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Garçom
1
emprego
T u r i s m o e h o s p i ta l i da d e
G a r ço m
1
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Geraldo Alckmin
Governador
Rodrigo Garcia
Secretário
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Apolo Utensílios Profissionais, Arnaldo Borges Filho, Della Bruna, Di Pratos Multinox Equipamentos para Restaurantes, Gerson Bonilha Junior,
Linson Hotel, Marcel Restaurant, Melissa Galdino de Souza, Morumbi Grill, Pandolfi Restaurante e Rotisseria, Requinte, Tramontina S/A,
Robson Alexandre Divino e Vico d’o Scugnizzo
Caro(a) Trabalhador(a)
CDD: 647.2
FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
Unidade 1
A história do turismo e
da ocupação de garçom
Entretanto, Niède Guidon (1933- ), renomada arqueóloga brasileira, encontrou vestígios de fogueiras cuja
análise indicou terem cerca de 60 mil anos e, além de revelarem indícios de o fogo ter sido provocado e
controlado pelo homem, ainda apresentam vestígios de pedras trabalhadas que, segundo a arqueóloga,
seriam de indivíduos de origem australoide-negroide, oriundos da África.
Dessa maneira, foram sendo criadas estruturas próprias para atender à demanda
desses visitantes, o mesmo ocorrendo séculos depois, no Império Romano.
Um bom exemplo para se compreender formas mais antigas e rudimentares de
abrigar os viajantes e as mercadorias que transportavam são os caravançarás, como
mostra a pintura a seguir.
Richard Dadd. Caravançará em Mylasa, Turquia, 1845. Óleo sobre painel, 21,3 cm x 30,5 cm. Centro de Arte Britânica, Yale, EUA.
© Marco Scataglini/Easypix
Você sabia?
O termo hospitalidade
surgiu no Império Roma-
no e deriva de hospitali- Antiga Via Appia.
tatis, palavra em latim
que pode ser traduzida Assistir a circos e lutas de gladiadores ou frequentar bal-
como “ato de acolher, de
hospedar”. Hospitium
neários também motivavam inúmeras viagens. A rede de
era o lugar, à margem das vias construída foi se estendendo por todo o Império, e
antigas estradas roma- provavelmente se deve a esse fato o surgimento da frase
nas, em que os viajantes
encontravam abrigo, ali- “Todos os caminhos levam a Roma”.
mentação e até mesmo
tratamento médico; era Com a propagação do cristianismo, houve aumento das
também chamado de peregrinações, muitas em direção à Igreja do Santo
“hospedagens” ou “pou-
sadas”. Hóspede deriva Sepulcro, em Jerusalém, erguida em 326 d.C. (depois
de hospitus; estábulo, de de Cristo) pelo imperador Constantino (280-337 d.C.
stabulum, lugar onde se
acomodavam as monta-
[depois de Cristo]). No século VI (6), os peregrinos
rias; taberna, de taber- passaram a se dirigir também a Roma – daí o termo
nae, estabelecimento romeiro.
situado à beira da estra-
da, fora dos povoados,
em que se vendiam pro-
As ordens religiosas mantinham, na época, abrigos para
dutos locais, comidas e viajantes, pobres e doentes, os chamados hospitais. Com
bebidas em geral. o aumento das viagens, esses locais, muitas vezes junto
Fonte: Confederação Nacional do
Comércio (CNC). Breve história do
a mosteiros, tornavam-se incapazes de atender a todos
turismo e da hotelaria. Rio de os necessitados e terminavam por se dividir em abrigos
Janeiro: CNC, 2005. Disponível em:
<http://www.cnc.org.br/sites/ para os enfermos, hospitais, e os abrigos para os demais,
de fault /f iles /arquivos /breve
historicodoturismoedahotelaria. os albergues. A hospedagem, que era gratuita e feita por
pdf>. Acesso em: 12 jun. 2013.
caridade, só futuramente passaria a ser cobrada.
No século XIII (13), mais especificamente em 1282, em Florença (Itália), foi cria-
da a primeira instituição que reuniria proprietários de estabelecimentos de hospe-
dagem. Tratava-se de um grêmio de donos de pousadas.
