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ARTE

CADERNO DO PROFESSOR

ENSINO FUNDAMENTAL
A N O S F I N A I S

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Concepção do Programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação Geral do Projeto Equipe Técnica


Ernesto Mascellani Neto Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr. e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Wanderley Messias da Costa Maria Etelvina R. Balan, Maria Helena de Castro Lima, Paula
Diretor Executivo Marcia Ciacco da Silva Dias, Rodnei Pereira, Selma Venco e
Walkiria Rigolon
Márgara Raquel Cunha
Diretora de Políticas Sociais Autores
Arte: Carolina Martins, Eloise Guazzelli, Emily Hozokawa Dias,
Coordenação Executiva do Projeto Gisa Picosque e Lais Schalch; Ciências: Gustavo Isaac Killner,
José Lucas Cordeiro Maria Helena de Castro Lima e Rodnei Pereira; Geografia: Cláudia
Beatriz de Castro N. Ometto, Clodoaldo Gomes Alencar Jr.,
Coordenação Técnica Edinilson Quintiliano dos Santos, Liliane Bordignon de Souza
Impressos: Dilma Fabri Marão Pichoneri e Mait Bertollo; História: Ana Paula Alves de Lavos, Fábio
Vídeos: Cristiane Ballerini Luis Barbosa dos Santos e Fernando Manzieri Heder; Inglês:
Clélia La Laina e Eduardo Portela; Língua Portuguesa: Claudio
Equipe Técnica e Pedagógica Bazzoni, Giulia Mendonça e Walkiria Rigolon; Matemática:
Ana Paula Alves de Lavos, Cláudia Beatriz de Castro N. Ometto, Antonio José Lopes, Marcos Luis Gomes, Maria Etelvina R.
Clélia La Laina, Elen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Emily Balan e Paula Marcia Ciacco da Silva Dias; Trabalho: Maria
Hozokawa Dias, Fernando Manzieri Heder, Herbert Rodrigues, Helena de Castro Lima e Selma Venco (material adaptado e
Laís Schalch, Liliane Bordignon de Souza, Marcos Luis Gomes, inserido nas demais disciplinas)

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Mauro de Mesquita Spínola Equipe de Produção


Presidente da Diretoria Executiva Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira
Editorial: Carolina Grego Donadio e Paulo Mendes
José Joaquim do Amaral Ferreira
Vice-Presidente da Diretoria Executiva Equipe Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de
Araújo, Amanda Bonuccelli Voivodic, Ana Paula Santana
Gestão de Tecnologias em Educação
Bezerra, Bárbara Odria Vieira, Bruno Pontes Barrio, Camila
Direção da Área De Pieri Fernandes, Cláudia Letícia Vendrame Santos, David
Guilherme Ary Plonski dos Santos Silva, Jean Kleber Silva, Lucas Puntel Carrasco,
Mainã Greeb Vicente, Mariana Padoan de Sá Godinho, Patrícia
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Pinheiro de Sant’Ana, Tatiana Pavanelli Valsi e Thaís Nori
Cornetta
Gestão do Portal
Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, Camila Terra
Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves,
Hama, Fernanda Catalão Ramos, Mayara Ribeiro de Souza,
Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira
Priscila Garofalo, Rita De Luca, Sandro Dominiquini Carrasco
Gestão de Comunicação Apoio à produção: Bia Ferraz, Maria Regina Xavier de Brito e
Ane do Valle
Valéria Aranha

Gestão Editorial Projeto gráfico-editorial e diagramação: R2 Editorial, Michelangelo


Denise Blanes Russo e Casa de Ideias

CTP, Impressão e Acabamento


Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

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Caro(a) professor(a)

É com muita satisfação que a Secretaria da Educação do Estado de São


Paulo, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Ciência, Tecnologia e Inovação, apresenta o Caderno do Professor do Programa
EJA – Mundo do Trabalho para os Centros Estaduais de Educação de Jovens
e Adultos (CEEJAs), que atende a uma antiga demanda dos educadores e da
sociedade: a de uma proposta pedagógica que reconheça as especificidades
dessa modalidade de ensino.

Este material tem o objetivo de estabelecer um diálogo com você, professor,


visando apoiar, subsidiar e ampliar as possibilidades de construção do conheci-
mento junto aos estudantes, e auxiliar na articulação dos conteúdos propostos
em cada disciplina, tendo como eixo norteador o mundo do trabalho.

O intuito é colaborar na organização do processo tanto de ensino quanto de


aprendizagem, ajudando a contextualizar as temáticas propostas. Os aponta-
mentos, as indicações e as orientações gerais aqui apresentados pretendem
fomentar seu trabalho de orientação dos estudantes e de planejamento e reali-
zação das oficinas, podendo ser aprimorados e complementados.

Desejamos que este Caderno do Professor contribua com seu trabalho!

Secretaria da Educação

Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

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SUMÁRIO

Apresentação 9
A escolarização de jovens e adultos no Brasil e no Estado de São Paulo 11
Princípios e concepções do Programa 14
O mundo do trabalho como eixo integrador
Levantamento de conhecimentos prévios
Problematização e contextualização
Orientação de estudos na Educação de Jovens e Adultos
Por que aprender a ler textos longos e difíceis?

Conhecendo o Caderno do Professor 20


Conhecendo o Caderno do Estudante 22
Os vídeos do Programa 29

Arte 31
Orientações gerais 33
Volume 1 37
Volume 2 52
Volume 3 67
Volume 4 81

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APRESENTAÇÃO

Este Caderno do Professor compõe os materiais didáticos do Programa Educação de Jovens e Adultos
(EJA) – Mundo do Trabalho, produzidos especialmente para os Centros Estaduais de Educação de Jovens
e Adultos (CEEJAs). Além dele, você está recebendo os materiais destinados aos estudantes: os quatro
Volumes do Caderno do Estudante, os vídeos que complementam e problematizam os conteúdos abor-
dados nos Cadernos e, também, os dois vídeos de Orientação de estudo.

Esses materiais foram elaborados para atender a uma justa e antiga reivindicação de profes-
sores, estudantes e sociedade em geral: poder contar com materiais de apoio específicos para os
estudos desse segmento.

Afinal, você que atua nessa modalidade de ensino sabe que estudar na idade adulta demanda
maior esforço, dado o acúmulo de responsabilidades (trabalho, família, atividades domésticas etc.),
e que o ato de estar diariamente em uma escola é, muitas vezes, um obstáculo para a retomada dos
estudos, sobretudo devido à dificuldade de se conciliar estudo e trabalho. Nesse contexto, os CEEJAs
têm se constituído em uma alternativa para garantir o direito à educação aos que não conseguem
frequentar regularmente a escola, tendo, assim, a opção de realizar um curso com presença flexível.

No entanto, propor um material didático para esse contexto é um desafio. Por isso, buscou-se
estabelecer uma maior interlocução com os estudantes, favorecendo um diálogo mais claro e aces-
sível, a fim de provocá-los e, ao mesmo tempo, estimulá-los a estudar, sem banalizar os conteú-
dos desenvolvidos. Além disso, procurou-se favorecer um ensino emancipador, um dos principais
objetivos do Programa. Para tanto, considerou-se necessário ampliar significativamente o grau de
autonomia dos estudantes, de modo a contribuir com a formação de sujeitos críticos que leiam o
mundo e nele ajam, transformando-o, como apontava Paulo Freire em Pedagogia do oprimido (1970).

Assim, para facilitar os momentos de estudo, os Cadernos são consumíveis, o que permitirá aos
estudantes ter espaço para realização da maior parte das atividades – e também possibilitará a você um
maior acompanhamento do percurso de aprendizagem de cada estudante.

Os Cadernos foram organizados em Unidades, cada uma delas dividida em diferentes Temas.
Foram também criadas seções para favorecer o autoestudo e, ao mesmo tempo, possibilitar a con-
cretização dos princípios pedagógicos defendidos pelo Programa, como levantamento de conhe-
cimentos prévios, contextualização, problematização e desenvolvimento de procedimentos de
estudo, entre outros.

Além disso, para ajudar os estudantes a compreender melhor alguns dos assuntos tratados nos
Cadernos das diferentes disciplinas, todos os Volumes contam com vídeos produzidos especial-
mente para o Programa, que explicam, exemplificam e ampliam os conteúdos tratados no material
impresso, sendo um importante recurso didático.

Este Caderno do Professor, por sua vez, foi planejado com o intuito de apoiar a organização
do seu trabalho pedagógico no CEEJA. As orientações propostas visam contemplar os momen-
tos em que os estudantes procuram o CEEJA para esclarecer dúvidas ou participar de atividades
programadas. Aqui, você encontrará orientações e sugestões específicas para cada um dos Volumes

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do Caderno do Estudante, organizadas nas seguintes seções: Oficinas, Atividades complementares,
Roteiros para exploração dos vídeos do Programa e Recursos para ampliar a compreensão dos temas.

Além disso, é importante que você conheça os objetivos e os conteúdos desenvolvidos nos
Cadernos do Estudante, bem como o teor dos vídeos que os acompanham, de modo a melhor pla-
nejar sua atuação.

O Programa EJA – Mundo do Trabalho conta ainda com um site exclusivo, que você poderá visitar
sempre que desejar: <http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br>. Nele, além de informações sobre
o Programa, você acessa os Cadernos do Estudante, os Cadernos do Professor e os vídeos de todas as
disciplinas do Ensino Fundamental – Anos Finais, ao clicar na aba Conteúdo CEEJA. Lá também estão
disponíveis os vídeos de Trabalho, que abordam temas bastante significativos para jovens e adultos;
para encontrá-los, basta clicar na aba Conteúdo EJA. No site, você tem acesso ainda à Sala dos Pro-
fessores, um espaço virtual no qual pode postar comentários e dúvidas, além de compartilhar suas
experiências com outros docentes desse segmento.

Bom trabalho!

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A escolarização de jovens e adultos no Brasil
e no Estado de São Paulo

Os dados relativos à escolarização no Brasil e no Estado de São Paulo mostram que ainda
há muito por avançar no tocante à Educação de Jovens e Adultos (EJA). As Pesquisas nacionais
por amostra de domicílio (PNAD, 1997, 2011, 2012) apontam que a taxa de analfabetismo entre
pessoas de 15 anos ou mais no Brasil diminuiu entre 1997 e 2011 (de 14,7% para 8,4%, respecti-
vamente). No entanto, em 2012, essa taxa subiu para 8,5%, indicando um aumento de 300 mil
novos analfabetos em relação à pesquisa de 2011.

No que diz respeito ao Estado de São Paulo, dados da PNAD 2012 – compilados pela Secreta-
ria de Planejamento e Desenvolvimento Regional e veiculados pela Fundação Sistema Estadual
de Análise de Dados (Seade) – indicam que 3,81% da população com 15 anos ou mais ainda
está em condições de analfabetismo, embora esse porcentual tenha sido reduzido em relação
a 2007, quando a taxa encontrava-se em 4,61%. Em relação aos anos de escolaridade, 34,83%
da população com 25 anos ou mais tem no máximo oito anos de estudo, e apenas 69,50% da
população de 18 a 24 anos concluiu o Ensino Médio.

Por que isso acontece? Antes de se abordar diretamente a questão da Educação, é impor-
tante falar da formação social do Brasil e de seus desdobramentos na construção de uma
desigualdade social profunda. A síntese descrita por Gilberto Freyre em Casa-grande e senzala
(1933) ilustra parcialmente a relação de subordinação que esteve presente em nossa história
– posto que o autor acreditava haver uma relação afetiva entre senhor e escravo. A dimensão
da escravidão é um elemento diferencial entre os povos e carrega, ao longo de sua história,
desdobramentos que provocam diferenciações entre os iguais. Os dados do Censo nacional de
1890, por exemplo, apontavam que 82,63% da população com mais de 5 anos era analfabeta e,
em 1950, essa taxa ainda era de 57,2% (Paiva, 1990).

Professor, esse é um ponto de partida que auxilia a compreender as razões da ausência de


escolarização para grande parte da população. Na história mais recente, tal aspecto é comba-
tido legalmente, garantindo-se o acesso à educação, embora a dívida educacional seja ainda
expressiva quando se identifica o número de jovens e adultos com baixa escolaridade.

Partindo dessa compreensão, é possível apoiar-se em Álvaro Vieira Pinto (1983), que afirma ser
equivocado considerar os estudantes jovens e adultos como pessoas sem capacidade, desinteres-
sados, maldotados ou preguiçosos, marginalizando-os cada vez mais. Ao contrário, é preciso reco-
nhecer esses estudantes como seres produtores e portadores de ideias e conhecimentos valiosos.

É fundamental, portanto, compreender que a EJA é, sobretudo, um resgate da dívida social


que se tem com os excluídos do direito de estudar na idade adequada. Trata-se de um direito
universal de todos os cidadãos brasileiros, assegurado pela Constituição Federal de 1988:

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, asse-
gurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria.

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No entanto, ainda antes da consolidação da Constituição Federal de 1988, nos anos 1970,
com a Lei federal no 5.692/71, que instituiu o Ensino Supletivo no País, a possibilidade de um
trabalho mais específico passou a ser desenhada para o público da EJA. Foi naquele momento
histórico que se consolidou a criação dos Centros de Estudos Supletivos, ou Centros de Educa-
ção Supletiva, também denominados Núcleos Avançados de Estudos Supletivos. O Estado de
São Paulo optou pela denominação Centro Estadual de Educação Supletiva (CEES).

Contudo, segundo Rita de Cássia Morete (2010), naquele período, pela demanda da mesma
lei, enquanto o número de salas do Ensino Fundamental era ampliado, contraditoriamente,
o ensino de adultos era reduzido drasticamente no que dizia respeito ao atendimento à
demanda, uma vez que o ensino para o público da EJA poderia ser organizado de diversas for-
mas e em diferentes modalidades. Assim, na tentativa de atender as necessidades e expectati-
vas de um público que, por vezes, tem pressa – porque não obter a certificação de escolaridade
em um curto período pode significar, para um trabalhador, a demissão ou, se desempregado,
a dificuldade de concorrer a determinada vaga –, entre 1971 e 1976 ofereceram-se diversas
modalidades a esse público, criando-se, inclusive, o Serviço de Ensino Supletivo em 1976.

No que diz respeito ao Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA), o projeto
de implementação aconteceu também em 1976, sendo que as atividades iniciaram-se apenas
em 1981, nas dependências do Centro Estadual de Educação Supletiva Dona Clara Mantelli, no
município de São Paulo (Morete, 2010).

Nesses cinco anos – do estabelecimento do convênio entre o Ministério da Educação e Cul-


tura e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo ao início do funcionamento –, organi-
zou-se a infraestrutura e preparou-se a equipe profissional a fim de elaborar novas propostas
curriculares e material didático autoinstrucional que atendessem às perspectivas e aos desa-
fios da EJA, proporcionando possibilidades de rompimento com uma escola tradicional.

Na reorganização do sistema educativo, conferida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educa-


ção Nacional (LDB – Lei federal no 9.394/96), a Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade
de ensino “destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino
Fundamental e Médio na idade própria” (art. 37). Ainda segundo a LDB, em seu artigo 37,
parágrafo primeiro:
Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos que não puderam efetuar
os estudos na idade regular oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características
do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

A LDB garante, portanto, uma modalidade de estudo organizada de forma modular, semi-
presencial e individualizada, tal como a proposta dos CEEJAs, uma vez que, em sua maioria,
os estudantes que frequentam essa modalidade de ensino são de uma realidade diferenciada
da dos estudantes que se mantiveram no ensino regular. Um dos elementos mais fortes de
diferenciação é o fato de estarem inseridos de alguma maneira no mundo do trabalho – e, para
grande parte deles, essa é a questão central que os pressiona e os desafia por diversas razões,
das quais a mais objetiva é a sobrevivência, ainda que não seja a única: persistência por uma
vida melhor e valorização da vida também perpassam a trajetória de cada estudante.

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Em outras palavras, concebe-se neste Programa uma modalidade de ensino pautada no diá-
logo reflexivo e crítico, pelo respeito e pela valorização da cultura dos estudantes, assim como
pelo reconhecimento deles como pessoas com capacidade intelectual e direito à educação for-
mal. Compreende-se, portanto, que cada estudante é sujeito de seu processo de aprendizagem.
Nos momentos presenciais, será necessário dialogar com os estudantes e favorecer as condições
necessárias para que eles possam construir o conhecimento de forma analítica e sistematizada.

A consolidação dessa modalidade de ensino proporcionou, ao trabalhador que não dispõe


de tempo para frequentar a escola regular, a oportunidade de concluir os estudos nas etapas
do Ensino Fundamental e Médio em qualquer época do ano.

Com a Resolução SE no 3/2010, foram estabelecidas normas para a organização dos cursos de
EJA, confirmadas, posteriormente, pela nova LDB (2013). Os CEEJAs deveriam, a partir de então,
adotar materiais didáticos que atendessem às Propostas Curriculares dos cursos de Ensino
Fundamental e Médio da rede pública regular do Estado de São Paulo, garantindo o desenvol-
vimento efetivo do currículo oficial.

É nesse contexto, e tendo em vista a necessidade de oferecer material didático-pedagógico


específico para os CEEJAs, que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em parceria
com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, estão ofere-
cendo o Programa EJA – Mundo do Trabalho. Os Cadernos do Estudante, os Cadernos do Profes-
sor e os vídeos foram produzidos a partir de uma concepção que leva em conta os interesses e
as necessidades dos estudantes trabalhadores. Tal premissa se concretiza tanto pela seleção
de temas relevantes para a formação desses jovens e adultos quanto pela organização dos
conteúdos, pautada em uma ação permanente de levantamento de conhecimentos prévios,
problematização e contextualização da realidade.

Assim como para outros segmentos da Educação, é essencial saber quem são esses estu-
dantes, como vivem e quais seus conhecimentos, para que o planejamento possa considerar
interesses e vivência, e para que eles próprios se conheçam e se reconheçam, construindo sua
identidade individual e de grupo. No caso do CEEJA, esse mapeamento é necessário para que
os estudantes possam identificar as próprias experiências e conhecimentos prévios, uma vez
que o estudo deverá ser autoinstrutivo, estabelecendo estratégias de confronto entre os conhe-
cimentos já construídos e os novos, que farão mais sentido quando articulados ao cotidiano
dos jovens e adultos.

Acredita-se, portanto, que este Programa possa contribuir para que os estudantes jovens e
adultos valorizem e reexaminem sua vivência e seu olhar sobre a realidade, e também com-
partilhem sua cultura e origem, com abertura para romper preconceitos.

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Princípios e concepções do Programa

O mundo do trabalho como eixo integrador


É pelo trabalho, sobretudo, que os indivíduos se afirmam como sujeitos, contrapondo e
tentando romper e enfrentar certa realidade, modificando, assim, o mundo e a si mesmos. Ao
produzirem algo, os trabalhadores mudam não só a natureza sobre a qual atuam, mas também
a própria maneira de vivenciar a realidade e percebê-la.

É por esses motivos que, sem negar a dinâmica das diversas áreas de conhecimento, mas procu-
rando não encerrá-las em gavetas separadas, este Programa propõe o “mundo do trabalho” como
eixo integrador dos conteúdos, a fim de facilitar a compreensão dos temas desenvolvidos e favore-
cer uma visão não estanque entre os conteúdos e a vida de cada estudante, como possibilidade de
motivação e articulação que provoca novas relações entre diferentes dimensões e conhecimentos.

Nessa direção, o currículo do Programa, proposto originalmente para utilização na EJA pre-
sencial, conta inclusive com a disciplina Trabalho. Essa opção foi feita com o intuito de estrei-
tar o diálogo entre Educação e trabalho, não em uma perspectiva pragmática e utilitarista,
mas reflexiva e crítica. O objetivo central dessa escolha foi o de considerar as expectativas e os
interesses de jovens em busca do primeiro emprego ou de adultos que desejam encontrar ou
manter seu posto de trabalho ou procuram uma nova recolocação profissional. Para tanto, os
materiais abordam temas como direitos relacionados ao trabalho, previdência social, tecnolo-
gia e trabalho, inserção da mulher no mercado de trabalho, trabalho por conta própria, saúde
e trabalho, assédio moral, sindicalismos e estratégias relativas à busca de um emprego, entre
outras temáticas de extrema significância para se entender as transformações no mundo do
trabalho e que permeiam o cotidiano dos estudantes da EJA.

Assim, embora a grade curricular para os CEEJAs não contemple tal disciplina, o conteúdo foi
desenvolvido de forma interdisciplinar, considerando-se os vínculos e as convergências com os
demais campos do conhecimento. Alguns temas, bem como a indicação de vídeos sobre trabalho,
foram incluídos nas disciplinas que compõem o currículo dos CEEJAs. Além disso, os Cadernos e
vídeos produzidos para a EJA presencial podem ser acessados na íntegra pelo site do Programa.

A sugestão é que essas temáticas possam ser desenvolvidas, por exemplo, em oficinas
ministradas por professores de diferentes disciplinas, o que pode motivar os estudantes a fre-
quentarem o CEEJA mais assiduamente.

Levantamento de conhecimentos prévios


Na vida cotidiana, as pessoas utilizam o que sabem no momento de construir novas
aprendizagens, ou seja, acionam sempre os conhecimentos prévios para avançar. No caso
dos estudantes dos CEEJAs – que não contam com sua intervenção direta, professor –,
é necessário que eles se certifiquem de que, muitas vezes, já possuem alguns conhecimentos
acerca do que vão estudar e, portanto, não estão partindo do zero, pois assim podem se sentir
inclusive mais seguros nos momentos do estudo.

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Para você, professor, o acesso a esse universo permite orientar e ajustar adequadamente
sua intervenção pedagógica, tanto no que diz respeito à seleção de conteúdos e atividades
como à proposição de grupos de trabalho em que os estudantes possam também aprender uns
com os outros – quando se realiza uma oficina no CEEJA ou mesmo nos momentos em que os
estudantes o procuram para sanar dúvidas. Conhecer o que eles já sabem antes de se propor
uma atividade complementar propiciará boas situações de aprendizagem para que os estudan-
tes avancem.

Os estudantes da EJA, de modo geral, desconhecem o quanto já sabem, em razão dos inúmeros
percalços vividos nas trajetórias escolar e pessoal; por isso, é fundamental legitimar os saberes,
as experiências e os conhecimentos construídos pelos estudantes jovens e adultos ao longo da
vida. A legitimação dos conhecimentos ocorre na medida em que são considerados, respeitados
e valorizados em sala de aula, de forma intencional e sistemática. Por isso a importância da
seção O que você já sabe?, que inicia cada um dos Temas do Caderno do Estudante.

Problematização e contextualização
A problematização e a contextualização são princípios essenciais de todo e qualquer pro-
cesso de ensino e aprendizagem. Pelo fato de os estudantes dos CEEJAs não poderem contar
com seu apoio direto, professor, faz-se ainda mais necessário que o próprio material procure
favorecer a construção de novos sentidos e motivar esses estudantes. Por esse motivo, o mate-
rial produzido busca dialogar com a realidade e as necessidades desses jovens e adultos, para
que eles se percebam como sujeitos autônomos nesse processo, estabelecendo relações entre
a vida cotidiana e o que estão estudando.

A problematização dos conteúdos tem papel fundamental na relação entre teoria e prática, bem
como no diálogo com a visão de mundo e com os interesses dos estudantes. O cotidiano, muitas
vezes percebido apenas como recurso para ilustrar uma informação, é objeto de estudo fundamen-
tal, porque somente com base em uma reflexão sobre a realidade é possível transformá-la.

A contextualização, por sua vez, tem relação direta com a problematização, visto não ser
possível problematizar nenhum conteúdo sem que ele seja contextualizado. O tratamento
contextualizado do conhecimento é um recurso pedagógico necessário para que os estudantes
possam ter um papel verdadeiramente ativo em seu processo de aprendizagem.

Professor, sempre que possível, tanto nas oficinas como nos encontros presenciais, procure
propiciar momentos específicos nos quais os estudantes possam expressar conhecimentos, opi-
niões, dúvidas e experiências, de modo que a problematização e a contextualização realizadas
por você possam fomentar o interesse dos estudantes. Nessa perspectiva, é importante que eles
se sintam acolhidos e à vontade nos momentos em que forem ao CEEJA, para que percebam que,
no espaço escolar, eles têm vez e voz, e que são reconhecidos como cidadãos plenos.

Orientação de estudos na Educação de Jovens e Adultos


O Programa EJA – Mundo do Trabalho tem por objetivo não somente possibilitar aos
estudantes a conclusão do Ensino Fundamental – Anos Finais, mas também favorecer a
continuidade da sua trajetória de formação na escola e fora dela. Assegurar o direito à edu-
cação é também garantir condições para que os jovens e adultos dos CEEJAs se apropriem de

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instrumentos essenciais para a construção de conhecimentos que ampliem seu grau de auto-
nomia. Essas aprendizagens que envolvem o ato de estudar são importantes nessa direção.

Para tanto, é fundamental ao processo educativo levar em conta as especificidades dos estudan-
tes dessa modalidade de ensino, conhecendo e considerando a trajetória de vida desses jovens e
adultos – e compreendendo-as no contexto de desigualdades que marca a formação social do Brasil.

