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MINISTERIO DO ENSINO SUPERIOR

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KATANGOJI

DEPARTAMENTO ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO DE FIM DE CURSO

PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO COM ÊNFASE DA


CONSERVAÇÃO EM EDIFICAÇÕES (NO INSTITUTO
SUPERIOR POLITECNICO KATANGOJI)

Autor: Denílson Vunge Alberto

Tutor: Professor: Edgar Nunda.

Luanda, julho 2023


MINISTERIO DO ENSINO SUPERIOR

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KATANGOJI

DEPARTAMENTO ENGENHARIA MECÂNICA

TRABALHO DE FIM DE CURSO

PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO COM ÊNFASE DA


CONSERVAÇÃO EM EDIFICAÇÕES (NO INSTITUTO
SUPERIOR POLITÉCNICO KATANGOJI)

Autor: Denílson Vunge Alberto

Tutor: Edgar Nunda.

Trabalho apresentado ao
Departamento de Engenharia Civil do
Instituto Superior Politécnico
Katangoji.

Luanda, julho 2023


Denílson Vunge Alberto

PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO COM ÊNFASE DA CONSERVAÇÃO EM


EDIFICAÇÕES (NO INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KATANGOJI).

Monografia apresentado ao Instituto Superior Politécnico Katangoji - ISPK, como


requisito para obtenção do título de licenciado em Engenharia Civil.

Comissão julgadora

___________________________________________________________________

Presidente da mesa de jurado

___________________________________________________________________

Opositor

___________________________________________________________________

Secretário

___________________________________________________________________

Orientador

Luanda, julho 2023


EPÍGRAFE

“A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o
ruído antes da derrota.”

(Sun Tzu)

IV
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as pessoas que acreditaram em mim e me


acompanharam nesta viagem, especialmente os meus pais, namorada, que eram
sempre a minha base e um porto seguro. E aos meus professores, que me ensinaram
dentro e fora da sala de aula. Este trabalho é dedicado a vocês, que fizeram a
diferença no meu treino e ajudaram-me a alcançar o objetivo.

V
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela capacitação e pelo fôlego.

Agradeço aos meus familiares, em especial aos meus pais e aos meus irmãos pelo
apoio moral e material.

Agradeço a direção do Instituto Superior Politécnico Katangoji, particularmente o


quadro docente, que sempre teve a capacidade e paciência de transmitir o que lhes
competia, agradeço por tudo o que fizeram por mim. Em especial ao Mr. Omar Blanco,
Mr. Chiamba Canivete, Mr. Adelino Chiaqui e o Mr. Dimitri Faustino.

Agradeço o meu orientador Professor Mr. Edgar Nunda pelo suporte, dedicação e
incansável disponibilidade para realização do trabalho.

Agradeço aos meus colegas pelas incríveis experiências vividas e por todo o
aprendizado que eu pude adquirir de cada um deles.

A todos, o meu muito obrigado!

VI
RESUMO

O presente trabalho faz análise dos problemas relacionados com Patologias da


construção com ênfase na conservação, tem como principal objetivo apresentar as
principais causas e soluções para das manifestação patologicas que ocorrem nas
construções, visando a sua conservação e preservação. Para isso, foram realizadas
pesquisas bibliográficas e visitas técnicas em construções para identificar e analisar as
patologias mais comuns. Inicialmente, o artigo apresenta uma introdução sobre o tema,
explicando o que são patologias construtivas e como elas podem comprometer a
segurança e a durabilidade das edificações. Em seguida, são apresentadas as
principais causas de patologias, como erros de projeto, execução e manutenção
inadequada. A partir disso, são abordados os tipos mais comuns de patologias, como
infiltrações, de revestimento, entre outros. Suas causas e possíveis soluções para cada
uma delas são apresentadas, como técnicas de impermeabilização, reforço estrutural e
correção de deformações. Além disso, o trabalho destaca a importância da
conservação preventiva, que consiste em realizar manutenções periódicas para evitar a
ocorrência de patologias. Técnicas de inspeção visual e ensaios não destrutivos para a
identificação de patologias em estágio inicial também são apresentados.

Palavras-chave: Patologias, conservação, Causas das Patologias, inspeção


patológicas. Edificações, Manutenção, Recuperação.

VII
ABSTRACT

The present work analyzes the problems related Pathologies of construction with
emphasis on conservation of construction has as main objective to present the main
causes and solutions for the pathologies that occur in constructions, aiming at their
conservation and preservation. For this, bibliographic research and technical visits were
carried out in constructions to identify and analyze the most common pathologies.
Initially, the article presents an introduction on the subject, explaining what constructive
pathologies are and how they can compromise the safety and durability of buildings.
Then, the main causes of pathologies are presented, such as design errors, execution
and inadequate maintenance. From this, the most common types of pathologies are
addressed, such as infiltrations, coating flattening, among others. Its causes and
possible solutions for each of them are presented, such as waterproofing techniques,
structural reinforcement and correction of deformations. In addition, the work highlights
the importance of preventive conservation, which consists of carrying out periodic
maintenance to prevent the occurrence of pathologies. Visual inspection techniques and
non-destructive tests for identifying pathologies at an early stage are also presented.

Keywords: Pathologies, conservation, Causes of Pathologies, pathological inspection.


Buildings, Maintenance, Recovery.

VIII
LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Etapas de produção e uso das obras civis..........................................13

Figura 02. Rachadura em concreto armado.........................................................17

Figura 03. Deterioração de estrutura de concreto armado..................................19

Figura 04. Origem das patologias nas etapas de concepção do edifício..............34

Figura 05. Fluxograma para resolução de patologias da construção civil.............40

Figura 06. Aplicação de recursos na Manutenção...............................................45


Figura 4.1 - Exemplo de uma ficha de inspeção visual [Com adaptações de (Boto, 2014)]

Figura 4.2 – Cronograma de ocorrência

Figura 1 Ficha-Tipo de Registo de Ocorrência

Figura 4.4 - Relatório de Registo de Trabalhos

Figura 4.6 - Exemplo de modelo para o Plano de Manutenção.

IX
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Percentual das principais causas de patologias na construção civil...12

Tabela 2 - Classificação Manutenção Corretiva.....................................................46

Quadro 4.1- Características de um Plano de Manutenção [Adaptado de (Leite, 2009)]

Quadro 4.2 - Subdivisão de um Manual de Utilização [Adaptado de (Rodrigues, 2001)]

X
LISTA DE SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E SIGLAS

ISPK- Instituto Sperior Politécnico Katamgoji

cm - Centímetros
mm – Milímetros
VUP – Vida Útil De Projeto
DIE-Departamento de Instalações e Equipamentos

EFM-Elemento Fonte de Manutenção

AM- Área de Manutenção

XI
ÍNDICE

EPÍGRAFE.....................................................................................................................iv

DEDICATÓRIA................................................................................................................v

AGRADECIMENTOS......................................................................................................vi

RESUMO........................................................................................................................vii

ABSTRACT....................................................................................................................viii

LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ix

LISTA DE TABELAS.........................................................................................................x

LISTA DE ABREVIATURAS...........................................................................................xi

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................1

1.1. Apresentação do tema ..................................................................................6

1.2. Situação problemática...................................................................................6

1.3. Problema científico........................................................................................6

1.6. Objetivos .......................................................................................................7

1.6.1. Objectivo geral............................................................................................7

1.6.2. Objectivos específicos................................................................................7

1.5. Hipóteses ......................................................................................................7

1.9. Variaveis........................................................................................................7

XII
1.9.1. Variaveis dependentes...............................................................................7

1.9.2. Variaveis independentes.............................................................................7

1.4. Justificação ....................................................................................................7

1.7. Delimitação do estudo....................................................................................8

1.8. Metodologia....................................................................................................8

1.10. Estrutura do trabalho....................................................................................8

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................9

2.1. Definição de Patologia de Construção ..........................................................9

2.2. Tipos de patologias em edifícios .................................................................11

2.2.1 Patologia das estruturas de concreto armado...........................................14

2.2.2 Patologia das fundações ......................................................................... 19

2.2.3 Patologia dos revestimentos ................................................................... 24

2.2.4 Patologia das impermeabilizações .......................................................... 26

2.2.5 Patologia das alvenarias ......................................................................... 30

2.3. PRINCIPAIS CAUSAS DOS PROBLEMAS PATOLÓGICOS ...................................... 33

2.3.1. Manifestações durante a concepção do projeto ..................................... 34

2.3.2. Manifestações durante a construção ...................................................... 36

2.3.3. Manifestações durante a utilização ........................................................ 37

2.4. Sintomatologia e procedimento para resolução de patologias...................39

2.5. Fatores que influenciam o risco de patologias ...........................................41

XIII
2.6. Importância da conservação nos edifícios .................................................42

2.7. Princípios de conservação da construção...................................................42

2.7.1. Os princípios de conservação da construção incluem.............................43

2.8. Gestão do processo de manutenção ................................................................. 44

2.8.1. Classificação da manutenção ....................................................................... 44

2.8.1.1. Tipo de estratégia .............................................................................. 44

2.8.1.1.1. Manutenção corretiva ...................................................................... 45

2.8.1.1.2. Manutenção preventiva .................................................................. 49

4. PLANOS DE MANUTENÇÃO ...................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

4.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 49

4.2. AÇÕES DE MANUTENÇÃO .................................................................................... 49

4.2.1. Inspeção ................................................................................................... 50

4.2.2. Limpeza .................................................................................................... 55

4.2.3. Reparação e Substituição ......................................................................... 56

4.2.4. Condições de utilização ............................... Erro! Indicador não definido.

3. ANÁLISE DE CASOS ...................................................................................................

3.1. Seleção de um edifício para análise ................................................................

3.2. Identificação das patologias presentes no edifício ..........................................

3.3. Análise dos fato que sofreram para o aparecimento de patologias .............

3.4. Proposta de soluções para a conservação da construção...............................

XIV
4. CONCLUSÃO ...............................................................................................................

4.1. Resumo dos resultados obtidos .....................................................................

4.2. Considerações finais ......................................................................................

4.3. Sugestões para investigação futura .................................................................

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................

XV
INTRODUÇÃO

A construção civil é uma prática desde o início das civilizações, sendo que o homem
sempre necessitou de um abrigo ou local para se instalar, e os métodos construtivos
vem sendo repassado de geração para geração. Com o passar do tempo, os avanços
tecnológicos e o aumento da população nos centros urbanos, houve um aprimoramento
de algumas práticas, assim agregando novos conhecimentos nesta área.

O desenvolvimento em ritmo acelerado da construção civil para atender uma demanda


crescente por edificações, sejam elas laborais, industriais ou habitacionais,
impulsionado pela própria modernização da sociedade, promoveu um grande salto
científico e tecnológico (AMBROSIO, 2004).

Esse desenvolvimento permite que a construção civil seja reconhecida como uma das
atividades mais significativas para o desenvolvimento econômico e social. Como
resultado, o processo de construção de uma edificação é o seguinte: ideia inicial,
viabilidade, planejamento, elaboração projeto arquitetônico, fabricação de materiais,
execução e acompanhamento da obra. Durante as fases dos processos construtivo, é
possível ocasionar falhas nas etapas de construção, gerando vícios e problemas
patológicos construtivos. O planejamento adequado destes processos por meio do
controle tecnológico e técnicas construtivas é um estímulo contínuo na engenharia civil
(ZUCHETTI 2016).

O termo Patologia para Lottermann (2013) é de origem grega, é uma derivação dos
termos “pathos”, que significa doença e “logos” que significa estudo, é muito utilizado
em várias áreas da ciência, sendo comumente utilizado na área da saúde. Enquanto na
construção civil pode ser compreendida como os sintomas, os mecanismos, as causas
e as origens dos defeitos das construções civis (SILVA, 2021).

Segundo Helene (2003), os problemas patológicos apresentam manifestação externa


característica a partir da qual se pode deduzir qual a natureza, a origem e os

1
mecanismos dos fenômenos envolvidos, de modo ser possível estimar suas prováveis
consequências. Esses sintomas são também chamados de lesões, defeitos ou
manifestações patológicas, podendo ser descritos e classificados, orientando um
primeiro diagnóstico, a partir de observações visuais.

A norma NBR 15575: Desempenho de Edificações Habitacionais (ABNT 2021)


estabelece diretrizes para o estabelecimento de prazos de garantia com base na vida
útil dos materiais, dessa forma os empreiteiros têm o dever de fornecer uma garantia
legal em suas construções. Entretanto, a construção civil brasileira não costuma
priorizar elementos normativos importantes, como o cumprimento de projetos,
acompanhamento técnico e controle de qualidade (FONSECA, 2011).

Apesar disso, em qualquer tipo de construção é necessário cuidados e


acompanhamentos adequados para que seja garantida sua qualidade e segurança
durante toda sua vida útil. Segundo Souza e Ripper (1998), as estruturas não são
eternas e ao passar do tempo se deterioram, o que pode levar a não atingir a sua vida
útil; então, é imprescindível que sejam conhecidas as manifestações patológicas e que
sejam submetidas às manutenções preventivas e/ou corretiva.

A finalidade principal deste trabalho ocorre através da caracterização das


manifestações patológicas e amostra dos problemas mais comuns nas edificações do
Instituto Superior Politécnico Katangoji. Para isso, foram analisadas as causas e
possíveis intervenções, com o objetivo de alertar os responsaveis, abordando as
causas e defeitos da falta de planejamento e concepção adequada nas elaborações
dos projetos. (MARCELLI, 2007).

A construção civil oferece o apoio estrutural para o desenvolvimento de uma


sociedade, inovando e melhorando a capacidade de produção e da economia. O fluxo
de mercado gerado pela criação de um empreendimento implica em resultados, como
contratação de mão de obra, ampliação da economia local, e com isto, maior
arrecadação de impostos, promovendo a geração de empregos e proporcionando o
bem-estar da população, agregando-lhe um valor social muito importante. Porém, as
edificações se destacam no mercado por uma característica que as separam de outros

2
produtos: elas são pensadas e executadas para que seus usuários usufruam de seus
resultados por muitos anos e, ao longo desse processo de utilização devem apresentar
condições adequadas ao uso a que se destinam, resistindo às intempéries do tempo,
aos agentes ambientais e às práticas que alteram suas propriedades técnicas iniciais.
Para isso, é de fundamental importância o zelo e a manutenção nos empreendimentos,
conforme NBR 5674 – Manutenção de edificações-procedimentos (ABNT,1999). As
edificações têm um ciclo de vida útil satisfatório, mas existem fatores que podem
contribuir para que se tenha um prolongamento desse período. Um planejamento bem
elaborado e executado, uso de material de qualidade, mão de obra qualificada,
manutenção periódica, fiscalização eficiente e uso consciente das instalações, são
alguns deles.

A engenharia civil é uma área de engenharia que se centra na conceção, construção e


manutenção de estruturas como edifícios, pontes, barragens, estradas, portos e
aeroportos, sistemas de abastecimento de água e esgotos, entre outros. A engenharia
civil abrange vários aspetos, incluindo matemática, física, geologia e economia, e os
seus engenheiros são responsáveis por garantir a segurança, funcionalidade e
durabilidade destes projetos.

Desta forma, espera-se que itens estimados em projetos como a durabilidade, o


desempenho em serviço, a capacidade resistente dos materiais empregados, sejam
atendidos de maneira a garantir uma elevada vida útil da edificação, o conforto e a
segurança aos usuários. No entanto, nem sempre o que foi planejado é executado com
as técnicas corretas e/ou com materiais adequados, causando assim o surgimento de
manifestações patológicas nas edificações (OLIVARI, 2003).

