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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o

Operador de
Empilhadeira

1
emprego

transporte

Oper ador de Empilhadeir a

1
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin
Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,


CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes


Secretário

Cláudio Valverde
Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal
Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva


Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe Técnica


Marco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.
e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Wanderley Messias da Costa Equipe Técnica


Diretor Executivo Emily Hozokawa Dias e Odair Sthefano Sant’Ana

Márgara Raquel Cunha


Diretora Técnica de Formação Profissional Textos de Referência
Beatriz Garcia Sanchez, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão
Coordenação Executiva do Projeto Pichoneri, Maria José Masé dos Santos, Selma Venco e
José Lucas Cordeiro Walkiria Rigolon

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Mauro de Mesquita Spínola Gestão Editorial


Presidente da Diretoria Executiva Denise Blanes
Equipe de Produção
José Joaquim do Amaral Ferreira
Vice-presidente da Diretoria Executiva Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel
Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa,
Gestão de Tecnologias em Educação Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann,
Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso,
Direção da Área Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza
Guilherme Ary Plonski Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire,
Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto,
Coordenação Executiva do Projeto
Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro,
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca,
Gestão do Portal Roberto Polacov e Sandro Carrasco
Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz,
Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito,
Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios
Gestão de Comunicação
Ane do Valle Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

CTP, Impressão e Acabamento


Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Coparts Com. de Peças e Serviços Ltda, DiCico, Jesus Inácio Bueno, Nacco Materials Handling Group Brasil,
Pallets de Paula, Saur Equipamentos, Sest-Senat Santo André e Somov
Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do


Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é
importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir
o seu próprio negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados
ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-
cação profissional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico,


Ciência, Tecnologia e Inovação
Caro(a) Trabalhador(a)
Você inicia agora um curso preparado para lhe proporcionar muitas aprendizagens. A
opção por um curso de qualificação, sem dúvida, é uma decisão importante não so-
mente por conta da certificação que você receberá ao final, mas também pelos novos
relacionamentos e aprendizagens que construirá durante esse percurso formativo.
Vamos tratar da ocupação de operador de empilhadeira, modalidade que se insere
no setor de movimentação de cargas e está presente em diferentes ramos de ativi-
dades dos mais diversos segmentos (como o marítimo, o aéreo e o terrestre), ou seja,
ela pode ser exercida em aeroportos, portos, supermercados, shoppings, armazéns,
indústrias, centros de distribuições de produtos de toda natureza, entre outros.
Você vai conhecer diferentes tipos de carga e alguns aspectos relacionados ao arma-
zenamento e – é claro – vai aprender sobre os tipos, o funcionamento e a operação
das empilhadeiras. Você também verá procedimentos de segurança na condução
desses equipamentos e muitos outros fatores que envolvem a organização e o traba-
lho em equipe.
Na Unidade 1, estudaremos a história do trabalho. Você verá como ele deixou de ser
uma atividade artesanal e ganhou as formas a que estamos acostumados atualmente,
bem como as mudanças que essa transformação gerou nas relações de trabalho.
Na Unidade 2, faremos um levantamento dos conhecimentos, saberes e vivências
que você já possui e conheceremos como a Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO) descreve a ocupação de operador de empilhadeira. Com isso, você poderá
identificar as capacidades que você já possui e aquelas que ainda precisa desenvolver.
A Unidade 3 nos mostrará quais são as atividades desempenhadas no exercício
dessa ocupação e quais são suas ferramentas de trabalho.
Na Unidade 4, conheceremos as rotinas básicas no setor de movimentação de cargas,
observando uma descrição das atividades típicas de um operador de empilhadeira.
Por fim, na Unidade 5, veremos mais de perto a principal ferramenta de trabalho
dessa ocupação. Serão apresentados os modelos de empilhadeiras, suas especificidades
e partes que as compõem.
Bom curso!
Sumário
Unidade 1
9
Quando tudo começou?
Unidade 2
47
Reconhecendo meus saberes
Unidade 3
61
O que faz o operador de empilhadeira
Unidade 4
73
Rotinas básicas no setor de movimentação de cargas
Unidade 5
95
A empilhadeira – modelos e componentes
São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e
Inovação. Via Rápida Emprego: transporte: operador de empilhadeira, v.1. São Paulo: SDECTI,
2015.
il. - - (Série Arco Ocupacional Transporte)

ISBN: 978-85-8312-195-4 (Impresso)


978-85-8312-194-7 (Digital)

1. Ensino Profissionalizante 2. Transporte – Qualificação Técnica 3. Operador de


Empilhadeira – Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação II. Título III. Série.

CDD: 331.12513884

FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
Unidade 1
Quando tudo começou?

© Dmitry Kalinovsky/123RF
Você acaba de começar um curso de qualificação profissional
de operador de empilhadeira. Parabéns por sua iniciativa!
Agora, o primeiro passo é estar aberto para a construção de
novas aprendizagens, pois todos somos capazes de aprender e,
independentemente de nossas experiências passadas, sempre
é tempo de recomeçar.

Atividade 1
Para começo de conversa

Você já parou para pensar quando ou por que surgiu a neces-


sidade de se criar uma empilhadeira? E sobre como era feita a
movimentação de produtos antes de seu surgimento? Será que
sempre houve a necessidade de armazenarmos o que produzi-
mos por meio de nosso trabalho?

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 9


Escreva a seguir, do seu modo, suas ideias sobre as questões mencionadas e depois
leia as respostas para o monitor e os colegas de classe.

Para entender o que faz um operador de empilhadeira, é necessário, primeiro, co-


nhecer a origem dessa ocupação, ou seja, em qual cenário histórico ela surgiu e como
se desenvolveu. Para tanto, é importante olharmos para o passado, a fim de com-
preender como tudo começou. Então, vamos lá!

O trabalho
O trabalho é uma atividade humana por meio da qual se transforma a natureza.
Por meio do trabalho, o homem modifica a natureza em seu benefício quando, por
exemplo, cultiva a terra e produz alimentos, faz da madeira um móvel, do barro um
utensílio, do algodão, tecido e assim por diante. Essa capacidade humana de trans-
formar a natureza também nos transforma.

Atividade 2
A transformação da natureza
© Fabio Colombini

Se repararmos bem, encontramos também na natureza algumas atividades que se


parecem com nossos trabalhos: as abelhas produzem mel, as aranhas tecem teias, o
joão-de-barro constrói sua casa...

10 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Você vê diferenças entre o trabalho humano e o que
encontramos na natureza? Quais?

Atividade 3
A capacidade de planejar

Leia atentamente o texto a seguir. Ele foi retirado do


livro O capital, escrito por Karl Marx em 1867. Depois
da leitura, discuta as ideias de Marx com seus colegas e
monitor e responda às questões propostas.

Nós atribuímos ao trabalho uma forma exclusivamen-


te humana. Uma aranha executa operações que se
assemelham às do tecelão, e uma abelha ao construir
© Roger Viollet Collection/Getty Images

sua colmeia deixa envergonhados alguns arquitetos.


Mas o que distingue, a princípio, o pior arquiteto da
melhor abelha é que ele já elaborou em sua mente a
construção de uma obra antes de concretizá-la. Ao
final do processo de trabalho surge um resultado que
já estava desde o início na mente do trabalhador, ou
seja, já existia idealmente. Ele não opera apenas uma
transformação da forma da matéria natural, o traba- Karl Marx, filósofo
alemão que nasceu em
lhador concretiza, ao mesmo tempo, na matéria 1808, revolucionou o
natural seu objetivo, que ele sabe que, como lei, de- modo de pensar econo-
mia e política. Ele fale-
termina a maneira de sua ação, e ao qual ele precisa ceu em 1883, mas seu
subordinar sua vontade. pensamento permane-
MARX, Karl. O capital. Hamburgo: Verlag von Otto ce vivo ainda hoje.
Meisner, 1890. p. 140. Tradução: Luci Ribeiro.

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1. Nesse texto, qual diferença é apontada por Marx entre o trabalho humano e
aqueles realizados pela natureza?

2. Você mudaria a sua resposta da Atividade 2 depois da leitura desse texto? Por quê?

A necessidade de armazenar
O ato de armazenar representou um momento importante na história da hu-
manidade. Antes de dominar essa técnica, os povos eram nômades, ou seja, não
viviam em um lugar fixo, estavam sempre mudando de um lugar para outro.
Quando as condições de subsistência (sustento) se esgotavam, eles partiam em
busca de um novo espaço.
Contudo, quando o homem começou a se dedicar à agricultura, ele passou a plan-
tar, colher e armazenar para o consumo próprio e esse domínio possibilitou que os
povos começassem a viver em um só lugar, deixando de ser nômades.
Esse aprendizado foi essencial, pois a partir dele o homem passou a identificar os
períodos de plantio, de colheita farta e de escassez e, dessa forma, começou a esto-
car alimentos para o próprio consumo futuro. Assim não precisaria buscar outro
lugar para viver, nem passaria fome.
Ao trabalhar, o homem foi transformando a natureza com a finalidade de atender
às suas necessidades. A princípio, para sua subsistência, ele aprendeu a caçar e a
coletar frutos. Porém, com o tempo, suas necessidades evoluíram. Ao mesmo tem-
po que foi aperfeiçoando sua capacidade de transformação da natureza, o homem
desenvolveu instrumentos que favoreceram a realização de seu trabalho. Desse modo,
foram sendo criados os meios de trabalho, que também permitiam o aprimoramen-
to das técnicas de plantio, de colheita e de criação de animais.

12 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


No começo, o trabalho era artesanal e a produção era
voltada para o próprio sustento. Apesar de ela não ser gran-
de, algumas vezes havia excedentes, que eram trocados.
Por exemplo, quem criava gado trocava o leite que sobrava
por pão feito por outra pessoa, que não criava gado e aca-
bava cozinhando mais pães do que ela própria comeria.

Com o passar do tempo, os processos


Um pouco da história do transporte de produção foram mudando.
Para saber mais, consulte o Caderno
do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais.
Disponível em: <http://www.viarapida.
Pesquisas realizadas por arqueólogos indicam que o ho- sp.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

mem pré-histórico criou, provavelmente 4 mil anos antes


de Cristo, um tipo de plataforma, similar a um trenó,
para auxiliá-lo no transporte terrestre de produtos. Feito
de troncos, galhos ou cipós, ele era puxado pelo homem.
Assim, deslizando sobre o terreno, ele facilitava o trans-
porte de cargas maiores ou mais pesadas.

© Bettmann/Corbis/Latinstock

Ao domesticar cães, cavalos, camelos e bois, entre outros


animais, o homem passou a aproveitar a força animal
para locomover-se e transportar cargas. Surgiram então
os travois (do francês travail que, em português, signi-
fica trabalho), um tipo de instrumento terrestre puxado
por cães ou por cavalos, em que a carga é acomodada
sobre duas vigas colocadas entre varas, tal como mostra
a imagem a seguir.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 13


Biblioteca do Congresso Americano, Washington, EUA

O verdadeiro avanço tecnológico alcançado pelo ser humano e que viria a revolu-
cionar os meios de locomoção terrestre foi a invenção da roda. Estudos indicam
que ela teria surgido antes de 3 500 a.C. (antes de Cristo), na Mesopotâmia, região
na qual hoje se localiza o Iraque. Essa primeira roda era constituída por três
tábuas, presas por suportes cruzados, de modo que a tábua central possuía um
furo no nó da madeira. Apesar de rudimentar, ela permitiu a criação de instru-
mentos puxados por animais, ao estilo das carroças.
Com a invenção da roda, nossos ancestrais conseguiram tornar o transporte terres-
tre mais rápido e fácil. Aliada à domesticação de animais e ao uso da tração animal,
ela permitiu o transporte por longas distâncias, não só de carga como das próprias
pessoas. O fluxo de pessoas e produtos que então se criou favoreceria o crescimento
dos primeiros ajuntamentos humanos transformando-os em povoados maiores.
A roda também foi usada em contextos de guerra. Na Mesopotâmia, onde os
conflitos eram constantes, os soldados dos exércitos derrotados que sobreviviam
às batalhas eram, com suas famílias, transformados em escravos e transportados
pelos vencedores em uma espécie de carroça dotada de rodas com aros. 
© Bridgeman Images/Keystone
© Corbis/Latinstock

Modelo de transporte em cerâmica, utilizando roda e Fragmento de relevo que retrata prisioneiros de guerra, do
sendo puxado por animais. Essa peça está no Museu palácio de Assurbanípal em Nínive, na Mesopotâmia.
Karachi, no Paquistão.

14 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Durante um longo período, o desenho da roda permaneceu praticamente o
mesmo, enquanto passou a ter diferentes usos, como em moinhos d’água. A roda
sofreria alterações de fato significativas apenas muito tempo depois, já no sécu-
lo XVI (16) d.C. (depois de Cristo), época em que surgiu a roda com raios em
forma de cone achatado. Três séculos depois (em torno de 1870), surgiram as
rodas de raios de arame usadas nas bicicletas. Aproximadamente dez anos depois,
foi desenvolvido o aro para pneus. Apenas no século seguinte, por volta da década
de 1930, apareceram os modelos de roda de aço estampado, com características
mais próximas dos que são utilizados atualmente, mais leves e resistentes, com
custo mais baixo e acessível.
Ainda na Antiguidade (período histórico entre 3 500 a.C. [antes de Cristo] até
476 d.C. [depois de Cristo]), o aperfeiçoamento da roda permitiu a criação de dife-
rentes tipos de veículo, que passaram a ser utilizados nos mesmos caminhos primi-
tivos percorridos a pé. Com esse novo uso e com a busca por melhores condições
de tráfego para os novos veículos, esses caminhos foram sendo transformados em
vias que podiam ser percorridas mais facilmente e permitiam acessar as cidades de
forma mais rápida, algo similar às estradas que surgiriam mais tarde.
A invenção desses veículos e a formação das rotas que facilitavam o trânsito de
mercadorias e de pessoas levaram à intensificação do comércio. Elas permitiram que
aumentasse também a movimentação de pessoas em busca de outros locais para
habitar ou trabalhar, o que levou à criação de novos povoamentos.
Muitos séculos depois, já ao final da Idade Média (período histórico entre os sécu-
los V [5] e XV [15]) e início da Idade Moderna (período entre os séculos XV [15] e
XVIII [18]), com as Grandes Navegações, o comércio terrestre entre regiões vizinhas
ou relativamente próximas perdeu importância para o comércio por via marítima,
que ocorria entre regiões distantes. O comércio de longas distâncias passou a dar
acesso a novos produtos, mercadorias e especiarias, anteriormente pouco disponíveis
e muito caros. Foi quando Portugal e Espanha se tornaram potências navais, não
apenas por causa do comércio, mas também em razão de interesses políticos, reli-
giosos e econômicos.
Enquanto isso, o transporte de pessoas também sofria mudanças. Na Antiguidade
surgiram as bigas, muitas vezes retratadas por filmes em corridas e lutas no Império
Romano. Também foram usados vários tipos de carroça, charrete, diligência e artefa-
tos semelhantes que, como as bigas, eram movidos por tração animal. Além disso,
foram criados meios de transporte movidos por tração humana, como o palanquim e

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 15


o riquixá, muito difundidos no século XIX (19). O pa-
lanquim era sustentado por dois a quatro servos e utilizado
por famílias ricas; o riquixá era, e continua sendo na atua-
lidade, puxado por uma pessoa e hoje funciona como táxi
em muitos países.

© Haeckel collection/Ullstein Bild/Getty Images


O homem do riquixá (direção de
Hiroshi Inagaki, 1958). Filme
produzido no Japão, país no qual
registros históricos indicam o
surgimento desse meio de transporte.

Riquixá do início do século XX (20).


© Joerg Hackemann/123RF

Riquixá do século XXI (21), também


conhecido como ciclorriquixá.

Com o passar do tempo, o desenvolvimento cada vez maior


do comércio acabou criando a necessidade de melhorar
o sistema de estradas na Europa. No século XIX (19),
as cidades e a vida das pessoas mudaram muito por cau-
sa do crescente processo de industrialização que vinha
ocorrendo desde o século anterior. Inovações e invenções
modificaram profundamente diversos aspectos da vida
cotidiana, incluindo o transporte terrestre.

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Atividade 4
Transporte manual de cargas

Observe atentamente as duas imagens a seguir e responda às questões propostas.

© Imagem do acervo do Projeto Portinari - Reprodução autorizada por João Cândido Portinari
Candido Portinari. Café, 1935. Óleo sobre tela, 130 cm × 195 cm.