© IBGE
Atividade 1
R enascimento
Origens da hotelaria
Você sabia? No início do século XIX (19), o termo hotel – do francês
Para se hospedar em ca- hôtel – passou a ser utilizado para designar estabeleci-
sas de família em São
Paulo, no século XIX (19), mentos voltados à hospedagem.
as pessoas deviam trazer
consigo uma carta de re- O suíço César Ritz (1850-1918) é considerado o “pai da
comendação. Ficar em hotelaria”, pois foi responsável por criar os principais
casas particulares era uma
alternativa para escapar conceitos para hotéis de luxo na França, quando ocupou
das difíceis condições de cargos de destaque no gerenciamento de importantes
higiene e acomodação
oferecidas pelas hospeda- estabelecimentos.
rias da época.
Para saber mais, visite o site do
Os principais conceitos criados por Ritz foram: quartos
Arquivo Histórico Municipal. Dispo- amplos, toaletes conjugados aos quartos e criação da
nível em: <http://www.arquiamigos.
org.br/info/info24/i-estudos.htm>. recepção do hotel, de forma a centralizar todo o atendi-
Acesso em: 12 jun. 2013.
mento ao cliente.
© Directphoto.org/Alamy/Glow Images
Hotel Ritz. Paris, França.
No Rio de Janeiro, um hotel que se tornou famoso foi o Pharoux. Aberto em 1817,
iniciou como restaurante para, dois anos depois, passar a ter acomodações de hos-
pedagem.
Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, RJ
Friedrich Pustkow. Hotel Pharoux, Vistas do Rio de Janeiro, século XIX (19). Coleção Pustkow, Fundação Biblioteca Nacional,
Rio de Janeiro (RJ).
Também no Rio de Janeiro, em 1835, o Hotel da Itália, bem como outros depois
dele, começou a apresentar bandas de música e a promover os primeiros bailes
carnavalescos em suas dependências, estabelecendo uma nova alternativa para as
elites locais e para a atividade do setor.
Na cidade do Rio de Janeiro, faltavam hotéis na virada do século (de 1899 para
1900). O problema foi tão grande que o governo, em 1907, criou a isenção de im-
postos e emolumentos municipais, válida por sete anos, para os cinco primeiros
grandes hotéis que fossem construídos.
© Arquivo/Agência O Globo
Acervo Senac
Grande Hotel, Águas de São Pedro (SP).
Fontes: Confederação Nacional do Comércio (CNC). Breve história do turismo e da hotelaria. Rio de Janeiro: CNC,
2005. Disponível em: <http://www.cnc.org.br/sites/default/files/arquivos/brevehistoricodoturismoedahotelaria.pdf>;
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). História. Rio de Janeiro: CNC, 2013.
Disponível em: <http://www.cnc.org.br/cnc/sobre-cnc/historia>. Acesso em: 12 jun. 2013.
© Jonathan Blair/Corbis/Latinstock
Você sabia?
O feudalismo também é
conhecido por Idade Mé-
dia, período da história
europeia entre o fim do
Império Romano do Oci-
dente, no século V (5), e
o início das descobertas
marítimas, no século XV
(15). O termo média é jus- Carcassone, cidade francesa do período medieval, restaurada no século XIX (19).
tamente utilizado no sen-
tido de estar no meio,
A sociedade feudal na Europa era dividida por
entre a Antiguidade clás-
sica (o mundo grego e critérios sociais completamente distintos da nossa,
romano) e o mundo mo- que valorizavam a condição de nascimento e a
derno, quando se inicia a
passagem para o capita- religião. As relações de trabalho naquela época
lismo. Falar Idade Média não eram capitalistas nem escravas: o que existia
é o mesmo que dizer “Ida-
de ou Europa Medieval”. era a servidão [...].
[…]
Se tiver oportunidade, assista ao
Em termos da produção, os feudos eram divididos em filme Robin Hood (direção de Ridley
Scott, 2010). É uma adaptação da
três partes: o domínio, o manso servil e a terra comum. lenda de um herói que, com seu
arco e flecha, roubava dos ricos
para dar aos pobres.