Compreender esse histórico, e suas repercussões ao longo do processo de ensino e aprendi-


zagem, permite a você encontrar saídas para um desafio. Se, por um lado, cabe a você auxiliar
na sedimentação da autonomia dos estudantes, por meio da construção de conhecimentos,
por outro, é preciso considerar que esses jovens e adultos não tiveram oportunidade de se
apropriar de diferentes estratégias e procedimentos de estudo, também cabendo a você, então,
criar as condições para que isso se torne possível.

Para auxiliá-lo nessa tarefa, o material produzido para os estudantes dos CEEJAs optou por
garantir momentos específicos em todas as disciplinas para a realização de ações que envolvam
o ato de estudar, que contribuirão também para a vida profissional desses jovens e adultos.

Nos Cadernos do Estudante, a seção Orientação de estudo busca ajudar os estudantes a se apro-
priarem do ato de estudar, por meio da exploração de diferentes procedimentos: identificar a ideia
central de um texto; grifar aspectos mais relevantes em função dos objetivos de leitura; produzir
anotações com base nas leituras; organizar esquemas, resumos, fichamentos; realizar pesquisas
na biblioteca e na internet etc.

Vale salientar, ainda, que se incentiva neste material a prática de registros (ver Mills, 2009) que
ajudem na organização e seleção de informações, tais como a produção de relatórios, comentários
e fichamentos, para que os estudantes historiem e compartilhem suas novas aprendizagens.

Foram também produzidos dois vídeos específicos sobre a importância do ato de estudar.
Esses vídeos enfocam a relevância de se desenvolver o hábito de estudo, mostrando aos estu-
dantes que estudar também se aprende, e contemplam alguns procedimentos de estudo pro-
postos no Caderno do Estudante, como grifo, anotação, resumo, esquema e listas, entre outros.
Sugere-se que esses vídeos sejam utilizados até mesmo em oficinas interdisciplinares, com
foco, por exemplo, no desenvolvimento de pesquisas.

Além desses recursos comuns a todas as disciplinas – e considerando que os procedimen-


tos de estudo se ancoram na leitura e na escrita –, há uma Unidade específica sobre o tema
“estudar também se aprende” no Caderno do Estudante de Língua Portuguesa – Volume 2,
como também o vídeo Estudar: como se aprende?. Esses podem ser materiais de apoio para o seu
trabalho, professor, principalmente durante as oficinas realizadas.

Dessa forma, ao mesmo tempo em que os estudantes se apropriam dos conteúdos de diferentes
campos do conhecimento, eles poderão desenvolver maior grau de autonomia em relação ao estudo.

Por que aprender a ler textos longos e difíceis?


Muitas vezes, com a intenção de facilitar o processo de aprendizagem, acredita-se que sim-
plificar os textos a serem lidos pelos estudantes, a fim de torná-los menos complexos e/ou
mais curtos, é a melhor alternativa para que aprendam. Contudo, é preciso questionar o efeito
de tal opção: oferecer aos estudantes da EJA apenas textos curtos e simples os preparará para

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a leitura e a compreensão de textos mais complexos futuramente? Cabe considerar que a pro-
posição de textos mais difíceis os tornará aptos para se defrontarem com aspectos textuais e
conceituais que geralmente não constam em textos simplificados.

Evitar ou sonegar a leitura de textos mais longos e elaborados (como textos literários, expo-
sitivos de diferentes campos do conhecimento e/ou artigos científicos, entre outros) pode
tornar-se um impedimento ao próprio avanço dos estudantes na construção de novos conhe-
cimentos, bem como na ampliação de sua autonomia leitora e escritora.

Sobre textos curtos, é ainda importante destacar outro aspecto: ao simplificar e sintetizar
demasiadamente os textos, intencionando facilitar a “compreensão” dos estudantes, acaba-se,
muitas vezes, provocando exatamente o contrário. Isso porque um texto muito simplificado
pode dificultar o entendimento e causar distorções no conhecimento – visto que, para redu-
zi-lo, muitas informações, exemplos, descrições e explicações essenciais à compreensão são
excluídos, inclusive com risco de banalização dos conteúdos abordados. Além disso, nem sem-
pre um texto curto é, necessariamente, mais fácil de compreender.

Aprender a ler criticamente exige contato com textos diversos, de boa qualidade, de dife-
rentes gêneros textuais, que possibilitem ampliar o universo textual dos estudantes, insti-
gando sua criticidade. O material didático do Programa EJA – Mundo do Trabalho porta essa
dimensão, qual seja: a de favorecer um diálogo com textos mais elaborados, essencial a todo
processo de aprendizagem. E isso não se dá apenas por meio dos textos apresentados, mas por
questões em que os estudantes são convidados a recuperar ideias que favorecem a criação de
hipóteses interpretativas, acionar conhecimentos prévios, estabelecer comparações e relações
com textos de outras disciplinas, bem como organizar registros das observações pessoais que
propiciam novos aprofundamentos.

Ao ler textos mais complexos, os estudantes se deparam com novas indagações e lacunas a
serem preenchidas, que estimulam sua curiosidade crítica e sua capacidade leitora. Tais desa-
fios precisam ser propostos. Contudo, antes de mais nada, os jovens e adultos da EJA precisam
se sentir legitimados e valorizados por seus professores como sujeitos capazes de aprender.

Vale observar que os estudantes da EJA nutrem expectativas determinadas em relação aos
estudos que realizam: esperam encontrar, na escola, respostas a problemas cotidianos com
que se deparam ao lidar com diferentes gêneros textuais do mundo profissional. Nesse sentido,
a ampliação da capacidade leitora e escritora é essencial a esse público – e ela não será alcan-
çada por meio de textos simplificados.

O quadro heterogêneo de uma sala de EJA, conforme demonstra a vivência em sala de aula,
constitui-se num desafio para os profissionais da escola. O ritmo particular de cada estudante
e o histórico distanciamento de materiais didáticos específicos para esse público exigem pro-
por diferentes estratégias de estudo, que contemplem diferentes graus de complexidade e
diferentes modos de leitura. Localizar e recuperar informações do texto, ler para aprender,
ler para se encantar, ler para seguir instruções são alguns dos modos de leitura presentes nas
atividades propostas, visando justamente aprimorar essa capacidade. O objetivo é, portanto,
proporcionar aos estudantes a oportunidade de experimentar distintos modos de ler, para que
possam praticar estratégias de leitura diversificada e delas se apropriar.

Nessa perspectiva, a intencionalidade do Programa é contribuir para que os estudantes pos-


sam retomar sua escolaridade, dando inclusive continuidade aos estudos no Ensino Superior.

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Para tanto, é de extrema relevância favorecer a eles um contato intenso e crescente com os
mais diversos textos, progressivamente mais complexos, pois esse ato pedagógico contribuirá
positivamente para seu avanço, tanto pessoal quanto acadêmico.

Assim, os textos apresentados nas diferentes disciplinas, apesar de contarem com uma
linguagem mais acessível, visam não banalizar os conteúdos e temas que tratam, podendo
se tornar objetos privilegiados para desenvolver a leitura de textos mais complexos. Com a
sua mediação, podem possibilitar aos estudantes o acionamento de conhecimentos prévios,
a recuperação do contexto de produção do texto estudado, a criação de inferências, hipóteses
e interpretações sobre o tema, como também o compartilhamento de impressões que podem
contribuir sobremaneira para a superação de possíveis dificuldades encontradas por eles ao se
confrontarem com os textos.

Desta forma, sempre que possível, é interessante compartilhar com os estudantes o objetivo da
leitura proposta, como também contextualizar e problematizar o tema a ser abordado, de modo
que eles criem expectativas acerca do que encontrarão no texto. Essas estratégias pedagógicas
favorecem aos estudantes acionar os conhecimentos e as experiências já construídos, facilitando
o estabelecimento de relações que ajudam a tornar mais significativas as leituras propostas. Ao
trabalhar com textos que considere mais “difíceis”, é importante você planejar as intervenções
pedagógicas das quais lançará mão, a fim de que os estudantes possam avançar em sua capaci-
dade leitora e também escritora – visto que ler e compreender textos mais complexos também
desenvolve a escrita e refina o senso crítico.

No caso de uma leitura colaborativa ou compartilhada para estudo do texto, você pode tam-
bém oferecer informações adicionais, a fim de apresentar o autor e o contexto de produção do
texto, e tecer outros comentários que possam provocar uma inquietação crítica, tão necessária
a todo processo de aprendizagem.

A leitura praticada na escola, sobretudo na EJA, precisa ocupar um espaço privilegiado que
legitime seu papel no processo de aprendizagem. Afinal, para muitos jovens e adultos, a escola
pode ser o único espaço em que eles têm maior contato com a leitura. Então, mais do que res-
postas prontas, sempre valem novos questionamentos: Como os estudantes da EJA poderão
aprender a ler textos difíceis se tiverem contato apenas com produções fáceis? Como poderão
ampliar seu grau de autonomia sem se aventurarem pelos caminhos da leitura? Como se tor-
narão cidadãos de direito se não forem reconhecidos como tal?

Referências bibliográficas
BRASIL. Casa Civil. Constituição Federal de 1988, de 5 de outubro de 1988. Disponível em:
<http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/index.shtm>.
Acesso em: 19 ago. 2014.
. Lei federal no 5.692/71, de 11 de agosto de 1971. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014.
. Lei federal no 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014.
. Lei federal no 12.796/13, de 4 de abril de 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014.

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FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 51. ed. São Paulo:
Cortez, 2011.
. Considerações em torno do ato de estudar. In: . Ação cultural para a liberdade e outros
escritos. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 8-10.
. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.
FREYRE, Gilberto (1933). Casa-grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime da
economia patriarcal. 48. ed. São Paulo: Global, 2003.
GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997.
IBGE. Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2007, 2011, 2012. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_
pesquisa=40>. Acesso em: 19 ago. 2014.
. Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2007. Suplemento – Aspectos complementares
da educação de jovens e adultos e educação profissional. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2007/
suplementos/jovens/default.shtm>. Acesso em: 19 ago. 2014.
KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria e prática. 6. ed. Campinas: Pontes, 1998.
KUENZER, Acácia (Org.). Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do
trabalho. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 2000.
MILLS, C. Wright. Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
MORETE, Rita de Cássia Boscoli Soler. O Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos de
Presidente Prudente (CEEJA-PP) significa realmente espaço formativo? Dissertação (Mestrado em
Educação). Presidente Prudente: Universidade Estadual Paulista (Faculdade de Ciências e
Tecnologia), 2010. Disponível em: <http://www.fct.unesp.br/#!/pos-graduacao/--educacao/
dissertacoes/dissertacoes-de-2010/>. Acesso em: 19 ago. 2014.
PAIVA, Vanilda Pereira. Um século de educação republicana. Pro-Posições, v. 1, n. 2, Universidade
Estadual de Campinas (Faculdade de Educação), jul. 1990, p. 7-18. Disponível em: <http://www.
proposicoes.fe.unicamp.br/proposicoes/edicoes/texto877.html>. Acesso em: 19 ago. 2014.
PETIT. Michèle. A arte de ler: ou como resistir à adversidade. São Paulo: 34, 2009.
PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. 8. ed. São Paulo: Cortez, 1983.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Resolução SE n o 3/2010, de 13 de janeiro
de 2010. Disponível em: <http://www.educacao.sp.gov.br/lise/sislegis/detresol.asp?
strAto=201001130003>. Acesso em: 19 ago. 2014.
. Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional; Fundação SEADE. Perfil do
Estado de São Paulo. Educação. Disponível em: <http://produtos.seade.gov.br/produtos/perfil_
estado/>. Acesso em: 19 ago. 2014.

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Conhecendo o Caderno do Professor

O Caderno do Professor do Programa EJA – Mundo do Trabalho/CEEJA foi planejado com o


objetivo de apoiar seu trabalho pedagógico junto aos estudantes jovens e adultos. Para tanto,
oferece orientações, sugestões e dicas para o desenvolvimento de atividades diversas no
CEEJA, organizadas de acordo com os Volumes dos Cadernos do Estudante. Em cada Volume,
são apresentadas diferentes seções.

OFICINAS
Essa seção é destinada à sugestão de atividades a
serem realizadas em datas previamente agendadas com
os estudantes, estimulando-os a frequentar o CEEJA não
somente para esclarecer dúvidas ou realizar avaliações.

As oficinas apresentam uma sequência didática rela-


cionada a determinada Unidade ou Tema desenvolvido
no Caderno do Estudante. Em geral, nelas são enfatiza-
dos os conteúdos que demandam uma intervenção peda-
gógica maior de sua parte, professor, com o intuito de
favorecer o avanço das aprendizagens dos estudantes.
A sugestão de algumas atividades em dupla ou em grupo
nas oficinas se justifica por se considerar positivo que
os estudantes tenham a oportunidade de interagir não
só com você, mas com outros estudantes. Esse compar-
tilhamento de experiências e de dúvidas, como também
a realização de um trabalho coletivo, é de grande valia
para todo o processo de aprendizagem, especialmente
para esses jovens e adultos que estudam sozinhos a
maior parte do tempo.

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Essa seção sugere atividades que podem
ser oferecidas aos estudantes nos momentos
presenciais com você, professor, quando eles
precisarem esclarecer dúvidas ou mostrarem
não ter compreendido adequadamente deter-
minado conteúdo. Você pode fazer os ajustes
necessários, tendo em vista as especificidades
de cada estudante.

Sempre que considerado necessário, foram


incluídos gabaritos.
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ROTEIROS PARA EXPLORAÇÃO DOS
VÍDEOS DO PROGRAMA
Essa seção oferece as sinopses dos vídeos
produzidos especialmente para o Programa e
sugeridos no Caderno do Estudante, bem como
sugestões e dicas de como explorar o seu con-
teúdo com os estudantes.

Tais vídeos foram produzidos para ajudar


os estudantes a se apropriarem dos conteúdos
propostos em todas as disciplinas, motivo pelo
qual é importante que você os conheça, espe-
cialmente aqueles de sua disciplina. Eles podem
ser utilizados por você em diversas situações:
durante as oficinas, como atividade comple-
mentar, para contextualizar ou problematizar
conteúdos e mesmo para sistematizá-los, por
exemplo. Além disso, os estudantes podem que-
rer também tirar dúvidas com você a respeito
desses vídeos quando forem ao CEEJA.

Vale lembrar que os vídeos da disciplina


Trabalho, disponíveis no site do Programa, são
interdisciplinares e abordam temas extrema-
mente significativos para jovens e adultos. Vale
a pena você conferir o conteúdo desses vídeos,
pois eles podem ser utilizados para contextua-
lizar ou problematizar questões relativas ao
mundo do trabalho de modo articulado aos con-
teúdos trabalhados na sua disciplina.

RECURSOS PARA AMPLIAR A


COMPREENSÃO DOS TEMAS
Essa seção apresenta sugestões de referen-
cial bibliográfico e dicas de documentários,
filmes e canções, entre outros recursos que
possam apoiar seu trabalho pedagógico e/ou ser
indicados aos estudantes.

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Conhecendo o Caderno do Estudante

O Caderno do Estudante do Programa EJA – Mundo do Trabalho/CEEJA foi planejado para faci-
litar os momentos de estudo e aprendizagem, tanto fora da escola como quando os estudantes
forem participar das atividades ou se encontrar com você, professor do CEEJA, ao mesmo tempo
em que busca concretizar os princípios já explicitados, como levantamento de conhecimentos
prévios, contextualização e problematização. O material é consumível, para que os estudantes
possam registrar todo o processo de estudo e identificar as dúvidas que tiverem.

Os Cadernos têm a seguinte organização: Língua Portuguesa e Matemática contam com 5 Uni-
dades em cada Volume, e Arte, Ciências, Geografia, História e Inglês têm 4 Unidades por Volume.

O SUMÁRIO
O Sumário apresenta a lista das Unidades e seus res-
pectivos Temas – cuja quantidade pode variar.

Os Temas são sequências didáticas que buscam criar con-


dições favoráveis para que os estudantes se apropriem dos
conteúdos propostos no tempo, por vezes restrito, de que
dispõem para se dedicar ao estudo (em casa, no trabalho, no
CEEJA etc.). Por isso, essas sequências didáticas propõem um
conjunto de atividades com o objetivo de focalizar os conteú-
dos de forma mais específica e sistematizada (com princípio,
meio e fim), de modo que os estudantes tenham mais condi-
ções de iniciar e concluir um Tema inteiro no tempo disponí-
vel, registrando as dúvidas que precisam apresentar para você
quando forem ao CEEJA.

Cada Unidade é identificada por uma cor, o que vai aju-


dar no manuseio do material. Além disso, para organizar
melhor o processo de estudo e facilitar a localização do
que os estudantes gostariam de discutir com você, quando
forem ao CEEJA, eles podem indicar, no Sumário, os Temas
que já estudaram e aqueles sobre os quais têm dúvida.

AS UNIDADES
Para orientar os estudantes, o início
de cada Unidade apresenta uma breve
introdução, destacando os objetivos e
os conteúdos gerais trabalhados, além
de uma lista com os Temas propostos.

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OS TEMAS

A abertura de cada Tema é visualmente


identificada no Caderno. Além do título e da
cor da Unidade, o número de caixas pinta-
das no alto da página indica o Tema, o que
permite, localizar cada um deles, em cada
Unidade, até mesmo com o Caderno fechado,
facilitando, assim, o manuseio do material.

Na sequência da abertura do Tema, há um


pequeno texto de apresentação.

As seções e os boxes
Os Temas estão organizados em diversas seções que visam facilitar a aprendizagem.
Cada uma delas tem um objetivo, e é importante que você o conheça, para que possa orientar
melhor os estudantes.

Algumas seções estão presentes em todos os Temas!

O QUE VOCÊ JÁ SABE?


Essa seção sempre aparece no início de cada Tema e tem o objetivo de
favorecer o levantamento dos conhecimentos prévios, estabelecendo um
diálogo inicial com os estudantes, para que eles possam reconhecer o que
já sabem do conteúdo a ser estudado, seja por estudos anteriores, seja por
vivência pessoal.

Conforme dito anteriormente, as pes-


soas o tempo todo utilizam conhecimen-
tos e experiências já obtidos para construir
novas aprendizagens. Ao estudar, acontece
o mesmo, pois os estudantes lembram do
que já sabem para aprofundar o que já
conheciam. Esse é sempre um processo
de descoberta essencial à aprendizagem, e
que não pode ser menosprezado.

Essa seção pode ser composta por


algumas perguntas ou um pequeno texto
que ajudem os estudantes a buscar na
memória o que já conhecem a respeito do
assunto abordado.

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Textos
Os textos apresentam os conteúdos e con-
ceitos a serem aprendidos em cada Tema.
Eles foram produzidos, em geral, procurando
dialogar com os estudantes, a partir de uma
linguagem clara e acessível.
Imagens também foram utilizadas para
ilustrar, explicar ou ampliar a compreensão
do conteúdo abordado. Elas aparecem den-
tro de fundos coloridos, nos quais também
são apresentadas as respectivas legendas.
Sempre que necessário, boxes diversos
ainda podem aparecer articulados a esses
textos, visando repertoriar os estudantes
para que eles possam dar prosseguimento
ao estudo.

ATIVIDADE

As atividades antecipam, retomam


e ampliam os conteúdos abordados
nos textos, para que os estudantes
possam perceber o quanto já apren-
deram. Nelas, são apresentados tex-
tos de outros autores, mapas, gráficos
e imagens, de modo a ampliar a com-
preensão a respeito do que foi apre-
sentado nos textos.
Para facilitar os estudos, assim
como os encontros com você, profes-
sor do CEEJA, muitas dessas ativida-
des podem ser realizadas no próprio
Caderno do Estudante.

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HORA DA CHECAGEM

Essa seção apresenta respostas e expli-


cações para todas as atividades propostas
no Tema. Para facilitar sua localização no
material, ela tem um fundo amarelo, que
pode ser identificado na margem lateral
externa do Caderno. É nela que os estudan-
tes vão conferir o resultado do que fizeram e
tirar suas dúvidas, além de ser também uma
nova oportunidade de estudo. É fundamental
você orientá-los para que leiam as explica-
ções após a realização das atividades e que
as comparem com as respostas que produ-
ziram, analisando se as informações são
semelhantes e se esclarecem as dúvidas que
porventura tenham, ou se ainda é neces-
sário completar alguns dos registros feitos
enquanto estudavam.
É importante que você leia os registros dos
estudantes, de modo a melhor orientá-los em
seus estudos.

Essa seção é proposta ao final de cada Tema, para que


REGISTRO DE
os estudantes registrem as dúvidas que tiveram enquanto
DÚVIDAS E estudavam ou teçam comentários sobre o que aprenderam.
COMENTÁRIOS Registrar o que se está estudando é uma forma de
aprender cada vez mais. Ao registrar o que se aprende,
relembram-se os conteúdos – construindo-se, assim, novas
aprendizagens – e reflete-se sobre os novos conhecimentos
e sobre as dúvidas que eventualmente se tem em determi-
nado assunto.
Ler essas sistematizações feitas pelos estudantes com
relação ao que aprenderam e às dúvidas que encontra-
ram é uma ferramenta importante para você acompanhar
com detalhes o que e como eles estudaram, favorecendo
sua ação pedagógica. Assim, você pode orientá-los mais
adequadamente no prosseguimento de seus estudos
da disciplina.
Por isso, é essencial estimular os estudantes a utiliza-
rem o espaço reservado dessa seção ao concluir o estudo
de cada Tema. Assim, eles também não correm o risco de
esquecer seus comentários e suas dúvidas até o dia de vol-
tar ao CEEJA para se encontrar com você.

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05/0
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Algumas seções não estão presentes em todas as Unidades,
mas complementam os assuntos abordados!

ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
Para que os estudantes se tornem cada
vez mais autônomos para estudar, essa
seção enfoca, de modo mais sistematizado,
diferentes procedimentos de estudo, im-
portantes para a leitura e a compreensão
dos textos e a realização das atividades,
como grifar, anotar, listar, fichar, esquema-
tizar e resumir, entre outros. Esses proce-
dimentos também são abordados nos dois
vídeos de Orientação de estudo.

PENSE SOBRE...
Essa seção é proposta sempre que houver
a oportunidade de problematizar algum con-
teúdo desenvolvido, por meio de questões
que fomentem a reflexão dos estudantes a
respeito dos aspectos abordados no Tema.

DESAFIO
Essa seção apresenta questões
que caíram em concursos públicos
ou em provas oficiais (como Saresp,
Enem, entre outras) e que enfocam o
conteúdo abordado no Tema. Assim,
os estudantes terão a oportunidade
de conhecer como são construí-
das as provas em diferentes locais
e a importância do que vem sendo
aprendido no material. As respostas
também estão disponíveis na Hora
da checagem.

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MOMENTO CIDADANIA
Essa seção aborda assuntos que têm
relação com o conteúdo abordado e que
também dialogam com interesses da so-
ciedade em geral. Ela informa sobre leis,
direitos humanos, fatos históricos etc.,
que ajudarão os estudantes a aprofunda-
rem seus conhecimentos sobre a noção
de cidadania.

PARA SABER MAIS


Essa seção apresenta textos e
atividades que têm como objeti-
vo complementar o assunto estu-
dado e que podem ampliar e/ou
aprofundar alguns dos aspectos
apresentados ao longo do Tema.

Cada tipo de boxe tem uma cor diferente, que o destaca


do texto e facilita sua identificação!

GLOSSÁRIO
Esse boxe apresenta verbetes com
explicações sobre o significado de palavras
e/ou expressões que aparecem nos textos,
com o objetivo de facilitar a compreensão
dos estudantes.

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BIOGRAFIA
Esse boxe aborda aspectos
da vida e da obra de autores ou
artistas trabalhados no material,
para ampliar a compreensão dos
estudantes a respeito do texto ou
da imagem que estão estudando.

ASSISTA!
Esse boxe indica os vídeos do Programa, que
os estudantes podem assistir para complemen-
tar os conteúdos apresentados no Caderno.
São indicados tanto os vídeos que compõem
os DVDs entregues com os Cadernos quanto
outros, disponíveis no site do Programa. Para
facilitar a identificação, há dois ícones usados
nessa seção.

FICA A DICA!
Nesse boxe, os estudantes encontrarão
sugestões diversas para saber mais sobre o
conteúdo trabalhado no Tema: assistir a um
filme ou documentário, ouvir uma música,
ler um livro, apreciar uma obra de arte etc.
Esses outros materiais os ajudarão a ampliar
seus conhecimentos.

É importante que você também conheça as


dicas propostas, pois elas podem ser utilizadas
em alguma oficina ou mesmo para o planeja-
mento de atividades complementares.

VOCÊ SABIA?
Esse boxe apresenta curiosidades relacio-
nadas ao assunto abordado, de modo a com-
plementar o conhecimento dos estudantes.

