os vídeos do Programa, que
os estudantes podem assistir para complemen-
tar os conteúdos apresentados no Caderno.
São indicados tanto os vídeos que compõem
os DVDs entregues com os Cadernos quanto
outros, disponíveis no site do Programa. Para
facilitar a identificação, há dois ícones usados
nessa seção.
FICA A DICA!
Nesse boxe, os estudantes encontrarão
sugestões diversas para saber mais sobre o
conteúdo trabalhado no Tema: assistir a um
filme ou documentário, ouvir uma música,
ler um livro, apreciar uma obra de arte etc.
Esses outros materiais os ajudarão a ampliar
seus conhecimentos.
VOCÊ SABIA?
Esse boxe apresenta curiosidades relacio-
nadas ao assunto abordado, de modo a com-
plementar o conhecimento dos estudantes.
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BOOK_ARTE_CP.indb 28
BOO 05/09/14
05/0
/09/14 16:26
GEOGRAFIA
Os vídeos do Programa VOLUME 1
A transformação das cidades e dos seus rios
Ciclos econômicos e transformação das cidades
Da produção da terra ao prato
O homem na transformação da paisagem
ARTE
O tempo passa, a cidade muda
Planejar é preciso
VOLUME 1
A arte conta história VOLUME 2
A arte e reciclagem A rota da produção brasileira
A arte em cada esquina Biomas brasileiros: riqueza e diversidade 1
A arte que defende ideias Biomas brasileiros: riqueza e diversidade 2
Campo e cidade: sem fronteiras
VOLUME 2 Mangue: ainda ameaçado?
Arte indígena Rio São Francisco: transposição em foco
Danças brasileiras
Museu Afro Brasil VOLUME 3
Primeiros retratos do Brasil Globalização
Globalização e trabalho
VOLUME 3 Urbanização
Bienal de São Paulo: arte contemporânea 1
Bienal de São Paulo: arte contemporânea 2 VOLUME 4
Grafite Comércio exterior: o mundo sem fronteiras
Demografia, o perfil do povo
VOLUME 4 Fontes de energia
Cinema: uma arte do século XX
O desenho e sua expressão MUNDO DO TRABALHO
O encanto da música erudita A força feminina
Migrante: por uma vida melhor
MUNDO DO TRABALHO Tecnologia e trabalho: uma difícil equação?
Tecnologia e trabalho: uma difícil equação?
HISTÓRIA
CIÊNCIAS
VOLUME 1
VOLUME 1 Capitalismo, o mundo das mercadorias
A riqueza do solo Do feudalismo para o capitalismo
As voltas que o mundo dá O servo e o operário
Cuidados com o solo O surgimento das máquinas
Lua e Terra: um balé no espaço Tudo é negócio?
Perigos de um solo contaminado
Sistema Solar, estrelas e galáxias VOLUME 2
A Comuna de Paris
VOLUME 2
A invenção das nações
A formação da Terra A partilha da África
A vida na água A Primavera dos Povos
Big Bang: o Universo em expansão O encontro do século
Como começou a vida?
Fotossíntese: verde novo em folha VOLUME 3
VOLUME 3 A Crise de 1929
A Revolução Russa
Darwin no Brasil Guerra Fria: a paz impossível
Darwinismo
O fascismo e o nazismo
Ecologia: comunidade e natureza
Revolução Cubana e Guerra Fria
Organismos unicelulares
Pegada ecológica VOLUME 4
VOLUME 4 Desafios da independência
Engenhos da colonização
Energia
Imigração
Estrutura da matéria
Industrialização
Invertebrados
Movimento e suas leis MUNDO DO TRABALHO
Propriedades da matéria
Vertebrados – Aves e mamíferos Estratégias para o mercado de trabalho
Organização do trabalho
MUNDO DO TRABALHO Previdência Social
Saúde e trabalho Trabalho infantil
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ARTE
Caro(a) professor(a),
A Arte, por muito tempo, ocupou um espaço menor nas escolas em relação
às demais disciplinas, favorecendo assim, muitas vezes, a construção de uma
percepção equivocada sobre sua importância, diminuindo o valor deste campo
do conhecimento tão essencial à formação humana. Para se tentar reverter esse
processo, é preciso legitimar tal conhecimento. Neste Caderno do Professor
sugerem-se oficinas e atividades complementares que, assim como o Caderno
do Estudante, possam contribuir para aproximar os estudantes desta disciplina.
Nessa perspectiva, este material ajudará você a planejar estratégias e aborda-
gens didáticas a partir de oficinas e atividades, nas quais os estudantes poderão
compreender o valor da arte para a humanidade. Uma boa alternativa é promo-
ver oficinas previamente planejadas preparando antecipadamente os estudan-
tes, a fim de criar expectativa quanto ao que será abordado.
Depois da exibição dos vídeos, se possível, podem ser feitas sínteses cole-
tivas do que foi apresentado, colhendo dos estudantes as principais impres-
sões, fazendo uma reflexão sobre passagens do vídeo, que reforçam conteúdos
da Unidade e das atividades propostas. Você pode propor aos estudantes que
escrevam comentários pessoais sobre o que viram, ou façam uso de roteiro para
acompanhamento da exibição dos vídeos. Todas essas alternativas de registros
são bem valiosas e favorecem muito a aprendizagem dos estudantes.
Bom trabalho!
A proposta de Arte para o Programa EJA – Mundo do Trabalho encaminha uma composição
que cria, durante o curso, um encontro das diferentes modalidades artísticas, como artes
visuais, música, teatro, dança e cinema, proporcionando aos estudantes maior intercâmbio
entre essas manifestações artísticas.
Hoje, novos modos de ensinar orientam o diálogo entre as diferentes disciplinas do currí-
culo, marcado por um movimento contínuo, criando ou recriando outros pontos para discus-
são, interligando em uma rede várias disciplinas. É essa a ação pretendida neste trabalho, pois
nenhuma disciplina isolada produz uma visão coerente da realidade; as disciplinas precisam
interagir, produzindo significados mais relevantes.
Além disso, a arte nem sempre se apresenta no cotidiano como obra de arte. Mas pode ser
observada na forma dos objetos, no arranjo de vitrines, na música dos puxadores de rede,
nas ladainhas entoadas por tapeceiras tradicionais, na dança de rua executada por meninos
e meninas, nos pregões de vendedores, nos jardins, na vestimenta etc. O incentivo à curiosi-
dade pela manifestação artística de diferentes culturas, por suas crenças, usos e costumes,
pode despertar no aluno o interesse por valores diferentes dos seus, promovendo o respeito
e o reconhecimento dessas distinções. Ressalta-se, assim, a pertinência intrínseca de cada
grupo e de seu conjunto de valores, possibilitando ao aluno reconhecer em si e valorizar no
outro a capacidade artística de manifestar-se na diversidade.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.
As ações de aprendizagens
Metodologicamente, de acordo com os PCNs, o ensino de Arte, visto como área de
conhecimento e linguagem, designa como componentes curriculares três ações que pos-
sibilitam a exploração, a interpretação e a operacionalização dos conteúdos. Essas ações
contemplam:
r o fazer artístico;
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Com base no conceito de que imagem também é texto, é possível tratar de signos e
códigos que envolvem sujeitos, tempos e lugares. Ampliando o conceito para todas as lin-
guagens, considera-se que os textos podem ser visuais, sonoros, gestuais, estáticos ou
pressupor movimento.
Assim, ler imagens no sentido amplo é atribuir significados a textos expressos em diferen-
tes linguagens: escultura, pintura, vídeo, fotografia, música, dança, teatro e outras mais.
O contato com a arte e com a cultura sensibiliza e educa o olhar. Por isso, ler e apreciar ima-
gens é uma atividade importante também estendida ao âmbito escolar. As imagens oferecem
visões de realidades, instigam a imaginação e projetam hipóteses; carregam referências cul-
turais que estão cognitiva e afetivamente vinculadas a outras imagens, próprias dos sujeitos
leitores; e constituem uma trama entre imaginário e significado. O significado não é uma
qualidade somente da imagem, mas também uma construção que aparece na relação entre
sujeitos: espectador e autor.
Na leitura de imagens, é importante que esse processo seja instigado por você, que
pode chamar atenção para aspectos formais de como a imagem se constitui, e para ques-
tões de sentidos que a imagem comporta. Não se trata de explicar a imagem apresentada,
com interpretações definitivas, mas sim de estimular a observação. Para isso, vale a pena
apresentar questões do campo da arte, como: observar as formas, as cores, a composição,
informações sobre a técnica e possíveis significados. Neste último aspecto, deve-se ter cui-
dado para ouvir outras possibilidades de entendimento, outros sentidos que podem ser agre-
gados aos sentidos já “conhecidos” dados pelos artistas, pelos historiadores e críticos de arte.
r O fazer artístico
Para o artista, este é o momento mais prático da produção da obra de arte. É quando
ideias, acontecimentos e atos se mesclam materialmente e fundem-se numa produção.
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Nas atividades de produção, espera-se que o papel do professor seja o de desafiar, incenti-
var, procurar ampliar as experiências e os conhecimentos dos estudantes. Caberá a você orien-
tar os processos de criação dos estudantes, oferecendo suporte técnico, acompanhando os
desafios que surgirão no decorrer das atividades, ajudando-os a resolver problemas – por meio
de perguntas, sugestões e caminhos possíveis a seguir com as produções –, além de torná-los
conscientes do próprio processo de criação.
r A contextualização
É a ação de estabelecer relações: pode ser histórica, social, psicológica, antropológica, geo-
gráfica, ecológica, biológica etc., além de estética e artística, associando o pensamento não
apenas a uma disciplina, mas a um vasto conjunto de conhecimentos. Espera-se que os estu-
dantes desenvolvam ideias e reflexões com base na interação com informações sobre arte e
cultura em geral.