© Leandro Robles/Pingado
Domínio
Manso
servil
Terra
comum
[...]
[...]
Atividade 4
R eflexão sobre o trabalho
A França, no século XVIII (18), viveu um importante episódio de sua Se você não se lembra ou deseja
história: a Revolução Francesa. Segundo alguns historiadores, ela conhecer mais sobre essa parte da
teve início em 14 de julho de 1789 (dia que passou a ser feriado nacional história mundial – a Revolução
Francesa –, pode acessar o
na França), quando a população tomou, em Paris, a prisão da Bastilha, conteúdo do Caderno do Estudante
conhecida por aprisionar os oponentes da monarquia. Essa revolução, de História do 7º ano do
Programa EJA – Mundo do Trabalho.
cujo lema era “Liberdade, igualdade e fraternidade”, foi responsável Disponível em: <http://www.
por profundas mudanças políticas e sociais, tendo importante signifi- ejamundodotrabalho.sp.gov.br>.
cado no processo de transição do período feudal para o capitalismo. Acesso em: 12 jun. 2013.
Atividade 5
A humanidade e o alimento
Leia o texto a seguir e assinale as palavras cujo sentido você não compreendeu.
e onde vem o gosto alimentar?
D
Cada sociedade, em cada tempo, tem um hábito alimentar que está ligado não só ao
clima e à geografia da região, como também à história dessa população. Os alimentos
ingeridos têm uma história que reflete diretamente a época em que se vive.
Há escritores e artistas brasileiros que defendem a língua portuguesa sem os chamados estrangeirismos.
É o caso do pernambucano Ariano Suassuna (1927- ), autor de Auto da Compadecida (1955), que é contra
o uso de americanismos (termos tomados do inglês estadunidense) na nossa língua.
Por que você acha que há brasileiros que são contra os americanismos?
© Bel Pedrosa/Folhapress
Papo de garçom
Para terminar, um pouco de curiosidade.
Alguns autores contam uma história interessante que explica como a denominação
garçom se consolidou.
Os períodos de guerra são reconhecidamente uma época em que mulheres e jovens
precisam trabalhar para substituir a força de trabalho masculina, que acaba tendo
de servir nos exércitos.
Algumas histórias informam que, na França (país que participou ativamente das
duas grandes guerras do século XX (20), a 1a e a 2a Guerras Mundiais), muitos
desses jovens encontraram na ocupação de garçom e de atendente uma possibilida-
de de trabalho. Assim, quando os clientes precisavam chamar a atenção desses
profissionais, acabavam chamando-os por rapaz, ou seja, garçon.
Muitos desses restaurantes e bares eram frequentados por soldados de diversas na-
cionalidades que, ao voltarem para o país de origem, levaram consigo essa forma de
denominar esses trabalhadores.
Atividade 1
A crônica do garçom
Atividade 3
Saberes previstos na CBO para a
ocupação de garçom e os próprios
saberes
Entregar o cardápio
Tirar o pedido
Encaminhar pedidos
para cozinha e bar
Servir aperitivos
Servir bebidas
Servir vinho
Administrar o fluxo de
pratos entre a cozinha
e as mesas
Servir bandeja
Servir pratos
Fatiar carne
(churrascaria)
Destrinchar peixe
Completar o bufê
Servir queijos
Servir sobremesas
Checar a conta
Trazer a conta
Informar previsão de
tempo de espera
Acomodar o cliente
Acompanhar o cliente
à mesa
Questionar as
preferências do
cliente
Dar sugestões
Descrever os pratos
Esclarecer as dúvidas
do cliente
Fornecer informações
ao cliente
Atender reclamações
do cliente
Montar praça,
Saberes que Saberes que Saberes que
carrinho, mesa,
tenho preciso aprimorar não tenho
balcão, bar
Organizar estrutura
de apoio (montar
mise en place)
Providenciar gelo
Selecionar produtos
(limpeza e outros)
Escolher louças
Selecionar copos
Montar kits de
descartáveis
(guardanapos,
talheres, sal)
Dobrar
guardanapos
Forrar bandeja
Montar mesa,
bandeja, balcão e bar
Decorar mesa
Montar carrinho
Selecionar alimentos
e bebidas
Repor o material de
apoio
Repor aparadores e
gueridons
Repor bebidas em
geral
Substituir cobre-
-manchas
Verificar a lista de
reserva
Verificar quantidade e
disponibilidade de
produtos
Verificar material de
trabalho (utensílios e
equipamentos)
Requisitar utensílios,
equipamentos e
produtos de limpeza
Verificar estoques de
produtos e alimentos
Controlar prazos e
datas de validade de
produtos e bebidas
Contar número de
couverts e refeições
servidas
Controlar sobras
e perdas
Controlar desperdícios
Controlar acesso de
pessoas
Verificar cumprimento
das normas sanitárias
Verificar segurança do
local de trabalho
Preparar alimentos
e bebidas Saberes que Saberes que Saberes que
(entradas, saladas, tenho preciso aprimorar não tenho
drinques etc.)