O termo patologia está presente em diversas áreas do conhecimento, na engenharia


civil se refere ao estudo das doenças das construções, identificando as falhas para
levantar subsídios que permitam caracterizar suas formas de manifestação, as suas
origens e suas causas. Os sintomas apresentados podem ser diversos, porém os mais
comuns são as fissuras e infiltrações.

As manifestações patológicas podem ser observadas desde a origem do projeto até a


fase de execução e uso, ocasionando o desgaste dos elementos afetados ou até

3
mesmo colapso da estrutura. Assim, as consequências passam de um simples
constrangimento estético, até o comprometimento da estabilidade da edificação. Por
isso, faz-se necessário o estudo desses defeitos nas edificações para que se conheça
suas origens, prevenções e manutenção e, com isso, a aplicação da melhor forma de
reparos.

É comum que muitos construtores não deem a devida atenção ao tratamento das
manifestações patológicas, executando reparos sem saber ao certo quais foram as
causas, sendo, muitas vezes, necessário fazer grandes reformas e reforços que
solucionam o problema apenas temporariamente. Além disso, na intenção de diminuir
os custos da obra, não se investe na prevenção dessas manifestações, sem saber que
futuramente haverá um gasto bem maior.

Normalmente, a falta de fiscalização e a ausência de um controle tecnológico durante a


execução e manutenção das obras deixam passar detalhes que posteriormente darão
origem a diversas manifestações patológicas.

O aumento do número de obras na construção civil e a exigência de prazos cada vez


mais curtos para a sua conclusão têm levantado muitos questionamentos sobre a
qualidade das edificações em geral. Quando se trata de obras institucionais, as
discussões se agravam, tendo em vista o uso inadequado do dinheiro do contribuinte.

Devido ao crescimento no número de obras, a apresentação de manifestações


patológicas se faz cada vez mais frequente, desse modo criou-se um ramo na
engenharia civil que estuda o mecanismo, os sintomas, as causas e as origens, assim
como as possíveis soluções: a este ramo dá-se o nome de Patologias das
Construções, cujo objetivo é investigar as manifestações patológicas possíveis de
ocorrerem em uma construção (CAPORRINO, 2018).

O avanço no estudo da Patologia das Construções está possibilitando aos diversos


setores envolvidos na construção de edificações a apropriada atuação na correção dos
problemas apresentados pelas estruturas antigas, visando estender a vida útil dessas
obras (ROCHA, 2015). A Vida Útil de Projeto (VUP), diretamente relacionada às
atividades de manutenção e reparo, é o período estabelecido entre o início de

4
operação e uso de uma edificação, até que seu desempenho deixe de atender às
exigências do usuário.

A NBR5674:1999 destaca que para que a vida útil de projeto seja prolongada, é
necessário compreender a importância da realização integral de manutenção pelo
usuário, pois, caso isso não ocorra, existe o risco de a VUP não ser atingida e muito
menos estendida.

No ramo da patologia da construção, poder-se-ia, facilmente, encontrar estruturas as


mais variadas possíveis, com manifestações patológicas para usar como campo de
pesquisa e objeto de estudo deste trabalho como, por exemplo, indústrias, residências,
igrejas, hospitais, pontes, passarelas, viadutos. No entanto, diante das condições
precárias em que se encontram algumas escolas públicas, uma vez que já atingiram
seu tempo de vida útil e devido à falta de manutenção, é interessante que se tenha um
olhar voltado para tal problemática que envolve as edificações que comportam essas
instituições.

A ciência da patologia das construções pode ser entendida como o ramo da


engenharia que estuda os sintomas, causas e origens dos vícios construtivos que
ocorrem na construção de edificações. A partir do estudo das fontes dos vícios, é
possível de se evitar que a ocorrência de problemas patológicos se torne algo comum
nas edificações modernas (DO CARMO, 2003).

O processo construtivo de uma edificação segue da seguinte forma: ideia inicial,


planejamento prévio, projeto, fabricação dos materiais para uso no canteiro de obras,
execução das partes componentes da edificação e uso. Durante tais processos,
podem ocorrer falhas ou descuidos dos mais variados tipos, que acabam por gerar
vícios e problemas construtivos das etapas previamente citadas. O gerenciamento
destes processos e a melhoria constante através do controle de qualidade e
desenvolvimento de novas tecnologias e técnicas é desafio constante na engenharia
civil (HELENE, 2003).

5
Apresentação do tema

O ISPK, é uma instituição do ensino superior fundada no ano de 2012, na qual leciona
ramosda engenheira. Com o passar dos anos foi apresentando manifestações
patologicas.

A preservação nos edifícios é crucial para garantir que estes problemas sejam
devidamente identificados e abordados, preservando o valor e a vida do imóvel. Além
disso, a conservação pode ajudar a reduzir o impacto ambiental, a utilização eficiente
de energia e recursos.

Neste trabalho, exploramos a importância da Patologia da Construção e Conservação


em Edifícios, analisando os fatores que ocorreram para o surgimento de patologias e
propondo soluções para a preservação dos edifícios.

Esperamos que este tema seja de grande valor para todos os profissionais da
construção civil e para os interessados em compreender a importância da conservação
da construção.

6
Situação problemática

A falta de manutenção preventiva é uma das principais causas de patologias nos


edifícios, e a aplicação de medidas de conservação pode ajudar a reduzir
significativamente estes problemas.

Problema científico

Como garantir a conservação dos edifícios do ISPK a partir da prevenção das


patologias, evitando gastos excessivos e garantir o alongamento da vida útil dos
mesmos?

Objetivos

Objectivo geral

➢ Estudar as manifestações patológicas presentes nas edificações do ISPK,


situada na cidade de Luanda.

Objectivos específicos

➢ Identificar as principais manifestações patológicas existentes nos edificios do


ISPK.
➢ Apontar o comportamento, tipo e origem das manifestações patológicas nas
edificações.
➢ Apresentar possíveis soluções mitigadoras para colmatar as principais
manifestações patológicas encontradas, atravez de um Plano de manutençãp
Preventiva.

Hipótses

Através da conservação da construção é possivel garantir a segurança e durabilidade


das edificações, sendo necessário adotar medidas preventivas e corretivas para evitar
a possível ocorrência de problemas patológicos.

7
Variaveis

Variaveis dependentes

Si é possivel alcançar uma gestão de manutenção eficiente, apresentando assim


estratégias e ferramentas para a elaboração deste.

Variaveis independentes

Sim, privilegiando ações preventivas em detrimento de ações reativas, no sentido de


prolongar a vida útil e garantir níveis adequados e satisfatórios de desempenho.

Justificação

Com o desenvolvimento educacional, a construção de edifícios é cada vez mais


necessário, mas também é importante garantir que estes edifícios sejam preservados
para evitar problemas que acabam por diminuir a vida útil e o desempenho dos
edificios.

Delimitação do estudo

O trabalho está delimitado ao estudo da variação de manifestações patologicas no


ISPK.

Metodologia
➢ Teórico

Historico lógico: Investigar as manifestações patológicas mais recorrentes e suas


possíveis causas.

➢ Empírico

Observação: Efetuar vistorias/inspeções de todas as anomalias presentes no local em


estudo.

8
Estrutura do trabalho

O presente trabalho esta estruturado da seguinte forma:

➢ CAPÍTULO 1- Fala da introdução do tema, o seu enquadramento, e apresentam os


príncipais objetivos do trabalho, e esclarece o que levou a escolha do tema.

➢ CAPÍTULO 2- Fundamentação Teórica; engloba os principais conceitos acerca do


tema para o suporte teórico.

➢ CAPÍTULO 3- Estudo de Caso; neste capítulo são postas em práticas tudo que foi
descrito na revisão bibliográfica.

➢ CAPÍTULO 4- Resultados e Discussões; neste capítulo é feita uma análise e


discussão dos resultados obtidos da pesquisa, é feita a análise de viabilidade e
comparação dos resultados obtidos com os padrões.

9
1. CAPITULO-I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Definição de Patologia de Construção

Segundo Helene (1992), Patologia das Construções é a parte da Engenharia que


analisa os sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das
edificações, ou seja, é a investigação das partes que formam o diagnóstico da
ocorrência. Para Antoniazzi (2008), podem ser consideradas patologias de construção
as manifestações, ou anomalias, que venham a fazer frente às exigências dos
usuários, quando a edificação passa a operar nos limites inferiores de desempenho
estabelecidos por norma.

Patologias das construções é a área da engenharia civil que analisa o desempenho


insatisfatório de elementos que compõem uma edificação, desempenho este,
atualmente regido por normas técnicas, a análise do defeito em questão é o que trata o
ramo de patologias, fazendo uma análise através dos tipos de manifestações, causas e
origens, a engenharia utiliza o termo como a área de estudo das origens e mecanismos
de ocorrência das diversas falhas que afetam aspectos estruturais e estéticos de uma
edificação (CREMONINI, 1988).

Segundo Nazario e Zancan:

Patologia, de acordo com os dicionários, é a parte da medicina que estuda as


doenças. A palavra patologia tem origem grega de “phatos” que significa
sofrimento, doença, e de “logia” que é ciência, estudo. Então, conforme os
dicionários existentes pode-se definir a palavra patologia como a ciência que
estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças (NAZÁRIO E
ZANCAN, 2011, p. 01).

Para SOUZA e RIPPER4 , Patologia das Estruturas define-se como “campo da


Engenharia das Construções que se ocupa do estudo das origens, formas de
manifestação, conseqüências e mecanismos de ocorrência das falhas e dos sistemas
de degradação das estruturas". Este ramo de engenharia tem sua importância devido à
necessidade de prorrogar a vida útil das estruturas. ( SOUZA e RIPPER, 1998, p.14).

10
As causas de ocorrência dos fenômenos patológicos podem ser as mais diversas,
desde o envelhecimento natural, acidentes, irresponsabilidade de profissionais e
usuários que optam pela utilização de materiais fora das especificações ou não
realizam a manutenção correta da estrutura, muitas vezes por razões econômicas,
dentre outras. (RIPPER; SOUZA, 1998).

Segundo Fernández:

Patologia faz parte da engenharia que estuda os mecanismos, os


sintomas, as causas e as origens dos defeitos das obras. Em alguns
casos, é possível se fazer um diagnóstico das patologias apenas através
da visualização. Entretanto, em outros casos o problema é complicado,
sendo necessário verificar o projeto; investigar as cargas a que foi
submetida à estrutura; analisar detalhadamente a forma como foi
executada a obra e, inclusive, como esta patologia reage diante de
determinados estímulos. Dessa forma, é possível identificar a causa
destes problemas, corrigindo-os para não se manifestem novamente.

Na construção civil, os problemas que se manifestam com mais frequência, como por
exemplo, fissuras em elementos estruturais e trincas de revestimento, podem ser
subdivididos em dois tipos, os problemas designados simples ou complexos. Para
problemas de natureza simples, admite-se uma padronização, podendo ser resolvidos
sem que o profissional possua conhecimentos muito avançados, já os de natureza
complexa, requerem uma análise pormenorizada do problema, sendo necessários
conhecimentos avançados sobre o tema em questão, para tais análises cabe o uso de
ferramentas de análise de problemas, pra auxiliar o profissional no diagnóstico da
situação (RIPPER; SOUZA, 1998).

Já Sena et al. (2020) em seu livro Patologia das Construções direcionam para a
distinção entre os termos patologia e manifestação patológica, tendo em vista uma
confusão recorrente em seu uso. Para os autores.

11
Segundo Sena:

A patologia das edificações é o ramo da engenharia (ciência)


responsável pelo estudo das causas e mecanismos de
anomalias e problemas nas estruturas, enquanto a manifestação
patológica é a própria expressão desses problemas encontrados
nas edificações (SENA et al., 2020).

Em resumo, as patologias da construção são problemas que podem afetar a


integridade e durabilidade dos edifícios. A conservação nos edifícios é uma área
importante da engenharia civil, que visa garantir a integridade e durabilidade dos
edifícios, prevenindo, detetando patologias precoces e corrigindo.

1.2. Tipos de patologias em edifícios

As edificações estão sujeitas a perda de desempenho durante sua vida útil de projeto
(VUP), tal processo pode avançar de forma natural ou ser acelerado por diversas
razões externas de origem em qualquer uma das etapas do processo construtivo,
dentre as mais variadas formas de manifestações patológicas (CREMONINI, 1988).

Para haver entendimento de fenômenos patológicos que ocorrem em uma edificação,


normalmente se busca a origem do problema exposto, uma relação de causa e efeito
que possa ter gerado tal manifestação. Os problemas patológicos normalmente têm
origem em algum erro ou falha cometida em ao menos uma das fases do projeto, as
fases onde podem acontecer as causas que têm como efeito possíveis defeitos
futuros, são: planejamento, projeto, fabricação das matérias primas, execução e uso,
porém, das etapas previamente listadas, algumas são mais contundentes quando se
aborda o surgimento de patologias, podendo ressaltar as fases de execução, controle
de materiais e uso (HELENE, 2003).

As patologias são originadas por falhas que incidem durante a realização de uma ou
mais das atividades do processo da construção civil. Conforme HELENE6 , “o processo
de construção e uso pode ser dividido em cinco etapas: planejamento, projeto,
fabricação dos materiais e componentes fora do canteiro, execução e uso”, conforme

12
Figura 01. As quatro primeiras etapas dispõem um tempo relativo curto, em relação ao
quinto - uso, etapa mais longa que envolve a operação e manutenção das edificações,
que geralmente são utilizadas mais de cinqüenta anos.

Uma classificação das principais causas de ocorrência de problemas patológicos, em


função do tipo de falha cometida é apresentada na Tabela 1 disposta a seguir:

Tabela 1 – Percentual das principais causas de patologias na construção civil.

TIPOLOGIA PERCENTUAL
(%)

Causas diversas 1,6%

Disposições defeituosas 2,5%

Erros de concepção 3,5%

Fenômenos químicos 4,0%

Erros nas hipóteses de cálculo e uso dos


8,5%
materiais

Falhas de execução 16,5%

Deformações excessivas e sobrecargas 19,7%

Falhas resultantes de variações


43,7%
dimensionais

Fonte: Adaptado pelo autor de Do Carmo (2003, p. 06).

Ainda podem-se citar como principais agentes causadores de patologias de origem


endógena na construção civil, ou seja, originadas por fatores inerentes à própria
edificação, falhas decorrentes de projetos 36% a 49%, falhas de execução 19% a 30%,

13
falhas de componentes 11% a 25% e de utilização 9% a 11% (GNIPPER; MIKALDO
JR, 2007).

FIGURA 01. Etapas de produção e uso das obras civis FONTE. HELENE, 2003, p. 24

Ainda podem-se citar como principais agentes causadores de patologias de origem


endógena na construção civil, ou seja, originadas por fatores inerentes à própria
edificação, falhas decorrentes de projetos 36% a 49%, falhas de execução 19% a 30%,
falhas de componentes 11% a 25% e de utilização 9% a 11% (GNIPPER; MIKALDO
JR, 2007).

A fissuração dos elementos que compõem a edificação é um dos tipos de problemas


patológicos mais comuns e que mais chamam a atenção dos usuários pelo impacto
visual e psicológico. Alguns fatores geradores de fissuração conhecidos, como a
retração, variação de temperatura e a agressividade do meio ambiente juntamente com
o sentido e ângulo em que a falha se apresenta na superfície da edificação, apontam o
tipo de sobrecarga de tração ou compressão da estrutura, auxiliando no entendimento
de causa e efeito destas manifestações patológicas (VITÓRIO, 2003).