© Sebastião Salgado/Amazonas images

Sebastião Salgado. Mina de ouro de Serra Pelada (Costas), 1986.


Foto em preto e branco, 54,2 cm × 34,9 cm.

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1. O que elas têm em comum?

2. A primeira imagem é o quadro Café, de Candido Portinari (1903-1962), um


grande pintor brasileiro. Observe-a novamente.
a) Considerando o título da obra, o que você acha que os trabalhadores estão car-
regando nos sacos sobre a cabeça?

b) Você consegue identificar mulheres trabalhando? O que elas estão fazendo?

c) Você consegue identificar nessa obra a figura de algum capataz? Onde?

d) Quais são as cores predominantes nesta obra?

e) Como você acredita que o café é transportado da lavoura para os armazéns nos
dias atuais?

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3. A segunda imagem é uma fotografia produzida nos anos 1980, na região de Serra
Pelada, em Curionópolis, no Estado do Pará. Essa região atraiu milhares de ga-
rimpeiros e se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo, naquela época.

© Portal de Mapas
PARÁ
Curionópolis

660 km

Base cartográfica com generalização; algumas feições do território


nacional não estão representadas.

Sabendo dessas informações, responda:


a) O que mais chamou sua atenção na fotografia?

b) Como você imagina que eram as condições de trabalho no local retratado?

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 19


c) Você diria que esse trabalho de extração estava sendo realizado de forma artesa-
nal ou industrial? Por quê?

A 1a Revolução Industrial
Quando se fala em revolução, com frequência associamos a palavra a algum acon-
tecimento muito conturbado. Pense nas situações em que você emprega essa palavra
no dia a dia. Alguns a utilizam para expressar confusão: um dia de mudança, águas
das chuvas invadindo a casa, um dia de greve nos transportes etc.
Mas quando nos referimos a um acontecimento histórico, a palavra revolução in-
dica um fenômeno que alterou profundamente a sociedade, que causou grandes
mudanças em vários aspectos da vida cotidiana, na política, na economia, na cul-
tura e na relação entre as pessoas.
A 1a Revolução Industrial aconteceu no século XVIII (18), na Inglaterra, região
europeia rica em carvão mineral e ferro. Nesse período, a utilização de máqui-
nas causou muitas mudanças na economia, no modo de vida das pessoas, na
política, nas artes e também na organização do trabalho. Antes disso, no mo-
delo artesanal, o trabalhador acompanhava todo o processo de produção.

20 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


© François-Xavier Marit/AFP/Latinstock

© sampics/Corbis/Latinstock
Se tiver oportunidade, faça uma busca na internet e assista à abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, em
Londres, na Inglaterra. Ela apresentou a transformação daquele país quando o campo deu lugar às cha-
minés e os agricultores se transformaram em operários.

Com as máquinas, o trabalho, antes realizado do começo ao fim por uma mesma
pessoa, passou a ser dividido em etapas: surgiu assim a divisão do trabalho e o
trabalho especializado.

Trabalho sem a exploração do homem pelo homem?


Como você imagina que era o trabalho e a vida da população antes de surgirem as
máquinas? Como era a sociedade sem elas? O salário sempre existiu? E o lucro? Será
que o homem sempre produziu mais do que seria capaz de consumir? Como você
acha que a população trabalhava e se sustentava?
Observe as pinturas feitas pelo artista francês Jean-François Millet (1814-1875):
© The Art Archive/Alamy/Glow Images

© Album Art/Latinstock

Jean-François Millet. Um joeireiro, c. 1848. Jean-François Millet. Plantadores de batata, c. 1861. Óleo sobre tela,
Óleo sobre tela, 79,5 cm × 58,5 cm. 82,5 cm × 101,3 cm.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 21


Desde as primeiras civilizações de que se tem notícia, o ser humano habitou o cam-
po. Como já vimos, as pessoas se ocupavam da agricultura para produzir alimentos
destinados ao consumo próprio e o pouco excedente era utilizado como forma de
obter outros produtos agrícolas ou outras mercadorias. A vida era orientada pelos
tempos da natureza: as estações do ano indicavam a melhor hora para plantar e
colher; as marés, o momento para pescar etc. O tempo era usado para cuidar das
necessidades da sobrevivência, mas controlado pelos próprios camponeses.
Predominava, então, o conceito de trabalho, que é diferente de emprego (você verá
melhor essa diferença adiante).
Porém, com o desenvolvimento das máquinas, a noção de mercado e de comércio
invadiu a vida cotidiana e tornou as condições de vida e de sobrevivência no campo
mais difíceis.
© Christie’s Images/Bridgeman Images/Keystone

© Cesar Diniz/Pulsar Imagens


© De Agostini Picture Library/Glow Images

O ser humano sempre procurou ampliar ou substituir sua força pelo uso de instrumentos e pelo uso das forças de que dispu­nha na
natureza: os animais, as águas e os ventos. Foi seguindo esse caminho que ele inventou máquinas e, em consequência, criou as indústrias.
Imagem superior esquerda: Julien Dupré. Camponesa e feno, século XIX (19). Óleo sobre tela, 60,4 cm × 73 cm. Imagem inferior:
A pithead [Entrada de mina], c. 1800. Óleo sobre tela, 95,5 cm × 153 cm.

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Revolução Industrial, transporte e armazenamento
Uma das principais modificações resultantes da 1a Revolução Industrial foi o uso
do carvão para movimentar máquinas: as máquinas a vapor.
A utilização delas expandiu a indústria têxtil, levando ao aumento cada vez maior
da oferta de empregos nas cidades. No campo, muitas propriedades rurais começaram
a ser utilizadas para criação de ovelhas e fornecimento de lã para a indústria têxtil.
Como resultado, muitas pessoas abandonaram o campo em busca de emprego.

© Bettmann/Corbis/Latinstock

A produção agrícola declinou ao mesmo tempo que a necessidade de abastecer as


cidades com gêneros alimentícios aumentou.
A agricultura, até então de subsistência (plantava-se apenas para consumo próprio
e os poucos excedentes eram trocados por outros produtos também para consumo
próprio), passou a ser uma atividade comercial, uma vez que pretendeu justamen-
te produzir cada vez mais excedentes para ser comercializados nas cidades.
Com as fábricas produzindo em larga escala nas cidades e a agricultura buscando
gerar cada vez mais excedentes no campo, foi preciso aprimorar as formas de arma-
zenamento e movimentação de produtos e mercadorias. E foram surgindo mais
máquinas para que a produção fosse deslocada mais rapidamente.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 23


Atividade 5
S ituando a 1 R evolução I ndustrial
a

1. Observe o mapa a seguir e tente localizar o território do Reino Unido na época


da 1a Revolução Industrial. Caso tenha dificuldade, faça o exercício na bibliote-
ca ou no laboratório de informática e consulte um atlas. Aproveite e localize
outros países como França, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal.

Projeção horizontal equivalente

800 km

ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.


Seul l’usage pédagogique en classe
sciences-po.fr/en/europe>. Acesso em: 30 mar. 2015. Mapa original (base
ou centre de documentation est libre.
Pour toute autre utilisation, contacter :
cartográfica com generalização; algumas feições do território nãocarto@
estão s ciences -po.fr
Pedagogical use only. For any other use
Atelier de cartographie de Sciences Po, 2007,
representadas; www.sciences-po.fr/cartographie
colorizado para fins didáticos). dissemination or disclosure, either whole
or partial, contact : carto@sciences-po.fr

2. Quais são as principais características da 1a Revolução Industrial? Escreva uma


resposta bem detalhada e, depois, discuta com seus colegas.

24 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Da manufatura à mecanização da
produção
Você já aprendeu que a manufatura (a produção feita
com as próprias mãos) perdeu espaço depois da mecani-
zação do trabalho. A invenção da máquina a vapor per-
mitiu às indústrias um salto significativo na produção.
Antes, o trabalho era feito de maneira lenta e heterogê-
nea. Por exemplo, uma pessoa poderia moldar o barro
para fazer um jarro, mas, quando outra pessoa fizesse o
mesmo, o jarro nunca ficaria idêntico ao primeiro. Foram
as máquinas que ofereceram a possibilidade de tornar
os produtos homo­gêneos, idênticos. Além disso, elas
também possibilitaram um tempo de produção mais Emprego é uma rela-
ção firmada entre o
curto. E, assim, o proprietário passou a produzir mais, proprietário dos meios
vender mais e lucrar mais. Essa nova relação do homem de produção – que são
as ferramentas, terras,
com o próprio trabalho e com o trabalho do outro fez máquinas etc. – e o tra-
nascer a ideia de emprego. balhador. Nesse con-
trato, o empregador
Ainda na 1a Revolução Industrial não havia emprego compra a força de tra-
balho, isto é, paga pelo
para todos. A pobreza e a fome cresceram entre a popu- trabalho realizado.
lação. Se, por um lado, a produção crescia, por outro, as
condições de trabalho e de vida da população que fugiu
do campo em busca de emprego eram difíceis:
• os salários eram baixos;
• as fábricas contratavam principalmente mulheres e
crianças, pois os salários eram ainda mais baixos do
que os pagos aos homens. A eles eram destinadas as
funções que dependiam da força física;
• as crianças eram recrutadas em orfanatos, a partir dos
quatro anos, para o trabalho na indústria têxtil;
• os trabalhadores não tinham férias, descanso semanal
ou outros direitos;
• a jornada de trabalho diária chegava a 16 horas;
• todos os empregados estavam sujeitos a castigos físicos
e as trabalhadoras eram, com frequência, violentadas
pelos capatazes.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 25


© NMPFT/SSPL/agefotostock/Easypix

© Mary Evans/Diomedia
Trabalho infantil na Revolução Industrial. Movimento ludista.

Os proprietários dos meios de produção impunham essas condições aos trabalhadores


e estes, por sua vez, reagiam contra isso. Apesar da pobreza e da fome, os empregados
das indústrias começaram a se organizar em busca de melhores condições de trabalho.
Algumas dessas reações foram violentas, como o movimento ludista ou luddita, no
início do século XIX (19). Esse movimento caracterizou-se pela iniciativa dos operários
de quebrar as máquinas dentro das fábricas como forma de protesto contra as más
condições de trabalho. Ned Ludd inspirou o movimento de revolta daqueles que acre-
ditavam que as máquinas eram as responsáveis por não haver emprego para todos.

Atividade 6
M aquinaria e emprego

1. Em grupo, discutam o que compreenderam sobre as condições de trabalho na


época da 1a Revolução Industrial. Depois, respondam às seguintes questões:
a) Vocês consideram a maquinaria responsável por não haver emprego para todos?

26 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


b) Quebrar as máquinas era um ato contra os equipamentos?

c) Existem semelhanças entre o emprego daquela época e o de hoje? Quais?

2. Organizem uma apresentação criativa para os colegas de sala.


Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio.
São Paulo: Sdecti/SEE, 2015. v. 1.

A organização do trabalho: taylorismo, fordismo e


toyotismo
Pense em alguma atividade que você costuma fazer em casa: higienizar o banheiro,
consertar a porta do armário, cozinhar etc. Talvez, mesmo inconscientemente, você
se organize para fazer essas tare­fas: calcula o tempo que levará para fazê-las; verifi-
ca se tem todas as ferramentas e produtos para um conserto ou para a limpeza; e
faz uma lista para não esquecer nada nas compras. Depois, avalia o resultado: se o
armário ficou bom, se a limpeza ficou adequada e assim por diante.
Se você considerar o trabalho realizado nas indústrias, no comércio e nos serviços,
verá que algumas situações são muito semelhantes. Mas, na empresa, a organização
é estudada minuciosamente, para que cada tarefa seja feita em menos tempo. Essa foi
a lógica arquitetada no início do século XX (20) por Frederick W. Taylor (1856-1915),
cujo pensamento ficou conhecido em todo o mundo como taylorismo.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 27


Como pensava Taylor no início do
século XX (20)?
Taylor acreditava que os operários “faziam cera” no traba­
lho (conforme a própria expressão utilizada por ele) e que
escondiam dos patrões o modo como realizavam cada
atividade, além de serem contrários a produzir diaria-
mente tanto quanto fosse possível.
Ele também achava que os sindicatos tinham uma visão
errada, pois queriam que os operários trabalhassem me-
nos e em melhores condições.
Como uma solução para esse caso, Taylor desenvolveu o
que chamou de “organização científica do trabalho”.
Como era essa organização?
Taylor observou o trabalho dos carregadores de barras
de ferro, operários em grande parte provenientes dos
países da Europa e que se encontravam em situação eco-
nômica difícil.
Havia 75 carregadores e cada barra pesava 45 quilos.
Cada homem carregava 12,5 toneladas de ferro por dia
trabalhado.

Antes do Com o
Produtividade: “Resultado taylorismo taylorismo
da divisão da produção física
obtida numa unidade de tem- Número de
75 75
po (hora, dia, ano) por um carregadores
dos fatores empregados na
produção (trabalho, terra, ca- Toneladas
12,5 47
pital). Em termos globais, a transportadas por dia
produtividade expressa a uti-
lização eficiente dos recursos
produtivos, tendo em vista Como Taylor conseguiu aumentar a produtividade?
alcançar a máxima produção
na menor unidade de tempo Segundo ele, uns planejam e outros executam o trabalho,
e com os menores custos.”
SANDRONI, Paulo. Dicionário
ou seja, Taylor compreendia que alguns eram destinados
de economia do século XXI. a pensar e outros a executar. Por isso, havia a divisão
8. ed. revista e ampliada. Rio de
Janeiro: Editora Record, 2014. entre os que pensavam como carregar as barras e os que
p. 694.
só utilizavam a força física.

28 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Com base na observação do trabalho, ele propôs o controle do tem­po e dos movi-
mentos, isto é: ele sabia que um movimento era feito em “x” segundos e outro em
“y” segundos. A intenção era que o empregador tivesse controle sobre todo o pro-
cesso de trabalho e, assim, na visão de Taylor, os empregados não fariam mais “cera”.
O trabalhador precisava obedecer aos comandos, inicialmente fei­tos por Taylor,
sobre o momento e o tempo exatos de se mover, sempre com a vigilância e a super-
visão constantes das chefias.
Taylor, no entanto, considerou que nem todo carregador pode­ria executar seu mé-
todo e, assim, incluiu mais um item em sua lista de procedimentos para obter a
produção pretendida: a seleção cien­tífica do trabalhador, acompanhada do devido
treinamento para realizar a tarefa tal como esperada por quem a planejou.
Ele observou o comportamento dos carregadores, pois, em sua concepção, não
seria qualquer operário que se submeteria às exigências. Taylor pesquisou o passa-
do, o caráter, os hábitos e, prin­cipalmente, as pretensões de cada trabalhador. Por
fim, ele encontrou um imigrante holandês cujos hábitos lhe pareceram ade­quados.
Este estava construindo, ele mesmo, a casa para morar com sua família. Fazia isso
pela manhã; corria para o emprego, no qual carregava barras de ferro; e, ao voltar
para casa, continuava a cons­trução. Todos diziam que esse operário era muito
econômico. Esse trabalhador reuniu as “qualidades” que Taylor desejava e recebeu
o nome de Schmidt.

Atividade 7
S chmidt e Taylor

1. Leia, a seguir, o diálogo de Taylor com Schmidt, o trabalhador que ele pretendia
selecionar. Esse diálogo foi retirado do livro Princípios de administração científi-
ca, que teve sua pri­meira edição publicada em 1911.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 29


– Schmidt, você é um operário classificado?

– Não sei bem o que o senhor quer dizer.

– Desejo saber se você é ou não um operário classificado.

– Ainda não o entendi.

– Venha cá. Você vai responder às minhas perguntas. Quero saber se


você é um operário classificado, ou um desses pobres-diabos que andam
por aí. Quero saber se você deseja ganhar $ 1,85 dólar por dia, ou se está
satisfeito com $ 1,15 dólar que estão ganhando todos esses tontos aí.

– Se quero ganhar $ 1,85 dólar por dia? Isto é que quer dizer um ope-
rário classificado? Então, sou um operário classificado.

– Ora, você me irrita. Naturalmente que deseja ganhar $ 1,85 por dia;
todos o desejam. Você sabe perfeitamente que isso não é bastante
para fazer um operá­rio classificado. Por favor, procure responder às
minhas perguntas e não me faça perder tempo. Venha comigo. Vê
esta pilha de barras de ferro?

– Sim.

– Vê este vagão?

– Sim.

