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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CHRISTIANA LETICIA FONTENELE GOMES

AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS


EM FACHADAS DE EDIFICAÇÕES MULTIFAMILIARES: UM ESTUDO DE CASO

SÃO LUÍS/MA
2022
1

CHRISTIANA LETICIA FONTENELE GOMES

AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS


EM FACHADAS DE EDIFICAÇÕES MULTIFAMILIARES: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso II de


Engenharia Civil apresentado como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil pela Universidade Federal do
Maranhão – UFMA.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Luiza Lopes de


Oliveira Santos.

SÃO LUÍS/MA
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CHRISTIANA LETICIA FONTENELE GOMES

AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS


EM FACHADAS DE EDIFICAÇÕES MULTIFAMILIARES: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso II de Engenharia Civil apresentado como requisito


parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil pela Universidade
Federal do Maranhão – UFMA.

APROVADO POR:

______________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria Luiza Lopes de Oliveira Santos
(Orientadora)

______________________________________
Prof.ª Dr.ª Solange da Silva Nunes Boni
Examinadora interna – CCEC/UFMA

VALÉRIA COSTA DE Assinado de forma digital por


VALÉRIA COSTA DE OLIVEIRA
OLIVEIRA Dados: 2022.12.29 16:29:13 -04'00'
______________________________________
Prof.ª Dr.ª Valéria Costa de Oliveira
Examinadora externa – CCEC/IFRO

SÃO LUÍS/MA
2022
Ficha gerada por meio do SIGAA/Biblioteca com dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Diretoria Integrada de Bibliotecas/UFMA

Gomes, Christiana Leticia Fontenele.


Avaliação de manifestações patológicas em fachadas de
edificações multifamiliares : um estudo de caso /
Christiana Leticia Fontenele Gomes. - 2022.
57 f.

Orientador(a): Maria Luiza Lopes de Oliveira Santos.


Monografia (Graduação) - Curso de Engenharia Civil,
Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2022.

1. Fachadas. 2. Manifestações patológicas. 3.


Manutenção predial. I. Santos, Maria Luiza Lopes de
Oliveira. II. Título.
2

Aos meus pais, Renilson e Cristiani e aos meus


irmãos Rhoane Hadassa e Renilson Fontenele.
3

RESUMO

As manifestações patológicas em fachadas são muito comuns na construção civil.


Caracteriza-se por manifestação patológica o resultado de um processo de
degradação, enquanto patologia é a ciência que estuda esse mecanismo e as
causas/origens da ocorrência de tais manifestações. O presente trabalho
desenvolvido na área de Patologia das Construções tem como objetivo mapear e
identificar manifestações patológicas nas fachadas do local do estudo de caso, assim
como estabelecer as causas e propor terapias para o tratamento das anomalias. Para
identificar e analisar cada manifestação patológica foi realizada uma revisão
bibliográfica e pesquisa de campo para compreensão de suas prováveis causas.
Foram analisados todos os 15 blocos com 4 pavimentos tipo cada, a partir do
formulário de inspeção elaborado com a principais manifestações patológicas em
fachadas. Observou-se que o condomínio entregue aos moradores em 2008,
apresenta comprometimento das fachadas. Após inspeção foi constatado que todos
os blocos apresentaram Descascamentos de tinta, Descolamento com empolamento,
Fissuras Mapeadas e Manchas por umidade, 93,3% dos blocos apresentam Bolor e
80,0% apresentam Desagregação (pulverulência).Com base na análise dos dados
coletados foram gerados gráficos e tabelas para cada bloco. Realizou-se tabulação
resumo das manifestações patológicas, com suas possíveis causas e proposta de
terapia assim como análise de prioridade utilizando o método GUT. Também foram
analisadas as ações de usuários que podem ocasionar manifestações patológicas,
destaca-se a fixação de condensadoras e sua correlação com as manchas por
humidade que ocorrem em 100% dos blocos. A realização deste trabalho permitiu
ratificar que as principais causas do surgimento de manifestações patológicas
decorrem de falhas em projeto, execução, uso e manutenção das edificações.

Palavras-chave: Manifestações patológicas. Fachadas. Manutenção predial.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 6
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................................................. 6
1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 7
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................................... 8
1.3.1 Objetivo Geral.................................................................................................................... 8
1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................................. 9
2.1 CONCEITOS .............................................................................................................................. 9
2.1.1 Patologia e Manifestações Patológicas na Construção Civil ............................... 9
2.1.2 Manutenção........................................................................................................................ 9
2.2 ORIGEM DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ........................................................ 10
2.2.1 Manifestações Patológicas Originadas de Falhas no Projeto............................ 12
2.2.2 Manifestações Patológicas Oriundas de Falhas na Execução .......................... 12
2.2.3 Manifestações Patológicas Devido a Defeitos nos Materiais ............................. 13
2.2.4 Manifestações Patológicas Resultante de Uso Inadequado .............................. 13
2.3 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM FACHADAS ............................. 14
2.3.1 Fissuras, trincas e rachaduras ................................................................................... 14
2.3.2 Manchas por umidade ................................................................................................... 16
2.3.3 Eflorescência ................................................................................................................... 17
2.3.4 Descolamentos com empolamento ........................................................................... 17
2.3.5 Bolor .................................................................................................................................. 18
2.3.6 Vesículas .......................................................................................................................... 19
2.3.7 Descascamentos ............................................................................................................ 19
2.3.8 Desagregação (pulverulência) .................................................................................... 20
2.3.9 Descolamento em placa ............................................................................................... 21
2.4 PROCESSO DE TRATAMENTO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ................. 21
2.4.1 Levantamento de Subsídios ........................................................................................ 22
2.4.2 Diagnóstico da Situação .............................................................................................. 24
2.4.3 Definição da conduta de trabalho .............................................................................. 25
2.4.4 Registro do caso ............................................................................................................ 26
3 METODOLOGIA ............................................................................................................................. 27
3.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO .................................................................................. 27
3.2 LEVANTAMENTO DE CAMPO ............................................................................................ 27
5

3.3 AVALIAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ................................................. 29


3.3.1 Método GUT ..................................................................................................................... 29
4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ......................................................................... 31
4.2 APRESENTAÇÃO DE POSSÍVEIS CAUSAS E PROPOSTA DE REPARO ................ 38
4.3 PRIORIZAÇÃO DE REPARO COM MÉTODO GUT ......................................................... 40
5 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 43
APÊNDICE A - Quadro com formulário de vistoria de cada bloco...................................... 46
APÊNDICE B - Gráficos das manifestações patológicas encontradas em cada bloco . 52
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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As manifestações patológicas em fachadas são muito comuns na construção


