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CADERNO DO PROFESSOR
E N S I N O M é dio
Nos Cadernos do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho/CEEJA são
indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos
apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram
verificados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria
de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados
permaneçam acessíveis ou inalterados após a data de consulta impressa neste material.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que
não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
1. Física – Estudo e ensino. 2. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Médio. 3. Modalidade
Semipresencial. I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. II.
Secretaria da Educação. III. Título.
CDD: 372.5
FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262
Geraldo Alckmin
Governador
Cláudio Valverde
Secretário-Adjunto
Maurício Juvenal
Chefe de Gabinete
Secretaria da Educação
Herman Voorwald
Secretário
Vídeos: Cristiane Ballerini Roberto Giansanti e Silas Martins Junqueira; História: Denise
Mendes e Márcia Juliana Santos; Inglês: Eduardo Portela;
Equipe Técnica e Pedagógica Língua Portuguesa: Claudio Bazzoni, Giulia Murakami
Ana Paula Alves de Lavos, Carlos Ricardo Bifi, Elen Cristina Mendonça e Kátia Lomba Brakling; Matemática: Antonio José
S. K. Vaz Döppenschmitt, Emily Hozokawa Dias, Fabiana Lopes; Química: Olímpio Salgado; Sociologia: Dilma Fabri Marão
de Cássia Rodrigues, Fernando Manzieri Heder, Herbert Pichoneri e Selma Borghi Venco
Mauro de Mesquita Spínola Leitão, Cláudia Letícia Vendrame Santos, David dos Santos
Presidente da Diretoria Executiva Silva, Eloiza Mendes Lopes, Érika Domingues do Nascimento,
Fernanda Brito Bincoletto, Flávia Beraldo Ferrare, Jean Kleber
José Joaquim do Amaral Ferreira
Silva, Leonardo Gonçalves, Lorena Vita Ferreira, Lucas Puntel
Vice-Presidente da Diretoria Executiva
Carrasco, Luiza Thebas, Mainã Greeb Vicente, Marcus Ecclissi,
Gestão de Tecnologias em Educação Maria Inez de Souza, Mariana Padoan, Natália Kessuani Bego
Maurício, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Pedro
Direção da Área
Carvalho, Polyanna Costa, Priscila Risso, Raquel Benchimol
Guilherme Ary Plonski
Rosenthal, Tatiana F. Souza, Tatiana Pavanelli Valsi, Thaís Nori
Coordenação Executiva do Projeto Cornetta, Thamires Carolline Balog de Mattos e Vanessa Bianco
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Felix de Oliveira
Gestão Editorial Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Natália
Secretaria da Educação
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
sumário
Apresentação 9
A escolarização de jovens e adultos no Brasil e no Estado de São Paulo 11
Princípios e concepções do Programa 14
O mundo do trabalho como eixo integrador
Levantamento de conhecimentos prévios
Problematização e contextualização
Orientação de estudos na Educação de Jovens e Adultos
Por que aprender a ler textos longos e difíceis?
Física 31
Orientações gerais 34
Volume 1 35
Volume 2 53
Volume 3 68
Roteiros para exploração dos vídeos do Programa 82
7
Apresentação
Este Caderno do Professor compõe os materiais didáticos do Programa Educação de Jovens e Adul-
tos (EJA) – Mundo do Trabalho, produzidos especialmente para os Centros Estaduais de Educação de
Jovens e Adultos (CEEJAs). Além dele, você está recebendo os materiais destinados aos estudantes: os
três Volumes do Caderno do Estudante, os vídeos que complementam e problematizam os conteúdos
abordados nos Cadernos e, também, os dois vídeos de Orientação de estudo.
Esses materiais foram elaborados para atender a uma justa e antiga reivindicação de profes-
sores, estudantes e sociedade em geral: poder contar com materiais de apoio específicos para os
estudos desse segmento.
Afinal, você que atua nessa modalidade de ensino sabe que estudar na idade adulta demanda
maior esforço, dado o acúmulo de responsabilidades (trabalho, família, atividades domésticas etc.),
e que o ato de estar diariamente em uma escola é, muitas vezes, um obstáculo para a retomada dos
estudos, sobretudo devido à dificuldade de se conciliar estudo e trabalho. Nesse contexto, os CEEJAs
têm se constituído em uma alternativa para garantir o direito à educação aos que não conseguem
frequentar regularmente a escola, tendo, assim, a opção de realizar um curso com presença flexível.
No entanto, propor um material didático para esse contexto é um desafio. Por isso, buscou-se
estabelecer uma maior interlocução com os estudantes, favorecendo um diálogo mais claro e aces-
sível, a fim de provocá-los e, ao mesmo tempo, estimulá-los a estudar, sem banalizar os conteú-
dos desenvolvidos. Além disso, procurou-se favorecer um ensino emancipador, um dos principais
objetivos do Programa. Para tanto, considerou-se necessário ampliar significativamente o grau de
autonomia dos estudantes, de modo a contribuir com a formação de sujeitos críticos que leiam o
mundo e nele ajam, transformando-o, como apontava Paulo Freire em Pedagogia do oprimido (1970).
Assim, para facilitar os momentos de estudo, os Cadernos são consumíveis, o que permitirá aos
estudantes ter espaço para realização da maior parte das atividades – e também possibilitará a você um
maior acompanhamento do percurso de aprendizagem de cada estudante.
Os Cadernos foram organizados em Unidades, cada uma delas dividida em diferentes Temas.
Foram também criadas seções para favorecer o autoestudo e, ao mesmo tempo, possibilitar a
concretização dos princípios metodológicos do Programa, como levantamento de conhecimen-
tos prévios, contextualização, problematização e desenvolvimento de procedimentos de estudo,
entre outros.
Além disso, para ajudar os estudantes a compreender melhor alguns dos assuntos tratados nos
Cadernos das diferentes disciplinas, todos os Volumes contam com vídeos produzidos especial-
mente para o Programa, que explicam, exemplificam e ampliam os conteúdos tratados no material
impresso, sendo um importante recurso didático.
Este Caderno do Professor, por sua vez, foi planejado com o intuito de apoiar a organização
do seu trabalho pedagógico no CEEJA. As orientações propostas visam contemplar os momen-
tos em que os estudantes procuram o CEEJA para esclarecer dúvidas ou participar de atividades
programadas. Aqui, você encontrará orientações e sugestões específicas para cada um dos Volumes
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do Caderno do Estudante, organizadas nas seguintes seções: Oficinas, Atividades complementares,
Recursos para ampliar a compreensão dos temas e Roteiros para exploração dos vídeos do Programa.
Além disso, é importante que você conheça os objetivos e os conteúdos desenvolvidos nos
Cadernos do Estudante, bem como o teor dos vídeos que os acompanham, de modo a melhor pla-
nejar sua atuação.
O Programa EJA – Mundo do Trabalho conta ainda com um site exclusivo, que você poderá visitar
sempre que desejar: <http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br>. Nele, além de informações sobre
o Programa, você acessa os Cadernos do Estudante, os Cadernos do Professor e os vídeos de todas as
disciplinas do Ensino Fundamental – Anos Finais, ao clicar na aba Conteúdo CEEJA. Lá também estão
disponíveis os vídeos de Trabalho, que abordam temas bastante significativos para jovens e adultos;
para encontrá-los, basta clicar na aba Conteúdo EJA. No site, você tem acesso ainda à Sala dos Pro-
fessores, um espaço virtual no qual pode postar comentários e dúvidas, além de compartilhar suas
experiências com outros docentes desse segmento.
Bom trabalho!
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A escolarização de jovens e adultos no Brasil
e no Estado de São Paulo
Os dados relativos à escolarização no Brasil e no Estado de São Paulo mostram que ainda
há muito por avançar no tocante à Educação de Jovens e Adultos (EJA). As Pesquisas nacionais
por amostra de domicílio (PNAD, 1997, 2011, 2012) apontam que a taxa de analfabetismo entre
pessoas de 15 anos ou mais no Brasil diminuiu entre 1997 e 2011 (de 14,7% para 8,4%, respecti-
vamente). No entanto, em 2012, essa taxa subiu para 8,5%, indicando um aumento de 300 mil
novos analfabetos em relação à pesquisa de 2011.
No que diz respeito ao Estado de São Paulo, dados da PNAD 2012 – compilados pela Secreta-
ria de Planejamento e Desenvolvimento Regional e veiculados pela Fundação Sistema Estadual
de Análise de Dados (Seade) – indicam que 3,81% da população com 15 anos ou mais ainda
está em condições de analfabetismo, embora esse porcentual tenha sido reduzido em relação
a 2007, quando a taxa encontrava-se em 4,61%. Em relação aos anos de escolaridade, 34,83%
da população com 25 anos ou mais tem no máximo oito anos de estudo, e apenas 69,50% da
população de 18 a 24 anos concluiu o Ensino Médio.
Por que isso acontece? Antes de se abordar diretamente a questão da Educação, é impor-
tante falar da formação social do Brasil e de seus desdobramentos na construção de uma
desigualdade social profunda. A síntese descrita por Gilberto Freyre em Casa-grande e senzala
(1933) ilustra parcialmente a relação de subordinação que esteve presente em nossa história
– posto que o autor acreditava haver uma relação afetiva entre senhor e escravo. A dimensão
da escravidão é um elemento diferencial entre os povos e carrega, ao longo de sua história,
desdobramentos que provocam diferenciações entre os iguais. Os dados do Censo nacional de
1890, por exemplo, apontavam que 82,63% da população com mais de 5 anos era analfabeta e,
em 1950, essa taxa ainda era de 57,2% (Paiva, 1990).
Partindo dessa compreensão, é possível apoiar-se em Álvaro Vieira Pinto (1983), que afirma ser
equivocado considerar os estudantes jovens e adultos como pessoas sem capacidade, desinteres-
sados, maldotados ou preguiçosos, marginalizando-os cada vez mais. Ao contrário, é preciso reco-
nhecer esses estudantes como seres produtores e portadores de ideias e conhecimentos valiosos.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, asse-
gurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria.
11
No entanto, ainda antes da consolidação da Constituição Federal de 1988, nos anos 1970,
com a Lei federal no 5.692/71, que instituiu o Ensino Supletivo no País, a possibilidade de um
trabalho mais específico passou a ser desenhada para o público da EJA. Foi naquele momento
histórico que se consolidou a criação dos Centros de Estudos Supletivos, ou Centros de Educa-
ção Supletiva, também denominados Núcleos Avançados de Estudos Supletivos. O Estado de
São Paulo optou pela denominação Centro Estadual de Educação Supletiva (CEES).