– Muito bem. Se você é um operário classificado, carregará todas


estas barras para o vagão, amanhã, por $ 1,85 dólar. Agora, então,
pense e responda à minha pergunta. Diga se é ou não um operário
classificado.

– Bem, vou ganhar $ 1,85 dólar para pôr todas estas barras de ferro
no vagão, amanhã?

– Sim; naturalmente, você receberá $ 1,85 dólar para carregar uma


pilha, como esta, todos os dias, durante o ano todo. Isto é que é um
operário classificado e você o sabe tão bem como eu.

30 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


– Bem, tudo entendido. Devo carregar as barras para o vagão, amanhã,
por $ 1,85 dólar e nos dias seguintes, não é assim?

– Isso mesmo.

– Assim, então, sou um operário classificado.

– Devagar. Você sabe, tão bem quanto eu, que um operário classifi-
cado deve fazer exatamente o que se lhe disser desde manhã à noite.
Conhece você aquele homem ali?

– Não, nunca o vi.

– Bem, se você é um operário classificado deve fazer exatamente o


que este homem lhe mandar, de manhã à noite. Quando ele disser
para levantar a barra e andar, você se levanta e anda, e quando ele
mandar sentar, você senta e descansa. Você procederá assim durante
o dia todo. E, mais ainda, sem reclamações. Um operário classificado
faz justamente o que se lhe manda e não reclama. Entendeu? Quan-
do este homem mandar você andar, você anda; quando disser que se
sente, você deverá sentar-se e não fazer qualquer observação. Final-
mente, você vem trabalhar aqui amanhã e saberá, antes do anoitecer,
se é verdadeiramente um operário classificado ou não.
TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. ed.
São Paulo: Atlas, 1990. p. 45-6.

2. Agora, responda às questões a seguir.


a) Qual é sua opinião sobre a entrevista feita por Taylor? O que lhe pareceu conve-
niente? E o que lhe pareceu inconveniente?
Conveniente:

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 31


Inconveniente:

b) Como são as entrevistas de emprego na atualidade? São di­ferentes da entrevista


feita por Taylor no momento da “promoção” de Schmidt? Por quê?

c) Volte ao texto Como era essa organização?. O que você achou das características
valorizadas por Taylor no operário “ideal” para a tarefa a ser executada?

32 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


3. Foi dessa forma que Taylor conseguiu praticamente quadruplicar a produtivida-
de no trabalho. Leia a seguir a opinião de Taylor sobre Schmidt, mesmo sendo
ele o operário ideal para o aumento da produção:

Ora, o único homem, entre oito, capaz de fazer o trabalho, não tinha
em nenhum sentido característica de superioridade sobre os outros.
Apenas era um homem tipo bovino – espécime difícil de encontrar e,
assim, muito valorizado. Era tão estúpido quanto incapaz de realizar
a maior parte dos trabalhos pesados. A seleção, então, não consistiu
em achar homens extraordinários, mas simples­mente em escolher
entre homens comuns os poucos especialmente apropriados para o
tipo de trabalho em vista.
TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica.
8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 54-5.

Operário “tipo bovino”?


Para Taylor, portanto, era natural que alguns mandassem e outros obedeces-
sem, e os que obedeciam deveriam ser do “tipo bovino”, o que em outras
palavras significava que cada operário não deveria refletir sobre a organização
do trabalho.
Tendo em vista que o objetivo de Taylor era aumentar a produti­v idade e os
lucros das empresas, faltava para ele, ainda, aperfeiçoar seu método. Era ne-
cessário reduzir a quantidade de trabalhadores.
Em outra experiência que realizou, Taylor conseguiu reduzir o número de
trabalhadores e o custo do carregamento diário, conforme você pode observar
na tabela a seguir.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 33


Antigo sistema Com o taylorismo
Número de trabalhadores 400 a 600 140

Toneladas médias/dia/homem 16 59

Remuneração us$ 1,15 us$ 1,88

Custo do
carregamento/tonelada
us$ 0,072 us$ 0,033
Fonte: TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990.

Atividade 8
Taylorismo hoje?

Como vocês puderam observar, o fenômeno da redução de pessoal não é novo, pois
esse é um dos motores que sustentam o capitalismo. Em outras palavras, diminuir
custos é um dos pilares para a acumulação de capital.

1. Em grupo, discutam:
a) Quais são, na opinião do grupo, os aspectos mais importantes na lógica de tra-
balho elaborada por Taylor?

34 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


b) Existe taylorismo hoje? Em quais situações vocês observam a existência do taylorismo
na atualidade? Em quais ocupações vocês identificam esse modo de organização do
trabalho?

2. Escolham uma ocupação com a qual tenham contato ou experiência e reflitam:


O taylorismo do início do século XX (20) está presente na organi­zação desse
trabalho? Por quê?

O fordismo na esteira do taylorismo


Fordismo talvez seja uma palavra mais familiar a você do que taylorismo. O termo
é derivado do nome de seu idealizador, Henry Ford (1863-1947), empresário esta-
dunidense da indústria automotiva.
Ford procurou aperfeiçoar o pensamento de Taylor. Ele concluiu que se ganharia
ainda mais tempo se as peças fossem até os operá­rios – e não o inverso, como acon-
tecia até então.
Além de arquitetar a esteira mecânica, Henry Ford teve outro papel que trouxe
consequências para todo o mundo. Ele construiu o primeiro carro popular da his-
tória, o Ford T. Sua produção em série deveria vir associada ao consumo em série,
pois Ford tinha a convic­ção de que a produção em massa reduziria os custos do
automóvel e, com isso, o preço final do produto seria menor.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 35


© Peter Newark American Pictures/Bridgeman Art/Keystone

© Hulton Collection/Getty Images


Ford T, modelo mais conhecido no Brasil como Ford Bigode. Esteiras e trilhos aéreos com peças que abasteciam as
linhas de montagem nas indústrias que adotavam o modelo
fordista.

Essas foram inovações importantes na organização do tra-


balho, do ponto de vista da produção. No entanto, o traba-
lho ficou mais intenso e sem pausas.
Veja a seguir como se deu a redução do tempo na mon-
tagem do automóvel no fordismo:

Tempo de montagem
Etapas
de um veículo
Antes do taylorismo 12 horas e 30 minutos

Com o taylorismo 5 horas e 50 minutos

Com “treinamento” dos operários 2 horas e 38 minutos

Com a linha de montagem


1 hora e 30 minutos
automatizada (em 1914)
Fonte: GOUNET, Thomas. Fordismo e toyotismo na civilização do automóvel. São
Paulo: Boitempo, 1999.

O filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin


Tempos modernos (Modern times, (1889-1977), ilus­tra como era o trabalho nas fábricas: repe-
direção de Charlie Chaplin, 1936). O
longa-metragem retrata de forma titivo, sem tempo para um descanso mínimo entre uma
divertida as duras condições de
trabalho no avanço da tarefa e a seguinte. É possível resumir o filme em três
industrialização.
etapas principais:
• a fábrica em que o perso­nagem Carlitos trabalha con-
ta com uma esteira mecânica, na qual as peças se mo-
vem passando pelo trabalhador a certa velocidade, de
modo que a máquina determina o tempo em que ele
deve apertar o parafuso;

36 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


• o trabalho repetitivo, com o tempo para a realização da tarefa manual sendo
controlado e deter­minado pelo tempo da máquina, sem pausa para qualquer
descanso, associado à pressão da chefia e ao barulho na fábrica, compromete a
saúde mental do personagem;
• o personagem, por fim, rebela-se contra o maquinário e é internado por causa de
acessos de loucura.
Apesar do tom espirituoso do filme, não se pode negar que as condições de trabalho
eram tais como as apresentadas.
O trabalha­dor perdia mais uma vez o controle sobre a tarefa que executava: a estei-
ra rolante determinava o tempo em que cada uma delas deveria ser realizada. Os
locais eram inseguros e insalubres, ou seja, o ruído e a poeira faziam mal à saúde
dos operários.
Um século depois e mesmo com o avanço da tecnologia, o ritmo, a intensificação do
trabalho e a pressão por produtividade ainda são aspectos nocivos à saúde do traba-
lhador. Portanto, é pre­ciso ficar atento aos abusos que acontecem em nome do au-
mento da produtividade.
Além disso, as condições insalubres de trabalho ainda permane­cem em muitos locais.

Modern Times © Roy Export S.A.S. Scan Courtesy Cineteca di Bologna

Cena do filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin (Estados Unidos da América, 1936).

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 37


Atividade 9
R etratos do trabalho fabril

1. Observe o mural pintado pelo artista mexicano Diego Rivera.


Foto: © Bridgeman Images/Keystone © Banco de Mexico Diego Rivera & Frida Kahlo Museums Trust, Mexico, D.F./AUTVIS, Brasil, 2015

Diego Rivera. Indústria de Detroit (ou Homem e máquina), parede norte, 1932-3. Afresco, Instituto de Artes de Detroit,
Estados Unidos.

Esse mural retrata as condições de trabalho na indústria automo­bilística. O ar-


tista observou o dia a dia dos operários e buscou mostrar alguns deles em certas
etapas da produção.
Em grupo, analisem os detalhes da obra e discutam:

38 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


a) Quais foram os detalhes que mais chamaram a aten-
Diego Rivera (1886-1957)
ção do grupo? Por quê? foi um pintor mexicano
especialista em pintura
de grandes murais. Sua
produção artística contri-
buiu sobremaneira para
a arte moderna mexica-
na. Esse grande artista
buscou aproximar ao
máximo sua arte do pú-
blico geral ao pintar seus
murais em ruas e edifí-
cios, expressando sua
crítica social por meio da
b) Como eram as condições de trabalho na fábrica? linguagem artística. É
reconhecido como artis-
ta comprometido com a
luta por uma sociedade
mais justa. Se puder, fa-
ça uma visita virtual ao
Museu Diego Rivera.
Disponível em: <http://www.
diegorivera.com>. Acesso em:
20 mar. 2015.

c) Com base no mural, como vocês imaginam o am­biente


de trabalho na fábrica?

O sentido do trabalho
Como foi estudado, o fordismo nasceu nos Estados Unidos
da América, motivado pelos mesmos princípios de Taylor.
Os operários, no entanto, percebiam que cada vez mais
execu­tavam um trabalho mecanizado e sem qualificação.
Com isso, eles passaram a optar por outras atividades que
ainda garantissem maior envolvimento com o trabalho.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 39


Ford, percebendo a dificuldade em contratar funcionários, lançou o seguinte plano:
• ofereceu salário de US$ 5 por dia (antes o pagamento era de US$ 2,50);
• estabeleceu jornada diária de oito horas de trabalho.
No entanto, esse plano não era para todos. Assim como Taylor aplicou uma “seleção
científica do trabalhador”, as novas condições de Ford eram apenas para os homens
que tivessem certos hábitos esperados pela empresa:
• não consumissem bebidas alcoólicas;
• provassem que tinham boa conduta;
• destinassem o salário totalmente à família.
Henry Ford trouxe outras inovações e criou um departamento de serviço social
para acompanhar a vida dos trabalhadores que contavam com esse tipo de con-
trato de trabalho.
As visitas às casas dos operários fizeram que praticamente 1/3 deles (28%) perdesse
essa condição.
É bom lembrar que, mesmo dobrando o salário e reduzindo a jornada de trabalho,
Ford ainda conseguiu baratear o preço do carro. Para se ter ideia, o capital da em-
presa passou de 2 milhões para 250 milhões de dólares em 12 anos (1907-1919).
Outras indústrias se expandi­ram e passaram a utilizar os mes­mos princípios de Taylor
e Ford: esteiras, controle dos tempos e dos movimentos, trabalhos repetitivos super-
visionados por um contramestre, atualmente denominado nas empresas como su-
pervisor, líder de equipe etc.
© SSPL/Getty Images

Trabalhadora em fábrica de relógios na Inglaterra, sendo observada por um


contramestre, em 1946.

40 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


A jornada de trabalho sempre foi de 8 horas diárias?

Nem sempre foi assim. Durante a 1a Revolução Industrial, não havia limite para a jornada
diária de trabalho. Mesmo as crianças trabalhavam 14, 16 horas por dia.
Foi em 1919 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu uma convenção
que limitava a jornada de tra­balho a 8 horas diárias e a jornada semanal a 48 horas.
No Brasil, foram necessárias diversas lutas sindicais, inicia­das no século XIX (19), para a
conquista das 8 horas diárias. No entanto, foi apenas em 1934 que a Constituição determinou
a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 48 semanais.
Atualmente, a jornada semanal de trabalho definida pela Constituição Federal de 1988 é de
44 horas. Esse tema está sen­do debatido na atualidade, pois há forte pressão para que a
jornada legal seja limitada a 40 horas.
Na França, por exemplo, no auge da crise do emprego na década de 1980, o governo determinou
a redução da jornada de trabalho semanal para 35 horas, com o intuito de criar mais empregos.
Fonte: DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS
SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Redução da jornada de trabalho no Brasil. Nota
Técnica, n. 16, mar. 2006. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/
notatecnica/2006/notatec16ReducaoDaJornada.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia


(Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e
Trabalho: 7º ano/2º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2012.

Toyotismo: a nova organização do trabalho


Você percebeu que as alterações na organização do trabalho visam aumentar a
produtividade e reduzir custos. A lógica é: fazer mais em menos tempo e, se possí-
vel, com menos trabalhadores.
No toyotismo não foi diferente. Essa nova forma de organização do trabalho surgiu
no Japão após a 2a Guerra Mundial, principalmente para fazer frente à indústria
automobilística estadunidense.
Os japoneses inovaram e alteraram completamente o modo de pensar que vigorava
com o fordismo.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
(Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e
Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

Os pilares do toyotismo são:


• Just-in-time: conhecido pela sigla JIT, significa, literalmente, “no momento
exato”. Trata-se de uma técnica de organização do espaço-tempo nas empresas.
Seu objetivo é tornar a produção e a distribuição de mercadorias mais dinâmi-
cas. Nesse processo, a produção ocorre de acordo com a demanda e as empresas
não acumulam estoque.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 41


• Autonomação: mais conhecida como controle de qualidade total. É assim chama-
da porque se exige que haja um controle de qualidade autônomo. Essa estratégia
elimina, por exemplo, a supervisão do trabalho e das peças produzidas. Parece
simples e lógico, mas é preciso compreender em que isso resulta: cada um é res-
ponsável pelo que deve ser feito e pressupõe-se que haja um trabalho em equipe.
Uma fábrica de automóveis no Brasil, por exemplo, chegou a gravar um código
na peça fabricada que indicava quem era o operário que a havia feito. Se a peça
apresentasse problema, o funcionário seria diretamente responsabilizado.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e
Inovação (Sdecti). Geografia: caderno do estudante. Ensino Fundamental. São Paulo:
Sdecti/SEE, 2014. v. 3.

• Kanban: é o sistema de informações que alimenta a produção e a entrega com


uso de cartões coloridos. Cada cor indica uma situação, como você pode observar
na ilustração que segue.
© Daniel Beneventi

1 Situação normal

2 Situação intermediária

3 Situação crítica

Quadro para controle Fluxo de Estoque


da produção cartões

No kanban, a produção orienta-se pelo quadro de cartões coloridos. Na primeira situação (linha 1), no quadro, há apenas o cartão
verde, pois os demais cartões estão com os produtos no estoque (estoque cheio) – isso indica que não é necessário produzir. Na
segunda situação (linha 2), o último cartão do quadro é o amarelo, mostrando que o estoque está em situação mediana e que a
produção é necessária. Na terceira situação (linha 3), o último cartão do quadro é o vermelho: o estoque está desabastecido e é
preciso produzir com urgência.

Veja as principais diferenças entre fordismo e toyotismo na tabela a seguir.

Fordismo Toyotismo

Produção de muitos modelos em pequena


Produção em série de um mesmo produto
quantidade

Grandes estoques de produtos Estoque mínimo, só se produz o que é vendido

Especialização: um homem opera uma


Polivalência: um homem opera várias máquinas
máquina

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos
(EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

42 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


A organização toyotista do trabalho resultou, por exemplo, na diminuição do
tempo de fabricação de um automóvel: eram necessárias 19 horas para produção de
um veículo, enquanto, na Europa, a produção ainda demorava 36 horas. Para se ter
uma ideia, em 2012, em uma determinada fábrica de automóveis no Brasil, eram
produzidos 34 carros por hora.
A lógica do toyotismo não se restringiu apenas à indústria e logo se expandiu também
para o setor de serviços. Se a palavra de ordem no fordismo era rigidez (em todos os
sentidos: fixação do homem ao posto de trabalho, controle dos tempos e movimentos,
estabilidade no emprego), no toyotismo a palavra-chave passa a ser flexibilidade.