civil. Caracteriza-se por manifestação patológica o resultado de um processo de
degradação, enquanto patologia é a ciência que estuda esse mecanismo e as
causas/origens da ocorrência de tais manifestações (GIORDANI, 2016).
Segundo Santos Filho et al. (2016), a degradação das fachadas é um processo
natural e espontâneo, mesmo que o material esteja em seu estado natural, ocorrerá
degradação física, química e biológica, afetando não só sua vida útil, mas também a
vida útil de toda a edificação. Muitas fachadas passam a apresentar aparência
indesejável, ou até mesmo condições críticas que comprometem a segurança e
habitabilidade do edifício ao longo do tempo, devido a anomalias relacionadas ao
envelhecimento dos componentes e sistemas, bem como a falta de manutenção e
intervenções adequadas.
Para evitar a degradação das fachadas, podemos destacar dois processos que
podem ser realizados: manutenção preventiva e manutenção corretiva. A manutenção
preventiva é a atividade executada antes que haja a necessidade propriamente dita
do reparo, consistindo na inspeção e revisão de itens antecipadamente elencados.
Abrange também a recuperação e troca de partes defeituosas, permitindo a
conservação da estrutura em bom estado. Já a manutenção corretiva frequentemente
tem caráter emergencial, para recuperar determinado dano. É o tipo de manutenção
com custos mais elevados (CASTRO, 2007).
A manutenção preventiva é a maneira com menor custo e mais correta de se
manter em boas condições de uso uma edificação. A falta da manutenção preventiva
durante o uso do edifício, pode até quintuplicar o custo para a realização de uma ação
(SILVA, 2007).
É de suma importância o aprimoramento e criação de ferramentas sistemáticas
e práticas de apuração de danos, detecção das causas prováveis, e realização de
diagnósticos mais rigorosos para sistemas de revestimento de fachada danificados.
Os diagnósticos, inúmeras vezes, são realizados e não compreendidos, pela grande
7

quantidade ou subjetividade de variáveis, consequentemente são indicadas


prescrições de reparo inadequado ao tipo de dano identificado (ANTUNES, 2010).
Para que medidas corretivas sejam executadas, primeiramente deve-se
realizar uma investigação acerca das manifestações, levantando informações sobre a
edificação para que seja possível elaborar um diagnóstico das anomalias,
caracterizando as causas prováveis. Depois de reconhecidas as causas é importante
que ocorra uma análise sobre a origem das manifestações, de forma que sejam
realizadas intervenções que atuem diretamente no foco do problema, evitando
medidas de eficiência insatisfatória GIORDANI, 2016).
O presente trabalho foi desenvolvido de maneira que inicialmente estão
expostos conceitos básicos sobre o tema “Patologia das Edificações” e tópicos
pertinentes, uma revisão sobre as principais manifestações patológicas em fachadas,
o processo de diagnóstico e a metodologia de execução. Em seguida é apresentado
o estudo de caso realizado, onde é apresentada a análise e discussão acerca das
manifestações patológicas levantadas, e apresentação de propostas para
intervenção.

1.2 JUSTIFICATIVA

As manifestações patológicas são cada vez mais frequentes e podem surgir


por diversos motivos, como falhas de projeto, execução irregular, erros profissionais,
preparação inadequada do processo, má qualidade do material ou uso inadequado
dos materiais (GONZALES; OLIVEIRA; AMARANTE, 2020).
Condomínios que apresentam as mesmas degradações de fachada assim
como do local do estudo de caso são comuns em toda a região metropolitana de São
Luís/MA, logo, pressupõe-se que o mercado da construção civil necessita de
profissionais especializados neste seguimento.
Portanto, a escolha do tema justifica-se pela necessidade de compreender as
causas das manifestações patológicas, as deficiências dos diferentes níveis de
trabalho no campo da construção civil, e pela ausência de manutenção predial no local
do estudo de caso.
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1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo principal identificar, analisar e propor terapias
para as manifestações patológicas ocorrentes nas fachadas de revestimento
argamassado de edificações multifamiliares.

1.3.2 Objetivos Específicos

● Mapear e identificar as manifestações patológicas ocorrentes ao longo das


fachadas de revestimento argamassado das edificações.
● Estabelecer e analisar as possíveis causas referentes as manifestações
patológicas identificadas.
● Propor terapias para tratamento das manifestações patológicas
identificadas nas fachadas, assim como a priorização de reparo através do
método GUT.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONCEITOS

2.1.1 Patologia e Manifestações Patológicas na Construção Civil

A patologia pode ser entendida como a parte da engenharia que estuda os


sintomas, mecanismos, causas e origens dos defeitos na construção civil, ou seja, é
o estudo da parte que constitui o diagnóstico do problema (HELENE, 1997).
Azevedo (2011) afirma que danos que constituam evidência de comportamento
anormal de componentes do sistema devem ser devidamente avaliados e
devidamente corrigidos para não comprometer as condições de estabilidade e
segurança dos componentes danificados ou mesmo das edificações. Esse tipo de
dano ou defeito é característico do que chamamos de manifestações patológicas, e é
objeto de uma ciência chamada patologia.
Manifestações patológicas, de acordo com Campante (2001), são situações em
que o edifício ou parte dele, deixa de apresentar o desempenho esperado, em
determinado momento da sua vida útil, ou seja, não cumpre sua função, não
atendendo as necessidades dos usuários. Ela ocorre com a queda de desempenho
precoce, devido a erros do planejamento, especificação, execução e utilização, que
podem ou não ser cumulativos.

2.1.2 Manutenção

De acordo com a NBR 5674 (ABNT, 2012), manutenção é o “conjunto de


atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da
edificação e de suas partes constituintes de atender as necessidades e segurança
dos seus usuários”.
Atividades de manutenção executadas em conformidade com as reais
necessidades apresentadas por um edifício previamente inspecionado tende a fazê-
lo parecer com sua condição de estado inicial. Vale ressaltar que a manutenção deve
ser padronizada ainda em fase de projeto. Prever acesso a limpeza ainda na
concepção arquitetônica, estabelecer condições e periodicidades em que devem ser
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realizadas as manutenções são fatores que colaboram para a garantia da durabilidade


esperada para a edificação (ANTUNES, 2010).
De acordo com Resende et al. (2001) há diferentes tipos de manutenção a
serem consideradas:
● Manutenção planejada preventiva: atividades realizadas durante a vida útil
do empreendimento, com finalidade de evitar o surgimento de problemas
patológicos.
● Manutenção planejada corretiva: atividades realizadas para corrigir falhas e
recuperar o desempenho perdido.
● Manutenção não planejada: define-se como o conjunto de atividades que
servem para recuperar o desempenho perdido devido a causas externas
não previstas.

2.2 ORIGEM DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Quando uma edificação apresenta uma anomalia, não está atendendo as


funções para qual foi projetada, apontando defeitos que são problemas ou falhas que
comprometem a segurança das pessoas.
As patologias nas construções podem surgir em qualquer fase de uma
edificação, sendo possível seu aparecimento na fase de projeto, de execução e de
uso, podendo ser causados pelo projetista, pelos executores da obra, ou, até mesmo,
pelos usuários do prédio (TEIXEIRA et al., 2011).
Conforme a Figura 1, erros de execução e de projeto, má qualidade de
materiais e uso inadequado da edificação são os principais causadores de patologias
na construção, representando 89% dos causadores, portanto, é preciso atentar-se a
cada um deles e como evitá-los. As origens dessas manifestações que são
provenientes de sinistros ou causas fortuitas (incêndios, inundações, acidentes etc.),
manutenção imprópria e outras, incluindo origens desconhecidas representam apenas
11% dos causadores (TELES, 2018).
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Figura 1 - Origem das manifestações patológicas

18%
Execução
Projeto
51% Utilização
13%
Materiais
Fortuitas
7% Manutenção
Outros

6%
2% 3%

Fonte: Silva e Jonov (2011).