Contudo, segundo Rita de Cássia Morete (2010), naquele período, pela demanda da mesma
lei, enquanto o número de salas do Ensino Fundamental era ampliado, contraditoriamente,
o ensino de adultos era reduzido drasticamente no que dizia respeito ao atendimento à
demanda, uma vez que o ensino para o público da EJA poderia ser organizado de diversas for-
mas e em diferentes modalidades. Assim, na tentativa de atender as necessidades e expectati-
vas de um público que, por vezes, tem pressa – porque não obter a certificação de escolaridade
em um curto período pode significar, para um trabalhador, a demissão ou, se desempregado,
a dificuldade de concorrer a um posto de trabalho –, entre 1971 e 1976 ofereceram-se diversas
modalidades a esse público, criando-se, inclusive, o Serviço de Ensino Supletivo em 1976.
No que diz respeito ao Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA), o projeto
de implementação aconteceu também em 1976, sendo que as atividades iniciaram-se apenas
em 1981, nas dependências do Centro Estadual de Educação Supletiva Dona Clara Mantelli, no
município de São Paulo (Morete, 2010).
A LDB garante, portanto, uma modalidade de estudo organizada de forma modular, semi-
presencial e individualizada, tal como a proposta dos CEEJAs, uma vez que, em sua maioria,
os estudantes que frequentam essa modalidade de ensino são de uma realidade diferenciada
da vivida por aqueles que se mantiveram no ensino regular. Um dos elementos mais fortes de
diferenciação é o fato de estarem inseridos, de alguma maneira, no mundo do trabalho – e, para
grande parte deles, essa é a questão central que os pressiona e os desafia por diversas razões,
das quais a mais objetiva é a sobrevivência, ainda que não seja a única: persistência por uma
vida melhor e valorização da vida também perpassam a trajetória de cada estudante.
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Em outras palavras, concebe-se neste Programa uma modalidade de ensino pautada no diá-
logo reflexivo e crítico, pelo respeito e pela valorização da cultura dos estudantes, assim como
pelo reconhecimento deles como pessoas com capacidade intelectual e direito à educação for-
mal. Compreende-se, portanto, que cada estudante é sujeito de seu processo de aprendizagem.
Nos momentos presenciais, será necessário dialogar com os estudantes e favorecer as condições
necessárias para que eles possam construir o conhecimento de forma analítica e sistematizada.
Com a Resolução SE no 3/2010, foram estabelecidas normas para a organização dos cursos de
EJA, confirmadas, posteriormente, pela nova LDB (2013). Os CEEJAs deveriam, a partir de então,
adotar materiais didáticos que atendessem às Propostas Curriculares dos cursos de Ensino
Fundamental e Médio da rede pública regular do Estado de São Paulo, garantindo o desenvol-
vimento efetivo do currículo oficial.
Assim como para outros segmentos da Educação, é essencial saber quem são esses estu-
dantes, como vivem e quais seus conhecimentos, para que o planejamento possa considerar
interesses e vivências, e para que eles próprios se conheçam e se reconheçam, construindo sua
identidade individual e de grupo. No caso do CEEJA, esse mapeamento é necessário para que
os estudantes possam identificar as próprias experiências e conhecimentos prévios, uma vez
que o estudo deverá ser autoinstrutivo, estabelecendo estratégias de confronto entre os conhe-
cimentos já construídos e os novos, que farão mais sentido quando articulados ao cotidiano
dos jovens e adultos.
Acredita-se, portanto, que este Programa possa contribuir para que os estudantes jovens e
adultos valorizem e reexaminem sua vivência e seu olhar sobre a realidade, e também com-
partilhem sua cultura e origem, com abertura para romper preconceitos.
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Princípios e concepções do Programa
É por esses motivos que, sem negar a dinâmica das diversas áreas de conhecimento,
mas procurando não encerrá-las em compartimentos separados, este Programa propõe o
“mundo do trabalho” como eixo integrador dos conteúdos, a fim de facilitar a compreensão
dos temas desenvolvidos e favorecer uma visão não estanque entre os conteúdos e a vida de
cada estudante, como possibilidade de motivação e articulação que provoca novas relações
entre diferentes dimensões e conhecimentos.
Nessa direção, o currículo do Programa, proposto originalmente para utilização na EJA pre-
sencial, conta inclusive com a disciplina Trabalho. Essa opção foi feita com o intuito de estreitar
o diálogo entre Educação e trabalho, não em uma perspectiva pragmática e utilitarista, mas
reflexiva e crítica. O objetivo central dessa escolha foi o de considerar as expectativas e os inte-
resses de jovens em busca do primeiro emprego ou de adultos que desejam encontrar um novo
emprego, manter seu posto de trabalho ou mesmo procurar uma recolocação profissional. Para
tanto, os materiais abordam temas como direitos relacionados ao trabalho, previdência social,
tecnologia e trabalho, inserção da mulher no mercado de trabalho, trabalho por conta própria,
saúde e trabalho, assédio moral, sindicalismos e estratégias relativas à busca de um emprego,
entre outras temáticas de extrema significância para se entender as transformações no mundo
do trabalho e que permeiam o cotidiano dos estudantes da EJA.
Assim, embora a grade curricular para os CEEJAs não contemple tal disciplina, o conteúdo foi
desenvolvido de forma interdisciplinar, considerando-se os vínculos e as convergências com os
demais campos do conhecimento. Alguns temas, bem como a indicação de vídeos sobre trabalho,
foram incluídos nas disciplinas que compõem o currículo dos CEEJAs. Além disso, os Cadernos e
vídeos produzidos para a EJA presencial podem ser acessados na íntegra pelo site do Programa.
A sugestão é que essas temáticas possam ser desenvolvidas, por exemplo, em oficinas
ministradas por professores de diferentes disciplinas, o que pode motivar os estudantes a fre-
quentarem o CEEJA mais assiduamente.
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Para você, professor, o acesso a esse conhecimento permite orientar e ajustar adequa-
damente sua intervenção pedagógica, tanto no que diz respeito à seleção de conteúdos e
atividades como à proposição de grupos de trabalho em que os estudantes possam também
aprender uns com os outros – quando se realiza uma oficina no CEEJA ou mesmo nos momen-
tos em que os estudantes o procuram para sanar dúvidas. Conhecer o que já sabem antes de
se propor uma atividade complementar propiciará boas situações de aprendizagem para que
eles avancem.
Os estudantes da EJA, de modo geral, desconhecem o quanto já sabem, em razão dos inúme-
ros percalços vividos nas trajetórias escolar e pessoal; por isso, é fundamental legitimar as expe-
riências e os conhecimentos construídos pelos estudantes jovens e adultos ao longo da vida. A
legitimação dos conhecimentos ocorre na medida em que esses são considerados, respeitados e
valorizados em sala de aula, de forma intencional e sistemática. Por isso a importância da seção
O que você já sabe?, que inicia cada um dos Temas do Caderno do Estudante.
Problematização e contextualização
A problematização e a contextualização são princípios essenciais de todo e qualquer pro-
cesso de ensino e aprendizagem. Pelo fato de os estudantes dos CEEJAs não poderem contar
com seu apoio direto, professor, faz-se ainda mais necessário que o próprio material procure
favorecer a construção de novos sentidos e motivar esses estudantes. Por essa razão, o mate-
rial produzido busca dialogar com a realidade e as necessidades desses jovens e adultos, para
que eles se percebam como sujeitos autônomos nesse processo, estabelecendo relações entre
a vida cotidiana e o que estão estudando.
A problematização dos conteúdos tem papel fundamental na relação entre teoria e prática, bem
como no diálogo com a visão de mundo e com os interesses dos estudantes. O cotidiano, muitas
vezes percebido apenas como recurso para ilustrar uma informação, é objeto de estudo fundamen-
tal, porque somente com base em uma reflexão sobre a realidade é possível transformá-la.
A contextualização, por sua vez, tem relação direta com a problematização, visto não ser
possível problematizar nenhum conteúdo sem que ele seja contextualizado. O tratamento con-
textualizado do conhecimento é uma opção metodológica importante para que os estudantes
possam ter um papel verdadeiramente ativo em seu processo de aprendizagem.
Professor, sempre que possível, tanto nas oficinas como nos encontros presenciais, procure
propiciar momentos específicos nos quais os estudantes possam expressar conhecimentos, opi-
niões, dúvidas e experiências, de modo que a problematização e a contextualização realizadas
por você possam fomentar o interesse dos estudantes. Nessa perspectiva, é importante que eles
se sintam acolhidos e à vontade nos momentos em que forem ao CEEJA, para que percebam que,
no espaço escolar, eles têm vez e voz, e que são reconhecidos como cidadãos plenos.
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e adultos dos CEEJAs se apropriem de instrumentos essenciais para a construção de conhe-
cimentos que ampliem seu grau de autonomia. Essas aprendizagens que envolvem o ato de
estudar são importantes nessa direção.
Para tanto, é fundamental ao processo educativo levar em conta as especificidades dos estudan-
tes dessa modalidade de ensino, conhecendo e considerando a trajetória de vida desses jovens e
adultos – e compreendendo-as no contexto de desigualdades que marca a formação social do Brasil.
Para auxiliá-lo nessa tarefa, o material produzido para os estudantes dos CEEJAs optou por
garantir momentos específicos em todas as disciplinas para a realização de ações que envolvam
o ato de estudar, que contribuirão também para a vida profissional desses jovens e adultos.
Nos Cadernos do Estudante, a seção Orientação de estudo busca ajudar os estudantes a se apro-
priarem do ato de estudar, por meio da exploração de diferentes procedimentos: identificar a ideia
central de um texto; grifar aspectos mais relevantes em função dos objetivos de leitura; produzir
anotações com base nas leituras; organizar esquemas, resumos, fichamentos; realizar pesquisas
na biblioteca e na internet etc.
Vale salientar, ainda, que se incentiva neste material a prática de registros (Mills, 2009) que aju-
dem na organização e seleção de informações, tais como a produção de relatórios, comentários e
fichamentos, para que os estudantes historiem e compartilhem suas novas aprendizagens.
Foram também produzidos dois vídeos específicos sobre a importância do ato de estudar.
Esses vídeos enfocam a relevância de se desenvolver o hábito de estudo, mostrando aos estu-
dantes que estudar também se aprende, e contemplam alguns procedimentos de estudo pro-
postos no Caderno do Estudante, como grifo, anotação, resumo, esquema e listas, entre outros.
Sugere-se que esses vídeos sejam utilizados até mesmo em oficinas interdisciplinares, com
foco, por exemplo, no desenvolvimento de pesquisas.
Dessa forma, ao mesmo tempo em que os estudantes se apropriam dos conteúdos de diferentes
campos do conhecimento, eles poderão desenvolver maior grau de autonomia em relação ao estudo.