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Sistematização
A sistematização em Arte tem várias funções: de um lado, serve para que os estudantes se
situem como aprendizes, retomem os conteúdos estudados; de outro, para que você avalie sua
atuação didática.
A sistematização é um instrumento de reflexão e reorientação dos planos de trabalho, dos
conteúdos propostos e das estratégias sugeridas. Não é mera quantificação ou classificação
de resultados de aprendizagens, nem um instrumento de controle, mas faz parte de todo o
processo pedagógico.
A sistematização se concretiza, por meio das seções Hora da checagem e Registro de dúvidas e
comentários presentes no Caderno do Estudante. Além disso, é importante que, quando o estu-
dante for ao CEEJA, pergunte se ele fez anotações na seção Registro de dúvidas e comentários, pois
dessa forma você terá como retomar com o estudante os conteúdos não assimilados por ele.
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Objetivos
O objetivo deste Volume é convidar os estudantes a se aproximarem do mundo da arte. Para isso,
são estabelecidas relações da arte com o mundo do trabalho, com o cotidiano e o meio ambiente.
Oficinas
Inicialmente, você pode propor uma roda de conversa, levantando questões sobre a
Pré-história, especificamente a respeito de como eram produzidas as pinturas nas paredes
e outras superfícies rochosas (pinturas rupestres) naquela época. Se considerar pertinente,
pode retomar as questões referentes à Atividade 2 – O olhar na Pré-história do Caderno do
Estudante (Volume 1, Unidade 1, Tema 1), a fim de sistematizar aquilo que foi respondido
por eles individualmente, e compartilhar as respostas e impressões. Essas respostas já con-
duzem a reflexões sobre as cores e o conteúdo que há nas pinturas rupestres. Caso algum
estudante ainda não tenha trabalhado esse Tema, ele pode neste momento ouvir o que os
outros estudantes têm a dizer, inteirando-se do conteúdo abordado na atividade, podendo
expressar hipóteses a respeito. Sugere-se instigá-los a pensar em como seria produzir, atual-
mente, uma tinta semelhante à daquele período. Uma possibilidade, de fácil acesso, que
pode ser experimentada pelos estudantes é a utilização de terra para a produção de tinta.
Você pode levar para o grupo diferentes tipos de terra, com diversas colorações e tonalida-
des. Essas diferenças são importantes para que eles possam perceber que isto influenciará
na cor da tinta a ser produzida.
Essa produção pode ser ampliada quando os estudantes são instigados e provocados a perce-
ber as possibilidades de uso dos pigmentos. A tinta a ser preparada é sempre a mistura de um
38 VOLUME 1
r Coloque a terra em um recipiente e deixe ao sol até que ela esteja bem seca. Depois a
amasse e peneire para que fique bem fina.
r No recipiente em que será feita a tinta, misture dois dedos de água com a mesma quan-
tidade de cola líquida.
r Acrescente a terra aos poucos, misturando sempre até ficar pastosa. Caso precise de
uma tinta mais líquida, acrescente mais água.
Antes de pintar efetivamente, você pode sugerir que os estudantes façam esboços daquilo
que desejam pintar.
Você pode propor que os estudantes pintem cenas do cotidiano deles. Entretanto, pode-se suge-
rir que se inspirem em motivos “mágicos” para essa pintura, assim como alguns dos motivos
que levavam os homens da Pré-história a pintarem nas paredes das cavernas (por exemplo, para
comemorar uma caça bem-sucedida, ou fazer um pedido). Você pode ainda retomar o exercício 1
da Atividade 2 (Volume 1, Unidade 1, Tema 1), que propõe a observação do que está representado
em algumas imagens. A produção deles pode ser feita em papel, e, nesse momento, pode também
ser retomado o exercício 4 da mesma Atividade 2, no qual os estudantes são instigados a observar
as obras e imaginar qual o suporte em que as pinturas eram feitas e qual tamanho elas teriam,
levando em consideração a extensão do local onde foram produzidas.
Ao final da oficina, você pode garantir um espaço para exposição dos trabalhos, reflexão e
troca das experiências com os demais colegas.
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Você pode elaborar um pequeno roteiro de perguntas e pedir aos estudantes que analisem
atentamente as paisagens que compõem a região onde vivem.
É interessante que isso seja compartilhado entre os estudantes, a fim de mostrar que cada
um tem seu próprio olhar para determinada paisagem e seus elementos.
Após esse levantamento, você pode propor ao grupo que registre essa paisagem e os ele-
mentos que chamaram atenção por meio de pintura, desenho ou fotografia.
Uma sugestão, para detalhar a observação dos estudantes, após o registro da paisagem,
é propor que construam uma “máquina de olhar”. Com ela, ao sair da oficina, os estudan-
tes podem observar os mesmos elementos daquela paisagem escolhida anteriormente, mas
agora com o foco mais reduzido e aproximado. Você pode propor ainda que eles reflitam se com
aquela “máquina de olhar” mudariam algo no registro que fizeram da paisagem anteriormente.
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Após esse exercício, você pode solicitar que ele relate a experiência de procurar e registrar
as texturas. Você também pode propor outras técnicas que considerar pertinentes.
r Esfregue um lápis, giz de cera, grafite, carvão ou outro material em uma folha de papel,
que é colocada sobre uma superfície com textura, como uma parede áspera, madeira, lixa
ou moeda.
r Feito isso, você irá observar que a textura da superfície é transferida para o papel.
Esta atividade pode ser realizada como experimento científico, pedindo ao estudante que
anote todos os resultados das combinações. Essas anotações podem ser feitas em formato de
quadro, reservando uma coluna para o registro da cor criada com base nas misturas. Antes,
podem ser elaboradas hipóteses do que acontecerá com cada mistura de cores.
Outra proposta, para este estudo, é a produção de uma pintura, a fim de que os estudantes
percebam como as cores se relacionam. Você pode propor como tema uma paisagem ou, ainda,
um espaço em que eles convivam.
Seria interessante se essas produções pudessem ser expostas em algum espaço do CEEJA,
pois dessa forma elas seriam apreciadas pelo público em geral.
r Misture sobre o papel as cores primárias, duas a duas. Misture primeiro azul com ama-
relo, depois azul com vermelho, depois vermelho com amarelo. As cores obtidas a partir
dessas misturas serão chamadas de cores secundárias.
r Para a obtenção de uma cor terciária, misture uma cor primária com uma cor secundária.
VOLUME 1 41
Nesse vídeo, faz-se um panorama da arte e dos olhares artísticos sobre o cotidiano. Par-
te-se da arte rupestre e chega aos dias atuais.
O vídeo ainda propõe uma reflexão sobre as cores na fotografia, na obra de Candido Portinari,
e o significado de certas cores para as pessoas no cotidiano.
Esse vídeo aborda tudo o que foi estudado na Unidade 1 – Leitura de mundo pela arte do
Caderno do Estudante. Portanto, é um importante recurso para encerrar a Unidade e serve
como sistematização de todo o conteúdo estudado até então.
Você pode, também, propor um roteiro para o estudante assistir ao vídeo e, depois, com-
partilhar as respostas. A seguir, há uma proposta de roteiro.
r No vídeo, afirma-se que “nosso olhar é como uma câmera fotográfica”. Por quê?
rA arte começou com a observação e a reprodução de cenas do cotidiano. O que eram
expressos nas reproduções dessas cenas cotidianas?
rA fotografia é uma forma de expressão artística. Como as cores podem contribuir
para potencializar o que se quer expressar?
rO quadro de Candido Portinari representa o drama de famílias nordestinas. Nessa
obra, o que as cores representam?
r Como as pessoas do vídeo entendem as cores? E você? Concorda com quem? Qual
sentido atribui às cores como vermelho, azul-marinho etc.?
Para professores
Textos
COSTELLA, Antonio Fernando. Para apreciar a arte. 4. ed. São Paulo: Senac-SP, 2010.
HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre:
Artmed, 1999.
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UNIDADE 2 ARTE: UMA EXPRESSÃO DO COTIDIANO
Colagem TEMA 1
Eles podem representar, por exemplo, o ambiente em que trabalham ou a profissão que têm
por meio da composição a partir de elementos encontrados em jornais, revistas, folhetos etc.
VOLUME 1 43
Obras de Kurt Schwitters, que também pertenceu ao movimento dadaísta e utilizou a cola-
gem para algumas de suas produções, também estão disponíveis no site do MoMA.
A cena se passa em um ambiente aberto, que pressupõe a construção civil. O principal acon-
tecimento da cena é um acidente, sugerido por uma pessoa caída no chão.
Os corpos dos trabalhadores no alto, em primeiro plano, são representados com mús-
culos fortes e mãos muito grandes. Esse exagero na representação das mãos e múscu-
los é uma deformação expressiva, por meio da desproporção. Ela é amplificada no olhar
do espectador, chamando a atenção dele para aquilo que o artista quer que seja visto.
Após a apresentação, apreciação e análise da obra, você pode propor questões ao estu-
dante acerca dessa desproporção, dessa deformação expressiva, procurando debater como
o artista chama atenção para as mãos e os pés enormes e qual é o impacto disso na leitura
da obra.