Geralmente, as manifestações patológicas não tem sua origem concentrada


em fatores isolados, mas sofrem influência de um conjunto de variáveis. Essas
variáveis podem ser classificadas conforme o processo patológico, com os sintomas,
a causa que gerou o problema ou ainda a etapa do processo produtivo em que
ocorreram (LIMA; LANDIM; ROCHA, 2017).
Ademais, pode também apontar falhas no sistema de controle de qualidade. Os
problemas patológicos são responsáveis por uma grande parcela da manutenção, de
forma que grande parte deste tipo de atividade nas edificações seria evitada se
houvesse um melhor detalhamento do projeto e da escolha adequada dos materiais e
componentes da edificação (PIRES, 2013).
Assim sendo, deve-se buscar estratégias dentro do processo construtivo que
tenha em vista reduzir manutenções futuras, melhorando o controle de patologias. De
acordo com Costa e Silva (2003), as decisões tomadas durante as etapas do processo
produtivo na construção, bem como o controle de qualidade efetuado durante essas
etapas, estão intimamente ligadas à manutenção e aos futuros problemas patológicos
que poderão ocorrer na edificação.
12

2.2.1 Manifestações Patológicas Originadas de Falhas no Projeto

De acordo com Gonzales, Oliveira, Amarante (2020) várias podem ser as


razões de falhas durante o parecer de um projeto, podendo ter origem nos estudos
iniciais, no projeto de execução e afins. Certos fatores como:
● Falta de informação;
● Falta de dados técnicos e econômicos;
● Mudanças no ambiente, não previstas;
● Divergências na finalidade da Obra.

De acordo com Brito (2009), os principais fatores contribuintes para o


aparecimento de anomalias em edificações são: dimensionamento inadequado, falta
de compatibilização entre diferentes projetos (estrutural, telefônico, elétrico, ar
condicionado, sanitário, etc.), falha no enriquecimento em detalhes, interpretações
dúbias e a inexistência de coordenação dos projetos (vedação, circulação horizontal,
entre outros).
Comumente, problemas com o projeto ocorrem devido à falta de informação,
dessa forma, é preciso cautela no estudo de viabilidade do projeto, bem como, sua
exata finalidade. Muitas vezes, obras acabam subdimensionadas pela mudança de
finalidade no decorrer da execução ou até mesmo nos pós-obra (GONZALES;
OLIVEIRA; AMARANTE, 2020).

2.2.2 Manifestações Patológicas Oriundas de Falhas na Execução

A qualidade na execução de uma obra resulta por um conjunto de fatores, tais


como:
● Organização e Gerenciamento;
● Treinamento de funcionários;
● Condições adequadas de operação;
● Materiais e equipamentos adequados;
● Segurança.
13

Caso algum desses não esteja de acordo, isso pode originar no


comprometimento de certos aspectos da qualidade, gerando problemas, custos e
percas de tempo que poderiam ser evitadas. Por isso, normas e procedimentos de
execução devem ser estabelecidos e os operários devem ser instruídos a segui-los,
sendo responsabilidade do engenheiro civil conferir se os serviços foram feitos de
acordo com as normas, tornando mais confiável e padronizada a qualidade na
execução da obra GONZALES; OLIVEIRA; AMARANTE, 2020).

2.2.3 Manifestações Patológicas Devido a Defeitos nos Materiais

De acordo com Gonzales, Oliveira, Amarante (2020) a qualidade do material é


de suma importância para que a obra esteja em conformidade com os requisitos
estabelecidos pelo projeto. Em razão do uso de materiais de diversas fontes, essa
qualidade pode ser comprometida, sendo uma das causas de ocorrência de material
de baixa qualidade, a inconformidade com as normas por parte dos fornecedores
durante a fabricação do produto. Sendo assim, é necessário que exista um rígido
controle do material adquirido, levando em consideração requisitos como:
● Especificações técnicas do material;
● Cuidados com seu manuseio;
● Orientações para armazenagem;
● Qualidade do material

Mesmo atendendo esses pontos para a aquisição do material, o controle


durante a obra também se faz necessário, estabelecendo parâmetros de tolerância e
características do material, que deve ser controlado durante o recebimento
(GONZALES; OLIVEIRA; AMARANTE, 2020).

2.2.4 Manifestações Patológicas Resultante de Uso Inadequado

As manifestações patológicas causadas por uso inadequado podem ser


evitadas instruindo os usuários sobre as possibilidades, limitações e cuidados com a
manutenção da obra. Os problemas patológicos ocasionados por manutenção
inadequada, ou mesmo pela ausência total de manutenção, tem sua origem no
14

desconhecimento técnico, na incompetência, negligência e em problemas


econômicos (SOUZA&RIPPER, 1998).
O uso de uma edificação engloba sua operação e as atividades de manutenção
realizadas durante sua vida útil. Pelo fato de as atividades de manutenção em sua
maioria serem repetitivas e cíclicas, faz-se necessária a implantação de um programa
de manutenção visando otimizar a utilização de recursos e manter o desempenho de
projeto (LIMA; LANDIM; ROCHA, 2017).
Para a implantação deste programa de manutenção é importante a elaboração
de um manual do usuário para auxiliar a correta utilização da edificação e recomendar
as medidas de conservação e manutenção. A linguagem deste manual deve ser
simples e direta, apresentada de forma didática, devendo ainda ser detalhado de
acordo com a complexidade da edificação (LIMA; LANDIM; ROCHA, 2017).
O manual deve conter informações acerca dos procedimentos recomendáveis
para a manutenção da edificação, tais como especificação de procedimentos gerais
de manutenção para a edificação como um todo; especificação de um programa de
manutenção preventiva de componentes, instalações e equipamentos relacionados à
segurança e à salubridade da edificação; identificação de componentes da edificação
mais importantes em relação à frequência ou aos riscos decorrentes da falta de
manutenção e à recomendação da obrigatória revisão do manual de operação uso e
manutenção, conforme estabelecido na NBR 14037 (ABNT, 2014).

2.3 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM FACHADAS

As manifestações patológicas em fachadas são causadas por inúmeros


problemas e podem se apresentar no revestimento argamassado ou na pintura, as
principais delas são fissuras, manchas por umidade, eflorescência, descolamentos
com empolamento, bolor, vesículas, descascamentos, desagregação e descolamento
em placa de acordo com Gonzales, Oliveira, Amarante (2020).

2.3.1 Fissuras, trincas e rachaduras

As fissuras são causadas pelo movimento dos materiais após o processo de


enrijecimento, fazendo com que de fato fissurem, conforme ilustrado na Figura 2.
15

Figura 2 – Parede fissurada

Fonte: Ferreira e Lobão (2018).

As fissuras podem ter diversas origens e tamanhos, levando em consideração


o que causou esses movimentos na estrutura, alguns dos causadores são:
Recalque de fundação: As fissuras provocadas por recalque, são inclinadas
indo em direção ao ponto de maior recalque e são provocadas pelas tensões de
cisalhamento.
• Movimentação térmica: São causadas pela movimentação de dilatação e
contração resultantes das variações de temperatura.
• Sobrecarga ou acúmulos de tensões: As peças de uma estrutura são
normalmente dimensionadas admitindo-se determinadas deformações e
devido uma sobre carga, acúmulo de tensões ou até mesmo de água, por
infiltrações, pode ocasionar o surgimento dessas aberturas.
• Retração de cimento: Com a utilização excessiva de água no cimento,
ocorre uma retração resultando a redução do volume do concreto. Como as
peças estruturais não podem se movimentar entre si, acabam surgindo as
tensões de tração no concreto, que se forem fortes o suficiente, romperão
o concreto causando fissuras.
• Deficiências no revestimento: Um bom revestimento de uma estrutura serve
também para ajudar a garantir sua estabilidade, portanto, mesmo que para
dimensionar o projeto tenham sido levadas em consideração todas as
possíveis movimentações, caso o revestimento não seja bem feito, também
pode acarretar em fissuras.
É importante ter consciência de que uma fissura pode ser classificada em trinca
ou rachadura dependendo de seu tamanho e espaçamento entre as partes, logo, é
preciso observar se há uma evolução do problema e consequentemente sua
16

nocividade. Como pode ser visto na Figura 3, a diferença mais visível entre elas é seu
espaçamento.
Figura 3 – Parede com rachaduras e fissuras

Rachaduras

Trincas

Fonte: GONZALES; OLIVEIRA; AMARANTE (2020).