© Hudson Calasans

Na organização toyotista do trabalho, um operário fica responsável por várias


funções ao operar máquinas mais complexas. Com isso, as empresas podem
dispensar mais operários, diminuir o custo com trabalhadores e aumentar a
margem de lucro, já que um homem exerce a função de vários. Esse modelo
contribuiu para o aumento do desemprego no País.

Esse conjunto de mudanças, que nos países desenvolvidos – como Estados Unidos,
França, Alemanha e Japão – aconteceu com mais intensidade nos anos 1980, chegou
com força ao Brasil na década de 1990. Pelas características históricas do País, que
concede amplos benefícios ao capital privado, as mudanças aconteceram de forma
mais objetiva para as empresas movidas pela busca da redução de custo e do au-
mento da competitividade. A corda rompeu-se do lado dos trabalhadores, que foram
demitidos em massa.
Se a ordem era a redução de custos, as empresas adotaram também a terceirização
de várias etapas da produção.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
(Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e
Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 43


A terceirização
Outra forma de trabalho na qual os trabalhadores têm perdido seus direitos surgiu
há alguns anos e ganhou força especialmente nas últimas décadas. Trata-se da
terceirização, na qual o trabalho é for­mal, mas há perda significativa de direitos.
Um exemplo são os bancários. Essa categoria profissional, graças a sua organização e
à ação dos sindicatos, conquistou direitos que vão além do que consta na Consolida-
ção das Leis do Trabalho (CLT). Entre eles, estão: a existência de um piso salarial
mínimo da categoria e participar na decisão do valor do vale-refeição e do seguro-
-saúde. Por essas e outras razões, os bancos, a partir da década de 1990, passaram a
terceirizar serviços e, por consequência, demitir bancários.
Você deve estar pensando: Mas alguém vai continuar fazendo o mesmo serviço? Sim,
vai. No entanto, as empresas que passam a pres­tar serviços aos bancos vão contratar
pessoal com salários menores e, como não são bancários, não possuem os mesmos
direitos que os demais trabalhadores da categoria conquistaram. Assim, o serviço
prestado pode ser mais barato e, com isso, os bancos podem reduzir seus custos.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
(Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e
Trabalho: 6º ano/1º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2011.

Atividade 10
O sistema organizacional do trabalho

Essa atividade traz questões relacionadas ao tema que estamos estudando e que apa-
receram em vestibulares ou provas de concurso. Vamos testar seus conhecimentos?

1. O sistema organizacional do trabalho denominado de toyotismo é uma respos-


ta à crise do fordismo dos anos [19]70. É correto afirmar que o toyotismo se
caracteriza: 
a) pela rigidez na produção, principalmente pela eliminação do desperdício de
tempo e movimentos, por meio do trabalho parcelar, padronizado e descontínuo.
b) por ter um trabalhador qualificado e polivalente e pela produção atender às
particularidades das demandas.
c) por ter sua origem no modo de organização do trabalho de uma indústria auto-
mobilística da China, cujo presidente era Kiichiro Toyoda, daí a derivação da
sua denominação.

44 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


d) pela produção em massa, pois o consumo condiciona toda a organização da
produção.
e) pela adoção de uma organização produtiva verticalizada, voltada para produzir
somente os itens necessários na quantidade necessária, sem gerar estoque, por
meio da técnica denominada de kanban, em que o trabalhador desempenha uma
única tarefa.
Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Concurso para Assistente Social, 2011.
Disponível em: <http://www.copeve.ufal.br/index.php?opcao=concurso&idConcurso=62>.
Acesso em: 20 mar. 2015.

2. O círculo de controle da qualidade tem como característica:


a) ser obrigatória a participação dos colaboradores da linha de produção do princi-
pal produto da organização.
b) evitar ações de enaltecimento e motivação para a gestão da qualidade de modo
a não ser caracterizado como invasivo no processo produtivo.
c) evitar a participação de detentores de cargos de chefia.
d) limitar o número de seus participantes.
e) não remunerar seus membros.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Concurso Público Inmetro.
Cespe-UnB, 2010. Disponível em: <http://www.cespe.unb.br/concursos/inmetro2010/arquivos/
INMETRO10_010_14.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

3. As expressões fordismo e taylorismo foram empregadas para explicar uma nova


forma de organização do trabalho no século XX [20]. Essas expressões têm como
significado:
a) valorização do trabalho humano em relação às máquinas, o aumento dos salários
e a participação dos operários nos lucros obtidos pelas empresas.
b) a produção seria realizada em pequenos números, o que beneficiaria o consumo
das massas de determinados produtos.
c) diminuição da jornada de trabalho e o pagamento de salários compatíveis as
horas trabalhadas que suprissem todas as necessidades básicas do operariado,
como: lazer, vestimentas, alimentação, saúde, moradia e educação.
d) aumento de produtividade em série, a mecanização de parte das atividades,
o controle das atividades dos trabalhadores, a introdução da linha de mon-
tagem e de um sistema de recompensas e punições dos operários no interior
das fábricas.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 45


e) substituição das máquinas pelo trabalho maciço dos operários, sem divisões e
parcelamentos das tarefas, a produção e o consumo em baixa escala e o supri-
mento de todas as necessidades básicas dos operários.
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), 2012. Disponível em: <http://www2.
unicentro.br/vestibular/files/2012/10/provas_20102.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Atividade 11
Tirinha em questão

Leia a tirinha a seguir e responda às questões propostas.


Frank & Ernest, Bob Thaves
© 1996 Thaves/Dist. by Universal Uclick for UFS

1. Qual a crítica feita?

2. Você considera importante conhecer bem sua atividade profissional? Por quê?

46 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Unidade 2
Reconhecendo meus
saberes
Quando decidimos aprender algo novo, um passo importante
é reconhecer o que já sabemos, ou seja, quais os conhecimentos
que já construímos ao longo de nossa trajetória de vida. Nós
aprendemos o tempo todo e muitas vezes nem nos damos con-
ta do conhecimento que já temos. Para aprender algo novo,
sempre acionamos esses conhecimentos anteriores, construídos
por meio de nossas experiências de vida. Isso quer dizer que,
para adquirirmos novas aprendizagens, lançamos mão do nos-
so conhecimento acumulado.
Todas as nossas experiências e saberes são construídos em meio a
conquistas e perdas, avanços e retrocessos. Por isso, é comum
encontrarmos algumas “pedras” pelo caminho quando estamos
aprendendo algo novo. Mas nós aprendemos com elas, não é mesmo?

Atividade 1
Tudo muda o tempo todo

João Guimarães Rosa (1908-1967), importante escritor brasi-


leiro, em seu romance Grande Sertão: Veredas, escreveu:
Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que
as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram termi-
nadas – mas que elas vão sempre mudando.
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 23.
© Nonada Cultural Ltda.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 47


© Editora Nova Fronteira

1. Você concorda com o que Guimarães Rosa escreveu? Por quê?

2. Você consegue identificar as principais mudanças que já enfrentou em sua vida?


Quais foram elas?

Atividade 2
Tinha uma pedra no meio do caminho

Mudar não é fácil, toda mudança envolve momentos de insegurança e medo, mas
também nos ajuda a crescer e avançar. Leia, a seguir, o poema de Carlos Drummond
de Andrade (1902-1987), um dos grandes poetas brasileiros.

48 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


© Arquivo EM/D.A Press
No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra


tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento


na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
ANDRADE, Carlos Drummond de. No meio do caminho. In: ______ . Alguma
poesia. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 47. Carlos Drummond
de Andrade © Graña Drummond <http://www.carlosdrummond.com.br>

1. Você já conhecia esse poema?

2. Que sentimentos ele despertou em você? No que ele faz você pensar?

3. Nesse poema, Carlos Drummond de Andrade transforma a pedra no meio do


caminho em poesia. Que tal recuperar na memória um pouco de sua história de
vida? Organize uma linha do tempo na tabela a seguir, registrando suas principais
experiências de vida ao longo dos anos, sejam elas percalços ou conquistas. Liste
os fatos marcantes de sua vida.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 49


Ano Fato marcante
Concluí a antiga quarta série

Arrumei meu primeiro emprego

Agora que você já registrou os fatos mais marcantes da sua vida, pense nas suas
experiências profissionais. Procure se lembrar de todas elas e registre na tabela a
seguir o que precisou fazer nesse(s) trabalho(s), o que você já sabia e o que preci-
sou aprender.

Experiências O que precisei O que precisei


O que eu já sabia
profissionais fazer aprender

Atividade 3
R ecordar é viver

1. Pensando nas experiências profissionais que você já teve, quais foram as “pedras
no caminho”? Qual experiência você considerou a mais difícil e por quê?

50 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


2. Quais são suas principais qualidades?

3. O que as pessoas dizem quando te elogiam?

4. O que você costuma fazer que todo mundo gosta?

Atividade 4
C ompartilhando experiências

Agora que você já fez um balanço de suas experiências, qualidades e saberes,


compartilhe com seu monitor e com seus colegas um pouco da sua trajetória
profissional. Assim, as pessoas vão conhecer um pouco mais sobre você e você
sobre as pessoas com quem convive neste curso. Conhecer um pouco da histó-
ria de vida daqueles com quem convivemos nos aproxima uns dos outros e
contribui para o bom convívio.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 51


Atividade 5
I nterpretando a canção

1. Leia ou, se possível, aprecie a canção a seguir, que foi gravada também pelo
grupo Roupa Nova:
O sal da terra
Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Anda, quero te dizer nenhum segredo



Falo nesse chão, da nossa casa

Vem que tá na hora de arrumar


Tempo, quero viver mais duzentos anos



Quero não ferir meu semelhante

Nem por isso quero me ferir


Vamos precisar de todo mundo



Pra banir do mundo a opressão

Para construir a vida nova

Vamos precisar de muito amor

A felicidade mora ao lado

E quem não é tolo pode ver


A paz na Terra, amor



O pé na terra
A paz na Terra, amor

O sal da

Terra, és o mais bonito dos planetas



Tão te maltratando por dinheiro

Tu que és a nave nossa irmã


52 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Canta, leva tua vida em harmonia

E nos alimenta com teus frutos

Tu que és do homem, a maçã


Vamos precisar de todo mundo



Um mais um é sempre mais que dois

Pra melhor juntar as nossas forças

É só repartir melhor o pão

Recriar o paraíso agora

Para merecer quem vem depois

Deixa nascer, o amor



Deixa fluir, o amor

Deixa crescer, o amor

Deixa viver, o amor
O sal da terra
© Três Pontas Edições Musicais/Edições Musicais Tapajós Ltda.

2. Você já reparou que nossas experiências e aprendizagens são construídas coleti-


vamente também? Sempre aprendemos com aqueles com quem convivemos no
trabalho, na escola, em casa. Um dos versos dessa canção diz: “um mais um é
sempre mais que dois”. Como você entendeu essa afirmação? Concorda com ela?
Escreva a seguir a sua interpretação da música.

3. Pense na ocupação que estamos estudando: Que outros profissionais você acha
que atuam junto ao operador de empilhadeira?

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 53


Atividade 6
O perador de empilhadeira e sua
rotina

1. Você já parou para pensar o que faz um operador de


empilhadeira? Em grupo, discutam e escrevam a seguir
como imaginam a rotina de trabalho desse profissio-
nal. Quais atividades vocês acreditam que ele realiza
diariamente?

Você sabia?
A descrição de cada
ocupação da CBO é feita
pelos próprios trabalhado-
res. Dessa forma, temos a
garantia de que as infor-
mações vêm de quem
atua no ramo e, portanto,
O que diz o Ministério do Trabalho e
conhece bem a ocupação. Emprego sobre a ocupação de operador
Você pode consultar esse
documento na íntegra
de empilhadeira
acessando o site da CBO.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) produz
Disponível em: <http://www.mtec
bo.gov.br>. Acesso em: 20 mar. um documento conhecido como Classificação Brasileira
2015.
de Ocupações (CBO). Nesse documento é possível

54 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


encontrar a descrição de aproximadamente 2 500 ocu-
pações existentes no Brasil, o que o profissional de cada
ocupação faz e o grau de escolaridade necessária para
exercê-la, bem como onde o profissional pode atuar.
Entre as descrições desse documento, encontramos a de
“operador de empilhadeira”. Eles são “operadores de equi-
pamentos de movimentação de cargas” e podem ser de-
nominados também como:
• motorista de empilhadeira;
• operador de empilhadeira elétrica;
• operador de máquina empilhadeira.
Segundo descrição da CBO, os operadores de empilhadeira:
• preparam a movimentação de carga e a movimentam;
Carga não conforme: Car-
• organizam carga, interpretando simbologia das em- gas que foram violadas, so-
balagens, armazenando de acordo com o prazo de freram alguma avaria; cargas
que tiveram as embalagens
validade do produto, identificando características abertas indevidamente; ou
da carga para transporte e armazenamento e sepa- cargas que apresentam pro-
dutos quebrados.
rando carga não conforme;
• realizam manutenções previstas em equipamentos para
movimentação de cargas;
• trabalham seguindo normas de segurança, higiene,
qualidade e proteção ao meio ambiente.
Tudo isso você aprenderá ao longo deste curso.
Para cada uma das ocupações, a CBO atribui um códi-
go que a classifica. O código referente à ocupação do
operador de empilhadeira é 7822-20. Se você for contra-
tado para exercer essa ocupação, esse número será assi-
nalado em sua carteira de trabalho.
A ocupação de operador de empilhadeira faz parte do
grupo de ocupações dos profissionais responsáveis por
movimentação de cargas, assim como o operador de do-
cagem e o guincheiro (construção civil).

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 55


A CBO descreve essas ocupações da seguinte forma:

Condições gerais de exercício

Atuam nas mais diversas atividades econômicas, entre elas: na extra-


ção mineral, no beneficiamento de pedras, mármores e granitos, na
construção civil, na fabricação de produtos químicos, produtos alimen-
tares e bebidas, produtos de madeira e de metalurgia básica, como
empregados com carteira assinada. O trabalho é presencial, realizado
de forma individual, sob supervisão permanente, em rodízio de turnos
e pode ser em ambiente fechado, a céu aberto ou em veículos. Per-
manecem, durante longos períodos, em posições desconfortáveis,
trabalham sob pressão, o que pode levá-los à situação de estresse, e
estão expostos a materiais tóxicos, ruído intenso e altas ou baixas
temperaturas.

Formação e experiência

Para o exercício dessas ocupações requer-se a quarta série do ensino


fundamental e curso básico de qualificação profissional em torno de
duzentas horas-aula. O pleno desempenho das atividades ocorre com
até um ano de experiência profissional. A(s) ocupação(ões) elencada(s)
nesta família ocupacional demandam formação profissional para efei-
tos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos
estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do decreto
5.598/2005.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Atividade 7
O que eu preciso saber

1. Leia, na tabela a seguir, as capacidades necessárias para um operador de empi-


lhadeira, de acordo com a CBO. Assinale para cada uma delas se você acredita
já tê-la desenvolvido ou se você precisa desenvolvê-la.

56 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Preciso
Capacidades exigidas Já desenvolvi
desenvolver
Certificar-se como
operador de empilhadeira

Certificar-se para
movimentação de cargas
especiais
Para saber mais sobre o que é preciso
Saber interpretar códigos para exercer a função de operador de
para movimentação de empilhadeira e conhecer alguns dos
principais procedimentos para
cargas conduzir esse equipamento, assista
aos vídeos da ocupação.
Disponível em: <http://www.viarapida.
Demonstrar confiabilidade sp.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.
no desenvolvimento de
seu trabalho

Ter iniciativa

Manter-se atualizado sobre


a sua atividade
profissional, realizando
novas formações

Ter atenção concentrada


durante o trabalho

Demonstrar destreza
manual

Trabalhar em equipe
Fonte: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.
© Mario Henrique/Latinstock

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 57


2. De todas as capacidades necessárias, qual você acredita ser a mais difícil de
desenvolver? Por quê?

Você sabia que Carlos Drummond de Andrade escreveu um poema em homenagem


a João Guimarães Rosa?

Um chamado João

João era fabulista?


fabuloso?
fábula?
Sertão místico disparando
no exílio da linguagem comum?

Projetava na gravatinha
a quinta face das coisas,
inenarrável narrada?
Um estranho chamado João
para disfarçar, para farçar
o que não ousamos compreender?
Tinha pastos, buritis plantados
no apartamento?
no peito?
Vegetal ele era ou passarinho
sob a robusta ossatura com pinta
de boi risonho?