As figuras mais iluminadas são da pessoa caída e dos trabalhadores em primeiro plano. Há
uma relação interessante entre os vários planos nessa obra. O artista coloca o espectador no
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Por fim, esta atividade pode ser complementada com a reprodução em áudio das músi-
cas Construção, de Chico Buarque, e De frente pro crime, de João Bosco e Aldir Blanc (ambas
podem ser encontradas na internet). De frente pro crime evoca a imagem de um corpo caído
no chão, enfoque do quadro de Sigaud. Apesar de a situação relatada na música não ser
de trabalho, pode-se trazer a questão dos acidentes de trabalho e os cuidados necessários
para evitá-los.
Esse vídeo retrata como a arte está em toda a parte, desde lugares públicos, como é o caso
do Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret, na cidade de São Paulo, até os museus. No
vídeo, o crítico e curador de arte Agnaldo Farias fala um pouco a respeito da obra Lavradores
de café, de Candido Portinari, e como este artista se preocupa em registrar cenas e persona-
gens do cotidiano. Para Portinari, a arte deveria ser engajada e política. A escultura, produ-
zida no Memorial Sakai, na cidade de Embu das Artes, também é vista nesse vídeo e mostra
como a realidade brasileira é retratada na obra de um artesão local. Por fim, uma dupla de
repentistas representa a linguagem musical, fazendo músicas improvisadas sobre o coti-
diano da população.
Você pode propor que o estudante assista ao vídeo antes de iniciar a Unidade, utilizando-o
para contextualizar a Atividade 1 – O cotidiano representado na cerâmica do Caderno do Estudante
(Volume 1, Unidade 2, Tema 2) e para levantar os aspectos que mais lhe chamaram atenção.
Dessa maneira, você pode, aos poucos, orientar o que será trabalhado na Unidade: questões do
cotidiano, como o trabalho; e a produção com a argila, fazendo pausas durante a exibição e cha-
mando atenção do estudante para os aspectos destacados na Unidade 2 – Arte: uma expressão do
cotidiano do Caderno do Estudante (Volume 1).
Para professores
Texto
MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, Maria Terezinha Telles. Teoria e prática do
ensino de arte: a língua do mundo. São Paulo: FTD, 2010.
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UNIDADE 3 ARTE E MEIO AMBIENTE
Nesta oficina, você pode propor que os estudantes assistam ao filme coletivamente. Caso
não seja possível assisti-lo na íntegra, selecione trechos importantes e, ao final, em uma roda
de conversa, discutam as impressões que cada um obteve do filme. Algumas questões dirigidas
aos estudantes que podem orientar esta conversa são:
r Como a trilha sonora e o trabalho dos atores dão forma à expressividade do filme?
r Se as cores do filme fossem vermelhas, e não azuis, o filme teria os mesmos significados
para você? Causariam as mesmas sensações? Por quê?
46 VOLUME 1
Você ainda pode lançar mão de propostas para trabalhar com os estudantes, a fim de
promover um registro de sua apreciação, como: desenhar, pintar ou criar paisagens a par-
tir de formas projetadas nas paredes com retroprojetor e papel tipo celofane para colorir o
espaço.
Você pode propor que as paisagens criadas sejam pintadas com tinta aquarela. Essa é
uma tinta à base de água, que pode ser preparada pelos próprios estudantes.
Como utilizar
r Em uma folha de papel, use um pincel largo e passe uma camada de água limpa sobre ela.
r Sobre o papel molhado, pinte seu desenho usando a aquarela e um pincel de pelos macios.
Esse vídeo pode ser utilizado como complemento para o Tema 2 – Arte em defesa do meio
ambiente, do Caderno do Estudante (Volume 1, Unidade 3). Além de apresentar obras do
artista Frans Krajcberg, esse vídeo possibilita que o estudante amplie seu olhar sobre a arte
que defende ideias por meio do trabalho de Estevão da Conceição, um morador da comu-
nidade de Paraisópolis que fez de sua residência um espaço artístico. Ele transforma sua
casa e seu bairro. Apesar de estarem inseridos em realidades bem distintas, os dois artistas
se aproximam ao se apropriarem de materiais disponíveis na natureza e nas cidades para
a criação de suas obras.
Você pode propor aos estudantes que registrem, durante a exibição do vídeo, os materiais
da natureza e do cotidiano que estes artistas utilizaram e que mais chamaram atenção. Outra
reflexão que pode ser realizada ao final desse vídeo é sobre o impacto que estas obras têm no
meio ambiente. A especialista Roseli Ventrella é quem fala sobre Frans Krajcberg e seu traba-
lho. No segundo caso, é o próprio Estevão da Conceição quem discorre sobre seu trabalho, sem
intermediação de especialista.
VOLUME 1 47
É importante garantir que, ao final, os estudantes apresentem seus trabalhos aos demais
colegas, e que haja um momento de compartilhamento de experiências que eles tiveram
durante a produção, assim como a escolha do tema e dos materiais. Professor, o texto Fotogra-
fia, arte, comunicação: escritas indiciais, de Dulcília H. Schroeder Buitoni, citado na seção Recursos
para ampliar a compreensão dos temas, oferece uma reflexão sobre a fotografia e estabelece uma
comparação interessante entre as obras de Vik Muniz e Sebastião Salgado. É um texto que
pode lhe valer como repertório para essas discussões.
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Reciclagem de papel TEMA 2
parador para esta oficina, que tem como r Jornais e/ou outros papéis usados, sem resíduos
objetivo fazer os estudantes conhece- orgânicos, como restos de alimentos, que possam
ser reciclados
rem melhor o processo de reciclagem
r Folhas secas ou corantes opcional
do papel, e que, a partir dessa produção,
r Cola branca
eles possam utilizar esta folha de papel
r Vinagre
para fazer um desenho, uma pintura ou
r Balde
ainda escrever uma carta, encapar um
r Liquidificador
caderno etc.
r Pano para secar
Você pode proporcionar elementos para incrementar o papel produzido pelos estudantes,
como folhas secas e corantes, entre outros materiais.
Ao terminar, é interessante sugerir que eles utilizem o papel produzido para escrever uma
carta, pintar ou desenhar.
Professor, você pode ainda encerrar esta atividade problematizando a questão da sepa-
ração do lixo de casa, mostrando que este é apenas um dos aspectos da poluição do meio
ambiente, pois um dos maiores consumidores, que produzem a maior quantidade de lixo
no mundo, são as grandes indústrias. Assim, do particular ao global, propõe-se uma refle-
xão sobre o consumo individual, mas também uma reflexão mais geral. Se houver tempo,
você pode assistir com os estudantes ao filme A história das coisas, disponível em sites de
busca na internet.
VOLUME 1 49
Você pode apresentar algumas obras desses artistas, como Composition C e Composition with
Red, Blue, Black, Yellow, and Gray, de Piet Mondrian; e Composition VIII (The Cow), de Theo van
Doesburg (Christian Emil Marie Küpper).
Essas e outras obras estão no site do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) e
podem ser visitadas virtualmente.
Você pode oferecer algumas perguntas que orientem o estudante no momento em que ele
assistir ao vídeo e discutí-las ao longo da exibição. Veja algumas sugestões:
50 VOLUME 1
Caso algum estudante não possa ter comparecido na oficina em que o vídeo foi utilizado
como disparador para a produção do papel reciclado, você pode orientá-lo a assistir ao vídeo,
como complemento do Tema 2 – A reciclagem como arte do Caderno do Estudante (Volume 1,
Unidade 4), que trata da reciclagem do papel. O vídeo oferece mais imagens, por exemplo, do
projeto Dulcinéia Catadora e da reciclagem do lixo, facilitando a compreensão, e até siste-
matização do que foi trabalhado no Caderno do Estudante. A seguir há um roteiro dirigido ao
estudante, para que ele possa responder após assistir ao vídeo.
Para professores
Texto
BUITONI, Dulcília H. Schroeder. Fotografia, arte, comunicação: escritas indiciais. Líbero, São Paulo,
v. 13, n. 25, p. 57-66, 2010. Disponível em: <http://producao.usp.br/handle/BDPI/32410>. Acesso em:
21 maio 2014.
Site
Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Disponível em: <http://www.moma.org>. Acesso em:
21 maio 2014.
VOLUME 1 51
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VOLUME 2
52 VOLUME 2
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Objetivos
Se possível, proponha que eles entreguem uma cópia para cada colega da turma, de modo
que todos fiquem com a gravura do outro. Outra possibilidade é a organização de um mural no
CEEJA para exposição dessas produções.
VOLUME 2 53
Você pode oferecer esta atividade como forma de concluir a Unidade, propondo ao estu-
dante que leia o poema. Se houver mais de um estudante na mesma Unidade, vale a pena
propor uma leitura compartilhada, ou seja, em voz alta, a fim de experimentar também
a sonoridade do poema. Considerando que a prática de leitura se realiza como interação
entre os textos e leitores, há tarefas que podem ser planejadas e realizadas antes, durante e
depois da leitura. Antes da leitura, por exemplo, é interessante propor questões que ativem
os conhecimentos prévios do estudante sobre o assunto, que possam criar expectativas em
relação à leitura proposta, em função do autor, do título do texto, dos objetivos de leitura etc.
O fato de o estudante não ter lido o texto não significa que não se possa examiná-lo, obser-
var os dados bibliográficos da obra, como o livro em que o poema foi publicado etc. Caso o
estudante nunca tenha ouvido falar de Haroldo de Campos, sugere-se ainda que leia para ele
uma breve biografia de autor, citando outros de seus poemas.