2.3.2 Manchas por umidade

Problemas causados por umidade, como pode ser observado na Figura 4,


podem ser muito nocivos e difíceis de resolver, podendo levar a prejuízos de caráter
funcional, estéticos e estruturais podendo representar risco à segurança e à saúde
dos usuários.
Figura 4 – Manhas na parede de uma edificação

Fonte: GONZALES; OLIVEIRA; AMARANTE (2020).

Eles têm maior incidência em construções habitacionais como residências e


edifícios. Alguns dos fatores que levam a infiltração de água são:
● A umidade do solo em que a estrutura da edificação foi construída;
● A ausência de obstáculos que impeçam a progressão da umidade ou
impermeabilização de lajes e áreas mais externas;
17

● A utilização de materiais porosos (tijolos, concreto, argamassas madeiras,


blocos cerâmicos) que apresentam canais capilares, permitindo que a água
penetre no seu interior.

2.3.3 Eflorescência

A manifestação patológica nominada eflorescência consiste em uma patologia


causada por consequência da umidade, normalmente ocorre em parede de tijolos, que
possuem grande concentração de sais, que acabam sendo transportados de dentro
do material para a superfície do revestimento, formando uma crosta esbranquiçada,
como pode ser visto na Figura 5. Apesar de não representarem necessariamente
problemas à estrutura ou comprometer sua estabilidade, deve-se atentar que
significam a existência de umidade nessa estrutura, que pode acabar gerando um
problema futuro decorrente disso.

Figura 5 – Eflorescência na parede de um edifício

Fonte: FERREIRA&GARCIA (2016).

2.3.4 Descolamentos com empolamento

O empolamento do revestimento de argamassa é caracterizado pelo


descolamento entre o reboco e a camada inferior (emboço ou substrato), formando
bolhas que aumentam progressivamente como pode ser visto na Figura 6 (FERREIRA;
GARCIA, 2016).
18

Figura 6 – Empolamento do revestimento de argamassa

Fonte: GIORDANI (2016).

2.3.5 Bolor

Pode ser observado na Figura 7 que a proliferação de organismos sobre um


revestimento de argamassa leva ao aparecimento de manchas escuras (em
tonalidades pretas, marrons ou esverdeadas) sobre a sua superfície, dentro de um
processo que pode resultar inclusive na deterioração do material, chamado de bolor
ou fugos (FERREIRA; GARCIA, 2016).

Figura 7 – Bolor na pintura

Fonte: GIORDANI (2016).


19

2.3.6 Vesículas

O caso clássico de formação de vesículas (Figura 8), está ligado à presença de


óxido de cálcio em cales mal hidratadas. Sua reação com a água é expansiva,
observando-se um aumento de 100% no seu volume. A consequência dessa reação
é a formação de vesículas, que nada mais são do que pequenos pontos do
revestimento que inchando progressivamente acabam por destacar a pintura
(FERREIRA; GARCIA, 2016).

Figura 8 – Vesícula em revestimento de argamassa com interior esbranquiçado.

Fonte: FERREIRA e GARCIA (2016).

2.3.7 Descascamentos

Caracteriza-se pelo destacamento da película de tinta (Figura 9). Geralmente é


causado pela existência de quantidade excessiva de pó na superfície antes da
execução da pintura. Este pó pode ser decorrente de uma superfície de reboco mal
preparada ou repintura sobre camada muito antiga de tinta calcinada ou mesmo a
pintura sobre caiação. A aplicação de tinta pouco diluída pode gerar este problema
também (GIORDANI, 2016).
20

Figura 9 – Descascamento na pintura

Fonte: GIORDANI (2016).

2.3.8 Desagregação (pulverulência)

A pulverulência pode ser identificada pela desagregação e esfarelamento da


argamassa quando pressionada manualmente, acompanhada de uma baixa
resistência superficial ao risco como pode ser visto na Figura 10 (BAUER, 2008).

Figura 10 – Exemplo de desagregação

Fonte: Autora (2022).


21

2.3.9 Descolamento em placa

O desplacamento (Figura 11) é marcado pela ruptura entre o substrato e o


revestimento de argamassa, que engloba o emboço e o reboco. Quando submetidas
a ensaios de percussão, as placas apresentam som cavo e, dependendo do
mecanismo atuante, podem ter aspecto endurecido ou quebradiço (BAUER, 2008).
São consideradas possíveis causas para a ocorrência de descolamento em
placas: chapisco preparado com areia fina, cura inadequada, base de aplicação suja,
acabamento superficial inadequado da camada intermediária e aplicação de camadas
de argamassas com resistências inadequadas interpostas (BAUER, 2008).

Figura 11 – Descolamento em placa

Fonte: FERREIRA&GARCIA (2016).

2.4 PROCESSO DE TRATAMENTO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

De acordo com Oliveira (2013) quando uma edificação apresenta um problema


patológico, pode ser entendido como uma situação que está relacionada a sua vida
útil, que em determinado momento não apresenta o desempenho esperado. Esse
problema geralmente é identificado a partir das manifestações ou sintomas
patológicos que se traduzem por modificações estruturais e ou funcionais no edifício
ou na parte afetada, representando os sinais de aviso dos defeitos surgidos.
Uma vez conhecidas e corretamente interpretadas, as manifestações podem
conduzir ao entendimento do problema, possibilitando a sua resolução a partir de uma
intervenção, cujo nível estará vinculado principalmente à relação entre desempenho
22

estabelecido e o desempenho constatado. Para uma melhor compreensão dos


problemas patológicos ocorridos com os empreendimentos, Oliveira (2013) contribui
com uma metodologia de ação, conforme ilustrado na Figura 12, podendo ser
adaptada para cada situação específica.

Figura 12 - Etapas do processo de tratamento de manifestações patológicas

LEVANTAMENTO DIAGNÓSTICO DEFINIÇÃO DA REGISTRO


DE SUBSÍDIOS DA SITUAÇÃO CONDUTA DE DO CASO
TRABALHO

Fonte: Adaptado de Oliveira (2013).

2.4.1 Levantamento de Subsídios

Consiste na etapa em que serão obtidas informações necessárias para que se


possa compreender o problema ocorrido. É realizada por meio de elaboração de um
quadro geral das manifestações presentes, onde devem ser devidamente relatadas
as evidências que provocaram o problema.
Essas informações podem ser obtivas por meio de quatro fontes: vistoria do
local; levantamento do histórico do problema do edifício (anamnese do caso), exames
complementares e pesquisa, que pode ser bibliográfica, tecnológica, científica e
normativa (OLIVEIRA, 2013).