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Evitar ou sonegar a leitura de textos mais longos e elaborados (como textos literários, expo-
sitivos de diferentes campos do conhecimento e/ou artigos científicos, entre outros) pode
tornar-se um impedimento ao próprio avanço dos estudantes na construção de novos conhe-
cimentos, bem como na ampliação de sua autonomia leitora e escritora.
Sobre textos curtos, é ainda importante destacar outro aspecto: ao simplificar e sintetizar
demasiadamente os textos, intencionando facilitar a “compreensão” dos estudantes, acaba-
-se, muitas vezes, provocando efeito contrário. Isso porque um texto muito simplificado pode
dificultar o entendimento e causar distorções no conhecimento – visto que, para reduzi-lo,
muitas informações, exemplos, descrições e explicações essenciais à compreensão são excluí-
dos, inclusive com risco de banalização dos conteúdos abordados. Além disso, nem sempre um
texto curto é, necessariamente, mais fácil de compreender.
Aprender a ler criticamente exige contato com textos diversos, de boa qualidade, de dife-
rentes gêneros textuais, que possibilitem ampliar o universo textual dos estudantes, insti-
gando sua criticidade. O material didático do Programa EJA – Mundo do Trabalho porta essa
dimensão, qual seja: a de favorecer um diálogo com textos mais elaborados, essencial a todo
processo de aprendizagem. E isso não se dá apenas por meio dos textos apresentados, mas por
questões em que os estudantes são convidados a recuperar ideias que favoreçam a criação de
hipóteses interpretativas, acionar conhecimentos prévios, estabelecer comparações e relações
com textos de outras disciplinas, bem como organizar registros das observações pessoais que
propiciam novos aprofundamentos.
Ao ler textos mais complexos, os estudantes se deparam com novas indagações e lacunas a
serem preenchidas, que estimulam sua curiosidade crítica e sua capacidade leitora. Tais desa-
fios precisam ser propostos. Contudo, antes de mais nada, os jovens e adultos da EJA precisam
se sentir legitimados e valorizados por seus professores como sujeitos capazes de aprender.
Assim, os textos apresentados nas diferentes disciplinas, apesar de contarem com uma
linguagem mais acessível, visam não banalizar os conteúdos e temas que tratam, podendo
se tornar objetos privilegiados para desenvolver a leitura de textos mais complexos. Com a
sua mediação, podem possibilitar aos estudantes o acionamento de conhecimentos prévios,
a recuperação do contexto de produção do texto estudado, a criação de inferências, hipóteses
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e interpretações sobre o tema, como também o compartilhamento de impressões que podem
contribuir sobremaneira para a superação de possíveis dificuldades encontradas por eles ao se
confrontarem com os textos.
Desta forma, sempre que possível, é interessante compartilhar com os estudantes o objetivo da
leitura proposta, como também contextualizar e problematizar o tema a ser abordado, de modo
que eles criem expectativas acerca do que encontrarão no texto. Essas estratégias pedagógicas
favorecem aos estudantes acionar os conhecimentos e as experiências já construídos, facilitando
o estabelecimento de relações que ajudam a tornar mais significativas as leituras propostas. Ao
trabalhar com textos que considere mais “difíceis”, é importante você planejar as intervenções
pedagógicas das quais lançará mão, a fim de que os estudantes possam avançar em sua capaci-
dade leitora e também escritora – visto que ler e compreender textos mais complexos também
desenvolve a escrita e refina o senso crítico.
No caso de uma leitura colaborativa ou compartilhada para estudo do texto, você pode tam-
bém oferecer informações adicionais, a fim de apresentar o autor e o contexto de produção do
texto, e tecer outros comentários que possam provocar uma inquietação crítica, tão necessária
a todo processo de aprendizagem.
A leitura praticada na escola, sobretudo na EJA, precisa ocupar um espaço privilegiado que
legitime seu papel no processo de aprendizagem. Afinal, para muitos jovens e adultos, a escola
pode ser o único espaço em que eles têm maior contato com a leitura. Então, mais do que res-
postas prontas, sempre valem novos questionamentos: Como os estudantes da EJA poderão
aprender a ler textos difíceis se tiverem contato apenas com produções fáceis? Como poderão
ampliar seu grau de autonomia sem se aventurarem pelos caminhos da leitura? Como se tor-
narão cidadãos de direito se não forem reconhecidos como tal?
Referências bibliográficas
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18
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. Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional; Fundação SEADE. Perfil do
Estado de São Paulo. Educação. Disponível em: <http://produtos.seade.gov.br/produtos/perfil_
estado/>. Acesso em: 19 ago. 2014.
19
Conhecendo o Caderno do Professor
OFICINAS
Essa seção é destinada à sugestão de atividades a
serem realizadas em datas previamente agendadas com
os estudantes, estimulando-os a frequentar o CEEJA não
somente para esclarecer dúvidas ou realizar avaliações.
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Essa seção sugere atividades que podem
ser oferecidas aos estudantes nos momentos
presenciais com você, professor, quando eles
precisarem esclarecer dúvidas ou mostrarem
não ter compreendido adequadamente deter-
minado conteúdo. Você pode fazer os ajustes
necessários, tendo em vista as especificidades
de cada estudante.
O Caderno do Estudante do Programa EJA – Mundo do Trabalho/CEEJA foi planejado para faci-
litar os momentos de estudo e aprendizagem, tanto fora da escola como quando os estudantes
forem participar das atividades ou se encontrar com você, professor do CEEJA, ao mesmo tempo
em que busca concretizar os princípios já explicitados, como levantamento de conhecimentos
prévios, contextualização e problematização. O material é consumível, para que os estudantes
possam registrar todo o processo de estudo e identificar as dúvidas que tiverem.
Os Cadernos têm a seguinte organização: Língua Portuguesa e Matemática contam com 5
Unidades em cada Volume, e Arte, Biologia, Filosofia, Física, Geografia, História, Inglês, Química
e Sociologia têm 4 Unidades por Volume.
O SUMÁRIO
O Sumário apresenta a lista das Unidades e seus res-
pectivos Temas – cuja quantidade pode variar.
AS UNIDADES
Para orientar os estudantes, o início
de cada Unidade apresenta uma breve
introdução, destacando os objetivos e
os conteúdos gerais trabalhados, além
de uma lista com os Temas propostos.
22
OS TEMAS
As seções e os boxes
Os Temas estão organizados em diversas seções que visam facilitar a aprendizagem. Cada
uma delas tem um objetivo, e é importante conhecê-lo, para que possa orientar melhor os
estudantes.
23
Textos
Os textos apresentam os conteúdos e
conceitos a serem estudados em cada Tema.
Eles foram produzidos, em geral, procurando
dialogar com os estudantes, a partir de uma
linguagem clara e acessível.
Imagens também foram utilizadas para
ilustrar, explicar ou ampliar a compreensão
do conteúdo abordado.
Sempre que necessário, boxes diversos
ainda podem aparecer articulados a esses
textos, visando repertoriar os estudantes
para que eles possam dar prosseguimento
ao estudo.
Atividade
24
Hora da checagem
25
Algumas seções não estão presentes em todas as Unidades,
mas complementam os assuntos abordados!
ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
Para que os estudantes se tornem cada
vez mais autônomos para estudar, essa
seção enfoca, de modo mais sistematizado,
diferentes procedimentos de estudo, im-
portantes para a leitura e a compreensão
dos textos e a realização das atividades,
como grifar, anotar, listar, fichar, esquema-
tizar e resumir, entre outros. Esses proce-
dimentos também são abordados nos dois
vídeos de Orientação de estudo.
PENSE SOBRE...
Essa seção é proposta sempre que houver
a oportunidade de problematizar algum con-
teúdo desenvolvido, por meio de questões
que fomentem a reflexão dos estudantes a
respeito dos aspectos abordados no Tema.
DESAFIO
Essa seção apresenta questões
de concursos públicos ou de provas
oficiais (como Saresp, Enem, entre
outras) que são relacionadas ao con-
teúdo abordado no Tema. Assim,
os estudantes terão a oportunidade
de conhecer como são construí-
das as provas em diferentes locais
e a importância do que vem sendo
aprendido no material. As respostas
também estão disponíveis na seção
Hora da checagem.
26
MOMENTO CIDADANIA
Essa seção aborda assuntos que têm
relação com o conteúdo abordado e que
também dialogam com interesses da so-
ciedade em geral. Ela informa sobre leis,
direitos humanos, fatos históricos etc.,
que ajudarão os estudantes a aprofunda-
rem seus conhecimentos sobre a noção
de cidadania.
GLOSSÁRIO
Esse boxe apresenta verbetes com
explicações sobre o significado de palavras
e/ou expressões que aparecem nos textos,
com o objetivo de facilitar a compreensão
dos estudantes.
27
BIOGRAFIA
Esse boxe aborda aspectos
da vida e da obra de autores ou
artistas trabalhados no material,
para ampliar a compreensão dos
estudantes a respeito do texto ou
da imagem que estão estudando.
ASSISTA!
Esse boxe indica os vídeos do Programa, que
os estudantes podem assistir para complemen-
tar os conteúdos apresentados no Caderno.
São indicados tanto os vídeos que compõem
os DVDs entregues com os Cadernos quanto
outros, disponíveis no site do Programa. Para
facilitar a identificação, há dois ícones usados
nessa seção.
FICA A DICA!
Nesse boxe, os estudantes encontrarão
sugestões diversas para saber mais sobre o
conteúdo estudado no Tema: assistir a um
filme ou documentário, ouvir uma música,
ler um livro, apreciar uma obra de arte etc.
Esses outros materiais os ajudarão a ampliar
seus conhecimentos.
VOCÊ SABIA?
Esse boxe apresenta curiosidades relacio-
nadas ao assunto abordado, de modo a com-
plementar o conhecimento dos estudantes.
28
ARTE
Os vídeos do Programa
VOLUME 1
Linguagens da arte
A construção da sonoridade
VOLUME 2
Semana de Arte Moderna GEOGRAFIA
Dança: corpo e movimento
VOLUME 1
VOLUME 3 O mundo da cartografia
Arte contemporânea 1 Primavera Árabe
Arte contemporânea 2 Desmatamento e preservação
VOLUME 2
BIOLOGIA Agricultura familiar
Caminhos da mobilidade
VOLUME 1 A água que nos resta
Efeito estufa
A bioquímica dos alimentos VOLUME 3
América Latina
VOLUME 2 A África do Sul de Mandela
Especiação
Evidências da evolução
VOLUME 3 HISTÓRIA
DNA, molécula da vida
Aconselhamento genético VOLUME 1
Escravidão na Antiguidade
O Renascimento
FILOSOFIA
VOLUME 2
VOLUME 1 Os bandeirantes
O que é Filosofia? Legados da Revolução Francesa
A caverna de Platão
VOLUME 2 VOLUME 3
Público e privado O trabalho em tempos de ditadura
Hobbes e Rousseau: a sociedade em debate O Brasil e a nova ordem econômica
VOLUME 3
Banalidade do mal
Bioética
inglês
VOLUME 1
Física English: a global language?