Após a leitura, seja ela individual ou coletiva, você pode propor uma análise do poema,
instigando o estudante a notar as características nele citadas da técnica da xilogravura e
outras que ele considerar pertinentes.
Esse vídeo pode complementar o estudo sobre a xilogravura nos cordéis. Nele apresenta-
se a história do cordel, oferecendo um panorama histórico sobre os diversos tipos de cordéis
produzidos no Brasil, além de apresentar a técnica da xilogravura.
Você pode propor um roteiro para que os estudantes assistam ao vídeo e que registrem
algumas informações. Segue a seguir uma sugestão.
54 VOLUME 2
r O que diferencia o cordel dos demais tipos de escrita? Quais são as principais características?
Para professores
Textos
SILVA, Gonçalo Ferreira da. Vertentes e evolução da literatura de cordel. Rio de Janeiro: Rovelle,
2011.
ARTISTAS EUROPEUS:
UNIDADE 2
AS MARCAS NA CULTURA BRASILEIRA
Professor, você pode sugerir uma oficina em que os estu- RECURSOS NECESSÁRIOS
dantes criem desenhos e pinturas com base nos conheci-
r Papelão ou tela para pintura
mentos adquiridos sobre o movimento expressionista. r Pincel
r Tinta guache
Inicialmente, você pode retomar a Atividade 1 – O traba- r Detergente
lho expressionista de alguns artistas do Caderno do Estudante r Leite em pó
(Volume 2, Unidade 2, Tema 1). Pode-se propor uma roda de
conversa, momento em que os estudantes poderão falar sobre as impressões e sensações que este
tipo de arte lhes causa. Retome ainda as principais características desse movimento, como figu-
ras distorcidas, construídas com linhas marcadas por traços angulosos, fortes, desproporcionais
e exagerados. As cores utilizadas pelos artistas são geralmente intensas e com muito contraste.
VOLUME 2 55
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Após esse momento de conversa, oriente-os a criarem suas próprias pinturas.
r Uma sugestão é que se faça um autorretrato. Distorções e cores vibrantes com significados
que se distanciam das cores naturais dos objetos são aspectos que podem ser levados em
conta nessa produção expressionista.
r Engrosse a tinta guache com um pouco de leite em pó e adicione algumas gotas de deter-
gente para não criar fungos.
Algumas questões direcionadas aos estudantes podem orientar essa conversa inicial:
Depois desta conversa inicial, você pode contextualizar o trabalho dos arquitetos e explicar
que o desenho é fundamental para esta ocupação.
O arquiteto planeja a obra por meio de desenhos (plantas ou projetos em perspectiva), mos-
trando as visões frontal, lateral e superior da casa ou do edifício a ser construído. As imagens
dessas plantas podem ser impressas ou visualizadas no computador.
A partir da observação das fotos do prédio do Masp, é importante propor que os estudantes
observem e desenhem o prédio em que fica o CEEJA. Você pode ainda propor que eles dese-
nhem a planta deste prédio.
56 VOLUME 2
Ao final da atividade, pode-se realizar uma reflexão coletiva a respeito das características
da arquitetura do CEEJA, lançando questões como:
r É um espaço convidativo?
r Por que o prédio foi construído dessa maneira? Haveria outras opções? Quais? Por quê?
Inicialmente, pode-se sugerir que o estudante reflita sobre o que é ser emigrante e quais são
as condições de um imigrante quando chega em um país desconhecido.
O poema, dividido em seis partes, narra a vinda de escravos em navios negreiros. A partir
da terceira parte, Castro Alves relata as condições dos negros que estão no navio. Ele compara
esta situação com um quadro de amarguras. E, a partir disso, relata cenas deste navio.
Uma comparação entre os relatos feitos por Castro Alves e as imagens do Navio de emigran-
tes de Segall é uma boa oportunidade para refletir sobre as condições sub-humanas às quais
diferentes grupos foram submetidos ao longo da história.
VOLUME 2 57
No texto Criação: Lasar Segall, de Murilo Mendes (2006), aparecem as obras de Segall que tra-
tam desse tema. Ademais, lá você encontrará trechos de comentários sobre esta sequência de
trabalhos que problematiza a questão dos emigrantes.
r Emigrantes (1929)
Com esta atividade, você pode ampliar o repertório do estudante com relação às caracte-
rísticas das obras expressionistas: figuras distorcidas, construídas com linhas marcadas por
traços angulosos, fortes, desproporcionais e exagerados.
Além das características do movimento artístico, é interessante dizer que esta temática tem
relação direta com a história do próprio artista, pois ele próprio foi um emigrante que chegou
ao Brasil no começo do século XX.
* MENDES, Murilo. Criação: Lasar Segall. Estudos Avançados. São Paulo, maio/ago. 2006 v. 20, n. 57, p. 315-330.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v20n57/a22v2057.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.
58 VOLUME 2
r Em sua opinião, quais sentimentos o artista procurou evidenciar nas duas obras?
r Nas duas obras, as figuras são tratadas de modo não realista, são exageradas, deforma-
das. O que o uso desse recurso desperta em você?
A semelhança entre as obras se dá nos traços construídos, ou seja, há certa deformação e exa-
gero, condizente com o movimento expressionista. No entanto, as cores utilizadas nas obras são
bastante diferentes. A primeira apresenta cores mais sóbrias (marrom, cinza, preto), enquanto
a segunda utiliza maior gama de cores em tons mais vibrantes (verde, azul, amarelo etc.). Esse
momento na arte de Segall foi denominado por Mário de Andrade como fase brasileira.
Claudia Valadão de Mattos, em seu trabalho sobre Lasar Segall, afirma que o Brasil, um país
tropical, influenciou a pintura do artista. Ademais, como Aracy Amaral afirma em Arte para
quê?, Lasar Segall sempre teve a problemática humana como temática de suas obras e, após
um período de encantamento com a “luminosidade tropical”, o artista retomou seu tema habi-
tual do drama social.
r Verifique se há na região em que vive alguma manifestação cultural: pode ser a apre-
sentação de algum grupo musical, uma festa típica, um muro pintado com grafite, entre
outros. Fique livre para sua pesquisa.
r Em seguida, registre o que você encontrou. Este registro pode se dar por meio de um
desenho, uma fotografia, a gravação de um som produzido etc.
Após a execução da atividade sugerida, você poderá lançar ao estudante a seguinte per-
gunta para discussão:
r Você acredita que a manifestação cultural que registrou pode se transformar ou até
mesmo desaparecer um dia? Por quê?
VOLUME 2 59
Esse vídeo faz um relato sobre os primeiros artistas a pintarem o Brasil como forma de
documentar o que havia nessa nova terra. Trata da chegada da missão francesa ao Brasil, da
importância de Jean-Baptiste Debret e dos dois discípulos mais famosos dele, Pedro Américo
e Victor Meirelles. Estes dois artistas produziram obras de acordo com a arte europeia (aca-
dêmica) aprendida nas Escolas de Arte, as Academias. Esse vídeo também será sugerido na
Unidade seguinte. Assim, você pode avaliar em qual momento irá propor ao estudante o vídeo.
Lembre-se que aqui o objetivo de assistir ao vídeo é possibilitar a visualização das obras pro-
duzidas de acordo com as regras de academias de arte europeia, discussão que se encontra no
Caderno do Estudante.
A apresentadora do vídeo, Valéria Picolli (curadora da Pinacoteca), por exemplo, destaca
alguns aspectos das obras dos artistas Pedro Américo e Victor Meirelles. Ambos utilizaram
regras e efeitos para criar uma pintura histórica “convincente”. Este pode ser um ponto a ser
levantado e observado com o estudante.
60 VOLUME 2
Para professores
Texto
AMARAL, Aracy A. Arte para quê?: a preocupação social na arte brasileira 1930-1970. 3. ed. São Paulo:
Studio Nobel, 2003.
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Procedimento para fazer caneta de bambu
Você pode propor ao estudante que assista ao vídeo Primeiros retratos do Brasil (o roteiro
desse vídeo está disponível na seção Roteiros para exploração dos vídeos do Programa, p. 63)
como forma de complementar o con-
RECURSOS NECESSÁRIOS
teúdo das Atividades 1 e 2 do Caderno do
Estudante (Volume 2, Unidade 3, Tema 1): r Vídeo Primeiros retratos do Brasil (Arte – Volume 2)
Para ampliar o repertório do estudante, você pode propor a ele que aprecie a música Cara de
índio, do cantor e compositor Djavan.
Pode também propor ao estudante que compare as RECURSOS NECESSÁRIOS
letras Ubirajara, de Ruy Maurity, e Cara de índio, com o
r Música Cara de índio (Djavan, 1978)
objetivo de identificar as semelhanças e as diferenças
r Música Ubirajara (Ruy Maurity, 1977)
com base nessas visões do indígena brasileiro. Essas
letras podem ser facilmente encontradas em sites de
busca na internet.
62 VOLUME 2
Você pode propor uma atividade complementar sobre a questão da Usina Hidrelétrica de
Belo Monte. Há diversas notícias e reportagens de jornais, inclusive na internet, que podem
ajudar o estudante a ter informações prévias, a fim de que ele participe mais ativamente da
discussão proposta nessa atividade.
A polêmica sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte reavivou o debate sobre
os direitos indígenas. Afinal, quem tem direito à floresta: os índios ou as hidrelétricas?
Os indígenas têm muitos direitos garantidos por lei, como o direito a manifestar seus costu-
mes, realizar seus ritos e participar da vida política do País.