Quantificar a incidência de problemas patológicos em determinadas regiões e sintetizar


as informações obtidas, é um trabalho que requer uma pesquisa aprofundada e análise
dos dados coletados pormenorizada. Para resumir o aparecimento de manifestações
patológicas, e condensar o levantamento em dados palpáveis, pode-se citar um estudo
realizado por Dal Molin em edificações inseridas no estado do Rio Grande do Sul, as

14
conclusões deste levantamento indicaram que a maior incidência de patologias na
região sul do Brasil, está relacionada à fissuração de elementos estruturais e de
vedação da estrutura bem como a umidade causadora de falhas na
impermeabilização, o levantamento de defeitos mais comuns, pode ser analisado na
Figura 2 (DAL MOLIN, 1988).

1.2.1. Patologia das estruturas de concreto armado

O concreto armado foi considerado durante muitos anos um material perene, que não
necessitava de cuidados ao longo de sua vida, dispensando a manutenção.
Recentemente este conceito passou a ser revisto, levando em consideração a grande
quantidade de edificações com problemas de degradação em componentes estruturais
(HELENE, 2003).

Lapa afirma que:

Os processos principais que causam a deterioração do concreto podem ser


agrupados, de acordo com sua natureza, em mecânicos, físicos, químicos,
biológicos e eletromagnéticos [...] Os processos de degradação alteram a
capacidade de o material desempenhar as suas funções, e nem sempre se
manifestam visualmente. Os três principais sintomas que podem surgir
isoladamente ou simultaneamente são: a fissuração, o destacamento e a
desagregação (LAPA, 2008, p. 9).

A combinação destes fatores faz com que os componentes estruturais se desgastem


ao longo do tempo, tais processos de degradação dependem do meio no qual o
concreto armado está inserido (LAPA, 2008).

Conforme Thomaz:

A atuação de sobrecargas pode produzir a fissuração de componentes


estruturais, tais como pilares, vigas e paredes. Estas sobrecargas atuantes
podem ter sido consideradas no projeto estrutural, caso em que a falha
decorre da execução da peça ou do próprio cálculo estrutural, como pode
também estar ocorrendo a solicitação da peça por uma sobrecarga superior à
prevista. (THOMAZ, 1889, p. 45).

15
Sobrecargas previstas ou não, podem provocar trincas em estruturas de concreto
armado, sem que isso implique necessariamente em ruptura ou instabilidade da
estrutura, a ocorrência de fissuras num determinado componente estrutural produz
uma redistribuição de tensões ao longo do componente fissurado e até mesmo nos
componentes vizinhos de maneira que a solicitação externa geralmente acaba sendo
absorvida de forma globalizada pela estrutura ou parte dela (THOMAZ, 1989).

Para evitar que o concreto seja fissurado, tendo uma ruptura brusca do concreto
tracionado, devido a um excesso de carga, torna-se necessária uma armadura de
tração As’min que seja suficientemente capaz de assegurar à viga uma resistência à
flexão, com o concreto já fissurado, pelo menos igual àquela que possuía no concreto
sem fissuras (CUNHA, 2011).

As manifestações de problemas patológicos estruturais podem ser de alta


complexidade, porém, uma análise detalhada do quadro de fissuração das peças
estruturais de edificação auxilia na definição da magnitude do problema, Vitório (2003)
traz uma definição do grau de fissuração em edificações dividindo-as em ativas e
passivas:

Os problemas patológicos nas estruturas de concreto geralmente se


manifestam de forma bem característica, permitindo assim que um profissional
experiente possa deduzir qual a natureza. Um dos sintomas mais comuns é o
aparecimento de fissuras, trincas, rachaduras e fendas.

- Fissura é uma abertura em forma de linha que aparece nas superfícies de


qualquer material sólido, proveniente da ruptura sutil de parte de sua massa,
com espessura de até 0,5mm.

- Trinca é uma abertura em forma de linha que aparece na superfície de


qualquer material sólido, proveniente de evidente ruptura de parte de sua
massa, com espessura de 0,5mm a 1,00mm.

- Rachadura é uma abertura expressiva que aparece na superfície de qualquer


material sólido, proveniente de acentuada ruptura de sua massa, podendo-se
“ver” através dela e cuja espessura varia de 1,00mm até 1,5mm.

- Fenda é uma abertura expressiva que aparece na superfície de qualquer


material sólido, proveniente de acentuada ruptura de sua massa, com
espessura superior a 1,5mm (VITÓRIO, 2003, p.25).

16
De acordo com o item 13.4 da norma técnica ABNT NBR 6118/2014 – Projeto de
estruturas de concreto – Procedimento, o estado limite de abertura de fissuras (ELS-
W) é aquele em que surge a primeira fissura na peça de concreto armado. Admite-se
que esse estado é atingido quando a tensão de tração máxima na seção transversal
for igual à resistência de tração do concreto na flexão (CUNHA, 2011).

Para estruturas de concreto armado, os componentes são em geral dimensionados


prevendo a fissuração na parte tracionada da estrutura, onde se busca somente
estética, deformabilidade e durabilidade da peça. A formação de fissuras normais à
armadura longitudinal poderá ser calculada com as seguintes hipóteses: a deformação
de ruptura do concreto, a flexão no diagrama de tensões de compressão, as seções
transversais planas permanecem planas, deverá ser levado em conta sempre o efeito
de contração (THOMAZ, 1989).

Figura 2: Rachadura em concreto armado

Fonte: Bocaberta, 2010

Pode-se citar também, a ocorrência de fissuras por dimensionamento inadequado e


sobrecarga das estruturas, quando não há conhecimento técnico ou especificações em
manuais de uso e manutenção de que variações bruscas no carregamento do
elemento estrutural, podem vir a causar manifestações patológicas nas peças (DO
CARMO, 2003).

17
Levando-se em conta as tensões de serviço, os módulos de deformação longitudinal
do aço e do concreto, o coeficiente de conformação superficial das barras de aço e
diversas outras características geométricas (diâmetro das barras tracionadas,
cobrimento da armadura, taxa geométrica da armadura etc.) foram desenvolvidas
diversas teorias com a finalidade de se prever o espaçamento médio entre fissuras e
suas aberturas mais prováveis em componentes de concreto armado submetidos à
flexão ou tração pura. Essas formulações teóricas, associadas a coeficientes
empiricamente determinados e a fatores probabilísticos, conduzem a estimativas
bastante precisas do nível de fissuramento das peças (ELS-W) não comprometendo o
desempenho da estrutura de concreto dimensionada para a edificação (THOMAZ,
1989).

Segundo a norma técnica NBR 15575 (ABNT, 2013) perante as diversas condições de
exposição, peso próprio, sobrecargas de utilização, ação do vento e outras, a estrutura
deve atender, durante a vida útil de projeto, aos seguintes requisitos:

• Não ruir ou perder a estabilidade de nenhuma de suas partes;


• Prover segurança aos usuários sob ação de impactos, vibrações e outras
solicitações decorrentes da utilização normal da edificação, previsíveis na época
do projeto;
• Não provocar sensação de insegurança aos usuários pelas deformações de
quaisquer elementos da edificação, admitindo-se tal requisito atendido caso as
deformações se mantenham dentro dos limites estabelecidos nesta norma;
• Não repercutir em estados inaceitáveis de fissuras de vedações e acabamentos;
• Não prejudicar a manobra normal de partes móveis, tais como portas e janelas,
nem repercutir no funcionamento anormal das instalações em face das
deformações dos elementos estruturais (CBIC, 2013).

Variações bruscas de temperatura provocam danos sobre as estruturas, uma vez que
a temperatura da superfície se ajusta rapidamente, enquanto a do interior se ajusta
lentamente. Os efeitos são destacamentos do concreto causados pelos choques
térmicos e fissuras de pequena ordem, que não alteram a capacidade de suporte nem

18
trazem maiores riscos à estabilidade da estrutura, porém se não tratadas
adequadamente, podem agravar-se ao passar do tempo (LAPA, 2008).

Segundo Thomaz:

Todos os materiais empregados nas construções estão sujeitos a dilatações


com o aumento da temperatura, e a retrações com a sua diminuição. A
intensidade desta variação dimensional, para uma dada variação de
temperatura, varia de material para material [...] a amplitude e a taxa de
variação da temperatura de um componente exposto à radiação solar depende
de diversos fatores (THOMAZ, 1989, p. 20).

Os fatores que atuam diretamente nos níveis de radiação solar incidente nas peças
estruturais são: a capacidade de absorbância e emitância da superfície, condutância
térmica superficial, calor específico, massa específica aparente, coeficiente de
condutibilidade térmica dentre outros (THOMAZ, 1989).

Figura 3: Deterioração de estrutura de concreto armado

Fonte: Associação Brasileira de Patologia das Construções, 2007

Quando os danos não são muito graves, o levantamento dos sintomas é capaz de
demonstrar a inexistência de riscos à estabilidade da estrutura, porém, quando os
danos são mais intensos, pode ser necessária a verificação do cálculo da estrutura,
sendo conveniente um estudo detalhado da geometria dos elementos, espessura e

19
posição da armadura nas peças de concreto. Caso não haja entendimento dos níveis
de deterioração da estrutura utiliza-se de exames laboratoriais, como ensaios não
destrutivos, pacometria, escleometria, ultrassom, entre outros, bem como, os
semidestrutivos, como corpo de prova, microscopia, extração de amostras, ensaios de
carbonatação e teor de cloretos, estes ensaios são ferramentas acessíveis e que
podem auxiliar no entendimento do problema quando necessário (SANTUCCI, 2015).

1.2.2. Patologia das fundações

A escolha de uma fundação adequada, bem como a sua execução correta conforme as
normas técnicas vigentes são os fatores que irão garantir a estabilidade da edificação
ao longo de sua vida útil. Pode-se dizer que se executadas conforme os padrões
mínimos exigidos a partir de investigações geotécnicas, as fundações das edificações
não acarretaram no surgimento de maiores problemas de desempenho estrutural do
edifício. Em contrapartida, se as mesmas forem executadas erroneamente e sem
sondagens de reconhecimento do tipo de solo em que será instalada a edificação, os
problemas decorrentes da má execução das fundações podem ser inúmeros
(MARCELLI, 2007).

A escolha correta do tipo de fundação é fundamental para garantir vida longa e


estabilidade para uma edificação, um bom alicerce é indispensável para a execução de
qualquer obra, e quando diz respeito ao não surgimento de problemas na edificação, a
fundação é extremamente importante para garantir níveis de desempenho
satisfatórios(MARCELLI, 2007).
Figura 4- Patologia da fundação(Fissuração do bloco com RAA)

20
A realização de ensaios de percussão para haver um entendimento abrangente das
características do solo a fim de optar-se pela utilização da alternativa de fundação mais
adequada através de hipóteses de cálculo baseadas nos dados coletados pelos
ensaios é de suma importância para contribuição ao não surgimento de fenômenos
patológicos (THOMAZ, 1989).

Dentre as principais causas de patologias em fundações, podemos citar a ausência ou


insuficiência de investigações geotécnicas, má interpretação dos dados coletados
pelos ensaios realizados, avaliação errada dos valores dos esforços provenientes da
estrutura, adoção inadequada de tensão admissível do solo, modelos matemáticos
defasados para cálculo de fundações, má execução por imperícia e falta de
treinamento de mão de obra, sequência construtiva inadequada, influências externas
como escavações e deslizamentos e ampliações de áreas e acréscimo de pavimento
sobrecarregando a fundação (DO CARMO, 2003).

O descaso dos profissionais quanto à escolha da alternativa correta de fundação para


determinada edificação, é uma das principais causas do surgimento de falhas e
sinistros nos edifícios. Em obras de grande porte os projetistas não dispensam
sondagens para reconhecer o tipo de solo a fim de estabelecer qual tipo de alicerce
será mais adequado e que apresentará o melhor desempenho técnico e econômico,
tendo em vista que as fundações do edifício custam um percentual significativo do
valor global da obra (MARCELLI, 2007).

Já em edificações de menor porte não se observam alguns cuidados essenciais,


cometendo erros de dimensionamento que acarretam no surgimento de falhas. Apesar
da falta de preocupação dos profissionais no projeto de fundações, não se pode culpar
exclusivamente os métodos e profissionais envolvidos, tendo em vista a inexatidão ao
gerar dados sobre recalques absolutos, para haver análises satisfatórias sobre
recalques de solo é importante à competência dos profissionais envolvidos com o
projeto das fundações do edifício (MARCELLI, 2007).

21
É vital o conhecimento e familiarização de incorporadores e responsáveis técnicos com
o local da obra, sempre procurando antecedentes, analisando as edificações vizinhas e
o histórico do lote em questão, a ocorrência de matacões, aterros sanitários,
necessidade de descontaminação do solo ou realização de sistemas de contenção,
devem compor a engenharia financeira do projeto, pois poderão causar alterações
significativas no custo global na edificação (CBIC, 2013).

Os recalques do solo podem causar manifestações patológicas ao edifício, conforme o


recalque acontece, a resistência ao deslizamento diminui, causando movimentações
da estrutura e gerando fissuras, este fenômeno pode ser decorrência de movimentos
sísmicos, vibrações em construções vizinhas, retrações de argila, raízes de árvores,
alterações químicas do solo em questão, dentre outras, para tal o conhecimento do
solo sob a estrutura volta a ser de fundamental importância (DO CARMO, 2003).

A norma técnica ABNT NBR 6122/2010 – Projeto e execução de fundações, prescreve


a necessidade de análises prévias do solo, através de ensaios de campo e
laboratoriais, como por exemplo, ensaios SPT na área edificável do lote, obedecendo
ao número de sondagens mínimo por metro quadrado edificado, se necessário ensaios
axiais de cone para reconhecimento da resistência de ponta e tensão horizontal do
solo, conhecimento do perfil estratigráfico e análises de laboratório a fim de conferir
níveis de contaminação são de suma importância para o atendimento às normas
técnicas e para o não surgimento de patologias, sendo que muitas são decorrentes de
recalques do solo em que está assente a fundação (CBIC, 2013).

Ainda segundo Thomaz “em fundações diretas a intensidade dos recalques dependerá
não só do tipo de solo, mas também do tipo de fundação executada” (THOMAZ, 1989,
p. 84).

Como decorrência da execução inapropriada do elemento fundação, manifestam-se


danos de três tipos diferentes, os danos arquitetônicos, que comprometem a estética
da edificação, como por exemplo, trincas nas paredes e acabamentos, não havendo
riscos a estabilidade da estrutura, danos funcionais que comprometem diretamente o
desempenho e funcionalidade da edificação, sendo necessários reparos e reforços

22
estruturais para conter o avanço deste tipo de problema e danos estruturais, que
comprometem os elementos estruturais da edificação alterando a vida útil, durabilidade
e desempenho da obra, tais danos implicam na instabilidade da edificação, podendo
levá-la ao colapso, para tais casos o reforço é imediatamente necessário (DO CARMO,
2003).

O reforço das fundações se dá por meio de vários processos e técnicas utilizadas,


como por exemplo, reforço com estacas de reação, reforço por estaca raiz, reforço
através da injeção de calda de cimento no solo, reforço com brocas, reforço com
sapatas, todos com a intenção de diminuir a ordem dos valores de recalque a fim de
estabilizar a edificação (MARCELLI, 2007).

Conforme Marcelli:

[...] quando uma edificação apresenta problema de recalque é porque ela não
foi corretamente dimensionada ou mal executada, resultando numa deficiência
na sua função de transmitir a carga dos pilares ao solo. [...] Antes de projetar
um reforço, precisamos inicialmente seguir uma rotina de procedimentos
preliminares, como por exemplo, análise dos danos existentes na edificação,
medições da evolução das anomalias e dos recalques diferenciais, análise das
características geotécnicas do subsolo, definição da causa e do reforço de
fundações a ser adotado (MARCELLI, 2007, p.49).