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GEOGRAFIA
Os vídeos do Programa VOLUME 1
A transformação das cidades e dos seus rios
Ciclos econômicos e transformação das cidades
Da produção da terra ao prato
O homem na transformação da paisagem
ARTE
O tempo passa, a cidade muda
Planejar é preciso
VOLUME 1
A arte conta história VOLUME 2
A arte e reciclagem A rota da produção brasileira
A arte em cada esquina Biomas brasileiros: riqueza e diversidade 1
A arte que defende ideias Biomas brasileiros: riqueza e diversidade 2
Campo e cidade: sem fronteiras
VOLUME 2 Mangue: ainda ameaçado?
Arte indígena Rio São Francisco: transposição em foco
Danças brasileiras
Museu Afro Brasil VOLUME 3
Primeiros retratos do Brasil Globalização
Globalização e trabalho
VOLUME 3 Urbanização
Bienal de São Paulo: arte contemporânea 1
Bienal de São Paulo: arte contemporânea 2 VOLUME 4
Grafite Comércio exterior: o mundo sem fronteiras
Demografia, o perfil do povo
VOLUME 4 Fontes de energia
Cinema: uma arte do século XX
O desenho e sua expressão MUNDO DO TRABALHO
O encanto da música erudita A força feminina
Migrante: por uma vida melhor
MUNDO DO TRABALHO Tecnologia e trabalho: uma difícil equação?
Tecnologia e trabalho: uma difícil equação?

HISTÓRIA
CIÊNCIAS
VOLUME 1
VOLUME 1 Capitalismo, o mundo das mercadorias
A riqueza do solo Do feudalismo para o capitalismo
As voltas que o mundo dá O servo e o operário
Cuidados com o solo O surgimento das máquinas
Lua e Terra: um balé no espaço Tudo é negócio?
Perigos de um solo contaminado
Sistema Solar, estrelas e galáxias VOLUME 2
A Comuna de Paris
VOLUME 2
A invenção das nações
A formação da Terra A partilha da África
A vida na água A Primavera dos Povos
Big Bang: o Universo em expansão O encontro do século
Como começou a vida?
Fotossíntese: verde novo em folha VOLUME 3
VOLUME 3 A Crise de 1929
A Revolução Russa
Darwin no Brasil Guerra Fria: a paz impossível
Darwinismo
O fascismo e o nazismo
Ecologia: comunidade e natureza
Revolução Cubana e Guerra Fria
Organismos unicelulares
Pegada ecológica VOLUME 4
VOLUME 4 Desafios da independência
Engenhos da colonização
Energia
Imigração
Estrutura da matéria
Industrialização
Invertebrados
Movimento e suas leis MUNDO DO TRABALHO
Propriedades da matéria
Vertebrados – Aves e mamíferos Estratégias para o mercado de trabalho
Organização do trabalho
MUNDO DO TRABALHO Previdência Social
Saúde e trabalho Trabalho infantil

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INGLÊS MATEMÁTICA
VOLUME 1 VOLUME 1
Job interview Acerte no ângulo
Numbers and Math operations Medidas no dia a dia
Talking about the routine Medidas no trabalho
The origin of English language Números para contar
Números, não para contar!
VOLUME 2 O mundo é geométrico
Culture is... Os números em nosso cotidiano
My world, my neighborhood Os números são notícia
Professional profile Simetria
Talking about sports
VOLUME 2
VOLUME 3 A matemática dos índices
A toast to all workers Escala: organizando medições
Better safe than sorry Fazendo contas com decimais
You are what you eat Matemática e meio ambiente
Números quebrados: as frações
VOLUME 4 Números quebrados: os decimais
Life narratives Porcentagens: 100 mistério
Virtual living Proporcionalidade: comparando partes
Working together Proporções no dia a dia
Razão: comparando grandezas semelhantes
MUNDO DO TRABALHO
Assédio moral VOLUME 3
Estratégias para o mercado de trabalho Área
O trabalho em transformação Equações
Sindicalismo: uma história Números inteiros
Tecnologia e trabalho: uma difícil equação? Operações com números inteiros
Trabalho precário e terceirização Potenciação
Radiciação e seus usos
LÍNGUA PORTUGUESA VOLUME 4
A linguagem da Matemática
VOLUME 1 Equações e gráficos
A construção da informação Equações para resolver problemas
Comunicar é preciso Figuras congruentes
Da fumaça à internet Medições indiretas
O caminho da notícia Proporcionalidade das figuras
O corpo também comunica
O igual que é diferente MUNDO DO TRABALHO
Preconceito linguístico Por conta própria
Somos iguais e diferentes Previdência Social
Somos todos escritores
Somos todos leitores
VOLUME 2 ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
Biografia, uma vida por escrito
Escrita: uma grande invenção Por dentro do EJA – Mundo do Trabalho
Estudar: como se aprende? Estudar também se aprende
Minha história em primeira pessoa
Ofício de escritor 1
Ofício de escritor 2
Um conto, mil encantos
VOLUME 3
A poesia de Ferreira Gullar
Cartas: relações de correspondência
ENSINO FUNDAMENTAL
Com a palavra, o dicionário! A N O S F I N A I S

Conto: uma questão de interpretação ENSINO MÉDIO

Miniconto: o máximo no mínimo


O que os poetas fazem com as palavras
VOLUME 4 ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
A arte de argumentar
Da literatura ao cinema Estudar também se aprende
O cordel e suas histórias
Teatro: a palavra em cena LEMBRE-SE
Traduzindo a Ciência
MUNDO DO TRABALHO Todos os vídeos produzidos para o EJA – Mundo
do Trabalho estão disponíveis no site do Programa
Assédio moral
Estratégias para o mercado de trabalho <http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br>.

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ARTE

Caro(a) professor(a),

A inserção dos estudantes de EJA no mundo letrado é muito diversificada.


É comum estudantes que estejam trabalhando um mesmo conteúdo apresen-
tarem diferentes graus de conhecimento e buscarem formação escolar com
diferentes propósitos. Quando esses estudantes se reúnem no CEEJA, por
exemplo, para uma oficina, encontram-se adolescentes recém-evadidos da
escola com homens e mulheres adultos que, depois de muitos anos afastados
dos bancos escolares, voltam a estudar, para realizar o antigo sonho de com-
pletar os estudos.

Esse quadro heterogêneo e tão diversificado é um desafio para o professor


e para a equipe pedagógica. O ritmo diferente dos estudantes e, muitas vezes,
a pouca familiaridade com materiais didáticos e conhecimentos sobre as múl-
tiplas linguagens artísticas exigem a proposição de diferentes estratégias de
estudo, que contemplem variados graus de complexidade na abordagem dos
conteúdos de Arte. Assim, o objetivo do Caderno do Estudante é proporcionar a
oportunidade de se aproximar, experimentar e conhecer a arte por meio de suas
mais variadas manifestações.

A Arte, por muito tempo, ocupou um espaço menor nas escolas em relação
às demais disciplinas, favorecendo assim, muitas vezes, a construção de uma
percepção equivocada sobre sua importância, diminuindo o valor deste campo
do conhecimento tão essencial à formação humana. Para se tentar reverter esse
processo, é preciso legitimar tal conhecimento. Neste Caderno do Professor
sugerem-se oficinas e atividades complementares que, assim como o Caderno
do Estudante, possam contribuir para aproximar os estudantes desta disciplina.
Nessa perspectiva, este material ajudará você a planejar estratégias e aborda-
gens didáticas a partir de oficinas e atividades, nas quais os estudantes poderão
compreender o valor da arte para a humanidade. Uma boa alternativa é promo-
ver oficinas previamente planejadas preparando antecipadamente os estudan-
tes, a fim de criar expectativa quanto ao que será abordado.

Considerou-se importante garantir momentos específicos para o comparti-


lhamento das experiências e conhecimentos artísticos dos estudantes, valori-
zando suas vivências e saberes. Outro aspecto que vale a pena ser reforçado
nas oficinas refere-se ao eixo de produção, pois, nesse momento, as inter-
venções pedagógicas são importantes, considerando que na maior parte das
outras situações de aprendizagem os estudantes não têm esse apoio direto,
pois estudarão sozinhos.

BOOK_ARTE_CP.indb 31 05/09/14 16:26


Um importante recurso que pode ser utilizado são os vídeos que acompa-
nham o material de Arte. Eles podem ser exibidos nas oficinas ou como ativi-
dades complementares, quando os estudantes forem ao CEEJA para tirar suas
dúvidas.

Depois da exibição dos vídeos, se possível, podem ser feitas sínteses cole-
tivas do que foi apresentado, colhendo dos estudantes as principais impres-
sões, fazendo uma reflexão sobre passagens do vídeo, que reforçam conteúdos
da Unidade e das atividades propostas. Você pode propor aos estudantes que
escrevam comentários pessoais sobre o que viram, ou façam uso de roteiro para
acompanhamento da exibição dos vídeos. Todas essas alternativas de registros
são bem valiosas e favorecem muito a aprendizagem dos estudantes.

Sugere-se ainda que, durante as oficinas e atividades, se possível, você pro-


cure promover a contextualização e problematização dos conteúdos selecio-
nados. Contextualizar ajuda a tornar as atividades mais significativas para os
estudantes, assim eles poderão atribuir maior sentido aos conhecimentos que
já possuem e os que estão sendo desenvolvidos. Vale salientar ainda que uma
alternativa importante para se garantir a contextualização das temáticas abor-
dadas é a de compartilhar o contexto de produção de uma obra de arte. Por
exemplo: informar quem produziu a obra, qual é a sua origem e a data da produ-
ção, a qual linguagem pertence, com qual intencionalidade foi produzida, onde
ela já foi exposta etc. Isso amplia consideravelmente a capacidade de apreciação
e interpretação dos estudantes.

Bom trabalho!

BOOK_ARTE_CP.indb 32 05/09/14 16:26


Orientações gerais

A proposta de Arte para o Programa EJA – Mundo do Trabalho encaminha uma composição
que cria, durante o curso, um encontro das diferentes modalidades artísticas, como artes
visuais, música, teatro, dança e cinema, proporcionando aos estudantes maior intercâmbio
entre essas manifestações artísticas.

Hoje, novos modos de ensinar orientam o diálogo entre as diferentes disciplinas do currí-
culo, marcado por um movimento contínuo, criando ou recriando outros pontos para discus-
são, interligando em uma rede várias disciplinas. É essa a ação pretendida neste trabalho, pois
nenhuma disciplina isolada produz uma visão coerente da realidade; as disciplinas precisam
interagir, produzindo significados mais relevantes.

Além disso, a arte nem sempre se apresenta no cotidiano como obra de arte. Mas pode ser
observada na forma dos objetos, no arranjo de vitrines, na música dos puxadores de rede,
nas ladainhas entoadas por tapeceiras tradicionais, na dança de rua executada por meninos
e meninas, nos pregões de vendedores, nos jardins, na vestimenta etc. O incentivo à curiosi-
dade pela manifestação artística de diferentes culturas, por suas crenças, usos e costumes,
pode despertar no aluno o interesse por valores diferentes dos seus, promovendo o respeito
e o reconhecimento dessas distinções. Ressalta-se, assim, a pertinência intrínseca de cada
grupo e de seu conjunto de valores, possibilitando ao aluno reconhecer em si e valorizar no
outro a capacidade artística de manifestar-se na diversidade.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.

As ações de aprendizagens
Metodologicamente, de acordo com os PCNs, o ensino de Arte, visto como área de
conhecimento e linguagem, designa como componentes curriculares três ações que pos-
sibilitam a exploração, a interpretação e a operacionalização dos conteúdos. Essas ações
contemplam:

r a fruição estética/leitura: apreciação significativa da arte e do universo a ela relacionado;

r o fazer artístico;

r a contextualização: sobre a arte como produto da história e da multiplicidade de culturas.

Nessa triangulação, os processos mentais interligam-se para operar a rede cognitiva da


aprendizagem em Arte. É importante salientar que a fruição estética/leitura de produções
artísticas, o fazer artístico e a contextualização são apresentados isoladamente apenas para
melhor explicitá-los, pois, na ação pedagógica, eles são trabalhados como momentos que se
completam, ou seja, se interligam.

33

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Pode-se assim entender essas três instâncias:

r A fruição estética/leitura de produções artísticas

Com base no conceito de que imagem também é texto, é possível tratar de signos e
códigos que envolvem sujeitos, tempos e lugares. Ampliando o conceito para todas as lin-
guagens, considera-se que os textos podem ser visuais, sonoros, gestuais, estáticos ou
pressupor movimento.

Assim, ler imagens no sentido amplo é atribuir significados a textos expressos em diferen-
tes linguagens: escultura, pintura, vídeo, fotografia, música, dança, teatro e outras mais.

O contato com a arte e com a cultura sensibiliza e educa o olhar. Por isso, ler e apreciar ima-
gens é uma atividade importante também estendida ao âmbito escolar. As imagens oferecem
visões de realidades, instigam a imaginação e projetam hipóteses; carregam referências cul-
turais que estão cognitiva e afetivamente vinculadas a outras imagens, próprias dos sujeitos
leitores; e constituem uma trama entre imaginário e significado. O significado não é uma
qualidade somente da imagem, mas também uma construção que aparece na relação entre
sujeitos: espectador e autor.

No Caderno do Estudante, buscou-se fazer uma análise comparativa de obras de arte,


renunciando à ideia de apresentar uma única obra ou um único artista para abordar o con-
teúdo. A fim de ampliar o repertório cultural dos estudantes, foram selecionados artistas e
obras de lugares e épocas diferentes.

Na leitura de imagens, é importante que esse processo seja instigado por você, que
pode chamar atenção para aspectos formais de como a imagem se constitui, e para ques-
tões de sentidos que a imagem comporta. Não se trata de explicar a imagem apresentada,
com interpretações definitivas, mas sim de estimular a observação. Para isso, vale a pena
apresentar questões do campo da arte, como: observar as formas, as cores, a composição,
informações sobre a técnica e possíveis significados. Neste último aspecto, deve-se ter cui-
dado para ouvir outras possibilidades de entendimento, outros sentidos que podem ser agre-
gados aos sentidos já “conhecidos” dados pelos artistas, pelos historiadores e críticos de arte.

Também é importante que os estudantes constituam de modo significativo o conhecimento,


relacionando as novas informações com o repertório que já possuem. Afinal, se a obra é aberta,
não há como considerar uma única interpretação correta, fechando possibilidades de pes-
quisas e interlocuções. Caso contrário, muitas vezes o conteúdo poderá ser exposto aos estu-
dantes, mas nem sempre será apreendido. Ao mesmo tempo, é preciso desafiá-los a querer
aprender, a ousar, a se superar.

Apreciar produções artísticas não é imposição de ideias; é levar os estudantes a refletirem


acerca das obras de arte, suas intenções ou significados, perceber ângulos inusitados a partir
das diferentes perspectivas ou de uma conversa provocadora.

r O fazer artístico

Para o artista, este é o momento mais prático da produção da obra de arte. É quando
ideias, acontecimentos e atos se mesclam materialmente e fundem-se numa produção.

34

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Incorpora as experiências durante o fazer e o que foi percebido durante o processo de
aprendizagem, envolvendo a inter-relação entre o intelectual, o emocional e o prático. Para
que os estudantes experimentem a arte em todas as suas possibilidades, são sugeridas as
práticas artísticas mais diversas, aproximando-os de diferentes procedimentos, expressões
e processos de criação.

Pode-se propor a criação e a utilização de materiais artísticos e, também, o uso de outros


materiais alternativos que, até então, eram pouco considerados como material para as artes.

Nas atividades de produção, espera-se que o papel do professor seja o de desafiar, incenti-
var, procurar ampliar as experiências e os conhecimentos dos estudantes. Caberá a você orien-
tar os processos de criação dos estudantes, oferecendo suporte técnico, acompanhando os
desafios que surgirão no decorrer das atividades, ajudando-os a resolver problemas – por meio
de perguntas, sugestões e caminhos possíveis a seguir com as produções –, além de torná-los
conscientes do próprio processo de criação.

r A contextualização

É a ação de estabelecer relações: pode ser histórica, social, psicológica, antropológica, geo-
gráfica, ecológica, biológica etc., além de estética e artística, associando o pensamento não
apenas a uma disciplina, mas a um vasto conjunto de conhecimentos. Espera-se que os estu-
dantes desenvolvam ideias e reflexões com base na interação com informações sobre arte e
cultura em geral.

No âmbito das inúmeras produções artísticas, terão enfoque, no Caderno do Estudante,


aquelas que dão sentido aos processos identitários e às diferenças culturais.

Ao ler, produzir trabalhos artísticos e conhecer a produção de outras culturas, os estudantes


poderão compreender a diversidade de valores que orientam tanto o modo de pensar e agir
como o da sociedade em que vivem.

Os conteúdos trabalhados em Arte


O objetivo é preparar os estudantes para participarem da vida cultural, social e econômica.
Para tanto, é necessário que o curso de Arte traga um conjunto de propostas que façam sentido
na vida dos estudantes e estabeleçam vínculos com sua realidade.
Além disso, entende-se que aprender conteúdos novos é um desafio, motiva os estudantes
e estimula-os a criar vínculos com a arte, que está no cotidiano de muitas maneiras, e com os
conceitos trabalhados na disciplina. Desse modo, pretende-se que os estudantes queiram con-
tinuar aprendendo, apropriando-se de conteúdos artísticos, a fim de que tenham a arte como
uma experiência importante em suas vidas.
Foi planejado, ao longo do curso, um conjunto de atividades considerando as diversas lingua-
gens: artes visuais, música, cinema, teatro e dança, que serão trabalhadas de modo interdisciplinar.
No decorrer das Unidades, busca-se sempre considerar os conhecimentos prévios dos estu-
dantes. Os conteúdos foram organizados para que eles tenham cada vez mais desafios, aumen-
tando o grau de complexidade à medida que vivenciam as propostas artísticas apresentadas no
decorrer dos estudos.

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BOOK_ARTE_CP.indb 35 05/09/14 16:26


Ao mesmo tempo, há também temas transversais, que acompanham o estudo das lin-
guagens artísticas. Ou seja, ao se trabalhar, por exemplo, pintura corporal indígena ou arte
produzida a partir do lixo, entre outros, trabalham-se também temas transversais como meio
ambiente, ética, saúde e diversidade cultural. Os valores e as atitudes também são conteúdos
propostos neste material, e referem-se às relações entre os estudantes e entre eles e a produ-
ção sócio-histórica da arte, como respeito ao trabalho e às leituras e observações dos colegas;
cuidados com o espaço de trabalho da escola e com os materiais, organizando-os e preser-
vando-os; valorização da arte na sociedade; respeito pela documentação histórica; reconheci-
mento do direito dos povos por expressar e documentar sua arte; respeito à diversidade das
culturas e à expressão individual.
Nas propostas de exposição de trabalhos dos estudantes, ao final de algumas oficinas,
sugere-se motivá-los também para a curadoria, despertando, assim, o interesse e o respeito
pela própria produção, pela dos colegas e de outras pessoas, possibilitando socializar as pro-
duções realizadas e a discussão de fechamento.

Sistematização
A sistematização em Arte tem várias funções: de um lado, serve para que os estudantes se
situem como aprendizes, retomem os conteúdos estudados; de outro, para que você avalie sua
atuação didática.
A sistematização é um instrumento de reflexão e reorientação dos planos de trabalho, dos
conteúdos propostos e das estratégias sugeridas. Não é mera quantificação ou classificação
de resultados de aprendizagens, nem um instrumento de controle, mas faz parte de todo o
processo pedagógico.
A sistematização se concretiza, por meio das seções Hora da checagem e Registro de dúvidas e
comentários presentes no Caderno do Estudante. Além disso, é importante que, quando o estu-
dante for ao CEEJA, pergunte se ele fez anotações na seção Registro de dúvidas e comentários, pois
dessa forma você terá como retomar com o estudante os conteúdos não assimilados por ele.

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VOLUME 1

Unidade 1 — Leitura de mundo pela arte 38


Tema 1 – O olhar artístico
Tema 2 – Texturas e cores na linguagem visual

Unidade 2 — Arte: uma expressão do cotidiano 43


Tema 1 – O trabalho pelos “olhos” da arte
Tema 2 – O cotidiano e a arte

Unidade 3 — Arte e meio ambiente 46


Tema 1 – Um olhar sobre a natureza
Tema 2 – Arte em defesa do meio ambiente

Unidade 4 — Arte e materiais recicláveis 48


Tema 1 – Arte de lixo
Tema 2 – A reciclagem como arte

VOLUME 1 37

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05/0
Objetivos

O objetivo deste Volume é convidar os estudantes a se aproximarem do mundo da arte. Para isso,
são estabelecidas relações da arte com o mundo do trabalho, com o cotidiano e o meio ambiente.

UNIDADE 1 LEITURA DE MUNDO PELA ARTE

Oficinas

Com as mãos na Pré-história TEMA 1

Esta oficina tem o objetivo de contemplar a produção dos RECURSOS NECESSÁRIOS


estudantes na disciplina de Arte. Tem como foco específico
r Papel grosso para pintura
a experimentação de pinturas com tintas semelhantes às
r Recipiente para fazer tinta
utilizadas na Pré-história, e a reflexão sobre a produção de
r Terra limpa
pinturas e desenhos neste período da história. Ou seja, essa
r Água
oficina, além de propor uma experimentação artística, pode r Cola branca líquida
ser utilizada como forma de sistematizar o estudo sobre Os r Peneira
primeiros registros em desenhos e pinturas, proposto no Caderno r Pincel
do Estudante (Volume 1, Unidade 1, Tema 1).

Inicialmente, você pode propor uma roda de conversa, levantando questões sobre a
Pré-história, especificamente a respeito de como eram produzidas as pinturas nas paredes
e outras superfícies rochosas (pinturas rupestres) naquela época. Se considerar pertinente,
pode retomar as questões referentes à Atividade 2 – O olhar na Pré-história do Caderno do
Estudante (Volume 1, Unidade 1, Tema 1), a fim de sistematizar aquilo que foi respondido
por eles individualmente, e compartilhar as respostas e impressões. Essas respostas já con-
duzem a reflexões sobre as cores e o conteúdo que há nas pinturas rupestres. Caso algum
estudante ainda não tenha trabalhado esse Tema, ele pode neste momento ouvir o que os
outros estudantes têm a dizer, inteirando-se do conteúdo abordado na atividade, podendo
expressar hipóteses a respeito. Sugere-se instigá-los a pensar em como seria produzir, atual-
mente, uma tinta semelhante à daquele período. Uma possibilidade, de fácil acesso, que
pode ser experimentada pelos estudantes é a utilização de terra para a produção de tinta.
Você pode levar para o grupo diferentes tipos de terra, com diversas colorações e tonalida-
des. Essas diferenças são importantes para que eles possam perceber que isto influenciará
na cor da tinta a ser produzida.

Essa produção pode ser ampliada quando os estudantes são instigados e provocados a perce-
ber as possibilidades de uso dos pigmentos. A tinta a ser preparada é sempre a mistura de um

38 VOLUME 1

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pigmento (neste caso, a terra) que dá a coloração; um aglutinante que faz a liga e dá consistência
(uma substância que funciona como uma espécie de cola) e um solvente, quando necessário. O
solvente depende do aglutinante usado; pode, inclusive, ser água. Ele será utilizado para diluir
o pigmento e o aglutinante. Assim como alguém na Pré-história, os estudantes podem procurar
pigmentos naturais e aglutinantes mais próximos dos primitivos, como a cola de farinha.

Este é o momento em que o grupo pode produzir suas tintas.

Procedimento para fazer tinta natural à base de terra

r Coloque a terra em um recipiente e deixe ao sol até que ela esteja bem seca. Depois a
amasse e peneire para que fique bem fina.

r No recipiente em que será feita a tinta, misture dois dedos de água com a mesma quan-
tidade de cola líquida.

r Acrescente a terra aos poucos, misturando sempre até ficar pastosa. Caso precise de
uma tinta mais líquida, acrescente mais água.

r Está pronta a tinta.

Antes de pintar efetivamente, você pode sugerir que os estudantes façam esboços daquilo
que desejam pintar.

Após o esboço, é o momento de pintar com esta tinta.

Você pode propor que os estudantes pintem cenas do cotidiano deles. Entretanto, pode-se suge-
rir que se inspirem em motivos “mágicos” para essa pintura, assim como alguns dos motivos
que levavam os homens da Pré-história a pintarem nas paredes das cavernas (por exemplo, para
comemorar uma caça bem-sucedida, ou fazer um pedido). Você pode ainda retomar o exercício 1
da Atividade 2 (Volume 1, Unidade 1, Tema 1), que propõe a observação do que está representado
em algumas imagens. A produção deles pode ser feita em papel, e, nesse momento, pode também
ser retomado o exercício 4 da mesma Atividade 2, no qual os estudantes são instigados a observar
as obras e imaginar qual o suporte em que as pinturas eram feitas e qual tamanho elas teriam,
levando em consideração a extensão do local onde foram produzidas.

Ao final da oficina, você pode garantir um espaço para exposição dos trabalhos, reflexão e
troca das experiências com os demais colegas.

Olhares artísticos sobre a paisagem TEMA 2

No Caderno do Estudante, a Atividade 1 – Olhares artísticos RECURSOS NECESSÁRIOS


sobre a paisagem (Volume 1, Unidade 1, Tema 2) propõe uma
r Folha de papel
reflexão sobre a paisagem pintada por dois artistas, Cristiano
r Tesoura
Sidoti e Militão dos Santos. r Materiais diversos para desenho
ou pintura
Aqui existe a possibilidade de um trabalho interdisciplinar
r Máquina fotográfica opcional
com a Geografia, por meio da temática paisagem.