A little bit of England in Brazil
VOLUME 1
Por dentro dos movimentos VOLUME 2
Dinâmica dos movimentos The history of cinema
Cinema and work
VOLUME 2 Stereotypes in movies
Energia: movimento e transformação
Princípios da luz VOLUME 3
VOLUME 3 Volunteers
Eletrização: que raio é isso? First job
Eletricidade: por dentro do gerador Jobs of the future
29
LÍNGUA PORTUGUESA Química
VOLUME 1 VOLUME 1
Linguagens e contextos Controle da qualidade dos combustíveis
O mundo da leitura Fermentação
Literatura em prosa e verso
VOLUME 2
Mil e uma histórias
Ligações químicas
Uma língua, muitas línguas Por dentro da pilha
VOLUME 2 VOLUME 3
Crônica, um gênero brasileiro Reações químicas
Escrever é preciso A importância do pH
Pontuação, coerência e coesão
Canções de Noel Rosa SOCIOLOGIA
Poder de síntese
VOLUME 1
VOLUME 3 Surgimento da Sociologia
Os textos conversam? Autores clássicos da Sociologia
Machado de Assis, um clássico
VOLUME 2
Relatar, uma arte
Desigualdade social
Redação: provas e concursos Faces da violência
Contos fantásticos
VOLUME 3
Trabalho precário e terceirização
MATEMÁTICA Organização do trabalho
Força feminina
VOLUME 1 Sindicalismo: uma história
Conjuntos numéricos no dia a dia
Relações entre grandezas
Funções de 1o grau ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
Equações e funções quadráticas
Relações geométricas Por dentro do EJA – Mundo do Trabalho
Estudar também se aprende
VOLUME 2
Sequências numéricas
Logaritmo tem história
Para que serve o logaritmo?
Matrizes no cotidiano ENSINO FUNDAMENTAL
A N O S F I N A I S
Objetos tridimensionais
ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
VOLUME 3
Áreas e volumes Estudar também se aprende
30
Física
Caro(a) professor(a),
31
não raro, valem-se da falta de conhecimento científico e da consequente ausên-
cia de visão crítica da população para impor padrões de comportamento e de
consumo, muitas vezes não sustentáveis.
A Física é uma ciência natural, ou seja, tem por objeto de estudo a natu-
reza. O conhecimento físico do mundo se realiza com base na observação da
natureza e da problematização e do questionamento do que se observa. Não
se deve limitar o conhecimento físico a uma coleção de fórmulas e equações
desprovidas de significado e sentido para os estudantes. Isso seria desumanizar
o conhecimento físico, fazendo-o parecer inacessível ao ser humano comum,
ficando reservado apenas aos mais bem-dotados. Esse modo de pensar o conhe-
cimento físico apenas perpetua as diferenças sociais, pois aliena boa parte da
população da produção dessa forma de conhecimento, o que traz como resul-
tado a dependência daqueles que o detêm e a consequente submissão a eles.
Bom trabalho!
Orientações gerais
Nos encontros presenciais, propõe-se que você procure sempre dialogar com os estudantes,
contribuindo para que eles acionem seus conhecimentos prévios, e, em todas as oportuni-
dades, incentivá-los a ler os textos, grifar conceitos relevantes e, uma vez identificados tais
conceitos, reescrever sua definição com as próprias palavras. Também é interessante orientá-
-los para produzir sínteses dos exemplos dados, a fim de explicar esses conceitos e pensar em
outras situações de seu cotidiano nas quais eles apareçam.
Com a reescrita dos conceitos, procure orientar os estudantes sobre a identificação das variá-
veis (grandezas) que interferem no fenômeno em estudo, bem como motivar a compreensão
de como elas se relacionam, ou seja, se a relação entre essas grandezas é direta ou inversa-
mente proporcional. A partir daí, os estudantes podem elaborar um resumo de cada Unidade
estudada, sintetizando conceitos, exemplos e fórmulas apresentados nela.
Referência bibliográfica
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 22. ed. São Paulo:
Cortez, 1988.
34
VOLUME 1
VOLUME 1 35
Objetivos
•• confrontar interpretações científicas com aquelas que se baseiam no senso comum, ao longo
do tempo e/ou em diferentes culturas;
Esse tema tem como um dos eixos principais a constatação de que o conhecimento físico
não é inato, mas construído com base no questionamento daquilo que se observa e da siste-
matização das explicações sobre os fenômenos naturais. Analisa-se que ele resulta de um acú-
mulo de informações que permite identificar regularidades e estabelecer relações entre vários
fenômenos. Dessas relações, buscam-se teorias que consigam explicá-las. Esse processo não
é simples nem linear, e sim uma aventura pela busca dos melhores modelos explicativos da
realidade. A Física é, entre tantas outras, uma forma de explicar a realidade.
Por fim, no Tema 3, são analisadas algumas relações entre ciência, tecnologia e sociedade.
Observa-se que o desenvolvimento tecnológico só é possível pela ação humana, tanto a inte-
lectual, no momento de desenvolver teorias e projetar aparelhos (como computadores, celu-
lares, raios X, ultrassom etc.), quanto a manual, para produzir esses aparelhos, extraindo a
matéria-prima, soldando e parafusando peças etc. Mais especificamente, são objetivos nesse
36 VOLUME 1
tema: reconhecer a produção do conhecimento científico e da tecnologia dele decorrente como
uma atividade humana; diferenciar ciência pura de ciência aplicada; e reconhecer o conheci-
mento científico como parte da cultura geral.
A Unidade 2 está organizada em três temas, cujos objetivos específicos encontram-se indi-
cados a seguir.
São, portanto, objetivos específicos desse tema: definir e diferenciar movimentos cur-
vilíneos de outros tipos de movimento; identificar as grandezas envolvidas no estudo dos
movimentos curvilíneos e suas unidades; reconhecer o movimento circular uniforme (MCU)
como um movimento curvilíneo e identificar suas principais características; definir e calcular
período e frequência para o MCU; definir e calcular a velocidade angular de um corpo em MCU;
reconhecer polias, roldanas e engrenagens como elementos que podem realizar e transmitir
MCU; analisar sistemas de polias, roldanas ou engrenagens e determinar como ocorre a trans-
missão de movimento de uma para outra peça numa associação entre elas.
Na Unidade 3, tem início o estudo da dinâmica, a parte da Física que procura explicar as
causas do movimento. Assim, apresentam-se a definição de força e as leis de Newton, que
permitem avaliar as consequências da aplicação de forças em corpos parados ou em movi-
mento. Conclui-se a Unidade com o estudo de uma das forças mais importantes da natureza, a
VOLUME 1 37
força gravitacional, que permitiu entender o movimento dos corpos celestes e unificar a “física
do céu” com a “física terrestre”.
No Tema 1, define-se especificamente o que é força e suas unidades. São também objetivos
desse tema: diferenciar grandezas escalares e grandezas vetoriais, identificando semelhanças
e reconhecendo diferenças entre elas; identificar a força como grandeza vetorial; e diferenciar
forças de campo e forças de contato.
Por fim, no Tema 3, tem-se como objetivos: reconhecer a astronomia como uma construção
histórica e observar sua evolução; reconhecer e diferenciar os modelos de universo heliocên-
trico e geocêntrico; associar a elaboração dos modelos astronômicos às condições sociais da
época em que são construídos; conhecer e aplicar as leis de Kepler na resolução de problemas;
analisar a lei universal da gravitação de Newton, identificando as grandezas envolvidas e suas
relações; diferenciar massa e peso, reconhecendo que a massa se conserva e o peso não; expli-
car o fenômeno das marés associado à ação conjunta da Lua e do Sol sobre a Terra; avaliar os
limites dos modelos de Universo atuais, comparando-os com os antigos.
38 VOLUME 1
Por fim, no Tema 3, analisa-se como a distância na qual uma força é aplicada num objeto
influi nos efeitos gerados por essa aplicação. São objetivos específicos nesse tema: definir e
calcular o trabalho realizado por uma força; associar a realização do trabalho de uma força a
um deslocamento e a uma variação de energia; e aplicar o conceito de trabalho de uma força
à resolução de problemas.
Nesta experiência, utilizando régua, fita métrica e objetos circulares, os estudantes podem
determinar a relação existente entre o perímetro e o diâmetro de uma circunferência com o
auxílio de um gráfico que eles mesmos construirão. Sugere-se que você instrua os estudantes
a seguir os procedimentos abaixo.
Procedimentos
1. Meça o perímetro de cada objeto circular com a fita métrica. Anote os dados obtidos na
primeira linha da tabela na página seguinte.
2. Em seguida, meça o diâmetro dos discos com a régua. Anote os dados obtidos na
segunda linha da tabela a seguir.
3. Agora que você tem as medidas do perímetro (p) e do diâmetro (D) dos discos, divida o perí-
metro de cada um pelo diâmetro correspondente (π é o quociente de p por D). Anote os resulta-
dos obtidos na terceira linha da tabela 1. Verifique se há alguma relação constante entre eles.
VOLUME 1 39
Tabela 1 – medidas do perímetro (p) e do diâmetro (D) dos discos
Objeto
p (cm)
D (cm)
p
D
p
4. Determine o valor médio de (basta somar todos os valores e dividir por 5).
D
p
=
D
5. Construa o gráfico do perímetro (p) pelo diâmetro (D) – gráfico p × D – correspondente à
tabela, “plotando” os pontos e traçando uma reta média, ou seja, colocando os pontos no
gráfico e traçando uma reta entre eles. Note que, nesse caso, a reta passa pela origem do
sistema de eixos (afinal, um ponto não tem dimensão). Verifique se esse gráfico pode ser
aproximado por uma reta.
Uma vez observada a experiência, você pode realizar uma discussão com os estudantes,
com base nas seguintes questões encaminhadoras:
2. É possível afirmar que o perímetro é aproximadamente três vezes maior do que o diâmetro
de uma circunferência?
40 VOLUME 1
Pequenos desvios numéricos nas coletas de dados podem ser desprezados, com o intuito de
evidenciar as grandezas físicas, em vez da precisão dos dados coletados.
Procedimentos
1. Nesta experiência, você simulará uma torneira com defeito. Para isso, em um primeiro
momento, precisará mantê-la gotejando e, em seguida, simulará um pequeno vazamento,
deixando a água escorrer.