O diagnóstico do problema é de grande importância para permitir um plano de ação


adequado na recuperação e reforço das fundações e dos danos decorrentes dos
recalques diferenciais. O diagnóstico visa entender o mecanismo e as causas dos
danos ocorridos, resultando na definição do reforço a ser empregado, para se chegar a
um quadro da situação adequado, devem-se inventariar os danos ocorridos e
interpretar o comportamento mecânico das movimentações geradas bem como
executar novas sondagens e ensaios geotécnicos e instrumentar a obra a fim de
avaliar a magnitude das deformações (DO CARMO, 2003).

A terapêutica quando se trata de patologias decorrentes de fenômenos da


interação solo e fundação, se restringe a recuperação dos danos arquitetônicos, na
maioria das vezes estes danos são puramente estéticos, não comprometendo a

23
estrutura da edificação. Em alguns casos onde os agravos comprometem mais as
generalidades estruturais da edificação, podem vir a ser necessários reforços em
elementos estruturais. Os reforços em fundações servem basicamente para renovar e
aumentar a segurança da fundação original, tais reforços muitas vezes não
compensam pelo fato de serem muito onerosos, então dependendo da ordem dos
problemas, o mais recomendado é a demolição da edificação. Recomenda-se então
que sejam realizados estudos e orçamentos cuidadosos e específicos para uma
avaliação adequada da viabilidade econômica das ações de intervenção (DO CARMO,
2003).

1.2.3. Patologia dos revestimentos

Os revestimentos nas edificações habitacionais exercem um papel de fundamental


importância para a garantia da durabilidade do edifício como um todo, uma vez que
têm como uma de suas principais funções a proteção das vedações contra os diversos
agentes agressivos e intempéries. É de extrema importância a manutenção dos
revestimentos acima dos níveis mínimos de desempenho, para que estes possam
exercer suas devidas funções previstas no projeto original (RESENDE, BARROS E
MEDEIROS, 2001).

A utilização de revestimentos de argamassa tem como principal finalidade, causar


melhorias no aspecto estético da edificação e melhoria da higiene dos ambientes, a
execução dos revestimentos são satisfatórias, porém existem ainda incidências de
problemas patológicos em revestimentos exteriores e interiores, dentre as
manifestações mais comuns, têm-se as manchas, bolor, deslocamentos, fissuras,
desagregação e as vesículas, problemas que não interferem no desempenho estrutural
da edificação, porém causam grande insatisfação dos usuários, gerando sensação de
desconforto ao conviver com estes ambientes tidos como insalubres (DO CARMO,
2003).

24
Figura 5- Deslocamento do revestimento de mosaicos

Fonte: Jorge de Brito, 2004

Anifestação de tais problemas, muitas vezes é decorrência da umidade remanescente


da própria argamassa ou até mesmo dos tijolos, vazamentos em tubulações e falhas
do sistema de impermeabilização, tais eflorescências são causadas pela umidade
(H2O), que reage com os elementos químicos do cimento trazendo as manifestações
patológicas à tona. A presença da umidade causa também a desagregação da
argamassa e descolamentos por baixa aderência das camadas do revestimento,
causadas por erros de execução (DO CARMO, 2003).

Segundo Resende, Barros e Medeiros:

[...] fatores de degradação, são quaisquer fatores externos que afetam de


maneira desfavorável o desempenho de um edifício, de seus subsistemas ou
componentes. [...] esses fatores podem ser separados em cinco diferentes
naturezas: fatores atmosféricos, biológicos, de carga, de incompatibilidade e
de uso. (RESENDE, BARROS E MEDEIROS, 2001, p. 2)

Fissuras em revestimentos de argamassa são extremamente comuns em edificações,


estas podem ser de conformação variada, ocorrendo normalmente na forma de mapa
durante a fase plástica, quando já em fase rígida, estas fissuras são normalmente
causadas pela perda de umidade nas primeiras idades, gerando movimentos de
retração e tensões internas de tração. As fissuras de retração de argamassas de
revestimento apresentam distribuição uniforme, com linhas mapeadas que se cruzam,
formando ângulos próximos a 90º, se duas fissuras se cruzam com ângulos muitos

25
distintos de 90º, ao menos uma delas não é de origem dos mecanismos atuantes nas
argamassas (THOMAZ, 1989).

Os principais fatores que geram patologias de revestimento em argamassas são: tipo e


qualidade dos materiais utilizados na argamassa, má proporção do traço, falta de
técnica e cuidados na execução. As fissuras podem estar relacionadas com um ou
mais destes fatores havendo uma junção dos efeitos ao surgimento das
manifestações. Tais fatores geram um quadro de agravos aos revestimentos, dentre
estes, pode-se citar: fissuras localizadas, descolamento de partes do revestimento, não
execução de chapisco, agravo do quadro de fissuração por excesso de umidade,
espessura do revestimento fora do padrão adequado conforme previsto nas normas
técnicas ABNT NBR 7200/1998 – Execução de revestimento de paredes e tetos de
argamassas inorgânicas – Procedimento e NBR 13749/2013 Revestimento de paredes
e tetos de argamassas inorgânicas – Especificação (DO CARMO, 2003).

A vida útil de um edifício está diretamente relacionada com a manutenção do


desempenho dos revestimentos acima dos níveis mínimos especificados. Para isso,
deve-se ter um conhecimento preciso dos fatores de degradação ao qual o
revestimento estará submetido, uma vez que a deterioração ocorre em função da
natureza do componente e das condições de exposição. Deve-se desenvolver um
projeto de revestimentos em que sejam especificados materiais que apresentem maior
durabilidade do que os usuais e, além disso, elaborar um programa de manutenção
preventiva, que deve descrever como realizar a manutenção dos revestimentos, a
periodicidade das atividades de limpeza, alertar sobre descolamentos ou falta da
pintura, presença de manchas de umidade e fungos bem como envelhecimento do
selante das juntas (RESENDE, BARROS E MEDEIROS, 2001).

1.2.4. Patologia das impermeabilizações

A umidade nas construções representa um dos problemas mais difíceis de serem


corrigidos na engenharia civil. Essa dificuldade está relacionada à complexidade dos
fenômenos envolvidos e à falta de estudos e pesquisas. A frequência de incidência e
as causas de problemas patológicos nos sistemas prediais hidráulico-sanitários têm

26
sido ainda pouco pesquisadas, tal fator ocorre por demandar recursos onerosos,
longos períodos de observação, ensaios in situ e de laboratório, simulações e testes
destrutivos em escala real em edificações existentes dentre outros, para que os dados
resultantes sejam considerados consistentes (GNIPPER; MIKALDO JR, 2007).

Figura 6- Patologia causada por infiltração.

Os problemas relacionados com a umidade nas edificações, sempre trazem um grande


desconforto e degradam a construção rapidamente, sendo as soluções destes
problemas extremamente onerosas. O aparecimento frequente de problemas
ocasionados por umidade é decorrência das características construtivas adotadas
assim como os novos materiais e sistemas construtivos empregados que muitas vezes
não são executados corretamente, e a falta de manutenção e limpeza em locais onde
há possibilidade de acúmulo de água da chuva e umidade. Por outro lado, as técnicas
de projetar trabalhos de manutenção não evoluíram, dando importância por parte dos
interessados na construção civil, apenas ao projeto estrutural e de instalações elétricas
e hidráulicas. Essa postura já está sendo modificada atualmente, surgindo uma cultura
de realização de manutenções preventivas em edificações a fim de diminuir os níveis
de surgimento de manifestações devido a problemas dos sistemas de
impermeabilização (SOUZA, 2008).

Conforme Souza “Os defeitos e falhas decorrentes da impermeabilização na


construção civil, são ocasionados pela penetração de água nos componentes do
edifício ou devido à formação de manchas de umidade e bolor” (SOUZA, 2008, p.

27
08). Esses defeitos geram problemas bastante graves e de difícil solução, tais como:

• Prejuízos de caráter funcional da edificação;


• Desconforto dos usuários podendo até afetar a saúde dos moradores;
• Danos em equipamentos e bens presentes no interior das edificações;
• E diversos prejuízos financeiros.

Dentre os diversos tipos de manifestações decorrentes de falhas de


impermeabilizações Souza ainda menciona:

A umidade não é apenas uma causa de patologias, ela age também como um
meio necessário para que grande parte das patologias em construções ocorra.
[...] ela é fator essencial para o aparecimento de eflorescências, ferrugens,
mofo, bolores, perda de pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes
estruturais. (VERÇOZA, 1991 apud SOUZA, 2008, p.08).

As patologias das impermeabilizações podem ser dos mais variados tipos, dentre os
principais pode-se citar a corrosão dos elementos de aço componentes da edificação,
degradação do concreto por dissolução de sais e lixiviação, degradação de forros e
elementos de gesso através de bolor ou descolamento da pintura, desagregação dos
elementos de argamassa decorrente da perda gradual do caráter aglomerante do
cimento, desagregação dos blocos cerâmicos por exagerados níveis de pressão
hidrostática interna, eflorescências e estalactites causadas por gotas provenientes de
acúmulos de água, crescimento de vegetação e formação de vesículas (DO CARMO,
2003).

As manifestações patológicas ocorridas em decorrência da umidade nas edificações,


normalmente são causadas pela chuva, capilaridade, condensação ou resultantes de
vazamentos da rede hidráulica predial. Os principais fatores que fazem surgir a
chamada umidade ascensional, previamente citada, são de natureza de fenômenos
comuns como valores elevados de teor de umidade do solo em que a fundação está
assente (SOUZA, 2008).

28
A chuva é o agente gerador de umidade mais comum em edificações, porém, pode ser
remediado o surgimento de infiltrações decorrentes da chuva levando-se em conta que
por se tratar de um fenômeno sazonal, ela sempre estará presente. Para supressão
dos problemas decorrentes de precipitações, devem-se fazer manutenções e limpezas
a fim de remover a água captada pela edificação, como exemplo se pode citar a
execução adequada de agentes impermeabilizadores e um sistema adequado de
escoamento das águas pluviais (SOUZA, 2008).

Na construção civil, são bastante comuns os vazamentos em elementos componentes


do sistema hidráulico e de captação de água, calhas, condutores, algerozes, tubos,
conexões, registros, válvulas, reservatórios, bombas, tanques, dispositivos de controle,
dispositivos de medição e outros aparelhos que são utilizados com a finalidade de
abastecer o sistema hidrossanitário da edificação. Estes vazamentos são manifestados
através de manchas, assim como por goteiras, são características próprias dos
sistemas hidráulicos prediais, a sua complexidade funcional e a inter-relação dinâmica
entre os seus outros sistemas. Para este tipo de manifestação patológica, a
localização, identificação e diagnóstico acontece de maneira muito simples, podendo
ser feita através de uma inspeção visual pelo perímetro da edificação (GNIPPER;
MIKALDO JR, 2007).

Os problemas decorrentes de elevados teores de umidade pelos motivos citados


previamente, na maioria das vezes não apresentam maiores problemas a estrutura da
edificação, porém se as medidas de limpeza e manutenção adequadas não forem
efetuadas ao longo do tempo, a atenuação destes fenômenos irá acontecer, agravando
o quadro de sintomas e passando talvez a comprometer o desempenho estrutural da
edificação.

Segundo Do Carmo:

A prevenção é a melhor estratégia para que a construção apresente


desempenho satisfatório durante sua vida útil. Assim torna-se necessário
especificar os sistemas de impermeabilização adequados para cada
componente, verificar as propriedades dos materiais e fiscalizar a execução
dos trabalhos (DO CARMO, 2003, p. 56).

29
Muitas das patologias manifestadas por este tipo de fenômeno incidem de forma
repetitiva na maioria dos edifícios, revelando falhas sistemáticas na fase de projeto
desses sistemas prediais, bem como, falhas por falta de compatibilização adequada
dos projetos componentes da estrutura. Portanto a caracterização da natureza das
patologias e inconformidades mais frequentes nesse universo pode contribuir para uma
ação preventiva durante a etapa de concepção do projeto de novas edificações,
visando diminuir a incidência de tais problemas a níveis satisfatórios aos usuários
(GNIPPER; MIKALDO JR, 2007).

1.1.1. Patologia das alvenarias

As alvenarias são compostas por elementos cerâmicos ou de concreto assentados


com auxílio de argamassa, as principais manifestações patológicas que aparecem em
elementos de vedação do tipo alvenaria, são as fissuras e rupturas dos diversos tipos
de alvenaria existentes, secionando os elementos componentes da estrutura, e são
geralmente causadas por tensões excessivas, deformações da estrutura, ação do
vento, choque ou vibrações, quanto a sua classificação as fissuras podem ser ativas
ou passivas (DO CARMO, 2003).

A resistência da alvenaria à tração é relativamente pequena e muito variável sendo, na


maior parte das aplicações, considerada nula. Por outro lado, há ocasiões em que ela
é utilizada como, por exemplo, em paredes confinadas submetidas a solicitações
coplanares ou em paredes submetidas a cargas perpendiculares ao seu plano.
Problemas mecânicos que surgem na alvenaria são frequentemente resultado da sua
fraca resistência à tração. Na maior parte dos casos, patologias e colapso ocorrem
devido a tensões que ultrapassam a resistência à tração dos materiais. (RAMIRES,
2007).

Com o uso do concreto armado, as paredes passaram a ter como função principal a de
vedação, deixando de ser autoportantes, resultando assim em paredes mais esbeltas,
a utilização de pré-fabricados e de novos materiais que trouxeram consigo as juntas de
dilatação também colaborou para que o surgimento de patologias nas alvenarias se

30
tornasse um dos problemas mais aparentes nesta área da engenharia civil (SOUZA,
2008).

Nas alvenarias de tijolos cerâmicos, em função de sua forma e composição e da


diferença de materiais componentes, existem solicitações locais de flexão nos tijolos,
podendo surgir fissuras verticais na alvenaria. As argamassas também trabalham
diferente da alvenaria quando se fala em deformações transversais podendo levar a
fissuração vertical da alvenaria. No caso de alvenarias constituídas por blocos
vazados, outras tensões importantes juntar-se-ão as precedentes. Para blocos com
furos retangulares dispostos horizontalmente, a argamassa de assentamento
apresenta deformações axiais mais acentuadas sob as nervuras verticais do bloco,
introduzindo-se como consequência solicitações de flexão em suas nervuras
horizontais, o que poderá inclusive conduzir a ruptura do bloco (THOMAZ, 1989).

Além da forma da alvenaria outros fatores intervêm na fissuração e na resistência final


de uma parede a esforços axiais de compressão, tais como resistência mecânica dos
componentes de argamassa e alvenaria, módulo de deformação longitudinal e
transversal dos componentes de alvenaria e da argamassa. A argamassa pode perder
a aderência com o tijolo, retenção de água, elasticidade e retração da argamassa
(RAMIRES, 2007).

Existem ainda outros tipos de manifestações patológicas nas alvenarias, sejam estas
estruturais ou de vedação, pode-se citar a eflorescência, decorrente de depósitos
salinos de metais alcalinos na superfície das alvenarias, é caracterizada pela alteração
na aparência da alvenaria, muitas vezes pode ser agressiva e causar desagregação
profunda, este fenômeno é facilmente identificado e seu diagnóstico também é
considerado simples, não sendo comprometedor a estrutura da edificação (CORRÊA,
2010).