58 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Era um teatro
e todos os artistas
no mesmo papel,
ciranda multívoca?

João era tudo?


tudo escondido, florindo
como flor é flor, mesmo não semeada?
Mapa com acidentes
deslizando para fora, falando?
Guardava rios no bolso,
cada qual com a cor de suas águas?
sem misturar, sem conflitar?
E de cada gota redigia
nome, curva, fim,
e no destinado geral
seu fado era saber
para contar sem desnudar
o que não deve ser desnudado
e por isso se veste de véus novos?

Mágico sem apetrechos,


civilmente mágico, apelador
e precípites prodígios acudindo
a chamado geral?
Embaixador do reino
que há por trás dos reinos,
dos poderes, das
supostas fórmulas
de abracadabra, sésamo?
Reino cercado
não de muros, chaves, códigos,
mas o reino-reino?
Por que João sorria
se lhe perguntavam
que mistério é esse?

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 59


E propondo desenhos figurava
menos a resposta que
outra questão ao perguntante?
Tinha parte com... (não sei
o nome) ou ele mesmo era
a parte de gente
servindo de ponte
entre o sub e o sobre
que se arcabuzeiam
de antes do princípio,
que se entrelaçam
para melhor guerra,
para maior festa?

Ficamos sem saber o que era João


e se João existiu
de se pegar.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Um chamado João.
In: ______ . Versiprosa: crônica da vida cotidiana e de algumas miragens.
Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967. p. 934-5.
Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
<http://www.carlosdrummond.com.br>

60 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Unidade 3
O que faz o operador de
empilhadeira
Na Unidade 2 você aprendeu o que é a CBO e viu muito do que
ela diz sobre a atividade do operador de empilhadeira, certo? Re-
veja agora as principais características esperadas desse profissional:
• Formação/qualificação profissional:
– ter habilitação como operador de empilhadeira.
• Atitudes pessoais:
– trabalhar em equipe;
– evidenciar iniciativa;
– trabalhar com atenção concentrada.
• Atitudes profissionais:
– interpretar códigos para a movimentação de cargas;
– demonstrar confiabilidade no desenvolvimento do trabalho;
– participar de treinamentos (capacitação e atualização);
– demonstrar destreza manual;
– dar provas de coordenação motora;
– certificar-se como operador de movimentação de cargas;
– certificar-se para movimentação de cargas especiais.

Atividade 1
C onhecendo sua atividade

Leia atentamente os anúncios de emprego na página a seguir e,


depois, responda às questões propostas.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 61


© Daniel Beneventi

Vaga para operador de empilhadeira


Local de atuação: Santos (SP)
Remuneração: R$ 2 210,50
Vantagens: Vale alimentação e transporte; convênio médico e odontológico
Forma de contração: CLT
Jornada: 40 h
Atribuições: Operação com a empilhadeira; Separação de produtos; Controle
de estoque; Abastecimento de área de venda
Exigências: Ensino Médio completo; Certificado de operador de empilhadeira;
Carteira Nacional de Habilitação (CNH); Experiência de 2 anos como operador
de empilhadeira; Disponibilidade de trabalho em turnos
Vagas: 02

Contrata-se Precisa-se de Operador


de empilhadeira
Operador de empilhadeira
Local: Ribeirão Preto (SP) Contratação temporária para a
Atividades a desenvolver: separação de cidade de Campinas (SP)
mercadorias, movimentação de cargas em Vantagens: Seguro de vida;
depósito, reposição de mercadorias e vale-transporte; vale-refeição
Salário: R$ 1 789,40
operação da empilhadeira
por 30 h semanais
Requisitos: especialização em operador de Requisitos: Curso de operador de
empilhadeira, Ensino Médio e CNH empilhadeira; Ensino Médio
Oferecem-se vale-transporte, cesta básica e Atribuições: Operar a empilhadeira;
contratação por CLT (efetivo) Carregar mercadorias; Fazer
Salário: R$ 1 550,30 por 40 h conferência de cargas; Etiquetar
01 vaga caixas; Controlar estoques

Operador de empilhadeira – Precisa-se


Local: Bauru (SP)
Salário de R$ 1 698,00 mais benefícios
Jornada de 40 h
Requisitos: Carteira CNH; Curso de operador de empilhadeira; Ensino
Médio completo e experiência de 1 ano como operador de empilhadeira
Atividades a desenvolver: Separar mercadorias e operar a empilhadeira
Contrato pela CLT

62 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


1. O que os anúncios de emprego apresentados têm em comum?

2. Qual o anúncio com menos exigências? Cite-as.

3. E qual o anúncio com mais exigências? Cite-as.

4. Para quais anúncios você estaria qualificado? Qual escolheria? Justifique sua
resposta.

5. Agora, discuta suas respostas com seu monitor e com seus colegas.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 63


As características do trabalho segundo a
CBO
A CBO publica uma tabela das atividades exercidas em
cada conjunto ou família de ocupações. No nosso caso,
trata-se da família ocupacional 7822 – Operadores de
equipamentos de movimentação de cargas, que inclui as
ocupações de guincheiro, operador de docagem e opera-
dor de empilhadeira.
O operador de empilhadeira não é responsável apenas
pela função de dirigir ou operar a empilhadeira. Sua
atividade abrange também a conferência da carga, o car-
regamento e o descarregamento para o transporte.
Contudo, antes de o operador conferir e movimentar a
carga, outras atividades são necessárias e elas compõem
a rotina de trabalho dele. Alguns procedimentos que
Embora a CBO aponte como
requisitos mínimos a 4ª série/5º ano precisam ser realizados antes e depois da movimentação
do Ensino Fundamental e o curso
básico de qualificação profissional, a da carga também são de responsabilidade do operador
maioria das empresas exige Ensino
Médio completo, algumas até de empilhadeira.
Superior incompleto. Além do curso
básico, elas pedem também
especialização no tipo de
empilhadeira a ser manuseada.
Atividade 2
E mpilhando os conhecimentos

1. Observe os itens a seguir e assinale aqueles que você


acredita fazerem parte das atribuições específicas de
um operador de empilhadeira.
( ) Preparar movimentações de carga.
( ) Controlar operações de transporte.
( ) Organizar ambiente de trabalho.
( ) Coordenar coleta e embarque de carga doméstica.
( ) Realizar manutenções previstas em equipamentos
para movimentação de cargas.

64 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


2. Agora leia o documento emitido pela CBO e confira suas respostas.
Família Ocupacional: 7822 – Operadores de equipamentos de
movimentação de cargas – Atividades específicas do operador
de empilhadeira (OE)
A – PREPARAR MOVIMENTAÇÕES DE CARGA
A.1 – Interpretar ordens de serviço
A.2 – Inspecionar visualmente a carga e descarga de serviços
A.3 – Conferir conteúdos, peso e volumes de cargas
A.4 – Selecionar equipamentos de movimentação de acordo com a carga
A.5 – Separar acessórios dos equipamentos
A.6 – Prever materiais para o armazenamento (estrato, forração)
A.7 – Programar sequência de movimentação
B – MOVIMENTAR CARGA
B.1 – Utilizar os acessórios do equipamento de movimentação de
acordo com o tipo de carga
B.2 – Conferir prazos de validade
B.3 – Carregar carga conforme programação
B.4 – Carregar o equipamento de acordo com sua capacidade
B.5 – Monitorar condições de funcionamento do equipamento duran-
te a operação
B.6 – Controlar velocidade e sentido de operação de equipamentos
B.7 – Descarregar os itens programados
C – ORGANIZAR AMBIENTE DE TRABALHO
C.1 – Manter o ambiente higienizado
C.2 – Retirar obstáculos do ambiente de trabalho
C.3 – Inspecionar o local de acondicionamento da carga
C.4 – Delimitar área para a movimentação de cargas
C.5 – Identificar carga movimentada
D – ORGANIZAR CARGA
D.1 – Interpretar a simbologia das embalagens

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 65


D.2 – Armazenar a carga de acordo com o prazo de
validade do produto
D.3 – Identificar características da carga para o trans-
porte e armazenamento
D.4 – Separar carga não conforme
E – REALIZAR MANUTENÇÕES PREVISTAS EM
EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO DE
CARGAS
E.1 – Consultar instruções dos fabricantes para uso
e conservação de equipamentos
E.2 – Inspecionar itens básicos de funcionamento
dos equipamentos de movimentação de cargas
E.3 – Lubrificar equipamentos
E.4 – Testar funcionamento de equipamentos
E.5 – Identificar disfunções e avarias
E.6 – Ajustar equipamentos
E.7 – Requisitar manutenção
E.8 – Identificar equipamentos em manutenção
F – TRABALHAR COM SEGURANÇA
F.1 – Autoavaliar condições psicofísicas antes da
execução do trabalho
F.2 – Utilizar equipamentos de segurança individual (EPI)
F.3 – Identificar situações inseguras
F.4 – Solicitar adequação do piso para movimentação
com empilhadeira
Todos nós sabemos o quanto a
questão da segurança no trabalho é F.5 – Movimentar carga conforme normas de segu-
importante para o trabalhador e para
toda a sociedade, não é mesmo? rança específicas
No Caderno 2 teremos uma
Unidade para tratar com mais BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego.
profundidade das questões
incluídas no item Trabalhar
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).
com segurança. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>.
Acesso em: 20 mar. 2015.

Coletor de dados
Como você pôde constatar pela lista de atividades, o
operador de empilhadeira não só é responsável por diri-
gir a empilhadeira, mas também possui atribuições que
vão além disso. Para dar conta de tantas funções, ele
conta com alguns equipamentos facilitadores. Um deles
é o coletor de dados, instrumento de trabalho indispen-
sável para esse profissional.
66 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1
© Mario Henrique/Latinstock
O coletor de dados é um aparelho utilizado em diversos segmentos. Por sua versa-
tilidade, é utilizado em empresas de fornecimento de energia elétrica, de gás, em
bares, restaurantes, empresas farmacêuticas etc. Aliado da organização, necessária
a todo profissional, esse equipamento efetua a coleta de informações, auxiliando o
operador de empilhadeira a fazer a transferência dos paletes para diversas áreas,
separar as cargas e também armazenar todos os produtos que chegam ao local de
trabalho, podendo fazer o controle e o recebimento de produtos.
A coleta dos dados é feita por meio da leitura do código de barras ou manual-
mente, digitando o número referente ao produto no teclado do aparelho. Todas
as informações digitadas são armazenadas na memória do coletor e posterior-
mente transmitidas ao terminal de informações, que pode ser um computador
ou um microterminal. A transmissão pode ser por meio de cabo, wi-fi, infraver-
melho ou bluetooth.
Os códigos de barras vieram para agilizar as transações bancárias, o armazena-
mento e a venda de produtos em um supermercado, por exemplo. Sua representação
gráfica é uma sequência de barras para leitura feita por equipamentos. Eles estão
impressos em embalagens de produtos, em contas de luz e de água, em boletos
bancários etc.
© kmitu/123RF

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 67


Falando em códigos, você já se deparou com o QR code? Ele é um código bidi-
mensional (2D), parecido com um enigma. A maioria dos celulares consegue
fazer a leitura dele, desde que possua câmera fotográfica. O conteúdo desses có-
digos pode ser o trecho de um texto, um link ou um endereço que redireciona
para determinado site.

Atividade 3
Um pouco sobre os códigos de barras

1. Você já reparou nos códigos de barras que há nos produtos que usa no dia a dia?
Já parou para pensar o que os números que acompanham esse código podem
representar? Escreva a sua opinião nas linhas a seguir.

2. Observe a lista de produtos na tabela a seguir. Procure em embalagens de cada


um deles o código de barras, conte quantos números há nele e complete a colu-
na correspondente.

68 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Quantidade de números que acompanham
Produto
o código de barras

Creme dental

Gelatina

Arroz

Refrigerante

Papel higiênico

Códigos de barras – como funcionam?


Pela comparação dos códigos, você pode perceber que, em geral, os códigos de
barras vêm acompanhados de um número composto de 13 dígitos que armazenam
as informações do produto.
• Os primeiros três dígitos identificam o país em que o produto foi cadastrado, e
não onde ele foi fabricado necessariamente (por exemplo, o código de todos os
produtos cadastrados no Brasil começa com a sequência 789).
• Os quatro dígitos seguintes referem-se ao fabricante.
• Os próximos cinco dígitos identificam o produto.
• O último é o dígito de controle, também chamado dígito verificador.

Código do
Prefixo do país Código do produto Dígito de controle
fabricante
XXX FFFF PPPPP D

Por exemplo, veja a composição do código 7897123884012 de determinado produto:

Prefixo do país Código do


Código do produto Dígito de controle
(Brasil) fabricante
789 7123 88401 2

O dígito de controle é usado em muitas situações que envolvem algum tipo de


identificação. Você pode observá-lo nos números de documentos ou em contas
bancárias. Em geral, trata-se do último ou dos dois últimos algarismos escritos após
um “tracinho” ou uma barra.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 69


Agora, vamos ver como é a sistemática do coletor de dados na leitura dos códigos
de barras?
© R2 Editorial

O coletor emite um raio vermelho, que


percorre todas as barras e faz a “leitura” ... e transmite as informações
para o computador...
do código de barras...

CÓDIGO PRODUTO LOTE QUANT. FABRICAN

0214 LEITE 125152 1000ml Fazenda M

0415 CHÁ 548569 600ml Produtor G

0151 AÇÚCAR 515563 1000g

1458 SUCO 478596 500ml Indústria d

6878 SAL 669785 1000g

... que localiza os dados do ... que são transmitidos para a tela do
produto em um arquivo... computador ou para a impressora.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e


Inovação (Sdecti). Matemática: caderno do estudante. Ensino Fundamental. São Paulo:
Sdecti/SEE, 2014. v. 1.

Além do coletor de dados, o operador de empilhadeira precisa conhecer outros


instrumentos de trabalho. Na lista a seguir, publicada pela CBO, as ferramentas
que ela considera mais importantes estão assinaladas com asterisco (*).

Recursos de trabalho
* Empilhadeira
* Elevador
* Telefone
* Calibrador
* Jogo de chaves combinadas
Cabo de força
Tifor
* Alongador
* Cabo de aço
Alavanca
Ship-loader (fala-se “chip louder”)
Transtainer (fala-se “transteiner”)

70 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


* Madal
Portainer (fala-se “portêiner”)
* Paletizadora
EPI [Equipamentos de Proteção Individual] e EPC [Equipamentos de
Proteção Coletiva]
Jacaré
* Rádio de comunicação

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações


(CBO). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Atividade 4
E studo do meio

1. Em grupo, façam uma lista de vários lugares onde um operador de empilha-


deira pode trabalhar. Depois, comparem sua lista com aquelas feitas pelos demais
grupos e contem com a ajuda do monitor para completar a de vocês. Em segui-
da, organizem-se para procurar, nos locais listados, operadores de empilhadei-
ra que possam ser entrevistados por vocês.
É importante selecionar profissionais que trabalhem em diferentes lugares e
com diferentes tipos de empilhadeira, assim todos aprenderão mais sobre essa
ocupação. Também é interessante entrevistarem homens e mulheres.
2. O que vocês gostariam de perguntar para esses operadores?
Observem, a seguir, um roteiro para a entrevista, que vocês poderão adaptar. Seu
grupo também pode incluir no roteiro outras perguntas. Boa entrevista!
a) Quem é o entrevistado?

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 71


b) Quantos anos tem? Qual é sua escolaridade? Ainda estuda ou pretende voltar a
estudar?
c) Costuma fazer cursos de especialização em sua área?
d) Onde trabalha?
e) Como escolheu essa ocupação?
f) Quais pontos considera positivos e quais considera negativos nessa área de atuação?
g) Que conselhos daria a um operador de empilhadeira que está começando agora?

72 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Unidade 4
Rotinas básicas no setor
de movimentação de
cargas
É muito comum ouvirmos pessoas reclamando ou falan-
do que suas vidas são uma rotina... Que todo dia fazem
tudo sempre igual...