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Nas três primeiras Unidades do Caderno do Estudante de Geografia (Volume 1), discute-se o
conceito de paisagem e os elementos que a compõem. Por exemplo, os Temas 1 e 2 da Unidade
1 abordam a paisagem de uma forma mais ampla. Na Unidade 2 o foco é a paisagem rural, e a
Unidade 3 tem a paisagem urbana como objeto de estudo.

Você pode elaborar um pequeno roteiro de perguntas e pedir aos estudantes que analisem
atentamente as paisagens que compõem a região onde vivem.

r É uma região rural? É uma região urbana?


r Quais elementos compõem essa paisagem? Automóveis? Viadutos? Prédios? Vegetação?

É interessante que isso seja compartilhado entre os estudantes, a fim de mostrar que cada
um tem seu próprio olhar para determinada paisagem e seus elementos.

Após esse levantamento, você pode propor ao grupo que registre essa paisagem e os ele-
mentos que chamaram atenção por meio de pintura, desenho ou fotografia.

Uma sugestão, para detalhar a observação dos estudantes, após o registro da paisagem,
é propor que construam uma “máquina de olhar”. Com ela, ao sair da oficina, os estudan-
tes podem observar os mesmos elementos daquela paisagem escolhida anteriormente, mas
agora com o foco mais reduzido e aproximado. Você pode propor ainda que eles reflitam se com
aquela “máquina de olhar” mudariam algo no registro que fizeram da paisagem anteriormente.

Procedimento para construção da “máquina de olhar”

r Dobre a folha de papel ao meio.


r Na metade da dobra, recorte um pequeno retângulo e o destaque.
r Abra a folha e está pronta a sua “máquina de olhar”.
Como utilizar
r Segure a folha com as mãos e coloque o olho na direção do recorte do papel. Este será o
seu campo de visão. Repare que, ao mover o braço para frente ou para trás, provocará um
zoom, afastando e aproximando a imagem observada, variando o foco do bem próximo ao
mais distante. Além disso, você pode personalizar sua “máquina” com cores e desenhos.
Ela pode ser utilizada em outras ocasiões.

Frotagem, a técnica de captação da textura TEMA 2

No Caderno do Estudante (Volume 1, Unidade 1, RECURSOS NECESSÁRIOS


Tema 2), há uma sugestão de atividade para que o
r Papel tipo sulfite
estudante experimente a técnica da frotagem. Nesta
r Lápis, giz de cera, grafite ou carvão
atividade, será usado o mesmo procedimento pro-
r Tesoura
posto no Caderno do Estudante. Entretanto, sugere- r Cola
-se que o estudante saia pelo espaço do CEEJA à

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procura de diferentes texturas e componha uma paisagem utilizando esses registros.
Pode recortar as texturas já registradas ou buscar novamente a textura desejada para
compor a imagem. Assim, pesquisa e produção se complementam.

Após esse exercício, você pode solicitar que ele relate a experiência de procurar e registrar
as texturas. Você também pode propor outras técnicas que considerar pertinentes.

Procedimento para frotagem

r Esfregue um lápis, giz de cera, grafite, carvão ou outro material em uma folha de papel,
que é colocada sobre uma superfície com textura, como uma parede áspera, madeira, lixa
ou moeda.

r Feito isso, você irá observar que a textura da superfície é transferida para o papel.

Estudo de cores TEMA 2

Nesta atividade serão estudadas as cores primá- RECURSOS NECESSÁRIOS


rias, secundárias e terciárias. Sabe-se que as cores
r Papel poroso (mais grosso que o tipo sul-
que resultam da mistura das cores primárias são fite tradicional)
chamadas de cores secundárias, e são cores com- r Tinta guache ou lápis de cor aquarelável,
nas cores vermelho, azul e amarelo
plementares às primárias. Já a mistura de uma
r Pincel
dessas cores secundárias com uma cor primária r Pote com água
receberá o nome de cor terciária.

Esta atividade pode ser realizada como experimento científico, pedindo ao estudante que
anote todos os resultados das combinações. Essas anotações podem ser feitas em formato de
quadro, reservando uma coluna para o registro da cor criada com base nas misturas. Antes,
podem ser elaboradas hipóteses do que acontecerá com cada mistura de cores.

Outra proposta, para este estudo, é a produção de uma pintura, a fim de que os estudantes
percebam como as cores se relacionam. Você pode propor como tema uma paisagem ou, ainda,
um espaço em que eles convivam.

Seria interessante se essas produções pudessem ser expostas em algum espaço do CEEJA,
pois dessa forma elas seriam apreciadas pelo público em geral.

Procedimento para formação das cores

r Misture sobre o papel as cores primárias, duas a duas. Misture primeiro azul com ama-
relo, depois azul com vermelho, depois vermelho com amarelo. As cores obtidas a partir
dessas misturas serão chamadas de cores secundárias.

r Para a obtenção de uma cor terciária, misture uma cor primária com uma cor secundária.

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A arte conta história TEMA 2

Nesse vídeo, faz-se um panorama da arte e dos olhares artísticos sobre o cotidiano. Par-
te-se da arte rupestre e chega aos dias atuais.

O vídeo ainda propõe uma reflexão sobre as cores na fotografia, na obra de Candido Portinari,
e o significado de certas cores para as pessoas no cotidiano.

Esse vídeo aborda tudo o que foi estudado na Unidade 1 – Leitura de mundo pela arte do
Caderno do Estudante. Portanto, é um importante recurso para encerrar a Unidade e serve
como sistematização de todo o conteúdo estudado até então.

Você pode, também, propor um roteiro para o estudante assistir ao vídeo e, depois, com-
partilhar as respostas. A seguir, há uma proposta de roteiro.

Sugestão de roteiro para uso do vídeo

r No vídeo, afirma-se que “nosso olhar é como uma câmera fotográfica”. Por quê?
rA arte começou com a observação e a reprodução de cenas do cotidiano. O que eram
expressos nas reproduções dessas cenas cotidianas?
rA fotografia é uma forma de expressão artística. Como as cores podem contribuir
para potencializar o que se quer expressar?
rO quadro de Candido Portinari representa o drama de famílias nordestinas. Nessa
obra, o que as cores representam?
r Como as pessoas do vídeo entendem as cores? E você? Concorda com quem? Qual
sentido atribui às cores como vermelho, azul-marinho etc.?

Caso decida utilizar o roteiro, é importante que explicite ao estudante, se possível, as


questões do roteiro inicial e exiba o vídeo na íntegra. Depois, em um segundo momento, é
interessante exibi-lo novamente, realizando as pausas necessárias para que o estudante
acompanhe o roteiro e faça comentários, apreciações e/ou expresse dúvidas.

Para professores
Textos

COSTELLA, Antonio Fernando. Para apreciar a arte. 4. ed. São Paulo: Senac-SP, 2010.

HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre:
Artmed, 1999.

42 VOLUME 1

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UNIDADE 2 ARTE: UMA EXPRESSÃO DO COTIDIANO

Colagem TEMA 1

Essa oficina pode ser proposta ao tratar RECURSOS NECESSÁRIOS


das obras de arte que têm como tema a ques-
r Revistas, jornais ou folhetos de propaganda
tão dos trabalhadores. Inicialmente, você
r Papel
pode propor que os estudantes comentem as r Cola
impressões sobre a obra Operários, de Tarsila r Tesoura
do Amaral, e depois sobre o depoimento de r Obra de arte Operários (Tarsila do Amaral, 1933)
r Obras de arte de Pablo Picasso, Georges Braque,
Eugênio Sigaud, ambos no Caderno do Estu-
Hannah Höch e Kurt Schwitters opcional
dante (Volume 1, Unidade 2, Tema 1), cujo r Guitarra (Pablo Picasso, 1913)*
foco é o trabalhador e suas condições de vida. r Guitarra (Georges Braque, 1913)**
r Dançarina indiana: de um Museu Etnográfico (Hannah
Depois, você pode perguntar quais são os Höch, 1930)***
trabalhos que os estudantes exercem atual- r Merz 88. Red Stroke (Kurt Schwitters, 1920)****
mente, ou já exerceram, caso estejam desem-
pregados. Com base nas respostas apresentadas, pode sugerir que eles representem artistica-
mente alguma característica desse trabalho usando a técnica da colagem.

Eles podem representar, por exemplo, o ambiente em que trabalham ou a profissão que têm
por meio da composição a partir de elementos encontrados em jornais, revistas, folhetos etc.

É importante apresentar aos estudantes a técnica da colagem. Se considerar pertinente,


leve nesta oficina obras de Pablo Picasso e Georges Braque, que foram os primeiros artistas
a utilizar a colagem nas artes visuais. Eles produziram imagens por meio da colagem de
papéis recortados de livros, jornais, revistas etc., agrupando-os por padrões de estampas ou
cores. Essa técnica ficou conhecida como papier collé. Duas obras bastante conhecidas destes
artistas são:

r Guitarra (Guitar, Céret), de Pablo Picasso.

r Guitarra (Guitar), de Georges Braque.

* Disponível em: <http://www.moma.org/collection/browse_results.php?criteria=O%3AAD%3AE%3A4609&page_


number=89&template_id=1&sort_order=1>. Acesso em: 21 maio 2014.

** Disponível em: <http://www.moma.org/collection/browse_results.php?criteria=O%3AAD%3AE%3A744&page_


number=15&template_id=1&sort_order=1>. Acesso em: 21 maio 2014.

*** Disponível em: <http://www.moma.org/collection/object.php?object_id=37360>. Acesso em: 21 maio 2014.

**** Disponível em: <http://www.moma.org/collection/object.php?object_id=37701>. Acesso em: 21 maio 2014.

VOLUME 1 43

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Além destes artistas, outras obras podem ser apresentadas aos estudantes, ampliando seu
repertório. A artista Hannah Höch foi uma das poucas mulheres a pertencer ao movimento
dadaísta, que também fez uso do papier collé para produzir algumas obras. Suas obras podem
ser vistas no site do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA).

r Dançarina indiana: de um museu etnográfico, de Hannah Höch.

Obras de Kurt Schwitters, que também pertenceu ao movimento dadaísta e utilizou a cola-
gem para algumas de suas produções, também estão disponíveis no site do MoMA.

r Merz 88. Red Stroke, de Kurt Schwitters.

Ao final da atividade, é importante que haja um momento de apreciação coletiva dos


trabalhos e, se houver tempo, que cada estudante possa explicitar de onde veio a inspi-
ração para sua colagem, qual foi o percurso criativo para o resultado final e o que achou
desse resultado.

O trabalho retratado na arte TEMA 1

A obra Acidente de trabalho, de Eugênio Sigaud, na qual RECURSOS NECESSÁRIOS


o artista representa os trabalhadores no ambiente de pro-
r Obra de arte Acidente de trabalho
dução, pode ser uma boa referência para que você amplie (Eugênio Sigaud, 1944)
o repertório do estudante com relação ao tema trabalho, r Música Construção (Chico Buarque,
1971) opcional
discutido na Atividade 1 – Uma cena de trabalho do Caderno
r Música De frente pro crime (João
do Estudante (Volume 1, Unidade 2, Tema 1). A obra de Bosco e Aldir Blanc, 1975) opcional
Sigaud pode ser pesquisada na internet. Caso tenha pos-
sibilidade, é interessante levar a obra impressa para o estudante apreciar. Inicialmente, você
pode questioná-lo sobre o que vê e pedir que faça uma descrição daquilo que é mais imediato
e que mais lhe chama atenção na obra.

A cena se passa em um ambiente aberto, que pressupõe a construção civil. O principal acon-
tecimento da cena é um acidente, sugerido por uma pessoa caída no chão.

Os corpos dos trabalhadores no alto, em primeiro plano, são representados com mús-
culos fortes e mãos muito grandes. Esse exagero na representação das mãos e múscu-
los é uma deformação expressiva, por meio da desproporção. Ela é amplificada no olhar
do espectador, chamando a atenção dele para aquilo que o artista quer que seja visto.
Após a apresentação, apreciação e análise da obra, você pode propor questões ao estu-
dante acerca dessa desproporção, dessa deformação expressiva, procurando debater como
o artista chama atenção para as mãos e os pés enormes e qual é o impacto disso na leitura
da obra.

As figuras mais iluminadas são da pessoa caída e dos trabalhadores em primeiro plano. Há
uma relação interessante entre os vários planos nessa obra. O artista coloca o espectador no

44 VOLUME 1

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alto para ver a cena de cima, e pode fazê-lo pensar sobre a importância do trabalho coletivo e
também sobre os acidentes de trabalho que acontecem frequentemente. O estudante pode se
lembrar das próprias experiências.

Por fim, esta atividade pode ser complementada com a reprodução em áudio das músi-
cas Construção, de Chico Buarque, e De frente pro crime, de João Bosco e Aldir Blanc (ambas
podem ser encontradas na internet). De frente pro crime evoca a imagem de um corpo caído
no chão, enfoque do quadro de Sigaud. Apesar de a situação relatada na música não ser
de trabalho, pode-se trazer a questão dos acidentes de trabalho e os cuidados necessários
para evitá-los.

A arte em cada esquina TEMA 2

Esse vídeo retrata como a arte está em toda a parte, desde lugares públicos, como é o caso
do Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret, na cidade de São Paulo, até os museus. No
vídeo, o crítico e curador de arte Agnaldo Farias fala um pouco a respeito da obra Lavradores
de café, de Candido Portinari, e como este artista se preocupa em registrar cenas e persona-
gens do cotidiano. Para Portinari, a arte deveria ser engajada e política. A escultura, produ-
zida no Memorial Sakai, na cidade de Embu das Artes, também é vista nesse vídeo e mostra
como a realidade brasileira é retratada na obra de um artesão local. Por fim, uma dupla de
repentistas representa a linguagem musical, fazendo músicas improvisadas sobre o coti-
diano da população.

Você pode propor que o estudante assista ao vídeo antes de iniciar a Unidade, utilizando-o
para contextualizar a Atividade 1 – O cotidiano representado na cerâmica do Caderno do Estudante
(Volume 1, Unidade 2, Tema 2) e para levantar os aspectos que mais lhe chamaram atenção.
Dessa maneira, você pode, aos poucos, orientar o que será trabalhado na Unidade: questões do
cotidiano, como o trabalho; e a produção com a argila, fazendo pausas durante a exibição e cha-
mando atenção do estudante para os aspectos destacados na Unidade 2 – Arte: uma expressão do
cotidiano do Caderno do Estudante (Volume 1).

Para professores

Texto

MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, Maria Terezinha Telles. Teoria e prática do
ensino de arte: a língua do mundo. São Paulo: FTD, 2010.

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UNIDADE 3 ARTE E MEIO AMBIENTE

A ficção nos ensina a olhar? TEMA 1

Esta oficina propõe a discussão sobre a questão do RECURSOS NECESSÁRIOS


meio ambiente por meio das lentes cinematográficas,
r Filme Avatar (direção de James
especificamente do cinema 3D. Cameron, EUA, 2009. 162 min)
r Papel branco grosso para pintura
O filme Avatar traz questões interessantes para o r Papel tipo celofane colorido
debate sobre a preservação da natureza. Esse filme, uma r Materiais diversos para dese-
ficção científica, acontece no futuro, e a história mostra nho e pintura (lápis de cor, tinta
aquarela, giz de cera, canetinha
a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o desen- etc.)
volvimento e o meio ambiente. r Pincel
r Pote com água
Uma das propostas dessa produção, ao ser lançada r 1 colher de chá de goma-arábica
nos cinemas, era proporcionar ao espectador uma nova r 1 colher de chá de pigmento em
experiência cinematográfica, o filme em 3D, que cria um pó ou corante
r 1 copo de água
efeito como se a imagem saísse da tela, proporcionando
no espectador a sensação de poder tocar a imagem.

Nesta oficina, você pode propor que os estudantes assistam ao filme coletivamente. Caso
não seja possível assisti-lo na íntegra, selecione trechos importantes e, ao final, em uma roda
de conversa, discutam as impressões que cada um obteve do filme. Algumas questões dirigidas
aos estudantes que podem orientar esta conversa são:

r Que sentimentos e pensamentos o filme provocou em você?

r O conflito descrito no filme se parece com alguma situação atual?

r Quais relações do ser humano com a natureza o filme se propõe a discutir?

r Quais foram as cenas mais marcantes para você?

r Como a trilha sonora e o trabalho dos atores dão forma à expressividade do filme?

r Se as cores do filme fossem vermelhas, e não azuis, o filme teria os mesmos significados
para você? Causariam as mesmas sensações? Por quê?

O compartilhamento de pontos de vista pode enriquecer o olhar de cada um a respeito das


relações humanas e o meio ambiente.

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O filme apresenta diversas cores em uma floresta biofluorescente. Assim, você pode
propor aos estudantes que eles criem sua própria floresta com base na discussão sobre
o filme.

Você ainda pode lançar mão de propostas para trabalhar com os estudantes, a fim de
promover um registro de sua apreciação, como: desenhar, pintar ou criar paisagens a par-
tir de formas projetadas nas paredes com retroprojetor e papel tipo celofane para colorir o
espaço.

Você pode propor que as paisagens criadas sejam pintadas com tinta aquarela. Essa é
uma tinta à base de água, que pode ser preparada pelos próprios estudantes.

Procedimento para produzir tinta aquarela

r Em um pote, misture o corante com a goma-arábica.


r Quando a mistura estiver bem homogênea, junte a água. Caso queira tons mais claros, é
só acrescentar mais água na tinta, para diluí-la.

Como utilizar

r Em uma folha de papel, use um pincel largo e passe uma camada de água limpa sobre ela.
r Sobre o papel molhado, pinte seu desenho usando a aquarela e um pincel de pelos macios.

A arte que defende ideias TEMA 2

Esse vídeo pode ser utilizado como complemento para o Tema 2 – Arte em defesa do meio
ambiente, do Caderno do Estudante (Volume 1, Unidade 3). Além de apresentar obras do
artista Frans Krajcberg, esse vídeo possibilita que o estudante amplie seu olhar sobre a arte
que defende ideias por meio do trabalho de Estevão da Conceição, um morador da comu-
nidade de Paraisópolis que fez de sua residência um espaço artístico. Ele transforma sua
casa e seu bairro. Apesar de estarem inseridos em realidades bem distintas, os dois artistas
se aproximam ao se apropriarem de materiais disponíveis na natureza e nas cidades para
a criação de suas obras.

Você pode propor aos estudantes que registrem, durante a exibição do vídeo, os materiais
da natureza e do cotidiano que estes artistas utilizaram e que mais chamaram atenção. Outra
reflexão que pode ser realizada ao final desse vídeo é sobre o impacto que estas obras têm no
meio ambiente. A especialista Roseli Ventrella é quem fala sobre Frans Krajcberg e seu traba-
lho. No segundo caso, é o próprio Estevão da Conceição quem discorre sobre seu trabalho, sem
intermediação de especialista.

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Para professores
Textos
PILLAR, Analice Dutra (Org.). A educação do olhar no ensino das artes. Porto Alegre: Mediação, 1999.
BATISTA E SILVA; Maria Regina (Coord.). Eckhout – Mulher africana. Viajando com Eckhout:
roteiros para viajantes-professores. Recife: Instituto Ricardo Brennand, 2002. Disponível em:
<http://artenaescola.org.br/uploads/publicacoes/arquivos/Mulher%20africana_%20Negra_
frente%20e%20verso.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.

Para professores e estudantes


Filme
Avatar. Direção: James Cameron. EUA, 2009. 162 min. 12 anos.

UNIDADE 4 ARTE E MATERIAIS RECICLÁVEIS

Produção com lixo TEMA 1

Na Atividade 2 – Transformação do lixo em arte do Caderno do RECURSOS NECESSÁRIOS


Estudante (Volume 1, Unidade 4, Tema 1), os estudantes são con-
r Máquina fotográfica ou tele-
vidados a produzir trabalhos feitos de materiais do cotidiano, fone celular com câmera
inspirados pelos trabalhos de Vik Muniz. Você pode propor uma r Sucatas diversas
oficina para garantir espaço e materiais para que esta produção
seja realizada. Inicialmente, pode propor uma roda de conversa com os estudantes, levantando
as sensações que as obras de Vik Muniz despertaram neles. A partir daí, você pode questioná-los
acerca do impacto do uso e escolha dos materiais nas produções, ou seja, se o artista, em vez de
utilizar lixo, tivesse utilizado flores, por exemplo, para fazer a composição, o efeito seria o mesmo?
Com base nisso, você pode instigar os estudantes a refletirem sobre alguma questão que queiram
representar, e qual seria o material utilizado para fazê-lo.

Depois disso, deixe-os produzir aquilo que pensaram.

É importante garantir que, ao final, os estudantes apresentem seus trabalhos aos demais
colegas, e que haja um momento de compartilhamento de experiências que eles tiveram
durante a produção, assim como a escolha do tema e dos materiais. Professor, o texto Fotogra-
fia, arte, comunicação: escritas indiciais, de Dulcília H. Schroeder Buitoni, citado na seção Recursos
para ampliar a compreensão dos temas, oferece uma reflexão sobre a fotografia e estabelece uma
comparação interessante entre as obras de Vik Muniz e Sebastião Salgado. É um texto que
pode lhe valer como repertório para essas discussões.

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Reciclagem de papel TEMA 2

Professor, você pode utilizar o vídeo RECURSOS NECESSÁRIOS


A arte e reciclagem (cujo roteiro está dis-
r Vídeo A arte e reciclagem (Arte – Volume 1)
ponível na seção Roteiros para exploração
r Documentário de animação A história das coisas
dos vídeos do Programa, p. 51), como dis- (direção de Louis Fox, EUA, 2007. 20 min) opcional

parador para esta oficina, que tem como r Jornais e/ou outros papéis usados, sem resíduos
objetivo fazer os estudantes conhece- orgânicos, como restos de alimentos, que possam
ser reciclados
rem melhor o processo de reciclagem
r Folhas secas ou corantes opcional
do papel, e que, a partir dessa produção,
r Cola branca
eles possam utilizar esta folha de papel
r Vinagre
para fazer um desenho, uma pintura ou
r Balde
ainda escrever uma carta, encapar um
r Liquidificador
caderno etc.
r Pano para secar

O vídeo finaliza com uma receita de r Peneiras retangulares

reciclagem de papel. Neste momento, r Varal e prendedores de roupas


você pode pedir aos estudantes que r Vasilha rasa
anotem os materiais e procedimentos
necessários para essa produção. Ao final, proponha que eles comparem a receita anotada
com a descrita no Caderno do Estudante. É interessante perguntar se ter visto os procedi-
mentos em forma de vídeo ajudou na compreensão de como fazer esse tipo de papel.

Em seguida, sugere-se que seja o momento de produzir o próprio papel.

Para isso, é importante seguir os passos do vídeo ou do Caderno do Estudante com o


grupo. Como o papel deve ficar de molho na água por 12 horas, ou de um dia para o outro, e
depois para secar ainda leva cerca de 8 horas ou mais, o ideal é que você deixe os passos da
produção do papel pré-produzidos, para que os estudantes possam executar todos os passos
dessa produção.

Você pode proporcionar elementos para incrementar o papel produzido pelos estudantes,
como folhas secas e corantes, entre outros materiais.

Ao terminar, é interessante sugerir que eles utilizem o papel produzido para escrever uma
carta, pintar ou desenhar.

Professor, você pode ainda encerrar esta atividade problematizando a questão da sepa-
ração do lixo de casa, mostrando que este é apenas um dos aspectos da poluição do meio
ambiente, pois um dos maiores consumidores, que produzem a maior quantidade de lixo
no mundo, são as grandes indústrias. Assim, do particular ao global, propõe-se uma refle-
xão sobre o consumo individual, mas também uma reflexão mais geral. Se houver tempo,
você pode assistir com os estudantes ao filme A história das coisas, disponível em sites de
busca na internet.

VOLUME 1 49

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Arte concreta TEMA 1

Professor, caso o estudante tenha tido dificuldade RECURSOS NECESSÁRIOS


para compreender o conceito de arte concreta, traba-
r Obra de arte Composition C
lhado na Atividade 1 – Poema sobre o lixo do Caderno do (Piet Mondrian, 1920)
Estudante (Volume 1, Unidade 4, Tema 1), você pode r Obra de arte Composition with Red,
Blue, Black, Yellow, and Gray (Piet
propor uma nova atividade com obras concretistas das
Mondrian, 1921)
artes plásticas. Neste cenário, os precursores deste r Obra de arte Composition VIII (The
movimento foram os artistas Piet Mondrian e Theo van Cow) (Theo van Doesburg [Christian
Emil Marie Küpper], 1918)
Doesburg.

Você pode apresentar algumas obras desses artistas, como Composition C e Composition with
Red, Blue, Black, Yellow, and Gray, de Piet Mondrian; e Composition VIII (The Cow), de Theo van
Doesburg (Christian Emil Marie Küpper).

Essas e outras obras estão no site do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) e
podem ser visitadas virtualmente.

É importante chamar atenção do estudante para as formas geométricas desses quadros.


Esta é a característica mais forte do movimento concreto, que se iniciou na Europa nos anos
1920. Os artistas deste movimento afirmavam que a arte é universal e, composta por planos e
cores, deve ser simples, afastando-se do estilo impressionista.