As infiltrações são patologias das alvenarias relacionadas com a presença de água nos
blocos que a compõem, podendo ocasionar manchas de umidade, bolor, fungos, algas,
eflorescências, descolamento, desagregação e mudança de coloração, tais
manifestações podem ser geradas devido à absorção capilar superficial de água por

31
condensação. Para evitar este tipo de problema sugere-se que durante a fase de
projeto se analise os vários aspectos causadores do problema com intuito e de
minimizar as infiltrações. Dentre esses aspectos pode-se citar a orientação das
fachadas em relação aos ventos predominantes, detalhes arquitetônicos e técnicos
como rufos, platibandas, beirais, tipo de cobertura e a intensidade e a duração das
precipitações na região (CORRÊA, 2010).

Taguchi discorre que:

As fissuras em alvenarias podem pronunciar-se de diferentes formas. Sendo


ortogonais à direção dos esforços de tração atuantes, manifestam-se em
paredes de alvenaria sob forma de fissuras de direção predominantemente
vertical, horizontal ou inclinada (TAGUCHI, 2010, p. 31).

Por se tratar de um fenômeno patológico de elevada taxa de ocorrência, existem


inúmeras técnicas para corrigirmos estes tipos de patologias, dentre as quais se
podem citar as seguintes:
➢ Pintura e papel de parede, para encobrir as fissuras;
➢ Bandagem, aplicação de produtos específicos a fim de preencher os vazios
deixados pelas fissuras;
➢ Tela metálica, técnica de fixação de uma tela a fim de minimizar as
movimentações sobre a alvenaria;
➢ Tirante de aço, aplicado a fissuras causadas por recalques, onde os esforços
são transmitidos pelo tirante à alvenaria com intuito de fechar parcialmente as
fissuras através do seu tensionamento;
➢ Armadura horizontal, empregado para recuperação de fissuras isoladas
introduzindo barras de aço nas juntas horizontais;
➢ Selagem, utilização de materiais poliméricos para preencher os vazios deixados
pelas fissuras;
➢ Junta de controle, técnica para evitar que as fissuras voltem a acontecer na sua
proximidade;
➢ Substituição de unidades danificadas, usada quando se deseja
➢ recompor parcialmente a rigidez da parede;

32
➢ Grauteamento, furos que promovem o enrijecimento da alvenaria;
➢ Reboco armado, fixação de uma tela por solda e aplicação de salpique
mecânico de micro concreto projetado;
➢ Grampos, técnica muito utilizada, porém acaba provocando fissuras em outros
locais;
➢ Encunhamento, mantem a fissura aberta ao máximo a fim de preenchêla
novamente com argamassa, sendo um método de execução muito simples,
porém nem sempre eficaz;
➢ Substituição da parede, é utilizada em paredes com fissuras disseminadas e
estabilizadas, cabe à análise orçamental da substituição do elemento (DO
CARMO, 2003).

Dentre as técnicas citadas, observa-se que a maioria resolve o problema parcialmente,


mostra-se então a necessidade de uma análise pormenorizada da patologia com a
intenção de entender os fenômenos causadores da manifestação a fim de gerar
hipóteses de solução aplicadas ao principal elemento causador das fissuras (HELENE,
2003).

1.2. Principais causas dos problemas patológicos

Como mencionado anteriormente, o processo de concepção de um edifício ocorre em


diferentes fases, a junção destas etapas nos leva a um resultado final desejado, a
edificação e sua determinada função. As patologias da construção civil podem ocorrer
das mais variadas formas e em todas as etapas do processo conceptivo. A Figura 3
apresenta um levantamento da origem das patologias nas diferentes etapas de
concepção de uma edificação (HELENE, 2003).

Helene salienta que:

O processo de construção e uso pode ser dividido em cinco grandes etapas:


planejamento, projeto, fabricação de materiais e componentes fora do
canteiro, execução propriamente dita e uso [...] Se, por um lado as quatro
primeiras etapas envolvem um período de tempo relativamente curto – em
geral menos de dois anos – por outro lado, as construções devem ser
utilizadas durante períodos longos – em geral mais de cinquenta anos [...] os

33
problemas patológicos só se manifestam durante a construção ou após início
da execução propriamente dita [...] normalmente ocorrem com maior
incidência na etapa de uso (HELENE, 2003, p. 24).

Figura 4 – Origem das patologias relacionadas às etapas de concepção do edifício.

10% 4%

18% Planejamento
Projeto
40%
Execução
Materiais
Uso

28%

Fonte: Adaptado pelo autor de Helene (2003, p. 25).

Segundo Cremonini “Os defeitos podem ter origem em qualquer etapa do


processo construtivo e sua incidência está relacionada com o nível de controle de
qualidade executado nas diversas etapas” (CREMONINI, 1988, p. 31).

As causas das patologias da construção civil podem ser externas, quando os


agentes causadores não são gerados por erros humanos, decorrência de agentes
nocivos do meio ambiente, ou internas, são as que têm origem durante o processo
construtivo (CREMONINI, 1988) e podem ser subdivididas em três:

• Congênitas: originárias na fase de planejamento e projeto.

34
• Construtivas: originárias na etapa de construção, por falta de
qualidade de materiais ou mão de obra qualificada.
• Uso: decorrentes do uso inadequado da estrutura projetada e da falta
de realização de manutenção.

1.2.1. Manifestações durante a concepção do projeto

A etapa de idealização do edifício, engloba dois sub processos, o planejamento e o


projeto, na etapa de planejamento, é onde é definida a função da edificação a partir
das necessidades determinadas pelo usuário, já na etapa de projeto, a função e o
desempenho da edificação relacionam-se com o âmbito técnico, é uma etapa muito
importante, pois é nesta que serão escolhidos os métodos e materiais a serem
utilizados, bem como o projeto da estrutura como um todo e gerenciamento do
processo construtivo (HELENE, 2003).

Durante a fase de concepção, pode-se dizer que a edificação é gerada, sendo base
para todo o restante do processo construtivo, sendo uma das etapas mais importantes
à contribuição do não surgimento de problemas patológicos. Na fase de concepção
serão definidas as características esperadas dos produtos empregados na construção,
as condições de exposição previstas para o ambiente exterior, o comportamento em
uso projetado do edifício construído, e principalmente a viabilidade da construção
(PINA, 2013).

Segundo Gnipper; Mikaldo Jr:

Na fase de projeto dos sistemas prediais, os vícios podem ocorrer por falhas
de concepção sistêmica, erros de dimensionamento, ausência ou incorreções
de especificações de materiais e de serviços, insuficiência ou inexistência de
detalhes construtivos, etc. (GNIPPER; MIKALDO JR, 2007, p. 03).

Falhas no estudo preliminar, falhas de anteprojeto, falhas no projeto final de


engenharia, podem levar a escolha de elementos de projeto inadequados e na geração
de problemas alterando o desempenho, durabilidade e até mesmo a vida útil da
edificação (PINA, 2013).

35
A falta de critério e uma má definição das ações atuantes na edificação, como por
exemplo, escolha inadequada do modelo analítico, deficiência de cálculo da estrutura
ou da avaliação da capacidade portante do solo, incompatibilidade do projeto
arquitetônico com os demais (estrutural, hidráulico, elétrico, etc.), seleção inadequada
de materiais, má execução, desrespeitando as normas técnicas de projeto e execução,
erros de dimensionamento, especificação do cobrimento incorreto de acordo com a
agressividade do ambiente dentre outros, são exemplos de falta de conduta e
profissionalismo que acabam gerando diversos problemas patológicos no futuro. Todas
estas implicações discorrem durante a fase de concepção do projeto, daí a importância
desta fase do processo relacionada com o não surgimento de patologias (PINA, 2013).

Estudos mostram que um elevado percentual das manifestações patológicas nas


edificações é originado nas fases de planejamento e projeto. Essas falhas são
geralmente mais graves que as relacionadas à qualidade dos materiais e aos métodos
construtivos (HELENE, 2003).

Segundo Cremonini:

Um programa que vise à diminuição ou eliminação de problemas patológicos


deve agir diretamente nas etapas do processo construtivo, bem como criar um
sistema de controle de qualidade eficiente em cada uma delas (CREMONINI,
1988, p. 31).

1.2.2. Manifestações durante a construção

Durante a etapa de execução do projeto, os problemas na maioria das vezes são


relacionados à qualidade da mão de obra, a falta de treinamento e qualificação dos
operários. Dito isso, é evidente a necessidade de treinamento dos operários, tendo em
vista que a relação custo benefício é relativamente boa, o treinamento de equipes para
a execução de serviços específicos do processo, agiliza e otimiza a perda de materiais
(SILVEIRA et al., 2002).

Nesta etapa, é incisiva a necessidade do controle de qualidade e dos processos


construtivos para haver a não prorrogação dos problemas patológicos no futuro, pois

36
cabe aos profissionais fazer o controle dos materiais utilizados durante a execução,
bem como fiscalizar se eles estão de acordo com o especificado no projeto e se sua
utilização está sendo feita de forma correta e gerando o mínimo de perdas e insumos
(CREMONINI, 1988).

Na área da construção civil, a falta de capacitação da mão de obra, a má execução do


projeto bem como o uso de materiais de baixa qualidade, causam patologias durante a
fase da construção e outras que se manifestam após a entrega do produto edificação
(PINA, 2013).

Apesar de serem erros primários, eles podem gerar maiores problemas na construção,
além destes citados acima, vários outros fatores têm origens na fase de execução
podendo ser as principais causas de patologias futuras das quais podem ser
mencionados: a falta de condições locais de trabalho, inadequação do layout
ocupacional do canteiro de obras, erros de interpretação de projetos, pouca
capacitação profissional, falta de controle do padrão de qualidade das matérias primas
e fiscalização nos mais diversos processos, qualidade dos materiais e componentes
abaixo dos níveis mínimos necessários, falta de prumo, de esquadro e de alinhamento
dos elementos, desnivelamento de pisos ou falta de caimento em pisos molhados,
argamassas de assentamento de revestimentos com espessuras diferentes (PINA,
2013).

A ausência de normatização de diversos materiais e procedimentos, acrescida à falta


de fiscalização daqueles já normalizados por parte dos profissionais e responsáveis
técnicos, mostra-se de grande importância à contribuição para o não surgimento de
patologias, deve haver então, a conscientização de engenheiros no que tange ao
controle de qualidade dos materiais e processos construtivos (SILVEIRA et al., 2002).

Segundo Cremonini:

Diversos órgãos de pesquisa têm realizado programas de


levantamento de manifestações patológicas, visando conhecer a
origem dos principais problemas [...] tal fator nos volta ao

37
surgimento de patologias na fase de execução do projeto,
acompanhada da falta de processos produtivos de qualidade,
sendo importante haver uma cadeia produtiva de qualidade
interrelacionada a todas as etapas (CREMONINI, 1988, p. 32).

1.2.3. Manifestações durante a utilização

As manifestações patológicas que surgem durante a fase de uso da edificação,


normalmente são decorrentes da má utilização e falta de manutenção da edificação
por parte do usuário, porém, não se pode inibir os empreendedores e responsáveis
técnicos pela estrutura, pois por falta de cartela à profissão, é comum que não haja a
formulação de manuais de uso e manutenção das edificações, fator que auxilia o
surgimento de problemas (DAL MOLIN, 1988).

Muitas patologias que surgem durante a fase de utilização são originadas pelos
usuários, através de diversos fatores como: sobrecargas não previstas no projeto,
alterações estruturais indevidas em função de reformas, utilização de produtos
químicos com agentes agressivos, falta de programações de manutenção adequada,
falta de inspeções periódicas para detecção de sintomas patológicos, danificação de
elementos estruturais por impactos, erosão por abrasão, retração do cimento, excesso
de deformação das armaduras (PINA, 2013).

A formatação de um manual de uso e manutenção é a melhor ferramenta de defesa,


tanto para o comprador/usuário do imóvel quanto para o responsável técnico, este
documento além de auxiliar na manutenção e afetar diretamente a vida útil e
durabilidade do edifício, cessa os compromissos entre adquirente e vendedor. Em
contrapartida há o compromisso de vender um produto de qualidade, que oferece
garantias ao consumidor como qualquer outro produto disponível no mercado, pois
apesar de as construções aparentarem serem perenes as mais diversas ações,
provasse o contrário através do presente trabalho (CBIC, 2013).

Os diversos cuidados que devemos tomar durante a fase de uso da edificação deverão
estar explícitos no manual de uso, operação e manutenção. A formatação de um bom

38
manual de uso segundo o guia orientativo para atendimento à norma, redige conforme
modelos internacionais de normatização de desempenho de matérias primas e
produtos finais. Para cada necessidade do usuário e condição de exposição, aparecem
critérios de desempenho, o conjunto normativo compreende seis partes, ou seja, seis
elementos essenciais à garantia de desempenho da edificação. Tais elementos são
dispostos a seguir (CBIC, 2013).
• Requisitos gerais;
• Requisitos para sistemas estruturais;
• Requisitos para os sistemas de pisos;
• Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas;
• Requisitos para os sistemas de cobertura;
• Requisitos para os sistemas hidrossanitários.

Cada um dos elementos citados segue uma sequência de exigências relativas à


segurança, (desempenho mecânico, segurança contra incêndios), habitabilidade
(estanqueidade, desempenho térmico e acústico, desempenho lumínico, saúde,
higiene e qualidade do ar, funcionalidade e acessibilidade) e sustentabilidade
(durabilidade, manutenibilidade e adequação ambiental) (CBIC, 2013).

2.4 Sintomatologia e procedimento para resolução de patologias

A resolução de um problema patológico envolve um conjunto complexo de


procedimentos a serem feitos, a prática profissional usada na análise destes
problemas tem sido muitas vezes caracterizada pela falta de uma metodologia
cientificamente reconhecida e comprovada prevalecendo em muitas situações a
experiência profissional do engenheiro, obtida ao longo dos anos e a utilização de
métodos empíricos de análise prévia, tal fato é relevante quando se mostra necessária
uma análise pormenorizada e individualizada do problema, quando estes se mostram
mais complexos (RIPPER; SOUZA, 1998).

Dal Molin discorre que:

39
A investigação necessária para o diagnóstico da(s) causa(s) responsável por
algum defeito na edificação deve ser realizada de maneira completa e
sistemática. Assim como em um projeto, um procedimento linear direto é
raramente possível [...] o processo é, inevitavelmente, iterativo (cíclico) (DAL
MOLIN, 1988, p. 175).

Com o objetivo de tornar o processo de estudo de caso de problemas patológicos mais


simples e objetivo, é recomendado o uso de uma metodologia, uma estrutura básica de
análise de problemas. Lichtenstein (1985) propõe um fluxograma básico fundamentado
em uma sequência de três etapas, subdivididas em processos de análise e estudo, e é
apresentado na Figura 4 a seguir:

Figura 5 – Fluxograma para resolução de patologias da construção civil.

Problema

Parte 1 Vistoria do local


S ubsídios

Anamnese

Ensaios em laboratório

Parte 2
Diagnóstico Diagnóstico

Parte 3 Alternativas de intervenção


Definição conduta

Decisão da terapia

Resolução do problema

Fonte: (Lichtenstein, 1985 apud Cremonini, 1988, p. 41 apud Dal Molin, 1988, p. 176 apud Do Carmo,
2003, p. 09).

40
É necessário eliminar qualquer hipótese preconcebida a respeito das causas do
determinado problema, portanto, não se deve utilizar o diagnóstico como forma de
confirmar uma opinião já formada partindo de uma postura não tendenciosa analisando
imparcialmente todos os dados coletados (DAL MOLIN, 1988).