2.4.1.1 Pesquisa

Caso os resultados dos ensaios devidamente avaliados não sejam conclusivos


para diagnosticar o problema, tem-se uma última fase que seriam as pesquisas
bibliográficas, tecnológicas e científicas. Nesta fase deve-se computar dados a partir
do levantamento de informações em textos científicos e ou experimentos em nível de
pesquisa tecnológica, buscando encontrar referências análogas à situação em que se
encontra (OLIVEIRA, 2013).
23

2.4.1.2 Vistoria do local

A vistoria do local pode se dar a partir da insatisfação do usuário com o


desempenho de algum ponto do empreendimento, acionando um profissional, ou pode
decorrer de um programa rotineiro de manutenção, onde por meio da inspeção
constata-se a existência de um problema patológico. Essa vistoria deve seguir alguns
passos específicos para que se possa chegar a uma conclusão objetiva, sendo
recomendada uma postura de contínua adaptação ao longo das experiências que
forem sendo adquiridas (OLIVEIRA, 2013).
● Determinação da existência e da gravidade do problema
● Definição da extensão e do alcance do problema
● Registro dos resultados

2.4.1.3 Levantamento do histórico do edifício

De acordo com Oliveira (2013) a fase de levantamento será desenvolvida


quando os subsídios para diagnosticar o problema forem insuficientes na fase vistoria
do local. A obtenção de informações sobre as atividades desenvolvidas é proveniente
de duas fontes:
● Investigação com pessoas envolvidas com o empreendimento: podem
ser realizadas entrevistas com diversos indivíduos envolvidos, dependo da fase em
que a obra se encontra, podendo ser: operários da obra, fabricantes e fornecedores
de materiais, construtores, projetistas, promotor do empreendimento, vizinhos,
usuários, entre outros.
● Análise de documentos fornecidos: as informações obtidas através das
entrevistas podem não fornecer um quadro confiável e suficientemente amplo para
levantar o histórico do empreendimento. Neste caso, pode-se recorrer ao uso de
documentos produzidos durante a realização da obra e no período de utilização do
edifício. Esses documentos podem estar desatualizados ou incompletos, mas em
algumas obras podem ser encontrados documentos que podem ser investigados,
como: diário de obra, registro de ensaios para recebimento de materiais e
componentes, notas fiscais de materiais e equipamentos, contratos para execução
dos serviços, cronograma físico-financeiro previsto e executado, entre outros.
24

Para formulação do registro de resultados os dados obtidos através da vistoria


e do levantamento histórico devem ser cuidadosamente considerados, compilados e
utilizados para elaboração do diagnóstico e, posteriormente, arquivadas.

2.4.1.4 Exames complementares

Grande parte dos problemas patológicos apresentam sintomas em


característicos, o que possibilita a formulação do diagnóstico com a realização das
etapas anteriores. No entanto, quando isto não for possível, poderão ser realizados
exames complementares que devem ser solicitados a partir de uma avaliação real de
suas necessidades e dos resultados obtidos até então. Estes exames podem ser de
duas naturezas: ensaios em laboratório ou no local (OLIVEIRA, 2013).
● Ensaios laboratoriais: servem para avaliar determinadas amostras,
coletadas com o objetivo de quantificar e qualificar os comportamentos físico-químicos
dos materiais, procurando reproduzir as condições de exposição a que estão
submetidos quando do seu emprego no edifício.
● Ensaios no local: estes ensaios caracterizam-se por serem realizados
na própria obra a partir de equipamentos específicos, podendo ser de natureza
destrutiva ou não destrutiva em função das características a serem avaliadas. Em
geral, seu campo de amostragem constitui-se de corpos de provas pertencentes a
partes danificadas e outras que não apresentem os problemas. Os resultados obtidos
de ambas devem ser devidamente avaliados e comparados entre si.

2.4.2 Diagnóstico da Situação

Nesta segunda etapa, os estudos devem ser conduzidos para a concepção do


diagnóstico do problema, o qual pode ser entendido como o equacionamento do
quadro geral da patologia existente (OLIVEIRA, 2013).
Vale ressaltar, que as patologias constituem um processo dinâmico e assim
sendo, as manifestações, numa determinada época, podem apresentar um aspecto
completamente distinto que numa outra, estando em constante evolução. Assim, o
diagnóstico pressupõe um processo dinâmico que, na realidade, não é finalizado após
a análise dos resultados obtidos no levantamento de subsídios, mas tem início com
ele, sendo que todas as informações devem ser interpretadas no sentido de compor
25

progressivamente o quadro de entendimento do problema patológico (OLIVEIRA,


2013).
O processo de diagnóstico de um problema patológico pode ser descrito como
uma geração de hipóteses efetivas que visam a um esclarecimento das origens,
causas e mecanismos de ocorrências que estejam promovendo uma queda no
desempenho do produto (OLIVEIRA, 2013).

2.4.3 Definição da conduta de trabalho

Relacionada a uma avaliação da necessidade ou não de se intervir no problema


patológico, esta etapa refere-se às alternativas de intervenção e à definição da terapia
a ser indicada (OLIVEIRA, 2013).
Para decidir a correção a ser realizada, a partir do diagnóstico são levantadas
as hipóteses de evolução futura do problema, ou seja, é produzido um prognóstico,
que deve ser baseado em dados fornecidos pelo tipo de problema; estágio de
desenvolvimento; características gerais do edifício e condições de exposição a que
está submetido (OLIVEIRA, 2013).
De acordo com Oliveira (2013) através da formulação do prognóstico, onde
ficarão evidentes as possibilidades de solução do problema patológico, levantam-se
as alternativas de intervenção que por sua vez, são feitas levando-se em conta três
parâmetros básicos: grau de incerteza sobre os efeitos, relação custo benefício e
disponibilidade de tecnologia para execução dos serviços.
● Grau de incerteza sobre os efeitos: relaciona-se diretamente com a
incerteza do diagnóstico formulado, pois este está fundamentado em informações e
conhecimentos passíveis de erros.
● Relação custo/benefício: estabelece um confronto dos benefícios que
possam ser auferidos na obtenção do desempenho requerido, em relação ao custo de
sua recuperação no decorrer do restante da vida útil do edifício.
● Verificação da disponibilidade de tecnologia para execução dos
serviços: objetiva realizar um levantamento sobre as condições tecnológicas para a
execução dos serviços de intervenção definidos. As condições tecnológicas envolvem
a técnica de execução, propriamente dita, os materiais, os equipamentos e a mão de
obra, necessários à execução dos serviços. Caso seja empregada uma tecnologia
incompatível com o problema ou ainda, caso ocorram falhas na realização dos
26

serviços de manutenção, o mesmo pode ser agravado podendo até mesmo tornar-se
irreversível.

2.4.4 Registro do caso

Ponderados os problemas patológicos e adotada a conduta de trabalho, passa-


se a confrontação dos efeitos resultantes, com os esperados, gerando uma fonte de
informações que retroalimenta o processo de produção do edifício. O registro do caso
constitui-se numa fonte importante e segura para consulta, de modo que os problemas
detectados possam ser evitados nos novos empreendimentos. Além disso, servem de
subsídios essenciais à eliminação do grau de incerteza do diagnóstico de casos
semelhantes, no futuro, e para a definição da conduta de intervenção, possivelmente,
mais rápida e mais eficiente (OLIVEIRA, 2013).
27

3 METODOLOGIA

O presente trabalho inicialmente realizou uma pesquisa bibliográfica de


natureza exploratória, a fim de obter embasamento teórico sobre o tema; em seguida,
foi realizado o levantamento de campo para identificar manifestações patológicas no
local selecionado, utilizando a metodologia de ação adaptada de Oliveira (2013). E
após a coleta de análise de dados foi realizado um estudo para priorização dos
reparos sugeridos através do método GUT.