A poesia concreta de Ferreira Gullar TEMA 1

Nesta atividade, você pode trabalhar com o vídeo RECURSO NECESSÁRIO


A poesia de Ferreira Gullar, da disciplina de Língua Por-
r Vídeo A poesia de Ferreira Gullar
tuguesa. No vídeo, percorre-se a vida poética desse (Língua Portuguesa – Volume 3)
grande escritor brasileiro. Em 1949, ele estreia como
poeta, em São Luís, no Maranhão. Mas, a partir do livro A luta corporal, ele integra o grupo
concreto paulista, surgido em 1955, quando rompe com a métrica e agrega estética gráfica aos
textos, construindo uma poesia visual. O próprio autor, nesse vídeo, fala sobre essa experiên-
cia da poesia concreta e de seus poemas-objeto.

Você pode oferecer algumas perguntas que orientem o estudante no momento em que ele
assistir ao vídeo e discutí-las ao longo da exibição. Veja algumas sugestões:

r Como se dá a trajetória de Ferreira Gullar na poesia?


r Quando ele começa a produzir poesia concreta?
r Quais são as características dos poemas-objeto?
r Qual é a inspiração do autor para seus poemas?
r O que mais chamou atenção no vídeo?

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A arte e reciclagem TEMA 2

Esse vídeo complementa o conteúdo do Caderno do Estudante, especificamente sobre a


reciclagem do papel e a reutilização de papelão na produção de capas de livros, por meio do
projeto Dulcinéia Catadora.

Caso algum estudante não possa ter comparecido na oficina em que o vídeo foi utilizado
como disparador para a produção do papel reciclado, você pode orientá-lo a assistir ao vídeo,
como complemento do Tema 2 – A reciclagem como arte do Caderno do Estudante (Volume 1,
Unidade 4), que trata da reciclagem do papel. O vídeo oferece mais imagens, por exemplo, do
projeto Dulcinéia Catadora e da reciclagem do lixo, facilitando a compreensão, e até siste-
matização do que foi trabalhado no Caderno do Estudante. A seguir há um roteiro dirigido ao
estudante, para que ele possa responder após assistir ao vídeo.

Sugestões de exploração para uso do vídeo

r Você conhecia os dados sobre a reciclagem no Brasil?

r O que acha desses dados?

r Você já conhecia ou tinha ouvido falar do projeto Dulcinéia Catadora?

r Qual a sua opinião sobre ele?

r Qual a importância desse trabalho para as pessoas que participam dele?

Para professores

Texto

BUITONI, Dulcília H. Schroeder. Fotografia, arte, comunicação: escritas indiciais. Líbero, São Paulo,
v. 13, n. 25, p. 57-66, 2010. Disponível em: <http://producao.usp.br/handle/BDPI/32410>. Acesso em:
21 maio 2014.

Site

Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Disponível em: <http://www.moma.org>. Acesso em:
21 maio 2014.

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VOLUME 2

Unidade 1 — Registro da memória 53


Tema 1 – Arte pública
Tema 2 – A linguagem da gravura

Unidade 2 — Artistas europeus:


as marcas na cultura brasileira 55
Tema 1 – Ideias inspiradoras: contribuições estrangeiras
para a arte e a cultura do Brasil
Tema 2 – Outras influências estrangeiras na arte brasileira

Unidade 3 — A cultura indígena na


formação cultural do povo brasileiro 61
Tema 1 – Cultura e arte indígenas brasileiras
Tema 2 – Arte plumária e tecelagem

Unidade 4 — O barroco e o encontro afro-brasileiro 64


Tema 1 – O barroco
Tema 2 – Cultura africana no Brasil

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Objetivos

Observar a vida cotidiana e a diversidade da cultura brasileira é a proposta de abordagem


para o Volume 2 do Programa, valorizando e respeitando as contribuições que as diferentes
culturas trouxeram para nossa formação.

UNIDADE 1 REGISTRO DA MEMÓRIA

Gravar uma memória TEMA 2

Nesta oficina, o objetivo é colocar os estudantes em con- RECURSOS NECESSÁRIOS


tato com a técnica da gravura e propor uma produção com
r Sabão em pedra
base nessa técnica.
r Ferramenta para fazer sul-
cos no sabão (palito de dente,
Você pode iniciar a oficina solicitando aos estudantes que
pedaço de arame etc.)
apresentem os resultados obtidos na Atividade 1 – Experimen- r Tinta guache
tando texturas do Caderno do Estudante (Volume 2, Unidade 1, r Papel grosso para pintura
Tema 2). Caso os estudantes não a tenham feito, este é o r Lápis grafite

momento de propor essa experimentação. Você pode mos-


trar a eles a diferença entre a textura tátil, que se sente com as mãos no pedaço de sabão, e a
textura visual, que se percebe com os olhos depois que a gravura é impressa.

Após a experimentação vem o momento de criação. A proposta é que os estudantes esco-


lham um outro tema relacionado à memória de cada um, aproximando-se do trabalho de Maria
Bonomi em Epopeia paulista. Assim, eles poderão escolher momentos significativos da história
de vida de cada um e fazer um desenho, um rascunho em papel, para depois produzir a matriz.

Poderão ser criadas texturas em um pedaço de sabão, conforme descrito no Caderno do


Estudante, para que depois as matrizes sejam impressas em papel e as cópias, assinadas. Ao
final, é importante que os estudantes compartilhem essas memórias gravadas e relatem como
foi a experiência de produzir uma gravura, realizando posteriormente uma roda de apreciação.

Se possível, proponha que eles entreguem uma cópia para cada colega da turma, de modo
que todos fiquem com a gravura do outro. Outra possibilidade é a organização de um mural no
CEEJA para exposição dessas produções.

VOLUME 2 53

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O elogio a xilo TEMA 2

Uma boa referência para ampliar o repertório do estu- RECURSO NECESSÁRIO


dante com relação ao tema da gravura, é o poema O elo-
r Poema O elogio a xilo (Haroldo
gio a xilo, de Haroldo de Campos. O texto, que pode ser de Campos, 1998)*
encontrado em sites na internet, traz inúmeros elementos
referentes à xilogravura: sua história, seu suporte (madeira), sua beleza, as artes que se
valem dessa técnica, como o cordel, entre muitas outras características que podem ser
exploradas.

Você pode oferecer esta atividade como forma de concluir a Unidade, propondo ao estu-
dante que leia o poema. Se houver mais de um estudante na mesma Unidade, vale a pena
propor uma leitura compartilhada, ou seja, em voz alta, a fim de experimentar também
a sonoridade do poema. Considerando que a prática de leitura se realiza como interação
entre os textos e leitores, há tarefas que podem ser planejadas e realizadas antes, durante e
depois da leitura. Antes da leitura, por exemplo, é interessante propor questões que ativem
os conhecimentos prévios do estudante sobre o assunto, que possam criar expectativas em
relação à leitura proposta, em função do autor, do título do texto, dos objetivos de leitura etc.
O fato de o estudante não ter lido o texto não significa que não se possa examiná-lo, obser-
var os dados bibliográficos da obra, como o livro em que o poema foi publicado etc. Caso o
estudante nunca tenha ouvido falar de Haroldo de Campos, sugere-se ainda que leia para ele
uma breve biografia de autor, citando outros de seus poemas.

Após a leitura, seja ela individual ou coletiva, você pode propor uma análise do poema,
instigando o estudante a notar as características nele citadas da técnica da xilogravura e
outras que ele considerar pertinentes.

O cordel e suas histórias TEMA 2


(Língua Portuguesa – Volume 4)

Esse vídeo pode complementar o estudo sobre a xilogravura nos cordéis. Nele apresenta-
se a história do cordel, oferecendo um panorama histórico sobre os diversos tipos de cordéis
produzidos no Brasil, além de apresentar a técnica da xilogravura.

Você pode propor um roteiro para que os estudantes assistam ao vídeo e que registrem
algumas informações. Segue a seguir uma sugestão.

* CAMPOS, Haroldo de. Crisantempo. São Paulo: Perspectiva, 1998.

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Sugestão de roteiro para exploração de vídeo

r Quais foram os momentos históricos que mais chamaram sua atenção?

r O que diferencia o cordel dos demais tipos de escrita? Quais são as principais características?

r Como a xilogravura é apresentada no vídeo?

r Observe os detalhes que estão em baixo-relevo e também em alto-relevo. Quais as


características de cada um deles?

r Que material foi utilizado como prensa na xilogravura?

r Quais são os temas abordados no cordel?

Para professores

Textos

COSTELLA, Antonio. Xilogravura: manual prático. Campos do Jordão: Mantiqueira, 1987.

SILVA, Gonçalo Ferreira da. Vertentes e evolução da literatura de cordel. Rio de Janeiro: Rovelle,
2011.

ARTISTAS EUROPEUS:
UNIDADE 2
AS MARCAS NA CULTURA BRASILEIRA

Tornando-se expressionista TEMA 1

Professor, você pode sugerir uma oficina em que os estu- RECURSOS NECESSÁRIOS
dantes criem desenhos e pinturas com base nos conheci-
r Papelão ou tela para pintura
mentos adquiridos sobre o movimento expressionista. r Pincel
r Tinta guache
Inicialmente, você pode retomar a Atividade 1 – O traba- r Detergente
lho expressionista de alguns artistas do Caderno do Estudante r Leite em pó
(Volume 2, Unidade 2, Tema 1). Pode-se propor uma roda de
conversa, momento em que os estudantes poderão falar sobre as impressões e sensações que este
tipo de arte lhes causa. Retome ainda as principais características desse movimento, como figu-
ras distorcidas, construídas com linhas marcadas por traços angulosos, fortes, desproporcionais
e exagerados. As cores utilizadas pelos artistas são geralmente intensas e com muito contraste.

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Após esse momento de conversa, oriente-os a criarem suas próprias pinturas.

Procedimento para pintura expressionista

r Faça um esboço, numa tela ou papelão, do que gostaria de representar.

r Uma sugestão é que se faça um autorretrato. Distorções e cores vibrantes com significados
que se distanciam das cores naturais dos objetos são aspectos que podem ser levados em
conta nessa produção expressionista.

r Engrosse a tinta guache com um pouco de leite em pó e adicione algumas gotas de deter-
gente para não criar fungos.

r Retome o desenho esboçado e pinte-o usando essa tinta preparada.

Ao final da atividade, você pode promover um momento de compartilhamento das experiências


de produção entre os estudantes.

Linguagem do desenho na arquitetura TEMA 2

O objetivo desta oficina é que os estudantes se


RECURSOS NECESSÁRIOS
aproximem da linguagem do desenho e aprofundem
r Caderno do Estudante de Matemática –
seus conhecimentos sobre arquitetura.
Volume 2
Inicialmente, você pode propor uma reflexão r Exemplos impressos de plantas baixas
de casas
sobre o prédio do Masp, referenciado no Caderno do
r Imagens do prédio do Masp
Estudante (Volume 2, Unidade 2, Tema 2).

Algumas questões direcionadas aos estudantes podem orientar essa conversa inicial:

r O que mais chama sua atenção nesse edifício?


r Quais são as cores e formas desse edifício?
r Abaixo dele, há um grande espaço livre. Por que você acha que a construção foi conce-
bida assim?
r O que você faria nesse espaço?

Depois desta conversa inicial, você pode contextualizar o trabalho dos arquitetos e explicar
que o desenho é fundamental para esta ocupação.

O arquiteto planeja a obra por meio de desenhos (plantas ou projetos em perspectiva), mos-
trando as visões frontal, lateral e superior da casa ou do edifício a ser construído. As imagens
dessas plantas podem ser impressas ou visualizadas no computador.

A partir da observação das fotos do prédio do Masp, é importante propor que os estudantes
observem e desenhem o prédio em que fica o CEEJA. Você pode ainda propor que eles dese-
nhem a planta deste prédio.

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No Caderno do Estudante de Matemática (Volume 2, Unidade 4, Tema 2), um dos temas
abordados é o conceito de proporcionalidade nas plantas baixas de casas. A Atividade 2 – As
medidas de uma casa, deste mesmo Caderno de Matemática, por exemplo, trata das medidas da
planta de uma casa. Você pode utilizar essa atividade como exemplo.

Ao final da atividade, pode-se realizar uma reflexão coletiva a respeito das características
da arquitetura do CEEJA, lançando questões como:

r É um espaço que privilegia a circulação das pessoas?

r É um espaço convidativo?

r Quais sensações o espaço proporciona?

r Por que o prédio foi construído dessa maneira? Haveria outras opções? Quais? Por quê?

Navio de emigrantes e Navio negreiro TEMA 1

Você pode propor uma atividade de análise RECURSOS NECESSÁRIOS


mais aprofundada da obra Navio de emigrantes,
r Obra de arte Navio de emigrantes (Lasar
de Lasar Segall, presente no Caderno do Estu- Segall, 1939/41)
dante (Volume 2, Unidade 2, Tema 1), e expandir r Poema Navio negreiro (Castro Alves,
1869)*
a discussão com o poema Navio negreiro, de Castro
Alves. Este poema pode ser encontrado em sites
de busca na internet. Essas duas obras se relacionam quando se comparam as condições
daqueles que vieram para o Brasil refugiados da 2 a Guerra Mundial e os negros que foram
raptados e trazidos para cá.

Inicialmente, pode-se sugerir que o estudante reflita sobre o que é ser emigrante e quais são
as condições de um imigrante quando chega em um país desconhecido.

É interessante também problematizar as condições da viagem, a maneira como foram recepcio-


nados no País, os tipos de trabalho dos quais eram encarregados etc., segundo a obra e o poema.

O poema, dividido em seis partes, narra a vinda de escravos em navios negreiros. A partir
da terceira parte, Castro Alves relata as condições dos negros que estão no navio. Ele compara
esta situação com um quadro de amarguras. E, a partir disso, relata cenas deste navio.

Uma comparação entre os relatos feitos por Castro Alves e as imagens do Navio de emigran-
tes de Segall é uma boa oportunidade para refletir sobre as condições sub-humanas às quais
diferentes grupos foram submetidos ao longo da história.

* Disponível em: <http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronicos/o%20navio%20negreiro.pdf>. Acesso


em: 21 maio 2014.

VOLUME 2 57

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Obras de Lasar Segall TEMA 1

Caso considere pertinente, você pode trabalhar com RECURSO NECESSÁRIO


o estudante outras obras de Lasar Segall que tratam do
r Texto Criação: Lasar Segall (Murilo
mesmo tema (emigrantes) e avançar nos estudos sobre Mendes, Estudos avançados, 2006)
o movimento expressionista.

No texto Criação: Lasar Segall, de Murilo Mendes (2006), aparecem as obras de Segall que tra-
tam desse tema. Ademais, lá você encontrará trechos de comentários sobre esta sequência de
trabalhos que problematiza a questão dos emigrantes.

Algumas obras encontradas neste material são:

r Terceira classe (1928)

r Primeira classe (1929)

r Emigrantes (1929)

r Casal de emigrantes no convés (1928)

r Emigrantes no tombadilho (1929)

Com esta atividade, você pode ampliar o repertório do estudante com relação às caracte-
rísticas das obras expressionistas: figuras distorcidas, construídas com linhas marcadas por
traços angulosos, fortes, desproporcionais e exagerados.

Além das características do movimento artístico, é interessante dizer que esta temática tem
relação direta com a história do próprio artista, pois ele próprio foi um emigrante que chegou
ao Brasil no começo do século XX.

Leituras de Segall TEMA 1

Outra característica muito relevante na obra de Lasar RECURSOS NECESSÁRIOS


Segall é a influência do Brasil em seus trabalhos.
r Obra de arte Interior de pobres II
Você pode propor uma atividade de comparação entre (Lasar Segall, 1921)
r Obra de arte Menino com lagartixas
duas obras do artista: Interior de pobres II, feita antes de
(Lasar Segall, 1924)
ele conhecer o Brasil, e Menino com lagartixas, feita após
sua vinda ao Brasil. Ambas as obras pertencem ao Museu
Lasar Segall e podem ser vistas pessoal e virtualmente.

A seguir, algumas sugestões de perguntas para orientar o estudo.

r Qual das duas obras mais lhe agradou? Por quê?

r Quais são as diferenças de cor entre as duas imagens?

r Como as pessoas estão representadas nas duas obras?

* MENDES, Murilo. Criação: Lasar Segall. Estudos Avançados. São Paulo, maio/ago. 2006 v. 20, n. 57, p. 315-330.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v20n57/a22v2057.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.

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r Em qual imagem há mais luz?

r Em sua opinião, quais sentimentos o artista procurou evidenciar nas duas obras?

r Nas duas obras, as figuras são tratadas de modo não realista, são exageradas, deforma-
das. O que o uso desse recurso desperta em você?

A semelhança entre as obras se dá nos traços construídos, ou seja, há certa deformação e exa-
gero, condizente com o movimento expressionista. No entanto, as cores utilizadas nas obras são
bastante diferentes. A primeira apresenta cores mais sóbrias (marrom, cinza, preto), enquanto
a segunda utiliza maior gama de cores em tons mais vibrantes (verde, azul, amarelo etc.). Esse
momento na arte de Segall foi denominado por Mário de Andrade como fase brasileira.

Claudia Valadão de Mattos, em seu trabalho sobre Lasar Segall, afirma que o Brasil, um país
tropical, influenciou a pintura do artista. Ademais, como Aracy Amaral afirma em Arte para
quê?, Lasar Segall sempre teve a problemática humana como temática de suas obras e, após
um período de encantamento com a “luminosidade tropical”, o artista retomou seu tema habi-
tual do drama social.

Catalogando a arte local TEMA 1

O objetivo desta atividade é fazer um levantamento e RECURSOS NECESSÁRIOS


registrar a arte local, assim como fez o escritor Mário de
r Máquina fotográfica, telefone celu-
Andrade quando viajou pelo Norte e Nordeste do Brasil lar, gravador de som ou qualquer
e fez diversos registros sobre as manifestações culturais equipamento que possa ter algu-
ma função de registrar sons ou
que encontrava pelo caminho. Entre eles, há fotografias imagens
de grupos de Boi-Bumbá e registros sonoros de congadas, r Lápis de cor, canetinha, tinta etc.
toadas e rodas sertanejas.

Procedimento para registro de manifestação de arte local

r Verifique se há na região em que vive alguma manifestação cultural: pode ser a apre-
sentação de algum grupo musical, uma festa típica, um muro pintado com grafite, entre
outros. Fique livre para sua pesquisa.

r Em seguida, registre o que você encontrou. Este registro pode se dar por meio de um
desenho, uma fotografia, a gravação de um som produzido etc.

Após a execução da atividade sugerida, você poderá lançar ao estudante a seguinte per-
gunta para discussão:

r Você acredita que a manifestação cultural que registrou pode se transformar ou até
mesmo desaparecer um dia? Por quê?

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Primeiros retratos do Brasil TEMA 1

Esse vídeo faz um relato sobre os primeiros artistas a pintarem o Brasil como forma de
documentar o que havia nessa nova terra. Trata da chegada da missão francesa ao Brasil, da
importância de Jean-Baptiste Debret e dos dois discípulos mais famosos dele, Pedro Américo
e Victor Meirelles. Estes dois artistas produziram obras de acordo com a arte europeia (aca-
dêmica) aprendida nas Escolas de Arte, as Academias. Esse vídeo também será sugerido na
Unidade seguinte. Assim, você pode avaliar em qual momento irá propor ao estudante o vídeo.
Lembre-se que aqui o objetivo de assistir ao vídeo é possibilitar a visualização das obras pro-
duzidas de acordo com as regras de academias de arte europeia, discussão que se encontra no
Caderno do Estudante.
A apresentadora do vídeo, Valéria Picolli (curadora da Pinacoteca), por exemplo, destaca
alguns aspectos das obras dos artistas Pedro Américo e Victor Meirelles. Ambos utilizaram
regras e efeitos para criar uma pintura histórica “convincente”. Este pode ser um ponto a ser
levantado e observado com o estudante.

Danças brasileiras TEMA 2

O Caderno do Estudante aborda a iniciativa de Mário de Andrade com as Missões de


Pesquisas Folclóricas, cujo objetivo era registrar e divulgar as manifestações populares em
todas as regiões do País na primeira metade do século XX. As danças brasileiras são algu-
mas dessas manifestações incluídas nessa pesquisa. Elas podem também ser discutidas
com o vídeo Danças brasileiras, que traz depoimentos de especialistas e cenas de danças
regionais. Aborda a riqueza da cultura do Brasil, em termos de expressão de dança, e res-
salta as contribuições dos povos indígenas e das populações europeia e africana para a
dança brasileira. São explorados a origem e os elementos do frevo, do maracatu, do coco,
do jongo e da ciranda, além da interpretação contemporânea das danças populares.
Você pode propor ao estudante que assista ao vídeo ao final da Unidade 2, como forma de
finalizá-la. Você pode ainda propor um roteiro para que seja acompanhado durante a exibição
do vídeo. Segue a seguir uma sugestão de roteiro.

Sugestão de roteiro para exploração de vídeo

rQual é a argumentação da pesquisadora Rosana Baptistella sobre as influências das dan-


ças brasileiras?
r As danças brasileiras estão ligadas a quais outras manifestações culturais?
r Qual é a origem do frevo? A qual região do Brasil ele pertence?
r Qual é a origem do maracatu nação? A qual região do Brasil ele pertence?
r Quais são as figuras que compõem o maracatu?
r E sua sonoridade? De qual cultura vem?
r Qual é a origem do coco?
r Qual é a origem do jongo? Por que o jongo é chamado de avô do samba?

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r E a ciranda? Como ela funciona? Qual é a sua origem?
r Quem está se apropriando da corporeidade das danças populares brasileiras hoje?

Para professores
Texto
AMARAL, Aracy A. Arte para quê?: a preocupação social na arte brasileira 1930-1970. 3. ed. São Paulo:
Studio Nobel, 2003.

A CULTURA INDÍGENA NA FORMAÇÃO


UNIDADE 3
CULTURAL DO POVO BRASILEIRO

O desenho na cultura indígena TEMA 1

No Caderno do Estudante (Volume 2, Unidade 3, RECURSOS NECESSÁRIOS


Tema 1), há um breve relato sobre o desenho na
r Vídeo Arte indígena (Arte – Volume 2)
cultura indígena.
r Papel
Esta oficina tem o objetivo de aproximar os estu- r Bambu pequeno ou um galho de árvore fino
dantes do universo indígena, experimentando seus r Estilete
instrumentos e modos de produção artísticos. r Tinta para caneta tinteiro, nanquim ou qual-
quer outro tipo de tinta bastante líquida
Inicialmente, você pode propor uma análise
dos grafismos presentes na seção Você Sabia?
(Volume 2, Unidade 3, Tema 1) do Caderno do Estudante. Ressalte com os estudantes suas carac-
terísticas: geométricos, repetitivos e abstratos.
Apesar destas similaridades, nota-se o uso de traços com diferentes intensidades. Alguns
são mais grossos, outros mais finos, e formas geométricas muito variadas. Isso porque cada
grupo indígena possui um padrão de desenho.
Para complementar a oficina, você pode propor aos estudantes que assistam ao vídeo Arte indí-
gena (roteiro disponível na seção Roteiros para exploração dos vídeos do Programa, p. 64). Nele apresen-
tam-se algumas manifestações da arte indígena e são oferecidos elementos visuais mais concretos,
como tecelagem, cocares e potes em cerâmica, que podem inspirar os estudantes em suas criações.
Após a realização dessas etapas de contextualização, sugere-se que os estudantes experi-
mentem produzir desenhos inspirados em padrões geométricos fazendo referência a elementos
da natureza, como os indígenas, utilizando caneta de bambu e tinta nanquim preta. Ao final,
você pode ainda propor aos estudantes que apresentem os desenhos produzidos e expliquem os
significados dos grafismos que produziram.

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Procedimento para fazer caneta de bambu

r Lixe bem a superfície do bambu ou do galho com uma lixa fina.


r Em seguida, faça um corte diagonal em uma das pontas, usando um estilete.
rEstá pronta sua caneta para usar com tinta nanquim ou de tinteiro, ou ainda uma tinta
bastante líquida feita com pigmentos naturais. Você pode experimentar suco de beterraba
ou pó de café com água, entre outras possibilidades.

Eckhout e Debret na Pinacoteca TEMA 1

Você pode propor ao estudante que assista ao vídeo Primeiros retratos do Brasil (o roteiro
desse vídeo está disponível na seção Roteiros para exploração dos vídeos do Programa, p. 63)
como forma de complementar o con-
RECURSOS NECESSÁRIOS
teúdo das Atividades 1 e 2 do Caderno do
Estudante (Volume 2, Unidade 3, Tema 1): r Vídeo Primeiros retratos do Brasil (Arte – Volume 2)

Atividade 1 – O olhar estrangeiro r Site Pinacoteca do Estado de São Paulo. <http://


www.pinacoteca.org.br/pinacoteca-pt/> (acesso em:
Atividade 2 – Os índios brasileiros retra- 21 maio 2014)
tados por Debret
As obras de Albert Eckhout e Jean-Baptiste Debret presentes nessas atividades retratam
o índio sob a perspectiva documental e informativa. O vídeo apresenta obras realistas,
documentais, mas também mostra as primeiras representações dos indígenas pelos artis-
tas europeus. O acervo da Pinacoteca do Estado possibilita contar a história do Brasil e
como a produção artística se instalou no País. Este acervo pode ser visto pessoalmente ou
pelo site da Pinacoteca.
Sugere-se que, ao final do vídeo, você proponha uma atividade de pesquisa pelo site da Pina-
coteca, onde o estudante poderá ver mais atentamente as obras apresentadas no vídeo. Uma
sugestão é que ele registre sua impressão sobre as obras observadas.
Caso seja possível, organizar uma visita à Pinacoteca também levará a uma boa atividade
de fruição para os estudantes. Se houver essa possibilidade, o estudante ganhará muito no
estudo de Arte.