2.5. Fatores que influenciam o risco de patologias

Existem vários fatores que influenciam o risco de patologias em edifícios, incluindo:

a. Qualidade dos materiais de construção: A qualidade dos materiais utilizados na


construção é uma das principais influências no risco de patologias. Materiais de
baixa qualidade ou inadequados para o clima local podem aumentar o risco de
problemas.

b. Conceção e planeamento: Erros na conceção e planeamento do edifício podem


resultar em problemas psicológicos, húmidos, acústicos e térmicos.

c. Utilização e manutenção inadequadas: O uso impróprio ou a falta de manutenção


regular podem aumentar o risco de patologias, especialmente em áreas como
instalações elétricas e hidráulicas.

d. Clima: Fatores climáticos como chuva, vento, temperaturas extremamente altas ou


baixas, e humidade podem aumentar o risco de patologias, especialmente se o
edifício não estiver bem protegido.

e. Idade da construção: Os edifícios mais antigos tendem a ter um maior risco de


patologias devido ao envelhecimento de materiais e sistemas.

f. Localização geográfica: A localização geográfica de um edifício também pode


influenciar o risco de patologias, especialmente em regiões com problemas
geológicos ou climáticos extremos.

41
g. Carga de tráfego: Os edifícios localizados em zonas com tráfego elevado ou carga
de trânsito podem estar mais sujeitos a danos devidos a vibrações e desgaste.

2.6. Importância da conservação nos edifícios

A conservação dos edifícios é extremamente importante por várias razões:

a. Prolonga a vida útil da construção: A manutenção regular e a manutenção


preventiva podem prolongar a vida útil da construção e evitar problemas mais
graves e dispendiosos no futuro.
b. Melhora a segurança e o bem-estar dos ocupantes: A conservação dos edifícios
pode garantir que são seguros e confortáveis para os ocupantes, evitando
problemas de conforto, humidade, acústica e térmica.
c. Preservação do valor do imóvel: Os edifícios bem conservados tendem a manter
ou aumentar o seu valor, enquanto os edifícios negligenciados podem ter o seu
valor reduzido.
d. Protege o ambiente: A conservação da construção pode ser uma forma de
proteger o ambiente, uma vez que problemas graves como o colapso estrutural
podem libertar substâncias tóxicas e prejudicar o solo e as águas subterrâneas.
e. Evitar despesas desnecessárias: A conservação regular pode evitar despesas
desnecessárias com futuras reparações e manutenção dispendiosa, uma vez
que pequenos problemas são identificados e corrigidos antes de se tornarem
maiores.
f. Em resumo, a conservação dos edifícios é vital para garantir a segurança, o
bem-estar e a durabilidade dos edifícios, além de preservar o valor do imóvel e
proteger o meio ambiente.

2.7. Princípios de conservação da construção

42
Conservação como ato intelectual é premissa para crer que conhecimento,
memória e experiências são circunscritas à construção cultural, especialmente à cultura
material. A preservação – de uma pintura, um edifício ou uma paisagem – busca
estender esses elementos até o presente, estabelecendo uma mediação crítica para a
interpretação dos processos que reforçam todos os aspectos da existência humana. Os
objetivos da conservação envolvem a avaliação e a interpretação do significado do
patrimônio cultural para sua preservação, resguardando-o no presente e no futuro.
Nesse sentido, a conservação em si é uma maneira de ampliar e consolidar
identidades culturais e narrativas históricas para além do tempo, por meio da
valorização e da interpretação do patrimônio cultural (MATERO, 2000: s.p.).

A conservação preventiva consiste na realização de intervenções indiretas visando o


retardamento da degradação e impedindo desgastes pela criação de condições
otimizadas para a conservação dos bens culturais de forma que essas medidas forem
compatíveis com a sua utilização social. A conservação preventiva compreende
também o tratamento correto, transporte, utilização, acondicionamento em reserva e
exposição. Pode também implicar questões que tenham a ver com a produção de
réplicas com intuito de preservar os originais.

2.7.1. Os princípios de conservação da construção incluem:


a. Integridade: Preservar a integridade física e estética do edifício, incluindo a sua
forma, material, detalhes, texturas e núcleos.
b. Autenticidade: preservar a preservação dos elementos históricos e culturais do
edifício, incluindo a sua estrutura, acabamento, mobiliário e objetos conexos.
c. Reversibilidade: garantir que as intervenções de conservação podem ser invertidas
sem danificar a integridade ou certificação do edifício.
d. Sustentabilidade: garantir que as intervenções de conservação sejam realizadas de
forma sustentável, evitando a utilização de materiais e métodos que possam
prejudicar o ambiente ou a saúde humana.
e. Compatibilidade: Assegurar que as intervenções de conservação são compatíveis
com o edifício e os seus arredores, sem prejudicar a sua aparência, funcionalidade
ou integridade.

43
f. Eficiência energética: garantir que as intervenções de conservação incluem
melhorias na eficiência energética.

2.8. Gestão Do Processo De Manutenção


2.8.1. Classificação Da Manutenção

É importante entender que existem diversas formas de classificação dos tipos de


manutenção.

Segundo Gomide et al. (2006), uma possibilidade de classificação é com relação a


estratégia de manutencão a qual é, basicamente, a ideologia do plano, ou seja os
aspectos teóricos que são considerados para que seja definida uma forma de
materialização de objetivos, baseados em etapas de planejamentos. Outra forma é de
acordo com o tipo de intervenção de manutenção adotada.

2.8.1.1. Tipo de Estratégia

De acordo com Pinto & Xavier (2001), existe uma variedade muito grande de
denominações para classificar a estratégia de manutenção adotada pelo edifício,
contudo os conceitos são análogos, muitas vezes divergindo apenas na terminologia
ou nomenclatura adotada. Gomide et al (2006) aponta como as principais estratégias
de manutenção : a manutenção corretiva não planejada, a manutenção corretiva
planejada, a manutenção preventiva, a manutenção preditiva e a manutenção
detectiva.

É importante evidenciar a particularização da estratégia a fim de permitir uma melhor


identificação e detalhamento da manutenção, a escolha da estratégia definirá o grau
de sofisticação do programa de manutenção adotado. (FERREIRA, 2010)

44
A coerência entre a estratégia de manutenção, o uso da edificação e as expectativas
do usuário é pautada na análise e verificação da aderência entre as atividades e
intervenções realizadas com as necessidades da operação dos sistemas,
equipamentos e máquinas existentes no empreendimento. (PUJADAS, 2009)

O Documento Nacional de 2011 realizou uma pesquisa, a fim de determinar qual


estratégia de manutenção era a mais adotada nas indústrias brasileiras, chegando ao
resultado apontado na figura 7.

Figura 6 - Aplicação de recursos na Manutenção

Fonte: Abraman, 2011

4.1.1.1 Manutenção Corretiva

Como foi dito anteriormente, a manutenção corretiva foi a primeira estratégia de


manutenção a ser adotada pelo meio profissional, esta pode ser definida pelo ciclo
“esperar quebrar para consertar”, ou seja, o reparo dos equipamentos apenas após a
ocorrência da falha. Constitui a forma mais cara de manutenção quando encarada do
ponto de vista global da manutenção do sistema.

E impossível eliminar completamente este tipo de manutenção, em vista da


imprevisibilidade de certos eventos, entretanto pode-se observar que existem ações a

45
fim de reduzi-las, tal como, pessoal previamente treinado para atuar com rapidez e
proficiência em todos os casos de defeitos previsíveis.

Esse tipo de manutenção é amplamente difundida no Brasil, em função do seu custo


com peças e materiais até a falha ser zero, gerando uma falsa noção de economia.
Porém geralmente o custo após a falha é muito maior que na manutenção preventiva e
em outros tipos de manutenção, devido a compras e contratação de profissionais em
caráter emergencial.

Gomide et al. (2006) define Manutenção Corretiva: como sendo a atividade que visa à
reparação ou restauração de falhas ou anomalias, seja ela planejada ou não.

Implica, necessariamente, a paralisação total ou parcial de um sistema. É o tipo de


manutenção que apresenta os custos mais elevados de execução.

A partir de um ponto de vista mais técnico a NBR 5674:2012 estabelece que a


Manutenção Corretiva é caracterizada por serviços que demandam ação ou
intervenção imediata a fim de permitir a continuidade do uso dos sistemas, elementos
ou componentes das edificações, ou evitar graves riscos ou prejuízos pessoais e/ou
patrimoniais aos seus usuários ou proprietários

A Manutenção Corretiva pode ser classificada de duas formas distintas, de acordo


com a estratégia adotada. (quadro 23)

Tabela 2 - Classificação Manutenção Corretiva

Estratégia Adotada Característica


Correção que se faz em função de um
acompanhamento preditivo, detectivo, ou até pela
decisão gerencial de se operar até a falha. Esta
Manutenção corretiva
decisão, para ser eficaz, deve ser calcada em estudos
planejada
técnico-financeiros. Decide-se pela manutenção
corretiva porque, no equipamento ou componente
específico, o custo será menor que outros métodos.

46
Correção da falha de maneira aleatória, , ou seja, é a
manutenção atuando no momento da falha do
Manutenção corretiva equipamento, agindo de forma impulsiva.
não planejada Caracterizase pela ação, sempre após a ocorrência da
falha, que é aleatória, e sua adoção leva em conta
fatores técnicos e econômicos.
Fonte: Marques, 2010

Segundo Silva (2004), é comum a adoção da manutenção corretiva para algumas


partes menos críticas dos equipamentos, porém é preciso dispor dos recursos
necessários – peças de reposição, mão-de-obra e ferramentas para agir rapidamente,
ou seja, a manutenção corretiva pode ser aplicada para equipamentos que não
comprometam o sistema ou a integridade física do usuário.

Araujo e Santos1, afirmam que a manutenção corretiva conduz a uma baixa utilização
anual dos equipamentos e máquinas, a uma diminuição da vida útil dos equipamentos,
máquinas e instalações além de paradas para manutenção em momentos aleatórios e,
muitas vezes, inoportunos. Portanto essa estratégia se constitui como a menos
vantajosa devendo ser evitada quando o gestor visa adoção de uma gestão
estratégica da Manutenção Predial.

4.1.1.2 Manutenção Preventiva

Manutenção preventiva é uma manutenção planejada, que é baseada nos históricos


de quebras em funcionamento, ou das revisões periódicas realizadas. A idéia central é
reduzir, evitar a falha ou queda no desempenho, obedecendo a um plano previamente
elaborado, baseado em intervalos definidos de tempo, que geralmente são
estabelecidos em manuais técnicos. A Manutenção Preventiva estabelece paradas
periódicas com a finalidade de permitir a troca de peças gastas por novas,
assegurando assim o funcionamento perfeito do equipamento por um período
prédeterminado.

47
Segundo Martins (2008), a manutenção preventiva representa um conjunto de
atividades que visa evitar falhas nas instalações, com o comprometimento do seu
desempenho. Ela depende diretamente de informações a respeito da edificação,
sendo alimentados por dados dos fabricantes, históricos de manutenção e avaliações
das instalações através de rotinas periódicas e de vistorias de inspeção predial.

Para a NBR 5674:2012 Manutenção Preventiva é caracterizada por serviços cuja


realização seja programada com antecedência, priorizando as solicitações dos
usuários, estimativas da durabilidade esperada dos sistemas, elementos ou
componentes das edificações em uso, gravidade e urgência, e relatórios de
verificações periódicas sobre o seu estado de degradação.

Gomide et al. (2006), além de elaborar um completa definição da manutenção


preventiva, este ressalta a importância de se fazer o registro de todas as atividades de
manutenção realizadas , a fim de criar um histórico, o qual seja possível usar como
base para a elaboração de um plano de manutenção preventiva, a fim de otimizar a
mesma.

Manutenção preventiva é a atividade que atua antecipadamente para que não


haja a reparação. São atividades programadas em datas preestabelecidas
obedecendo, portanto, a critérios técnicos e administrativos, baseados em
dados estáticos ou do próprio histórico da manutenção realizada.

A manutenção preventiva feita sem critérios de analises e estudo de


históricos, bem como falta de atividades preditivas, pode gerar custos
elevados; sendo assim, efetuar substituições antecipadas de componentes,
sem analise de desempenho e de causas, é uma solução inadequada ao
plano de manutenção.

Parâmetros de programação das manutenções preventivas podem ter origens


nas informações dos fabricantes, históricos de manutenção e, ainda, na
avaliação sistêmica das instalações, através de rotinas periódicas simples e
de vistorias de Inspeção predial abrangentes.

Com o emprego da manutenção preventiva, estima-se aumentar a vida útil das


partes do edifício, suas instalações e equipamentos. Pode-se, também, reduzir
o custo final dos serviços de manutenção, se esta estiver associada a
aspectos de manutenção Proativa.(Gomide, Neto, Pujadas; 2006)

48
Araujo e Santos listam como vantagens, da Manutenção Preventiva a diminuição do
numero total de intervenções corretivas, reduzindo o custo da corretiva; a grande
diminuição do numero de intervenções corretivas ocorrendo em momentos
inoportunos como, por exemplo: em períodos noturnos, em fins de semana, durante
períodos críticos de produção e distribuição; além do aumento considerável da taxa de
utilização anual dos sistemas de produção e de distribuição.

Planos de Manutenção (referencias)

Introdução

Um plano de manutenção é um instrumento de trabalho que adquire uma grande


importância no âmbito da avaliação do estado de desempenho de um edifício. Trata-
se de um conjunto de especificações cujo objetivo destina-se a estabelecer previsões
e planear ações de manutenção (Rocha, 2005).

Os planos de manutenção devem conter uma estrutura acessível e objetiva, com


descrições simples e sucintas de modo a que haja um mútuo entendimento entre a
entidade, o empreiteiro e o utente.

Assim, o presente capítulo tem como principal objetivo a apresentação de propostas


de planos de manutenção para o ISPK.

Ações de manutenção

Um plano de manutenção programado, para Leite (2009), deve integrar cinco ações
de manutenção: a inspeção, a limpeza, a pró-ação, a correção e a substituição. A
estruturação do mesmo é definida de acordo com a natureza da informação
disponível e com base nas políticas adotadas.

No Quadro 4.1 apresentam-se aspetos que devem ser contidos num plano de
manutenção.

49
• Definir a vida útil de cada elemento;
• Definir níveis de qualidade mínima; Definir anomalias
relevantes, possíveis causas e mecanismos de
degradação;
• Prever e definir os sintomas prépatológicos;

• Definir sistemas de seleção e operação de manutenção;

• Estabelecer rotinas de inspeção;

Planos de • Definir estratégias de atuação;


Manutenção
• Análise de registos históricos e comparação com
registos de comportamento;

• Registos de custos de Registos de todas as intervenções


e gestão de informação;

• Recomendações técnicas de produtos e soluções.


Quadro 4.1- Características de um Plano de Manutenção [Adaptado de (Leite, 2009)]

Deste modo, é de grande interesse abordar teoricamente todas as ações que devem
constar nos planos, de modo a torná-los mais completos e infalíveis, evitando o
recurso a ações corretivas de emergência, promovendo a segurança, conforto e
fiabilidade dos utentes.

Inspeção

Define-se inspeção como “a ação de vigiar, controlar e examinar” (Larousse, 1998).

No âmbito dos planos de manutenção, esta atividade é a primeira a ser executada. O


objetivo principal da realização de inspeções periódicas recai na avaliação do estado
de desempenho e conservação dos EFM, por técnicos especializados, evitando, deste
modo, o recurso a ações corretivas de emergência e a estados de elevada
degradação.

Para Boto (2014), o procedimento correto para uma inspeção inicia-se com uma visita
ao local, no sentido de obter a maior informação possível relativamente ao edifício.
Das inspeções visuais surgem as identificações patológicas nos edifícios e, para um

50
melhor suporte e esclarecimento da análise, é necessário o levantamento fotográfico
com foco na anomalia, possibilitando a ideia real da dimensão da manifestação
patológica, com a devida indicação do edifício e do local da anomalia.