3.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Realizou-se pesquisa em livros, artigos, projetos e documentos nas bases


científicas, onde se encontraram disponíveis os principais periódicos de artigos
publicados no Brasil, acerca das manifestações patológicas, suas causas, origens e
tratamentos.

3.2 LEVANTAMENTO DE CAMPO

Foi selecionado como objeto de estudo do trabalho um conjunto residencial


entregue em 2008, com 240 unidades habitacionais possuindo área de 36,00 m² cada,
distribuídas em 15 blocos de 4 pavimentos tipo (Figura 13). Foram analisados os 15
blocos do condomínio de acordo com a orientação da fachada, conforme ilustrado na
Figura 14.
Figura 13 – Fachada da entrada de um dos blocos do condomínio

Fonte: Autora (2022).


28

Figura 14 - Orientação das fachadas

Fonte: Google Earth PRO, 2022.

Durante as visitas técnicas nas edificações multifamiliares, foram realizados


registros fotográficos e identificação dos problemas patológicos, a partir da aplicação
do formulário elaborado (Quadro 1).

Quadro 1 – Formulário de inspeção de fachada


BLOCO ___
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS N O L S
Bolor T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Desagregação (pulverulência) T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Descascamentos de tinta T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Descolamento com empolamento T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Descolamento em placa T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Eflorescência T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Fissuras horizontais T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Fissuras mapeada T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Manchas por umidade T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Trincas T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Vesículas T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para condensadoras T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Fixação de toldo para janelas T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Fixação de varal de parede T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
OBSERVAÇÕES:

Fonte: Autora (2022).


Legenda: N – Norte, O – Oeste, L – Leste, S – Sul, para identificar a direção da fachada. T, 1, 2, 3,
para identificar o pavimento-tipo onde se encontram as manifestações patológicas em cada fachada.
29

O formulário foi elaborado com as manifestações patológicas mais comuns em


fachadas de revestimento argamassado encontrado na literatura e previamente
observados no local objeto de estudo: fissuras mapeadas, fissuras horizontais,
manchas por umidade, eflorescência, descolamentos com empolamento, bolor,
vesículas, descascamentos de tinta, desagregação (pulverulência) e descolamento
em placa. Foi organizado de acordo com a direção das fachadas e a quantidade de
pavimentos tipo. Também foram inspecionadas as ações de usuários mais comuns
como fixação de suporte para condensadoras, fixação de toldo para janelas e fixação
de varal de parede
Os dados coletados foram registrados em planilha do Excel, onde foram
realizadas análises e elaborados seus respectivos gráficos com o objetivo de
identificar as manifestações patológicas mais frequentes encontradas no local.

3.3 AVALIAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

As manifestações patológicas encontradas foram analisadas e avaliadas, a fim


de gerar um diagnóstico correto de cada uma, no que tange as possíveis causas, e
para que pudesse ser indicada a terapia adequada a ser realizada. A análise das
possíveis causas foi realizada com base nas referências bibliográficas estudadas, pois
não houve acesso aos processos construtivos, materiais utilizados e projetos técnicos.
O trabalho foi realizado apenas com as informações coletadas no campo.

3.3.1 Método GUT

Foi utilizado a metodologia GUT para o ordenamento das prioridades de reparo


das manifestações patológicas (Quadro 2). Segundo Knapp e Olivan (2015) o método
GUT consiste em analisar a gravidade do problema em questão, a urgência
necessária para a resolução do problema e a tendência de melhora ou piora do
problema, através da combinação destes fatores é possível realizar uma priorização
eficaz, orientando a tomada de decisão e orientação de problemas.
30

Quadro 2 – Metodologia GUT para priorização


GRAU GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA PESO
Perdas de vidas humanas,
ALTAMENTE danos irreparáveis ao meio Evento em Evolução
5
CRÍTICO ambiente ou perda do andamento imediata
edifício
Ferimento em pessoas,
Evento prestes Evolução em
CRÍTICO danos ao meio ambiente ou 4
a ocorrer curto prazo
ao edifício
Evento
Desconforto, deterioração do Evolução em
MÉDIO prognosticado 3
meio ambiente ou do edifício médio prazo
para breve
Pequenos incômodos ou Evento
Evolução em
MÍNIMO pequenos prejuízos prognosticado 2
longo prazo
financeiros para adiante
Depreciação temporária do Evento
NENHUM Não vai evoluir 1
edifício, desgaste sem risco imprevisto
Fonte: Gomide, Pujadas e Fagundes Neto (2009).

Cada manifestação patológica foi analisada e recebeu um peso de 1 a 5 em


cada uma das escalas: gravidade, urgência e tendência. Os pontos de cada parâmetro
foram multiplicados e o valor resultante foi utilizado para análise e avaliação da
prioridade de cada manifestação, e o resultado foi utilizado para definir o prazo de
acordo com o Quadro 3.

Quadro 3 - Critério do grau de risco e pesos referentes a metodologia GUT para a


classificação da ordem de prioridades.
PRIORIDADE PONTUAÇÃO PRAZO
1° 81 a 125 Até 30 dias
2° 75 a 80 30 a 120 dias
3° 60 a 64 120 a 150 dias
4° 30 a 59 150 a 210 dias
5° 10 a 29 210 a 240 dias
6° 1a9 240 a 360 dias
Fonte: Gomide, Pujadas e Fagundes Neto (2009).
31

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A fim de identificar as manifestações patológicas, as edificações foram


vistoriadas por fachadas. Para facilitar a visualização, foram elaborados quadros e
gráficos (Apêndice) expondo os levantamentos, juntamente com breve descrição das
manifestações patológicas encontradas nos prédios.
A partir da pesquisa de campo realizada foram obtidas as necessárias para que
fosse possível analisarmos cada manifestação patológica identificada, e através de
comparação com a literatura determinar as possíveis causas e as propostas de
reparo.

4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

As manifestações encontradas e analisadas foram Bolor (Figura 15),


Desagregação (pulverulência) (Figura 16), Descascamentos de tinta (Figura 17),
Manchas por umidade (Figura 18), Descolamento com empolamento (Figura 19), e
Fissuras mapeadas (Figura 20).

Figura 15 - Bolor

Fonte: Autora (2022).


32

Figura 16 - Desagregação (pulverulência)

Fonte: Autora (2022).

Figura 17 - Descascamentos de tinta

Fonte: Autora (2022).

Figura 18 - Manchas por umidade

Fonte: Autora (2022).


33

Figura 19 - Descolamento com empolamento

Fonte: Autora (2022).

Figura 20 - Fissuras mapeadas

Fonte: Autora (2022).


34

Analisando de forma geral pode-se perceber que todos os blocos apresentaram


Descascamentos de tinta, Descolamento com empolamento, Fissuras Mapeadas e
Manchas por umidade. Como ilustrado no Quadro 4, 93,3% dos blocos apresentam
Bolor e 80,0% apresentam Desagregação (pulverulência).