Para eles, a floresta é parte de sua realidade. Desse modo, é fundamental que a natureza
esteja preservada.
Preservar as terras dos indígenas é uma questão de respeito à humanidade e ao direito que
eles têm como brasileiros livres em condição particular de existência. Exigir que os indígenas
tenham um modo de vida igual às culturas ocidentalizadas é um equívoco.
Portanto, sugere-se que você oriente o estudante a levantar os prós e contras da construção
desta usina para a natureza, para a sociedade de um modo geral e para os indígenas. Ao final,
você pode propor que ele escreva um texto sobre as conclusões.
Esse vídeo mostra as primeiras pinturas produzidas por artistas estrangeiros, como Debret,
representando os indígenas brasileiros. Apresenta uma discussão crítica acerca do olhar des-
ses artistas, registrado em suas pinturas.
r Como o índio é retratado na primeira tela apresentada pelo vídeo, intitulada América?
r Por qual razão os índios são retratados dessa maneira?
r De acordo com o vídeo, a arte produzida no Brasil foi trazida por quem?
r Em qual período tem-se uma arte efetivamente brasileira?
r Quem produz representações mais próximas à realidade brasileira?
r Das obras de arte produzidas nesse período, 80% foram feitas no Rio de Janeiro. Por quê?
r Quais são os temas retratados pelos artistas que chegaram ao Brasil no século XIX, vin-
dos com a missão francesa, no Rio de Janeiro?
r Quais são as características da obra de Pedro Américo e Victor Meirelles?
VOLUME 2 63
O vídeo Arte indígena apresenta a diversidade da produção cultural dos povos indígenas bra-
sileiros, ressaltando a importância dessa cultura na formação da identidade nacional. Mostra
também como são feitos os artefatos indígenas e a influência da cosmologia nessas produções.
Esse vídeo foi sugerido na seção Oficina – O desenho na cultura indígena (Volume 2, Unidade 3,
Tema 1). Caso a oficina não seja realizada, sugere-se utilizar o vídeo para finalizar a Unidade,
pois traz informações que sistematizam o que foi visto neste percurso.
Uma possibilidade de orientação para esse vídeo como sistematização é pedir aos estudan-
tes que registrem aquilo que mais chamou a atenção deles.
Algumas perguntas que podem orientar o estudante:
Para professores
Textos
FEIST, Hildegard. Arte indígena. São Paulo: Moderna, 2010.
LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil. Belo Horizonte: C/Arte, 2009.
TIRAPELI, Percival. Arte indígena: do pré-colonial a contemporaneidade. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2006.
O BARROCO E O ENCONTRO
UNIDADE 4
AFRO-BRASILEIRO
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Ao final do vídeo, você também pode propor uma reflexão sobre a obra Encontro, de Lasar
Segall. Esta obra pode ser vista pela internet no site do Museu Lasar Segall.
Uma característica desta obra é o fato de o pintor produzir esse autorretrato, alterando a colo-
ração da sua pele. Ao se autorretratar com tom de pele moreno, Segall revela como as caracterís-
ticas do povo brasileiro iriam servir de referência para o seu trabalho. Ao fazer tal análise, você
pode encaminhar a conversa para que o estudante perceba como se dá a valorização dos negros
e mestiços no Brasil de hoje. Desde os modernistas, especialmente com as viagens e os estu-
dos feitos por Mário de Andrade, já havia uma preocupação em valorizar as heranças culturais
africanas, indígenas e oriundas da arte popular, que nasce da mistura desses povos.
Carybé TEMA 2
O programa Metrópolis, da TV Cultura, realizou uma matéria sobre o painel quando ele
estava exposto no Museu Afro Brasil, na cidade de São Paulo. Esse programa pode ser visuali-
zado a partir de sites de busca da internet.
Seria interessante mostrar essa matéria para os estudantes, para que eles possam apreciar
melhor a obra, cujo detalhe de um orixá está disponível no Caderno do Estudante (Volume 2,
Unidade 4, Tema 2).
É interessante contextualizar que o artista Carybé (1911-1997), cujo nome é Hector Julio
Paride Bernabó, nasceu em Lanus (Argentina).
No ano de 1919, sua família veio para o Brasil e firmou residência no Rio de Janeiro. Em
meio a inúmeras viagens, em 1938 Carybé conheceu a Bahia, lugar que se tornou referência
para seus trabalhos. Suas obras, tanto pinturas como desenhos e esculturas, refletem a cha-
mada “baianidade”, por meio da representação do cotidiano, do folclore e de cenas populares.
O vídeo Museu Afro Brasil é uma visita pelo acervo dessa instituição de história, arte e
memória, cujo diretor e curador é Emanoel Araújo. Com uma riqueza de elementos e imagens,
a visita contempla a memória e a arte desde o tempo dos navios negreiros até a atualidade.
Você pode propor ao estudante que assista a esse vídeo, ao final da Unidade 4 deste Volume,
como forma de sistematizar o estudo. É possível lançar algumas perguntas que orientem o
olhar do estudante em relação ao vídeo.
VOLUME 2 65
O vídeo Danças brasileiras é sugerido para que o estudante conheça algumas danças brasi-
leiras que tiveram muitas influências africanas, como o frevo, o maracatu, o coco, o jongo e
a ciranda.
Antes da apresentação do vídeo, converse com o estudante sobre o tema danças brasileiras.
Vale a pena perguntar quais são as danças conhecidas ou praticadas por ele. Aproveite tam-
bém para criar expectativa sobre o que será visto. Você pode perguntar, por exemplo:
r Você costuma participar de festas como Folia de Reis, Carnaval, Folia do Divino ou Festa Junina?
Após essa conversa, apresente o vídeo. Se considerar necessário, faça algumas pausas durante
a exibição para dialogar com o estudante. Ao final do vídeo, você pode solicitar ao estudante que
faça um breve registro das principais informações. Ele pode, por exemplo, fazer uma lista das dan-
ças apresentadas, fazer comentários sobre aquelas que achou mais interessantes etc.
Para professores
Texto
ARAÚJO, Maria Lucília Viveiros. Teto da Igreja do Carmo de Itú: original ou apenas diferente?
In: Revista de História, São Paulo, jul. 1997, n. 136. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/
revhistoria/article/view/18812>. Acesso em: 21 maio 2014.
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VOLUME 3
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Objetivos
Neste Volume, o enfoque está no estudo dos materiais, suportes e ferramentas utilizadas
para compor uma obra, e como diferentes artistas empregam esses elementos em seu processo
de criação.
Você pode propor uma oficina para que os estu- RECURSOS NECESSÁRIOS
dantes produzam uma intervenção no espaço da
r Papel kraft
escola a partir dos estudos sobre grafite.
r Estilete ou tesoura
Se possível, é interessante propor aos estudantes que caminhem pelo espaço, à procura de
lugares inusitados, como o vão de uma escada, ou o corrimão, ou ainda, um canto que não
esteja sendo usado e possa despertar a atenção das pessoas.
Com base nessas descobertas, eles devem propor projetos para a realização de grafites nes-
ses lugares, considerando as seguintes questões:
r Que materiais, ferramentas e outros recursos serão necessários para realizar os grafites?
68 VOLUME 3
Caso não seja possível, você pode sugerir uma adaptação da proposta. De uma forma ou de
outra, é importante realizá-la, pois esse exercício sistematiza a questão do grafite como mani-
festação artística que altera a paisagem do lugar onde é inserido. Uma discussão nova até o
momento – e que amplia o conceito de grafite voltado a objetivos sociais – é a importância da
escolha não só dos temas, mas também das técnicas mais facilmente aceitas no local onde ele
será realizado.
Uma alternativa seria a produção de lambe-lambe, cuja aplicação é mais fácil. Outra seria
a produção em papel kraft, mais resistente e, portanto, mais indicado para utilizar certas
técnicas de grafite. O estêncil é mais uma possibilidade de trabalho, conforme apresentado
no texto do Caderno do Estudante Grafite: a pintura mural nas cidades (Volume 3, Unidade 1,
Tema 1). É possível, portanto, usar técnicas de grafite sem haver a exigência de pintar os
muros ou as paredes.
Você pode propor que os estudantes escolham, coletivamente, um tema político que
chame a atenção deles. Cada um fará seu desenho, e depois, devem juntar a produção
individual com a dos colegas, de modo a formar um grande mural ou um projeto para um
grande mural.
Se possível, monte a obra numa parede externa do CEEJA, para que as demais turmas pos-
sam apreciar a produção coletiva.
VOLUME 3 69
Grafite TEMA 1
Nesse vídeo são abordadas as questões de gênero no grafite, por meio do depoimento
da grafiteira Grazie, além de trazer um dos pioneiros do grafite no Brasil, Rui Amaral, que
descreve o surgimento dessa arte e detalha algumas técnicas utilizadas por ele em sua
produção. Esse vídeo também discute outras questões, como o histórico dessa arte no Brasil,
e traz algumas imagens de trabalhos espalhados pela cidade de São Paulo nos dias de
hoje. Esse pode ser um vídeo para introduzir o estudo do grafite (Volume 3, Unidade 1,
Tema 1). Você pode propor ao estudante que assista ao vídeo e registre os aspectos da
história do grafite, os materiais e as técnicas utilizadas, e o posicionamento da grafiteira
Grazie com relação ao grafite e a questão da mulher na sociedade. Quando o estudante
concluir este Tema, você pode propor a ele que retome estes registros, e avalie se seu olhar
foi ampliado após o estudo da Unidade.