Cara de índio TEMA 1

Para ampliar o repertório do estudante, você pode propor a ele que aprecie a música Cara de
índio, do cantor e compositor Djavan.
Pode também propor ao estudante que compare as RECURSOS NECESSÁRIOS
letras Ubirajara, de Ruy Maurity, e Cara de índio, com o
r Música Cara de índio (Djavan, 1978)
objetivo de identificar as semelhanças e as diferenças
r Música Ubirajara (Ruy Maurity, 1977)
com base nessas visões do indígena brasileiro. Essas
letras podem ser facilmente encontradas em sites de
busca na internet.

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A canção Ubirajara, além de tratar de aspectos da vida e dos costumes do povo indígena,
valorizando a natureza, mostra, ao final, o desmatamento, dando fim ao espaço antes perten-
cente ao índio.
Na canção Cara de índio, relata-se a relação entre o índio e a sociedade não indígena. Ao
final, o artista se coloca como sendo índio.

Usina Hidrelétrica de Belo Monte TEMA 1

Você pode propor uma atividade complementar sobre a questão da Usina Hidrelétrica de
Belo Monte. Há diversas notícias e reportagens de jornais, inclusive na internet, que podem
ajudar o estudante a ter informações prévias, a fim de que ele participe mais ativamente da
discussão proposta nessa atividade.
A polêmica sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte reavivou o debate sobre
os direitos indígenas. Afinal, quem tem direito à floresta: os índios ou as hidrelétricas?
Os indígenas têm muitos direitos garantidos por lei, como o direito a manifestar seus costu-
mes, realizar seus ritos e participar da vida política do País.
Para eles, a floresta é parte de sua realidade. Desse modo, é fundamental que a natureza
esteja preservada.
Preservar as terras dos indígenas é uma questão de respeito à humanidade e ao direito que
eles têm como brasileiros livres em condição particular de existência. Exigir que os indígenas
tenham um modo de vida igual às culturas ocidentalizadas é um equívoco.
Portanto, sugere-se que você oriente o estudante a levantar os prós e contras da construção
desta usina para a natureza, para a sociedade de um modo geral e para os indígenas. Ao final,
você pode propor que ele escreva um texto sobre as conclusões.

Primeiros retratos do Brasil TEMA 1

Esse vídeo mostra as primeiras pinturas produzidas por artistas estrangeiros, como Debret,
representando os indígenas brasileiros. Apresenta uma discussão crítica acerca do olhar des-
ses artistas, registrado em suas pinturas.

Você pode propor também um roteiro para orientar o estudo.

Sugestão de roteiro para exploração de vídeo

r Como o índio é retratado na primeira tela apresentada pelo vídeo, intitulada América?
r Por qual razão os índios são retratados dessa maneira?
r De acordo com o vídeo, a arte produzida no Brasil foi trazida por quem?
r Em qual período tem-se uma arte efetivamente brasileira?
r Quem produz representações mais próximas à realidade brasileira?
r Das obras de arte produzidas nesse período, 80% foram feitas no Rio de Janeiro. Por quê?
r Quais são os temas retratados pelos artistas que chegaram ao Brasil no século XIX, vin-
dos com a missão francesa, no Rio de Janeiro?
r Quais são as características da obra de Pedro Américo e Victor Meirelles?

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Arte indígena TEMA 2

O vídeo Arte indígena apresenta a diversidade da produção cultural dos povos indígenas bra-
sileiros, ressaltando a importância dessa cultura na formação da identidade nacional. Mostra
também como são feitos os artefatos indígenas e a influência da cosmologia nessas produções.
Esse vídeo foi sugerido na seção Oficina – O desenho na cultura indígena (Volume 2, Unidade 3,
Tema 1). Caso a oficina não seja realizada, sugere-se utilizar o vídeo para finalizar a Unidade,
pois traz informações que sistematizam o que foi visto neste percurso.
Uma possibilidade de orientação para esse vídeo como sistematização é pedir aos estudan-
tes que registrem aquilo que mais chamou a atenção deles.
Algumas perguntas que podem orientar o estudante:

Sugestão de roteiro para exploração de vídeo

r Qual é a especificidade da arte indígena?


r Quais são os povos indígenas que aparecem no vídeo?
r Como é a produção de artefatos de cada um deles?

Para professores
Textos
FEIST, Hildegard. Arte indígena. São Paulo: Moderna, 2010.
LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil. Belo Horizonte: C/Arte, 2009.
TIRAPELI, Percival. Arte indígena: do pré-colonial a contemporaneidade. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2006.

O BARROCO E O ENCONTRO
UNIDADE 4
AFRO-BRASILEIRO

Encontro de Lasar Segall TEMA 2

Você pode propor ao estudante que assista RECURSO NECESSÁRIO


ao vídeo Museu Afro Brasil ao final da Unidade 4,
como forma de sistematizar o estudo. Vale a pena r Vídeo Museu Afro Brasil (Arte – Volume 2)
r Obra de arte Encontro (Lasar Segall, 1924)
utilizar as sugestões disponíveis na seção Roteiros
para exploração dos vídeos do Programa (p. 65).

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Ao final do vídeo, você também pode propor uma reflexão sobre a obra Encontro, de Lasar
Segall. Esta obra pode ser vista pela internet no site do Museu Lasar Segall.

Uma característica desta obra é o fato de o pintor produzir esse autorretrato, alterando a colo-
ração da sua pele. Ao se autorretratar com tom de pele moreno, Segall revela como as caracterís-
ticas do povo brasileiro iriam servir de referência para o seu trabalho. Ao fazer tal análise, você
pode encaminhar a conversa para que o estudante perceba como se dá a valorização dos negros
e mestiços no Brasil de hoje. Desde os modernistas, especialmente com as viagens e os estu-
dos feitos por Mário de Andrade, já havia uma preocupação em valorizar as heranças culturais
africanas, indígenas e oriundas da arte popular, que nasce da mistura desses povos.

A crescente presença de atores negros nos programas de TV e nas propagandas em geral, e


a discussão sobre a oferta de cotas para negros nas universidades evidenciam uma mudança
de comportamento importante e necessária em relação à condição do negro no Brasil.

Carybé TEMA 2

A fim de aprofundar o tema sobre a cultura afri- RECURSO NECESSÁRIO


cana no Brasil (Volume 2, Unidade 4, Tema 2), você
r Programa O grande mural dos orixás (TV
pode propor uma atividade com O grande mural dos Cultura, Metrópolis, 3 de maio de 2011)
orixás, do artista Carybé.

O programa Metrópolis, da TV Cultura, realizou uma matéria sobre o painel quando ele
estava exposto no Museu Afro Brasil, na cidade de São Paulo. Esse programa pode ser visuali-
zado a partir de sites de busca da internet.

Seria interessante mostrar essa matéria para os estudantes, para que eles possam apreciar
melhor a obra, cujo detalhe de um orixá está disponível no Caderno do Estudante (Volume 2,
Unidade 4, Tema 2).

É interessante contextualizar que o artista Carybé (1911-1997), cujo nome é Hector Julio
Paride Bernabó, nasceu em Lanus (Argentina).

No ano de 1919, sua família veio para o Brasil e firmou residência no Rio de Janeiro. Em
meio a inúmeras viagens, em 1938 Carybé conheceu a Bahia, lugar que se tornou referência
para seus trabalhos. Suas obras, tanto pinturas como desenhos e esculturas, refletem a cha-
mada “baianidade”, por meio da representação do cotidiano, do folclore e de cenas populares.

Museu Afro Brasil TEMA 2

O vídeo Museu Afro Brasil é uma visita pelo acervo dessa instituição de história, arte e
memória, cujo diretor e curador é Emanoel Araújo. Com uma riqueza de elementos e imagens,
a visita contempla a memória e a arte desde o tempo dos navios negreiros até a atualidade.
Você pode propor ao estudante que assista a esse vídeo, ao final da Unidade 4 deste Volume,
como forma de sistematizar o estudo. É possível lançar algumas perguntas que orientem o
olhar do estudante em relação ao vídeo.

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Sugestão de roteiro para exploração de vídeo

r Qual relação pode-se estabelecer entre a arte barroca e a cultura africana?


r Qual foi a transformação que ocorreu com a arte com a chegada da Missão Francesa no Brasil?
r E a arte negra contemporânea? Quais foram as obras que mais chamaram a sua atenção?
r Lasar Segall, que foi estudado no Caderno do Estudante, neste mesmo Volume (Unidade 2,
Tema 1), também está presente no Museu Afro Brasil. Por quê? Como Lasar Segall se
representa na obra Encontro?

Danças brasileiras TEMA 2

O vídeo Danças brasileiras é sugerido para que o estudante conheça algumas danças brasi-
leiras que tiveram muitas influências africanas, como o frevo, o maracatu, o coco, o jongo e
a ciranda.

Antes da apresentação do vídeo, converse com o estudante sobre o tema danças brasileiras.
Vale a pena perguntar quais são as danças conhecidas ou praticadas por ele. Aproveite tam-
bém para criar expectativa sobre o que será visto. Você pode perguntar, por exemplo:

r O que você espera encontrar em um vídeo sobre danças brasileiras?

r Já assistiu a algum espetáculo de dança?

r Quais brincadeiras costumava fazer quando criança?

r Você costuma participar de festas como Folia de Reis, Carnaval, Folia do Divino ou Festa Junina?

Após essa conversa, apresente o vídeo. Se considerar necessário, faça algumas pausas durante
a exibição para dialogar com o estudante. Ao final do vídeo, você pode solicitar ao estudante que
faça um breve registro das principais informações. Ele pode, por exemplo, fazer uma lista das dan-
ças apresentadas, fazer comentários sobre aquelas que achou mais interessantes etc.

Para professores
Texto

ARAÚJO, Maria Lucília Viveiros. Teto da Igreja do Carmo de Itú: original ou apenas diferente?
In: Revista de História, São Paulo, jul. 1997, n. 136. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/
revhistoria/article/view/18812>. Acesso em: 21 maio 2014.

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VOLUME 3

Unidade 1 — A parede como suporte na arte 68


Tema 1 – Grafite
Tema 2 – Muralismo

Unidade 2 — O corpo como suporte e matéria da arte 71


Tema 1 – Marcas no corpo
Tema 2 – As artes do corpo

Unidade 3 — Materiais na arte 74


Tema 1 – Objetos em forma de arte
Tema 2 – Objetos inusitados no teatro e na música

Unidade 4 — Transformações na arte


com novas tecnologias 78
Tema 1 – Arte e tecnologia
Tema 2 – Rupturas e inovações

VOLUME 3 67

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Objetivos

Neste Volume, o enfoque está no estudo dos materiais, suportes e ferramentas utilizadas
para compor uma obra, e como diferentes artistas empregam esses elementos em seu processo
de criação.

UNIDADE 1 A PAREDE COMO SUPORTE NA ARTE

Intervenção na escola TEMA 1

Você pode propor uma oficina para que os estu- RECURSOS NECESSÁRIOS
dantes produzam uma intervenção no espaço da
r Papel kraft
escola a partir dos estudos sobre grafite.
r Estilete ou tesoura

Inicialmente, você pode retomar as questões r Tinta líquida ou tinta spray


r Cola branca (pode ser cola caseira feita
trabalhadas na Atividade 2 – Grafite para mudar a com polvilho ou farinha de trigo)
cidade do Caderno do Estudante (Volume 3, Uni- r Pincel
dade 1, Tema 1). Caso algum estudante não tenha
realizado a atividade, é possível propor uma reflexão coletiva sobre o impacto dessas inter-
venções no espaço em que eles estão expostos. A partir de então, pode-se realizar uma
observação e análise dos espaços do CEEJA que podem servir de suporte para algum tipo de
intervenção artística.

Se possível, é interessante propor aos estudantes que caminhem pelo espaço, à procura de
lugares inusitados, como o vão de uma escada, ou o corrimão, ou ainda, um canto que não
esteja sendo usado e possa despertar a atenção das pessoas.

Com base nessas descobertas, eles devem propor projetos para a realização de grafites nes-
ses lugares, considerando as seguintes questões:

r Por que você escolheu esse lugar?

r Que relação pode ser estabelecida entre os lugares escolhidos e os grafites?

r Que materiais, ferramentas e outros recursos serão necessários para realizar os grafites?

r Que técnicas você pretende utilizar?

68 VOLUME 3

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A produção de esboços da proposta pode ser uma primeira atividade, para então apresentar
aos colegas, mediado por você, professor. Neste momento, pode-se discutir com a diretoria do
CEEJA a possibilidade de realizá-los nos espaços previstos.

Caso não seja possível, você pode sugerir uma adaptação da proposta. De uma forma ou de
outra, é importante realizá-la, pois esse exercício sistematiza a questão do grafite como mani-
festação artística que altera a paisagem do lugar onde é inserido. Uma discussão nova até o
momento – e que amplia o conceito de grafite voltado a objetivos sociais – é a importância da
escolha não só dos temas, mas também das técnicas mais facilmente aceitas no local onde ele
será realizado.

Uma alternativa seria a produção de lambe-lambe, cuja aplicação é mais fácil. Outra seria
a produção em papel kraft, mais resistente e, portanto, mais indicado para utilizar certas
técnicas de grafite. O estêncil é mais uma possibilidade de trabalho, conforme apresentado
no texto do Caderno do Estudante Grafite: a pintura mural nas cidades (Volume 3, Unidade 1,
Tema 1). É possível, portanto, usar técnicas de grafite sem haver a exigência de pintar os
muros ou as paredes.

Mural para a escola TEMA 2

Nesta oficina você pode propor a produção de um mural no RECURSOS NECESSÁRIOS


espaço do CEEJA. A diferença desta oficina para a oficina Intervenção
r Papel grosso para
na escola está nas técnicas e no tamanho da produção. Na oficina pintura
de intervenção, os estudantes foram convidados a produzir grafites r Tinta
para alterar a paisagem. Aqui a proposta é que eles produzam um r Pincel
mural.

Você pode propor que os estudantes escolham, coletivamente, um tema político que
chame a atenção deles. Cada um fará seu desenho, e depois, devem juntar a produção
individual com a dos colegas, de modo a formar um grande mural ou um projeto para um
grande mural.

Se possível, monte a obra numa parede externa do CEEJA, para que as demais turmas pos-
sam apreciar a produção coletiva.

A questão de gênero no grafite TEMA 1

A questão de gênero pode ser discutida mediante RECURSOS NECESSÁRIOS


uma atividade complementar.
r Vídeo Grafite (Arte – Volume 3)
Caso o estudante se interesse pela questão de r Imagens impressas dos trabalhos da
gênero, você pode propor uma pesquisa sobre grafiteira Panmela Castro opcional

o trabalho de Panmela Castro, artista ligada à

VOLUME 3 69

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Nami – Rede Feminista de Arte Urbana, que se vale da arte urbana, em especial do grafite,
para promover os direitos das mulheres. Você pode ainda imprimir algumas imagens dos gra-
fites da artista e levá-las para o CEEJA ou mostrá-las na internet, podendo destacar a questão
temática, presente nos trabalhos de Panmela Castro. A grafiteira sempre retrata mulheres nos
muros onde produz seus trabalhos. As cores usadas em seus grafites são fortes e chamam
bastante atenção. Outras possibilidades de análise desses trabalhos são possíveis, de acordo
com o enfoque e o objetivo pretendido com a oficina. Você pode ainda utilizar o vídeo Grafite
(roteiro disponível na seção Roteiros para exploração dos vídeos do Programa, a seguir), que, entre
outros assuntos, propõe uma discussão sobre gênero.

Grafite TEMA 1

Nesse vídeo são abordadas as questões de gênero no grafite, por meio do depoimento
da grafiteira Grazie, além de trazer um dos pioneiros do grafite no Brasil, Rui Amaral, que
descreve o surgimento dessa arte e detalha algumas técnicas utilizadas por ele em sua
produção. Esse vídeo também discute outras questões, como o histórico dessa arte no Brasil,
e traz algumas imagens de trabalhos espalhados pela cidade de São Paulo nos dias de
hoje. Esse pode ser um vídeo para introduzir o estudo do grafite (Volume 3, Unidade 1,
Tema 1). Você pode propor ao estudante que assista ao vídeo e registre os aspectos da
história do grafite, os materiais e as técnicas utilizadas, e o posicionamento da grafiteira
Grazie com relação ao grafite e a questão da mulher na sociedade. Quando o estudante
concluir este Tema, você pode propor a ele que retome estes registros, e avalie se seu olhar
foi ampliado após o estudo da Unidade.

Para professores

Texto

OLIVEIRA, Rogério Alves et al. Linguagens visuais dos pichadores e grafiteiros em Alagoinhas (BA).
III Encontro Baiano de Estudos em Cultura, Artigos completos, Cachoeira, abr. 2012. Disponível em:
<http://www.ufrb.edu.br/ebecult/wp-content/uploads/2012/04/Linguagens-visuais-dos-pichadores-
e-grafiteiros-em-Alagoinhas-BA.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.

Site

Nina Pandolfo. Disponível em: <http://www.ninapandolfo.com.br>. Acesso em: 21 maio 2014.

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O CORPO COMO SUPORTE E
UNIDADE 2
MATÉRIA DA ARTE

Jogo teatral TEMA 2

REO objetivo desta atividade é que os estudantes RECURSOS NECESSÁRIOS


vivenciem o que foi discutido a respeito do uso do
r Texto Traduzir-se (Ferreira Gullar, 1980)*
corpo como suporte e matéria da criação artística.
r Texto José (Carlos Drummond de
Nesse momento, você pode retomar o texto Artes Andrade, 1942)**
Cênicas do Caderno do Estudante (Volume 3, Uni-
dade 2, Tema 2), chamando a atenção para a diferença entre um movimento rotineiro e um
movimento elaborado para ser uma forma de expressão.
Inicialmente, a proposta é que os estudantes leiam, individualmente, um dos poemas a
seguir, que podem ser encontrados no site do Programa EJA – Mundo do Trabalho:

r Traduzir-se, de Ferreira Gullar

r José, de Carlos Drummond de Andrade

Após a leitura, é importante pedir aos estudantes que escolham um trecho do poema que
tenha mais significado para eles e o grifem.

Depois, você pode orientá-los a andar pela sala, com o texto nas mãos, lendo silencio-
samente a parte grifada. Você então pode dar um sinal, que pode ser um bater de palmas,
um som qualquer. Neste sinal, é preciso que os estudantes parem e busquem o olhar de um
colega. Em seguida, leiam o trecho grifado para ele.

Propõe-se, na atividade, uma espécie de preparação, experimentando movimentos com o


corpo e verificando quais deles são mais ou menos interessantes.

O jogo continuará por diversas vezes com o mesmo procedimento, mas, cada vez que você
der o sinal, cada um dos estudantes precisará procurar um novo colega e dizer o trecho de
forma diferente.

Essa modificação pode ser por meio da entonação (em tom de pergunta, de espanto, de
curiosidade etc.); por meio do ritmo (rápido, lento, gaguejando etc.); por meio de sentimentos
(medo, alegria, tristeza, inquietação); ou por meio de propostas de personagens (o velho, a
criança mimada, a jovem malcriada, a madame, o mordomo, o guarda, o pastor, o político etc.).

* Disponível em: <http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br/Conteudo.aspx?MateriaID=17&tipo=Aluno>.


Acesso em: 21 maio 2014.

** Disponível em: <http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br/Conteudo.aspx?MateriaID=6&tipo=Aluno>.


Acesso em: 21 maio 2014.

VOLUME 3 71

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Após o término do jogo, é importante que se realize uma roda de conversa para lançar as
seguintes questões aos estudantes:

r Quais razões fizeram você escolher o trecho lido para os companheiros?

r Você gostou do jogo? Por quê? Qual interpretação do trecho você mais gostou de fazer?
Qual considerou mais interessante? Por quê?

r Entre as interpretações que você ouviu, qual foi a que mais chamou sua atenção? Por quê?

r Você considera esse jogo uma experiência artística? Qual é a diferença entre esse exercício
e uma simples leitura do texto em voz alta?

Produção de retratos performáticos TEMA 2

O objetivo desta oficina é colocar em prática os RECURSOS NECESSÁRIOS


conceitos da performance trabalhados no Caderno
r Acessórios diversos para caracterização
do Estudante (Volume 3, Unidade 2, Tema 2). Neste de personagem (roupas, perucas, teci-
momento, a sugestão é retomar as obras da artista dos etc.)
Marcela Tiboni. r Livros com imagens de obras de arte
r Câmeras fotográficas ou telefones celu-
Você pode, inicialmente, trabalhar com as res- lares com câmera

postas que eles deram para a Atividade 2 – Retratos


performáticos (Volume 3, Unidade 2, Tema 2) do Caderno do Estudante.

Algumas características das obras de Marcela Tiboni merecem destaque em sua sistemati-
zação, como o fato de a artista utilizar o corpo e a fotografia para dialogar com pinturas con-
sagradas pela História da Arte. Assim, a performance tem o corpo da artista como suporte e
matéria. E, pelo registro fotográfico, essa ação se configura como obra.

Após esta reflexão, é importante propor aos estudantes que produzam seus próprios retra-
tos performáticos.

Você pode oferecer livros de arte e solicitar-lhes que elejam uma pintura. Dela, eles ainda
selecionarão um detalhe. Pode ser um gesto ou a postura do retratado, um elemento das
roupas, a forma do cabelo ou, ainda, o jeito de olhar.

Agora é o momento de realizar a performance. Sugere-se que os estudantes incorporem o


detalhe da pintura que escolheram.

Depois, é necessário que essa performance seja registrada por meio da fotografia. Você pode
fazer o registro de todos ou, então, pedir que eles façam os registros dos colegas. Podem ser
usadas câmeras fotográficas ou câmeras do telefone celular.

Ao finalizar esta produção, faça uma roda de conversa, para que os estudantes possam rela-
tar as experiências de produção e como eles veem a performance neste momento.

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Barbatuques TEMA 2

Você pode exibir vídeos de apresentações do RECURSO NECESSÁRIO


grupo Barbatuques, disponíveis na internet, para
r Site Barbatuques. Disponível em: <http://
realizar esta atividade. www.barbatuques.com.br> (acesso em:
21 maio 2014)
Em um primeiro momento, você pode apresentar
apenas o som da música escolhida dos Barbatuques (sem imagens), propondo que o estudante
identifique como cada som foi produzido e incentivando-o a reproduzir o som.

Depois, você pode apresentar o vídeo correspondente à música e incentivá-lo a comparar


suas ideias do que foi ouvido com a forma como realmente os sons foram produzidos.

Se quiser, pode sugerir ao estudante que reproduza novamente o som ou ainda propor
outras experimentações sonoras a partir do corpo.

Para professores

Textos

BARBOSA, Eduardo Romero Lopes. O corpo representado na arte contemporânea: o simbolismo


do corpo como meio de expressão artística. Anais do 19º Encontro da Associação Nacional de
Pesquisadores em Artes Plásticas – “Entre territórios”, Cachoeira (BA), set. 2010, p. 1198-1209.
Disponível em: <http://www.anpap.org.br/anais/2010/pdf/cpa/eduardo_romero_lopes_barbosa.
pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.

ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural. Body art. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/


termo3177/body-art>. Acesso em: 21 maio 2014.

HARRISON, Marguerite Itamar. Lamentando o esquecimento da memória: as instalações


fotográficas de Rosângela Rennó. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Letras e Direitos Humanos,
Rio de Janeiro, 2007, n. 33, p. 37-58. Disponível em: <http://www.uff.br/cadernosdeletrasuff/
33/artigo3.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.

SANTAELLA, Lucia. O corpo vivo como suporte da arte. In: . Culturas e artes do pós-humano:
da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003, p. 251-270.

SANTOS, Cauê de Camargo dos. O corpo, a performance e a identidade. WebArtigos, 17 set.


2009. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/o-corpo-a-performance-e-a-
identidade/24950>. Acesso em: 21 maio 2014.

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05/0
UNIDADE 3 MATERIAIS NA ARTE

Explorando formas artísticas sobre objetos cotidianos TEMA 1

O propósito desta oficina é que os estudantes, RECURSOS NECESSÁRIOS


em grupos, produzam uma obra de arte com objetos
r Vídeo Bienal de São Paulo: arte contempo-
do cotidiano. rânea 1 (Arte – Volume 3)
r Vídeo Bienal de São Paulo: arte contempo-
Inicialmente, você pode resgatar a Atividade 1 rânea 2 (Arte – Volume 3)
– A metamorfose das coisas (Volume 3, Unidade 3, r Objetos diversos de uso cotidiano
Tema 1), propondo uma reflexão com os estudan- r Tinta, canetinha ou qualquer material
para intervir no objeto de arte
tes sobre a relação entre ideia, matéria e forma.
r Fita crepe, barbante, linha, cola etc.