Quadro 4 – Manifestações encontradas por blocos

MANIFESTAÇÕE BLOCOS QUANTIDADE


%
S PATOLOGICAS 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 DE BLOCOS
Bolor X X X X X X X X X X X X X X 14 93,3
Desagregação
X X X X X X X X X X X X 12 80,0
(pulverulência)
Descascamentos
X X X X X X X X X X X X X X X 15 100,0
de tinta
Descolamento com
X X X X X X X X X X X X X X X 15 100,0
empolamento
Fissuras
X X X X X X X X X X X X X X X 15 100,0
mapeadas
Manchas por
X X X X X X X X X X X X X X X 15 100,0
umidade
AÇÕES DE
USUÁRIOS
Fixação de suporte 100,0
para X X X X X X X X X X X X X X X 15
condensadoras
Fixação de toldo
X X 2 13,3
para janelas
Fixação de varal
X X X X X X X X 8 53,3
de parede
Fixação de Antena X X 2 13,3

Fonte: Autora (2022).

Ao analisar cada bloco separadamente pode-se observar o percentual de cada


manifestação patológica, levando em consideração que foram analisados todos os
pavimentos de todas as fachadas de cada bloco como pode ser visto no apêndice A.
Pode-se perceber que a manifestação patológica predominante no condomínio
são as fissuras mapeadas variando de 56,3% a 100% em cada bloco. Merece
destaque o bloco 10 (Apêndice B), que está 100% acometido por fissuras mapeadas
seguido pelo bloco 9 (Apêndice B), que apresenta 93,8%. Uma causa provável para
as fissuras mapeadas encontradas pode ser a retração da argamassa de
revestimento, que possivelmente, se deve a uma falha da execução.
Uma das manifestações mais encontradas são as manchas por umidade, que
variam de 18,8% a 56,3% em cada bloco. Essa manifestação é predominantemente
35

encontrada no térreo dos blocos, possivelmente devido a umidade constante nessa


área.
Os descascamentos de tinta e descolamento com empolamento foram
encontrados em sua maioria próximos, porém dentre as duas manifestações
patológicas verificou-se que o descascamento de tinta é predominante. Somente no
bloco 6 foi observado descolamento com empolamento maior que o descascamento
de tinta.
As manifestações patológicas que menos aparecem são Bolor e Desagregação
(pulverulência), variando de 6,3% a 25% em cada bloco. Em poucas fachadas
encontra-se a manifestação de desagregação com pulverulência, possivelmente,
causada pela expansão de sais presentes no revestimento. Já o bolor aparece apenas
próximo do topo ou da base de alguns blocos, provavelmente causado pela umidade
constante e também pela presença de sais.
Outra análise que pode ser feita a partir dos dados obtidos é que as fachadas
ao Leste e Norte são as que apresentam mais manifestações patológicas,
provavelmente por serem na direção nascente e sofrem menos insolação. Observa-
se que, as fachadas com menor insolação, possivelmente, permanecem úmidas por
mais tempo, apresentando incidência mais intensa de manifestações. Os locais onde
os fluxos de água são mais intensos, como topo dos prédios e nas calhas onde os
fluxos carregam sólidos depositados, também são críticos, apresentando
manchamento e proliferação de bolor.
As ações de usuários encontradas foram Fixação de suporte para
condensadoras (Figura 21), Fixação de toldo para janelas (Figura 22), Fixação de
varal de parede (Figura 23) e Fixação de Antena (Figura 24), como pode ser visto nas
figuras 21, 22, 23 e 24.
A ação de usuário mais frequente é a Fixação de suporte para condensadoras,
presente em todos os blocos. Seguida pela Fixação de varal de parede, que está em
53,3% dos blocos. Por fim, a Fixação de toldo para janelas e a Fixação de Antena
aparecem em 13,3% dos blocos.
Pode-se perceber a correlação entre a fixação inadequada de condensadoras
como uma possível causa de uma das manifestações patológicas mais encontradas,
as manchas por umidade, presentes em 100% dos blocos e está relacionado ao uso
indevido da edificação, possivelmente devido a drenos instalados inadequadamente.
36

Figura 21 - Fixação de suporte para condensadoras

Fonte: Autora (2022).

Figura 22 - Fixação de toldo para janelas

Fonte: Autora (2022).


37

Figura 23 - Fixação de varal de parede

Fonte: Autora (2022).

Figura 24 - Fixação de Antena

Fonte: Autora (2022).


38

A fixação inadequada de toldos, antenas e varal de parede observada na


pesquisa contribui para a descaracterização visual dos blocos, tendo em vista que
possivelmente não estão previstas no projeto arquitetônico.
É importante ressaltar que atualmente o condomínio objeto de estudo não
possui manual de uso, operação e manutenção do condomínio, assim como o manual
do proprietário. Esses documentos são necessários para evitar o uso indevido das
edificações e definir regras de uso das edifiações, minimizando o surgimento de
manifestações patológicas relacionadas a fixações inadequadas encontradas nas
fachadas dos blocos.
Foi constatado também que o condomínio em questão não possui plano de
manutenção predial. O plano de manutenção predial é de suma importância para
evitar o surgimento de manifestações patológicas, pois nele são mostradas as rotinas
que um gestor deve implementar e monitorar para identificar e tratar manifestações
patológicas em potencial e/ou existentes.

4.2 APRESENTAÇÃO DE POSSÍVEIS CAUSAS E PROPOSTA DE REPARO

As causas mais prováveis inerentes a cada manifestação patológica


identificada, assim como a proposta de reparo, estão apresentadas no Quadro 5.

Quadro 5 – Possíveis causas e proposta de reparo de cada manifestação patológica


MANIFESTAÇÕES CAUSA MAIS
PROPOSTA DE REPARO
PATOLÓGICAS PROVÁVEL
1. Retirada e fixação adequada das
- Umidade constante condensadoras
- Fixação indevida de 2. Eliminação da infiltração
condensadoras (falha 3. Secagem do revestimento
Bolor
decorrente do uso 4. Escovamento da superfície
indevido) 5. Refazimento do revestimento
danificado
6. Renovação da pintura
- Expansão de sais 1. Retirada de todo
Desagregação
presentes no revestimento danificado, em todos os
(pulverulência)
revestimento pontos em que a mesma se apresenta
39

2. Refazimento do revestimento
danificado
3. Renovação da pintura
- Umidade na
1. Remover as partes não aderidas com
superfície.
espátula ou escova de aço
- Pintura executada
2. Aplicar fundo preparador de base
Descascamentos sobre caiação, pó ou
acrílica
de tinta material
3. Se necessário, nivelar a superfície com
gorduroso, sem que se
massa acrílica
tenha preparado a
4. Pintar a superfície com tinta acrílica
superfície
1. Remover as partes não aderidas com
espátula ou escova de aço
- Infiltração de umidade
2. Aplicar fundo preparador de base
Descolamento com - Hidratação retardada
acrílica
empolamento do óxido de magnésio
3. Se necessário, nivelar a superfície com
da cal
massa acrílica
4.Pintar a superfície com tinta acrílica
1. Verificação da aderência da
argamassa
2. Caso a aderência não esteja
comprometida, aplicar tela de
- Retração do
poliéster entre demãos de
revestimento por
impermeabilizante acrílico
Fissuras mapeadas variação de
3. Prosseguir com aplicação de massa
temperatura e/ou por
acrílica e
fatores higroscópicos
pintura acrílica
4. Na ocorrência de aderência
comprometida, remover revestimento e
reexecutar
- Umidade constante 1. Retirada e fixação adequada das
- Contaminação condensadoras
Manchas por atmosférica 2. Eliminação da infiltração
umidade - Proliferação de fungos 3. Secagem do revestimento
- Fixação indevida de 4. Escovamento da superfície e limpeza
condensadoras (falha completa da fachada (biocidas podem ser
40

decorrente do uso utilizados com o intuito de evitar a


indevido) proliferação dos agentes biológicos
nocivos)
5. Refazimento do revestimento
danificado
6. Renovação da pintura
Fonte: Adaptado de Giordani (2016); Antunes (2010); Silva (2007).