Colocar bebidas
para gelar
Preparar coquetéis,
drinques, aperitivos
Preparar canapés
Preparar couverts
Preparar saladas
Enfeitar drinques,
coquetéis e pratos
Observar o ponto de
cozimento dos
alimentos
Observar a
apresentação
dos pratos
Fazer serviço de
réchaud
Flambar sobremesas,
pratos e bebidas
Preparar sorbets e
amuse-gueules
Realizar o serviço Saberes que Saberes que Saberes que
de vinhos tenho preciso aprimorar não tenho
Compatibilizar vinhos
e alimentos
Apresentar carta de
vinhos
Auxiliar o cliente na
escolha do vinho
Apresentar o vinho
para o cliente
Abrir a garrafa
Mostrar a rolha ao
cliente
Decantar o vinho
Desmontar o carrinho
Desmontar mesas
Recolher as bandejas
Recolher louças,
talheres, copos
Tirar toalhas
Guardar produtos
Arrumar o espaço
Inventariar bebidas
consumidas
Inventariar o material
(louças, pratarias,
enxoval de mesa)
Encaminhar enxoval
de mesa para
lavanderia
Limpar prataria
Esterilizar instrumentos
e materiais
Limpar equipamentos
de refrigeração
Limpar equipamentos
em geral
Limpar balcão
e bancada
Limpar mesas
Separar lixo
Limpar o chão
Destinar o lixo
Réchaud Rechô
Sorbet Sorbé
Atividade 4
M ais informações da CBO
Você vai fazer agora, com relação a esses saberes, o mesmo exercício realizado na
atividade anterior.
Treinamentos e
cursos
Curso de idiomas
Manter-se disciplinado
Cuidar da aparência e
da higiene pessoal
Contornar situações
adversas
Demonstrar
cordialidade
Cultivar a
sensibilidade
Cultivar a ética
profissional
Manter-se
dinâmico
Demonstrar
paciência
Demonstrar educação
Se você desconhece a maior parte dessas atividades ou acha que não sabe executá-las
bem, não se sinta mal. Muitas delas fazem parte apenas do trabalho de garçons
experientes, com algum tempo de atuação no mercado.
Atividade 5
A lguns resultados da L ei A ntifumo para os garçons
2. Agora, com a ajuda do monitor, produza um pequeno texto sobre quais são, em
sua opinião, os pontos positivos e negativos (se houver) da Lei Antifumo.
Conversa de botequim
Oswaldo Gogliano (VADICO) e Noel de Medeiros Rosa (NOEL ROSA)
Regulamentação da gorjeta
Se você quiser relembrar ou aprender
um pouco mais sobre cálculos e
Além do salário pago por seu trabalho, é praxe e tradição Matemática – por exemplo,
porcentagem –, reveja o Caderno
do mercado, no Brasil e em vários países, pagar aos gar- do Trabalhador 3 – Conteúdos Gerais
– “Fazendo contas”.
çons uma gorjeta. O valor convencional pago no Brasil Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.
br>. Acesso em: 12 jun. 2013.
é de 10% do total da conta.