Na Figura 4.1 é apresentado uma proposta de Ficha de Inspeção.

51
Figura 4.1 - Exemplo de uma ficha de inspeção visual [Com adaptações de (Boto, 2014)]

52
Além das inspeções periódicas, também é da responsabilidade do utente a comunicação
prévia de qualquer tipo de manifestação patológica detetada.

Para o caso prático da presente dissertação, foi estipulado que, sempre que se tratar de uma
anomalia de carater urgente, isto é, sempre que o correto funcionamento dos serviços for
afetado, a unidade educacinal tem como dever informar o departamento responsável, caso a
irregularidade exija resolução imediata. No caso da manifestação ser de carater pouco
urgente, cabe à entidade responsável a devida análise e decisão quanto à atuação no local.

No cronograma da Figura 4.2, encontra-se um breve resumo dos encargos da unidade de


saúde para o controlo de uma ocorrência.

Figura 4.2 – Cronograma de ocorrência

53
Todas as manifestações patológicas comunicadas pelo utente deverão constar numa ficha de
registo de ocorrência.

A ficha de registo de ocorrência, apresentada na Figura 4.3, tem como principal objetivo a
criação de uma base de dados na entidade responsável, referente às patologias que
ocorrerem fora do âmbito das ações de manutenção. Este relatório permite à entidade
responsável beneficiar de um controlo mais generalizado de todas as intervenções que
executou no local, evitando deste modo possíveis ações corretivas de emergência futuras.

54
Figura 2 Ficha-Tipo de Registo de Ocorrência

4.2.2. Limpeza
A ação da limpeza adquire um grau de elevada importância quando associada a processos
de manutenção, tendo como principal objetivo a eliminação de anomalias associadas a
agentes biológicos ou a acumulação de detritos, aumentando assim o grau de desempenho
do edifício, e atribuindo ao mesmo um maior conforto visual.

55
Esta é uma ação que recai muito no utente, uma vez que uma simples limpeza diária pode
ajudar à eliminação de possíveis patologias futuras. Os técnicos especializados só serão
evocados em situações mais complexas, que exijam a utilização de materiais específicos.

A entidade responsável pela elaboração do plano de manutenção tem como dever informar
ao utente quais os materiais a serem utilizados em cada solução construtiva, bem como a
regularidade com que deve efetuar a sua limpeza, tentando sempre consciencializar para os
graves efeitos que a sua ausência poderá causar, evitando, deste modo, o descuido por
esta atividade.

4.2.3. Reparação e Substituição


A reparação é uma ação de manutenção que tem como objetivo solucionar anomalias que
se manifestam em zonas localizadas, impedindo a propagação para todo o elemento
(Morgado, 2012).

Esta atividade é executada por técnicos especializados, escolhidos em concurso público


para as empreitadas, e deve ser realizada após os dados facultados pela inspeção.

Todos os trabalhos efetuados pela empresa especializada em cada edificio do ISPK devem
ser presentes num relatório de registo de trabalhos, onde o responsavél deve enumerar as
tarefas realizadas durante uma determinada ação de reparação, por elemento construtivo,
isto é, cada relatório de registo de trabalhos serve única e exclusivamente para um
elemento construtivo do ISPK. Neste relatório também deve estar presente a data de início
e fim da intervenção efetuada, bem como todos os trabalhadores que atuaram no local, os
materiais e equipamentos usados.

Toda a duração dos trabalhos de reparação deverá ser seguida e inspecionada por um
responsável do ISPK.

Na Figura 4.4 apresenta-se um exemplo de um relatório de registo de trabalhos.

56
RELATÓRIO DE REGISTO DE TRABALHOS

Elemento Data:
Fonte de ____/_____/_____
Manutenção:

QUANTIDADE DE TRABALHOS

Descrição dos Un. Preço Qtd. inicio Fim Total


trabalhos Un.
realizados

Total:

Mão de Obra Materiais Equipamentos

Nome Cateoria
do Prof.

Verificação realizada por:____________________________________________


Data:_____/______/_______

Figura 4.4 - Relatório de Registo de Trabalhos

57
A ação de substituição no âmbito da manutenção é, para Leite (2009), um conjunto de
procedimentos que leva à substituição de um elemento por outro com características iguais. No
caso de existir uma substituição por outro elemento, em que as características diferem das
originais, ou que apresente uma maior durabilidade, esta é considerada uma ação de
reabilitação e não de manutenção.

É muito importante que na fase de projeto seja tido em consideração a durabilidade dos
materiais, bem como a sua fácil substituição.

Manual de Manutenção

A função do Manual de Manutenção é a de orientar as entidades responsáveis pela


gestão das tarefas e metodologias de manutenção.

Este manual deverá conter os seguintes aspetos (Ferreira, 2009):

➢ Detalhes e justificação do setor do sistema de gestão da manutenção;


➢ Procedimentos e descrição da interação entre os processos dos sistemas de
gestão da manutenção;
➢ Determinar um ritmo de rotinas de inspeção para os diferentes elementos;
➢ Apresentar uma estratégia de intervenção consoante o estado de desempenho
dos elementos.

Para além dos planos de manutenção, este manual deverá estar munido de modelos
tipo (Lopes, 2005):

➢ Lista de elementos fonte de manutenção;


➢ Ficha de inspeção;
➢ Ficha de anomalias;
➢ Relatório de inspeção.

Manual de Utilização

O Manual de Utilização disponibiliza aos utilizadores informações sobre os


procedimentos a seguir num processo de manutenção, podendo este ser apresentado
de duas formas, como apresenta o Quadro 4.2.

58
Documento para utilização individual Sinalética para difusão coletiva

Deve ser de consulta rápida com fichas


tipo para contactos importantes:
- Urgências;
- Gestor do Edifício;

Deve dispor de um conjunto de regras de


emergência, como por exemplo:
- Bloqueio de elevador;
- Incêndios;
Destina-se a transmitir mensagens de
- Alarme;
utilização aos utilizadores, apesar de
- Fuga de água;
conter menos detalhes, como:
- Intempérie;
• Horários;
Deve dispor de um conjunto de regras de
• Acessos;
utilização, como:
• Locais de interesse comum;
- Portas de acesso (chaves, • Orientação; Avisos.
códigos).
- Portas comuns;
- Elevadores;
- Geradores comuns;
- Acesso a zonas técnicas;
- Contadores e contagens;
- Equipamentos domésticos
integrados na construção.
Deve listar boas práticas de utilização:
- Economia de energia;
- Ventilação e ruído;
- Segurança.

Quadro 4.2 - Subdivisão de um Manual de Utilização [Adaptado de (Rodrigues, 2001)]

59
Elaboração de um Plano de Manutenção

Não existe uma só forma de organizar um plano de manutenção, estando essa


atividade relacionada com a entidade responsável pela sua elaboração. Mas, apesar
das diferenças estéticas existentes entre os vários planos, é de extrema importância
que subsista uma conformidade, isto é, que contenham tópicos obrigatórios, tais
como:

• Local onde se realiza a ação;


• Elemento Fonte de Manutenção (EFM) a que é destinado o plano;
• Ações de manutenção;
• Descrição das atividades a realizar;
• Definição do ciclo das atividades;
• Data de cumprimento da atividade;
• Entidade responsável pela elaboração da ação de manutenção.

De um plano, deverá ser possível retirar as seguintes informações (Rodrigues,


2001):

• Necessidades económicas;
• Necessidades em meios humanos (Atividade técnica);

• Tempos de inoperação/ocupação dos espaços.

Na Figura 4.6 apresenta-se um exemplo de modelo de Plano de Manutenção,


realizado no âmbito da presente dissertação.

60
PLANO DE MANUTENÇÃo

Elemento fonte de manutenção___________________________Nº_______


Nome do Inspetor/Técnico ________________________________________

Ação de Revest Descriç Dat Ano


manutenç imento ão a
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 3 4 4 5 Entidad OBS:
ão
e resp.
0 0 0 5 0 5 0

Inspeção

Limpeza

Reparaç
ão

Figura 4.6 - Exemplo de modelo para o Plano de Manutenção.

61
Segundo a estrutura proposta na Figura 4.6, a inspeção é a primeira atividade a ser
realizada, tendo o técnico responsável pela execução da ação, em sua posse, o devido
material de inspeção bem como a devida documentação, incluindo as fichas de
inspeção.

Só após a realização da inspeção se irá proceder à execução das restantes ações, que
dependem dos resultados da mesma.

Em anexo são apresentados os planos de manutenção elaborados para os edificios do


ISPK.

CAPITULO-III
3. CASO DE ESTUDO

Nos dias de hoje em Angola, os edificados são cada vez mais antigos, e a realidade é
que a grande maioria atinge uma degradação por falta de manutenção por parte dos
proprietários dos mesmos.

O mesmo acontece nos edifícios de serviço, mais precisamente em hospitais e


centros de saúde que, devido à grande influência das pessoas, e por estarem ligados
à saúde das mesmas, tiveram atenção especial por parte das entidades
responsáveisA ausência de manutenção dos edifícios leva a uma depreciação do
estado de conservação do património comprometendo a valorização imobiliária, não só
do próprio empreendimento mas também também da área urbana circundante.

62
INSTITUTO SUPERIOR POLITECNICO KATANGOJI

A. Seleção de um edifício para análise

O ISPK é uma instituição educacional que fundada no ano de 2012, esta localizado em
Luanda a 25HF+F82, no municipio de Bela bairro Benfica e ela ja conta com mais de
7000 estudantes licenciads.
Descrição dos Edifícios
Macro-Localização

Micro-Localização

Figura 5.1 - Área Geográfica (ISPK) (Fonte: Google Maps)

63
O ISPK é composto por três grandes edificio sendo estes:

1º Habitacional – Para Professores

2º Laboratórial-Para estudos e projetos

3º Estudantil – Aonde encontram-se : As salas de aulas, Banheiros, Escritórios,


Bibliotecas, Restaurante, Sala de Reuniões, etc...

Tendo uma idade de aproximadamente 11 anos culminou no surgimento de algumas


manifestações patologias.

Manifestações Patologias nos edifícios são problemas presentes em estruturas ou


sistemas de um edifício, que podem afetar a segurança, funcionalidade ou estética do
edifício. Algumas patologias comuns incluem infiltrações, desgaste concreto, humidade
excessiva, bolor, térmitas, problemas elétricos, entre outros. É importante realizar
inspeções periódicas e corrigir estes problemas o mais rapidamente possível para
garantir a durabilidade e a segurança do edifício.

Edificio Fotografia Pisos Coordenadas

Estudantil
-8.971173,
6 13.173079

Laboratórial

2 -8.971220,
13.172574

64
Habitacional

3 -8.971565,
13.172994

Quadro 5.2- Caracterização dos edifícios em estudo

Durante as visitas realizadas aos três edifícios da zona em estudo, com o objetivo de
recolher a maior informação possível a cerca das das manifestações patologias
encontradas, para a realização dos planos de manutenção.

Patologias Correntes
Entre as principais patologias da construção, podemos citar:
Ao longo das inspeções realizadas, verificou-se que muitos problemas eram comuns
em todos os locais, e que, na realidade, a grande maioria se devia à falta de
manutenção dos mesmos.
Assim, neste subcapítulo serão mencionadas as patologias mais correntes presentes
nos Edificos do ISPK, bem como as possíveis causas.

Humidade

A humidade é uma patologia muito presente no património edificado, e como tal tem
suscitado elevado interesse devido à sua complexidade, uma vez que nem sempre é
fácil encontrar uma explicação científica para determinados casos.

A humidade manifesta-se de inúmeras formas, nomeadamente [8]:

• Humidade de construção;
• Humidade do terreno;
• Humidade de precipitação;
• Humidade de condensação;
• Humidade devida a fenómenos de higroscopicidade;

65
• Humidade devida a causas fortuitas;
• Outras.
Os casos mais comuns são descritos no Quadro 5.3:

Tipo de Humidade Descrição


Surge quando o vapor de água que existe no ambiente entra
em contacto com as superfícies finas. São as mais comuns no
Humidade por Condensação
lar.

Humidade por Capilaridade Surge devido à ascensão da água por pequenos canos ou
capilares.

Este tipo de humidades pode ter várias formas: avarias em


canos, fissuras nas paredes exteriores, terraços mal
impermeabilizados, algerozes ou caleiras entupidas, entre
Humidade por Infiltração muitos outros.

Quadro 5.3 - Casos mais comuns de Humidade em edifícios

Na Figura 5.2 apresenta-se uma situação de manifestação de humidade.

Figura 5.2 – Vão envidraçado com Figura 5.3 – Pormenor, na zona da janela, do manifestações de
humidade - UCSP St estado de degradação da madeira e do material Condestável (Fonte: Autor)
isolante - UCSP St Condestável (Fonte: Autor)

66
Figura 5.3 – Vão envidraçado com

De uma análise visual ao local, apurou-se que uma das questões que poderia estar
relacionada à escorrência apresentada na Figura 5.2 prendia-se, não só, com o
isolamento das janelas, mas também com o material constituinte das mesmas. O
material isolante foi encontrado em muito mau estado de conservação, apresentando-
se de forma rígida, degradada e, em algumas zonas, descolado. Este acontecimento
pode, não só, dever-se à má qualidade do isolante, como também à carência de
inspeções periódicas, de carater preventivo, ao elemento. Também foi visível o
desgaste do material constituinte das janelas, sendo neste caso de madeira.Figura 5.3.

Em seguida, analisando a fachada pelo exterior perto da janela em causa,


verificou-se a existência de uma perfuração, consequentemente, o orifício não foi
selado, possibilitando a entrada de água nessa região. Nesta circunstância, o
papel da manutenção teria uma elevada importância, na medida em que iria
proceder à correção do erro de execução cometido, atenuando a ocorrência de
infiltrações.

Na Figura 5.4 está presente a respetiva ficha de inspeção, onde se encontram as possíveis
causas, já descritas, bem como o procedimento a adotar para corrigir a anomalia.

67
FICHA DE INSPEÇÃO

Nome do Data:
Inspetor/Técnico ______________A.M______________ 02 / 06 / 23 _

Método de Nº
inspeção ______________Visual_____________ ________

Avaliação da inspeção

Gravidade Muito grave Grave Ligeiro X Sem significado


Grau de Alteração Muito alterado Alterado Pouco alterado x Não
existe
Urgência de atuação Imedia Curto Médio
X Longo prazo
ta Prazo prazo

Assinatura do profissional______________________________________________________

68
Elemento Construtivo Janela

Designação Mau estado de conservação do Material

Codigo de identificação 01

Descrição Mau estado do material constituente

Localização Fachada no 1º Piso(Entrada do edificio estudantil)

Possiveis Causas Humidade e materiais de baixa qualidade

Possiveis Consequência Perda de funcionalidade:

Observações

69
Figura 5.4 - Ficha de Inspeção - Humidade por infiltração junto a janela

Uma outra problemática associada à humidade, Eflorescência é a formação de


depósitos de sais minerais na superfície do revestimento. Isso pode ocorrer quando a
umidade penetra no revestimento e carrega os sais dissolvidos, que são deixados para
trás quando a água evapora.

Figura 5.5 – Parede junto a porta com manifestações de Figura 5.6 - Estado de degradação da parede devido à humidade -
CS Paço De Arcos (Fonte: Autor) humidade por infiltração devido ao terraço - CS Paço De Arcos (Fonte: Autor)

Da análise visual efetuada ao local representado nas figuras, constatou-se que o


estado de degradação que a fachada atingiu deveu-se à concentração de água nos
banheiros, possivelmente causada pela fraca sistema de canalização, uma vez que os
tubos colocados no local não se encontravam em bom estado de conservação e
limpeza.