Peanuts, Charles Schulz © 1991 Peanuts Worldwide LLC./Dist. by Universal Uclick


Rotina: 1. Caminho utilizado
normalmente; itinerário ha-
bitual; derrotina. 2. Sequên-
cia mais ou menos maquinal
de atos e procedimentos
habituais […]. 3. Apego a há-
bitos tradicionais, aversão ao
progresso [...].
© Dicionário Aulete.
<www.aulete.com.br>

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 73


Como era a vida na Idade Média

Por mil anos, a Europa dividida em feudos foi controlada pela Igreja
e por nobres. A Idade Média moldou o continente que dominaria o
planeta, mas a vida era dura

Sábado de um típico camponês na França do século 10 começa às 5 da


manhã. Ele, a esposa e os quatro filhos acordam em sua casa de um
único cômodo, comem mingau de pão e dão início à labuta. O pai e os
mais velhos, de 12 e 14 anos, vão para o campo – a colheita de trigo e
cevada está atrasada. A família passou os dois dias anteriores cumprin-
do o trabalho obrigatório nas terras do senhor feudal. Há muito o que
fazer. A mãe e os mais novos, de 6 e 8 anos, vão lidar com a horta e as
galinhas. Todos fazem uma rápida pausa para comer (sempre que pos-
sível, peixe). O batente só termina quando já está escuro. Eles dormem
juntos, sobre um amontoado de palha, iluminados por velas de sebo e
aquecidos por uma pequena fogueira no centro do cômodo. Descansam
felizes. O dia seguinte é o único da semana em que a rotina árdua muda
um pouco: seguem o comando dos sinos e vão à missa. Rezam por
suas almas e são orientados mais a temer o diabo que a adorar a Deus.

Assim viveram, durante dez séculos, 90% dos habitantes do Velho


Continente. [...]
CORDEIRO, Tiago. Como era a vida na Idade Média. Aventuras na História,
1 abr. 2010. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/
como-era-vida-idade-media-677615.shtml>. Acesso em: 30 mar. 2015.

Durante mil anos, no período conhecido como Idade Média – entre os séculos V (5)
e XV (15) –, 90% da população da Europa viveu dessa forma. Homens e mulheres
tinham uma vida com características muito parecidas em razão das relações estabe-
lecidas em determinado contexto social, político e econômico.

74 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


© Album/akg-images/Latinstock

As ricas horas do duque de Berry é considerado um dos mais finos e luxuosos manuscritos medievais.
Seus autores, os três irmãos Limbourg – Paul, Hermann e Jean –, eram artistas flamengos e foram
contratados pelo duque de Berry por volta de 1405. Essa iluminura (tipo de ilustração comum na Idade
Média) mostra setembro, o período da colheita das uvas ao redor do castelo de Saumur.

Atividade 1
A rotina de cada dia ...

1. E como é hoje? Pense em você, em seu dia a dia. Escreva nas linhas a seguir, de
forma objetiva, como é um dia “normal” em sua vida desde o momento em que
acorda até a hora em que vai dormir.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 75


2. Os poetas, músicos e artistas expressam de diferentes formas seus sentimentos
acerca daquilo que se torna repetitivo, rotineiro. Leia, a seguir, duas letras de
música sobre o tema.
Rotina
Clemente e Marcelino

Acorda cedo para ir trabalhar


E o relógio de ponto a lhe observar
No lar esposa e filhos a lhe esperar
Sua cabeça dói, um dia vai estourar
Com essa rotina, rotina
Rotina, rotina
Sua cabeça dói, não consegue pensar
E as quatro paredes a lhe massacrar
Daria tudo pra ver o que acontece lá fora
Mesmo sabendo que não iria suportar
Essa rotina, rotina
Até quando ele vai aguentar?
Até quando ele vai aguentar?
No lar a sua esposa lhe serve o jantar
E os filhos brincam na sala de estar
Levanta da poltrona e liga a TV
Chegou a hora do programa começar
Rotina, rotina
O homem da TV lhe diz o que fazer
Lhe diz do que gostar, lhe diz como viver
Está chegando a hora de se desligar
A sua esposa lhe convida para o prazer
Rotina, rotina
© Warner Chappell Edições Musicais Ltda.
Todos os direitos reservados.

76 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


© Marcos de Paula/AE
Cotidiano
Chico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual


Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã

Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar


E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café

Todo dia eu só penso em poder parar


Meio dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão

Seis da tarde como era de se esperar


Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão

Toda noite ela diz pra eu não me afastar


Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor

Todo dia ela faz tudo sempre igual


Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
1971 © Marola Edições Musicais

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 77


3. Você conhece essas músicas? Se possível, ouça e apre-
cie as duas canções.
4. Que sentimento essas músicas lhe transmitem?

5. O que você entende por rotina?

Significado de rotina no trabalho do


operador de empilhadeira
Há um “caminho utilizado normalmente; itinerário ha-
Você sabia? bitual”, tarefas habituais que devem ser realizadas pelo
Madalena Freire é peda- operador de empilhadeira? Será que é importante existir
goga, atua em projetos de
formação de professores
uma rotina básica nesse tipo de trabalho?
promovendo reflexões e
estudos e é autora de inú- Se considerarmos que a existência de rotinas básicas no
meros livros que abordam ofício de operador de empilhadeira é importante, podemos
temáticas educacionais.
Filha do grande educador
dizer, então, que é preciso existir uma “sequência mais ou
brasileiro Paulo Freire menos maquinal de atos e procedimentos habituais” no
(1921-1997), é uma das prin-
cipais propagadoras da
trabalho de operador de empilhadeira?
teoria freiriana.
Veja o que diz a educadora Madalena Freire sobre rotina.

78 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


[...] rotina aqui não é expressão do rotineiro que se arrasta tediosa-
mente. [...] A rotina estrutura o tempo (história), o espaço (geografia)
e as atividades. [...] a rotina é alicerce básico para que o grupo cons-
trua seus vínculos, estruture seus compromissos, cumpra suas tare-
fas, assuma suas responsabilidades [...].
FREIRE, Madalena. Educador, educa a dor. São Paulo: Paz e Terra, 2008. p. 118.

Pois bem, é pensando na perspectiva apontada por Madalena Freire que queremos
conversar com você sobre rotinas básicas no setor de movimentação de cargas.
Ainda que as tarefas exercidas pelos operadores de empilhadeiras sejam habituais e
exercidas com regularidade, elas não precisam ser alienantes e mecânicas, não acha?
A atenção e o cuidado na realização das tarefas têm estreita ligação com a maior ou
a menor consciência da importância e do sentido dessas tarefas durante a sua reali-
zação. Ou seja, se o trabalhador sabe o que tem de fazer, sabe por que e para que
tem de fazer, quais são os riscos do seu fazer, provavelmente ele terá maiores opor-
tunidades de planejar suas tarefas, organizar seu tempo e seus compromissos e
cumprir suas atividades de forma mais estruturada e responsável.

Como é um dia na vida de um operador de empilhadeira?


Quando você decidiu fazer este curso no Programa Via Rápida Emprego, já
tinha alguma experiência como operador de empilhadeira? Em caso negativo,
fazia alguma ideia das atividades desenvolvidas por um operador de empilha-
deira? Bom, de qualquer forma, a essa altura do curso, com certeza você já tem
algumas noções.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 79


Atividade 2
Rotina do operador de empilhadeira

1. Escreva algumas das atividades que você imagina ou que já sabe serem específi-
cas da função do operador de empilhadeira.

2. Leia a entrevista do Rodrigo, que trabalha como operador de empilhadeira.


© Masé Santos

Entrevistador: Qual seu nome?


Rodrigo: Rodrigo Lopes da Silva.
E.: Há quanto tempo, Rodrigo, você trabalha como operador de empilhadeira?
R.: Há dois anos.

80 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


E.: Como você começou? O que fazia antes?
R.: Eu comecei na área de expedição e carregamento, daí surgiu a oportunidade de
fazer o curso, eu aceitei. Depois surgiu a vaga, me ofereceram e eu aceitei.
E.: E como é a sua rotina de trabalho aqui? Como são seus dias?
R.: Eu entro às seis da manhã e saio às três da tarde. Em minha rotina eu armaze-
no os paletes, faço transferência e remanejamento dos produtos. Em geral é isso.
E.: No começo foi difícil o trabalho com a empilhadeira? Como foi?
R.: Eu posso falar que eu aprendi rápido, não tive muita dificuldade não, mas é na
prática mesmo que você pega o jeito. E eu gosto.
E.: E você está fazendo outro curso agora?
R.: Sim, técnico em logística.
E.: Quando você vai começar a trabalhar, logo cedo, o que você faz quando
chega?
R.: Logo de manhã, a partir do momento que você chega na empilhadeira, você
liga a empilhadeira e confere antes se está tudo ok, o freio, os pneus, a aceleração,
você ergue o garfo, ergue a torre, vê se não está vazando óleo, se não tem vazamen-
to para não ocorrer nenhum acidente, não é? Então a gente marca tudo em um
checklist (fala-se “tchéklist”), para ver se confere. Se tiver algum problema a gente
dá a descrição do defeito, para que seja passado para manutenção.
E.: E no final do dia, antes de encerrar o seu dia de trabalho, qual é o proce-
dimento?
R.: Você só confere se está tudo certo, porque o próximo operador de empilhadeira
que for entrar fará de novo o checklist que eu fiz de manhã.
E.: Qual a velocidade que a empilhadeira pode atingir?
R.: A velocidade máxima é de 12,8 km/h, é o máximo que você pode atingir. Mas
a gente nem chega nessa velocidade.
E.: E o coletor de dados, como funciona?
R.: O coletor de dados a gente usa para fazer a transferência dos paletes para as
áreas de picking (fala-se “piquin”), para separar as cargas, e você também armazena
todos os produtos que chegam. Quando chegam, você lê a etiqueta deles, digita o
endereço, digita a etiqueta... é tudo informatizado.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 81


3. Agora responda: Quais as atividades desenvolvidas pelo Rodrigo na função de
operador de empilhadeira?

4. Compare as atividades que você escreveu no exercício 1 com aquelas que você
identificou na entrevista do Rodrigo e escreveu no exercício 3. Você descobriu
alguma atividade nova realizada pelo operador de empilhadeira?

5. Retome a entrevista e responda:


a) Como Rodrigo afirma que aprendeu a operar a empilhadeira?

b) Rodrigo continua estudando e está fazendo um curso de técnico em logística.


Você pretende continuar estudando depois de concluir este curso profissionali-
zante de operador de empilhadeira? Que curso pretende fazer?

c) Ao chegar ao trabalho, qual é a primeira atividade realizada pelo Rodrigo? E qual


seria a importância dessa atividade?

82 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


6. Localize e grife na entrevista as partes da empilhadeira citadas pelo Rodrigo
durante a conferência que ele realiza diariamente. Depois, localize algumas
dessas partes na imagem a seguir.

© Mario Henrique/Latinstock
Operadores de empilhadeira e suas atividades
Segundo a CBO, as funções do operador de empilhadeira compreendem seis áreas de
atividades:
• preparar movimentações de carga;
• movimentar carga;
• organizar ambiente de trabalho;
• organizar carga;
• realizar manutenções previstas em equipamentos para movimentação de cargas;
• trabalhar com segurança.
Conforme aprendemos na Unidade 3, a própria CBO detalha cada uma dessas áreas
com tarefas bem específicas.
Para realizar essas tarefas de maneira consciente, é fundamental que o operador de
empilhadeira conheça bem sua ordem de serviço e saiba interpretar corretamente os
símbolos estampados nas embalagens.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 83


Ordens de serviço
Veja o que diz a Norma Regulamentadora 1 (NR 1)
sobre ordens de serviço:

1.7 Cabe ao empregador: [...]

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saú-


de no trabalho, dando ciência aos empregados por
As Normas Regulamentadoras (NR)
são normas elaboradas pelo comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; [...]
Ministério do Trabalho e Emprego.
Foram criadas e devem ser
observadas a fim de promover saúde
e segurança do trabalho nas 1.8 Cabe ao empregado: [...]
empresas. Todas as empresas ou
instituições que admitem
empregados regidos pela CLT
devem obrigatoriamente observar a) cumprir as disposições legais e regulamentares
o disposto nas NR.
sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as
ordens de serviço expedidas pelo empregador [...].
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma
Regulamentadora no 1. Disposições gerais. Disponível
em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/
FF8080812BE914E6012BEF0F78
10232C/nr_01_at.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

A ordem de serviço tem a função de informar o funcio-


nário sobre segurança, saúde, prevenção, cuidados e ris-
cos do ambiente de trabalho.
É preciso muita atenção e cuidado por parte do funcio-
nário, pois, a partir do momento em que toma ciência
assinando esse documento, não pode alegar desconheci-
mento das orientações e riscos da atividade exercida pelo
operador de empilhadeira.
O empregador pode ser multado pela falta de ordem de
serviço na empresa. Por outro lado, cumprir as normas
de segurança do trabalho e as ordens de serviço é dever
do funcionário.
Dada a importância desse documento, o funcionário
deve estar bem esclarecido antes de assiná-lo.

84 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Para cada ocupação é criada uma ordem de serviço, pois
cada uma tem seu risco específico. Mesmo as pessoas que
trabalham no mesmo ambiente podem estar expostas a
riscos distintos por realizarem atividades de trabalho e
movimentos diferentes. Por isso, cada função deve ter
sua ordem de serviço específica.
Os itens presentes em uma ordem de serviço são:
• atividades desenvolvidas;
• risco da operação;
• EPI recomendados;
• medidas preventivas;
• treinamento(s) necessário(s);
• procedimento em caso de acidente de trabalho;
• caracterização da exposição;
• termo de responsabilidade.

Símbolos em toda parte


O grande filósofo grego Aristóteles, que viveu no século
IV (4) a.C. (antes de Cristo), já dizia que não se pensa
sem imagens. Todos nós, ao ouvirmos uma palavra, já
imaginamos algo.
Faça esta experiência com o colega ao lado: diga a ele
uma palavra qualquer, pode ser, por exemplo, “flor”. En-
tão, peça a ele que lhe diga o que ele pensou ao ouvi-la.
Se possível, ele pode desenhar e lhe mostrar o desenho
depois.
O nosso mundo é repleto de símbolos que acabam por
se constituir em uma forma de comunicação que pre-
Você sabia?
cisa ser compreendida para que as pessoas possam se A palavra símbolo tem
entender e entender “o mundo” com mais facilidade e origem grega (sýmbolon)
clareza. Basta andar algumas quadras pelas ruas da ci- e designa um tipo de signo
em que a realidade concre-
dade que já encontraremos uma porção de símbolos: ta representa algo abstrato
placas de trânsito, letras, imagens referentes a determi- (como no caso da cruz que
representa o Cristianismo).
nadas marcas de produtos etc., não é mesmo?

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 85


No caso do operador de empilhadeira, quando ele vai organizar a carga que será
transportada ou movimentada, a simbologia que consta das embalagens ajuda a
orientá-lo quanto ao tipo de produto, a sua resistência, o seu estado físico, as con-
dições de armazenamento e até mesmo a maneira de manusear a embalagem. Veja
quais são os símbolos que podem estar nas embalagens e que você precisa conhecer
para poder interpretá-los.
Ilustrações: Daniel Beneventi

Símbolo Significado

Vazio

OXIDANTE
Substância oxidante e peróxido orgânico

5.1 5.2

Substância radioativa

Gás comprimido

86 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Ilustrações: Daniel Beneventi
Símbolo Significado

Não agitar, frágil

Face superior nessa direção

Proteger contra a umidade

Substância corrosiva

Proteger contra o calor

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 87


Ilustrações: Daniel Beneventi

Símbolo Significado

Animais vivos

Empilhamento máximo

Substância ou material magnetizante


W E

Substância inflamável

Substância tóxica ou venenosa

88 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Ilustrações: Daniel Beneventi
Símbolo Significado

Substância infectante

Frágil

Proibido usar gancho ou furar

Içamento

Centro de gravidade

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 89


Ilustrações: Daniel Beneventi

Símbolo Significado

Substância explosiva

Proteger contra a luz

Mercadoria perecível

Usar garras pneumáticas

Diagrama de Hommel ou Diamante do


perigo

90 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


O Diagrama de Hommel não é um símbolo obrigatório, mas é muito utilizado no
mundo inteiro. Embora não informe a substância, mostra os riscos envolvidos em
seu manuseio de acordo com cores, números e siglas. Os números ou siglas regis-
trados em cada cor especifica um tipo de risco.
• Azul – riscos à saúde:
– 4 = produto letal;
– 3 = produto altamente perigoso;
– 2 = produto moderadamente perigoso;
– 1 = produto levemente perigoso;
– 0 = produto não perigoso ou de risco mínimo.
• Vermelho – inflamabilidade (pontos de fulgor):
– 4 = abaixo de 22,7 °C;
– 3 = abaixo de 37,7 °C;
– 2 = abaixo de 93,3 °C;
– 1 = acima de 93,3 °C;
– 0 = não inflamável.
• Amarelo – reatividade:
– 4 = pode explodir;
– 3 = pode explodir com aquecimento ou choque;
– 2 = reação química violenta;
– 1 = instável se aquecido;
– 0 = estável.
• Branco – riscos específicos:
– OXY = oxidante;
– ACID = ácido;
– ALK = alcalino;
– COR = corrosivo;
– W = evite o uso de água;
– ☢ = radioativo.
Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 91
Atividade 3
R etomando as tarefas de um operador de empilhadeira

Reúna-se com três colegas para trocar ideias e conversar sobre as áreas de atividades
e as tarefas descritas na CBO que o operador de empilhadeira deve realizar.
A seguir, você encontrará uma lista com as áreas de atividades representadas por
cores e também um quadro com as tarefas previstas para o operador de empilha-
deira. Estabeleçam a correspondência correta entre as áreas de atividades (cores) e
cada item do quadro, pintando cada tarefa com uma cor.