Após este debate inicial, você pode assistir aos


dois vídeos de Arte que tratam da Bienal de São Paulo. No primeiro deles, já há uma contex-
tualização do que é a Bienal e qual sua importância na arte contemporânea, além de tratar da
própria arquitetura do espaço da Bienal, que, por si só, já é uma obra de arte. Se considerar
pertinente, você pode fazer pausas ao longo dos vídeos, questionando os estudantes sobre as
impressões que aquelas obras apresentadas causam neles.

Ao final do vídeo, é interessante propor uma reflexão sobre o que pode ser entendido
como arte.

Depois do debate, é o momento de os estudantes produzirem uma obra de arte contemporânea.

Para isso, você pode começar disponibilizando aos estudantes diversos objetos retirados do
cotidiano, para que cada estudante escolha alguns deles. Uma sugestão de orientação é que os
estudantes reparem nas características dos objetos que irão selecionar: são industrializados ou
manufaturados; têm cheiro ou emitem som; qual sua função etc.?

Após a seleção, você pode propor a eles que relatem outros usos e sentidos que podem atri-
buir aos objetos.

Após a exploração das características e potencialidades dos objetos, pode-se propor que os
estudantes componham uma obra com eles. Eles podem unir os objetos com cola, fita crepe
ou barbante. O importante é refletir sobre o sentido que eles desejam atribuir à composição.

Ao final, proponha uma exposição em que os estudantes possam falar sobre os processos ao
longo da construção, quais os significados daquela composição e qual é a relação entre ideia,
matéria e forma.

74 VOLUME 3

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O objeto se torna personagem TEMA 2

Nesta oficina, pretende-se proporcionar aos RECURSOS NECESSÁRIOS


estudantes um exercício de imaginação dramá- r Vídeo Teatro: a palavra em cena (Língua
tica. Você pode exibir, antes desta atividade, o Portuguesa – Volume 4)
vídeo Teatro: a palavra em cena, de Língua Portu- r Objetos diversos de uso cotidiano (petecas,
funis, espanadores, leques, luvas etc.)
guesa. Esse vídeo pode servir de apoio à atividade
que será proposta, já que aborda a organização de
um espetáculo teatral com base em um texto dramático. Apresenta profissionais envolvidos
na produção, bem como a organização dos ensaios, a preparação dos atores e direção da peça.

Para a realização desta atividade, sugere-se que o professor leve para a oficina vários objetos
de uso cotidiano para serem disponibilizados aos estudantes. Com a utilização de um objeto,
cada estudante criará um personagem de acordo com as características desse objeto, que poste-
riormente será apresentado à turma na mesma oficina. Veja algumas dicas de objetos:

Utensílios domésticos, objetos de cozinha, objetos de banheiro, objetos encontrados na natu-


reza (galhos, folhas, pedras) ou objetos de escritório. Petecas, funis, espanadores, leques, luvas,
garfos, espremedores de frutas, escorredores de arroz, escovas, baldes, vassouras, desentupido-
res de pia ou tecidos são algumas das sugestões para criar os personagens. Um saca-rolhas pode
virar uma bailarina; uma panela de pipoca pode ser uma mulher obesa; um funil pode ser o bico
de um pássaro etc.

Após a criação, os estudantes podem apresentar os personagens produzidos aos demais colegas.

Depois, podem ser formados alguns grupos para que eles possam construir, coletivamente, uma
história que posteriormente será apresentada em forma de teatro, na qual todos os personagens
estejam inseridos e participem da trama. Algumas perguntas podem orientar essa história:

r Quem são os personagens?

r Onde eles estão?

r O que fazem?

r O que dizem?

r Como termina a história?

Para melhor orientar a atividade, o grupo poderá produzir um roteiro que servirá como base
para a improvisação de uma cena com os objetos-personagens.

Por fim, os grupos poderão apresentar a história para os demais da turma.

Você pode sugerir aos estudantes que ensaiem e escolham o lugar onde apresentarão a cena:
um canto da sala de aula, uma cadeira, uma gaveta, uma caixa etc.

VOLUME 3 75

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O som do barulho TEMA 2

RECURSOS NECESSÁRIOS
A proposta desta oficina é
proporcionar aos estudantes r Equipamento para gravação de áudio

uma experimentação sonora. r Objetos variados (lápis, canetas, clipes, elásticos, réguas, latinhas,
copos descartáveis, pedaços de madeira, talheres, pedras, conchas etc.)

Procedimento para produção de sons

r Selecione diferentes materiais, como lápis, canetas, clipes, elásticos, réguas, latinhas,
copos descartáveis, pedaços de madeira, talheres, pedras, conchas etc.
r Depois, peça aos estudantes que experimentem as sonoridades de cada objeto, batendo,
chacoalhando, raspando. Eles podem também explorar os ritmos e a união de vários obje-
tos emitindo sons simultaneamente.

Ao final desta experimentação, pode-se propor uma roda de conversa. Algumas questões
podem orientar esta conversa:

r Quais são os sons que os objetos produzem?


r Que objetos produzem sons fortes?
r Em quais deles o som é prolongado?
r Em quais deles o som é intenso?
r Quais sons combinam?
r Um mesmo objeto pode produzir mais de um som?
r Como combinar o som de diferentes objetos?

Depois de a turma investigar e eleger os “instrumentos” preferidos, seria interessante


reuni-los para a produção de uma música em conjunto. Nesse exercício, a experimentação
de sons e suas combinações (de ritmos e melodias) é mais importante que a execução de
uma música ou a reflexão sobre a linguagem musical. Uma alternativa interessante da qual
você, professor, poderá lançar mão, se possível, é a gravação dos sons produzidos para que
eles possam ouvir a própria produção e apreciá-la coletivamente.

Investigação sobre os sons e seus parâmetros TEMA 2

A proposta desta atividade é realizar uma pesquisa sobre RECURSOS NECESSÁRIOS


sons fortes, médios e fracos e registrá-los. No entanto, outros
r Materiais diversos para serem
parâmetros poderão ser utilizados com a mesma proposta. usados como percursão e mar-
cação de tempo (apito, lápis,
No espaço do CEEJA, oralmente, é possível realizar com os régua, baqueta de fanfarra,
estudantes uma pesquisa sobre sons fortes, médios e fracos caixa de papelão etc.)
que podem ser percebidos no dia a dia, identificando em quais

76 VOLUME 3

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situações são usados e por quais objetos são produzidos. Após essa pesquisa, é interessante propor
um “ditado” sonoro com três intensidades diferentes. Para isso, você poderá utilizar três objetos
que atendam a esse critério, por exemplo, um apito, um lápis e uma régua, ou dois lápis para per-
cutir; uma baqueta de fanfarra e uma caixa de papelão para percutir ou raspar etc.

Para isso, você pode propor uma forma de registro para os códigos que serão usados para
designar os sons forte, médio e fraco.

O primeiro som emitido por você pode ser muito forte, e seu registro poderá ser “ff”; o
segundo som pode ser médio, e uma sugestão de registro é “mf”; finalmente um som fraco
pode ser emitido e registrado como “pp”. É importante que o estudante registre no caderno a
sequência proposta dos sons conforme as intensidades, como se fossem escrever uma parti-
tura. Inicialmente, sugerem-se duas ou três sequências para que o estudante consiga pres-
tar atenção no som e memorizar, para depois registrá-lo. Para sequências mais longas, você
poderá repeti-las para facilitar o registro.

Bienal de São Paulo: arte contemporânea 1

Bienal de São Paulo: arte contemporânea 2 TEMA 1

Você pode propor que o estudante assista aos vídeos Bienal de São Paulo: arte contemporânea
1 e 2 ao final da Unidade 3, Tema 1, do Caderno do Estudante.

No primeiro vídeo, os estudantes Francisco de Lima e Iraci Santos visitam pela primeira vez
uma Bienal Internacional de Arte de São Paulo, acompanhados do artista e educador Evandro
Nicolau. Durante o percurso, traçado com a ajuda do educador, eles interagem com as obras
de arte a partir de suas percepções e sensações. No segundo vídeo, a visita dos dois estudan-
tes continua. O educador Evandro Nicolau, junto os estudantes, lança luzes sobre a extensa
obra de Arthur Bispo do Rosário. Ao final dessa viagem pelo universo da arte contemporânea,
Francisco e Iraci falam sobre a experiência.

Você pode propor que o estudante registre as obras de que mais gostou e explique o por-
quê. É importante também que observe os materiais que constituem essas obras. O objetivo
é despertar o olhar do estudante para a arte contemporânea, problematizando o conceito do
que é arte atualmente.

Para professores e estudantes


Textos
GULLAR, Ferreira. Arte Contemporânea Brasileira. 1. ed. São Paulo: Lazuli, 2012.

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KLEIN, Jacky; KLEIN, Suzy. O que é arte contemporânea? Trad. André Czarnobai. São Paulo: Claro
Enigma, 2013.
SANT’ANNA, Renata. Saber e ensinar: arte contemporânea. 1. ed. São Paulo: Panda Books, 2011.

TRANSFORMAÇÕES NA ARTE
UNIDADE 4
COM NOVAS TECNOLOGIAS

Emoção Art.ficial TEMA 1

Professor, nesse Tema, o enfoque está na tecno- RECURSO NECESSÁRIO


logia usada na arte. Os estudantes entrarão em con-
r Site Emoção Art.ficial. Disponível em:
tato com a obra Descendo a escada (2002), de Regina <http://www.emocaoartficial.org.br/
Silveira, que é uma obra tecnológica e interativa. pt/> (acesso em: 21 maio 2014)

Esta oficina tem o objetivo de apresentar essa e outras obras de arte tecnológica e uma nova
forma de uso da internet, muito mais interativa, com hiperlinks em um único vídeo, possibili-
tando inúmeras experiências.

O ideal é que a oficina seja realizada no laboratório de informática e, se possível, que os


estudantes manipulem sozinhos os computadores.

Esse é o momento, caso não tenha sido possível antes, para que eles assistam à entrevista
de Regina Silveira, disponível no site da Bienal, conforme indicado na seção Fica a dica! do
Caderno do Estudante (Volume 3, Unidade 4, Tema 1).

Sugere-se que, em seu planejamento, você procure garantir uma maneira de apresentar a
exposição Emoção Art.ficial ao grupo, que em 2012 realizou sua 6a edição.

Você pode contextualizar que a Bienal Internacional de Arte e Tecnologia, que ocorre em São
Paulo, tem o espaço reservado a quadros ou esculturas substituído por microchips, displays,
sensores e softwares. Prestigiados media centers (laboratórios de mídias eletrônicas) de todo
o mundo são convidados a mostrar suas obras, pesquisas e desenvolvimentos de trabalhos,
entre eles o laboratório de mídias interativas do Itaú Cultural (Itaulab), que é o primeiro a
funcionar fora dos ambientes universitários.

Após os estudantes realizarem a visita ao site para conhecer as obras da exposição, é inte-
ressante que você proponha uma conversa entre todos, questionando quais são as diferenças
percebidas ao comparar a exposição Emoção Art.ficial às demais exposições de arte que eles já
visitaram ou que estudaram. Que aspectos as diferenciam? Esta discussão final é muito impor-
tante para a sistematização dessa relação entre arte e tecnologia estudada neste Tema.

78 VOLUME 3

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Procedimento para acessar a obra Descendo a escada

r Existem dois caminhos para encontrar o depoimento e as imagens da obra Descendo a


escada, de Regina Silveira, no site indicado nessa seção:
r 1. Digitar o nome da artista no espaço “Procurar” na página inicial do site, ou
r 2. Ir até o ícone “Artistas e obras”, ainda na página inicial do site, e clicar em “Emoção
Art.ficial”. Aparecem todos os trabalhos da primeira Bienal, entre eles o de Regina Silveira.

A ruptura do impressionismo TEMA 2

O Tema 2 do Caderno do Estudante (Volume 3, RECURSOS NECESSÁRIOS


Unidade 4) trata de rupturas na arte, especificamente
r Site Museu de Arte de São Paulo (Masp).
na pintura. Um dos movimentos que marcam a arte Disponível em: <http://masp.art.br/
moderna é o impressionismo, que surge na França, masp2010> (acesso em: 21 maio 2014)
na segunda metade do século XIX. r Site Museé Marmottan Monet. Disponí-
vel em: <http://www.marmottan.fr>
Uma proposta de atividade é apresentar ao estu- (acesso em: 21 maio 2014)
dante diferentes obras impressionistas e propor
uma análise delas, chamando a atenção para aspectos como luminosidade, pinceladas frag-
mentadas e o uso de cores complementares.
O Museu de Arte de São Paulo (Masp) possui obras impressionistas em seu acervo, que
também podem ser exploradas por meio de seu site. Obras de Claude Monet, Pierre-Auguste
Renoir, Paul Cézanne e Édouard Manet, entre outros.
Um museu de referência para o impressionismo é o Marmottan, localizado em Paris, França.
Em seu site há inúmeras obras de Monet e outros artistas impressionistas.
Outra sugestão é que você proponha uma análise comparativa entre as obras vistas na Ati-
vidade 1 – De volta ao passado e na Atividade 2 – A criação da pintura a óleo propostas no Caderno
do Estudante (Volume 3, Unidade 4, Tema 2), quando foi apresentada a tinta a óleo. Nesta
comparação, algo que chama a atenção é a temática pintada pelos artistas. Os impressionistas
distanciaram-se de temas clássicos da tradição artística acadêmica como temas históricos,
mitológicos e religiosos, dedicando-se à pintura de paisagens, natureza morta etc.

Tecnologia e trabalho: uma difícil equação? TEMA 1


(Mundo do Trabalho)

Esse vídeo apresenta a relação entre tecnologia e trabalho, especificamente a história de


alguns profissionais que precisaram alterar sua atividade diante do surgimento da tecnologia.

VOLUME 3 79

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Ao sugerir o vídeo para o estudante, é importante criar espectativa quanto ao que será visto
e fazer perguntas que antecipem o tema que será abordado. Nesse vídeo, por exemplo, você
pode perguntar ao estudante se ele conhece alguma atividade que sofreu transformações por
causa da tecnologia. Isto é um impasse?

Após a exibição, você pode propor ao estudante que elabore sínteses do que foi apresentado
no vídeo.

Se considerar pertinente, pode fazer pausas ao longo do vídeo, a fim de problematizar com
os estudantes algumas questões que vão surgindo durante a exibição.

Para os professores

Textos

DONADUZZI, Carlos Alberto et al. O dinamismo virtual de Regina Silveira em Descendo escadas.
Encontro Internacional de Arte e Tecnologia 10#ART. Brasília: 2011. Disponível em: <http://www.
medialab.ufg.br/art/anais/textos/CarlosDonaduzzi-atAll.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.

DUARTE, Fernanda da Costa Portugal. Net artes: conceitos, heranças e tendências. Anais
eletrônicos do II Simpósio Nacional da ABCiber, PUC-SP, 2008. Disponível em: <http://cencib.org/
simposioabciber/PDFs/CAD/Fernanda%20da%20Costa%20Portugal%20Duarte.pdf>. Acesso em:
21 maio 2014.

RODRIGUES, Ligia Luciene. A perspectiva no trabalho de Regina Silveira: uma investigação da perspectiva
na arte contemporânea. Dissertação (Mestrado em Artes). Campinas: Unicamp, 15 fev. 2008.
Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000439645&opt=4>.
Acesso em: 21 maio 2014.

80 VOLUME 3

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05/0
VOLUME 4

Unidade 1 — Música e cultura popular brasileira 82


Tema 1 – Música como expressão humana
Tema 2 – Manifestações culturais no Estado de São Paulo
Tema 3 – Carnaval

Unidade 2 — Cinema e música 86


Tema 1 – História do cinema
Tema 2 – Cinema no mundo

Unidade 3 — O desenho na ilustração


e na história em quadrinhos 90
Tema 1 – Desenho como ilustração
Tema 2 – Histórias em quadrinhos (HQs) e tirinhas

Unidade 4 — A arte de criar tridimensionalmente 93


Tema 1 – Escultura e escultores
Tema 2 – Modelar e construir: algumas ações do escultor e
do artista que criam obras tridimensionais

VOLUME 4 81

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Objetivos

A proposta deste Volume é aprofundar os conhecimentos dos estudantes sobre arte,


mediante a música, o cinema, o desenho e a escultura, por meio da apreciação, da reflexão e
da produção artística.

UNIDADE 1 MÚSICA E CULTURA POPULAR BRASILEIRA

Música regional de São Paulo TEMA 2

Nesta oficina o objetivo é colocar os estudan- RECURSOS NECESSÁRIOS


tes em contato com a música popular típica da
r Site Biblioteca Virtual do Estado de São Paulo.
região em que vivem e fazê-los perceber suas Disponível em: <http://www.bibliotecavirtual.
características. sp.gov.br> (acesso em: 21 maio 2014)
r Materiais diversos: lápis de cor, tinta, ins-
Para favorecer o desenvolvimento da pes- trumentos musicais, vestimentas etc. (mate-
riais necessários de acordo com a linguagem
quisa, uma possibilidade é indicar fontes para a de representação que será escolhida)
pesquisa das músicas, como o site da Biblioteca
Virtual do Governo do Estado de São Paulo.

Algumas perguntas podem ser propostas ao grupo e podem servir de roteiro para orientar a
pesquisa e escolha da música:

r Quem é o compositor da música?


r Quais instrumentos são utilizados?
r Há letra na música?
r De qual assunto a letra da música trata?
r Qual é a origem da música?

Concluída a pesquisa, os estudantes já podem planejar a linguagem artística que vão utilizar
para representar a música escolhida. Pode ser uma dança, uma peça teatral ou uma produção
ligadas às artes visuais.

Para facilitar a compreensão da atividade, você pode mostrar alguns exemplos. Um deles
seria discutir a Atividade 1 – O samba de Noel Rosa do Caderno do Estudante (Volume 4, Unidade 1,
Tema 1), que utiliza a linguagem do teatro para representar a vida e a obra de Noel Rosa.

82 VOLUME 4

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Você pode enriquecer o repertório do grupo com outras maneiras de representação, relem-
brando outras linguagens trabalhadas anteriormente.

É fundamental acompanhar os estudantes durante a pesquisa, auxiliando-os na seleção do


gênero e nos ensaios para apresentação.

Como a produção artística, em geral, visa à exposição do trabalho final, recomenda-se


que você incentive os estudantes a apresentarem para toda a escola, no momento oportuno,
o que eles produziram. Caso isso não seja possível, uma sugestão é que, pelo menos, haja
apresentação para o grupo.

Agenda cultural TEMA 2

O objetivo desta oficina é possibilitar e incentivar RECURSOS NECESSÁRIOS


que os estudantes entrem em contato com a agenda
r Jornais e revistas
cultural da cidade e região em que vivem. A proposta r Site Portal do Governo do Estado de São
é uma pesquisa em jornais, revistas e, se possível, Paulo. Disponível em: <http://www.
saopaulo.sp.gov.br/conhecasp/cultura_
na internet sobre a programação de shows e concer- musica> (acesso em: 21 maio 2014)
tos gratuitos que ocorrerão em datas próximas, no r Site Revelando São Paulo. Disponível
em: <http://revelandosaopaulo.org.br/
município ou região em que os estudantes moram.
rv/> (acesso em: 21 maio 2014)
r Site Sesc São Paulo. Disponível em:
Você pode propor uma lista para a construção de
<http://www.sescsp.org.br/sesc> (acesso
uma agenda cultural, além de estimulá-los a irem em: 21 maio 2014)
com amigos e familiares a algum desses eventos.

Esta é uma prática a ser incentivada nos estudantes. É importante que eles se sintam capa-
zes de ser frequentadores dos espaços públicos do Estado, como os Sescs e outros.

Carnaval na escola TEMA 3

Esta oficina tem o objetivo de proporcionar uma RECURSOS NECESSÁRIOS


reflexão sobre Carnaval, economia e trabalho. Para
r Materiais reciclados diversos (papel,
isso, os estudantes serão convidados a produzir tecido, tampinhas, garrafa pet etc.)
parte de um desfile de Carnaval. Inicialmente a pro- r Tesoura

posta é que eles pesquisem os elementos principais r Cola, fita crepe, grampeador, barbante
r Texto Escola de samba da Vila Albertina
que fazem parte de uma escola de samba: enredo usa reciclagem e doação no Carnaval (Blog,
(tema), samba-enredo (canção), comissão de frente Mural, 9 fev. 2013)* opcional
e demais alas, fantasias e carros alegóricos, bateria,
madrinha de bateria, porta-bandeira, mestre-sala etc. Após a socialização das pesquisas, é o
momento de produzir. Toda a turma irá criar o projeto de um desfile para o Carnaval do ano
seguinte. Para isso, eles devem definir, inicialmente, o enredo.

* Disponível em: <http://mural.blogfolha.uol.com.br/2013/02/09/escola-de-samba-da-vila-albertina-usa-


material-reciclado-e-doacao-no-carnaval/>. Acesso em: 14 fev. 2014.

VOLUME 4 83

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Sugere-se iniciar a etapa de produção pela criação do samba-enredo (canção), depois as fan-
tasias e os carros alegóricos. Pode-se propor que os estudantes produzam o projeto, fazendo
desenhos e colagens para as fantasias e carros alegóricos, e a escrita da letra e de sua melodia.

Por fim, é o momento de refletir como viabilizar o projeto traçado. Quais materiais pode-
riam ser utilizados? Professor, se considerar pertinente, você pode ler para os estudantes a
matéria jornalística Escola de samba da Vila Albertina usa reciclagem e doação no Carnaval, de
Priscila Gomes (2013), que trata do uso de materiais reciclados em uma escola de samba. Este
texto pode ser encontrado fazendo uma busca pelo título da matéria na internet.

Uma sugestão é discutir com os estudantes que, para as escolas de samba, é muito caro fazer,
a cada ano, novos carros alegóricos e fantasias. Como alternativa para reduzir custos, muitas
delas vendem ou reciclam o que foi usado, a fim de produzir carros alegóricos e fantasias para o
Carnaval do ano seguinte.

Se houver tempo, vale a pena incentivar os estudantes a produzirem modelos de fantasias e


maquetes dos carros alegóricos utilizando materiais reciclados. Eles podem, por exemplo, cos-
turar fantasias usando retalhos de roupas e papel reciclado, e com colagem e pintura elaborar
as maquetes dos carros alegóricos.

Música erudita no dia a dia TEMA 1

A proposta desta atividade é ampliar o repertório RECURSOS NECESSÁRIOS


do estudante com relação às músicas clássicas, pre-
r Música As quatro estações (Antonio
sentes no cotidiano das pessoas, e que nem sempre Lucio Vivaldi, 1723)
são reconhecidas. Uma sugestão é propor aos estu- r Música O guarani (Carlos Gomes, 1870)
dantes ouvir trechos de músicas que estiveram ou r Música Pour Elise (Ludwig van Beethoven,
1810)
ainda estão presentes na memória das pessoas, de
modo que eles as reconheçam: O guarani, de Carlos
Gomes, que é a trilha sonora da abertura do programa diário de rádio A voz do Brasil; Pour Elise,
de Beethoven, tocada por alguns caminhões que vendem botijões de gás; As quatro estações, de
Vivaldi, utilizada como trilha sonora de uma propaganda de sabonete, entre outras. Todas essas
músicas na versão original e na versão adaptada para publicidade podem ser encontradas na
internet com ajuda de sites de busca.

O encanto da música erudita TEMA 1

Esse vídeo oferece informações acerca da música erudita. Aborda o funcionamento de uma
orquestra, seus músicos e os instrumentos que a compõem, bem como a função de cada um
deles e a do regente na execução de uma música. O vídeo mostra ainda a Orquestra Sinfônica
do Conservatório de Tatuí.

84 VOLUME 4

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Na Orientação de estudo do Caderno do Estudante (Volume 4, Unidade 1, Tema 1), há um
roteiro de estudo para o estudante assistir ao vídeo. Você pode sugerir que ele assista no pró-
prio CEEJA, caso não tenha tido a oportunidade de assisti-lo em casa.

Nesse caso, antes de exibir o vídeo, você pode perguntar se ele já assistiu a alguma apre-
sentação de orquestra ao vivo ou pela TV, se conhece algum instrumento que faz parte dela,
entre outras questões.

Depois, proponha que ele assista e preencha o roteiro, sugerindo que o estudante registre
aquilo que mais chamar sua atenção.

Por fim, caso haja mais de um estudante assistindo ao vídeo, proponha uma roda de con-
versa, levantando as impressões que cada um deles teve do vídeo e que novos conhecimentos
eles adquiriram, ou seja, aquilo que não sabiam e agora sabem.

Para professores
Textos

ALVES, Elder P. Maia. A sociologia de um gênero: o baião. Maceió: Edufal, 2012.