Para professores
Texto
OLIVEIRA, Rogério Alves et al. Linguagens visuais dos pichadores e grafiteiros em Alagoinhas (BA).
III Encontro Baiano de Estudos em Cultura, Artigos completos, Cachoeira, abr. 2012. Disponível em:
<http://www.ufrb.edu.br/ebecult/wp-content/uploads/2012/04/Linguagens-visuais-dos-pichadores-
e-grafiteiros-em-Alagoinhas-BA.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.
Site
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O CORPO COMO SUPORTE E
UNIDADE 2
MATÉRIA DA ARTE
Após a leitura, é importante pedir aos estudantes que escolham um trecho do poema que
tenha mais significado para eles e o grifem.
Depois, você pode orientá-los a andar pela sala, com o texto nas mãos, lendo silencio-
samente a parte grifada. Você então pode dar um sinal, que pode ser um bater de palmas,
um som qualquer. Neste sinal, é preciso que os estudantes parem e busquem o olhar de um
colega. Em seguida, leiam o trecho grifado para ele.
O jogo continuará por diversas vezes com o mesmo procedimento, mas, cada vez que você
der o sinal, cada um dos estudantes precisará procurar um novo colega e dizer o trecho de
forma diferente.
Essa modificação pode ser por meio da entonação (em tom de pergunta, de espanto, de
curiosidade etc.); por meio do ritmo (rápido, lento, gaguejando etc.); por meio de sentimentos
(medo, alegria, tristeza, inquietação); ou por meio de propostas de personagens (o velho, a
criança mimada, a jovem malcriada, a madame, o mordomo, o guarda, o pastor, o político etc.).
VOLUME 3 71
r Você gostou do jogo? Por quê? Qual interpretação do trecho você mais gostou de fazer?
Qual considerou mais interessante? Por quê?
r Entre as interpretações que você ouviu, qual foi a que mais chamou sua atenção? Por quê?
r Você considera esse jogo uma experiência artística? Qual é a diferença entre esse exercício
e uma simples leitura do texto em voz alta?
Algumas características das obras de Marcela Tiboni merecem destaque em sua sistemati-
zação, como o fato de a artista utilizar o corpo e a fotografia para dialogar com pinturas con-
sagradas pela História da Arte. Assim, a performance tem o corpo da artista como suporte e
matéria. E, pelo registro fotográfico, essa ação se configura como obra.
Após esta reflexão, é importante propor aos estudantes que produzam seus próprios retra-
tos performáticos.
Você pode oferecer livros de arte e solicitar-lhes que elejam uma pintura. Dela, eles ainda
selecionarão um detalhe. Pode ser um gesto ou a postura do retratado, um elemento das
roupas, a forma do cabelo ou, ainda, o jeito de olhar.
Depois, é necessário que essa performance seja registrada por meio da fotografia. Você pode
fazer o registro de todos ou, então, pedir que eles façam os registros dos colegas. Podem ser
usadas câmeras fotográficas ou câmeras do telefone celular.
Ao finalizar esta produção, faça uma roda de conversa, para que os estudantes possam rela-
tar as experiências de produção e como eles veem a performance neste momento.
72 VOLUME 3
Se quiser, pode sugerir ao estudante que reproduza novamente o som ou ainda propor
outras experimentações sonoras a partir do corpo.
Para professores
Textos
SANTAELLA, Lucia. O corpo vivo como suporte da arte. In: . Culturas e artes do pós-humano:
da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003, p. 251-270.
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UNIDADE 3 MATERIAIS NA ARTE
Ao final do vídeo, é interessante propor uma reflexão sobre o que pode ser entendido
como arte.
Para isso, você pode começar disponibilizando aos estudantes diversos objetos retirados do
cotidiano, para que cada estudante escolha alguns deles. Uma sugestão de orientação é que os
estudantes reparem nas características dos objetos que irão selecionar: são industrializados ou
manufaturados; têm cheiro ou emitem som; qual sua função etc.?
Após a seleção, você pode propor a eles que relatem outros usos e sentidos que podem atri-
buir aos objetos.
Após a exploração das características e potencialidades dos objetos, pode-se propor que os
estudantes componham uma obra com eles. Eles podem unir os objetos com cola, fita crepe
ou barbante. O importante é refletir sobre o sentido que eles desejam atribuir à composição.
Ao final, proponha uma exposição em que os estudantes possam falar sobre os processos ao
longo da construção, quais os significados daquela composição e qual é a relação entre ideia,
matéria e forma.
74 VOLUME 3
Para a realização desta atividade, sugere-se que o professor leve para a oficina vários objetos
de uso cotidiano para serem disponibilizados aos estudantes. Com a utilização de um objeto,
cada estudante criará um personagem de acordo com as características desse objeto, que poste-
riormente será apresentado à turma na mesma oficina. Veja algumas dicas de objetos:
Após a criação, os estudantes podem apresentar os personagens produzidos aos demais colegas.
Depois, podem ser formados alguns grupos para que eles possam construir, coletivamente, uma
história que posteriormente será apresentada em forma de teatro, na qual todos os personagens
estejam inseridos e participem da trama. Algumas perguntas podem orientar essa história:
r O que fazem?
r O que dizem?
Para melhor orientar a atividade, o grupo poderá produzir um roteiro que servirá como base
para a improvisação de uma cena com os objetos-personagens.
Você pode sugerir aos estudantes que ensaiem e escolham o lugar onde apresentarão a cena:
um canto da sala de aula, uma cadeira, uma gaveta, uma caixa etc.
VOLUME 3 75
RECURSOS NECESSÁRIOS
A proposta desta oficina é
proporcionar aos estudantes r Equipamento para gravação de áudio
uma experimentação sonora. r Objetos variados (lápis, canetas, clipes, elásticos, réguas, latinhas,
copos descartáveis, pedaços de madeira, talheres, pedras, conchas etc.)
r Selecione diferentes materiais, como lápis, canetas, clipes, elásticos, réguas, latinhas,
copos descartáveis, pedaços de madeira, talheres, pedras, conchas etc.
r Depois, peça aos estudantes que experimentem as sonoridades de cada objeto, batendo,
chacoalhando, raspando. Eles podem também explorar os ritmos e a união de vários obje-
tos emitindo sons simultaneamente.
Ao final desta experimentação, pode-se propor uma roda de conversa. Algumas questões
podem orientar esta conversa:
76 VOLUME 3
Para isso, você pode propor uma forma de registro para os códigos que serão usados para
designar os sons forte, médio e fraco.
O primeiro som emitido por você pode ser muito forte, e seu registro poderá ser “ff”; o
segundo som pode ser médio, e uma sugestão de registro é “mf”; finalmente um som fraco
pode ser emitido e registrado como “pp”. É importante que o estudante registre no caderno a
sequência proposta dos sons conforme as intensidades, como se fossem escrever uma parti-
tura. Inicialmente, sugerem-se duas ou três sequências para que o estudante consiga pres-
tar atenção no som e memorizar, para depois registrá-lo. Para sequências mais longas, você
poderá repeti-las para facilitar o registro.
Você pode propor que o estudante assista aos vídeos Bienal de São Paulo: arte contemporânea
1 e 2 ao final da Unidade 3, Tema 1, do Caderno do Estudante.
No primeiro vídeo, os estudantes Francisco de Lima e Iraci Santos visitam pela primeira vez
uma Bienal Internacional de Arte de São Paulo, acompanhados do artista e educador Evandro
Nicolau. Durante o percurso, traçado com a ajuda do educador, eles interagem com as obras
de arte a partir de suas percepções e sensações. No segundo vídeo, a visita dos dois estudan-
tes continua. O educador Evandro Nicolau, junto os estudantes, lança luzes sobre a extensa
obra de Arthur Bispo do Rosário. Ao final dessa viagem pelo universo da arte contemporânea,
Francisco e Iraci falam sobre a experiência.
Você pode propor que o estudante registre as obras de que mais gostou e explique o por-
quê. É importante também que observe os materiais que constituem essas obras. O objetivo
é despertar o olhar do estudante para a arte contemporânea, problematizando o conceito do
que é arte atualmente.
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KLEIN, Jacky; KLEIN, Suzy. O que é arte contemporânea? Trad. André Czarnobai. São Paulo: Claro
Enigma, 2013.
SANT’ANNA, Renata. Saber e ensinar: arte contemporânea. 1. ed. São Paulo: Panda Books, 2011.
TRANSFORMAÇÕES NA ARTE
UNIDADE 4
COM NOVAS TECNOLOGIAS
Esta oficina tem o objetivo de apresentar essa e outras obras de arte tecnológica e uma nova
forma de uso da internet, muito mais interativa, com hiperlinks em um único vídeo, possibili-
tando inúmeras experiências.
Esse é o momento, caso não tenha sido possível antes, para que eles assistam à entrevista
de Regina Silveira, disponível no site da Bienal, conforme indicado na seção Fica a dica! do
Caderno do Estudante (Volume 3, Unidade 4, Tema 1).
Sugere-se que, em seu planejamento, você procure garantir uma maneira de apresentar a
exposição Emoção Art.ficial ao grupo, que em 2012 realizou sua 6a edição.
Você pode contextualizar que a Bienal Internacional de Arte e Tecnologia, que ocorre em São
Paulo, tem o espaço reservado a quadros ou esculturas substituído por microchips, displays,
sensores e softwares. Prestigiados media centers (laboratórios de mídias eletrônicas) de todo
o mundo são convidados a mostrar suas obras, pesquisas e desenvolvimentos de trabalhos,
entre eles o laboratório de mídias interativas do Itaú Cultural (Itaulab), que é o primeiro a
funcionar fora dos ambientes universitários.