2. Com a torneira gotejando, colete 10 cm3 (ou outro volume perceptível) de água em um
recipiente transparente e graduado. Com o relógio, marque o tempo que levou para coletar
a água e registre o dado na primeira coluna da tabela a seguir.
3. Faça o mesmo procedimento, com a mesma torneira, só que agora ela deve estar escor-
rendo água em um pequeno vazamento contínuo.
V 60 V
Torneira gotejando t1 =
t1 1.000 t1
V 60 V
Torneira escorrendo t2 =
t2 1.000 t2
(V é o volume coletado; h = hora = 60 min e L = litro = 1.000 mL)
4. Calcule em quantas horas (ou dias) se desperdiçará toda uma caixa de 500 L por conta
de cada tipo de vazamento apresentado.
O surgimento da filosofia entre os gregos (séc. VII a.C.) é marcado por um crescente processo
de racionalização da vida na cidade, em que o ser humano abandona a verdade revelada pela
codificação mítica e passa a exigir uma explicação racional para a compreensão do mundo
humano e do mundo natural. Dentre os legados da filosofia grega para o Ocidente, destaca-se:
c. a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos como legado a recusa de uma fé inabalável
na razão humana e a crença de que sempre devemos acreditar nos sentimentos.
VOLUME 1 41
Ciência como “Filosofia natural”
Alternativa correta: d. Como aponta o texto, um dos legados da filosofia grega é a Física, ou seja, a tentativa de expli-
car a natureza por meio de conceitos racionais, sem mais lançar mão de mitos ou deuses, como era feito até então.
Textos
MONTEIRO LOBATO, J. B. História das invenções. 10. ed. São Paulo: Brasiliense, 1959.
Vídeo
Sites
Esses sites têm por objetivo ajudar os estudantes a praticar transformações entre unidades
de medida de espaço, de massa e de velocidade.
Simulação
42 VOLUME 1
unidade 2 A descrição do movimento
a. 65 km/h. c. 70 km/h.
b. 68 km/h. d. 72 km/h.
Após chover na cidade de São Paulo, as águas da chuva descerão o rio Tietê até o rio Paraná,
percorrendo cerca de 1.000 km. Sendo de 4 km/h a velocidade média das águas, o percurso
mencionado será cumprido pelas águas da chuva em aproximadamente:
a. 30 dias.
b. 10 dias.
c. 25 dias.
d. 2 dias.
e. 4 dias.
Fuvest 1987. Disponível em: <http://www.fuvest.br/vest1987/provas/P1F87_11.stm>. Acesso em: 04 fev. 2015.
Devido aos altos índices de poluição intensificados pelo uso de transporte individual moto-
rizado de tração (carro ou motocicleta), o uso de bicicletas tem sido estimulado. Uma bicicleta
comum possui, de forma simplificada, um conjunto composto de guidão, garfo, rodas, quadro,
pedais, corrente, coroa e catraca, a qual transfere o movimento da coroa, presa aos pedais, à
roda. Um ciclista pretende realizar um treino em que a coroa terá uma frequência (f) de duas
voltas por segundo (2 Hz). Uma bicicleta comum possui coroa com raio (r) de 20 cm e catraca
com raio de 5 cm. Faça uma estimativa da velocidade (v) que o ciclista atingirá se a roda da
bicicleta possuir raio de 30 cm. Considere π = 3,14.
VOLUME 1 43
Velocidade média de um veículo
Alternativa correta: b.
A velocidade média em todo o trajeto será dada por:
STO TA L
VTO TA L =
t TO TA L
Para descobrir o intervalo de tempo total, é preciso calcular o intervalo de tempo dos dois trechos percorridos.
O intervalo de tempo para o primeiro trecho será dado por:
S1 S1 100 km 5
Vm1 = ⇒ t1 = = = h
t1 Vm1 60 km/h 3
5
t1 = h
3
S2 S2 100 km 5
Vm2 = ⇒ t2 = = = h
t2 Vm2 80 km/h 4
5
t1 = h
4
O intervalo de tempo total é dado pela soma dos intervalos de tempo:
5 5 35
t TO TA L = t1 + t2 = h+ h= h
3 4 12
A velocidade média em todo o trajeto, portanto, será:
1.000 km
t =
4 km
1h
44 VOLUME 1
Para professores, professoras e estudantes
Vídeos
Simulações
Exercícios resolvidos
BRASIL Escola. Exercícios sobre cálculo da aceleração média de um móvel. Disponível em: <http://
exercicios.brasilescola.com/matematica/exercicios-sobre-calculo-aceleracao-media-um-movel.
htm>. Acesso em: 14 set. 2014.
VOLUME 1 45
unidade 3 Explicando o movimento
50 N
8 kg
© Casa de Ideias
2 kg
Considerando que os dois caixotes estão lado a lado e que a força (F) será aplicada dire-
tamente apenas no caixote com massa (m) de 8 kg, calcule a força que um caixote aplica no
outro devido ao contato entre os dois, supondo desprezível o atrito com o solo.
Na linha de uma tradição antiga, o astrônomo grego Ptolomeu (100-170 d.C.) afirmou a tese
do geocentrismo, segundo a qual a Terra seria o centro do universo, sendo que o Sol, a Lua e os
planetas girariam em seu redor em órbitas circulares. A teoria de Ptolomeu resolvia de modo
razoável os problemas astronômicos da sua época. Vários séculos mais tarde, o clérigo e astrô-
nomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), ao encontrar inexatidões na teoria de Ptolomeu,
formulou a teoria do heliocentrismo, segundo a qual o Sol deveria ser considerado o centro do
universo, com a Terra, a Lua e os planetas girando circularmente em torno dele. Por fim, o astrô-
nomo e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630), depois de estudar o planeta Marte por
cerca de trinta anos, verificou que a sua órbita é elíptica. Esse resultado generalizou-se para os
demais planetas.
a. Ptolomeu apresentou as ideias mais valiosas, por serem mais antigas e tradicionais.
c. Copérnico viveu em uma época em que a pesquisa científica era livre e amplamente incen-
tivada pelas autoridades.
46 VOLUME 1
d. Kepler estudou o planeta Marte para atender às necessidades de expansão econômica e
científica da Alemanha.
e. Kepler apresentou uma teoria científica que, graças aos métodos aplicados, pôde ser testada
e generalizada.
Enem 2009. Prova azul. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2009/dia1_caderno1.pdf>. Acesso em: 04 fev. 2015.
FR = mSISTEMA aSISTEMA
FR 50 N
aSISTEMA = = = 5 m/s2
m SISTEMA (8 + 2) kg
FA/B = FB/A = FRB = ma a = (2 kg) (5 m/s2 ) = 10 N
Textos
. Explicando astronomia básica com uma bola de isopor. Caderno Brasileiro de Ensino de
Física, v. 16, n. 3, p. 314-331, dez. 1999.
FRIAÇA, A. C. S. et al. (Org.). Astronomia: uma visão geral do Universo. 2. ed. São Paulo:
Edusp, 2008.
VOLUME 1 47
Vídeos
Site
Esse site tem por objetivo ajudar os estudantes a aprofundar seus conhecimentos de astronomia.
INSTITUTO de Física – UFRGS. Astronomia para o Ensino Médio (curso de astronomia). Disponível
em: <http://www.if.ufrgs.br/cref/camiladebom>. Acesso em: 14 set. 2014.
Simulações
Hidrostática TEMA 1
48 VOLUME 1
força, que está associada ao peso do líquido deslocado, tem direção vertical e sentido para
cima. Uma das aplicações diretas desse conceito resultou na construção de muitos equipa-
mentos, dentre eles o submarino.
A proposta da oficina é a construção de um modelo de submarino com uma garrafa PET, que
possibilitará a discussão dos conceitos relacionados ao empuxo. É importante rememorar com
os estudantes que, além do empuxo, existe também em todos os corpos a força associada ao
campo gravitacional, chamada força peso. Se um corpo está submerso em um fluido, parcial
ou completamente, nele haverá empuxo e peso, sendo que a condição de flutuação será dada
pela comparação entre essas duas forças. Se o módulo do peso for maior que o módulo do
empuxo, o corpo afundará; se for menor ou igual, ele flutuará.
Procedimentos
2. Vede um dos lados do tubo da caneta esferográfica (que ficará virado para cima) com
massa epóxi ou outra resina que tenha escolhido.
4. Insira na garrafa o conjunto (tubo de caneta com clipes), que deverá ficar praticamente ao
nível da superfície, pois, preenchido com ar, o tubo da caneta será “o submarino”. Dependendo
do tamanho dos clipes, será preciso acrescentar ou tirar um deles, para que o tubo flutue.
VOLUME 1 49
Hidrostática TEMA 1
a. 1 N.
b. 10 N.
c. 100 N.
d. 1.000 N.
e. 10.000 N.
Hidrostática
Alternativa correta: d.
A pressão hidrostática (p) é a mesma para todos os pontos do sistema, logo:
p1 = p2
F1 F
= 2
A1 A2
A1 = π R21 = π (2 2 ) = 4 π
A2 = π R22 = π (10 R21 ) = π 100 R21 = π 100 4 = 400 π
F1 F
= 2
A1 A2
10 F2
=
4π 400 π
F2 = 1.000 N
50 VOLUME 1
Para professores, professoras e estudantes
Vídeos
Sobre flutuação
KUADRO. Hidrostática. Disponível em: <http://kuadro.querobolsa.com.br/fisica/mecanica/
hidrostatica>. Acesso em: 14 set. 2014.
Sobre rotação
KUADRO. Movimentos circulares. Disponível em: <http://kuadro.querobolsa.com.br/fisica/
mecanica/movimentos-circulares>. Acesso em: 14 set. 2014.
Simulações
Sobre flutuação
NAUTILUS. Simulações on-line no ensino da Física: Dinâmica dos fluidos. Disponível em: <http://
nautilus.fis.uc.pt/personal/antoniojm/applets_pagina/fluidos.htm>. Acesso em: 14 set. 2014.
VOLUME 1 51
Sobre rotação
SIMULAÇÕES e Animações Conceituais no Ensino da Física e da Química. Movimento circular.
Disponível em: <http://simulfq.blogspot.com.br/2009/11/movimento-circular.html>. Acesso
em: 14 set. 2014.
Exercícios resolvidos
Os exercícios resolvidos possibilitam aos estudantes estudar sozinhos e podem auxiliar na orga-
nização de atividades de aprimoramento de suas habilidades em resolver problemas.