Preparar movimentações de carga

Movimentar carga

Realizar manutenções previstas em equipamentos para


movimentação de cargas

Organizar ambiente de trabalho

Organizar carga

Trabalhar com segurança

92 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Inspecionar visualmente a carga Conferir conteúdos, peso e
Interpretar ordens de serviço
e descarga de serviços volumes de cargas

Selecionar equipamentos de Prever materiais para o


Controlar velocidade e sentido
movimentação de acordo armazenamento (estrato,
de operação de equipamentos
com a carga forração)

Separar carga não conforme Lubrificar equipamentos Conferir prazos de validade

Monitorar condições de
Carregar carga conforme Carregar o equipamento de funcionamento do
programação acordo com sua capacidade equipamento durante a
operação

Programar sequência de Descarregar os itens Manter o ambiente


movimentação programados higienizado

Retirar obstáculos do Inspecionar o local de Delimitar área para a


ambiente de trabalho acondicionamento da carga movimentação de cargas

Interpretar a simbologia das Identificar equipamentos em


Identificar carga movimentada
embalagens manutenção

Identificar características da Movimentar carga conforme Armazenar a carga de acordo


carga para o transporte e normas de segurança com o prazo de validade do
armazenamento específicas produto

Inspecionar itens básicos de


Utilizar os acessórios do Consultar instruções dos
funcionamento dos
equipamento de movimentação fabricantes para uso e
equipamentos de
de acordo com o tipo de carga conservação de equipamentos
movimentação de cargas

Testar funcionamento de
Identificar disfunções e avarias Ajustar equipamentos
equipamentos

Solicitar adequação do piso Autoavaliar condições


Requisitar manutenção para movimentação com psicofísicas antes da execução
empilhadeira do trabalho

Utilizar equipamentos de Separar acessórios dos


Identificar situações inseguras
segurança individual (EPI) equipamentos

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 93


Momentos de lazer
Começamos esta Unidade falando sobre o cotidiano, sobre a rotina, não foi?
Pois bem, gostaríamos de convidá-lo a uma última reflexão antes de terminarmos
a Unidade: Que lugar ocupa o lazer no seu cotidiano? Quando perguntamos a você,
no início, como são os seus dias, as atividades relacionadas ao lazer foram citadas?
Que papel tem o lazer na sua rotina e de sua família? Que problemas ou dificulda-
des você e sua família encontram para usufruir de momentos de lazer?
Essa é uma questão tão importante que está prevista na Constituição Federal da
República Federativa do Brasil, em seu artigo 6o:

Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o


trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a pro-
teção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Texto constitucional
promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas
Constitucionais. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015.

94 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Unidade 5
A empilhadeira –
modelos e componentes
A empilhadeira
Para exercer bem seu ofício, todo profissional precisa co-
nhecer seus instrumentos de trabalho.
Um cozinheiro precisa aprender a utilizar o forno, o fogão, a
batedeira, reconhecer as unidades de medidas para produzir
as receitas e também conhecer os alimentos que vai preparar.
Um pedreiro precisa aprender a usar as suas ferramentas
de trabalho como o esquadro, o nível, a desempenadeira,
a pá, a furadeira etc.
Empilhadeira: Máquina au-
tomotora usada para empilhar Da mesma forma, um operador de empilhadeira precisa
e arrumar carga ou mercado-
rias em depósitos, armazéns, conhecer os diferentes tipos de empilhadeira e suas carac-
fábricas, portos etc. terísticas.
© Dicionário Aulete.
<www.aulete.com.br> A empilhadeira é um meio de transporte e de movimen-
tação de cargas utilizado em armazéns, portos, depósitos,
atacadistas, supermercados, indústrias etc.

Atividade 1
A cionando conhecimentos

Você sabia?
Em espanhol, as empi-
lhadeiras são denomina-
das montacargas, em
inglês, forklift truck (fala-
-se “fork lifit trâk”). Em grupo, façam um levantamento dos tipos de empi-
lhadeira que vocês conhecem e dos lugares onde já viram
uma empilhadeira sendo utilizada.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 95


Registrem seus conhecimentos nas linhas a seguir. Depois apresentem a lista de seu
grupo para os demais colegas e para o monitor.

Atividade 2
P esquisando a invenção da empilhadeira

Em grupo e com o apoio do monitor, pesquisem na internet sobre a invenção da


empilhadeira. Depois, organizem um resumo das informações a respeito dessa in-
venção, revisem esse texto e o exponham para os colegas. Isso pode ser feito em um
mural, em um blog ou ainda nos jornais da escola. Assim outras pessoas também
ficarão sabendo sobre essa invenção. Boa pesquisa!

Como fazer um resumo


Para produzir um resumo, você deverá planejar o que vai escrever: faça uma lista com as principais ideias
encontradas na pesquisa sobre a invenção da empilhadeira. Provavelmente, você encontrará na internet
diferentes fontes com a mesma informação. Converse com seu monitor e utilize as fontes mais confiá-
veis, de preferência sites institucionais. Depois, entre todas as informações que encontrou, selecione
aquelas que utilizará.
Após a seleção dos textos, inicie a leitura realizando grifos e anotações nos trechos mais relevantes. Lembre-
-se de que um bom texto apresenta, logo no primeiro parágrafo, a ideia principal que quer discutir e o as-
sunto do qual vai tratar. Na sequência, você desenvolverá o assunto apresentando o que você entendeu
sobre o conteúdo. Você pode usar exemplos ou comparar informações. Para concluir, você deverá retomar
a ideia principal – apresentada na introdução – e também seus argumentos – que foram discutidos no
desenvolvimento do texto –, confirmando ou não a ideia inicial. Essa parte do texto pode ser realizada
no parágrafo final.
Depois de pronto, leia o que escreveu e, se possível, peça para alguém que você conhece ler o texto.
Pergunte para essa pessoa: É possível compreender as ideias resumidas?
Procure perceber o que está claro e compreensível para o leitor e o que pode ser melhorado. Esse é o
momento de corrigir a ortografia das palavras, substituir uma palavra por outra, modificar a ordem dos
parágrafos, cortar frases e confirmar se o que está escrito é mesmo o que você queria dizer.
Muito bem, depois de realizar essas etapas, é o momento de passar o seu resumo a limpo.

96 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


As empilhadeiras e seus avanços
Desde sua invenção, as empilhadeiras vêm sendo aprimoradas para cada tipo de
necessidade, mas suas características gerais não mudaram muito.
Com o passar do tempo, a utilização das empilhadeiras se expandiu para além do
setor industrial e, hoje, elas podem ser encontradas no comércio, por exemplo, nos
grandes atacadistas, na construção civil, nos portos, na área de transportes, entre
outros.
Basicamente, esse equipamento constitui-se de tração, torre de elevação e garfos. A
força que o move pode ser produzida por um motor ou pela força humana. Ob-
serve os exemplos a seguir:

Torre de elevação

Motor que
faz a tração

Garfo
© Alex Varlakov/123RF

Força motriz da empilhadeira: motor.


© Saur

Torre de elevação
Força motriz

Garfo

Empilhadeira com força motriz humana.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 97


Atividade 3
P esquisando empilhadeiras

Em grupo, pesquisem na internet quais são as formas de alimentação das empilha-


deiras existentes no mercado e onde cada tipo é utilizado. Depois, organizem uma
lista com as informações encontradas. Comparem a lista de seu grupo com as dos
demais e compartilhem suas descobertas.

As diferentes empilhadeiras e suas partes


Agora, trataremos de diferentes tipos de empilhadeira e também das partes que as
constituem.
Para começar, observe que as empilhadeiras são diferenciadas por suas característi-
cas. Quanto ao seu abastecimento, elas podem ser:

• Empilhadeiras manuais: são
© Saur

movidas basicamente a partir


da força humana, ou seja, o
movimento é feito por força
braçal do operador. Por causa
da existência de roldanas, esse
tipo de empilhadeira pode
elevar grandes cargas, pois
potencializa a força humana
empregada, diminuindo o
esforço do operador.

98 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


• Empilhadeiras elétricas: são movidas por meio de energia elétrica de bateria,
por isso, uma de suas características é o fato de ser silenciosa. São indicadas para
locais fechados, protegidos da chuva, como galpões, depósitos e câmaras frigorí-
ficas. É bastante versátil e não causa poluição, por isso é bastante utilizada nos
ramos alimentício e farmacêutico.

© Vereshchagin Dmitry/123RF

• Empilhadeiras a combustão: são movidas a gasolina, a diesel, a álcool ou a gás.


Entre as empilhadeiras que utilizam esses combustíveis, a movida a gás é a que
menos polui o ambiente. Elas são utilizadas mais habitualmente em locais aber-
tos, tais como pátios externos, portos etc., por causa dos gases liberados durante
o seu funcionamento.
© Eugene Sergeev/123RF

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 99


Você sabe o que é um oxicatalisador?
Observe a imagem a seguir.

© Mario Henrique/Latinstock

Trata-se de um oxicatalisador, uma peça que pode ser acoplada no escapa-


mento da empilhadeira a diesel, a gasolina, a álcool ou a gás, com a função de
depurar os gases emitidos pelo motor da empilhadeira. Esse equipamento é
recomendado para empilhadeiras utilizadas em ambientes fechados ou semi-
fechados para redução dos gases tóxicos e dos odores provenientes da queima
incompleta do combustível.

Conhecendo os sistemas de transmissão das empilhadeiras


Os sistemas de transmissão diferem de uma empilhadeira para outra. Veja:
• empilhadeira com mecânica normal: dotada de câmbio com conversor de
torque com quatro velocidades; caso seja adicionado fluido, as operações são fa-
cilitadas e a quantidade de mudança de marchas é reduzida;
• empilhadeira com hidramática normal ou automática: tem câmbio hidramá-
tico e o controle é realizado por meio de alavanca ou pedal, o que possibilita so-
mente duas posições de sentido – frente e ré.

Dicionário da empilhadeira
Conhecer cada componente de uma empilhadeira está entre os saberes que todo
operador desse equipamento precisa ter, pois esse conhecimento favorecerá tanto a
condução quanto a manutenção da empilhadeira.

100 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Volante Lanterna
Torre Protetor
do operador

© Mario Henrique/Latinstock
Cilindro
de gás

Compartimento
do motor
Protetor de carga

Contrapeso

Garfo/lança

Chassi

Eixo de tração Eixo direcional

Composição de uma empilhadeira.

Alavanca de câmbio
Mecanismo utilizado na alteração da velocidade e direção da empilhadeira (frente
e ré). A função principal do câmbio é determinar a força que o motor oferece à
empilhadeira, de acordo com a intensidade com que o operador pressiona o pedal.
As possibilidades de condução da alavanca estão afixadas no veículo.

Alavanca de freio de estacionamento


Instrumento acionado ao parar e estacionar a empilhadeira, bem como no caso de
falha ocasional no pedal do freio. Pode ser comparado ao freio de mão dos automó-
veis, por exemplo.

Alavancas de comando da torre ou coluna


As manobras de inclinação e de elevação da torre são efetuadas por meio de alavan-
cas. Essas alavancas conduzem os cilindros que efetuam os movimentos de levantar
e de inclinar.
Algumas empilhadeiras possuem outras minialavancas eletrônicas, que possibilitam
que a torre fique estagnada por algum tempo até que o movimento seja retomado.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 101


Bateria
As baterias de tração podem ser de chumbo ou de gel. Elas são diferentes, por isso
cada uma deve ser utilizada adequadamente, considerando os dispositivos de cargas
apropriados.
Adição da água destilada na bateria
Durante a carga, a bateria libera os gases hidrogênio e oxigênio, ou seja, perde
apenas água. Por isso, para manter a bateria em funcionamento, é preciso adicionar
água destilada ou deionizada.
Isso deve ser feito com o carregador ligado à bateria e com pelo menos 90% de
carga, no caso de uso dos sistemas de rolhas flip top (fala-se “flip tóp”) ou aquamatic
(fala-se “aquamérik”).
Controle de operação da bateria
Alguns cuidados são necessários para que se preserve a “vida” das baterias. Por
isso, é importante fazer o controle de uso. Para esse controle, toma-se como re-
ferência o período de utilização do veículo. Normalmente, um turno de trabalho
tem duração de seis a oito horas, portanto, a bateria será recarregada ao fim
desse período e, mesmo que não tenha sido utilizada na sua totalidade, deve-se
fazer uma nova recarga.
É importante observar também que não se pode guardar a bateria descarregada
(para que as placas que a compõem não sejam danificadas), nem fazer cargas
incompletas ou sobrecargas (que podem causar envelhecimento precoce).
Limpeza externa da bateria
É importante manter a parte externa da bateria sempre limpa, seca e sem resíduo
de ácido sulfúrico (eletrólito). Para tanto, a limpeza pode ser feita com um pano
umedecido em solução de bicarbonato de sódio diluído em água potável. Finaliza-
do o processo de limpeza, deve-se secar a bateria com um pano seco, próprio para
a secagem desse equipamento.
Repouso da bateria após a carga
Quando o período de carga da bateria se esgotar, ela deverá permanecer por no
mínimo quatro horas em repouso. Esse procedimento é adotado para que o eletró-
lito se homogenize, impedindo que a temperatura aumente durante as operações de
carga e de descarga da bateria.

102 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Bateria tracionária
Seu papel é reunir a energia necessária para o funcionamento da empilhadeira.

Caixa de mudanças
Agrupa as engrenagens utilizadas na alteração de velocidade e no sentido de direção
da empilhadeira. Além disso, por meio desse instrumento, é possível alterar a velo-
cidade e a direção.

Carregadores de bateria
Os carregadores de bateria são responsáveis por mantê-las com a carga necessária.
Portanto, eles devem estar sempre regulados.
Para isso, é de suma importância verificar com frequência as condições de funcio-
namento dos carregadores, pois qualquer inadequação poderá reduzir o tempo de
vida útil da bateria.

Chassi
Também chamado de carcaça, é o “esqueleto” da empilhadeira. Geralmente é
constituído de ferro fundido. Funciona como proteção aos outros elementos, assim
como contrapeso para a carga.

© Mario Henrique/Latinstock

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 103


Conector de bateria
Liga a empilhadeira na bateria.

Console de controle
Nele estão reunidos todos os comandos que servem para determinar o sentido de
direção do veículo e também o direcionamento tanto das torres quanto dos garfos
da empilhadeira.

Contrapeso ou lastro
Compõe a própria estrutura da empilhadeira. Posto na traseira, auxilia no equilíbrio,
principalmente quando o equipamento está carregado, evitando seu tombamento.
© Mario Henrique/Latinstock

Filtro de ar
Esse equipamento é responsável por filtrar o ar usado pelo motor ao entrar em
funcionamento.

104 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Garfos ou lanças e clamps
São equipamentos empregados no carregamento, transporte e empilhamento de
materiais ou produtos. Podem ser movimentados nos sentidos horizontal e vertical.
Os garfos (que são o conjunto das lanças) e as clamps (fala-se “clémps” – significa
braçadeiras) são movimentados por meio de controles localizados no painel da
empilhadeira.

© Mario Henrique/Latinstock

© Saur
Clamps

Garfos e lanças. Clamps (braçadeiras).