Após os estudantes realizarem a visita ao site para conhecer as obras da exposição, é inte-
ressante que você proponha uma conversa entre todos, questionando quais são as diferenças
percebidas ao comparar a exposição Emoção Art.ficial às demais exposições de arte que eles já
visitaram ou que estudaram. Que aspectos as diferenciam? Esta discussão final é muito impor-
tante para a sistematização dessa relação entre arte e tecnologia estudada neste Tema.
78 VOLUME 3
VOLUME 3 79
Após a exibição, você pode propor ao estudante que elabore sínteses do que foi apresentado
no vídeo.
Se considerar pertinente, pode fazer pausas ao longo do vídeo, a fim de problematizar com
os estudantes algumas questões que vão surgindo durante a exibição.
Para os professores
Textos
DONADUZZI, Carlos Alberto et al. O dinamismo virtual de Regina Silveira em Descendo escadas.
Encontro Internacional de Arte e Tecnologia 10#ART. Brasília: 2011. Disponível em: <http://www.
medialab.ufg.br/art/anais/textos/CarlosDonaduzzi-atAll.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.
DUARTE, Fernanda da Costa Portugal. Net artes: conceitos, heranças e tendências. Anais
eletrônicos do II Simpósio Nacional da ABCiber, PUC-SP, 2008. Disponível em: <http://cencib.org/
simposioabciber/PDFs/CAD/Fernanda%20da%20Costa%20Portugal%20Duarte.pdf>. Acesso em:
21 maio 2014.
RODRIGUES, Ligia Luciene. A perspectiva no trabalho de Regina Silveira: uma investigação da perspectiva
na arte contemporânea. Dissertação (Mestrado em Artes). Campinas: Unicamp, 15 fev. 2008.
Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000439645&opt=4>.
Acesso em: 21 maio 2014.
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VOLUME 4
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Objetivos
Algumas perguntas podem ser propostas ao grupo e podem servir de roteiro para orientar a
pesquisa e escolha da música:
Concluída a pesquisa, os estudantes já podem planejar a linguagem artística que vão utilizar
para representar a música escolhida. Pode ser uma dança, uma peça teatral ou uma produção
ligadas às artes visuais.
Para facilitar a compreensão da atividade, você pode mostrar alguns exemplos. Um deles
seria discutir a Atividade 1 – O samba de Noel Rosa do Caderno do Estudante (Volume 4, Unidade 1,
Tema 1), que utiliza a linguagem do teatro para representar a vida e a obra de Noel Rosa.
82 VOLUME 4
Esta é uma prática a ser incentivada nos estudantes. É importante que eles se sintam capa-
zes de ser frequentadores dos espaços públicos do Estado, como os Sescs e outros.
posta é que eles pesquisem os elementos principais r Cola, fita crepe, grampeador, barbante
r Texto Escola de samba da Vila Albertina
que fazem parte de uma escola de samba: enredo usa reciclagem e doação no Carnaval (Blog,
(tema), samba-enredo (canção), comissão de frente Mural, 9 fev. 2013)* opcional
e demais alas, fantasias e carros alegóricos, bateria,
madrinha de bateria, porta-bandeira, mestre-sala etc. Após a socialização das pesquisas, é o
momento de produzir. Toda a turma irá criar o projeto de um desfile para o Carnaval do ano
seguinte. Para isso, eles devem definir, inicialmente, o enredo.
VOLUME 4 83
Por fim, é o momento de refletir como viabilizar o projeto traçado. Quais materiais pode-
riam ser utilizados? Professor, se considerar pertinente, você pode ler para os estudantes a
matéria jornalística Escola de samba da Vila Albertina usa reciclagem e doação no Carnaval, de
Priscila Gomes (2013), que trata do uso de materiais reciclados em uma escola de samba. Este
texto pode ser encontrado fazendo uma busca pelo título da matéria na internet.
Uma sugestão é discutir com os estudantes que, para as escolas de samba, é muito caro fazer,
a cada ano, novos carros alegóricos e fantasias. Como alternativa para reduzir custos, muitas
delas vendem ou reciclam o que foi usado, a fim de produzir carros alegóricos e fantasias para o
Carnaval do ano seguinte.
Esse vídeo oferece informações acerca da música erudita. Aborda o funcionamento de uma
orquestra, seus músicos e os instrumentos que a compõem, bem como a função de cada um
deles e a do regente na execução de uma música. O vídeo mostra ainda a Orquestra Sinfônica
do Conservatório de Tatuí.
84 VOLUME 4
Nesse caso, antes de exibir o vídeo, você pode perguntar se ele já assistiu a alguma apre-
sentação de orquestra ao vivo ou pela TV, se conhece algum instrumento que faz parte dela,
entre outras questões.
Depois, proponha que ele assista e preencha o roteiro, sugerindo que o estudante registre
aquilo que mais chamar sua atenção.
Por fim, caso haja mais de um estudante assistindo ao vídeo, proponha uma roda de con-
versa, levantando as impressões que cada um deles teve do vídeo e que novos conhecimentos
eles adquiriram, ou seja, aquilo que não sabiam e agora sabem.
Para professores
Textos
Filme
Villa-Lobos: uma vida de paixão. Direção: Zelito Viana. Brasil, 2000. 130 min. 14 anos.
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UNIDADE 2 CINEMA E MÚSICA
Após a apreciação, proponha que eles escolham um tema a ser encenado por meio da
mímica. Podem ser situações do dia a dia, que aconteçam na escola, no trabalho, na família
etc. Se algum estudante não teve contato com este conteúdo proposto no Caderno do Estu-
dante, você pode oferecer uma rápida explicação de como essa maneira de representar acon-
tece. É importante enfatizar que somente expressões faciais e movimentos podem ser usados
para se comunicar. Outra sugestão é organizá-los em grupos e solicitar que escrevam uma
pequena história sobre a situação escolhida. Enquanto um grupo representa, os demais podem
tentar adivinhar o que está sendo encenado.
86 VOLUME 4
Vidas secas trata da vida de uma família de retirantes e de suas dificuldades e conflitos,
permeados pela pobreza, seca, fome e silêncio.
Trazer aos estudantes informações sobre o autor Graciliano Ramos e o processo de cons-
trução do romance pode estimulá-los a também escrever suas histórias. O autor inspirou-se
em seus familiares para criar os personagens, e em histórias dispersas conhecidas ou vividas
por ele. Até a morte da cachorra Baleia possivelmente esteja relacionada com experiências
que marcaram a vida do autor: a morte da cachorra Maniçoba, presenciada por Graciliano
em sua infância.
Essa oficina propõe aos estudantes que, com base no RECURSOS NECESSÁRIOS
que foi visto nesta Unidade, criem um curta-metragem.
r Equipamento para gravação de
Para isso, professor, seu papel é fundamental na orien- vídeo
tação das fases a serem seguidas e na escolha dos mate- r Vídeo Da literatura ao cinema (Lín-
gua Portuguesa – Volume 4)
riais que eles vão usar para a montagem do cenário, para
a gravação do vídeo etc. Durante a realização, você pode
propor aos estudantes que reflitam sobre como atua e o que faz cada um dos profissionais
envolvidos na criação de um filme. Em seguida, peça que eles se dividam, distribuindo as
tarefas: quem trabalhará com o som, com o figurino, com a iluminação, quem será roteirista,
produtor, diretor, ator, maquiador etc.
Uma sugestão é que você verifique se há na escola algum tipo de suporte para gravar o
vídeo: pode ser uma câmera fotográfica que tenha essa função ou um aparelho celular, que
pode ser de um dos estudantes. Nesse último caso, o dono do aparelho pode ficar responsável
pela gravação. É interessante que eles encenem e gravem em sala de aula, mas que, depois de
pronto, o vídeo possa ser exibido para o grupo todo.
Professor, você pode propor que os estudantes assistam ao vídeo Da literatura ao cinema,
de Língua Portuguesa. Seu tema é a transformação de um texto literário para a linguagem do
cinema. Pode ser uma boa ferramenta para que os estudantes possam, em vez de inventar
uma história, trabalhar com algum conto e adaptá-lo para o filme que produzirão.
VOLUME 4 87
Você pode fazer perguntas aos estudantes sobre estas cenas. Uma sugestão é pedir que
ele imagine como foi a reação do público, que não estava habituado ao cinema – imagem em
movimento – quando viram a cena composta por inúmeras pessoas saindo de uma fábrica.
Esta atividade é mais uma forma de ampliar o repertório histórico e artístico do estudante.
net. Eles são curtos e procuram contar narrativas Martin Scorsese, EUA, 2011. 128 min) opcional
r Site Museu da Imagem e do Som (MIS).
com o uso de diversos efeitos pirotécnicos criados
Disponível em: <http://www.mis-sp.org.
pelo próprio cineasta. br> (acesso em: 21 maio 2014) opcional
Você pode, ainda, assistir com o estudante ao filme A invenção de Hugo Cabret, que, a partir
da história de uma criança órfã, traz o personagem Georges Méliès para o centro da trama.
88 VOLUME 4
Você pode assistir com o estudante ao vídeo Cinema: uma arte do século XX.