52 VOLUME 1
VOLUME 2
VOLUME 2 53
Objetivos
•• confrontar interpretações científicas com aquelas que se baseiam no senso comum, ao longo
do tempo ou em diferentes culturas;
•• utilizar leis físicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto
da termodinâmica;
Para concretizar esses objetivos, na Unidade 1, procura-se definir o conceito de energia e levar
em consideração que, embora bastante utilizado atualmente, é um conceito recente de difícil
definição, somente difundido ao longo do século XX. O estudo da energia mecânica e de suas
transformações, particularmente em energia elétrica, também é assunto dessa Unidade.
54 VOLUME 2
No Tema 2, trata-se de identificar a energia mecânica e associá-la ao movimento, com-
pondo e decompondo a energia mecânica em suas formas cinética e potencial. Para tanto, é
mister diferenciar energia potencial gravitacional e elástica, reconhecendo semelhanças e dife-
renças entre elas e associando a energia cinética ao movimento e a energia potencial à possi-
bilidade de gerar movimento. Também fazem parte desse tema a identificação das grandezas
que definem a energia cinética e como calcular esta por meio daquelas; e a identificação das
grandezas que definem a energia potencial gravitacional e elástica e como calcular uma por
meio das outras, reconhecendo que a medida dessas energias depende do referencial adotado.
Por fim, no Tema 4, objetiva-se identificar a energia elétrica como uma forma de energia
bastante utilizada, reconhecendo que a organização social atual está fortemente dependente
da produção e do consumo dessa energia. Além disso, pretende-se que os estudantes reconhe-
çam e avaliem as diversas formas de geração de energia elétrica, sendo capazes de compará-
-las, elencando semelhanças e diferenças.
Também fazem parte dos objetivos, nesse tema, a análise da produção de energia elétrica
em uma usina hidroelétrica, identificando as várias formas de energia envolvida nessa produ-
ção; e o reconhecimento da energia potencial gravitacional da água represada como fonte de
energia para a produção da energia elétrica numa usina hidroelétrica.
São ainda objetivos nesse tema: conceituar as formas de propagação do calor e identificar as
situações nas quais elas predominam; diferenciar condutores e isolantes térmicos, associando
VOLUME 2 55
tais materiais à sua condutibilidade térmica; e aplicar os conceitos de convecção, condução e
radiação como instrumentos de leitura de mundo e resolução de problemas.
No Tema 3, são discutidos os efeitos do calor sobre a matéria, como a variação da tempera-
tura e a mudança de estado físico. Objetiva-se que os estudantes aprendam como diferenciar
calor sensível e calor latente, reconhecendo as grandezas que influem na quantidade de calor
sensível e calor latente e como calcular seus valores. Além disso, visa-se a associar a dilatação
à variação de temperatura, reconhecendo as grandezas que influem e como influem na dila-
tação dos corpos.
Por fim, são abordadas: a diferenciação dos estados físicos da matéria com base em caracte-
rísticas como forma, volume e interação molecular; a identificação e a nomeação das mudan-
ças de estado e a associação dessas mudanças à manutenção da temperatura constante.
Para finalizar, no Tema 4, objetiva-se identificar o calor como uma forma de energia em
trânsito entre dois ou mais corpos. Assim, pretende-se que os estudantes reconheçam a 1 a lei
da termodinâmica como um princípio de conservação de energia, sendo capazes de aplicá-la
na resolução de problemas.
Na Unidade 3, estuda-se o som – uma onda que carrega energia mecânica – e como ele pode
ser produzido por meio de outras formas de energia. Também são abordadas as características
das ondas sonoras que permitem distinguir um som de outro, sendo analisado o funciona-
mento da audição e de alguns instrumentos musicais. Finalmente, são analisadas algumas
formas de produzir energia elétrica por meio de ondas mecânicas.
No Tema 1, tem-se como objetivos: conceituar ondas e suas principais características, dife-
renciando ondas mecânicas de ondas eletromagnéticas; bem como identificar os mecanismos
de produção de ondas e diferenciar as ondas periódicas das demais formas de onda. Com isso,
pretende-se que os estudantes sejam capazes de conceituar suas características, como ampli-
tude, período, frequência, velocidade de propagação e comprimento de onda.
No Tema 2, conceitua-se onda sonora, diferenciando-a das demais formas de onda, e pro-
cura-se reconhecer as fontes sonoras, identificar como produzem som e analisar as caracte-
rísticas de uma onda sonora, identificando como cada uma se relaciona com o que ouvimos.
Também são objetivos: a identificação do nível de intensidade sonora com a grandeza que
indica os prejuízos que podem ser causados à saúde e a explicação do que é poluição sonora,
além da proposição de atitudes para minimizá-la.
No Tema 3, os principais objetivos são associar a fala aos bens culturais e sociais, que são
construídos individualmente, bem como evidenciar os diversos mecanismos de produção de
fala e de escuta, identificando como operam os sentidos/órgãos correspondentes.
Por fim, no Tema 4, são analisadas e valorizadas as fontes alternativas de energia. Pretende-
-se, aqui, explicar como a energia elétrica pode ser gerada pelas marés ou pelas ondas do mar
56 VOLUME 2
e possibilitar que a alternância das marés e a força das ondas sejam reconhecidas como possí-
veis fontes mecânicas para a produção de energia elétrica.
A Unidade 4 é dedicada ao estudo da luz como mais uma forma de energia, chamada energia
luminosa – uma pequena parte de toda energia radiante que permeia o Universo. Estuda-se o
que é luz e como é possível produzi-la, tendo como base outras formas de energia. Também
se analisa como a luz se propaga e quais são os fenômenos a ela associados. Finalmente, abor-
dam-se como funciona a visão e como se constituem as cores dos objetos.
No Tema 1, tem-se como objetivos: definir o que é luz, identificando-a com a energia
radiante; conhecer os diferentes métodos de produção de luz; classificar os meios ópticos de
acordo com sua transparência; enunciar os princípios da óptica geométrica, possibilitando
aplicá-los na interpretação de sombras e eclipses; e analisar a produção de energia elétrica por
meio da luz.
São ainda objetivos desse tema: conceituar refração e definir índice de refração, para,
então, aplicar esse conceito na resolução de problemas; conceituar a dispersão da luz e apli-
car o conceito na leitura de mundo; diferenciar lentes convergentes e divergentes e identificar
suas aplicações.
No Tema 3, associa-se a visão dos objetos à luz que eles emitem ou refletem e que atinge
nossos olhos, de modo que seja possível diferenciar fontes primárias e secundárias de luz; e
associar as cores dos objetos aos processos de reflexão e absorção seletiva das cores que com-
põem a luz branca.
Também são objetivos nesse tema: a identificação das várias partes que compõem o olho e
participam do processo da visão; a identificação do olho com uma câmara escura de orifício; a
identificação dos principais distúrbios da visão, associando, a cada um deles, um tipo de lente
adequado à sua correção.
Por fim, no Tema 4, os objetivos são: a identificação da luz como fonte de energia térmica e
elétrica e a análise dos métodos de aproveitamento da energia luminosa (solar) como fonte de
calor para aquecimento de água.
VOLUME 2 57
unidade 1 Energia mecânica
Energia Mecânica
Sem forças resistivas, pode-se dizer que a energia mecânica se conserva; logo, a quantidade de energia antes e
depois da descida possuem os mesmos valores:
m v2
E MEC (final) = + 10 0 = 450m
2
m v2
= 450m
2
m v2 = 900m
v2 = 900
v = 30 m/s
Logo, desconsiderando as forças resistivas, a velocidade do carrinho no ponto mais baixo do trilho é de 30 m/s.
58 VOLUME 2
Para professores, professoras e estudantes
Vídeo
Simulações
Exercícios resolvidos
SOU Mais Enem. Energia mecânica: questões principais. Disponível em: <http://soumaisenem.com.br/
fisica/energia-trabalho-e-potencia/energia-mecanica-questoes-principais>. Acesso em: 14 set. 2014.
VOLUME 2 59
A temperatura se mede com o auxílio de um termômetro. Muitos termômetros possuem
como referência dois pontos fundamentais: o de fusão e o de ebulição da água, ambos em con-
dições normais de pressão. Com esses pontos, estabelecem-se escalas termométricas.
As três principais escalas termométricas são: Celsius, Fahrenheit e Kelvin, esta última também
conhecida como escala absoluta. Existe uma relação entre essas três escalas, dada pela equação:
TC T 32 Tk 273
Tc = Tk 273 e = F =
5 9 5
Transferência de calor
1. A conversão desejada será dada por:
TC T 32
= F
5 9
50 TF 32
=
5 9
TF 32
10 =
9
90 = TF 32
TF = 90 + 32 = 122 °F
2. Para encontrar o mesmo valor numérico em Celsius e Fahrenheit (TC = TF), tem-se que:
TC T 32
= F
5 9
TF T 32
= F
5 9
9 TF = 5 TF 5 32
4 TF = 160
TF = 40
40 °C = 40 °F
Vídeo
60 VOLUME 2
Simulações
Exercícios resolvidos
VOLUME 2 61
sendo que as primeiras necessitam de um meio material para se propagarem, enquanto as
segundas não.
Procedimentos
4. Agora, ligue o rádio e perceba os padrões de interferências gerados pelos sons emitidos.
Outra possibilidade é sintonizar o rádio fora de estação, ou seja, quando ouve-se apenas
um chiado, para que o ruído emitido possa gerar os padrões de interferência.
Uma vez observada a experiência, discuta-a com os estudantes, com base nas seguintes
questões encaminhadoras:
1. A interferência percebida é destrutiva, de modo que não é possível notar a oscilação das bolinhas.
2. A vibração das bolinhas é vertical. Como o tecido está posicionado na horizontal, constata-se que a direção de
oscilação é a mesma da propagação, logo, a onda é do tipo longitudinal.
Som TEMA 2
O som é uma onda mecânica longitudinal que pode se propagar nos sólidos, líquidos e
gases, com velocidades maiores nos sólidos e menores nos gases. Entre as aplicações associa-
das estão os aparelhos de ultrassom e os sonares, ambos de importância prática.
1. a profundidade do oceano;
62 VOLUME 2
Som
1. Considere a relação para a velocidade constante do som:
S
vm = ⇒ S = vm t = (1.400 m / s) (0,2 s) = 280 m
t
v
v= λ f ⇒λ =
f
v1
λ1 v 340 34 ≅
= f = 1 = = 0,24
λ2 v2 v2 1.400 140
f
Vídeo
Simulações
PHET – Interactive Simulations. Simulador de onda numa corda. Disponível em: <http://phet.
colorado.edu/pt/simulation/wave-on-a-string>. Acesso em: 14 set. 2014.
VOLUME 2 63
Exercícios resolvidos
Os exercícios resolvidos possibilitam aos estudantes estudar sozinhos e podem auxilia orga-
nizar atividades de aprimoramento das habilidades dos estudantes em resolver problemas.