Apresenta-se, na Figura 5.8, a respetiva ficha de inspeção.

70
Elemento Construtivo Fachada interior(Banheiro)

Eflorescência ou Descasque do material na


Designação fachada.

Codigo de identificação 02

Descasque do material na fachada interior,


Descrição junto a porta.

Localização Fachada no 3º Piso(Entrada do edificio estudantil)

Possiveis Causas Presença de água infiltrada ou fugas.

Possiveis Consequência Degradação estética, materiais adjacentes, Deterioração


do revestimento.

Observações

71
Avaliação da inspeção

Gravidade Muito grave Grave x Ligeiro Sem significado


Grau de Alteração Muito alterado Alterado x Pouco alterado Não
existe
Urgência de atuação Imedia Curto Médio
x
ta Prazo prazo F
i
Assinatura do profissional______________________________________________________ g
u

figura 5.8 - Ficha de Inspeção - Humidade por infiltração terraço

5.3.3. Fissuras

As fissuras podem ter diferentes designações, dependendo da sua abertura, podendo


ser:

• Microfissuras – Se a largura for inferior a 0,2 mm;

• Rachaduras – Quando a abertura varia entre 0,2 e 2 mm;

• Rachaduras ou fissuras – Quando a largura é superior a 2 mm.

As possíveis causas do aparecimento deste tipo de patologia são bastante variadas;


ambos podem estar associados a fenómenos de retração devido à rápida secagem de
materiais, bem como podem estar relacionados com uma execução defeituosa, ou a
ações térmicas, deficiências estruturais, entre outros (Manutenção e Patologias de uma
Casa, 2015).

As figuras 5.16, 5.17 e 5.18 mostram diferentes tipos de fissuras


detetadas em ISPK.

72
Figura 5.16 - Fissura em parede de Alvenaria - UCSP St Figura 5.17 - Fissura em revestimento cerâmico - UCSP
Lapa Condestável (Fonte: Autor) (Fonte: Autor)

São problemas muito comuns em edifícios, causados principalmente por movimentos


do solo, vibrações, variações de temperatura, falta de juntas de dilatação, entre outros.
Dependendo da gravidade, estes problemas podem comprometer a segurança e
estabilidade do edifício.

A microfissura presente na Figura 5.16 foi detetada na área externa do edificio


estudantil, local onde é visível leves problemas de infiltrações provenientes da água da
chuva, que deram origem a diferentes tipos de anomalias, sendo umas delas as
fissuras.

Figura 5.18 - Fissura em junta de dilatação - CS Oeiras (Fonte: Autor)

73
A junta de dilatação é uma separação física entre duas partes de uma estrutura cuja
presença serve para que essas partes possam se mover sem transmissão de esforços
entre elas. Estes são necessários para o bom desempenho das paredes.

Durante a visita realizada, quando foi realizada uma inspeção visual da articulação na
Figura 5.18, observou-se perda de elasticidade por parte da articulação. Esta situação
provoca tensões na estrutura, que podem causar futuras fissuras nas lajes adjacentes
à junta, com possibilidade de se espalharem para vigas e pilares próximos.

Este é outro problema que está associado à falta de manutenção, o que pode gerar
mais problemas na estrutura, podendo aumentar a sua gravidade.

A forma de inspeção da presente patologia é apresentada na Figura 5.19.

74
Elemento Construtivo Junta de Dilatação

Designação Juntas de dilatação com fissuração

Codigo de identificação 03

Junta de dilatação com presença de


Descrição fissuração, com material constituinte em mau
estado de conservação

Localização Parte traseira externa (edificio estudantil)

Possiveis Causas Falta de manutenção


75
Perda de elasticidade por parte da junta, podendo dar origem a
Possiveis Consequência possíveis fissuras na laje que se pode propagar para vigas e
pilares próximos
Avaliação da inspeção

Gravidade Muito grave Grave x Ligeiro Sem significado


Grau de Alteração Muito alterado Alterado x Pouco alterado Não
existe
Urgência de atuação Imedia Curto Médio
ta Prazo X prazo F
i
Assinatura do profissional______________________________________________________ g
u

Figura 5.19 - Ficha de inspeção - Juntas de dilatação

Revestimento do Pavimento

A patologia do pavimento do revestimento refere-se aos problemas e defeitos


que afetam a camada de revestimento nos pavimentos, sejam eles betão,
asfalto, cerâmica, madeira ou outros materiais. Esses problemas podem ocorrer
devido a uma série de fatores, incluindo má execução, desgaste natural, uso
inadequado, exposição a condições ambientais adversas e falta de manutenção
adequada.

76
77
Figura 5.20 - Descolamento de material cerâmico na Figura 5.21 - Descolamento de material cerâmico numa fachada
exterior do edifício - CS Paço De Arcos (Fonte: parede interior do edifício - CS Oeiras (Fonte: Autor) Autor)

Este tipo de patologia está associada ao revestimento do pavimento, sendo o


descolamento associado a materiais cerâmicos ou pétreos.

Para Rhod (2011) as principais causas de descolamentos são:


• Descuido da mão-de-obra na preparação da argamassa colante;

78
• Utilização da argamassa, mesmo quando o tempo de abertura estipulado foi
excedido;
• Uso de técnicas e ferramentas inadequadas;
• Pressão de aplicação inadequada;
• Infiltração de água;
• Falta de controlo de qualidade;
• Materiais de baixa qualidade ou materiais inadequados.

79
Elemento Construtivo Revestimento do Pavimento

Designação Pavimento

Codigo de identificação 03

Descrição Descolamento de material cerâmico no pavimento

Localização 4º andar,5º piso-Varanda (edificio estudantil)

Possiveis Causas Infiltração da água e uso de materiais de baixa qualidade

Possiveis Consequência Degradação estética, Durabilidade reduzida, riscos de


segurança, aumento dos custos de manutenção, etc...

Falta de Manutenção
Observações

80
Avaliação da inspeção

Gravidade Muito grave Grave x Ligeiro Sem significado


Grau de Alteração Muito alterado X Alterado Pouco alterado Não
existe
Urgência de atuação Imedia Curto Médio
X
ta Prazo prazo F
i
Assinatura do profissional______________________________________________________ g
u

As patologias da construção são problemas ou anomalias presentes em edifícios e


infraestruturas. Podem incluir problemas externos, problemas de humidade, problemas
de isolamento térmico e acústico, problemas de decoração e desintegração de
materiais, entre outros. Estas questões podem afetar a segurança, funcionalidade,
durabilidade e aparência dos edifícios.

A conservação nos edifícios é uma área importante da engenharia civil, que visa
garantir a integridade e durabilidade dos edifícios. Trata-se de prevenção, deteção
precoce e correção de patologias. Para isso, é importante realizar inspeções
periódicas, avaliar o estado de conservação dos edifícios e identificar os problemas o
mais rapidamente possível. Além disso, a conservação nos edifícios envolve também a
adoção de práticas construtivas adequadas, a utilização de materiais de alta qualidade
e um planeamento cuidadoso da construção.

81
Plano de manutenão

PLANO DE MANUTENÇÃo

Elemento fonte de manutenção___________________________Nº_______


Nome do Inspetor/Técnico ________________________________________

Ação de Revest Descri Data Ano


manutenç imento ção de
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 3 4 4 5 Entidad OBS:
ão exec
e resp.
ução 0 0 0 5 0 5 0

Inspeção

Limpeza

Reparaç
ão

82
Controle de ocorrência
No ISPK

Não Urgente Urgente

Contactar A.M Contactar Contactar


A.M empresa

especializada

Analisar a necessidade de
intervensão no local

Não Arquivar
Sim

Contactar Aguarda

empresa nova

especializada ocorrência

83
CAPITULO-IV
4.CONCLUSÃO
Para Borges (2013), uma manutenção eficaz pode trazer garantias de que o processo
não perderá a sua capacidade devido a desvios provocados por problemas no
equipamento.

Deste modo, pode então concluir-se que a qualidade de uma empresa passa também
pela garantia de um bom sistema de manutenção.

Dado que os centros de saúde da responsabilidade da ARSLVT,I.P. não se encontram


abrangidos por um sistema de manutenção, a sua existência seria suficiente para que
muitas das patologias presentes em edifícios não atingissem graus de deterioração tão
elevados, evitando, deste modo, que outros problemas mais graves se desenvolvam.

A quantidade de patologias por escassez de manutenção ultrapassa as que surgem


devido a erros de projeto ou de execução, como será demonstrado no próximo
capítulo, o que torna este tema ainda mais relevante.

1.1. RESUMO DOS RESULTADOS OBTIDOS

Analisar

««««As patologias da construção referem-se a problemas e defeitos que ocorrem em


edifícios, como rachaduras, infiltrações, rachaduras, desplacamentos, entre outros.
Esses problemas podem ocorrer em qualquer tipo de construção, de residências a
prédios comerciais, e podem ter diversas causas, como má qualidade dos materiais,
erros de projeto, falhas de execução, falta de manutenção, entre outros fatores.

84
A conservação em edifícios é uma área que procura prevenir, diagnosticar e corrigir as
patologias do edifício, visando garantir a segurança e durabilidade dos edifícios, além
de contribuir para a preservação do património histórico e cultural.

Uma monografia sobre patologias construtivas com ênfase na conservação em


edificações geralmente envolve a análise de casos práticos, levando em consideração
aspetos técnicos, legais e econômicos, além de propor soluções e recomendações
para a prevenção e correção desses problemas. Pode ainda envolver a avaliação de
técnicas de inspeção e monitorização de edifícios, a análise de materiais e técnicas
construtivas, o estudo de legislação e normas técnicas relacionadas com a temática,
entre outras áreas de investigação.

Em resumo, uma monografia sobre patologias construtivas com ênfase na conservação


em edifícios pode contribuir para o avanço do conhecimento nesta área e para a
melhoria da qualidade e segurança dos edifícios em geral.««««

1.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As patologias da construção são problemas que afetam a qualidade, segurança


e durabilidade dos edifícios. A conservação em edifícios procura prevenir, diagnosticar
e corrigir estas patologias, com o objetivo de garantir a segurança dos edifícios, bem
como contribuir para a preservação do património histórico e cultural.

Ao longo deste estudo, foi possível compreender a importância da conservação


em edifícios, bem como as principais patologias que afetam os edifícios e as suas
causas. Foram também apresentadas soluções e recomendações para a prevenção e
correção destes problemas.

É importante salientar que a conservação em edifícios deve ser uma


preocupação constante, desde a fase de projeto até às necessárias manutenções e
reparações. A adoção de técnicas e materiais de qualidade, bem como a manutenção
preventiva, são essenciais para evitar patologias e garantir a durabilidade dos edifícios.

85
Além disso, a análise de casos práticos e a realização de estudos específicos
são fundamentais para compreender as particularidades de cada edifício e propor
soluções adequadas para cada caso. É necessário ter em conta os aspetos técnicos,
jurídicos e económicos envolvidos em cada situação, de forma a garantir a eficiência e
sustentabilidade das soluções propostas.

Portanto, a conservação em edifícios é uma área importante e em constante


evolução, que requer conhecimento técnico especializado e uma visão holística do
processo construtivo. É necessário investir na investigação, na formação de
profissionais e na sensibilização da sociedade para garantir a qualidade e a segurança
dos edifícios e contribuir para a preservação do património histórico e cultural.

1.3. Sugestões para investigação futura

Algumas sugestões para futuras investigações sobre patologias construtivas


com ênfase na conservação em edifícios são:

1. Desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias para a prevenção e correção de


patologias construtivas em edifícios existentes, tendo em conta aspetos de
sustentabilidade e eficiência energética.
2. Estudo da eficácia das técnicas de manutenção preventiva, tais como inspeções
periódicas e monitorização das condições de construção, em diferentes tipos de
edifícios e em diferentes regiões do país.
3. Avaliação do impacto de fatores externos, como eventos climáticos extremos, na
ocorrência de patologias construtivas e na necessidade de medidas de conservação
em edifícios.
4. Análise de desempenho de diferentes tipos de materiais e técnicas construtivas,
levando em consideração aspetos como resistência, durabilidade e custo-benefício.
5. Estudo da eficácia de programas de incentivo à conservação de edifícios, como
descontos fiscais para proprietários que invistam em medidas preventivas e
corretivas.
6. Investigação das principais causas de patologias construtivas em edifícios, incluindo
falhas de projeto, erros de execução, uso indevido de materiais e outros fatores.

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7. Estudo da eficácia das medidas de conservação em edifícios históricos e património
cultural, tendo em conta aspetos de preservação da história e da cultura, bem como
questões técnicas e de segurança.

Estas são apenas algumas sugestões de tópicos para futuras investigações


sobre patologias construtivas com ênfase na conservação em edifícios. O campo de
estudo é vasto e há sempre espaço para novas pesquisas e descobertas que
contribuam para a preservação e segurança dos edifícios.

CAPITULO-V

2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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91
APRESENTAÇÃO
Bom dia/tarde/noite a todos,

Hoje vou apresentar a minha monografia com o tema "PATOLOGIAS DA


CONSTRUÇÃO COM ÊNFASE NA CONSERVAÇÃO EM EDIFÍCIOS".

O objetivo do meu trabalho foi analisar os princípios que ocorrem em edifícios,


compreender as causas destas patologias e apresentar medidas de conservação que
possam ser aplicadas para prevenir e prevenir estes problemas.
Em primeiro lugar, é importante compreender o que são patologias nos edifícios. As
patologias são defeitos ou falhas que ocorrem na construção, resultando em danos
para o edifício e seus usuários. Esses problemas podem ser causados por diversos
fatores, como falta de manutenção preventiva, uso de materiais de baixa qualidade, má
execução de projetos e obras, entre outros.
Para melhor compreender estas causas e como as patologias podem ser evitadas,
analisamos alguns casos reais de patologias em edifícios. Em geral, podemos observar
que a falta de manutenção preventiva é um dos principais fatores que motivaram a
ocorrência desses problemas. Isso porque, quando não há vigilância periódica no
92
prédio, não é possível identificar possíveis falhas antes que elas se tornem mais graves
e, assim, o custo do monitoramento é muito maior.

Além disso, o uso de materiais de baixa qualidade é também uma das principais
causas de patologias em edifícios. É importante que os materiais utilizados na
construção sejam de qualidade e compatíveis com as características do projeto. Caso
contrário, é muito provável que causem problemas como rachaduras, rachaduras,
infiltrações, entre outros.
Com base nestas análises, propusemos algumas soluções para a conservação de
edifícios e prevenção de patologias. A primeira medida é realizar uma verificação
periódica do edifício, com o objetivo de identificar possíveis problemas antes que se
tornem mais graves. Esta medida é essencial para seguir as ações preventivas
necessárias e assim evitar maiores custos com manutenção corretiva.

Outra medida importante é a utilização de materiais de qualidade adequados a cada


tipo de projeto. É importante que os materiais sejam compatíveis entre si e com as
características do projeto, evitando assim problemas futuros.
Propomos ainda a criação de um plano de conservação do edifício, com a definição de
responsabilidades, prazos e recursos necessários à manutenção e conservação do
edifício. Este plano deve ser atualizado regularmente e incluir as ações preventivas
necessárias para prevenir a ocorrência de patologias.

Por fim, é fundamental conscientizar a população sobre a importância da conservação


preventiva. É importante que as pessoas entendam que a preservação do edifício é
uma questão de segurança e preservação do património edificado. Todos precisam
saber que a prevenção é sempre a melhor solução e que a falta de manutenção pode
gerar custos muito altos e colocar em risco a segurança das pessoas.

Em resumo, podemos concluir que a conservação preventiva é a melhor forma de

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