Ao fazer o reparo também é recomendado aplicar uma camada de material


impermeabilizante em toda a extensão dessas fachadas, essa camada deve conter
no mínimo duas demãos de impermeabilizante à base de resina acrílica, ainda, podem
ser utilizados hidrofugantes junto às camadas de argamassa reconstituídas.
Como exemplos de manifestações geradas por inadequações de projeto,
podemos citar as proliferações de fungos ou bolor, manchamento devido ao
escorrimento de sujidades, que não seriam tão pronunciados caso a arquitetura do
local não favorecesse ao acúmulo de água no topo e na base dos prédios (GIORDANI,
2016).
Irregularidades de execução, em função da não observância das normas
técnicas, erros e omissões dos profissionais, emprego de mão de obra despreparada,
ou a combinação desses fatores levam ao surgimento de manifestações patológicas.
Um dos principais problemas decorrentes de erros de execução é a fissuração
mapeada na argamassa devido ao excesso de cimento e retração do revestimento
por variação de temperatura e/ou por fatores higroscópicos (GIORDANI, 2016).
A origem de manifestações patológicas por uso inadequado pode ser
observada através dos resultados encontrados, nos quais vemos que os blocos
apresentam manchas por umidade e bolor próximo de onde se encontra a fixação
inadequada de condensadoras.

4.3 PRIORIZAÇÃO DE REPARO COM MÉTODO GUT

Cada manifestação patológica encontrada foi analisada a fim de obter-se o


valor do método GUT para priorização, como pode ser visto no Quadro 6. As
pontuações obtidas estiveram entre 30 e 45, logo o prazo para o reparo das
manifestações patológicas fica entre 150 a 210 dias.
41

Quadro 6 – Pontuação do método GUT para cada manifestação patológica

MANIFESTAÇÕES
GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA GUT
PATOLÓGICAS

Bolor 3 5 3 45

Descascamentos de tinta 3 5 3 45

Manchas por umidade 3 5 3 45


Desagregação
3 5 2 30
(pulverulência)
Descolamento com
3 5 2 30
empolamento
Fissuras mapeadas 3 5 2 30
Fonte: Autora (2022).

Como a prioridade de reparo de cada manifestação patológica é similar


recomenda-se o reparo das fachadas de cada bloco de acordo com a melhor logística
e menor custo para o condomínio.
42

5 CONCLUSÃO

Ao final deste trabalho foi possível produzir um levantamento detalhado com as


principais manifestações patológicas que acometem fachadas de revestimento
argamassado das edificações, suas possíveis causas e terapias através do
mapeamento e identificação das mesmas. Confirmou-se no desenvolvimento deste
trabalho que a causa das manifestações patológicas nas edificações podem estar
relacionadas a falhas de projeto, execução, uso inadequado e falta de manutenção.
A partir dos resultados obtidos, foi possível concluir que todos os blocos do
condomínio apresentam manifestações patológicas nas fachadas, visto que 100% dos
blocos apresentam Descascamentos de tinta, Descolamento com empolamento,
Fissuras Mapeadas e Manchas por umidade, 93,3% dos blocos apresentam Bolor e
80,0% apresentam Desagregação, manifestações estas que poderiam ser evitadas
caso houvesse um plano de manutenção predial.
Destaca-se a necessidade do manual de uso, operação e manutenção do
condomínio e do manual do proprietário para evitar o uso inadequado e surgimento
de manifestações patológicas, para que os usuários estejam cientes das regras de
uso da edificação para evitar eventuais manifestações patológicas causas por fixação
indevida principalmente de condensadoras, e também de varal de parede, toldo para
janelas e antenas.
Foi possível propor terapias para tratamento das manifestações patológicas
identificadas nas fachadas e a prioridade de reparo das mesmas. Finalmente, este
trabalho permitiu aprofundar o tema proposto e métodos de trabalho, colocando em
prática as atividades necessárias para investigar e diagnosticar manifestações
patológicas de edifícios.
43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, G. R. Estudo de manifestações patológicas em revestimento de


fachada em Brasília - sistematização da incidência de casos. 2010. XXI, 178 f., il.
Dissertação (Mestrado em Estruturas e Construção Civil) - Universidade de Brasília,
Brasília, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14037: Diretrizes para


elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações - Requisitos
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Brasília, Brasília, 2018.
46

APÊNDICE A - Quadro com formulário de vistoria de cada bloco

BLOCO 01
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X X X X
Desagregação X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X X X X X X X
Descolamento com X X X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X
condensadoras
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 02
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X
Desagregação X X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X
Descolamento com X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X X
condensadoras
Fixação de varal de parede X
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 03
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Desagregação X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X X X
Descolamento com X X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X X
47

AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X X
condensadoras
Fixação de varal de parede X
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 04
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X
Desagregação X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X
Descolamento com X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X X
condensadoras
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 05
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X
Desagregação X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X X X X X
Descolamento com X X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X
condensadoras
OBSERVAÇÕES:
Fixação de antena X

BLOCO 06
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X X X
Desagregação X X
(pulverulência)
48

Descascamentos de tinta X X X X
Descolamento com X X X X X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X X X
condensadoras
Fixação de varal de parede X
OBSERVAÇÕES:
Fixação de antena X

BLOCO 07
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X X X
Desagregação X X X X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X
Descolamento com X X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X X
condensadoras
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 08
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X X X X
Desagregação X X X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X X X X X X
Descolamento com X X X X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X X X
condensadoras
Fixação de varal de parede X
OBSERVAÇÕES:
49

BLOCO 09
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X X X
Desagregação X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X X X X
Descolamento com X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X X
condensadoras
Fixação de varal de parede X X X
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 10
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X X X
Desagregação X X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X X X X X X
Descolamento com X X X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X X
condensadoras
Fixação de varal de parede X
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 11
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X X X
Desagregação X X X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X
Descolamento com X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X
50

AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X
condensadoras
Fixação de varal de parede X
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 12
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X X X X
Descascamentos de tinta X X X X
Descolamento com X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X
condensadoras
Fixação de toldo para X X
janelas
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 13
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X X X
Descascamentos de tinta X X X X X X X
Descolamento com X X X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X
condensadoras
Fixação de toldo para X
janelas
Fixação de varal de parede X X
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 14
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X
Descascamentos de tinta X X X X X X X X X X
51

Descolamento com X X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X
condensadoras
OBSERVAÇÕES:

BLOCO 15
MANIFESTAÇÕES N O L S
PATOLÓGICAS T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3 T 1 2 3
Bolor X X X
Desagregação X X
(pulverulência)
Descascamentos de tinta X X X X X X X X
Descolamento com X X X X X
empolamento
Fissuras mapeadas X X X X X X X X X X X X
Manchas por umidade X X X X X
AÇÕES DE USUÁRIOS
Fixação de suporte para X X X X X X X X
condensadoras
OBSERVAÇÕES:
Fonte: Autora (2022).
52

APÊNDICE B - Gráficos das manifestações patológicas encontradas em cada


bloco
53
54
55
56

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