Procedimentos
4. Posicione a câmara escura (a lata) com o furo voltado para a vela, permitindo que a luz
penetre na lata e seja projetada na parte translúcida.
64 VOLUME 2
Após preparar a câmara escura, discuta a experiência com os estudantes, considerando as
seguintes questões encaminhadoras:
1. Quais são as características que permitem afirmar que a propagação da luz ocorre de
maneira retilínea?
1. A principal característica, reconhecida na experiência, por meio da qual pode-se afirmar que a propagação da
luz se dá de maneira retilínea é a projeção invertida da chama da vela.
2. As características da imagem nessas condições são:
• Natureza: real.
• Orientação: invertida.
• Tamanho da imagem: será, em geral, menor. É importante lembrar aos estudantes que o tamanho da imagem
possui relação com a distância do objeto ao orifício.
Óptica
A óptica é o ramo da Física que estuda os fenômenos associados à luz, como sua propaga-
ção, percepção e interações com a matéria. Com esse estudo, pode-se entender não somente
o comportamento ondulatório, mas também a forma como se percebem os objetos e o mundo
ao redor.
Dois fenômenos são fundamentais para esse estudo: a reflexão e a refração. O primeiro
pode ser abordado com o estudo dos espelhos; o segundo, com o estudo das lentes.
2. Os dois principais defeitos da visão são a miopia e a hipermetropia, que expressam uma
formação de imagem fora do ponto sensível (córnea) e que podem ser corrigidos com o
uso de lentes. Explique as posições relativas às imagens formadas e suas respectivas len-
tes corretivas.
Óptica
1. Considerando as características simétricas dos objetos e suas imagens em espelhos planos, se a pessoa se apro-
xima do espelho com velocidade de 5 m/s, a imagem se aproxima da pessoa com velocidade equivalente a 10 m/s.
2. Na miopia, a imagem é formada antes do fundo do olho; dessa forma, sua correção é possível com o uso de
lentes divergentes. O oposto ocorre na hipermetropia: a imagem é formada após o fundo do olho e sua correção é
feita com lentes convergentes.
VOLUME 2 65
Para professores, professoras e estudantes
Texto
Vídeos
TV Uol. Estação energia solar armazena calor e produz à noite. Disponível em: <http://tvuol.
uol.com.br/video/estacao-energia-solar-armazena-calor-e-produz-a-noite-04024D1B39
66C0B12326>. Acesso em: 14 set. 2014.
Simulações
66 VOLUME 2
. (Simulação sobre reflexão e refração publicada em fórum de discussão). Disponível em:
<http://www.phy.ntnu.edu.tw/ntnujava/index.php?topic=49>. Acesso em: 14 set. 2014.
Exercícios resolvidos
VOLUME 2 67
VOLUME 3
Unidade 1 ‒ Eletricidade 72
Tema 1 – De onde vem a eletricidade
Tema 2 – Corrente, tensão e resistência elétrica
Tema 3 – Potência elétrica e consumo
Tema 4 – Circuitos elétricos
Unidade 2 ‒ Magnetismo 76
Tema 1 – Ímãs e magnetismo
Tema 2 – Magnetismo terrestre
Tema 3 – Biomagnetismo
Unidade 3 ‒ Eletromagnetismo 78
Tema 1 – O que é campo?
Tema 2 – Campos magnéticos gerados por corrente elétrica
Tema 3 – Produção de corrente elétrica em larga escala
68 VOLUME 3
Objetivos
•• confrontar interpretações científicas com aquelas que se baseiam no senso comum, ao longo
do tempo ou em diferentes culturas;
•• avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para
diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental;
•• utilizar leis físicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto
do eletromagnetismo;
VOLUME 3 69
No Tema 1, os objetivos específicos são: associar a eletricidade à estrutura atômica da maté-
ria e identificar prótons e elétrons como partículas que possuem cargas elétricas, reconhecendo
a eletrização dos corpos como resultado da diferença entre a quantidade de cargas positiva e
negativa e a existência de atração e repulsão elétrica; conceituar as formas de eletrização dos
corpos e comparar os métodos de eletrização, identificando semelhanças e diferenças entre
eles; bem como diferenciar condutores, isolantes elétricos e materiais semicondutores, além
de analisar o funcionamento dos para-raios.
Na Unidade 2, estudam-se o que são ímãs e quais são suas propriedades. Também é abor-
dado o magnetismo terrestre, a relação entre eletricidade e magnetismo e algumas aplicações.
70 VOLUME 3
São também objetivos nesse tema: a descrição da evolução do conhecimento sobre o campo
magnético terrestre; a definição de declinação magnética e a avaliação de suas implicações
para a localização dos polos geográficos; a diferenciação entre os campos magnéticos terres-
tres interno e externo.
Por fim, o tópico pretende explicar a formação do campo magnético terrestre, reconhecendo
sua importância como escudo para radiações vindas do espaço, e o fenômeno da aurora polar.
Compõem ainda esses objetivos: a identificação da emissão de ondas de rádio como respon-
sáveis pela desorientação de aves migratórias; o reconhecimento de que campos magnéticos
pouco intensos têm ação limitada no corpo humano; e a análise crítica de propagandas do
“poder de cura” de produtos magnetizados.
Durante muito tempo, fenômenos elétricos e magnéticos foram considerados fatos distintos
e independentes. Atualmente, eletricidade e magnetismo estão tão interligados que são consi-
derados uma coisa só: o eletromagnetismo.
Por fim, no Tema 3, aborda-se como a variação do campo magnético pode gerar corrente
elétrica; conceitua-se fluxo magnético e mostra-se como determiná-lo, identificando as gran-
dezas envolvidas. Também são objetivos nesse tema: diferenciar geradores e receptores elé-
tricos; definir indução eletromagnética; analisar e calcular a intensidade da tensão elétrica
induzida pela variação do fluxo magnético, identificando as grandezas envolvidas; e explicar o
funcionamento de um gerador elétrico.
VOLUME 3 71
Na Unidade 4, procura-se abordar brevemente como o estudo da Física foi sendo construído:
da Física aristotélica à Física clássica, e desta à Física moderna, que inclui a radioatividade, a
relatividade e a mecânica quântica. Nessa Unidade analisa-se uma parte da Física moderna,
relacionada à Física nuclear e às radiações.
São ainda objetivos, nesse tópico, o reconhecimento dos processos de emissão dessas radia-
ções; a identificação dos efeitos dessas radiações nos seres vivos em geral e no corpo humano
em particular; e a avaliação das aplicações dessas radiações no cotidiano.
Por fim, no Tema 3, o assunto abordado é a Física nuclear, em que se objetiva, primeiro, o reco-
nhecimento da existência de uma estrutura interna nos núcleos atômicos e de uma força nuclear
forte que atrai as partículas concentradas no núcleo, fazendo com que elas se mantenham uni-
das. Por meio desses tópicos, busca-se diferenciar fusão e fissão nuclear e promover o reconhe-
cimento de que tanto na fusão quanto na fissão nuclear ocorre a liberação de energia. Por fim,
identificam-se as estrelas como produtoras de elementos químicos e analisam-se os processos
de transformação de matéria em energia, calculando os valores de massa e energia envolvidos.
unidade 1 Eletricidade
Resistores TEMA 2
72 VOLUME 3
resistores de circuito possuírem a mesma corrente elétrica. Já o circuito em paralelo implica
uma mesma tensão elétrica para todos os resistores.
Procedimentos
2. É interessante orientar os estudantes para que fiquem atentos ao brilho das lâmpa-
das, pois essa observação os ajudará a perceber que uma baixa corrente elétrica percorre
o circuito.
1. Calcule a resistência equivalente para os dois circuitos elétricos. Considere o valor da resis-
tência elétrica de cada uma das lâmpadas como (R).
2. Com base nos cálculos do item a, justifique o brilho percebido nos dois circuitos.
1. Circuito em série: Req = 3 ∙ R; circuito em paralelo: Req = , considerando que as resistências permane-
çam constantes. Vale lembrar aos estudantes que a resistividade do filamento depende da temperatura, de
forma que o resultado é, na verdade, uma aproximação.
2. Onde há a maior resistência equivalente existe também a menor intensidade de corrente elétrica, logo,
menor brilho. Dessa forma, no circuito em série há menor brilho.
VOLUME 3 73
Chuveiro elétrico
1. Pela relação de potência elétrica, tem-se:
P 4.400 W
P=U i ⇒i= = = 20 A
U 220 V
U 220 V
R= = = 11
i 20 A
Vídeos
UOL. Como fazer instalações elétricas em casa de forma segura. Disponível em: <http://mais.uol.
com.br/view/rnbpe34jjd6o/como-fazer-instalacoes-eletrica-em-casa-de-forma-segura--passar-
o-fio-04028C19386AC0B94326?types=V&>. Acesso em: 14 set. 2014.
Simulações
74 VOLUME 3
. Taxas e campos (sobre campo elétrico gerado por distribuição de cargas). Disponível em:
<http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/charges-and-fields>. Acesso em: 14 set. 2014.
. Campo elétrico dos sonhos (sobre campo elétrico gerado por distribuição de carga).
Disponível em: <http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/efield>. Acesso em: 14 set. 2014.
. Tensão de bateria (sobre tensão elétrica em pilhas e baterias). Disponível em: <http://phet.
colorado.edu/pt_BR/simulation/battery-voltage>. Acesso em: 14 set. 2014.
Exercícios resolvidos
VOLUME 3 75
unidade 2 Magnetismo
Esta oficina tem como objetivo principal evidenciar a forma Recursos necessários
como as linhas de campo magnético se apresentam, possibili-
•• Palha de aço
tando mostrar tanto a intensidade quanto a direção do campo.
•• Tesoura sem ponta
O caráter qualitativo deste experimento permite um con- •• Papel sulfite
Procedimentos
1. Recorte pequenos pedaços da palha de aço e deposite-os sobre a folha de papel sulfite.
2. Com o ímã posicionado sob a folha de papel sulfite, espalhe esses pedaços.
Com a observação, você poderá propor a seguinte questão: O que se pode dizer sobre as
linhas de campo magnético na região mais próxima dos polos?
Ao posicionar dois polos magnéticos com as mesmas características, não serão percebidas linhas de campo mag-
nético em setores da região imediatamente entre eles.
Na região lateral próxima aos polos existe o maior número de linhas de campo magnético, comprovando o modelo estudado.
O estudo do magnetismo pressupõe o conceito de atração e repulsão, que já foi tratado na Uni-
dade 1 desse Volume, porém, é preciso diferenciar as características que envolvem os dois estudos.