ARAÚJO, Hiram. Carnaval: seis milênios de história. Rio de Janeiro: Gryphus, 2002.
BOSSA nova. Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/artes/bossa-nova.
htm>. Acesso em: 21 maio 2014.
Estudo alemão identifica flauta de 35 mil anos. O Estado de S. Paulo, Notícias, Cultura,
25 jun. 2009. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,estudo-alemao-
identifica-flauta-de-35-mil-anos,393026,0.htm>. Acesso em: 21 maio 2014.
FERREIRA, Felipe. O livro de ouro do Carnaval brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
FONTELES, Bené (Org.). O rei e o baião. Brasília: Fundação Athos Bulcão, 2010.
LAPICCIRELLA, Roberto. As marchinhas de carnaval: antologia musical popular brasileira. 3. ed.
São Paulo: Musa, 2004.
MARTINS, Joaquim Batista. Antropologia da música brasileira: natureza, ritmo, texto, cultura.
São Paulo: Obelisco, 1978.
SILVA, Degiovani L.; VIEIRA, Maria Alice F. A. São Luiz do Paraitinga – Sem rabo e sem chifre:
a evolução do Carnaval das marchinhas na terra de Juca Teles do Sertão das Cotias. Rio de
Janeiro: Editora do Autor, 2012.
SOUSA, Rainer. As origens do Carnaval. Mundo Educação. Disponível em: <http://www.
mundoeducacao.com.br/carnaval/as-origens-carnaval.htm>. Acesso em: 21 maio 2014.
TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da música popular. 7. ed. São Paulo: 34, 2013.

Filme
Villa-Lobos: uma vida de paixão. Direção: Zelito Viana. Brasil, 2000. 130 min. 14 anos.

VOLUME 4 85

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05/0
UNIDADE 2 CINEMA E MÚSICA

Dramaturgia a partir do cinema mudo TEMA 1

Com base na reflexão desenvolvida na Ativi- RECURSOS NECESSÁRIOS


dade 1 – Cinema mudo do Caderno do Estudante (Volume
r Filme O gabinete do Dr. Caligari (direção
4, Unidade 2, Tema 1), é possível propor aos estudantes de Robert Viene, Alemanha, 1920.
a criação de uma pequena cena, em que eles se valham 78 min)
r Filme O circo (direção de Charlie Chaplin,
da mímica como forma de representação.
1938. 71 min) ou outro filme mudo de
sua escolha opcional
Antes da atividade de dramaturgia, seria interes-
sante propor que os estudantes assistam a um trecho
de um filme mudo. Pode ser o próprio O gabinete do Dr. Caligari, utilizado na Atividade 1 – Cinema
mudo do Caderno do Estudante ou, ainda, o trecho do filme do Chaplin O Circo. No momento de
assistir ao trecho do filme, peça aos estudantes que reparem, atentamente, na encenação dos
atores, nas expressões faciais e gestos exagerados, que mostram a intenção do artista.

Após a apreciação, proponha que eles escolham um tema a ser encenado por meio da
mímica. Podem ser situações do dia a dia, que aconteçam na escola, no trabalho, na família
etc. Se algum estudante não teve contato com este conteúdo proposto no Caderno do Estu-
dante, você pode oferecer uma rápida explicação de como essa maneira de representar acon-
tece. É importante enfatizar que somente expressões faciais e movimentos podem ser usados
para se comunicar. Outra sugestão é organizá-los em grupos e solicitar que escrevam uma
pequena história sobre a situação escolhida. Enquanto um grupo representa, os demais podem
tentar adivinhar o que está sendo encenado.

Literatura e cinema TEMA 2

Como muitas vezes o trabalho em Arte estabelece diá- RECURSOS NECESSÁRIOS


logo direto com a literatura, uma atividade com o professor
r Livro Vidas secas (Graciliano
de Língua Portugue sa pode ser planejada. Uma possibili- Ramos, 1938)*
dade é criar um sarau para a leitura de uma parte do livro r Filme Vidas Secas (direção de
Nelson Pereira dos Santos, Bra-
Vidas secas, do escritor Graciliano Ramos. Essa leitura pode
sil, 1963. 103 min) opcional
ser acompanhada da pro jeção do filme de mesmo nome,
dirigido por Nelson Pereira dos Santos.

* RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1938.

86 VOLUME 4

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Antes de realizar essa atividade, é interessante conversar com o grupo sobre algumas
diferenças entre ler um livro e assistir a um filme. Os leitores criam mentalmen te, por meio
da descrição do autor, os cenários da história, os personagens, as ações. Eles vivenciam sen-
sações variadas à medida que acompanham o desenrolar da história. No caso do cinema,
o lugar, os personagens e os cenários já são apresentados, e a trilha sonora é um elemento
importante, pois ajuda a antecipar e, também, a criar um clima, seja ele de medo, suspense,
melancolia, alegria etc.

Vidas secas trata da vida de uma família de retirantes e de suas dificuldades e conflitos,
permeados pela pobreza, seca, fome e silêncio.

Trazer aos estudantes informações sobre o autor Graciliano Ramos e o processo de cons-
trução do romance pode estimulá-los a também escrever suas histórias. O autor inspirou-se
em seus familiares para criar os personagens, e em histórias dispersas conhecidas ou vividas
por ele. Até a morte da cachorra Baleia possivelmente esteja relacionada com experiências
que marcaram a vida do autor: a morte da cachorra Maniçoba, presenciada por Graciliano
em sua infância.

Produção de um filme TEMA 2

Essa oficina propõe aos estudantes que, com base no RECURSOS NECESSÁRIOS
que foi visto nesta Unidade, criem um curta-metragem.
r Equipamento para gravação de
Para isso, professor, seu papel é fundamental na orien- vídeo
tação das fases a serem seguidas e na escolha dos mate- r Vídeo Da literatura ao cinema (Lín-
gua Portuguesa – Volume 4)
riais que eles vão usar para a montagem do cenário, para
a gravação do vídeo etc. Durante a realização, você pode
propor aos estudantes que reflitam sobre como atua e o que faz cada um dos profissionais
envolvidos na criação de um filme. Em seguida, peça que eles se dividam, distribuindo as
tarefas: quem trabalhará com o som, com o figurino, com a iluminação, quem será roteirista,
produtor, diretor, ator, maquiador etc.

Uma sugestão é que você verifique se há na escola algum tipo de suporte para gravar o
vídeo: pode ser uma câmera fotográfica que tenha essa função ou um aparelho celular, que
pode ser de um dos estudantes. Nesse último caso, o dono do aparelho pode ficar responsável
pela gravação. É interessante que eles encenem e gravem em sala de aula, mas que, depois de
pronto, o vídeo possa ser exibido para o grupo todo.

Professor, você pode propor que os estudantes assistam ao vídeo Da literatura ao cinema,
de Língua Portuguesa. Seu tema é a transformação de um texto literário para a linguagem do
cinema. Pode ser uma boa ferramenta para que os estudantes possam, em vez de inventar
uma história, trabalhar com algum conto e adaptá-lo para o filme que produzirão.

VOLUME 4 87

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Os filmes dos Irmãos Lumière TEMA 1

Uma possibilidade é apresentar ao estudante, se RECURSO NECESSÁRIO


possível, o site do Institut Lumière. Nele, estão dis-
r Site do Institut Lumière. Disponível em:
poníveis cenas clássicas do cinema, como a saída <http://www.institut-lumiere.org>
(acesso em: 21 maio 2014)
dos operários de uma fábrica. No menu lateral,
basta clicar no link “Patrimoine Lumière” (Patrimônio
Lumière, em português) e, depois, em “La première séance” (A primeira sessão).

Você pode fazer perguntas aos estudantes sobre estas cenas. Uma sugestão é pedir que
ele imagine como foi a reação do público, que não estava habituado ao cinema – imagem em
movimento – quando viram a cena composta por inúmeras pessoas saindo de uma fábrica.

Esta atividade é mais uma forma de ampliar o repertório histórico e artístico do estudante.

Os filmes de Georges Méliès TEMA 1

Esta atividade, que visa ampliar o repertório RECURSOS NECESSÁRIOS


artístico do estudante, propõe uma “Sessão de cinema
r Filme Uma sessão Méliès (direção de
Georges Méliès”. Além do filme Uma sessão Méliès, há George Méliès, França, 1898-1909. 60 min)
alguns filmes desse cineasta disponíveis na inter- r Filme A invenção de Hugo Cabret (direção de

net. Eles são curtos e procuram contar narrativas Martin Scorsese, EUA, 2011. 128 min) opcional
r Site Museu da Imagem e do Som (MIS).
com o uso de diversos efeitos pirotécnicos criados
Disponível em: <http://www.mis-sp.org.
pelo próprio cineasta. br> (acesso em: 21 maio 2014) opcional

Para aprofundar as informações acerca de


Georges Méliès, é interessante acessar o site do Museu da Imagem e do Som (MIS), que apre-
sentou a exposição Georges Méliès, o mágico do cinema, realizada em 2012, em São Paulo (SP).

Você pode, ainda, assistir com o estudante ao filme A invenção de Hugo Cabret, que, a partir
da história de uma criança órfã, traz o personagem Georges Méliès para o centro da trama.

A produção cinematográfica no Brasil TEMA 2

Se considerar interessante, uma sugestão é problematizar com os estudantes o apoio à pro-


dução cinematográfica brasileira e fomentar o debate sobre o apoio público à cultura no Brasil.
Uma pesquisa sobre quantos filmes brasileiros estão em cartaz nos principais cinemas do País,
no momento, pode ser um bom ponto de partida. No Momento cidadania do Caderno do Estudante
(Volume 4, Unidade 2, Tema 2), o estudante conheceu a Lei do Audiovisual que pode ser resga-
tada nesta atividade. Ademais, há outras leis que incentivam e regulamentam o cinema no País,
como a Lei federal no 12.485, de 12 de setembro de 2011, conhecida como “Lei da TV paga”.

88 VOLUME 4

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Além disso, é importante considerar que há municípios no interior paulista que voltaram
sua atenção para a produção cultural, cujos resultados também podem ser investigados pelo
grupo. Este é o caso de Paulínea, por exemplo, que promove, desde 2008, um festival de cinema
que movimenta toda a cidade. Se em sua cidade houver eventos semelhantes, que destacam a
produção cinematográfica, vale a pena propor uma pesquisa.

Cinema: uma arte do século XX TEMA 2

Você pode assistir com o estudante ao vídeo Cinema: uma arte do século XX.
Nesse vídeo conta-se brevemente a história do cinema e são apresentados cenas de filmes
e diretores internacionais e nacionais, muitos deles citados no Caderno do Estudante. Além
disso, o vídeo trata dos bastidores do cinema, destacando a montagem, a produção sonora e de
roteiro, e a direção de arte e fotografia. Uma possibilidade é retomá-lo em inúmeros momentos
da Unidade, para ilustrar alguns dos Temas. A seguir, há uma sugestão de roteiro que pode ser
discutido com o estudante após a exibição do vídeo.

Sugestão de roteiro para exploração do vídeo

r O que mais chamou sua atenção com relação às imagens desse vídeo? Você conhece os
filmes apresentados?

r Qual explicação a especialista dá justificando o motivo pelo qual as pessoas se confun-


dem com a história do filme no cinema?

r Quais as diferenças entre assistir a um filme em casa e no cinema?

r Quando o cinema passou a ser considerado arte?

r Qual a característica do cinema que o difere da literatura? E do teatro?

r Qual a principal característica da montagem?

r David Griffith foi considerado um grande inovador no cinema. Por quê?

r Você acha que, após esse vídeo, você assistirá aos filmes de forma diferente? Por quê?

Para professores
Textos

AGÊNCIA Nacional do Cinema (Ancine). Tire suas dúvidas sobre a lei da TV paga. Disponível
em: <http://www.ancine.gov.br/faq-lei-da-tv-paga>. Acesso em: 21 maio 2014.

VOLUME 4 89

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9 05/09/14 16:26
05/0
ALVES, Giovanni. Tela crítica: a metodologia. São Paulo: Praxis, 2010.

. Trabalho e cinema: o mundo do trabalho através do cinema. São Paulo: Praxis, 2006, 2007,
2010. 3 v.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos.


São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

DUARTE, Rosália. Cinema e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

FIGUEIREDO, Marcela. Giovanni Alves “O cinema é a única arte capaz de nos envolver de forma
radical, tocar, inclusive, no núcleo humano”. Boletim NPC. Entrevistas. Disponível em: <http://
www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=2129&topico=Entrevistas>. Acesso
em: 21 maio 2014.

KEMP, Philip; FRAYLING, Christopher. Tudo sobre cinema. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.

KLACHQUIN, Carlos. O som no cinema. Associação Brasileira de Cinematografia (ABC), 1º jun.


2010. Disponível em: <http://www.abcine.org.br/artigos/?id=121&/o-som-no-cinema>. Acesso
em: 21 maio 2014.

MUSEU da Imagem e do Som (MIS). Georges Méliès, o mágico do cinema. Disponível em: <http://
mis-sp.org.br/icox/icox.php?mdl=mis&op=programacao_interna&id_event=1024>. Acesso em:
21 maio 2014.

MUSEU de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP). Expressionismo


alemão. Disponível em: <http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo1/
expressionismo/exp_alemao/index.html>. Acesso em: 21 maio 2014.

O DESENHO NA ILUSTRAÇÃO E NA
UNIDADE 3
HISTÓRIA EM QUADRINHOS

Produzindo tirinhas TEMA 2

Esta oficina tem como objetivo que os estudantes produ- RECURSOS NECESSÁRIOS
zam tirinhas. Para tanto, uma parceria com o professor de
r Tirinha de jornal
Língua Portuguesa pode ser interessante. Você pode pedir
r Revistas
inicialmente a eles que recortem algumas tirinhas de jornal r Tesoura
para que possam manipulá-las e trocá-las entre si. r Cola
r Lápis de cor, lápis grafite, giz de
Vale lembrar que, muitas vezes, a tirinha problematiza cera, canetinha etc.
alguma situação da vida das pessoas. A proposta é que o r Computador opcional

90 VOLUME 4

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tema para esta produção sejam as atividades profissionais. Sugere-se aos estudantes que, antes
de produzirem a tirinha, eles escolham a dificuldade ou peculiaridade de determinada profissão
que querem retratar, bem como a técnica que utilizarão.

O ideal, professor, é que eles desenhem. No entanto, se perceber que os estudantes não se
sentem confortáveis para isso, uma possibilidade é usarem recortes de jornais e revistas para
uma montagem. Eles podem inserir balões de fala, onomatopeias e completar as imagens
recortadas com desenhos à mão, para indicar movimento e outros efeitos.

Ao final da atividade, é fundamental que seja feito um balanço com o turma sobre as difi-
culdades e facilidades encontradas para produzir as tirinhas. Dessa forma, você pode ter mais
elementos para aprofundar o debate e identificar quais são as principais dificuldades da turma.

A seguir, no procedimento, há as orientações direcionadas aos estudantes de como essa


oficina pode ser encaminhada.

Procedimento para construção de tirinha

r Pense em situações que tratem de dificuldades e peculiaridades de alguma atividade


profissional.

r Definida a situação a ser representada.

r Reflita acerca das possíveis maneiras de representar essa situação. Podem ser incluídas
colagens e balões de fala.

r Produza a cena em forma de tirinha.

Algumas questões podem ser apresentadas antes da atividade prática aos estudantes para
ajudá-los nessa reflexão:

r Quem será(ão) o(s) personagem(ns)?

r Haverá falas? Caso haja mais de um personagem, haverá diálogo entre eles?

r Como será o cenário?

r Que objetivo você quer atingir com a tirinha: gerar uma reflexão de maneira mais séria
ou mais cômica?

r Quais recursos você pode utilizar para alcançar esse objetivo? Escolha os materiais com
os quais se sinta mais à vontade para trabalhar: lápis, grafite, lápis de cor, giz de cera,
canetinha etc. Além do desenho, você também pode usar imagens de revistas e jornais
para produzir montagens com diálogos, onomatopeias etc. Ou ainda, se tiver acesso a um
computador, pode criar uma tirinha usando tecnologia digital. Apresente sua tirinha para
os colegas, explicando por que escolheu determinada situação.

VOLUME 4 91

BOOK_ARTE_CP.indb 91 05/09/14 16:27


Ao final, os estudantes podem organizar com os demais participantes do CEEJA uma cole-
tânea de tirinhas para expor os trabalhos no espaço onde ocorre a oficina, a fim de que todos
possam apreciar a produção da turma.

Ilustrações de Aldemir Martins para Vidas secas TEMA 2

Aldemir Martins foi um artista plástico que ilustrou o livro Vidas secas de Graciliano Ramos.
Esta atividade propõe uma análise dos desenhos desse artista para essa obra da literatura bra-
sileira. Estes desenhos podem ser encontrados em sites de busca na internet.

Você pode ainda retomar a Unidade 2 do Caderno do Estudante (Volume 4, Tema 2) e relem-
brar os fotogramas sobre a morte da cachorra Baleia.

O desenho e sua expressão TEMA 1

Esse vídeo conta brevemente a história do desenho e mostra como ele se apresenta no coti-
diano. Além disso, mostra exercícios que podem ser aplicados em sala de aula, como o desenho
de ponto, linha e plano, e desenho cego. Você pode propor a exibição do vídeo fazendo pausas
ao longo da apresentação.

Para professores

Textos

CALDAS, Raoni Naraoka de. Estudo linguístico comparativo sobre onomatopeias em his-
tórias em quadrinhos: português/alemão. Pandaemonium Germanicum, São Paulo, dez. 2011,
n. 18, p. 153-184. Disponível em: <http://revistas.usp.br/pg/article/view/38119>. Acesso em:
21 maio 2014.

CARUSO, Francisco; SILVEIRA, Cristina. Quadrinhos para a cidadania. História, Ciências, Saúde
– Manguinhos, Rio de Janeiro, jan./mar. 2009, v. 16, n. 1. Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702009000100013&lng=pt&nrm=iso>. Acesso
em: 21 maio 2014.

EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

92 VOLUME 4

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dd 92 10/09/14 17:39
10/0
EUGÊNIO, Alisson. Ilustração, escravidão e as condições de saúde dos escravos no Novo
Mundo. Varia História, Belo Horizonte, jan./jun. 2009, v. 25, n. 41. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0104-87752009000100012&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em: 21 maio 2014.

FLORES, Onici Claro. A leitura da charge. Canoas: Ulbra, 2002.

HALL, Andrew. Fundamentos essenciais da ilustração. São Paulo: Rosari, 2012.

HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil: sua história. São Paulo: Edusp, 2005.

LOYN, Henry (Org.). Dicionário da Idade Média. Trad. de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

MARTINS, Ana Luiza. Da fantasia à História: folheando páginas revisteiras. História (São
Paulo), Franca, 2003, v. 22, n. 1. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0101-90742003000100003&lng=pt &nrm=iso>. Acesso em: 21 maio 2014.

UNIDADE 4 A ARTE DE CRIAR TRIDIMENSIONALMENTE

Produção de escultura em argila TEMA 2

Nesta oficina, propõe-se aos estudantes que pro- RECURSOS NECESSÁRIOS


duzam escultura em argila. É importante orientá-los
r Argila
sobre como utilizar o material, ajudando-os a dosar
r Instrumentos para modelagem e
a quantidade de água usada na mistura. Eles podem acabamento, como palitos de dente
ou sorvete, lixa, palha de aço etc.
ainda utilizar, caso haja na escola, ferramentas de
r Recipiente com água
trabalho para argila ou então fabricar a própria ferra-
menta, como uma estaca ou uma ferramenta feita de
arame. Dependendo da escultura, os estudantes podem pensar em uma armação para sus-
tentar a argila a ser modelada. Uma sugestão é utilizar um suporte de arame ou mesmo uma
garrafa conforme o trabalho a ser desenvolvido.

Depois da secagem, o ideal é “queimar” as esculturas produzidas. No entanto, fornos que


fazem esse tipo de cozimento são especiais, pois a temperatura atingida é muito superior às
do forno de cozinha doméstico. Se você souber de algum lugar que disponibilize esse tipo de
forno, poderia, além de levar as peças para queimar, levar também os estudantes para conhe-
cê-lo. A experiência pode ser muito interessante.

Veja a seguir uma sugestão de etapas, dirigidas aos estudantes para a execução de uma
escultura.

VOLUME 4 93

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Procedimento para fazer escultura

r Para facilitar o processo, faça um esboço de sua escultura, ou seja, um desenho de como
você a imagina antes de produzi-la.

r Modele a escultura. Ao trabalhar a argila, se for necessário, molhe os dedos em água


para tornar a argila maleável. A água também serve para juntar partes ou fazer acaba-
mento. Deve-se tomar muito cuidado, no entanto, para que não haja água em excesso.

r Em seguida, você pode utilizar palitos de dente ou de sorvete para fazer detalhes.

r Deixe sua escultura secar lentamente, de preferência coberta com um plástico ou pano
umedecido.

r Ao final, se considerar pertinente, use lixa ou palha de aço para dar textura à escultura.
Você pode escolher se quer uma textura lisa ou grossa, e o resultado depende da lixa sele-
cionada e do modo como usá-la. Você também pode deixar as marcas de seus dedos na
argila, como muitos artistas fazem.

r Dê um título à sua escultura.

Ao final da oficina, seria importante garantir um momento em que os estudantes possam


apresentar suas esculturas ao grupo. Você poderá instigá-los a refletir sobre como os colegas
compreenderam a obra uns dos outros.

Depois, você pode incentivar cada um deles a contar o porquê da escolha do tema e o que
o inspirou nessa criação. Além disso, é interessante que eles percebam como os colegas ava-
liam o trabalho que produziram e que também exponham as próprias ideias sobre a criação
dos colegas.

Caso seja possível, organize uma exposição e a criação de um catálogo das obras dos estu-
dantes. É interessante que eles tenham fotos das obras com pequenos textos elaborados pelos
próprios criadores ou ainda pelos demais estudantes, propondo uma dinâmica sobre as diver-
sas interpretações que uma mesma obra pode ter.

Construção, uma forma de produzir escultura TEMA 2

O objetivo deste exercício é ampliar o olhar do estudante sobre esculturas produzidas


mediante a construção utilizando objetos. No Tema 2 da Unidade 4, foram estudados os artis-
tas Arthur Bispo do Rosário, Tony Cragg e Mircea Cantor. Você pode propor uma atividade de
análise dessas obras, sob a perspectiva de sua produção.

94 VOLUME 4

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Algumas perguntas que podem orientar a atividade:

r Quais materiais foram utilizados em cada uma das obras?

r Como pode ter sido feita a junção desses materiais?

r Quais sensações essas obras despertam em você? Por quê?

Se você fosse produzir uma obra por meio da construção com objetos, o que faria? Por quê?
Quais materiais utilizaria? Por quê?

Você pode ainda propor uma reflexão para aqueles estudantes que cursaram o 8 o ano sobre
as produções contemporâneas estudadas no Volume 3.

Para professores

Textos

BAY, Dora Maria Dutra. Véio. In: MARTINS, Mirian C.; Picosque, Gisa (Coord.). DVDteca Arte na
Escola – Material educativo para professor-propositor, n. 66. São Paulo: Instituto Arte na Escola,
2006. Disponível em: <http://artenaescola.org.br/uploads/dvdteca/pdf/arq_pdf_49.pdf>. Acesso
em: 21 maio 2014.

BONECAS de cerâmica revelam patrimônio imaterial dos Karajá. Labjor. Campinas: Unicamp,
17 abr. 2006. Disponível em: <http://www.labjor.unicamp.br/midiaciencia/article.php3?id_
article=215>. Acesso em: 21 maio 2014.

CANTON, Katia. Escultura aventura. São Paulo: DCL, 2004.

DIAS, Maria Heloísa Martins. Escultura poética ou poema-escultura? Espéculo. Revista


de estudios literarios, Madri: Universidad Complutense de Madrid, 2007. Disponível em:
<http://pendientedemigracion.ucm.es/info/especulo/numero37/escultu.html>. Acesso em:
21 maio 2014.

ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural. Cerâmica. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/


termo4849/ceramica>. Acesso em: 21 maio 2014.

FUNDAÇÃO Bienal de São Paulo. 30a Bienal – A iminência das poéticas. Material educativo. Caderno
do Professor. Disponível em: <http://www.emnomedosartistas.org.br/30bienal/pt/educativo/
Documents/30a-material_educativo-internet-livreto.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2014.

HIDALGO, Luciana. As artes de Arthur Bispo do Rosário. Mente Cérebro, set. 2009. Artigos.
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/as_artes_de_arthur_bispo_do_
rosario.html>. Acesso em: 21 maio 2014.

VOLUME 4 95

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5 05/09/14 16:27
05/0
HOFFMANN, Bruno. Arthur Bispo do Rosário: a dois metros do chão. Brasil – Almanaque de
Cultura Popular. Disponível em: <http://www.almanaquebrasil.com.br/personalidades-
arte/9730-arthur-bispo-do-rosario.html>. Acesso em: 21 maio 2014.

MACHADO, Regina Coeli Vieira. Artesanato do barro. Pesquisa escolar online, Fundação Joaquim
Nabuco, Recife, 14 set. 2007. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/
index.php?option=com_content&view=article&id=350&Itemid=180>. Acesso em: 21 maio 2014.

Programa de TV

REPÓRTER ECO. TV Cultura. Antônio da Silva – artista da reciclagem. Entrevista concedida à TV


Cultura. Exibido em 1o jul. 2012. Disponível em: <http://tvcultura.cmais.com.br/reportereco/
reporter-eco-01-07-2012-antonio-da-silva-artista-da-reciclagem>. Acesso em: 21 maio 2014.

Site

TONY Cragg. Disponível em: <http://www.tony-cragg.com>. Acesso em: 21 maio 2014.

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Você também pode gostar