A gorjeta pode ser entregue diretamente ao garçom, mas
é muito comum ser paga pelos clientes com o valor da
conta. Nesses casos, é responsabilidade do estabeleci-
mento comercial repassar os valores aos garçons.
Desde 2010, os garçons do Estado de São Paulo contam
com um instrumento a mais para garantir que esse di-
reito seja cumprido: o Disque Gorjeta.
Leia a reportagem a seguir.
Serviço funciona de segunda à sexta das 10h às 18h pelo 0800 77 171 04.
Denúncias vão auxiliar nas investigações da CPI da Gorjeta.
Marcelo Mora
Do G1, em São Paulo
Segundo ela, a grande maioria das denúncias são de dois tipos: quan-
do a casa não repassa a gorjeta ou quando não repassa de forma
correta. “Este segundo caso é porque a gorjeta complementa o salá-
rio e forma um rendimento mensal variável. Então o dono do estabe-
lecimento tem de repassar também todos os benefícios ao trabalhador
com base no valor deste rendimento”, afirmou Heczel.
[…]
MORA, Marcelo. Sindicato de garçons cria disque denúncia contra não repasse da
gorjeta. G1, 25 fev. 2010. Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/
SaoPaulo/0,,MUL1504422-5605,00.html>. Acesso em: 12 jun. 2013.
[…]
A PEC dos Garçons foi aprovada por 62 votos, e garante aos segura-
dos da Previdência Social, que exercem as funções de garçom, maître,
cozinheiro de bar ou restaurante ou confeiteiro poder se aposentar
após 25 anos na atividade. O projeto que cria a aposentadoria
b) Com base na resposta do item anterior, cite exemplos concretos dessas situações,
que, em sua opinião, fazem parte do cotidiano de trabalho dos garçons.
© Diomedia
• Botequim (ou boteco) – típico bar brasileiro, com serviço de bebidas, lanches,
tira-gostos. Teve sua origem provavelmente nas vendas ou mercearias. Atualmen-
te podemos dividi-los em duas categorias: os tradicionais e os chiques. Estes úl-
timos são os preferidos para o happy hour após um dia de trabalho. Algumas ruas
ou bairros são famosos por abrigar grande concentração desses tipos de bares.
© Diomedia
• Cervejaria – bar com vasta oferta de cervejas de alta e baixa fermentação, com
destaque para o serviço de iguarias alemãs, assim como a disponibilidade de
sommelier. Atualmente, tem-se percebido um grande interesse por cervejas diferen-
ciadas, ao mesmo tempo que os clientes estão cada vez mais exigentes em relação às
cervejas, o que justifica a presença cada vez mais frequente do sommelier de cervejas.
© Imagebroker/Alamy/Glow Images
Atividade 1
C onhecendo o cotidiano da ocupação
A rotina de um garçom
A rotina de trabalho do garçom inclui algumas tarefas que devem se repetir diaria-
mente no funcionamento de um restaurante, bar ou outro estabelecimento seme-
lhante. Essas tarefas envolvem desde as atitudes e a apresentação pessoal, até outras
funções, como arrumação do salão, limpeza do material, recepção e atendimento
aos clientes.
Após a atividade a seguir, falaremos sobre elas.
Um último obrigado
Temo que ele tenha sido despedido por causa da idade, pois já pas-
sava dos quarenta. Mas se foi essa a razão, o que posso dizer, senão
lastimar que, vagando por São Paulo ou remoendo suas decepções
em alguma humilde casa da periferia, ele esteja impedido de ler este
texto e, principalmente, de saber que suas diferentes gentilezas per-
manecem guardadas em minha memória – e que faço dessas lem-
branças uma forma de lhe dizer meu último muito obrigado.
A relação garçom-cliente
O trabalho do garçom, assim como o de diversas outras ocupações do setor de
serviços, exige um relacionamento direto com o cliente. Por isso, além dos conhe-
cimentos técnicos que você está aprendendo neste curso, há também outros saberes
importantes, relacionados com o jeito de ser e de agir das pessoas no cotidiano (suas
atitudes pessoais) e no trabalho (suas atitudes profissionais).