76 VOLUME 3
Acerca do comportamento magnético de ímãs e materiais ferromagnéticos, encontre as
soluções para as seguintes questões:
1. Uma barra magnética AB é quebrada em duas partes de maneira que se obtêm duas barras:
uma barra AC e outra DB. Suponha que a extremidade A seja um polo magnético Sul e que a
extremidade B seja um polo magnético Norte. O que você pode dizer sobre as novas extremi-
dades C e D?
•• X atrai W e repele R;
•• Y repele T e atrai W.
Polaridade magnética
1. De acordo com as características dos ímãs, não há polo magnético Sul sem polo magnético Norte. Logo, se a
extremidade A é polo magnético Sul, e B, polo magnético Norte, então C possui a mesma polaridade que B, de
maneira que D possui a mesma polaridade que A.
2. A barra XY e RT são ímãs, com X e R tendo a mesma polaridade. A barra ZW não é ímã, portanto suas extremida-
des são atraídas por quaisquer polos, por conta do magnetismo nelas induzido pelos ímãs.
Vídeo
Simulação
Exercícios resolvidos
BRASIL Escola. Exercícios sobre as propriedades dos ímãs. Disponível em: <http://exercicios.
brasilescola.com/fisica/exercicios-sobre-as-propriedades-dos-imas.htm>. Acesso em: 14 set. 2014.
VOLUME 3 77
FÍSICA e Vestibular. Ímãs e campo magnético: exercícios. Disponível em: <http://www.
fisicaevestibular.com.br/exe_mag_1.htm>. Acesso em: 14 set. 2014.
unidade 3 Eletromagnetismo
F = E1 q2
1. Qual o módulo do campo elétrico gerado por uma carga de 1 C, em um ponto P, distante da
carga 50 cm?
2. Considere uma carga elétrica (Q). Em uma distância (d) o campo elétrico gerado tem módulo
igual a (E). Ao reduzir o valor da carga elétrica para Q e a distância para d , qual será o
2 2
módulo para o campo elétrico gerado no novo ponto?
O conceito de campo
1. Considere o campo elétrico gerado na primeira situação como (E1).
Seja:
78 VOLUME 3
2. Seja:
k0 Q
E2 =
d2
Q Q
k0 2 k0 2 2 k0 Q
E2 = = =
2
d d
2
d2
2 4
E2 = 2 E1
Vídeo
Simulações
WALTER Fendt. Campo magnético de um fio linear transportando uma corrente. Disponível em:
<http://www.walter-fendt.de/ph14br/mfwire_br.htm>. Acesso em: 14 set. 2014.
VOLUME 3 79
Exercícios resolvidos
FÍSICA e Vestibular. Campo magnético originado por um condutor retilíneo extenso. Disponível em:
<http://www.fisicaevestibular.com.br/magnetismo4.htm>. Acesso em: 14 set. 2014.
. Campo magnético gerado por uma espira circular e por um solenoide. Disponível em: <http://
www.fisicaevestibular.com.br/magnetismo5.htm>. Acesso em: 14 set. 2014.
Com base nessas informações, resolva os exercícios a seguir. Caso julgue necessário, utilize
uma tabela periódica:
1. O Urânio 238 (92 prótons e 146 nêutrons) emite uma partícula alfa, gerando um novo ele-
mento. Determine esse elemento.
2. O Tório 234 (90 prótons e 144 nêutrons) emite uma partícula beta, gerando um novo átomo.
Determine esse átomo.
Transmutação da matéria
1. Deve-se lembrar de que uma partícula alfa é um núcleo de Hélio, logo, são emitidos dois prótons e dois nêu-
trons, ou seja:
238 234
92 U 90 Th + 42 He
80 VOLUME 3
Para professores, professoras e estudantes
Vídeo
Simulações
Exercício resolvido
BRASIL Escola. Exercícios sobre as emissões alfa, beta e gama. Disponível em: <http://exercicios.
brasilescola.com/quimica/exercicios-sobre-as-emissoes-alfa-beta-gama.htm>. Acesso em:
14 set. 2014.
VOLUME 3 81
Roteiros para exploração dos vídeos do Programa
Volume 1
Esse vídeo serve de apoio tanto para introduzir a construção do conhecimento científico
como para o estudo dos movimentos. Inicialmente, apresenta as origens da Física, relacio-
nando-a com a Filosofia grega, e depois, com base nos questionamentos dos filósofos sobre o
movimento, passa a discutir o que é movimento e como é possível medi-lo.
O vídeo pode servir tanto para ativar os conhecimentos prévios do estudante, antes de ler os
textos e realizar as atividades, como para problematizar e/ou sistematizar os conhecimentos
construídos durante os estudos, pois faz uma síntese dos temas estudados.
82
unidade 3 Explicando o movimento
Esse vídeo pode ser utilizado nos momentos de encontro presencial, tanto para o levan-
tamento dos conhecimentos prévios do estudante quanto para sensibilizá-lo em relação aos
temas estudados. Inicialmente, o vídeo apresenta alguns exemplos de movimentos, analisa
o conceito de força, sua relação com a massa e a mudança de velocidade de um corpo. Em
seguida, usa vários exemplos para diferenciar as forças de campo e de contato. Então, discute
a relação entre massa e peso.
É interessante assistir ao vídeo com os estudantes e fazer pausas em alguns momentos para
discutir os conceitos trabalhados, ajudando-os a consolidá-los.
83
Tempo de Pausa no vídeo Tema a ser discutido
7min50s Você pode perguntar ao estudante se é preciso aplicar
alguma força para parar um objeto que esteja em movi-
mento e por quê. Em seguida, você pode questionar: “É mais
fácil frear um carro ou uma bicicleta que estejam com a
mesma velocidade?”
8min48s Retomando as questões anteriores, você pode discutir e sin-
tetizar com o estudante a 2a lei de Newton.
8min51s Nesse momento, você pode perguntar ao estudante se já per-
cebeu que, para andar para a frente, empurra-se o chão para
trás e que, para subir uma escada, empurram-se os degraus
para baixo. Você também pode questionar por que ele acha
que isso acontece.
11min00s É interessante sintetizar com o estudante a 3a lei de New-
ton. Você pode investigar outros exemplos que se relacio-
nem com essa lei e finalizar com uma revisão das três leis
de Newton.
Volume 2
Esse vídeo serve de apoio tanto para introduzir e sensibilizar os estudantes para o tema
energia como para consolidar os conceitos relativos ao tema. Inicialmente, apresenta a defini-
ção de energia e, em seguida, especifica e aprofunda as diversas formas de energia mecânica e
sua conservação. O vídeo pode servir tanto para ativar os conhecimentos prévios dos estudan-
tes, antes de ler os textos e realizar as atividades, como para problematizar e/ou sistematizar
os conhecimentos construídos durante os estudos, pois faz uma síntese dos temas estudados.
É interessante assisti-lo com os estudantes e fazer pausas em alguns momentos para discu-
tir os conceitos trabalhados, ajudando-os a consolidá-los.
84
Sugestão de roteiro para uso do vídeo
Esse vídeo apresenta, inicialmente, a definição de luz como mais uma forma de energia
para depois especificar e aprofundar as diversas propriedades e fenômenos a ela relaciona-
dos. O vídeo pode servir tanto para ativar os conhecimentos prévios dos estudantes, antes de
85
ler os textos e realizar as atividades, como para problematizar e/ou sistematizar os conheci-
mentos construídos durante os estudos, pois faz uma síntese dos temas estudados.
86
VOLUME 3
Unidade 1 Eletricidade
Esse vídeo serve de apoio para introduzir o tema eletricidade, partindo do conceito de estru-
tura da matéria e métodos de eletrização, além de discutir aplicações da eletricidade estática
e apresentar explicações sobre os raios observados durante as tempestades. Assim, pode ser
utilizado pelos estudantes para retomar os conteúdos abordados na Unidade, independente-
mente da presença do professor.
No caso da utilização desse vídeo nos encontros presenciais, é importante que se faça uma
discussão aprofundada do modelo científico dos átomos e de como suas partículas interagem
entre si, bem como dos diferentes tipos de eletrização, trazendo exemplos do cotidiano dos
estudantes para o contexto científico.
É interessante assistir ao vídeo com os estudantes e fazer pausas em alguns momentos para
discutir os conceitos trabalhados, ajudando-os a consolidá-los.
Tempo da Pausa no
Tema a ser discutido
vídeo
Discuta com os estudantes a descoberta da eletricidade pelos
1min40s
gregos e a origem do nome “eletricidade”.
Discuta e sintetize com os estudantes o conceito de pilha. Como
2min44s
e por quem foi inventada e qual sua finalidade.
Retome, discuta e sintetize com os estudantes a descoberta de
4min05s Oested e sua importância para o desenvolvimento do eletromag-
netismo.
Discuta e sintetize com os estudantes as questões: como se pro-
6min20s duz corrente elétrica por meio do magnetismo? Qual foi a contri-
buição de Faraday para responder a tal questão?
Analise com os estudantes as transformações de energia envol-
8min40s
vidas na produção de energia elétrica.
Junto com os estudantes, analise a produção de energia na usina
12min00s hidrelétrica. Procure fazer analogias e relacionar o que acontece
na usina com o modelinho de usina apresentado no laboratório.
87
unidade 3 Eletromagnetismo
Na sua utilização durante os encontros presenciais, você pode indicar aos estudantes que
formulem sínteses dos conteúdos estudados, como, por exemplo: o conceito de pilha, o desen-
volvimento do eletromagnetismo, a produção de eletricidade por meio do magnetismo e as
transformações de energia para produção de energia elétrica.
É interessante assistir ao vídeo com os estudantes e fazer pausas em alguns momentos para
discutir os conceitos trabalhados, ajudando-os a consolidá-los.
Tempo da Pausa no
Tema a ser discutido
vídeo
Discuta com os estudantes o modelo científico dos átomos.
Enfatize que o núcleo é formado por prótons e nêutrons e em
2min20s
torno destes, giram os elétrons. Analise, também, quais são as
partículas que tem carga elétrica e como elas interagem entre si.
Retome a questão proposta no vídeo: se os átomos possuem
2min40s carga elétrica e a matéria é feita de átomos, por que não leva-
mos choques o tempo todo?
Discuta com os estudantes a eletrização por atrito: o que é?
4min00s
Como acontece? É comum acontecer?
Discuta com eles a eletrização por contato: o que é? Como acon-
4min50s
tece? É comum acontecer?
Discuta sobre a eletrização por indução: o que é? Como acon-
7min40s
tece? É comum acontecer?
Junto com os estudantes, analise o processo de produção de
9min37s
uma fotocópia e da pintura de carros.
Discuta com eles o que é um choque elétrico e como pode ser
10min35s
evitado.
Converse com os estudantes sobre a formação de raios, confron-
12min20s
tando os mitos e explicação científicas para tal.
88