Nesse vídeo conta-se brevemente a história do cinema e são apresentados cenas de filmes
e diretores internacionais e nacionais, muitos deles citados no Caderno do Estudante. Além
disso, o vídeo trata dos bastidores do cinema, destacando a montagem, a produção sonora e de
roteiro, e a direção de arte e fotografia. Uma possibilidade é retomá-lo em inúmeros momentos
da Unidade, para ilustrar alguns dos Temas. A seguir, há uma sugestão de roteiro que pode ser
discutido com o estudante após a exibição do vídeo.
r O que mais chamou sua atenção com relação às imagens desse vídeo? Você conhece os
filmes apresentados?
r Você acha que, após esse vídeo, você assistirá aos filmes de forma diferente? Por quê?
Para professores
Textos
AGÊNCIA Nacional do Cinema (Ancine). Tire suas dúvidas sobre a lei da TV paga. Disponível
em: <http://www.ancine.gov.br/faq-lei-da-tv-paga>. Acesso em: 21 maio 2014.
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05/0
ALVES, Giovanni. Tela crítica: a metodologia. São Paulo: Praxis, 2010.
. Trabalho e cinema: o mundo do trabalho através do cinema. São Paulo: Praxis, 2006, 2007,
2010. 3 v.
FIGUEIREDO, Marcela. Giovanni Alves “O cinema é a única arte capaz de nos envolver de forma
radical, tocar, inclusive, no núcleo humano”. Boletim NPC. Entrevistas. Disponível em: <http://
www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=2129&topico=Entrevistas>. Acesso
em: 21 maio 2014.
KEMP, Philip; FRAYLING, Christopher. Tudo sobre cinema. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
MUSEU da Imagem e do Som (MIS). Georges Méliès, o mágico do cinema. Disponível em: <http://
mis-sp.org.br/icox/icox.php?mdl=mis&op=programacao_interna&id_event=1024>. Acesso em:
21 maio 2014.
O DESENHO NA ILUSTRAÇÃO E NA
UNIDADE 3
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Esta oficina tem como objetivo que os estudantes produ- RECURSOS NECESSÁRIOS
zam tirinhas. Para tanto, uma parceria com o professor de
r Tirinha de jornal
Língua Portuguesa pode ser interessante. Você pode pedir
r Revistas
inicialmente a eles que recortem algumas tirinhas de jornal r Tesoura
para que possam manipulá-las e trocá-las entre si. r Cola
r Lápis de cor, lápis grafite, giz de
Vale lembrar que, muitas vezes, a tirinha problematiza cera, canetinha etc.
alguma situação da vida das pessoas. A proposta é que o r Computador opcional
90 VOLUME 4
O ideal, professor, é que eles desenhem. No entanto, se perceber que os estudantes não se
sentem confortáveis para isso, uma possibilidade é usarem recortes de jornais e revistas para
uma montagem. Eles podem inserir balões de fala, onomatopeias e completar as imagens
recortadas com desenhos à mão, para indicar movimento e outros efeitos.
Ao final da atividade, é fundamental que seja feito um balanço com o turma sobre as difi-
culdades e facilidades encontradas para produzir as tirinhas. Dessa forma, você pode ter mais
elementos para aprofundar o debate e identificar quais são as principais dificuldades da turma.
r Reflita acerca das possíveis maneiras de representar essa situação. Podem ser incluídas
colagens e balões de fala.
Algumas questões podem ser apresentadas antes da atividade prática aos estudantes para
ajudá-los nessa reflexão:
r Haverá falas? Caso haja mais de um personagem, haverá diálogo entre eles?
r Que objetivo você quer atingir com a tirinha: gerar uma reflexão de maneira mais séria
ou mais cômica?
r Quais recursos você pode utilizar para alcançar esse objetivo? Escolha os materiais com
os quais se sinta mais à vontade para trabalhar: lápis, grafite, lápis de cor, giz de cera,
canetinha etc. Além do desenho, você também pode usar imagens de revistas e jornais
para produzir montagens com diálogos, onomatopeias etc. Ou ainda, se tiver acesso a um
computador, pode criar uma tirinha usando tecnologia digital. Apresente sua tirinha para
os colegas, explicando por que escolheu determinada situação.
VOLUME 4 91
Aldemir Martins foi um artista plástico que ilustrou o livro Vidas secas de Graciliano Ramos.
Esta atividade propõe uma análise dos desenhos desse artista para essa obra da literatura bra-
sileira. Estes desenhos podem ser encontrados em sites de busca na internet.
Você pode ainda retomar a Unidade 2 do Caderno do Estudante (Volume 4, Tema 2) e relem-
brar os fotogramas sobre a morte da cachorra Baleia.
Esse vídeo conta brevemente a história do desenho e mostra como ele se apresenta no coti-
diano. Além disso, mostra exercícios que podem ser aplicados em sala de aula, como o desenho
de ponto, linha e plano, e desenho cego. Você pode propor a exibição do vídeo fazendo pausas
ao longo da apresentação.
Para professores
Textos
CALDAS, Raoni Naraoka de. Estudo linguístico comparativo sobre onomatopeias em his-
tórias em quadrinhos: português/alemão. Pandaemonium Germanicum, São Paulo, dez. 2011,
n. 18, p. 153-184. Disponível em: <http://revistas.usp.br/pg/article/view/38119>. Acesso em:
21 maio 2014.
CARUSO, Francisco; SILVEIRA, Cristina. Quadrinhos para a cidadania. História, Ciências, Saúde
– Manguinhos, Rio de Janeiro, jan./mar. 2009, v. 16, n. 1. Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702009000100013&lng=pt&nrm=iso>. Acesso
em: 21 maio 2014.
EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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EUGÊNIO, Alisson. Ilustração, escravidão e as condições de saúde dos escravos no Novo
Mundo. Varia História, Belo Horizonte, jan./jun. 2009, v. 25, n. 41. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0104-87752009000100012&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em: 21 maio 2014.
HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil: sua história. São Paulo: Edusp, 2005.
LOYN, Henry (Org.). Dicionário da Idade Média. Trad. de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.
MARTINS, Ana Luiza. Da fantasia à História: folheando páginas revisteiras. História (São
Paulo), Franca, 2003, v. 22, n. 1. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0101-90742003000100003&lng=pt &nrm=iso>. Acesso em: 21 maio 2014.
Veja a seguir uma sugestão de etapas, dirigidas aos estudantes para a execução de uma
escultura.
VOLUME 4 93
r Para facilitar o processo, faça um esboço de sua escultura, ou seja, um desenho de como
você a imagina antes de produzi-la.
r Em seguida, você pode utilizar palitos de dente ou de sorvete para fazer detalhes.
r Deixe sua escultura secar lentamente, de preferência coberta com um plástico ou pano
umedecido.
r Ao final, se considerar pertinente, use lixa ou palha de aço para dar textura à escultura.
Você pode escolher se quer uma textura lisa ou grossa, e o resultado depende da lixa sele-
cionada e do modo como usá-la. Você também pode deixar as marcas de seus dedos na
argila, como muitos artistas fazem.
Depois, você pode incentivar cada um deles a contar o porquê da escolha do tema e o que
o inspirou nessa criação. Além disso, é interessante que eles percebam como os colegas ava-
liam o trabalho que produziram e que também exponham as próprias ideias sobre a criação
dos colegas.
Caso seja possível, organize uma exposição e a criação de um catálogo das obras dos estu-
dantes. É interessante que eles tenham fotos das obras com pequenos textos elaborados pelos
próprios criadores ou ainda pelos demais estudantes, propondo uma dinâmica sobre as diver-
sas interpretações que uma mesma obra pode ter.
94 VOLUME 4
Se você fosse produzir uma obra por meio da construção com objetos, o que faria? Por quê?
Quais materiais utilizaria? Por quê?
Você pode ainda propor uma reflexão para aqueles estudantes que cursaram o 8 o ano sobre
as produções contemporâneas estudadas no Volume 3.
Para professores
Textos
BAY, Dora Maria Dutra. Véio. In: MARTINS, Mirian C.; Picosque, Gisa (Coord.). DVDteca Arte na
Escola – Material educativo para professor-propositor, n. 66. São Paulo: Instituto Arte na Escola,
2006. Disponível em: <http://artenaescola.org.br/uploads/dvdteca/pdf/arq_pdf_49.pdf>. Acesso
em: 21 maio 2014.
BONECAS de cerâmica revelam patrimônio imaterial dos Karajá. Labjor. Campinas: Unicamp,
17 abr. 2006. Disponível em: <http://www.labjor.unicamp.br/midiaciencia/article.php3?id_
article=215>. Acesso em: 21 maio 2014.
FUNDAÇÃO Bienal de São Paulo. 30a Bienal – A iminência das poéticas. Material educativo. Caderno
do Professor. Disponível em: <http://www.emnomedosartistas.org.br/30bienal/pt/educativo/
Documents/30a-material_educativo-internet-livreto.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2014.
HIDALGO, Luciana. As artes de Arthur Bispo do Rosário. Mente Cérebro, set. 2009. Artigos.
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/as_artes_de_arthur_bispo_do_
rosario.html>. Acesso em: 21 maio 2014.
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HOFFMANN, Bruno. Arthur Bispo do Rosário: a dois metros do chão. Brasil – Almanaque de
Cultura Popular. Disponível em: <http://www.almanaquebrasil.com.br/personalidades-
arte/9730-arthur-bispo-do-rosario.html>. Acesso em: 21 maio 2014.
MACHADO, Regina Coeli Vieira. Artesanato do barro. Pesquisa escolar online, Fundação Joaquim
Nabuco, Recife, 14 set. 2007. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/
index.php?option=com_content&view=article&id=350&Itemid=180>. Acesso em: 21 maio 2014.
Programa de TV
Site
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