Neste momento, falaremos de alguns desses aspectos, ajudando-o a refletir sobre a
melhor maneira de agir no local de trabalho e no momento de atender e servir os
clientes.
Gostar de conhecer pessoas e conviver com elas é fundamental para um profissional
que vai atender o público diariamente.
Todos nós sabemos que existem pessoas com as quais é mais fácil conviver, e outras,
digamos, menos sociáveis. Mas quantas vezes, no dia a dia, você já teve de lidar
com indivíduos estressados, impacientes, cansados ou, até mesmo, furiosos com
alguma situação?
Na área profissional não será diferente. Você encontrará pessoas tranquilas e outras
nem tanto; algumas compreensivas e outras menos dispostas a ouvir seus argumen-
tos; pessoas contentes com o momento que estão vivendo e outras que passam por
situações difíceis.
Porém, como garçom, diante de todas elas será preciso demonstrar equilíbrio
e paciência. Isso não significa que você precisa concordar com tudo, sem expor
as próprias opiniões. Também não quer dizer que você deve aguentar desaforos
ou deixar que o explorem. Apenas considere que lidar com pessoas requer
tranquilidade e cuidado para não tornar situações difíceis mais complicadas do
que já são.
© Paulo Savala
© Paulo Savala
© Paulo Savala
Atividade 1
Para reconhecer a área de trabalho
Material Utilidade
Móveis
Mobiliários Características Usos
Fotos: © Paulo Savala
Mesas
Mesas
© Divulgação/Tramontina
São, geralmente, usadas para
Ovais acomodar seis ou mais
pessoas
Mesas
© Paulo Savala
serviço das mesas. Podem ser
fixos ou possuir rodinhas para
possibilitar sua circulação pelo
Vários formatos
salão. Geralmente possuem
uma prateleira na parte
inferior, também para guardar
Mesas auxiliares ou gueridons utensílios
© Della Bruna
Cadeiras
© Paulo Savala
Cadeirões
A montagem do salão deve levar em consideração a circulação das pessoas e dos funcionários, principal-
mente garçons. É recomendável que exista um espaço de pelo menos 1,5 metro entre as mesas, para que
esse trânsito flua de forma satisfatória. Quanto mais sofisticado o restaurante, maior pode ser o distan-
ciamento entre as mesas.
O aparador deve ser montado antes da abertura do restaurante, ou seja, durante a mise en place. Sua
montagem consiste em: estar forrado com toalha, ter bandejas, cardápios (comidas e bebidas), talheres,
pratos e guardanapos de pano extras para a necessidade de substituição nas mesas.
Com o hábito cada vez mais frequente de as famílias comerem fora de casa, diversos restaurantes ofere-
cem serviços diferenciados para crianças, que vão desde cardápios apropriados (comida e quantidade) ou
espaços com brinquedos, até papéis e lápis de cor para as crianças pintarem enquanto estão à mesa. Ao
acomodar famílias com crianças, o garçom deve oferecer esses serviços aos clientes.
Utensílios
Utensílios Usos
Louças de porcelana
Pratos de mesa
Taças de consommé
Pratos de sopa
Sopeiras
Pratos de sobremesa
Pratos de pão
© Lucíola Okamoto
Baixelas de peixe
© Paulo Savala
Baixelas
Sous-plats
Cloches
Demais utensílios
Porta-baldes
Porta-couverts
© Paulo Savala
© Paulo Savala
Apoios para colocar a garrafa de vinho à mesa
© Fernando Chaves
Recipientes para colocar pães e levar à mesa
Abridores de garrafa
© Paulo Savala
Saca-rolhas
© Paulo Savala
Saleiros
© Paulo Savala
Pimenteiras
Paliteiros
Galheteiros
Mostardeiras
Açucareiros
© Fernando Chaves
Recipientes para colocar queijo ralado e levar à
mesa
Queijeiras
© Paulo Savala
Castiçais
© Paulo Savala
Lavandas
Cloches Clóche
Noisettes Nuaséte
Talheres de escargô
Seguem algumas dicas importantes ao servir pratos não tão comuns como:
© Judith Haeusler/Taxi/Getty Images
Moletons
Toalhas
Guardanapos de mesa
Guardanapos de garçom
Panos de pó
Panos descartáveis
© Paulo Savala
Tipos de guardanapos utilizados para forrar as
bandejas com o objetivo de evitar que os
utensílios escorreguem. Também absorvem
líquidos
Forros de bandeja
Equipamentos
Equipamentos © Paulo Savala Usos
Réchaud maître-d’hôtel
(fala-se “rechô métre dotel”)
© Edgaras Kurauskas/123RF
Collins
© Paulo Savala
Baixo, com borda e
fundo largos.