Podemos aumentar o tamanho dos garfos da empilhadeira. Isso mesmo! Com alongadores de garfos
(também chamados garfos telescópicos ou luvas de prolongamento). Esses acessórios, quando acoplados
às lanças já existentes, permitem seu alongamento a fim de manusear cargas compridas ou que estejam
mais afastadas. É necessária muita cautela ao utilizá-los, pois existe um modelo específico para cada
empilhadeira. Portanto, é imprescindível considerar o modelo da empilhadeira, o comprimento do garfo
existente e o peso da carga a ser transportada. Se esses cuidados não forem considerados, a segurança
do operador e da carga pode ser comprometida.
© Saur

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 105


Motor
É a força que move a empilhadeira e seus componentes (bombas hidráulicas e o
câmbio mecânico ou automático). Existem três tipos de motor utilizados em empi-
lhadeiras.
• Motor de combustão interna com ignição por fagulha: com kits de ignição e
carburação ou injeção eletrônica que provocam faíscas. Esses motores podem
utilizar gasolina, gás ou álcool como combustível.
• Motor de combustão interna com ignição por compressão: o motor é a diesel,
a ignição é por pressão provocada pela bomba injetora e bicos de injeção.
• Motor elétrico: o sistema de funcionamento é elétrico e mantido por bateria.

Painel de instrumentos
O painel de instrumentos indica as condições de funcionamento de alguns elemen-
tos essenciais da empilhadeira, tais como luzes indicadoras de temperatura alta,
pressão do óleo, problemas nos freios, horímetro, carga de bateria, combustível,
fluidos dos freios etc. Caso o operador perceba algum problema com o painel de
instrumentos, ele deverá, primeiro, desligar o veículo e, depois, verificar quais são
as providências necessárias para sanar o problema.
© Mario Henrique/Latinstock

Luz de alerta Luz de alerta Luz indicadora


falha no carregamento falha no sistema controle do motor
Luz de alerta da bateria
pressão do óleo Luz indicadora
do motor pré-aquecimento
(ativa somente em
Luz indicadora
empilhadeira a diesel)
temperatura do óleo
de transmissão
Luz de alerta
falha na colocação do
Marcador de cinto de segurança
combustível
Luz de alerta
falha no freio de
Temperatura do estacionamento
líquido do sistema
de arrefecimento Luzes indicativas
faróis dianteiro
e traseiro
Display de LCD
Botões de funções
Luz do para o display de LCD
estroboscópio permitem exibição do
(giroflex) modelo da máquina, data,
horas trabalhadas, status,
funções e erros,
entre outros

106 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Pedais
A empilhadeira possui pedais, localizados sobre o assoalho, conforme você pode
observar nas imagens a seguir. Em alguns tipos de empilhadeiras, são eles: acelera-
dor, freio e pedal de aproximação, este último também chamado pedal de avanço
(inching – fala-se “íntchin”). É importante observar que o conjunto de pedais de-
pende do modelo de cada empilhadeira.
Os pedais são utilizados para movimentar a empilhadeira, mudar de marcha, efe-
tuar a aproximação da carga com segurança, diminuir a velocidade ou parar o
equipamento. Não há pedal de aproximação nas empilhadeiras elétricas.

© Mario Henrique/Latinstock

Pedal de velocidade
e direção: para trás

Pedal de velocidade
e direção: para frente

Freio

Freio de
estacionamento Acelerador
© Mario Henrique/Latinstock

Neutralizador de Freio de pé
torque (embreagem)

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 107


As empilhadeiras elétricas possuem um dispositivo de segurança para os pés do operador. É o pedal de
segurança, também chamado de homem morto. Esse recurso permite o movimento da máquina. Ob-
serve as imagens a seguir. Na imagem da esquerda, podemos ver um botão na cor vermelha. Caso o
operador não pressione esse dispositivo com o pé esquerdo, a empilhadeira não se movimenta. Na ima-
gem da direita, esse dispositivo é o pedal maior à esquerda. Existem ainda modelos de empilhadeira que
não possuem o pedal, mas, por segurança, é necessário permanecer com os pés nos pedais laterais ao
mesmo tempo. Essa medida existe para que o operador mantenha seu pé esquerdo em segurança, pois
do lado esquerdo da empilhadeira não há proteções e, sem esse dispositivo, o operador poderia ficar com
o pé esquerdo para fora do veículo, correndo risco de acidente.
© Fernanda Catalão

© Paletrans

Placa de identificação
Nessa placa você encontrará data de fabricação, número do modelo, classe, código,
capacidade de levantamento, modelo de motor, configuração e peso bruto do veí-
culo, assim como a especificação do centro de carga e a carga suportada, dos quais
falaremos adiante.

Pneus
Eles possibilitam os movimentos da empilhadeira, garantindo melhor desempenho
e estabilidade durante os deslocamentos. É importante que o pneu seja adequado
para cada tipo de empilhadeira e para o piso do local onde ela será utilizada, pois
a escolha incorreta dos pneus pode diminuir sua vida útil. Existem hoje no mer-
cado três tipos de pneu para empilhadeira: pneumático, de borracha maciça e de
poliuretano.
As principais características dos pneus pneumáticos são a durabilidade e a
resistência, o que favorece o deslocamento da empilhadeira em pisos abrasivos.
Esses pneus são feitos de borracha densa e possuem também câmaras de ar em
seu interior.

108 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Já os pneus de borracha maciça, também chamados de pneus sólidos, se constituem
apenas de borracha e por isso têm longa durabilidade, bem maior do que aqueles
que possuem câmaras de ar.
O pneu de poliuretano é de fácil colocação, pois basta ser comprimido contra a
roda. Esse tipo de pneu é indicado para uso em áreas internas, já que não apresen-
ta boa performance em terrenos irregulares.

Ilustrações: © Daniel Beneventi


Pneu pneumático. Pneu de borracha maciça. Pneu de poliuretano.

Roda de tração
Garante o movimento, a frenagem e também o direcionamento do veículo.

Roda-livre
Rodagem que auxilia no apoio e no equilíbrio da empilhadeira.

Sapata de suporte
É a base de apoio para a empilhadeira.

Sistema elétrico
É constituído por: motor de partida, bateria, velas, gerador, instrumentos do painel
de controle, lâmpadas, motor elétrico, alternador e distribuidor, entre outros. É um
dos elementos mais importantes para a empilhadeira, pois, além de possibilitar seu
funcionamento inicial por meio da partida, é responsável por todo o seu funciona-
mento em trânsito e pelas informações destinadas aos operadores.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 109


Sistema hidráulico
É a pressão do óleo hidráulico que movimenta os cilindros
de elevação e de inclinação da empilhadeira ao movimen-
tar uma carga. O sistema hidráulico é constituído de
óleo, bombas, comandos, caixa de direção, válvulas
de controle, cilindros, filtro etc.
O sistema hidráulico é
responsável por grande parte do
funcionamento das empilhadeiras.
Nos veículos mais modernos, cerca Torre de elevação ou coluna
de 70% do seu funcionamento está
totalmente ligado a esse sistema.
Torre de elevação, também conhecida por coluna, é o
componente presente na empilhadeira que permite a mo-
vimentação de materiais na posição vertical. Essa torre
apresenta ainda movimentos para frente ou para trás.
© Mario Henrique/Latinstock

110 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Volante de direção
Usado para realizar manobras e dominar a direção do veículo para esquerda ou para
direita.

© Mario Henrique/Latinstock
Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.
Brasília: Sest/Senat, 2011.

Horímetro – um indicador importante na empilhadeira


O horímetro é um instrumento que marca a quantidade de horas de funcionamen-
to da empilhadeira. Sua marcação é cumulativa e assemelha-se ao marcador de
quilometragem de um automóvel. No primeiro dia de uso, o horímetro da empi-
lhadeira está zerado. Ao final desse primeiro dia, se a máquina for utilizada por oito
horas, esse será o saldo de horas que o horímetro vai acumular. Suponhamos que
no dia seguinte a empilhadeira seja utilizada por mais 12 horas, então, o horímetro
terá um saldo acumulado de 20 horas e assim sucessivamente.
Para ler corretamente o horímetro, precisamos saber que o último dígito funciona como
uma casa decimal. No caso do horímetro digital, essa casa é sinalizada com um ponto.
© Mario Henrique/Latinstock

© Mario Henrique/Latinstock

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 111


Por exemplo, se o horímetro marcar 8 053.5, ele deve ser lido assim: oito mil e
cinquenta e três horas e trinta minutos. Observe que o número 5 após o ponto
corresponde à meia hora, ou seja, 30 minutos.
Para entender melhor essa correspondência, precisamos saber a quantos minutos
corresponde o último dígito. Veja:
• 1 hora = 60 minutos;
• pode haver até dez algarismos diferentes como último dígito (de 0 até 9);
• então, cada algarismo no último dígito equivale a 60  10 = 6 minutos, ou seja,
cada vez que ele se altera, passaram-se mais 6 minutos de utilização da empilha-
deira. Se o último dígito é 1, por exemplo, temos 1 · 6 = 6 minutos; se o último
dígito é 2, temos 2 · 6 = 12 minutos, e assim por diante, como indica a tabela:

Dígito Cálculo Minutos correspondentes


0 0·6 0

1 1·6 6

2 2·6 12

3 3·6 18

4 4·6 24

5 5·6 30

6 6·6 36

7 7·6 42

8 8·6 48

9 9·6 54

O horímetro possui mais duas funções.


• Acompanhamento de manutenção preventiva: normalmente os fabricantes
recomendam que uma revisão geral da empilhadeira seja realizada após 2 500
horas de utilização, com troca de óleo de motor, óleo hidráulico, revisão dos freios,
lubrificação e demais regulagens.
• Análise de suficiência da bateria: as baterias têm durabilidade de oito horas,
permitindo, portanto, sua utilização dentro desse período. No painel, é possível

112 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


visualizar o status da bateria, algo semelhante ao marcador de combustível do
automóvel e, toda vez que a bateria precisar ser trocada, uma luz vermelha se
acende no painel (similar ao indicador de reserva do automóvel). Os fabricantes
recomendam que a troca da bateria seja realizada imediatamente após o acendi-
mento dessa luz vermelha, pois a utilização do equipamento com a luz de alerta
acesa ocasiona redução da vida útil da bateria e danos aos comandos eletrônicos
da empilhadeira.

Capacidade de carga e equilíbrio da empilhadeira


É muito importante que o operador conheça o ponto de equilíbrio da empilha-
deira. Observe a figura:

© Daniel Beneventi
100 kg 100 kg

ponto de equilíbrio

Para entender o ponto de equilíbrio pense no funcionamento de uma gangorra. A


carga colocada nos garfos da empilhadeira é equilibrada por um contrapeso pro-
porcional colocado no lado oposto. Contudo, é essencial que o centro de apoio
(como também é chamado o ponto de equilíbrio) esteja posicionado bem no meio
da gangorra. Também é possível empilhar uma carga mais pesada, desde que se
desloque o centro de apoio, aproximando-o da carga.
© Daniel Beneventi

contrapeso 100 kg

100 kg 100 kg

ponto de equilíbrio

Outro aspecto importante e ao qual devemos nos atentar sempre é a distância do


centro das rodas até onde a carga é colocada.
Em toda empilhadeira, é possível encontrar, no próprio equipamento, a especifica-
ção da capacidade de carga. Não se esqueça de que a empilhadeira movimenta as
cargas fora da base do seu eixo, bem diferente dos caminhões, por exemplo, nos
quais a carga fica apoiada sobre os eixos.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 113


Capacidade de carga
Sempre que o peso da carga for excedido, ou seja, que a capacidade especificada na
empilhadeira for excedida, poderá ocorrer tombamento. Ele também poderá acontecer
quando a carga não estiver equilibrada em seu eixo. Esse tipo de acidente pode
causar sérios riscos e prejuízos ao operador, bem como à carga e à própria empilhadeira.
Ilustrações: © Daniel Beneventi

Capacidade Peso
2 500 kg 2 500 kg
50 cm

Capacidade
2 500 kg

Peso
70 c 2 500 kg
m

Se, ao ser colocada na empilhadeira, a carga ultrapassar o ponto de equilíbrio, a


máquina empinará, perdendo a capacidade de movimentação. Por isso, é importan-
te que o operador observe atentamente o gráfico de carga, a fim de respeitá-lo para
movimentar o material adequadamente.
2 500 5 500

2 250 5 000
Capacidade de carga (kg)

Capacidade de carga (lb)

2 000 4 500

1 750 4 000

1 500 3 500

1 250 3 000

50 60 70 80 90 100
Distância do centro de carga ao protetor de carga (cm)

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE


APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.
Brasília: Sest/Senat, 2011.

114 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Atividade 4
E quilíbrio e estabilidade

Com base no que estudou até agora, você saberia dizer por que as empilhadeiras
tombam?

Atividade 5
O triângulo da estabilidade

A empilhadeira pode ser montada com três ou quatro rodas. De qualquer forma,
ela se apoiará sempre em três pontos, que constituem o chamado triângulo de
estabilidade.
Sabendo disso, observe a imagem e responda às questões a seguir.

© Daniel Beneventi

1. Quantos pneus possui essa empilhadeira?

2. O que você acha que o triângulo azul indica?

3. Observe o ponto vermelho no centro do triângulo. O que ele representaria?

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 115


Centro de gravidade da empilhadeira
Se você respondeu que o ponto vermelho que está no centro do triângulo represen-
ta o centro de gravidade da empilhadeira, você acertou. O centro do eixo traseiro
forma, com os pneus dianteiros, o ponto de apoio da empilhadeira vazia e parada.
Quando carregada ou em movimento, o centro de gravidade pode se deslocar.
Imagine que no ponto vermelho exista um pêndulo. Se, por exemplo, inclinarmos
a empilhadeira com a distribuição da carga ou se fizermos manobras em alta velo-
cidade, o pêndulo se movimentará. Ele poderá se deslocar para cima, para baixo ou
para os lados. Se continuar dentro do triângulo cinza, a empilhadeira não tombará.
Contudo, se ultrapassar essa área, ocorrerá o tombamento. Por isso, fique atento!
© Daniel Beneventi

CG CG

CG

CG

Tipos de tombamento

Tombamento frontal
Ocorre quando o centro de carga está deslocado para a frente da empilhadeira ou
quando há excesso de peso sobre a máquina.

116 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Tombamento lateral
Ocorre quando há abuso de velocidade em rampas, piso disforme e lombadas ou
peso mal distribuído na empilhadeira, podendo acontecer também pela desatenção
do operador ao elevar a carga. Veja, a seguir, algumas instruções de segurança no
caso de tombamento.

• Inclinar o corpo em sentido contrário.

Ilustrações: © Daniel Beneventi

• Segurar firmemente no volante e fixar os pés no chão.

• Não saltar da empilhadeira.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 117


Inspeção da empilhadeira
Entre as atribuições do operador de empilhadeira está a inspeção do veículo. Ela
deve ser feita rotineiramente, antes do início das atividades do dia. Essa inspeção,
que é chamada de checklist, deve ser registrada todos os dias pelo operador. Toda
e qualquer irregularidade deve ser apontada, para que possa ser solucionada.
Daniel Beneventi

CHECKLIST DE MÁQUINAS (VERIFICAÇÃO DO OPERADOR)


Checklist Empilhadeira

Máquina: Empilhadeira Elétrica Operador:

Chassi: Conf. Desc. Descrição - Defeito apresentado


Pneus
Lubrificação
Garfo
Torre
Corrente da torre
Mangueira hidráulica
Bateria
Buzina
Coletor no suporte
Vazamentos
Limpeza
HORAS ATUAIS:

Obs:

No campo abaixo registrar a data e as horas da máquina no momento da entrada. Se fizer a limpeza colocar data e horário.

HORA
DATA / /
LIMPEZA Data: / / Hora:

Checklist de Máquinas
Observações:

Data: / /

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE


APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.
Brasília: Sest/Senat, 2011.

118 A rco Oc upacio nal T r a n s p o rt e O p e r a d o r de Empilhadeira 1


Existem empilhadeiras de grande porte. São equipamentos gran-
des destinados especificamente ao deslocamento de contêineres.
Existe também a empilhadeira trilateral utilizada para operações
de carga e descarga nas quais não existe possibilidade de locomoção
da empilhadeira, por causa de espaço reduzido. O diferencial dessas
empilhadeiras são seus garfos giratórios, que possibilitam realizar
armazenamento sem necessidade de manobras.

© Mario Henrique/Latinstock
Para conhecer mais sobre os
principais tipos de empilhadeira
existentes e sobre a maneira
de operá-las, assista aos vídeos
da ocupação.
Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.
br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Exemplo de empilhadeira de grande porte.


© Somov

Exemplo de empilhadeira trilateral.

Operador de Empilhadeira 1 A rco O c u pac i on a l T r a n s p o rt e 119


via rápida emprego

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www.viarapida.sp.gov.br

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