O copo para caipirinha é Uísque com
semelhante, porém um pouco pedras de gelo
mais estreito e com
fundo espesso
On the rocks (fala-se
“on de roques”)
© Paulo Savala
Coquetéis old-fashioned,
negroni e americano, além de
white russian, black russian,
Borda mais larga que o fundo french connection, rusty nail,
entre outros
Old-fashioned (fala-se
“old fechion”)
© Creative Crop/Getty Images
Margarita ou coupett
(fala-se “cupê”)
© Fernando Chaves
1. Como devem ser distribuídas as mesas no salão dos restaurantes? Por quê?
4. Quais atitudes o garçom deve tomar ao receber uma família com crianças?
5. Como se chama o recipiente apropriado para se colocar velas à mesa, que ajudam
na decoração do ambiente?
[...]
[...]
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Resolução-RDC no 216, de 15 de setembro de 2004. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004.
html>. Acesso em: 12 jun. 2013.
Tais medidas são essenciais para que não haja risco de contaminação das pessoas,
pois qualquer problema com os alimentos pode causar risco para a saúde dos tra-
balhadores e dos consumidores.
© Trebuchet/123RF
© Olaf Speier/123RF
© Mircea Savu/123RF
© Age Fotostock/Keystone
© Martina Kovacova/Easypix
Atividade 1
R efletindo, interpretando , escrevendo
1000
900
800
700
600
500
Zona de 400
Perigo
300
200
100
00
-50
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cartilha sobre boas práticas para serviços de alimentação.
Resolução-RDC no 216/2004. Brasília: Anvisa, p. 11. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/
cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2013.
Agora que você conhece a definição de alimentos perecíveis e não perecíveis, clas-
sifique os alimentos do quadro a seguir.
Alimento Perecível Não perecível
Morango
Uísque
Leite
Abacaxi
Chocolate em barra
Iogurte
O local de trabalho
Limpeza e organização são duas palavras de ordem nos locais de trabalho do garçom,
isto é, restaurantes, bares, bufês e também a cozinha – lugares onde ele pode pré-
-preparar os ingredientes. Para isso, a infraestrutura do local, ou seja, sua estrutura
física, deve ser adequada para a manipulação de alimentos:
• o piso, a parede e o teto devem ser conservados e não podem ter rachaduras,
goteiras, infiltrações, mofos e descascamentos – porque uma rachadura, por
exemplo, pode abrigar insetos e fungos sem que percebamos;
• as janelas devem ter telas para impedir a entrada e o abrigo de insetos e
outros animais;
• todos os objetos sem utilidade para o trabalho no bar devem ser retirados do
local; eles só atrapalham a circulação de pessoas e o manuseio dos equipamentos,
e podem concentrar poeira e micróbios;
• a rede de esgoto ou fossa séptica deve ser instalada fora da área de preparo e de
armazenamento de alimentos;
Atividade 3
Visita a um restaurante
ANTIS-
SÉPTICO
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cartilha sobre boas práticas
para serviços de alimentação. Resolução-RDC no 216/2004. Brasília: Anvisa, p. 26.
Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.
pdf>. Acesso em: 12 jun. 2013.
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cartilha sobre boas práticas para serviços de alimentação. Resolução-
RDC no 216/2004. Brasília: Anvisa, p. 28. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.
pdf>. Acesso em: 12 jun. 2013.
Atividade 5
O estresse e as condições de trabalho
© Ikon Images/Latinstock
www.viarapida.sp.gov.br